a proposiÇÃo do “nÓs”: anÁlise e consideraÇÕes sobre a exposiÇÃo “de efoa À...

Upload: eloise-iara

Post on 02-Mar-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    1/45

    Elose Iara Braghini David

    A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A

    EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRIA DE CEM ANOS

    Trabalho de concluso de curso apresentado paraobteno do ttulo de graduada em Cincias Sociais

    bacharelado pela Universidade ederal de !l"enas#$rea de concentrao% !ntropologia da &oltica#

    'rientador% (us !ntonio )roppo

    !(E*!S+,)

    -./0

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    2/45

    ELOSE IARA BRAGHINI DAID

    A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A

    EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRIA DE CEM ANOS

    ! Banca e1aminadora abai1o2assinada aprova oTrabalho de Concluso de Curso apresentada como

    parte dos re3uisitos para obteno do ttulo degraduada em Cincias Sociais pela Universidade

    ederal de !l"enas2,)# $rea de concentrao%!ntropologia da &oltica

    !provada em%

    &ro"4#

    Instituio% !ssinatura%

    &ro"4#

    Instituio% !ssinatura%

    &ro"4#

    Instituio% !ssinatura%

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    3/45

    Dedico este trabalho a todas as pessoas 3ue tm umolhar para os detalhes reveladores de algo maior#

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    4/45

    AGRADECIMENTOS

    5 Benedict !nderson e sua obra 6Comunidades imaginadas7 por propiciarbrilhante re"le1o e um 8timo e1erccio de criticidade das costumeiras an9lisesacadmicas e uso do olhar hist8rico# 5 Carlos Tadeu Siepiers:i pelas e1igncias; porestimular uma magn"ica postura crtica no plane

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    5/45

    ?ESU,'

    *este trabalho; investigamos a imagem 3ue se constr8i de uma comunidadeuniversit9ria por meio da e1posio 6De E"oa @ Uni"al2,)% uma hist8ria de Cem anos7inaugurada em -./A pelo ,useu da ,em8ria e &atrimnio ,,& da Universidade

    ederal de !l"enas Uni"al2,)# Usamos como aparato te8rico2metodol8gico o livro6Comunidades Imaginadas7 de Benedict !nderson; cu o processo de "ormao da imaginao; daimagem ganhando ao no sistema social; demonstrando o processo de elaborao edisseminao dos meios materiais 3ue possibilitaram o compartilhamento de um modoespec"ico de imaginar a pr8pria comunidade e; portanto; o pr8prio suando seis visitaGes @mesma# Elaborando relat8rios das visitas emitindo as impressGes te8ricas 3ue surgemdelas# Construindo an9lise da documentao e e1perincia das visitaGes a partir doarcabouo te8rico2metodol8gico selecionado# !s principais conclusGes do trabalho sode 3ue o museu desempenha uma "uno de divulgador de representaGes; como pormeio da e1posio; um te1to pblico 3ue se pretende o"icial; em 3ue atua "ornecendoimagens de integrao entre Escola e Universidade; lembrando do prestgio e aGes da

    primeira 3ue "omentaram as ra>es do 3ue; segundo a e1posio; a universidade ho7 evisibilidade @ antiga Escola em busca da valorizao da E"oa no processo deconsolidao da atual Uni"al2,)#&alavras2chave% Universidade; museu; e1posio; comunidade; imagem#

    !BST?!CT

    In this paper; Je investigate the image that is constructed o" a universitK communitKthrough the e1hibition Lrom E'! to Uni"al2,)% a historK o" hundred KearsL Jasopened in -./A bK the ,useum o" ,emorK and =eritage ,,& o" the ederal

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    6/45

    UniversitK o" !l"enas Uni"al 2,)# Me use as theoretical and methodologicalapparatus the boo: LImagined CommunitiesL bK Benedict !nderson; Jhose main issueis to thin: hoJ to consolidate a social JaK to imagine the communitK; speci"icallK as anation; Jhich became "easible historicallK and sociallK the "ormation and emergence o"this JaK o" conceiving the societK# There"ore brings the process o" imagination training;image gaining share in the social sKstem; demonstrating the process o" preparation anddissemination o" material means that enabled the sharing o" a particular JaK o"imagining the communitK itsel" and; there"ore; the sub

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    7/45

    LISTA DE FIGURAS

    igura / O Ttulo da e1posio com logo da Uni"al2,)################################################-P

    igura - O Espao dedicado ao curso de arm9cia##########################################################-Q

    igura R O Espao dedicado ao curso de 'dontologia####################################################-Q

    igura A O (inha do tempo com bandeiras da Uni"al2,) e E'!

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    8/45

    SUMRIO

    / Introduo######################################################################################## ###################.

    - (egitimar o passado% os museus e a "ormao de uma mem8ria################# #######/-

    R 'rgani>ar; selecionar e es3uecer% uma hist8ria de cemanos######################################################################################################################-0

    A ! proposio do 6n8s7#########################################################################################RA

    0 ConsideraGes inais###########################################################################################A.

    P ?e"erncias Bibliogr9"icas###################################################################################A-

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    9/45

    1. INTRODUO

    Um "enmeno 3ue tem instigado a imaginao sociol8gica a "ormao de

    comunidades; ou se

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    10/45

    /.

    e1posio 6De E"oa @ Uni"al2,)% uma hist8ria de cem anos7 "eita em comemorao ao

    3ue a universidade anuncia como centen9rio da Uni"al2,)# Buscamos atravs desta

    e1posio compreender as seguintes 3uestGes% Vual o papel da criao de uma imagem

    3ue abarca todas as pessoas Vual o papel da e1posio e; conse3uentemente; do

    museu para a imaginao da comunidade universit9ria Como uma instituio

    centen9ria pode aparecer para as pessoas como algo contemporHneo por meio da

    e1posio e como esta pretende 3ue as pessoas contemporaneamente se sintam

    vinculadas a essa hist8ria centen9ria Vue imagem da Uni"al2,) emerge; tendo em

    vista a e1posio em 3uesto !creditamos 3ue o instrumental te8rico2metodol8gico de

    !nderson seer sobre museus e sua "uno na "ormao de signi"icados e identidade

    em relao @ legitimao de um passado#

    Desta "orma; consideramos essencial lanar maior compreenso sobre a 3uesto

    de como essa imagem atuali>ada por meio da ao de um grupo na tentativa de "ormar

    uma hist8ria particular# Fisto 3ue o museu cumpre um papel na construo dessa

    "ormao e imaginao e se imaginar como uma comunidade universit9ria tem a ver

    com se sentir parte de algo; 3ue uma necessidade social; a e1posio ser9 observada

    como sntese da narrativa 3ue o museu pretende legitimar como o"icial# Consideramosde grande relevHncia pensar de maneira cient"ica alguns aspectos da vivncia

    universit9ria; particularmente da Uni"al2,); pois em grande medida os estudos das

