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A Revolta dos Malês

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Page 1: A revolta dos Malês

A Revolta dos Malês

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Afinal, quem são os Malês?

A expressão malê vem de imalê, que na língua iorubá, idioma nativo da África Ocidental significa muçulmano. Portanto os

malês eram especificamente os muçulmanos de língua iorubá e que também eram alfabetizados em árabe.

Foram os primeiros muçulmanos a pisar no Brasil.

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Entenda melhor ...

• O que é o islamismo?Maiores religiões existentes.Fundado pelo Profeta Maomé.

É a verdade que Alá (Deus) revelou a Maomé (Profeta).Os muçulmanos acreditam:

-No fim do mundo.-Em apenas um deus: Alá

-No juízo final.Quando Maomé morreu a mensagem dele foi preservada

no Alcorão

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- Os segredos de Alá revelados ao Profeta Maomé- Quando mais rápido uma pessoa lê o Alcorão, é maiscerteza de alcançar o paraíso.- Eles rezam 5 vezes ao dia.- Sempre virados para a cidade de Meca. - Templo de Caaba.

Alcorão

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RAMADÃO

. Período de renovação da fé,

. Prática mais intensa da caridade . Maior proximidade dos valores sagrados. Leitura mais assídua do Alcorão. Correção pessoal e autodomínio.

Mês do ritual de jejum, sempre em que eles ficam sem comida, bebida, sem relações sexuais e sem pensamentos negativos. Só quem come e faz tudo são as grávidas, idosos e crianças.

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A Revolta dos Malês

Com essas breves explicações, partiremos para o que nos trouxe até aqui.A guerra dos Revoltosos.

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. Trazidos para a Bahia – traficados . Obrigados a servir seus “senhores”.Por serem extremantes inteligentes, podiam fazer trabalhos para outras

pessoas além de seus “proprietários”.. Eram chamados de Negros de Ganho

ou Escravos de Ganho..Exerciam tarefas remuneradas (ex.: alfaiates, pequenos comerciantes,

artesãos e carpinteiros).Entregavam ao seu “senhor” uma

quota diária do pagamento recebido. .Pagavam apenas uma parte para o seu

senhor, ficando com a outra parte, a maioria deles conseguia assim pagar a

sua alforria.. Imposição do Catolicismo

.Não havia liberdade religiosaescondidos continuavam suas orações e

com seus costumes do islã.Eles se reunião nas casas dos escravos

já libertos para realizarem suas orações.

A Bahia vivia em uma época de grandes

insurreições.

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•Razões/Motivos para a Revolta -Preconceito-Dificuldade de ascenderem socialmente

ALGUNS HISTORIADORES AFIRMAM QUE ALGUNS DONOS DE ESCRAVOS, CASTRAVAM OS HOMENS, CORTAVAM O BICO DOS SEIOS DAS MULHERES. TINHA MÉDICOS QUE FAZIAM EXPERIÊNCIAS COM CRIANÇAS.

Os revoltosos da época eram cerca de 1.500 estavam insatisfeitos com:- Escravidão dos Africanos-Imposição do Catolicismo.-O preconceito voltado para eles.-Logo depois, a mesquita de Vitória – o reduto dos muçulmanos – foi destruída e dois importantes líderes religiosos da região foram presos.-As autoridades haviam proibido qualquer tipo de manifestação religiosa que não fosse católica.

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Pacifico Licutan, que ensinava aos demais escravos os costumes islâmicos e os ensinava a língua árabe, fora preso, pois o seu “senhor” não pagou suas as dividas aos frades e fora levado como pagamento, sendo preso na cadeia.

Num primeiro momento os escravos juntaram o dinheiro para tirar Licutan da prisão, porém as autoridades não aceitaram.

Daí mais um motivo que os levou a programar um motim para o dia 25 de janeiro de 1835, logo após o mês do Ramadão.

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Por serem Negros do Ganho, tinham “certa facilidade para andarem pela ruas, apesar da violência.

•Pai Inacio

•Ahuna

•Manuel Calafate

•Luiza Mahin

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O plano foi “tomando corpo” de forma gradual. De inicio, os

escravos ajudavam uns aos outros, organizando formas de

pagar a alforria de escravos que ainda estavam presos.

Depois, compraram armas e munições. Alguns deles, tinham

experiências com armas, o que dava maiores esperanças aos

malês.

