a psicologia jurídica no brasil - 2012 - para publicação 2014
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PSICOLOGIA JURIDICA NO BRASILTRANSCRIPT
A PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
Discente orientado: Luciano Soares da Cunha (Curso de Bacharelado em Direito na
Famig – Faculdade Minas Gerais)
Orientadora: Profa. Lúcia Maria Almendra Correia Lima, MSc
RESUMO
O presente trabalho desenvolve sucinto entendimento da relação da Psicologia Jurídica com o
Direito. Procura definir o que seja Psicologia Jurídica. Percorre breve histórico da Psicologia
no mundo e no Brasil, e evidencia, em face das transformações científicas, uma mudança na
forma de tratar o sujeito de direito, o paciente, o cliente. Atesta que a Psicologia se faz
presente em quase todas as áreas do Direito, contribuindo para uma melhor humanização nas
relações entre os indivíduos e soluções dos conflitos. Esclarece que doença mental e
psicopatia não são a mesma coisa, o que para o Direito é relevante, principalmente para a
decisão em torno de se responsabilizar o agente infrator.
Palavras-chave:
Psicologia Jurídica; Psicologia e o Direito; Transtornos Mentais; Direito Penal
ABSTRACT
This paper develops succinct understanding of the relationship of Forensic Psychology to the
Law. It seeks to define what is legal psychology, Scrolls brief history of psychology in the
world and in Brazil, and shows, in the face of scientific transformations, a change in the way
of treating the subject of law, the patient, the client, Certifies that Psychology is present in
almost all areas of law, contributing to better humanize relations between individuals and
solution of conflicts. Clarifies that psychopathy and mental illness are not the same thing,
which is relevant to the law mainly for the decision about whether to blame the offending
agent.
Key-words:
Forensic Psychology; Psychology and law; Mental Disorders; Criminal Law
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1. INTRODUÇÃO
A Psicologia Jurídica é a área da Psicologia que está em correlação com o Direito, tanto nas
questões teóricas como práticas. No princípio, o psicólogo jurídico apenas servia para
formular laudos baseados em diagnóstico e testes psicológicos para ajudar a instituição
judiciária a tomar uma decisão. Porém, no decorrer do tempo surgiu a necessidade de mudar
este modelo de atuação e, dessa maneira, se buscou novas formas de intervenção, visando o
bem estar do individuo, focando a preservação da sua cidadania.
O objeto de estudo da Psicologia Jurídica, assim como toda a Psicologia, são os
comportamentos que ocorrem ou que possam vir a ocorrer, porém não todo e qualquer tipo de
comportamento. Ela atua apenas nos casos onde se faz necessário uma inter-relação entre o
Direito e a Psicologia, como no caso de adoções, violência doméstica, novas maneiras de
atuar em instituições penitenciárias, auxiliando nos diagnósticos de sujeitos portadores de
transtornos mentais e ajudando os magistrados para uma sentença mais justa.
A Psicologia procura entender o comportamento humano, o qual, para o Direito, é quase
sempre determinado e padronizado por normas, ao diagnosticar uma situação entre as partes
de uma lide e notando que alguns aspectos fogem ao círculo do Direito, mas que estão ao
alcance da Psicologia, esta será aplicada. Por exemplo, em caso de dúvida quanto à presença
de transtornos de personalidade ou mesmo para determinar a capacidade de um indivíduo. O
psicólogo, no direito de família, tem espaço obrigatório por lidar com uma instituição social
importante, que é a base para o exercício da cidadania. Favorece e fortalece a família social-
afetiva, ressaltando a valorização da afetividade nas relações familiares.
Coopera na justa e pacífica aplicação do Direito, buscando sempre visão jurídica humanizada
e construtiva, pesquisa a fundo os processos psíquicos do homem delinquente e quais os
motivos que o levaram a delinquir, aborda os processos psicopatológicos da conduta
delituosa, apresenta-se ainda como psicologia social ao investigar os aspectos interpessoais do
delito, traça os vários tipos de delinquentes e auxilia no ampara a menores infratores.
Corrobora ainda, a Psicologia Jurídica, com a possibilidade de descobrir falso testemunho e
autoridade dos delitos; colabora na formação da convicção do juiz sobre a veracidade ou
falsidade do depoimento do delinquente; analisa documentos e fatos em função da
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personalidade de seus autores e da idade, do sexo e do estado de saúde dos mesmos; indaga as
motivações psicológicas das decisões judiciais.
1. A PSICOLOGIA JURÍDICA
A Psicologia Jurídica, atualmente, tem contribuído para o melhor desempenho das atividades
Jurídicas e é por isso que: “a Psicologia Jurídica é a Psicologia aplicada ao melhor exercício
do Direito” (MYRA Y LOPES, 2009, p.17). Este autor relata que a atuação da Psicologia no
Direito, por motivos da própria ciência psicológica, é tímida:
Infelizmente, o estado atual da ciência psicológica não permite utilizar seus
conhecimentos em todos os aspectos do direito e isso faz com que a
psicologia jurídica se encontre hoje limitada a determinados capítulos e
problemas legais que são em ordem cronológica: 1º, a psicologia do
testemunho; 2º, a obtenção da evidência delituosa (confissão com provas);
3º, a compreensão do delito, isto é, a descoberta da sua motivação
psicológica; 4º, informação forense a seu respeito; 5º, a reforma moral do
delinquente, prevendo possíveis delitos ulteriores, A estes pode acrescentar-
se um sexto capítulo, de higiene mental, que suscita o problema profilático
em seu mais amplo sentido, isto é, como evitar que o indivíduo chegue a
estar em conflito com as leis sociais, Sendo o último, sem dúvidas o mais
importante. (MYRA Y LOPES, 2009, p. 17,18)
Encontra-se na Wikipédia, a enciclopédia livre, uma definição mais objetiva do que seja a
Psicologia Jurídica:
A psicologia jurídica, é uma vertente de estudo da Psicologia, consistente na
aplicação dos conhecimentos psicológicos aos assuntos relacionados ao
Direito, principalmente quanto à saúde mental, quanto aos estudos sócio-
jurídicos dos crimes e quanto a personalidade da Pessoa Natural e seus
embates subjectivos. Por esta razão, a Psicologia Forense tem se dividido em
outros ramos de estudo, de acordo com as matérias a que se referirem
(wikipedia.
Contribui ainda para esta senda, a Mestre e professora Leal (2008):
Conceitualmente, a Psicologia Jurídica corresponde a toda aplicação do
saber psicológico às questões relacionadas ao saber do Direito. A Psicologia
Criminal, a Psicologia Forense e, por conseguinte, a Psicologia Judiciária
estão nela contidas, toda e qualquer prática da Psicologia relacionada às
práticas jurídicas podem ser nomeadas como Psicologia Jurídica.
