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A aproximação entre o Direito e a Psicologia Contextualização Histórica da Psicologia Jurídica PSICOLOGIA JURÍDICA AULA 2

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Page 1: A aproximação entre o Direito e a Psicologia Contextualização Histórica da Psicologia Jurídica PSICOLOGIA JURÍDICA AULA 2

A aproximação entre o Direito e a Psicologia

Contextualização Histórica da Psicologia Jurídica

PSICOLOGIA JURÍDICA

AULA 2

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Interfaces entre o Direito e a Psicologia

Tendência dos juristas ao individualismo: o desprezo pelos demais saberes.

Paralisia do pensamento jurídico

Saída: integração com outros saberes: interdisciplinaridade.

- Busca de conexões entre os conhecimentos: onde se produz mais por ligações do que por isolamentos

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Interfaces entre o Direito e a PsicologiaVisão Clássica

O DIREITO

Pertence ao mundo do dever ser;

Objetividade: mundo da ciência;

Assenta-se no princípio da finalidade.

A PSICOLOGIA

Pertence ao mundo do ser;

Subjetividade: mundo da reflexão e da filosofia;

Assenta-se na relação de causalidade.

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Interfaces entre o Direito e a Psicologia

Parecem dois mundos condenados a entender-se:

Psicologia Direito

Compreensão Conjunto de regras

das chaves do que busca regular esse

comportamento comportamento

COMPORTAMENTO HUMANO

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Interfaces entre o Direito e a PsicologiaVisão Contemporânea

“Para se chegar à justiça, precisa-se do direito e da psicologia, ambos compartilhando o mesmo objeto: o homem e seu bem-estar (Trindade, 2007).”

Alguns estudiosos das ciências jurídicas afirmam que a profissão jurídica deveria prestar atenção aos psicólogos, porque a causa mais comum do erro judicial reside na falta de noções psicológicas por parte de alguns operadores do direito.

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O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA JURÍDICA

A Psicologia Jurídica pode auxiliar a compreender o sujeito envolvido com a Justiça e a melhorá-lo,

também, pode ajudar a compreender as leis as suas conflitualidades, principalmente as instituições jurídicas, e melhorá-las também.

Tem como característica principal a interface com o direito, e busca indicadores da situação dos envolvidos em processos jurídicos, que irão nortear a atuação dos operadores do direito.

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O nascimento da Psicologia Jurídica

CONCEITOS:

1967, Mira y Lopez: “Psicologia aplicada ao melhor exercício do direito.”

1998, Miranda Junior: “a psicologia jurídica é utilizada para descrever qualquer trabalho psicológico desenvolvido junto ao Direito.

2000, Rovinski: Psicologia forense ou judicial é aquela aplicada ao campo da prática judicial, que constitui área de estudo resultante das relações entre a psicologia e a lei.

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Interfaces entre o Direito e a PsicologiaVisão Contemporânea

Ainda hoje:

O direito tem dificuldades em aceitá-la, fazendo concessão para uma disciplina auxiliar.

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A Trajetória da Psicologia Jurídica

Área emergente da ciência psicológica;

Por quê as Instituições de Justiça constituem um campo propício à atuação do psicólogo?

Final do séc. XIX:

1. Psicologia do Testemunho Buscava verificar a fidedignidade do relato do sujeito envolvido

em causas jurídicas.

2. Ampliação da Perícia Psiquiátrica, inicialmente voltada para a investigação da responsabilidade penal. Recorre-se a outros saberes, buscando a aferição de dados que viriam a auxiliar os tramites jurídicos.

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A Trajetória da Psicologia Jurídica

Prática voltada para a realização de perícia.

Anos 80:

1. Primeiro curso de especialização voltado para essa área - Psicodiagnóstico para Fins Jurídicos. UERJ,Rio de Janeiro.

2. Ainda início dos anos 80: Nova constituição brasileira - discussão sobre a cidadania e os direitos humanos.

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A Trajetória da Psicologia Jurídica

Anos 90:

1. Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90.

2. Novos posicionamentos, questionando a prática voltada para a perícia.

3. Luta dos psicólogos e dos Conselhos de Classe para o reconhecimento ou criação do cargo, junto ao poder judiciário.

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A Trajetória da Psicologia Jurídica

Hoje:

1. Ampliação no campo de atuação – informar, apoiar, acompanhar, dar orientações aos diversos casos atendidos.

2. Preocupação com a saúde mental dos envolvidos em processos judiciais.

3. Formação de equipes interdisciplinares.

4. Orientação do MEC para implantação da disciplina de Psicologia Jurídica nos cursos de Direito.

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As Dificuldades Enfrentadas Pela Psicologia Jurídica

A principal dificuldade para a solidificação do campo da psicologia jurídica consiste, ainda, na ausência de formação nessa especialidade na maioria dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades públicas e privadas brasileiras.