    Cincias do Social contemplam diversas es"eras do mundo social tendo poucos

    momentos de pensar conte1tos de grande pro1imidade de sua produo; assim como h9

    pouca teori>ao acerca da universidade em 3uesto e seu papel como comunidade; um

    universo 3ue abarca todas as pessoas por meio de um processo imagin9rio#

    ! "orma de investigao de nosso obada da seguinte maneira%

    / estudo da teoria e metodologia do livro 6Comunidades Imaginadas7 de Benedict

    !nderson; munindo nossa percepo para a investigao de nossas 3uestGes; sendo o

    conceito de 6comunidade imaginada7 de grande relevHncia para pensar a comunidade

    universit9ria e a construo de sua imagem em um determinado conte1toX -

    documentao da e1posio 6De E"oa @ Uni"al2,)% uma hist8ria de Cem anos7; tirando

    "otos; reali>ando "ilmagem; gravando a narrativa da visita guiada; reali>ando visitaGes

    @ mesmaX R elaborando relat8rios das visitas emitindo as impressGes 3ue surgem delas

    cote

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    11/45

    //

    das visitaGes a partir do arcabouo te8rico2metodol8gico selecionado; apontando

    possveis in"erncias e conclusGes para nossas 3uestGes# ?eali>amos seis visitas @

    e1posio entre o ms de ,aro e !bril no ano de -./0# Em uma delas "ilmamos toda a

    e1posio; espao; traao com

    certo rigor metodol8gico a uma realidade particular do mundo social# ! ousadia "ica em

    convidar o coletivo universit9rio; atravs de nosso empreendimento; a pensar a pr8pria

    realidade; disputas polticas e hist8ria universit9ria; ao pioneiramente analisar um

    conte1to de tamanha pro1imidade#

    ' nosso trabalho se divide em apresentar o aparato te8rico2metodol8gico usado

    para an9lise da e1posio; sinteti>ando a intensa discusso de !nderson sobre a

    emergncia do "enmeno do nacionalismo e; em seguida; adensando na discusso 3ue

    ele reali>a sobre o museu como um mecanismo "ormador da imagem 3ue uma certa

    comunidade "ar9 de si; no caso; como os museus atuam na construo de uma mem8ria

    nacional# !lm disso; atentamos para o 3ue recorrente no museu independente de seu

    conte1to social; sobre o 3ue "undamenta o museu como museu em termos de

    "uncionamento na teori>ao de !nderson# Em seguida; apresentamos nosso "oco

    emprico; tra>endo uma sntese dos relatos e impressGes 3ue tivemos da e1posio# !o

    derradeiro; construmos uma an9lise da e1posio; em 3ue buscamos dar conta de

    responder as 3uestGes a3ui propostas#

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    12/45

    /-

    !" LEGITIMAR UM PASSADO: OS MUSEUS E A FORMAO DE UMA

    MEMRIA NACIONAL

    Benedict !nderson se debruou sobre o tema da associao entre pessoas e os

    mecanismos 3ue a "ormam; direcionado para o "enmeno do nacionalismo;3uestionando como e por 3ue ocorreu a emergncia de naGes em um dado momento

    hist8rico# ,as 3ual o conte1to de surgimento desta pes3uisa Benedict ?ichard

    'Y)orman !nderson /RP O -./0 era irlands por autoidenti"icao; nascido na China

    em /RP# ormado em Cincia &oltica era pro"essor emrito na Universidade Cornell

    dos EU!# Sua principal obra 6Comunidades Imaginadas7; 3ue "oi tradu>ida para mais

    de R. lnguas# ! importHncia da obra tem relao com seu conte1to de criao%

    publicado em /R; Benedict !nderson teve seu primeiro impulso para escrever o livrosobre o tema no perodo da Terceira )uerra da Indochina /Q2/Q entre a China;

    Cambo

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    13/45

    /R

    ' livro 6Comunidades Imaginadas7 se organi>a da seguinte maneira% /

    apresenta as "ormas detect9veis historicamente de emergncia do "enmeno do

    nacionalismo e os tipos de nacionalismosX - concomitantemente @ apresentao de cada

    tipo de conscincia nacional; caracteri>a o 3ue seria o nacionalismo e como uma dada

    comunidade O nacional O consegue aos poucos imaginar2se en3uanto tal; bem como os

    mecanismos locais e o processo social de moderni>ao atuam nessa imaginao

    coletiva#

    ' processo social de moderni>ao; o processo econmico capitalista; "omentou

    o processo cultural do nacionalismo# =9 tipos de nacionalismo; mas h9 algo em comum

    3ue de"ine o "enmeno nacional% ele "eito de suontal; dentro de um espao delimitado por "ronteiras e cuao#

    !nderson aponta 3ue o principal mecanismo para "ormao de associaGes a

    imaginao# !ssim; temos o caso da nao como comunidade imaginada; tal 3ual um

    sistema cultural religioso ou de parentesco; dotada de especi"icidades; de acordo com o

    estilo em 3ue criada e os diversos conte1tos sociais dos 3uais emerge# *o entanto;

    como a construo de imagens 3ue ganham ao no meio social "eita de tal maneira

    3ue os suao do autor sobre esse imagin9rio de alto potencial

    greg9rio; 3ue constr8i identidades e demonstra como isso ocorre a partir do "enmeno

    do nacionalismo# !ssim; !nderson remonta ao perodo hist8rico do sculo ZF e

    demonstra 3ue diversos povos ao redor do globo no se imaginavam com "ronteiras

    "initas bem de"inidas; "alavam uma mesma lngua; organi>avam o tempo de "orma va>ia

    e homognea com o tempo medido por nmeros; no possuam material escrito emassivamente divulgado sobre sua realidade ou acontecimentos cotidianos como

    romances; livros e

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    14/45

    /A

    Segundo !nderson; o 3ue ocasionou a ascenso desse estilo de se imaginar a

    conscincia nacional "oi um conte1to hist8rico de impulso capitalista cristali>ado pelo

    mercado editorial europeu; no sculo ZF 2 o material impresso a primeira mercadoria

    a so"rer reproduo em srie# ' surgimento do vern9culo um dos principais elementos;

    pois marca a decadncia da "ora religiosa e de sua capacidade de tradu>ir o mundo para

    a populao# &ortanto; o latim 3ue era tido como universal en"ra3uece; da lngua impressa; massivamente

    distribuda pela imprensa escrita# !s lnguas mais "aladas pelo povo so as 3ue passam a

    ser de interesse para a reproduo massiva; o"erecendo melhor chance de lucros por

    parte do mercado editorial# ' primeiro grande e1emplo hist8rico deste processo dado

    pela aliana entre o protestantismo e o capitalismo editorial com os escritos de (utero;

    primeiros 6best2sellers7# ! conse3uncia de criao de vern9culos ter se tornado uma