O termo Psicologia Jurídica é uma denominação genérica das aplicações da
Psicologia relacionadas às práticas jurídicas, enquanto Psicologia Criminal,
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Psicologia Forense e Psicologia Judiciária são especificidades aí discutindo
as interfaces entre a Psicologia e o Direito (LEAL, 2008, p.180)
A Psicologia Jurídica, no contexto jurídico, atua em várias áreas de trabalho, como, por
exemplo, na orientação e no acompanhamento dos indivíduos envolvidos em litígio,
contribuindo para políticas preventivas. Também trabalha no estudo do efeito do judiciário
sobre o indivíduo, na pesquisa de comportamentos do delinquente.
Por meio da contribuição da Psicologia Jurídica ou Psicologia Forense podem ser esclarecidos
ao Magistrado os casos de imputabilidade/inimputabilidade, interdição, dano psíquico, disputa
de guarda de filhos e etc. Ainda na avaliação psicológica forense são investigados aspectos
relativos à saúde/doença psíquica, capacidade/incapacidade cognitivo-emocional, efeitos das
penas e decisões judiciais e Medida de Segurança.
Um dos trabalhos da Psicologia Jurídica no campo do Direito é a perícia psicológica que se
define como um exame feito por um especialista de determinado assunto com o intuito de
auxiliar os Magistrados no esclarecimento de questões específicas contribuindo em suas
decisões e sentenças.
2. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E DA INTRODUÇÃO DA
PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
Seria imprudente querer limitar o início da Psicologia Jurídica no Brasil, em razão de não
existir um único marco histórico que defina esse momento. Contudo, por meio de referências
históricas documentadas tem-se como relatar como a Psicologia e o Direito aproximaram-se.
A história da atuação de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica tem seu início no
reconhecimento da profissão, na década de 1960. Tal inserção deu-se de forma gradual e
lenta, muitas vezes de maneira informal, por meio de trabalhos voluntários. Os primeiros
trabalhos ocorreram na área criminal, enfocando estudos acerca de adultos criminosos e
adolescentes infratores da lei, Roviski¹ (2002, apud LAGO, 2009).
_______________________________________
¹Rovinski, S. L. R. (2002). La psicologia jurídica em Brasil. In J. Urra. Tratado de psicología forense (pp.661-
665). Madrid: Siglo Veintiuno de España Editores
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No decorrer da história diferente foram os cuidados prestados aos “loucos” criminosos, pelas
mais variadas categorias profissionais. No Brasil, apesar do reconhecimento do psicólogo se
dá na década de 60 do século passado, antes já atuavam no campo do Direito. Sobre tal tema:
O trabalho do psicólogo junto ao sistema penitenciário existe, ainda que não
oficialmente, em alguns estados brasileiros já pelo menos 40 anos. Contudo,
foi a partir da promulgação da Lei de Execução Penal (Lei Federal n°
7.210/84), que o psicólogo passou a ser reconhecido legalmente pela
instituição penitenciária. Entretanto, a história revela que essa preocupação
com a avaliação do criminoso, principalmente quando se trata de um doente
mental, é bem anterior à década de 1960 do século XX. Durante a
Antiguidade e a Idade Média a loucura era um fenômeno bastante privado.
Ao “louco” era permitido circular com certa liberdade, e os atendimentos
médicos restringiam-se a uns poucos abastados. A partir de meados do
século XVII, a loucura passou a ser caracterizada por uma necessidade de
exclusão dos doentes mentais. Criaram-se estabelecimentos para internação
em toda a Europa, nos quais eram encerrados indivíduos que ameaçassem a
ordem da razão e da moral da sociedade (LAGO, 2009, p. 2).
Mas foi com Pinel, a partir do século XVII, na França, que um novo tratamento passa a ser
auferido aos sujeitos portadores de transtornos mentais. Liberando os doentes de suas cadeias
e dando assistência médica a esses seres segregados da vida em sociedade.
Após esse período, os psicólogos clínicos começaram a colaborar com os psiquiatras nos
exames psicológicos legais e em sistemas de justiça juvenil. Com o advento da Psicanálise, a
abordagem frente à doença mental passou a valorizar o sujeito de forma mais compreensiva e
com um enfoque dinâmico. Com isso, o psicodiagnóstico ganhou força, deixando de lado um
enfoque eminentemente médico para incluir aspectos psicológicos, segundo Pavon (1997,
citado por LAGO, 2009).
Os pacientes passaram a ser classificados em duas grandes categorias: de maior ou menor
severidade, ficando o psicodiagnóstico a serviço do último grupo, inicialmente. Desta forma,
os pacientes menos severos eram encaminhados aos psicólogos, para que esses profissionais
buscassem uma compreensão mais descritiva de sua personalidade. Os pacientes de maior
severidade, com possibilidade de internação, eram encaminhados aos psiquiatras Rovinski²
(1998, apud LAGO, 2009). Balu³ (1984, apud LAGO, 2009).
___________________________________________________________________________
² Rovinski, S. L. R. (1998). A perícia psicológica. Aletheia, 7, 55-63.
³ Balu, T. H. (1984). The psychologist as expert witness. New York: John Wiley & Sons.
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Inicialmente, a Psicologia era identificada como uma prática voltada para a realização de
exames e avaliações, buscando identificações por meio de diagnósticos. Essa época, marcada
pela inauguração do uso dos testes psicológicos, fez com que o psicólogo fosse visto como
um testólogo, como na verdade o foi na primeira metade do século XX. Psicólogos da
Alemanha e França desenvolveram trabalhos empírico-experimentais, sobre o testemunho e
sua participação nos processos judiciais, conforme Gromth-Marnat4 (1999, apud LAGO,
2009).
Estudos acerca dos sistemas de interrogatório, os fatos delitivos, a detecção de falsos
testemunhos, as amnésias e os testemunhos de crianças impulsionaram a ascensão da então
denominada Psicologia do testemunho, Garrido (1994, apud LAGO, 2009). Atualmente, o
psicólogo utiliza estratégias de avaliação psicológica, com objetivos bem definidos, para
encontrar respostas para solução de problemas. Os testes podem ser um passo importante do
processo, mas constitui apenas um dos recursos de avaliação, segundo Cunha5 (2000, apud
LAGO, 2009). Esse histórico inicial reforça a aproximação da Psicologia e do Direito através
da área criminal e a importância dada à avaliação psicológica.
Outro campo em ascensão até os dias atuais é a participação do psicólogo nos processos de
Direito Civil. No estado de São Paulo, o psicólogo fez sua entrada no tribunal informal de
Justiça por meio de trabalhos voluntários com famílias carentes em 1979. A entrada oficial se
deu em 1985, quando ocorreu o primeiro concurso público para admissão de psicólogos
dentro de seus quadros, de acordo com Shine6 (1998, apud LAGO, 2009). Ainda dentro de
Direito Civil, destaca-se o Direito da Infância e Juventude, área em que o psicólogo iniciou
sua atuação no então denominado Juizado de Menores. Apesar das particularidades de cada
estado brasileiro, a tarefa dos setores de psicologia era, basicamente, a perícia psicológica nos
processos cíveis, de crime e, eventualmente, nos processos de adoção.
