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Psicologia Jurídica e Direito Civil Prof. MSc Sandro Rodrigo Steffens Curso de Direito

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Page 1: Psicologia Jurídica e Direito Civil

Psicologia Jurídica e Direito Civil

Prof. MSc Sandro Rodrigo SteffensCurso de Direito

Page 2: Psicologia Jurídica e Direito Civil

A família patriarcal é baseada na manutenção da propriedade e de interesses políticos, bem como na constituição de um núcleo homogêneo, onde predominava a dominação masculina, a submissa da mulher, o casamento entre parentes e a negação das diferenças, já a família conjugal tem o predomínio a satisfação de impulsos sexuais e afetivos.

A família continua sendo importante no papel de transmitir a subjetividade, relacionada ao controle e a expressão dos sentimentos.

1. Quais são as principais características da família patriarcal e da família conjugal moderna? A família continua sendo importante?

Page 3: Psicologia Jurídica e Direito Civil

2. Por que em direito de família uma decisão pode servir de referência para outras situações similares, porém, não será suficiente para a total elucidação de ocorrências futuras? 

Porque nesse ramo do direito se lida com as emoções e não é possível afirmar que as pessoas sentem emoções de forma igual, podem sentir emoções diferentes em relação ao mesmo caso. Assim, as emoções e afetos que fazem parte de cada relação, devem ser analisados de forma singular, a luz daqueles que estão diretamente envolvidos no conflito.

Page 4: Psicologia Jurídica e Direito Civil

3. Em que reside à importância da perícia psicológica no direito de família?

 

Fundamenta-se na possibilidade de verificar qual a dinâmica familiar e as interações entre os membros de uma família. Tem o objetivo de trazer aos autos elementos que auxiliem o magistrado na decisão, trazem a opinião de um “expert” no assunto, que traz a realidade vivida pela família.

Page 5: Psicologia Jurídica e Direito Civil

4. Qual a diferença entre psicodiagnóstico clínico e perícia psicológica no que concerne a procura, veracidade, sigilo e apresentação dos resultados?

- No psicodiagnóstico clínico a procura é espontânea, enquanto na perícia psicológica convocam-se as partes.

- Quanto à veracidade, no psicodiagnóstico clínico, não

há interesse em mentiras ou dissimulações, já na perícia psicológica, há dissimulação e mentira de forma consciente com a intenção de ganhar a causa ou livrar-se de punição.

Page 6: Psicologia Jurídica e Direito Civil

- No que toca ao sigilo, na perícia psicológica, as informações fazem parte de um processo, que podem até contribuir na criação de jurisprudência, modificando não só a situação imediata das partes envolvidas, mas transformando a coletividade;

- Enquanto no psicodiagnóstico clínico as informações ficam restritas a quem procurou o atendimento.

- Na perícia psicológica, os laudos devem obedecer a rigor éticos e técnicos, com diagnóstico e prognóstico,

- Já no psicodiagnóstico clínico os prontuários de pacientes tem anotações diversas conforme a linha teórica adotada.

Page 7: Psicologia Jurídica e Direito Civil

5. O que expressa o Art. 145 do CPC em relação à atuação dos peritos?

 

O juiz será auxiliado por perito quando a prova do fato necessitar de conhecimentos técnicos ou científicos, porém não fica adstrito a opinião do perito, porém, pesa na decisão do juiz.

Page 8: Psicologia Jurídica e Direito Civil

6. O juiz está ou não adstrito ao laudo pericial?

 

Segundo o art. 436 do CPC, não está adstrito ao laudo, pode decidir com base em outros elementos ou fatos provados dentro do processo, pode decidir com o depoimento das partes que pesa bastante também no convencimento do juiz.

Page 9: Psicologia Jurídica e Direito Civil

7. Qual a finalidade do trabalho do assistente técnico?

 

Os assistentes técnicos são indicados pelas partes do processo, e servem para garantir e fiscalizar o trabalho do perito. Assim as partes poderão fornecer provas, testemunhas e discutir etapas da prova conduzida pela perícia.