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Exemplo de Organização dos Escravos

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Todo o plano foi escrito em árabe. Eles eram muito organizados.O plano era aproveitar a festa de Nossa Senhora da Guia, na igreja do Bonfim, no dia 25

de janeiro, fim do Ramadã, e data que conforme a tradição local os africanos ficariam livres da vigilância dos seus senhores, para reunir uma coluna rebelde na Vitória (BA).

A ideia dos malês era libertar o líder espiritual Licutan e os escravos ainda presos, render e matar e confiscar todos os bens dos brancos e mulatos, fazer de alguns seus escravos e fazer a implantação de uma monarquia islâmica por toda a extensão da

Bahia, acabando com a imposição católica.Aqui vale a pena frisar que os crioulos e pardos nascidos no Brasil também eram tidos

como inimigos pelos rebeldes africanos.Além dos escravos malês, também participaram (em menor numero), alguns escravos

nagôs e haussás, também da África Ocidental.

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•Os escravos foram delatados para o Juiz de Paz de Salvador.

•Cercaram os revoltosos na casa de Manuel Calafate, na Ladeira da Praça.

*Na madrugada do dia 25 de janeiro, o juiz, o tenente e dois soldados chegaram à porta dos rebeldes.

*Não contavam com uma surpresa: cerca de 60 rebeldes estavam naquela casa.

*Os saldados ao tentarem forçar a porta para entrar foram surpreendidos com um grande número de escravos que estavam armados e saíram gritando “mata soldado”!

DELATADOS

Há controvérsias sobre quem foi o autor da delação,

mas o fato é que o plano dos malês foi delatado para

o Juiz, e este rapidamente acionou os soldados das

forças oficiais que, bem preparados e armados,

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Descobertos antes da hora, os malês tiveram que iniciar o seu levante ali mesmo, na madrugada do dia 25. Portando espadas e amuletos –

principalmente papéis com trechos do Alcorão e rezas fortes bem dobrados foram colocados em bolsinhas de couro costuradas -, eles vestiram-se de

branco para ir às ruas. E uma de suas armas mais forte foi a capoeira!

A maioria das armas eram espadas, o que desequilibrava a luta, favorecendo as tropas do governo, munidas de armas de fogo.

Mas o que impressionou as autoridades da época é que apesar do desespero de ter que fazer a revolução às pressas, os rebeldes Malês procuraram seguir a

tática estabelecida nos planos iniciais da revolta: eles queriam se apossar de toda região do Recôncavo.

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Depois de afugentar os soldados, uma parte dos revoltosos

saiu pelas ruas acordando os companheiros e convocando-os

para a luta, enquanto a maioria deles foi até a prisão, no

subsolo da Câmara Municipal, para conseguir armas, novas

adesões e libertar

Pacífico Licutan.

A tentativa fracassou: no confronto, muitos insurgentes e

alguns guardas saíram feridos.

Novamente em marcha, o grupo fez uma pausa no Convento

das Mercês, onde tinham um aliado.

Os escravos queria chegar aos engenhos e assim se

encontrarem com os escravos que viviam próximos a

Salvador, mas para isso era necessário passar pelo passar

pelo Quartel da Cavalaria, em Água de Meninos. Aí, a

situação se inverteu: os rebeldes pela primeira vez não

queriam atacar o quartel, mas apenas passar, enquanto os

soldados tomaram a iniciativa de atacar os revoltosos. O

preço pago pelo descuido foi o fracasso do levante. Cerca de

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Os revoltosos invadiram locais como: Praça do Palácio( onde se encontrava a Câmara Municipal)

Terreiro de Jesus

Pelourinho

Largo do Teatro ( Praça Castro Alves)

Forte de São Pedro

Quartel da Lapa (Atual Colégio Central)

A Barroquinha

Cidade Baixa

Taboão

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Os negros malês foram derrotados.A rebelião acabou com aproximadamente 7 mortos do lado das tropasimperiais e cerca de 70 do lado dos malês.Alguns foram mortos, outros aprisionados, condenados à morte,deportados de volta à África.Qual teria sido o destino da rebelião, se ela tivesse sido vitoriosa.Nem todos os africanos muçulmanos existentes na Bahia em 1835participaram da revolta.As autoridades usaram a posse de papéis malês como prova derebeldia e por isso muitos inocentes foram presos e condenados.O enredo mostra a resistência permanente de homens e mulheresvivendo seus anseios e limites numa sociedade escravista fortementemarcada pela exclusão social e racial.Mesmo com a revolta dos malês esmagada pelas forças imperiais, omovimento serviu para demonstrar que havia

FORÇA ENTRE OS NEGROS.

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