Com a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, o Juizado de
Menores passou a ser denominado Juizado da Infância e Juventude. Com isso lembra Lago
(2009) que o trabalho do psicólogo foi ampliado, envolvendo atividades na área pericial,
acompanhamentos e aplicação das mediadas de proteção ou medidas socioeducativas. Essa ex
4 Garrido, E. M. (1994). Relaciones entre la psicologia y la ley. In R. Sobral, R. Arece & A. L. Prieto. Manual de psicologia
jurídica. Barcelona: Paidós. 5 Cunha, J. A. (2000). Psicodiagnóstico - V. Porto Alegre: Artes Médicas.
6 Shine, S. (1998). Contribuições da psicologia para a justiça nas varas de família. Aletheia, 7, 93-99.
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pansão do campo de atuação dos profissionais em instituições judiciárias deu-se mediante a
legalização dos cargos pelos concursos públicos.
Em relação à área acadêmica, cabe citar que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi
pioneira em relação à Psicologia Jurídica. Foi criada, em 1980, uma área de concentração
dentro do curso de especialização em Psicologia Clínica, denominada “Psicodiagnóstico para
Fins Jurídicos”. Seis anos mais tarde, passou por uma reformulação e tornou-se um curso
independente do Departamento de Psicologia Social (LAGO, 2009)
Atualmente, não são todos os cursos de Psicologia que oferecem a disciplina de Psicologia
Jurídica. Já nos cursos de Direito, ainda que a carga horária também seja reduzida, a
disciplina já se tornou de caráter compulsório. “Como pode ser evidenciado, o Direito e a
Psicologia se aproximaram em razão da preocupação com a conduta humana”. (LAGO, 2009,
p. 5)
3. CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA AO DIREITO
A Psicologia Jurídica como uma ciência autônoma, produz conhecimento que se relaciona
com o conhecimento produzido pelo Direito, o que possibilita que haja uma interação, um
diálogo entre essas ciências. O psicólogo jurídico atua fazendo avaliações psicológicas,
perícias, orientações, acompanhamento, contribui para políticas preventivas, estuda os efeitos
do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo, entre outras formas de atuação.
Segundo Zimerman e Coltro o Direito e a Psicologia se relacionam com facilidade por terem
o mesmo objeto de estudo. Se não vejamos:
O Direito e a Psicologia são ciências que, em última análise, têm o mesmo
objeto de estudo, qual seja: o homem e as relações humanas. Enquanto o
Direito se ocupa com a normatização dos comportamentos humanos que
fazem parte das relações sociais, tratando de regulamentar as leis do
convívio, a Psicologia busca uma compreensão da inter-relação de fatores
etiológicos, psicológicos, biológicos, socioeconômicos e culturais, entre
outros, determinantes dos comportamentos chamados patológicos. Com os
conhecimentos advindos desses estudos, a psicologia propõe formas de
abordagem e tratamento das patologias mentais. Assim sendo, constitui-se
em importante ciência auxiliar do Direito ao influir com suas compreensões
a respeito do comportamento humano, traduzidas em perícias psiquiátricas,
isto ocorre tanto na evolução de processos civis ou criminais, fornecendo tais
tipos de provas técnicas, bem como após sentenças prolatadas, como é o
caso do atendimento psicológico aos doentes mentais delinquentes em
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cumprimento de medidas de segurança com a finalidade de – cessada a
periculosidade – devolvê-los ao convívio social amplo (ZIMERMAN;
COLTRO, 2010, p.361).
Quando se trata de auxiliar a Psicologia Jurídica, para melhor contribuir para o exercício do
Direito, tem-se a direção metodológica do condutismo de J. Watson, mencionada por Emílio
Myra y Lopez:
O condutismo é um auxiliar precioso para a psicologia jurídica, já que
permite obter dados e juízos sem contar com o testemunho subjetivo do
delinquente, do pleiteante ou da testemunha; em uma palavra, permite
trabalhar sem nada para preocupar-se com o que os figurantes do conflito
jurídico “dizem”; em troca, registra com singular precisão o que “fazem”.
Desse ponto de vista, os modernos métodos para a descoberta objetiva das
“mentiras”, os testes ou provas para a determinação de aptidões intelectuais
e motoras, a técnica de registro das alterações emocionais, o estudo
experimental da eficácia dos diferentes “castigos”, a valorização das
influências externas (clima, alimentação, trabalho, meio social etc.) na
produção dos diversos delitos, as regras para a observação de “indícios”
humanos e para o reconhecimento objetivo dos criminosos etc., são tantas
outras contribuições do condutismo a que a psicologia jurídica deve
agradecer (MYRA Y LOPEZ, 2009, p.9).
Observações importantes podem ser extraídas do artigo apresentado por uma aluna de pós-
graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul:
Na Psicologia Jurídica há uma predominância das atividades de confecções
de laudos, pareceres e relatórios, pressupondo-se que compete à Psicologia
uma atividade de cunho avaliativo e de subsídio aos magistrados. Cabe
ressaltar que o psicólogo, ao concluir o processo da avaliação, pode
recomendar soluções para os conflitos apresentados, mas jamais determinar
os procedimentos jurídicos que deverão ser tomados. Ao juiz cabe a decisão
judicial; não compete ao psicólogo incumbir-se desta tarefa. É preciso deixar
clara esta distinção, reforçando a ideia de que o psicólogo não decide, apenas
conclui a partir dos dados levantados mediante a avaliação e pode, assim,
sugerir e/ou indicar possibilidades de solução da questão apresentada pelo
litígio judicial. Contudo, nem sempre o trabalho do psicólogo jurídico está
ligado à questão da avaliação e consequente elaboração de documentos. Os
ramos do Direito que frequentemente demandam a participação do psicólogo
são: Direito da Família, Direito da Criança e do Adolescente, Direito Civil,
Direito Penal e Direito do Trabalho. Cabe observar que o Direito de Família
e o Direito da Criança e do Adolescente fazem parte do Direito Civil. Porém,
como na prática as ações são ajuizadas em varas diferenciadas, optou-se por
fazer essa divisão, por ser também didaticamente coerente (LAGO, 2009, p.