    "erramenta de centralizao administrativa 3ue passou a ter e"eito modular; modelos

    "ormais a serem imitados e mais tarde poderiam ser conscientemente e1plorados de

    "orma ma3uiavlica# *o entanto; seu desdobramento "oi marcado pela "atalidade da

    diversidade lingustica#

    !liado a esse conte1to de ascenso capitalista; de emergncia da cincia

    moderna; do mercado editorial; das grandes navegaGes econmicas e ampliao das

    "ronteiras; temos outro "ornecedor de um estilo imagin9rio nacional% o caso dos crioulos;

    uma aspirao nacional consciente desde seu nascedouro# ' surgimento de uma

    conscincia nacional nos grupos 6crioulos7-; anterior @ maior parte da Europa; tem

    origens na disputa com o centro administrativo espanhol 3ue "a> polticas pressionando

    a elite crioula#R!s novas repblicas sul2americanas tinham sido unidades administrativas

    da metr8pole entre os sculos ZFI e ZFIII; mas com o tempo importantes "atores A

    $ Aqui de.ne2se crioulos como pessoa de descend3ncia europeia puranascida nas Am4ricas ou em qualquer lugar +ora da !uropa

    -Como cita Anderson 5$667 p 77) o estabelecimento de no8os tributosaumento da e.c*cia da arrecadao imposio de monop9lios comerciaispara a metr9pole restrio do com4rcio no "emis+4rio em pro8eito pr9priocentraliao "ier*rquica administrati8a e imigrao macia depeninsulares

    ; A imensido do imp4rio

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    15/45

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    16/45

    /P

    Estados europeus emergem como reao @s comunidades imaginadas populares e

    conscincia da ordem poltico2econmica internacionalista# &ortanto; o imperialismo

    surge de estratgias antecipadas adotadas por grupos dominantes ameaados de

    marginali>ao ou e1cluso de uma nascente comunidade imaginada em termos

    nacionais# ! ao desses nacionalismos o"iciais era de um ma3uiavelismo

    autoconsciente para se manter como dinastias no poder e buscar uma "orma de e1orci>ar

    o perigo e1terno; perigo estrangeiro; cristali>ando muitas ve>es em racismo# 's

    desdobramentos desse modelo de conscincia nacional 6o"icial7 so um nascedouro de

    uma poltica consciente e autode"ensiva; ligada @ preservao dos interesses din9sticos

    imperiais# ' trao permanente desse estilo ser o"icial por emanar do Estado; servir

    antes de tudo aos interesses dele# Ele se torna aplic9vel 3uando os revolucion9rios

    assumem o controle do Estado e esto em condiGes de us92lo em "avor de seus

    obados e

    "ormar 3uadros de subordinados especiali>ados para o Estado e para as empresas# Esses

    sistemas educacionais criaram novos tipos de peregrinao a estudantil e o

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    17/45

    /Q

    entrosamento entre os estudantes peregrinos criou a base territorial para o surgimento de

    novas comunidades imaginadas; onde os nativos puderam se imaginar como nacionais#

    ' 3ue inventa o nacionalismo de "ato; segundo !nderson; a lngua impressa;

    con"orme demonstramos com o surgimento do vern9culo# *o entanto; em um mundo

    em 3ue Estado nacional norma geral; no mais preciso de comunidade lingustica

    para se imaginar como nao# ,as ainda preciso e1plicar a origem do sentimento de

    apego 3ue os povos sentem pela comunidade nacional# *aGes inspiram amor e esprito

    de autossacri"cio; isso se e1pressa em poesias; hinos; msicas etc# ! nao

    progenitora ou um lar numa linguagem 3ue mostra algo a 3ue se est9 naturalmente

    ligado; portanto; a condio nacional assimilada @ cor da pele; ao se1o; ao parentesco;

    @ poca do nascimento e coisas 3ue no se pode escolher# Esses laos naturais permitem

    sentir a bele>a da comunidade# amlia; tal como a nao; concebida pelo senso

    comum como campo da solidariedade e do amor desinteressado e 3ue; portanto; pode

    re3uerer sacri"cios# ! lngua vernacular apresenta um signi"icado solene; por meio de

    hinos e canGes 3ue permitem a construo de um unssono; em 3ue su

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    18/45

    /

    !ssim; analisamos 3ue o autor tem como "oco emprico o sudeste asi9tico e as

    diversas colnias dominadas por di"erentes Companhias das \ndias 'rientais# Ele parte

    do sculo ZFII; incio da coloni>ao europeia; acompanha o andamento deste processo

    com a consolidao dos Estados2coloniais 3ue se estende at meados do sculo ZZ e;

    por "im; a "ormao dos Estados *acionais# !nderson "a> uma comparao entre o

    momento inicial da coloni>ao europeia nos espaos coloni>ados e o momento de

    consolidao do Estado2nao; observando 3ue mesmo em espaos sem presena de

    coloni>adores engendra2se um mesmo processo de "ormao do nacionalismo# *o caso

    dos povos coloni>ados; o nacionalismo tem sua genealogia no Estado colonial e no nos

    estados din9sticos europeus# Ento; o autor 3uestiona% as ideologias e polticas dos

    estados coloni>ados "oram apresentadas em 3ue gram9tica

    !travs do censo; mapa e museu essa gram9tica criada; e na era da reproduo

    mecHnica atuali>a sua "orma e "uno para os intuitos nacionalistas# Ela molda a

    maneira pela 3ual o Estado colonial imagina o seu domnio% a nature>a dos governados;

    a geogra"ia do territ8rio e a legitimidade de seu passado# !3ui; !nderson procura

    demonstrar sua teoria sobre como ocorre a genealogia tpica de um Estado colonial e

    como; atravs deste processo; se imagina uma comunidade% a nao# Essa abordagem

    geneal8gica; 3ue 3uestiona de onde provm tais condiGes de emergncia; se assenta na

    ar3ueologia 3ue busca a an9lise de acontecimentos locais# 'bservar os mecanismos

    utili>ados na consolidao desse processo "undamental para uma melhor compreenso

    de como isso se ar3uitetou; atentando para o nvel de conscincia e controle do Estado

    sobre o processo#

    !ntes de "alarmos dos museus como mecanismo do processo de legitimao de um

    passado; 3ue tem poder de integrao e de di>er 3ue 6somos parte de uma hist8ria em

    comum7; discorreremos acerca do processo de "ormao de uma ideia de unidade

    territorial e humana# *este processo; o espao e as unidades humanas "oramclassi"icados; respectivamente; pelo mapa e pelo censo# ' autor coloca o processo

    classi"icat8rio em evidncia e aponta como ele "eito por um determinado grupo dotado

    do poder de impor sua vontade ou percepo sobre outros grupos# !ssim; discute o

    censo e a "igura do recenseador como 6criador7 de categorias tnicas em detrimento de

    categorias religiosas 3ue perdiam dimenso identi"icadora perante o Estado# Com o

    desgaste do perodo colonial; as 6categorias de identidade7 apresentadas pelos

    sucessivos censos reali>ados no sculo ZIZ vo se tornando cada ve> mais claras;uni"icadas e e1clusivamente raciais !*DE?S'*; -..; p#--#