Delimitações dos papeis: psicólogos, operadores do direito.

Quem são os clientes da Psicologia Jurídica?

Quais são os limites da atuação do psicólogo?

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O Profissional Psicólogo Jurídico

1980: Tribunal de Justiça do Estado de SP.

Realiza trabalhos de avaliação psicológica, elaboração de documentos, acompanhamento de casos, aconselhamento psicológico, orientação, mediação e encaminhamentos.

Desempenha funções periciais e/ou de intervenção direta, de acordo com a natureza dos casos.

1. Verificatórios2. Contenciosos

• Perito: art. 139 do Código de Processo Civil.• Assistente Técnico.

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O Profissional Psicólogo Jurídico

O trabalho da Psicologia Jurídica, dentro das Instituições de Justiça, não busca provas (no sentido jurídico do termo), mas sim indicadores da situação dos envolvidos no processo jurídico, que irão nortear a atuação do advogado, do promotor e do juiz.

Demarcações do trabalho do psicólogo jurídico:Atribuições fixadas pela Instituição Judiciária, em portarias e provimentos;Pelo Código de Ética Profissional;E de acordo com as legislações pertinentes à matéria: ECA, CPC, etc;São normatizadas pelas Resoluções do CFP.

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Atribuições Profissionais do Psicólogo Jurídico no Brasil

1. Assessora na formulação, revisão e execução de leis;

2. Colabora na formulação e implantação das políticas de cidadania e direitos humanos;

3. Realiza pesquisa visando à construção e ampliação do conhecimento psicológico aplicado ao campo do Direito;

4. Avalia as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos judiciais, seja por deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de crianças, ou determinação da responsabilidade legal por atos criminosos;

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Atribuições Profissionais do Psicólogo Jurídico no Brasil

5. Atua como perito judicial nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da família, da infância e juventude, elaborando laudos, pareceres e perícias, a serem anexados aos processos;

6. Elabora petições que serão juntadas ao processo, sempre que solicitar alguma providência, ou haja necessidade de comunicar-se com o juiz, durante a execução da perícia;

7. Eventualmente, participa de audiências, para esclarecer aspectos técnicos em psicologia que possam necessitar de maiores informações a leigos ou leitores do trabalho pericial psicológico (juízes, curadores e advogados);

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Atribuições Profissionais do Psicólogo Jurídico no Brasil

8. Elabora laudos, relatórios e pareceres, colaborando não só com a ordem jurídica, como com o indivíduo envolvido com a Justiça, através da avaliação da personalidade deste e fornecendo subsídios ao processo judicial quando solicitado por uma autoridade competente, podendo utilizar-se de consulta aos processos e coletar dados considerados necessários à elaboração do estudo psicológico;

9. Realiza atendimento psicológico através de trabalho acessível e comprometido com a busca de decisões próprias na organização familiar dos que recorrem às Varas de Família para a resolução de questões;

10. Realiza atendimento a crianças envolvidas em situações que chegam às instituições de direito, visando à preservação de sua saúde mental, bem como presta atendimento e orientação a detentos e seus familiares;

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Atribuições Profissionais do Psicólogo Jurídico no Brasil

11. Participa da elaboração e execução de programas sócio-educativos destinados a criança de rua, abandonados ou infratores;

12. Orienta a administração e os colegiados do sistema penitenciário, sob o ponto de vista psicológico, quanto às tarefas educativas e profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos penais;

13. Assessora autoridades judiciais no encaminhamento a terapias psicológicas, quando necessário;

14. Participa da elaboração e do processo de execução penal e assessora a administração dos estabelecimentos penais quanto à formulação da política penal e no treinamento de pessoal para aplicá-la;

15. Atua em pesquisas e programas de prevenção à violência e desenvolve estudos e pesquisas sobre a pesquisa criminal, construindo ou adaptando instrumentos de investigação psicológica.

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Aspectos ÉticosConsiderar sempre que os resultados podem ser determinantes na medida judicial aplicada ao caso pelo juiz, embora este não esteja obrigado a acatar o laudo psicológico para sua decisão.

Especificidade da situação judicial; imparcialidade.

Avaliar aquilo é de sua competência, e nada além disso. Devendo dizer não quando o pedido supera suas possibilidades, e tendo a capacidade de redefinir essa demanda, ou seja, adaptar a demanda as suas possibilidades de atuação.