3)
Segundo Leal (2008) o Psicólogo está inserido nas seguintes áreas do Direito:
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A Psicologia Jurídica abrange as seguintes áreas de atuação: Psicologia
Jurídica e as questões da Infância e Juventude (adoção, conselho tutelar,
criança e adolescente em situação de risco, intervenção junto a crianças
abrigadas, infração e medidas socioeducativas); Psicologia Jurídica e o
direito de Família (separação, paternidade, disputa de guarda,
acompanhamento de visitas); Psicologia Jurídica e Direito Civil (interdições,
indenizações, dano psíquico); Psicologia Jurídica e o Direito Penal (perícia,
insanidade mental e crime, delinquência); Psicologia Judicial ou do
Testemunho (estudo do testemunho, falsas memórias); Psicologia
Penitenciária (penas alternativas, intervenção junto ao recluso, egressos,
trabalho com agentes de segurança); Psicologia Policial e das Forças
Armadas (seleção e formação da polícia civil e militar, atendimento
psicológico); Mediação (mediador nas questões de Direito de Família e
Penal); Psicologia Jurídica e Direitos Humanos (defesa e promoção dos
Direitos Humanos); Proteção a Testemunhas (existem no Brasil programas
de Apoio e Proteção a Testemunhas); Formação e Atendimento aos Juízes e
Promotores (avaliação psicológica na seleção de juízes e promotores,
consultoria e atendimento psicológico aos juízes e promotores); Vitimologia
(violência doméstica, atendimento a vítima de violência e seus familiares) e
Autópsia Psicológica (avaliação de características psicológicas mediante
informações de terceiros). No Brasil há uma concentração de psicólogos
jurídicos atuando na Psicologia penitenciária e nas questões relacionadas à
família, à infância e à juventude. (LEAL, 2008, p.182, 183)
O psicólogo jurídico deve estar apto para atuar no âmbito da Justiça considerando a
perspectiva psicológica dos fatos jurídicos; colaborar no planejamento e execução de políticas
de cidadania, Direitos Humanos e prevenção da violência; fornecer subsídios ao processo
judicial; além de contribuir para a formulação, revisão e interpretação das leis (LEAL, 2008).
Pelo exposto, entende-se que a Psicologia Jurídica contribui para o Direito uma vez que a
aplicação das leis e normas que implicam a conduta humana, diferentes tipos de
comportamento devem ser avaliados em termos das suas consequências. Estes mesmos
comportamentos devem ser avaliados de acordo com fatores cognitivos e motivacionais que
sustentam a conduta do indivíduo. Um exemplo é a avaliar o grau de capacidade mental de
um sujeito que praticou um crime classificando-o como capaz ou não de responder por esse
delito, uma vez que a Psicologia Jurídica incide especificamente sobre os aspectos cognitivos
e comportamentais e de como estas ações afetam a terceiros.
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4. DOENÇA MENTAL/PERTUBAÇÃO DA SAÚDE MENTAL E O DIREITO:
INIMPUTALIDADE PENAL E A DINÂMICA PSICOSSOCIAL DAS DECISÕES
JUDICIAIS
No senso popular tende-se a julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu comportamento,
de acordo com sua adequação às conveniências socioculturais como, por exemplo, a
obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta
capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa, é o que mostra o trecho do artigo
de Ballone (2008):
Baseando na organização Mundial de Saúde – OMS – ONU, entendem-se
como transtornos Mentais e Comportamentais as condições
caracterizadas por alterações mórbidas do modo de pensar e/ou do humor
(emoções), e /ou por alterações mórbidas do comportamento associadas à
angústia expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global. Os
transtornos Mentais e Comportamentais não constituem apenas variações
dentro da escala do “normal”, sendo antes, fenômeno claramente anormais
ou patológicos (BALLONE, 2008, p.2)
O sujeito acometido por uma doença mental fica evidenciado numa sociedade, é o que
corrobora Fiorelli (2009): um sujeito vítima do transtorno mental não fica isento de avaliações
pela sociedade que o rodeia, pois “o mesmo fica impossibilitado de atuar dentro de padrões de
normalidade, aceitos como tais no ambiente do indivíduo” (FIORELLI; MANGINI, 2009, p.
94). Atenção! Pois nem todo comportamento que foge aos padrões de uma cultura enquadrará
em transtorno mental, “para serem categorizadas como transtornos, é preciso que essas
anormalidades sejam persistentes ou recorrentes e que resultem em certa deterioração ou
perturbação do funcionamento pessoal, em uma ou mais esferas da vida” (BALLONE, 2008,
p. 2).
O mesmo autor, último citado, reforça a ideia do cuidado em diagnosticar um paciente no
quadro de “doente” mental, porque antes disso há vários sinais e sintomas a serem
observados. Contribui em seu texto para este entendimento:
Os transtornos Mentais e Comportamentais se caracterizam também por
sintomas e sinais específicos e, geralmente, seguem um curso natural mais
ou menos previsível, a menos que ocorram intervenções, nem toda
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deterioração humana denota distúrbio mental. As pessoas podem sofrer
angústia em virtude de circunstâncias pessoais ou sociais e, a menos que
sejam satisfeitos todos os critérios necessários para os diagnósticos de
determinado distúrbio, essa angústia não constituirá distúrbio mental, Há
diferença, por exemplo, entre um estado afetivo deprimido e depressão
doença, o primeiro surgindo como resposta a uma determinada circunstância
estressante e a outra como uma doença franca. Os transtornos mentais e de
comportamento, considerados pela Classificação Internacional das doenças
da OMS da ONU (CID.10) obedecem descrições clínicas e normas de
diagnóstico e compõem uma lista bastante completa. (BALLONE, 2008, p.
3)
Há riscos em confundir o que seja “doente” mental, por isso Fiorelli (2009) contribui para tal
evidência:
O desvio ou conflito social sozinho, sem comprometimento do
funcionamento do indivíduo, não deve ser incluído em transtorno mental. Há
comprometimento quando: funções mentais superiores recebem
interferência, dificultando ou afetando a atuação (por exemplo, o indivíduo
não consegue lembrar-se de compromissos); atividades da vida diária,
rotineiras, usualmente necessárias, sofrem comprometimento em algum
grau. (FIORELLI; MANGINI, 2009, p.94)
Qual a importância da “loucura” no cenário Jurídico? Segundo o mestre Pereira (2009, apud
ZILMERMAN e COLTRO, 2009, p. 555) “A loucura interessa ao Direito na medida em que
ela é elemento determinante para a capacidade, capacidade para praticar atos da vida civil.
Atos que fazem fatos [...] pela vontade, esta, por sua vez, por fatores de ordem psíquica”.