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    19/45

    /

    *o entanto; havia algumas identidades 3ue eram consideradas 6anomalias7 e por

    isso houve necessidade da construo da categoria 6outros7# !3ui "ica visvel o modo

    como o censo tenta mapear todas as unidades humanas 3ue "a>em parte de uma dada

    regio geogr9"ica O territ8rio do Estado O usando categorias elaboradas principalmente

    pelos recenseadores# Este mecanismo cria a ideia "ictcia de 3ue todos esto

    representados nele e ocupam apenas o lugar determinado no mesmo# !*DE?S'*;

    -..; p#-R.# ! novidade dos recenseadores do sculo ZIZ no consiste na construo

    de classificaestnico2raciais; mas sim na quantificaosistem9tica destas; pois na

    hist8ria da "ormao do Estado colonial; con"orme este crescia e aumentava suas

    "unGes; essa nova 6topogra"ia demogr9"ica7 reali>ada pelo censo era um 6mapa7 3ue

    guiava suas aGes burocr9ticas de ordenamento social# !*DE?S'*; -..; p#-RR# !s

    novas instituiGes; como escolas; tribunais; clnicas; delegacias e departamentos de

    imigrao; criaram 6h9bitos de tramitao7 3ue deram vida social @s aspiraGes

    anteriores do Estado# !*DE?S'*; -..; p#-RA

    !ssim; complementar ao mecanismo do censo; o museu "ormador de uma

    mem8ria poltica colonial 3ue se iniciou com o processo de identi"icao de importantes

    localidades a serem desenterradas; capinadas; medidas; "otogra"adas; reconstrudas;

    removidas; analisadas e postas em e1posio# Segundo !nderson; os museus e a

    imaginao museologi>ante so pro"undamente polticos e a proli"erao de museus

    sugere um processo de incorporao de heranas polticas em andamento; tendo como

    base legitimadora a nova ar3ueologia colonial do sculo ZIZ# Com aiam#

    's servios ar3ueol8gicos coloniais se tornaram instituiGes de poder e de prestgio%

    dever destes desenterrar e descobrir; classi"icar; reprodu>ir e descrever; copiar e deci"rar;

    cuidar e conservar# Tambm se buscou mapear e cuidar de monumentos antigos

    considerados os mais importantes#' prestgio do Estado colonial dependia do prestgio de sua matri>; e a3ui se

    buscava por monumentos cada ve> mais imponentes espalhados em mapas para

    instruo do pblico# Estes mapas hist8ricos "oram construdos nas colnias como

    verdadeiras 6genealogias espaciais do poder7 com "uno pedag8gica e ideol8gica# ,as

    3ual a origem destes mapas hist8ricos ' mapa de "orma geral surge como um modelo

    para o 3ue se pretendia representar; um instrumento para concreti>ar pro

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    20/45

    -.

    imperial O em 3ue se uniam num mesmo espao; por e1emplo; diversas tribos e etnias

    com uma enorme 3uantidade de lnguas incompreensveis entre si e 3ue no tinham

    conhecimento at mesmo da e1istncia de todas 3ue ali e1istiam# Como integrar e

    chamar de unidade territorial um conte1to assim

    !lm da contribuio do censo neste processo uni"icador; o Estado colonial; no

    seu ltimo perodo de instituio; "e> surgir dois avatares O mani"estao do divino

    incorporado em algo "sico O do mapa 3ue pre"iguram diretamente os nacionalismos

    o"iciais do Sudeste !si9tico no sculo ZZ# Um era idos pelo ato de tomar como 6herana7 as soberanias dos dirigentes nativos

    sucumbidos pelos europeus; "a>endo assim a reconstruo hist8rica da a3uisio das

    novas posses# !3ui; havia uma se3uncia cronol8gica dada a esses mapas; incluindo

    uma narrativa poltico2biogr9"ica do espao# &rocurava2se mostrar como eram antigas e

    respeit9veis as unidades territoriais solidamente delimitadas# ' segundo se tratava do

    6mapa2como2logo7; relativo ao processo de logoi>ao; no 3ual se constr8i um logo

    imediatamente identi"ic9vel; visvel por toda parte e 3ue penetra "undo na imaginao

    popular# Com dados e1plicativos como longitude; latitude; nome do lugar; smbolo dos

    rios; mares e das montanhas; e sobre os vi>inhos; o mapa passa a ser reprodu>ido ao

    in"inito; sendo trans"erido para carta>es; selos o"iciais; cabealhos; capas de revistas;

    manuais; toalhas de mesa e paredes de hotis# &ortanto; atravs de tais mecanismos de

    reconstruo hist8rica e logoi>ao; o mapa demonstrou possuir um "orte poder

    uni"icador#

    !ssim; a ar3ueologia colonial 3ue mapeava e cuidava de monumentos antigos;

    imponentes; espalhados em mapas para "uno pedag8gica e ideol8gica; comea um

    censo 6necrol8gico7# ' Estado tinha trs ra>Ges para tal empreendimento% / '

    momento era de con"lito entre nativos e colonos reivindicando uma educao moderna

    e; de outro; conservadores temerosos pelo resultado dessa possvel educao# EssasrestauraGes ar3ueol8gicas seguidas por ediGes de te1tos liter9rios podem ser vistas

    como um programa educacional conservador 3ue servia de prete1to para resistir @

    presso dos progressistasX - ' programa ideol8gico das reconstruGes colocava em

    hierar3uia os nativos coloniais e os construtores dos monumentos; ocorrendo uma crise

    de identidade 3ue levava os nativos a no se verem em seus ancestrais; nem os

    construtores como imigrantes; no sendo da mesma raa dos nativos# 's monumentos

    reconstrudos di>iam aos nativos 3ue a mera presena da3ueles mostra 3ue os nativosnunca "oram ou h9 um bom tempo se tornaram incapa>es de autogesto; visto 3ue