Page 10: Psicologia Jurídica e Direito Civil

8. O que são mitos familiares, e por quê um mito tem tanto poder no âmbito familiar?

- Os mitos fazem parte da dinâmica familiar, são uma união de crenças, valores e tradições compartilhadas pelo grupo e que tem função organizativa para o funcionamento do grupo familiar e das relações deste com o meio exterior. - O conteúdo do mito tem uma dimensão de sagrado ou tabu, são convicções partilhadas que não podem ser questionadas para que se mantenha o equilíbrio do grupo familiar.

Page 11: Psicologia Jurídica e Direito Civil

9. O que é colusão? Em que reside o maior problema da colusão? O que define a colusão como patológica?

- É um jogo inconsciente que se desenvolve desde a eleição do parceiro e se aprofunda na relação conjugal. Ao longo da convivência, quando as expectativas nele implícitas não se concretizam, surgem conflitos e frustrações, raiva, magoa e infelicidade. O cônjuge passa a cobrar do companheiro a “promessa” de outrora.

- O problema reside na incapacidade parental para tolerar e regular esses sentimentos, os cônjuges podem aceitar que o comportamento do outro é muito pior do que o é na realidade, uma vez que estão em jogo seus próprios ressentimentos. Ambos depositam um no outro a esperança de verem curadas suas próprias lesões e frustrações da infância de da adolescência, querem a libertação de temores e culpas provenientes de relações anteriores.

Page 12: Psicologia Jurídica e Direito Civil

- O que define a patologia não é sua presença, mas a incapacidade de lidar com ele.

- Nas relações familiares, muitas vezes, a busca da solução judicial é o único caminho encontrado para seu enfrentamento; um caminho que não necessariamente colocará fim ao mesmo.

- Isso se observa analisando os casos de disputa de regulamentação de visitas de filhos, realizadas anos após a separação, em que se evidencia a colusão.

- Bowlby (1988, p. 98), afirma que marido e mulher podem vir a buscar na família que constituíram a satisfação de necessidades pessoais e sociais que são, por sua própria natureza, impossíveis de serem atendidas no casamento.

Page 13: Psicologia Jurídica e Direito Civil

10. Por que é necessária a tutela jurídica nos casos de casamento e separação?

É necessária para salvaguardar os direitos e garantir a punição daqueles que desrespeitarem tais direitos, serve para poder regular e ter algo que disciplina as atitudes dos pais e familiares perante a justiça.

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11. Explique por que é complicado buscar no judiciário apenas pelo poder “decisório do juiz”?

 

Porque muitas pessoas esperam que o poder decisório do juiz resolva seus problemas emocionais. Ocorre uma transferência da responsabilidade para a figura do juiz, buscando nele solução mágica e instantânea para todos os conflitos.

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12. Por que é nulo o casamento contraído pelo enfermo mental sem discernimento?

 Porque o indivíduo, conforme sua enfermidade pode ter comprometida sua capacidade crítica e manifestação da vontade, pode ser induzido ou nem saber o que ele está fazendo.

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13. O que expressa o Art. 1579 do Código Civil, a respeito do divórcio?

 

O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos, pensando nesse assunto até deveriam aumentar, para o filho não sentir tanto o divórcio entre os pais, que em tese sempre acaba prejudicando os filhos.

Page 17: Psicologia Jurídica e Direito Civil

14. O que expressa Gottieb sobre o divórcio? Como dever ser entendido o fim do relacionamento conjugal?

 

Para Gottieb não existe divórcio que seja bom para os filhos. Ele pode ser ruim ou menos ruim. A separação seria vista como uma traição a ideia de que os pais viverão eternamente juntos. O fim do relacionamento conjugal deve ser entendido não só como um drama judicial, mas também como uma situação que envolve aspectos afetivos e emocionais muito fortemente marcados, ainda que não expressamente denunciados pelas partes.

 

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15. Como os litigantes podem entender o papel do advogado, do promotor e do juiz nos processos de separação?

 A parte que sente prejudicada com a decisão pode atribuir a seus representantes a perda na “batalha jurídica”. O mesmo acontece em relação ao juiz (que é considerado um “mau juiz” porque não soube ver o seu ponto de vista).

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16. Cite quais os pontos que devem ser observados na hora de contar aos filhos sobre a separação?