Nos mais variados ordenamentos Jurídicos, há um tratamento diferenciado aos “loucos”, no
Brasil não é diferente é o que demonstra ZILMERMAN e COLTRO (2010):
No Brasil, como na maioria dos outros países, o louco recebe tratamento
diferenciado dos demais cidadãos, na esfera penal “não pratica crime”
(inimputável- art. 26 do Código Penal Brasileiro); ou sua pena pode ser
reduzida de um a dois terços, se em virtude de perturbação de saúde mental
ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento (parágrafo único do artigo 26); no âmbito
civil, é incapaz para prática de atos da vida civil, ou seja, não pode fazer
negócios, casar, comprar, vender, segundo artigo 3° do Código Civil
Brasileiro de 2002 quando declarados judicialmente incapazes (interditados),
passando a ser curatelado. (ZIMERMAN; COLTRO, 2010, p.556)
Tratando do assunto, Arruda (2009, apud MYRA E LOPEZ, p. 553) da Clínica Psiquiátrica
das Universidades do Brasil e da Bahia, em contribuição ao livro de Myra y Lopez alude a
que:
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O atual Código penal adotou uma atitude acética ao tomar por base o método
biopsicológico, o qual, sem desprezar o critério biológico que condiciona a
responsabilidade à normalidade mental, exige que a responsabilidade (que se
baseia na capacidade de culpa moral) só se exclua se o agente, em razão da
alteração da saúde mental, era no momento incapaz de entendimento ético-
jurídico e autodeterminação. As causas biológicas que excluem a
responsabilidade são a doença mental, o desenvolvimento mental incompleto
ou retardado (oligofrenias), a embriaguez por álcool ou substância de efeitos
análogos plena e acidental, a idade menor de 18 anos. Por outro lado, a
responsabilidade subsiste quando a causa biológica não suprime totalmente a
capacidade de entendimento, embora ao juiz seja autorizado a reduzir a pena.
Desta maneira, o código procurou superar a controvérsia da responsabilidade
diminuída, já que assim denominada não era senão responsabilidade com
menor culpabilidade, no dizer de N. Hungria, responsabilidade e
irresponsabilidade são antônimos, como a vida e a morte. Não há um meio-
termo entre elas. Dentro desta orientação, as personalidades anormais (mal
denominadas psicopáticas), isto é, pessoas com decadência do senso ético,
baixa do autocontrole instintivo e outras anomalias, quando muito podem se
valer da redução facultativa da pena, por não possuir a plena capacidade de
entendimento ou de determinação. (2009, ARRUDA apud MYRA E LOPEZ,
2009, p. 553)
O psicólogo e bacharel em Direito Confessor (2011) lança para um diálogo interdisciplinar
um assunto no mínimo polêmico: como lidar com o sujeito portador de Transtorno de
Personalidade Antissocial frente ao artigo 26 do Código Penal? Vejamos sua contribuição para
o assunto:
No capítulo da Psicopatologia, um transtorno se destaca pelas implicações
que pode suscitar no campo da ciência jurídico-penal. Trata-se do transtorno
de personalidade antissocial (TPAS), cuja característica fundamental é a
existência de um padrão invasivo de desconsideração e violação aos direitos
alheios. Quando inserimos este tema ao campo jurídico, a questão que se
impõe refere-se a qual tratamento deve-se dispensar ao portador de tal
transtorno autor de ilícito penal, porquanto se é certo que se o mesmo, nessas
circunstâncias, parece comportar-se dentro dos padrões do que se
convencionou chamar de normalidade, não é menos certo que seu
comportamento é significativamente condicionado pela sua patologia
psiquiátrica. O impasse ganha contornos interessantes se cogita acerca de sua
imputabilidade penal.
O artigo 26 do Código Penal determina que é isento de pena o agente que é
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de comportar-se
conforme tal entendimento, em razão de doença mental ou de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. É necessário salientar que
o agente portador de transtorno de personalidade antissocial não perde a
capacidade de compreensão do caráter ilícito de determinado
comportamento transgressor. Todavia, por apresentar um comportamento
impulsivo, é possível conjeturar acerca da impossibilidade que essas pessoas
apresentam de comportar-se segundo esse entendimento. De qualquer forma,
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estaria incluído na regra da inimputabilidade penal (ou semi-imputabilidade)
estampada no artigo 26 (ou no seu parágrafo único) do Código Penal, sendo
possível raciocinar acerca da sujeição do agente nessas condições a uma
medida de segurança. (CONFESSOR, 2011, p. 2).
Relacionado à dinâmica psicossocial das decisões judiciais reproduzimos uma reportagem
noticiada pela repórter Menezes (2006).
A expansão do serviço psicossocial aplicado à Justiça tem influenciado
estudantes e profissionais em direção à Psicologia Jurídica. Para
fundamentar a importância e explicar "A contribuição do psicólogo no
Judiciário", o Centro de Apoio Psicossocial do Tribunal de Justiça de
Pernambuco (CAP/ TJPE) foi convidado pela Faculdade de Ciências
Humanas de Pernambuco (Sopece) para ministrar uma palestra sobre o tema.
A chefe do CAP, psicóloga Mônica Rocha, conduziu o debate, que ocorreu
na última segunda-feira, dia 8 de maio de 2006. A exposição foi assistida
pelos alunos de Psicologia Jurídica do curso de Direito. O professor da
disciplina, Silvio Santos, que também é servidor do TJPE, intermediou o
debate. De acordo com Mônica, a função majoritária do CAP, além do papel
de orientar, é fornecer pareceres e subsídios para auxiliar os juízes em suas
decisões. "Nosso diagnóstico identifica conflitos e concilia noções
psicológicas com princípios jurídicos. Lembrando que não existe parecer
definitivo: todo ele é situacional", advertiu. A contribuição do psicólogo nas
Varas de Família pautou o discurso da psicóloga do TJPE. O motivo,
segundo ela, é porque "cerca de 90% dos processos em que o CAP atua
provém dessas varas". Além das Varas de Família, o psicólogo pode
trabalhar nas Varas de Crime, Justiça Terapêutica, Juizados Especiais, Varas
da Infância e Juventude e Varas de Penas Alternativas. Mônica Rocha ainda
ressaltou a maior ocorrência de processos relativos à guarda de filhos - que
também chegam a 90% - em comparação com os feitos sobre divórcios,
visitas ou pensão alimentícia, por exemplo. A palestrante resumiu a
importância da Psicologia Jurídica com uma citação da especialista Leila
Torraca: "Todo o Direito está impregnado de componentes psicológicos, o
que justifica a colaboração da Psicologia como propósito da obtenção da
eficácia jurídica". Um dos casos citados por Mônica Rocha elucida a função
social da Psicologia Jurídica. O Ministério Público desejava subsídios para a
possível interdição de um idoso, e, para isso, enviou um pedido de
investigação ao CAP. Entretanto, a denúncia se revelou infundada. O idoso,
com mais de 90 anos, residia sozinho e se mostrou em plena capacidade.
"Uma injustiça teria sido cometida sem a averiguação. A Psicologia serve
para atuar civilmente", disse. (MENEZES, 2006, p. 2,3).
5. DISTINÇÃO ENTRE PSICOPATIA E DOENÇA MENTAL
“é preciso saber o seguinte: a maldade existe. Nós, latinos, afetivos,
passionais, temos dificuldade de admitir que existem pessoas más”
Ana Beatriz Barbosa Silva.