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    21/45

    -/

    estavam em meio @ pobre>aX R Sobre o mapa; os regimes se apegavam @ con3uista e a

    ideia do antigo por ra>Ges ma3uiavlicas e legalistas# !s alegaGes "rancamente brutais

    sobre o direito de con3uista "oram diminuindo com o tempo e aumentaram os es"oros

    por uma legitimidade alternativa# Cresceu o nmero de europeus 3ue 3ueriam o sudeste

    asi9tico como seu lar# &ercebemos; neste processo assinalado pelo autor; a "ora

    simb8lica presente nestes espaos musei"icados; 3ue buscavam e1por o velho

    patrimnio do Estado e preservar sua nova mem8ria#

    ! ar3ueologia monumental cada ve> mais ligada ao turismo tornava o Estado

    cada ve> mais produtor de imagens 3ue procuravam associar o passado ao presente#

    !3ui !nderson "ala sobre o processo de "ormao de uma nova mem8ria a partir de uma

    reincorporao de antigos elementos hist8ricos; s8 3ue desta ve> apresentados de uma

    maneira particular; "igurada com elementos 3ue sugerem a onipotncia semelhante a do

    Estado%

    6's antigos stios sagrados deviam ser incorporados ao mapa da colnia e seu

    venerado prestgio o 3ual; se tivesse desaparecido; como amide se deu;

    seria revivido pelo Estado envolveria tambm os cart8gra"os# Ilustra bem

    essa situao parado1al o "ato de 3ue os monumentos reconstrudos eram

    cercados por gramados elegantemente traados; sempre com placas

    e1plicativas; cheias de datas; dispostas a3ui e ali7 !*DE?S'*; -..;p#-0.#

    Estes espaos musei"icados serviam para permanecer va>ios ou para turistas

    perambularem# Eram reposicionados como insgnias de um Estado secular e a3ui

    evidencia2se o car9ter de laici>ao dos espaos pblicos; tpico do Estado2nao; em

    detrimento do religioso# &or isso a genealogi>ao do museu pro"ana; pois ela retira a

    antiga sacralidade estabelecida e sugere um novo espao ecumnico; de bem2estar;

    capa> de dar boas condiGes de vida universalmente# Tal coisa s8 "oi poltica eculturalmente possvel pela descrena dos dirigentes acerca do car9ter sagrado destes

    stios locais# Esses espaos2insgnias "oram usados em um dos recursos instrumentais do

    Estado; 3ue era a capacidade de reprodutibilidade ao in"inito; concreti>ada por meio da

    reproduo de "otogra"ias e da imprensa# &or toda parte h9 uma progresso de% /

    relat8rios ar3ueol8gicos macios; tecnicamente so"isticados; de>enas de "otogra"ias;

    registros de reconstruo de cada runaX - livros lu1uosamente ilustrados para consumo

    pblico; inclusive estampas e1emplares de todos os principais stios reconstrudosdentro da colnia# *otamos a3ui o processo de dessacrali>ao de antigos signi"icados

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    22/45

    --

    para seculari>ar estes com a releitura 3ue o Estado 3uer tra>er; da onipresena; da sua

    onipotncia# 's templos sagrados tornam2se no religiosos; mas sim secularesX R

    logoi>ao geral possvel pelo processo de laici>ao# So modelares com sries tpicas;

    como selos 3ue ilustram "auna; "lora; monumentos do local# !ssim como cartGes2postais

    e livros did9ticos; da3ui para o mercado um passo#

    Essa ar3ueologia amadurecida na poca da reproduo mecHnica

    pro"undamente poltica; mas ningum se dava conta do "ato# ' museu como espao de

    e1posio e preservao da mem8ria e patrimnio do novo Estado "oi uma "onte

    importante; praticamente inesgot9vel; de produo desses monumentos2insgnia

    apropriados pelo mercado capitalista# 's Estados p8s2independncia; em ntida

    continuidade com os estados coloniais; herdam essa "orma de musei"icao Qpoltica# '

    reconhecimento instantHneo de uma insgnia e1posta @ vista pblica se d9 pela hist8rico

    de logoi>ao durante a era colonial 3ue o caso analisado mostra# ! reprodutibilidade

    mecHnica das insgnias 3ue revelavam o verdadeiro poder do Estado; tradu>ido em

    mostras de incorporao da herana anterior num nvel mais popular# E a3ui

    evidenciamos como o museu tem semelhante capacidade de e1por a todos os suidas em massa e distribudas por toda

    a rede de ensino do primeiro grauX os adas e regulares; no se v um nico ser humano]###^ !*DE?S'*;-..; p#-0-20R

    @ essaltamos o sentido utiliado por Anderson ao +alar musei.cado comosendo equi8alente a musealiado que seria a retirada do obBeto de suacon.gurao primeira para tornar2se bem patrimonial a passagem doobBeto para documento segundo Andr4 (es8all4es 5$667) autor da *reamuseol9gica que assim de.ne o termo em seu li8ro Conceitos2c"a8e da

    Museologia >or uma questo de "onestidade com a teoriao deAnderson procuramos deiDar o termo tal como utiliado pelo autor

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    23/45

    -R

    !ssim; novamente se en"ati>a a apropriao de algo colossal e com antigo poder

    sagrado; dessacrali>ado e passado de smbolo de adorao religiosa para insgnia

    descendente da ar3ueologia colonial; para "ins de reproduo em massa; "ormando uma

    comunicao totali>ante das representaGes hist8ricas do novo Estado# !3ui Borobudur

    uma insgnia do Estado; uma logoimagem 3ue sugere a auto evidncia# W Borobudur

    mais poderoso como signo da identidade nacional por3ue todos sabem 3ue ele se situa

    numa srie in"inita de idnticos Borobudurs# W a seriali>ao como "erramenta de

    divulgao dessa incorporao hist8rica "eita pelo Estado; transmitindo sua viso;

    onipresena e onipotncia# W a publicao e di"uso de uma hist8ria em partes separadas

    e em srie#

    ,utuamente interligados; censo; mapa e museu iluminam o estilo do

    pensamento do Estado colonial tardio em relao aos seus domnios# ! urdidura desse

    pensamento com grade classi"icat8ria totali>ante podia ser aplicada; com uma

    "le1ibilidade ilimitada; a 3ual3uer coisa sob o controle real ou apenas visual do Estado%

    povos; regiGes; religiGes; lnguas; obidos; monumentos e assim por diante#

    ' e"eito dessa grade delimitar as relaGes de pertencimento# Essa coisa 3ual3uer era

    determinada e; portanto; em princpio enumer9vel# ! 6trama7 era o 3ue poderia se

    chamar de seriali>ao% o pressuposto de 3ue o mundo era "eito de plurais reprodutveis#