 - É essencial que sejam comunicados sobre a decisão , porque isso se traduz em respeito à dignidade de cada um deles. Em geral, seja qual for a idade, já existe por parte dos filhos uma percepção acerca do relacionamento dos pais, de seus conflitos e dificuldades.- É melhor que a notícia seja dada por ambos, pai e mãe, do

que numa relação dual; isso evita o aparecimento da alienação parental;

- É importante que fique bem claro, para a criança, que a separação ocorre por razões ligadas aos pais (descartar qualquer tipo de responsabilidade da criança pela situação dos pais).

Page 20: Psicologia Jurídica e Direito Civil

17. Quais são os papéis que os litigantes podem representar em relação ao juiz e ao advogado?

- Há o cônjuge manipulador, que irá articular os fatos e a própria audiência de modo a atrair para si as atenções que deseja.

- O vitimizado, o que, em termos de relações de gênero, evidencia-se sobremaneira nas questões relativas à violência doméstica.

- O cônjuge dependente economicamente muitas vezes poderá ceder em aspectos fundamentais imaginando que com isto poderá garantir a manutenção de suas necessidades básicas.

- O cônjuge dependente afetivo que cede a uma separação consensual imaginando, assim, ganhar as atenções do parceiro e a possibilidade de reatar a convivência apenas suportada, mas não partilhada plenamente.

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18. Por que muitos casais são resistentes em suportar perícias e avaliações a respeito da guarda de filhos e visitas?

 

Porque esses procedimentos, ainda que necessários para compreensão global da situação representam não só uma demora na solução do litígio, que é conduzido no “tempo do processo, do judiciário” e não necessariamente no” tempo dos litigantes e seus conflitos”, como também a exposição de todos os envolvidos a seus próprios conflitos. A perícia faz o papel de um possível incômodo espelho, capaz de colocar à luz o que se oculta no psiquismo.

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19. Descreva o que é necessário observar no caso da dissolução da união familiar?

- Se a criança pode permanecer no espaço em que os pais tinham sido unidos, o trabalho de divórcio ocorre de maneira muito melhor para ela, que só poderá fazer o trabalho efetivo de compreender o divórcio, se é muito pequena, quando permanece na mesma escola, mantendo vínculos que representam referenciais para ela. - Até os quatro anos, ainda existe a necessidade da presença da mãe.- Os fatos e necessidades devem ser sempre analisados a luz da

realidade atual, de acordo com os novos arranjos familiares.- Também é necessário analisar individualmente a possibilidade de

manter irmãos com o mesmo cônjuge, ou de colocá-los separadamente com pai e mãe. O ideal é que todos os filhos possam, indiscriminadamente, partilhar da companhia, afeto, cuidados e atenção de pai e mãe.

Page 23: Psicologia Jurídica e Direito Civil

20. Em que fase da vida da criança o pai é importantíssimo?

 

No período dos 6 aos 12 meses o papel do pai é importantíssimo. A carência do contato com o pai, sobretudo de um contato corporal cotidiano com ele, deixa um déficit. O pai continua tendo muita importância em toda a vida do filho, especialmente nas conexões deste com o mundo externo, em passar conhecimento e experiências da vida.

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21. O que significa dizer que a sentença judicial visa solucionar conflitos e não perpetuá-los?

 

A linguagem jurídica, nem sempre acessível às partes, tem o propósito de interpretar sentimentos e transformá-los em palavras no processo. Os juízes julgam as condutas humanas e buscam dirimir os conflitos baseados na lei; a interdisciplinaridade com a psicologia jurídica auxilia a revelar motivações e comunicações latentes de um indivíduo em determinada ação, como nos conflitos familiares.

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22. Por que a paternidade não se resume a prestação de assistência material?

 

As emoções que unem pais e filhos são fundamentais no desenvolvimento emocional, social e cognitivo destes últimos. O pai que apesar de prestar assistência material, abandona afetivamente o filho prejudica-o sensivelmente. Nesse sentido, já existem decisões judiciais que concedem indenização por danos morais decorrentes do abandono afetivo.

Page 26: Psicologia Jurídica e Direito Civil

Bibliografia FIORELLI, Osmir José; MANGINI, Rosana Cathya

Ragazzoni. Psicologia Jurídica. São Paulo: Atlas, 2009.