14
A psiquiatra Silva em entrevista, à ÉPOCA, define de forma bem simples o que seja
psicopata/psicopatia, descreve algumas características do psicopata e ainda pincela sobre o
que seja o doente mental:
Psico quer dizer mente; pathos, doença. Mas o psicopata não é um doente
mental da forma como nós o entendemos. O doente mental é o psicótico, que
sofre com delírios, alucinações e não tem ciência do que faz. Vive uma
realidade paralela. Se matar, terá atenuante. O psicopata sabe exatamente o
que está fazendo. Ele tem um transtorno de personalidade. É um estado de
ser no qual existe um excesso de razão e ausência de emoção. Ele sabe o que
faz, com quem e por quê. Mas não tem empatia, a capacidade de se pôr no
lugar do outro. Os psicopatas nascem com um cérebro diferente. Os seres
humanos têm o chamado sistema límbico, a estrutura cerebral responsável
por nossas emoções. É uma espécie de central emocional, o coração da
mente. Em 2000, dois brasileiros, o neurologista Ricardo Oliveira e o
neurorradiologista Jorge Moll, descobriram a prova definitiva dessa
diferença da mente psicopata, por meio da chamada ressonância magnética
funcional, que mostra como o cérebro funciona de acordo com diferentes
atividades. Nesse exame, mostraram imagens boas (belezas naturais, cenas
de alegria) e outras chocantes (morte, sangue, violência, crianças
maltratadas). Nas pessoas normais, o sistema límbico reagia de forma
diversa. Nos psicopatas, não há diferença. O sistema límbico dessas pessoas
não funciona. O pôr do sol ou uma criança sendo espancada geram as
mesmas reações. Da mesma forma, não há repercussão no corpo. Eles não
têm taquicardia, não suam de nervoso. Por isso passam tranquilamente num
detector de mentiras. (SILVA, 2009, p. 2)
Silva (2009) diz ainda que “é um equívoco relacionar psicopatas apenas com pessoas capazes
de atos violentos ou assassinatos em série. Eles são 4% da população e podem ser qualquer
pessoa: um colega de trabalho, o marido ou um filho”.
A psiquiatra Silva (2009) menciona ainda os sintomas de um psicopata e algumas dicas para
identificá-los no dia-a-dia:
Falam muito de si mesmos, mentem e não se constrangem quando
descobertos, têm postura arrogante e intimidadora por um lado, mas são
charmosos e sedutores por outro. Costumam contar histórias tristes, em que
são heróis e generosos. Manipulam as pessoas por meio de elogios
desmedidos. Um dado interessante é que eles não sentem compaixão, pena,
remorso. Mas sabem, cognitivamente, o que é ter esses sentimentos. Daí
representarem tão bem – e às vezes exageradamente – a vítima. Os sintomas
são: Emoções superficiais e teatralidade; Frieza e ausência de sentimentos;
Muito mais razão que emoção; Encanto superficial e sedução; Irritabilidade
e intolerância às frustrações; Mentiras e comportamento fantasioso; Vazio
existencial e tendência ao tédio; Egoísmo e egocentrismo; Incorrigibilidade e
ausência de remorso (SILVA, 2009, p. 3)
15
Já quanto à doença mental, ou como a maioria prefere, quanto aos Transtornos Mentais, tem-
se o seguinte conceito no dizer do Diretor Clínico do INEF (Instituto de Estudos e Orientação
da Família), Amaral (2010):
Transtornos mentais são alterações do funcionamento da mente que
prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, na vida social, na vida
pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na
possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade
de ter prazer na vida em geral. Isto significa que os transtornos mentais não
deixam nenhum aspecto da condição humana intocado (AMARAL, 2010, p
2).
Apesar de não encontrar uma origem conhecida para a doença mental, Amaral (2010) elenca
alguns fatores que somados podem diagnosticar um paciente com transtorno mental, se não
vejamos:
Alteração no funcionamento do cérebro; fatores genéticos; fatores da própria
personalidade do indivíduo; condições de educação; ação de um grande
número de estresses; agressões de ordem física e psicológica; perdas,
decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que perturbam o
equilíbrio emocional. Podemos então afirmar que os transtornos mentais não
têm uma causa precisa, específica, mas que são formados por fatores
biológicos, psicológicos e socioculturais (AMARAL, 2010, p. 3)
Vejamos alguns exemplos de transtornos mentais mencionados por Amaral (2010):
Estados de depressão (sentimentos persistentes de tristeza, desânimo, ideias
pessimistas e de morte ou suicídio ou tentativas de suicídio, dificuldades de
concentração e de memória ou de tomar decisões); Estado de mania
(irritabilidade, ideias de grandiosidade, atividade aumentada, incluindo
atividade sexual, fala aumentada); Estado de ansiedade exagerada (são
transtornos sérios que trazem um nível de ansiedade muito elevado, caráter
crônico, há um comprometimento na realização de tarefas, consequência da
dificuldade de concentração). Pertencem a este grupo de transtornos: - A
síndrome do pânico; Fobia social; Transtornos obsessivo-compulsivos
(AMARAL, 2010, p. 3)
No primeiro momento, pode-se chegar à seguinte conclusão, se analisarmos do ponto de vista
da lei: os psicopatas são imputáveis, porque eles sabem exatamente o que estão fazendo,
portanto podem responder pelos seus atos perante a lei. Diferentemente de um paciente
esquizofrênico, por exemplo, que durante um surto psicótico comete um crime, por estar fora
da realidade, com delírios e alucinações. O esquizofrênico é considerado inimputável, porque
a sua doença mental o incapacitou de discernir o certo do errado. O esquizofrênico vai para
alguma instituição psiquiátrica forense, enquanto o psicopata deve ir para cadeia.
16
6. NOVOS CAMPOS DO SABER JUDICIÁRIO E PODER JUDICIÁRIO: OS
MÉTODOS DE RESSOCIALIZAÇÃO EM GERAL – OBJETIVOS, VANTAGENS.
Para tratar deste tema buscou-se no site da SEDS (Secretaria de Estado de Defesa Social) em
seu banco de notícia, um comentário relatando o que está sendo feito para a ressocialização do
preso em Minas Gerais.
O aumento expressivo do número de presos que trabalham ou estudam durante o
cumprimento da pena, a transferência da administração de cadeias públicas para o Sistema
Prisional, a reforma de expansão de unidades e o estabelecimento de parcerias com a
iniciativa privada para o desenvolvimento de projetos voltados para a ressocialização dos
detentos. Estes: são os principais itens da lista de avanços obtidos pela Subsecretaria de
Administração Prisional (Suapi), da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ao longo do
ano de 2010.
Em janeiro havia 5.600 presos trabalhando paralelamente ao cumprimento da pena.
Atualmente o número é de nove mil presos que trabalham, o que representa um aumento de
60,7%. Os resultados rumo à reinserção social dos detentos se multiplicam por meio do
programa Trabalhando a Cidadania, da Superintendência de Atendimento ao Preso (Sape),
responsável pela busca de parceiros públicos e privados que ofereçam oportunidades de
trabalho aos detentos.
