a relação entre o homem e a religião

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Escola António Arroio 2010/ 2011 Sofia Maldonado 11ºK A Relação entre o Homem e a Religião Este tema possui dois pontos de vista: o ponto de vista do crente, o qual não tem muito a explorar, pois para ele a religião (a sua) é algo inato; e o ponto de vista do que não crê, que tem argumentos e contra argumentos e muito por onde se explorar. Neste trabalho, exploramos apenas o ponto de vista do não crente. Desde os primórdios da humanidade que o Homem pratica vários tipos de rituais, ideologias e venerações, nunca tendo havido uma nação sem tal tipo de práticas. Estes tipos de venerações podiam ser bons (orientar uma população a seguir critérios morais, de costumes, de honra, etc.) ou negativos (sacrifícios, torturas, alterações ou violações físicas, etc.), isto da perspectiva da nossa sociedade. Claro que muitas destas venerações foram abandonadas ao longo do tempo, umas devido à sua irracionalidade, brutalidade ou ao desenvolvimento do pensamento humano, outras substituídas pelas religiões dominantes, algumas ainda da actualidade. Apesar de o número de ateus e de não religiosos estar a aumentar com o passar do tempo, ainda é 83 a percentagem de pessoas religiosas no mundo (era 95% há cerca de 5 anos). 32% dessas pessoas são católicas, e logo abaixo na escala vem o Islamismo, sendo estas as duas religiões predominantes da actualidade. Mas, mesmo com a grande quantidade de seguidores que estas duas doutrinas possuem, os seus seguidores têm vindo a diminuir notoriamente, muitos deles aderindo a uma outra doutrina menos conflituosa com o pensamento das sociedades do século XXI, o Budismo. Voltando ao Homem, é-lhe inevitável cair na idealização ao substituir algo finito pelo desejado infinito (já que, mesmo sabendo que tudo tem um prazo, o Homem recusa-se a aceitar essa verdade, pois isso significaria o seu próprio fim, acabando por criar uma verdade alternativa), Isso acrescentado ao facto de fazer parte da sua natureza procurar um significado último para tudo o que o rodeia, faz com que ele se projecte automaticamente num ídolo, sendo este, por norma, um deus. E com todas estas acções e opções que denunciam a sua parte fraca, o Homem, em vez de ficar a compreender e conhecer o grande Mistério (tudo

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Page 1: A Relação entre o Homem e a Religião

Escola António Arroio

2010/ 2011

Sofia Maldonado 11ºK

A Relação entre o Homem e a Religião

Este tema possui dois pontos de vista: o ponto de vista do crente, o qual

não tem muito a explorar, pois para ele a religião (a sua) é algo inato; e o ponto

de vista do que não crê, que tem argumentos e contra argumentos e muito por

onde se explorar.

Neste trabalho, exploramos apenas o ponto de vista do não crente.

Desde os primórdios da humanidade que o Homem pratica vários tipos de

rituais, ideologias e venerações, nunca tendo havido uma nação sem tal tipo de

práticas.

Estes tipos de venerações podiam ser bons (orientar uma população a

seguir critérios morais, de costumes, de honra, etc.) ou negativos (sacrifícios,

torturas, alterações ou violações físicas, etc.), isto da perspectiva da nossa

sociedade.

Claro que muitas destas venerações foram abandonadas ao longo do

tempo, umas devido à sua irracionalidade, brutalidade ou ao desenvolvimento do

pensamento humano, outras substituídas pelas religiões dominantes, algumas

ainda da actualidade.

Apesar de o número de ateus e de não religiosos estar a aumentar com o

passar do tempo, ainda é 83 a percentagem de pessoas religiosas no mundo (era

95% há cerca de 5 anos).

32% dessas pessoas são católicas, e logo abaixo na escala vem o

Islamismo, sendo estas as duas religiões predominantes da actualidade.

Mas, mesmo com a grande quantidade de seguidores que estas duas

doutrinas possuem, os seus seguidores têm vindo a diminuir notoriamente,

muitos deles aderindo a uma outra doutrina menos conflituosa com o

pensamento das sociedades do século XXI, o Budismo.

Voltando ao Homem, é-lhe inevitável cair na idealização ao substituir algo

finito pelo desejado infinito (já que, mesmo sabendo que tudo tem um prazo, o

Homem recusa-se a aceitar essa verdade, pois isso significaria o seu próprio fim,

acabando por criar uma verdade alternativa),

Isso acrescentado ao facto de fazer parte da sua natureza procurar um

significado último para tudo o que o rodeia, faz com que ele se projecte

automaticamente num ídolo, sendo este, por norma, um deus.

E com todas estas acções e opções que denunciam a sua parte fraca, o

Homem, em vez de ficar a compreender e conhecer o grande Mistério (tudo

Page 2: A Relação entre o Homem e a Religião

aquilo que ele não sabe), toma a sua posse (através da tal criação de uma

verdade alternativa), manipulando todos os que o rodeiam (e um bom exemplo

desta ocorrência é Jesus Cristo, o grande profeta da religião cristã).

O desconhecido, o mistério, a solidão, o sofrimento... tudo o que provoca

sensações negativas no Homem faz com que ele recorra automaticamente a uma

crença (tal como se tem verificado ao longo da história da humanidade).

Esse é um argumento que tem sido utilizado tanto pelos religiosos, como

pelos não religiosos – religiosos dizem que o humano apenas recorre a uma

crença (o seu deus) nestas alturas, devido a um ‘chamamento sagrado’; e os não

religiosos respondem, dizendo que o humano apenas recorre a uma crença

nestas alturas, pois necessita de um conforto emocional.

Este argumento dos não religiosos tem um fundamento, que se tem

verificado sobretudo na actualidade: antigamente as pessoas eram

profundamente religiosas, sendo também antigamente (nem há muito tempo),

viviam-se grandes tempos de crise (o ‘Crash’, por exemplo), fome, falta de

educação intelectual, etc. Mas quando a humanidade começou a aproximar-se do

século XXI, as pessoas começaram a viver melhor, a crise já não se notava tanto, a

educação começou a melhorar, tal como a intelectualização do homem em geral

(nos países desenvolvidos, é claro), e, por ‘pura coincidência’, o número de

crentes começou a diminuir drasticamente.

O progresso da humanidade, a melhor qualidade de vida, entre outras

mudanças positivas, tornaram a vida em algo menos sofrido e menos intenso,

fazendo com que o Homem da actualidade já não sinta aquela necessidade

intensa de recorrer ao divino para alcançar algum conforto, como outrora.

Outro fenómeno a reparar é o facto de que a religião, no presente, tem se

tornado num costume e/ou numa opção, já não sendo considerada inata

(contrariando a filosofia cartesiana).

A religião é agora uma questão cultural, e não divinal.

Resumindo isto tudo num pequeno texto, a religião é como o cheesecake.

A preferência pelo cheesecake não é inata, já que o Homem não necessita

dele para sobreviver. Mas já a necessidade de gordura e de açúcar é necessária à

sua sobrevivência, e o cheesecake combina estes dois elementos numa forma

inteligente e muito saborosa, tornando-se muito apreciado pelo Homem. O

mesmo vai para a religião: esta combina a necessidade psicológica de explicação

com a segurança e conforto emocionais, tornando-se extremamente apelativa e

apreciada pelo Homem, mesmo que esta não seja necessária à sua sobrevivência.

Fontes: http://www.ezsoftech.com/akram/manandreligion.asp

http://www.religious-information.com/does-man-need-religion.html

http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html

Page 3: A Relação entre o Homem e a Religião

Trabalho realizado por:

Sofia Maldonado nº26 11ºK