    ' Estado colonial no 3ueria apenas colocar sob seu controle todos @ sua vista;

    criando uma paisagem humana de plena visibilidade; a condio desta era 3ue tudo e

    todos tivessem um nmero de srie# ! ar3ueologia criadora de novas relaGes de

    ancestralidade atravs dos 6monumentos antigos7; desenvolvidos por meio de rubricas

    classi"icat8rias geogr9"icas do tipo nacionalista# Constr8i2se; portanto; uma srie laica

    suscetvel @ "iscali>ao e reproduo ao in"inito# ' 3ue importa no o monumento em

    si; mas a 6ligao ar3ueol8gica7 3ue se "a> com ele# ! srie reprodutvel cria uma

    pro"undidade hist8rica; cuado por seu va>io; ausncia deconte1to; intensidade visual e a in"inita reprodutibilidade em todas as direGes; reunindo

    censo e mapa; trama e urdidura em ample1o de"initivo# ica evidente; portanto; como

    estes monumentos musei"icados tm capacidade de esva>iar um sentido anteriormente

    dado e por meio de uma intensidade visual e sua in"inita reprodutibilidade emergir um

    mecanismo de incorporao hist8rica# ! narrativa do passado ganha um novo corpo; um

    novo sentido 3ue deve ser visvel para todos os su

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    24/45

    -A

    's princpios e mtodos necess9rios para a descrio e representao das

    6super"cies7 dos corpos humanos para a imaginao do Estado estava "eita pelo censo;

    mas tambm eram necess9rios princpios e mtodos para a descrio e representao das

    6super"cies7 das regiGes; como a cartogra"ia# !mbos com a proposta de uma

    classi"icao totali>ante# S8 "altava integrar estes corpos ao espao com a nova

    perspectiva 3ue o Estado 3ueria incorporar a estes; "eita de maneira poderosa pelos

    espaos musei"icados; com a ar3ueologia; escavao; cuidados e e1posio de uma nova

    mem8ria#

    'rgani>ar; selecionar; es3uecer% contar o passado sempre reinventar mem8rias#

    !ssim indica Benedict !nderson; ao analisar a gnese do Estado2nao moderno# &ara

    !nderson; o desenvolvimento da nao representou a emergncia de um modo peculiar

    de solidariedade social; 3ue se tornou historicamente possvel devido a uma combinao

    entre imprensa e capitalismo e uma trans"ormao antropocntrica no conceito de

    tempo# Esta interao trou1e ao ocidente uma tecnologia e uma intencionalidade 3ue;

    cada ve> mais; proporcionariam a oportunidade de 3ue um nmero maior de pessoas

    pudesse compartilhar uma mesma narrativa# Desse modo; laos imagin9rios se

    "irmaram; atravs de livros; ontal; soberano em relao @s demais organi>aGes e restrito

    territorialmente# ornecendo aos su

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    25/45

    -0

    so atenuados ou eliminados na re"ormulao da narrativa; assim a instituio museal

    tra> a possibilidade de uma nova percepo; um novo olhar; um novo sentir#

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    26/45

    -P

    #" ORGANI$AR% SELECIONAR E ES&UECER: UMA HISTRIA DE CEMANOS

    ' museu da Universidade ederal de !l"enas Uni"al2,); locali>ado no 3ue

    antes era o prdio da antiga Escola de arm9cia e 'dontologia de !l"enas E'!; teve

    sua criao aprovada no ano de -..Q# Seu acervo ma

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    27/45

    -Q

    !ssim; espacialmente en1ergamos uma tentativa de tornar presente a marca da

    universidade; sua logoi>ao% temos uma e1posio temati>ada pelas cores a>ul e

    branco; marca da Uni"al2,) vista em sua bandeira e logo; ordenada de "orma

    e3uivalente ao e1por a re2presentao da escola e da universidade% uma sala para E'!;

    uma linha do tempo hist8rica de escola para universidade; uma sala para Uni"al2,);

    uma outra sala de integrao destes dois universos# *o entanto; a re2presentao do

    universo da antiga escola mais detalhada em termos de obao dos espaos imprime a sensao de criar um

    pouco mais de intimidade com o universo da E'! e conhecer de "orma mais

    super"icial a e1istncia de 3uase totalidade de setores 3ue compGem a universidade# =9

    en"im a ltima sala; mais apertada; 3ue integra em um grande painel "otogr9"ico v9rias

    "otos de pessoas 3ue "i>eram parte da E'! e da Uni"al2,); cu

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    28/45

    -

    otogra"ia - O Espao dedicado ao curso de arm9cia#onte% Elose Iara Braghini David

    otogra"ia R O Espao dedicado ao curso de 'dontologia#onte% Elose Iara Braghini David

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    29/45

    -

    otogra"ia A O (inha do Tempo com bandeiras da Uni"al2,) e E'!

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    30/45

    R.

    otogra"ia P O &ainel "otogr9"ico "inal

    onte% Elose Iara Braghini David

    otogra"ia Q O Fitrine "inal

    onte% Elose Iara Braghini David

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    31/45

    R/

    Fisualmente; os trechos do curso de arm9cia e 'dontologia despertam maior

    curiosidade e interao com a pessoa visitante; pela 3uantidade de oba de 3ue h9 dois processos O com a

    possibilidade de concorrncia O distintos; um 6processo2escola7 e um 6processo2

    universidade7#

    Tal distino de processos daria densas e importantes pes3uisas; pois o 6pano de

    "undo7 desta di"erena "alar sobre o processo de moderni>ao no Brasil em disputa

    com o mundo tradicional historicamente consolidado# &es3uisar o conte1to de "ormao

    do ensino superior daria importantes "ios para tecitura de um te1to sobre o processo e otipo de moderni>ao brasileiro# *o entanto; e1plicamos brevemente tal distino% o

    moderno; idealmente; seria essa noo burguesa de 3ue a ao importa por si; o

    conhecimento importa por si# &ortanto; por meio do trabalho 9rduo O das mos ou da

    mente O o valor de algo ser9 determinado socialmente pela densidade e importHncia da

    coisa produ>ida; independente de 3uem o produ> e seus laos estabelecidos socialmente#

    ' tradicional; idealmente; seria essa noo ainda vinculada aos valores da nobre>a de

    3ue importa o prestgio e os laos consanguneos nas relaGes sociais# Escolas e"aculdades do ensino superior emergem no Brasil indicando um processo de

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    32/45

    R-

    moderni>ao; de ampliao e "ortalecimento do conhecimento cient"ico moderno# *o

    entanto; o mundo tradicional a3ui e1istente se atuali>ava neste conte1to tornando o

    conhecimento cient"ico em smbolos de honraria e prestgio; da surgem categorias

    como 6doutor7 sem a e1istncia de um doutorado etc# !ssim; a universidade surge como

    uma tentativa de ampliao e "ortalecimento do processo de moderni>ao em oposio

    ao mundo tradicional# &ortanto; algo de e1trema importHncia 3ue nos limitamos a3ui a

    apontar sua e1istncia e acreditamos ser "undamental a investigao deste tema pelas