A Seds, em 2012, tinha cerca de 270 parceiros públicos e privados. Entre eles estão empresas
dos ramos de panificação, mecânica, metalurgia e confecção. Mais de dois mil presos já
participaram de cursos profissionalizantes como marcenaria, jardinagem, pedreiro de
alvenaria, padaria, confecção de roupas, tornearia mecânica, artesanato, auxiliar
administrativo, assistente de pessoal, informática básica, bijuterias, construção e reparos.
As penitenciárias têm prioridade na instalação de escolas, por abrigarem os presos cuja
sentença já foi transitada em julgado e, em Minas Gerais, todas já dispõem de salas de aula. O
projeto educacional também já alcança os presídios e, atualmente, há escolas em 42 unidades
prisionais do Estado, que trabalham tanto com alfabetização quanto com a modalidade EJA
(Educação para Jovens e Adultos).
17
No total, cerca de 4.600 detentos e 970 adolescentes frequentam a escola enquanto estão sob
custódia do Estado, o que equivale a 24% dos presos condenados. Desse total, 12 frequentam
cursos superiores, divididos entre as áreas de Direito, Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem e
Técnico em Produção Sucroalcooleira.
Atendendo às demandas do movimento dos Direitos Humanos e de familiares dos presos, os
procedimentos nas revistas íntimas estão sendo revistos. Hoje, em dez unidades as revistas
são feitas nos presos e não nas famílias, com destaque para Cataguases e Leopoldina, na Zona
da Mata. A perspectiva é estender essa ação, voltada para humanização, para mais 25
unidades em 2011. Vinte e seis unidades prisionais, entre elas o Centro de Remanejamento do
Sistema Prisional (Ceresp), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH), e a Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, também na RMBH,
já contam com a identificação biométrica para visitantes.
Os visitantes fazem um registro em que é armazenada, por meio de um programa de
computador, a sua impressão digital e a sua fotografia. A cada visita, a pessoa é identificada
biometricamente e é emitida uma etiqueta, que deverá ser usada durante todo o período de
permanência. Na saída, confere-se novamente a impressão digital, garantindo a maior
segurança. A estimativa é que seja gasto menos de um minuto para identificar cada pessoa. A
tecnologia tinha previsão de ser estendida no primeiro semestre de 2011.
Unidades prisionais
Das unidades prisionais administradas hoje pela Suapi, 66 eram antigas cadeias públicas que
ficavam sob a responsabilidade da Polícia Civil. A transição permitiu que policiais civis, antes
encarregados da guarda de presos, retomassem suas funções iniciais, atuando no trabalho
investigativo.
As mudanças nas unidades assumidas incluem o uso de uniforme obrigatório para os detentos
e até a visitação permitida somente após cadastro dos interessados, mediante apresentação de
antecedentes criminais, comprovante de residência e cópias do RG e CPF. Os detentos passam
a receber assistência odontológica, psicológica, social, jurídica e quatro refeições diárias.
Em SÃO LUÍS - O sistema prisional do Maranhão conta com assistência psicológica para o
processo de ressocialização dos detentos, por meio de ação da Secretaria de Justiça e de
Administração Penitenciária (Sejap). O trabalho tem à frente o coordenador de Assistência
18
Psicológica da Sejap, Ângelo Augusto de Macedo Santos, com atuação de quatro psicólogos
na capital e dois no interior do estado, além do acompanhamento dos casos por acadêmicos da
Universidade Uniceuma.
“O principal da assistência psicológica é o auxílio ao preso de Justiça no processo de
ressocialização, que é um momento difícil para quem quer voltar ao convívio social”
ressaltou, Ângelo Augusto de Macedo Santos. Ele assinalou que a Lei de Execução Penal
(LEP - n° 7.210/1984) não coloca o serviço como dever do Estado, mas a Sejap decidiu
englobá-la dentro de ação que abrange os serviços de assistência material, à saúde, jurídica,
educacional e religiosa.
Nas unidades, os psicólogos atuam como facilitadores do processo de inserção à instituição;
atendimentos individualizados; grupos terapêuticos funcionais com temáticas variadas. O
trabalho da Assistência Psicológica não é voltado diretamente para casos de transtornos
mentais, mas para dar suporte à Assistência Social e a Assistência à Saúde que atuam nesse
setor. No processo de atendimento, o juiz antes de conceder benefícios ao preso solicita uma
avaliação psicológica do interno. As empresas parceiras da Sejap pedem uma avaliação antes
de ceder oportunidade de emprego aos detentos. (JORNAL, O ESTADO, 2012).
7. PESQUISA E RELATO DE UM CASO PRÁTICO QUE EVIDENCIA A
INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE A CIÊNCIA DA PSICOLOGIA E O DIREITO
De acordo com o Desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco Jones Figueiredo
Alves:
O Direito de Família, com o advento da Constituição Federal de 1988,
adquiriu pela sua própria constitucionalização e ante a sua maior
abrangência, abrigando novas entidades familiares, maiores atenções e
exigências de uma abordagem multidisciplinar.
Os novos direitos de família estão a exigir, em benefício de suas próprias
noções fundamentais e do efetivo exercício que eles reclamam, a atuação
interprofissional daqueles que direta ou indiretamente participam das
questões familiares, de forma preponderante no âmbito judicial.
Posta assim a imperatividade de uma abordagem multidisciplinar no
moderno Direito de Família, reconhecida a sua complexidade no trato de
temas conflituosos e a interdisciplinaridade dos ramos de ciência para o
estudo e solução dos casos, postos ao julgamento judicial, emerge em
19
primeiro lugar, por convocação urgente e pioneira, a figura do psicólogo
clínico-jurídico ou psicólogo jurídico.
Não há que negar a extrema importância do auxílio e da intervenção desse
profissional, a consolidar mais das vezes, o caráter de obrigatoriedade, no
Juízo de Família, a tanto que essa atuação tem sido institucionalizada na
estrutura judiciária mediante a instalação de serviços psicossociais forenses,
como serventias de quadros próprios, aparelhadas para as suas atribuições
específicas.
Fundamenta-se essa intervenção na realidade psicossocial dos processos
judiciais de família.
A prática tem revelado o quanto significativo se apresenta o desfecho
judicial sob a moldura da intervenção do psicólogo jurídico, que enriquece o
processo com a avaliação técnica do caso. (ALVES, 2009)
Hodiernamente constata-se, em sentenças nos tribunais, a influência das ciências da mente. É
evidente o lado emocional sendo trabalhado em detrimento das decisões puramente
positivadas da resposta pura e seca das leis, é o que se encontra no julgado abaixo
reproduzido.
STJ condena pai a indenizar filha por abandono afetivo
"Amar é faculdade, cuidar é dever", diz ministra. Valor é de R$ 200 mil
SAO PAULO - A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou um pai a
indenizar em R$ 200 mil a filha por "abandono afetivo". A decisão é inédita. Em 2005, a
Quarta Turma do STJ havia rejeitado indenização por dano moral por abandono afetivo.
O caso julgado é de São Paulo. A autora obteve reconhecimento judicial de paternidade e
entrou com ação contra o pai por ter sofrido abandono material e afetivo durante a infância e
adolescência. O juiz de primeira instância julgou o pedido improcedente e atribuiu o
distanciamento do pai a um "comportamento agressivo" da mãe dela em relação ao pai. A
mulher apelou à segunda instância e afirmou que o pai era "abastado e próspero". O Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJSP) reformou a sentença e fixou a indenização em R$ 415 mil.
No recurso ao STJ, o pai alegou que não houve abandono e, mesmo que tivesse feito isso, não
haveria ilícito a ser indenizável e a única punição possível pela falta com as obrigações
paternas seria a perda do poder familiar.
A Ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma, no entanto, entendeu que é possível exigir
indenização por dano moral decorrente de abandono afetivo pelos pais. "Amar é faculdade,
20
cuidar é dever", afirmou ela na sentença. Para ela, não há motivo para tratar os danos das
relações familiares de forma diferente de outros danos civis.
"Muitos, calcados em axiomas que se focam na existência de singularidades na relação
familiar - sentimentos e emoções -, negam a possibilidade de se indenizar ou compensar os
danos decorrentes do descumprimento das obrigações parentais a que estão sujeitos os
genitores", afirmou a ministra. "Contudo, não existem restrições legais à aplicação das regras
relativas à responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar, no direito de
família".
A ministra ressaltou que nas relações familiares o dano moral pode envolver questões
subjetivas, como afetividade, mágoa ou amor, tornando difícil a identificação dos elementos
que tradicionalmente compõem o dano moral indenizável: dano, culpa do autor e nexo causal.
Porém, entendeu que a paternidade traz vínculo objetivo, com previsões legais e
constitucionais de obrigações mínimas.
"Aqui não se fala ou se discute o amar e, sim, a imposição biológica e legal de cuidar, que é
dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerarem ou adotarem filhos",
argumentou a ministra.
No caso analisado, a ministra ressaltou que a filha superou as dificuldades sentimentais
ocasionadas pelo tratamento como "filha de segunda classe", sem que fossem oferecidas as
mesmas condições de desenvolvimento dadas aos filhos posteriores, mesmo diante da
"evidente" presunção de paternidade e até depois de seu reconhecimento judicial.
Alcançou inserção profissional, constituiu família e filhos e conseguiu "crescer com razoável
prumo". Porém, os sentimentos de mágoa e tristeza causados pela negligência paterna
perduraram, caracterizando o dano. O valor de indenização estabelecido pelo TJ-SP, porém,
foi considerado alto pelo STJ, que reduziu a R$ 200 mil, valor que deve ser atualizado a partir
de 26 de novembro de 2008, data do julgamento pelo tribunal paulista.
COMENTÁRIO
A decisão em tela é inédita. Luciane de Oliveira Souza decidiu processar o pai, Antônio
Carlos Jamas dos Santos por danos morais, abandono afetivo – quando um dos pais deixa de
dar assistência moral ou afetiva, independentemente da questão material. Como se observa na
21
descrição do julgado, o STJ condenou o pai dela a pagar uma indenização de RS 200 mil pelo
descuido.
O abandono afetivo não é previsto em lei, mas o que se discutiu nesse processo não foi o amor
do pai pela filha, mas o dever jurídico que ele tem de cuidar dela. Não tem como obrigar um
pai a amar um filho. Claro, mas o que está escrito na lei é que o pai é responsável pela
educação do filho. E tem que responder pela falta do mesmo. Afeto, no sentido jurídico, não é
um sentimento. Traduz-se como um cuidado, como educação, como colocar limites. Entre os
deveres inerentes ao poder familiar, destacam-se o dever de convívio, de cuidado, de criação e
educação dos filhos, que envolvem a necessária transmissão de atenção e o acompanhamento
do desenvolvimento sociopsicológico da criança. Apesar de a condenação levar em conta a
diferença de tratamento dos irmãos de Luciane que tiveram a oportunidade de estudar em
colégios particulares e cursarem idiomas, não inclui indenização por dano material.
Além de abrir precedente para casos semelhantes, essa decisão do STJ é importante porque
tem uma dimensão política muito grande e um caráter didático, pois os pais irão se perguntar
como estão tratando seus filhos. O entendimento pode ser de que um dos sentidos dessa
indenização é responsabilizar o pai, que faltou com sua obrigação de cuidar efetivamente da
criança em sua infância. Portanto, se o tribunal dissesse que o pai não teria que responder por
isso, estaria dizendo que o pai não é responsável pela educação do filho. Mas pode-se
entender também que a Justiça deu um passo longo para a humanização da Justiça, é o que se
encontra nas próprias palavras da ministra Nancy, ao afirmar que a decisão “abre um caminho
para a humanização da Justiça”.
6. CONCLUSÃO
Como pode ser evidenciado, o Direito e a Psicologia se aproximaram em virtude da
preocupação com a conduta humana, estando atualmente entrelaçados por esse objeto comum.
Não obstante serem ciências diferentes, não podem ser dissociadas uma da outra, pois
enquanto a Psicologia busca a compreensão do comportamento humano o Direito busca
regular esse comportamento, sendo esse relacionamento essencial para a persecução da
Justiça.
22
Historicamente, por tudo que a Psicologia passou, resultou em que uma aproximação inicial
se desse através da realização de psicodiagnósticos, dos quais as instituições judiciais
passaram a se ocupar. Entretanto, diversas outras formas de atuação além da avaliação
psicológica ganharam força, entre elas o desenvolvimento e aplicação da psicologia junto às
varas cíveis, do trabalho, da infância e juventude, de família, dentre outras, abraçando a
Psicologia o grande universo jurídico quase que em sua totalidade.
Apesar disso, se observa que a atuação na forma de avaliação psicológica ainda é a mais
largamente utilizada nos tribunais. Entretanto, outras atividades de intervenção, como
acompanhamento, orientação, mediação, formação de grupos e reuniões de instrução, são
igualmente importantes.
Este trabalho buscou também, trazer à baila, a importância de se diagnosticar um sujeito
portador de doença mental, e a diferença deste com o psicopata, pois ambos devem ter
tratamento diferenciado nas decisões sentenciadas, e por meio da contribuição do Psicólogo
Jurídico isso se torna possível. Portanto, mesmo que de áreas de atuação diferenciadas,
Direito e Psicologia devem coexistir, apesar de aparentemente terem objetivos distintos,
buscando atender a propósitos diferenciados, são, na verdade, complementares,
interdisciplinares, sendo que a Psicologia Jurídica apresenta-se como essencial ao
aprimoramento da justiça e de suas instituições, ambas perseguindo a conduta humana e
caminhando para o mesmo fim, que é a diminuição do sofrimento humano.
23
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24
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