    Cincias Sociais; principalmente para conhecer e apro1imar2se sobre a realidade de sua

    6pr8pria casa7#

    !inda sobre as visuali>aGes na e1posio; not9vel a "ora de alguns smbolos

    re2presentados de "orma imponente% alm da linha do tempo; ao seu "im temos a

    bandeira da E"oa e da Uni"al2,) lado a lado; novamente tra>endo ao presente um

    ordenamento 3ue sugere uma relao; uma integrao# ! sala dedicada

    predominantemente @ Uni"al2,); mapeia todos os cursos de graduao; setores

    administrativos e tcnicos da universidade; ilustrados ao menos com uma "oto de grupos

    de cada curso ou setor; aumentando a capacidade de identi"icao dos mesmos @

    e1posio# Em termos de "ora; uma das imagens mais not9veis certamente o painel

    "otogr9"ico da ltima sala; alm da vitrine embai1o do painel com obao da

    integrao# !lm disso; as "otos dos e12diretores; e12reitor e atual reitor "ormando a

    letra inicial da Uni"al2,) no centro do painel "otogr9"ico dos membros e locais da

    antiga E"oa e Uni"al2,); possui um valor de integrao mais acentuado% as aGes

    destes dirigentes do passado teriam possibilitado e criado o cen9rio para 3ue a Uni"al2

    ,) pudesse de "ato acontecer# ' 3uadrado central do painel ainda composto pela

    unio dos smbolos da antiga E"oa; o de sua "ase de transio para centro "ederal

    Ceu"e e da Uni"al2,)#Em termos te1tuais; o mais importante transmitir a ideia da importHncia deste

    processo; em 3ue a3uilo 3ue comea como uma escola particular; pe3uena; de apenas

    dois cursos; culmina em uma universidade centrali>ada em !l"enas; com mais de trinta

    cursos e dois campiavanados em &oos de Caldas e Farginha# Tambm concebe uma

    ideia de universidade% ela e1iste para cumprir a "uno de pensar; organi>ar e produ>ir

    conhecimento de uma sociedade; alm de um modo de ser maior3ue a posio ou curso

    3ue integra# Basicamente; dialoga com todos envolvidos na universidade para 3ue

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    33/45

    RR

    trabalhem na construo dessa instituio en3uanto tal# Como podemos ver e ler em um

    trecho presente em um painel da e1posio%

    6Uma universidade mais do 3ue um con

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    34/45

    RA

    certamente algo impactante e 3ue "ornece um certo prestgio @ instituio; caso essa

    imagem de uma 6universidade com hist8ria de cem anos7 seada# Uma

    instituio com "ins de construo de saberes e prestadora de servios @ sociedade 3ue

    seria centen9ria; certamente somaria ao saldo "inal da Uni"al2,)# !lm disso; o museu

    surge como uma instituio de poder e prestgio; tido como capa> de "ormular narrativas

    o"iciais sobre acontecimentos de importHncia hist8rica# ! "uno de uma e1posio

    "ormar mem8ria; dar "orma ao presente# ,ontar uma e1posio um trabalho

    ar3ueol8gico% 6desenterrar7; medir; "otogra"ar; reconstruir; remover; analisar; e1por#

    'rgani>ar; selecionar; es3uecer% so essas etapas 3ue compGe a montagem de uma

    e1posio; pois uma in"inidade de "atos acomete uma narrativa; no entanto; seleciona2se

    alguns destes "atos diante do 3ue se dese

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    35/45

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    36/45

    RP

    oportunidade de 3ue um nmero maior de pessoas possa compartilhar uma mesma

    narrativa#

    ! criao de uma e1posio "eita por meio da identi"icao de importantes

    obul e branca; como a bandeira da Uni"al2,) e os logos da E"oa e

    da Uni"al2,) reprodu>idas em bandeiras; ob

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    37/45

    RQ

    !ssim; em relao @s 3uestGes 3ue nos colocamos na introduo; nos parece 3ue

    uma e1posio como esta tem um "orte potencial para ser analisada @ vista do

    instrumental te8rico de !nderson; pois organi>a; seleciona e reinventa uma nova

    mem8ria com intuitos polticos e; portanto; ideol8gicos e de "orma pedag8gica#

    &ensamos 3ue este conte1to analtico "undamental para melhor compreendermos o

    papel da e1posio; do museu na imaginao da comunidade universit9ria; por "im; para

    re"letirmos sobre o desenvolvimento; implicaGes e conse3uncias da criao de

    imagens 3ue abarcam todas as pessoas# ! e1posio tem elementos 3ue nos instigam a

    3uerer entender os mecanismos utili>ados para 3ue uma instituio centen9ria O E"oa O

    pode ser apresentada @s pessoas como algo contemporHneo; bem como a3ueles

    mobili>ados para 3ue as pessoas contemporaneamente se sintam vinculadas @ essa

    hist8ria centen9ria# ! resposta para esta pergunta certamente vem da imagem de Uni"al2

    ,) sugerida na narrativa apresentada pela e1posio em 3uesto#

    Segundo !nderson; comunidade s8 e1iste a partir do momento em 3ue os

    membros de um grupo se imaginam como pertencentes a um determinado universo

    comum# ! universidade um universo amplo 3ue integra universos menores; como

    distintas linhas cient"icas; cursos; universit9rios; pro"essores; "uncion9rios;

    administrao; grupos religiosos; movimentos sociais# E1iste uma di"erena de

    intensidade de in"luncia destes universos nos su

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    38/45

    R

    Tendo em vista o poder pedag8gico de transmisso ideol8gica e poltica do

    museu tra>ido por !nderson; constatamos a sua capacidade de incorporao de heranas

    polticas; portanto; de dar uma nova "orma @ imagem do grupo atravs de uma narrativa

    simb8lica; 3ue usa e abusa das imagens; da comunicao pelos espaos e pela maneira

    de construo destes espaos como ob no e1ista comunidade 3ue no seadas no "ace2a2"ace do cotidiano;

    considerando 3ue talve> nem elas escapem da construo imagin9ria#

    &ortanto; pensamos 3ue a imagem 3ue a e1posio 6De E"oa @ Uni"al2,)% uma

    hist8ria de cem anos7 possibilita construir principalmente uma re2leitura da Uni"al2

    ,)# Temos um conte1to moderno; do descart9vel; "luido; r9pido; uma universidade

    recm2"ormada; com um nmero de su surgir uma realidade em uma diversidade con"litante

    com a l8gica da antiga Escola; reprodu>indo assim as disputas entre campos cient"icos;

    entre concepGes polticas e partid9rias; entre distribuio e destinao das verbas para

    cada instituto# ! e1posio busca; a todo instante lembrar e mostrar no tempo presente;

    uma pro1imidade espacial e temporal entre E"oa e Uni"al2,)# Isto tambm culmina

    numa pro1imidade e relao semHntica; 3ue tenta di>er; elas tm uma relao% umaestrutura de aculdade cu

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    39/45

    R

    sentidos 3ue a universidade tambm busca empreender; assim; a3uela instituio

    centen9ria aparece como algo contemporHneo# ! imagem de Uni"al2,) 3ue nos parece

    emergir da e1posio 3ue a universidade o 3ue no presente devido @ uma estrutura

    pr2e1istente 3ue teve sua importHncia; ou se o incio da universidade tal como ela e em uma narrativa 3ue no "ala de

    problemas da antiga E"oa; mas en"ati>a seus prestgios; aGes e su

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    40/45

    A.

    construo% possibilita colocar em movimento sentimentos; imagens; ideias; integradas e

    articuladas em uma narrativa; em uma determinada l8gica# Talve> a "ora maior da

    legitimidade de uma dada e1posio venha das artimanhas 3ue o museu reali>a para se

    edi"icar e manter como uma instituio de poder e prestgio# Se ele visto como uma

    instituio imparcial; 3ue no possui ideologia nem serve a nenhum grupo; torna

    possvel a concreti>ao de sua e"ic9cia; como "ornecedor de narrativas o"iciais; ou

    como diria Benedict !nderson; 6divulgador de representaGes7#

    !ssim; o papel da e1posio e conse3uentemente do museu para a imaginao

    da comunidade universit9ria se torna evidente; a proposio do 6n8s7# ,as um 6n8s7

    3ue a um nvel micro; como se v na e1posio; busca apro1imar e integrar duas

    narrativas; dois processos em um s8# E1pressar; tornar possvel sentir e imaginar como

    um s8 "oi possvel por conta das reali>aGes e prestgio do outro# ! um nvel macro; a

    construo do 6n8s7 "igurada pelo museu desempenha a divulgao; a comunicao

    com o pblico 3ue possibilita construir no tempo presente uma imagem coletiva da

    universidade e suas aGes; operando na divulgao de representaGes# ' papel desse

    e1erccio de criar uma imagem 3ue abarca todas as pessoas sobre poder# ' poder de

    6di>er7 o desenho; a imagem da "orma 3ue uma comunidade ir9 assumir por um perodo

    de tempo; de in"luenciar no processo pelo 3ual um con7 e 6visibilidade7

    para um determinado grupo e; caso essa imagem se interiori>e nas mentes e coraGes de

    boa parte de um grupo; in"luenciar9 nas disputas e relaGes internas# !ssim ser9 possvel

    um dos lados ganhar maior prestgio; brilho; ou a sensao de grandiosidade em

    detrimento de outros; "irmando uma possvel relao hier9r3uica#

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    41/45

    A/

    (" CONSIDERAES FINAIS

    Como vimos por meio de !nderson; a imagem da comunho necessita ser construda e

    constantemente lembrada# Se nas pe3uenas sociedades indgenas ela se "a> por laos

    concretos de relaGes de parentesco; nas grandes sociedades modernas ela necessita serelaborada de outra "orma# !nderson demonstra 3ue; nesse caso; as instituiGes

    burocr9ticas; a imprensa; a lngua impressa; a al"abeti>ao; a escolari>ao estatal

    obrigat8ria; os mapas censos e museus "oram importantes vias na criao de novas

    possibilidades de compartilhar narrativas e imaginar laos; di"undi2los e legitim92los#

    Desse modo; para !nderson; as representaGes divulgadas pelos museus e mapas "oram

    importantssimas para a consolidao da solidariedade nacional; representando; das

    mais variadas maneiras; uma narrativa 3ue une todos os seus participantes em umdestino comum; mesmo 3ue para isso muitos con"litos devam ser es3uecidos ou

    relembrados apenas como con"litos internos; submissos e posteriores @ unio do grupo#

    &ara !nderson; tanto os suar a e1posio analisada

    por n8s; contribui na "ormao de uma imagem da comunidade universit9ria# Cremos

    3ue observar as narrativas empregadas pelo ,useu de um ponto de vista crtico

    essencial para promover a autoconscincia do grupo em relao aos seus

    en"rentamentos e potencialidades# E1aminar a dimenso propriamente poltica da

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    42/45

    A-

    proposio de uma imagem 3ue conecta o passado com o presente; procurando detectar

    o 3ue colocado como obamos neste trabalho a lembrana 3ue a e1posio nos "a>; das aGes

    sociais; pes3uisas cient"icas e demais narrativas de prestgio da antiga E"oa; colocando

    em es3uecimento 3ual3uer aspecto negativo; a no ser o "ato das "ormandas se vestirem

    com traando o ambiente cient"ico machista# !lm

    disso; ob

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    43/45

    AR

    )"REFER*NCIAS BIBLIOGRFICAS

    !*DE?S'*; Benedict# Comunidades imaginadas% re"le1Ges sobre a origem e a di"usodo nacionalismo# So &aulo% Companhia das (etras; -..#

    !UE?B!C=; Erich# ,imesis% a representao da realidade na literatura ocidental# So&aulo% &erspectiva; -./0#

    B('C=; ,arc# ! sociedade eudal# So &aulo% EdiGes Q.; -..#

    ____________# 's reis taumaturgos# So &aulo% Companhia das (etras; /R#

    C!?F!(='; (uciana ,ene>es de# De E"oa @ Uni"al2,)% uma hist8ria de cem anos#!l"enas% ,useu da ,em8ria e &atrimnio da Uni"al2,); -./A#

    DESF!((WES; !ndr# Conceitos2chave da ,useologia# So &aulo% Comit Brasileirodo Conselho Internacional de ,useus% &inacoteca do Estado de So &aulo% Secretaria deEstado da Cultura; -./R#

    TU?*E?; Fictor# loresta de smbolos% aspectos do ritual *dembu# *iter8i% EdU;-..0#

    ____________# Drama; campos e met9"oras# *iter8i% EdU; -..#

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    44/45

    AA

  • 7/26/2019 A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE A EXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRI

    45/45

    A0

    U*IFE?SID!DE EDE?!( DE !(E*!S2,)

    ELOSE IARA BRAGHINI DAID

    A PROPOSIO DO NS: ANLISE E CONSIDERAES SOBRE AEXPOSIO DE EFOA UNIFAL-MG: UMA HISTRIA DE CEM ANOS

    !(E*!S+,)

    -./0