a problemática da falta de limites dos alunos artigo2 2

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A PROBLEMÁTICA DA FALTA DE LIMITES DOS ALUNOS: ASPECTOS DA SOCIALIZAÇÃO-INTERAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Adria Rosane Leão pereira Alberto Silva¹ Clariane Castro Pedroso Hellem Cristina Souza Cardoso Leandra Maria da Silva Santos Libório INTRODUÇÃO Este estudo surgiu do compromisso e do interesse em discutir sobre a temática relacionada ao cotidiano da escola, no que diz respeito ao comportamento dos estudantes, mais especificamente a falta de limites, aonde muitas crianças chegam à escola sem qualquer respeito às regras do convívio social. Muitas das vezes é o professor ou a professora que assume a responsabilidade de mostrar para a criança que existe uma norma de convivência entre as pessoas e nem tudo ou todos estão à disposição de uma só pessoa ou ela pode “fazer o que quiser”. Em nossas observações no estágio supervisionado, esta problemática foi a que nos motivou a refletir e a contribuir para o debate sobre esse assunto. Desde o primeiro momento, na escola observada por nosso grupo de estudo no estágio, tal assunto se tornou evidente e daí a procurarmos relacionar os aspectos da socialização-interação do conhecimento nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Núñez explica: O processo de assimilação pelo aluno é um tipo de atividade de apropriação e não de reações especificas que condicionam condutas do aluno, como explicam as teorias condutivas e neocondutista.(NÚÑEZ apud. TALIZINA p.70 2009). A aprendizagem só acontece quando há interação entre professor (a) e aluno isto vem acontecer no momento após a integração do composto em sala de aula para poder acontecer a socialização. Observamos no estágio a falta de educação doméstica e a visível desorientação do aluno em relação ao professor, a violência em cada gesto, o tom de ameaça na voz da criança deixando explícito o meio que frequenta, e o total desrespeito ao professor(a). Comuns as agressões verbais ocorridas entre os alunos e não raro dirigindo-se ao professor(a) em tom de deboche, para isso basta o professor cobrar o exercício levado para casa ou convidá-los a participar da aula. A brutalidade das palavras assustam, mas segundo Vygotsky essa influência é social, vide: [...]a atividade mental é exclusivamente humana e é resultante da

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Page 1: A problemática da falta de limites dos alunos artigo2 2

A PROBLEMÁTICA DA FALTA DE LIMITES DOS ALUNOS: ASPECTOS DASOCIALIZAÇÃO-INTERAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Adria Rosane Leão pereiraAlberto Silva¹

Clariane Castro PedrosoHellem Cristina Souza Cardoso

Leandra Maria da Silva Santos Libório

INTRODUÇÃO

Este estudo surgiu do compromisso e do interesse em discutir sobre a temática

relacionada ao cotidiano da escola, no que diz respeito ao comportamento dos estudantes, mais

especificamente a falta de limites, aonde muitas crianças chegam à escola sem qualquer respeito

às regras do convívio social. Muitas das vezes é o professor ou a professora que assume a

responsabilidade de mostrar para a criança que existe uma norma de convivência entre as

pessoas e nem tudo ou todos estão à disposição de uma só pessoa ou ela pode “fazer o que

quiser”.

Em nossas observações no estágio supervisionado, esta problemática foi a que nos

motivou a refletir e a contribuir para o debate sobre esse assunto. Desde o primeiro momento, na

escola observada por nosso grupo de estudo no estágio, tal assunto se tornou evidente e daí a

procurarmos relacionar os aspectos da socialização-interação do conhecimento nos anos iniciais

do Ensino Fundamental. Núñez explica:

O processo de assimilação pelo aluno é um tipo de atividade de apropriação e não de reações especificas que condicionam condutas do aluno, como explicam as teorias condutivas e neocondutista.(NÚÑEZ apud. TALIZINA p.70 2009).

A aprendizagem só acontece quando há interação entre professor (a) e aluno isto vem

acontecer no momento após a integração do composto em sala de aula para poder acontecer a

socialização. Observamos no estágio a falta de educação doméstica e a visível desorientação do

aluno em relação ao professor, a violência em cada gesto, o tom de ameaça na voz da criança

deixando explícito o meio que frequenta, e o total desrespeito ao professor(a).

Comuns as agressões verbais ocorridas entre os alunos e não raro dirigindo-se ao

professor(a) em tom de deboche, para isso basta o professor cobrar o exercício levado para casa

ou convidá-los a participar da aula. A brutalidade das palavras assustam, mas segundo Vygotsky

essa influência é social, vide:

[...]a atividade mental é exclusivamente humana e é resultante da

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aprendizagem social, da interiorização da cultura e das relações sociais;[...] o desenvolvimento mental é, em sua essência, um processo sociogenético;[...] a atividade cerebral superior não é simplesmente uma atividade nervosa ou neuronal superior, mas uma atividade que interiorizou significados sociais derivados das atividades culturais e mediada por signos (Vygotsky Apud LUCCI 2006).

A falta de autoridade dos pais provoca a falta de limites, as ações e reações

incompatíveis com a escola. A violência trazida das ruas chegam à sala de aula por que desde

pequenos aprendem a bater e não há quem lhes diga quando parar.

Dos signos falados por Vygotsky seja essa liberalidade em moda, que provoque maior

dano na formação destes indivíduos, o estímulo resposta dos primeiros anos, que deveriam ser

dados dentro da sala de aula do ensino infantil com trabalho de coordenação motora e

lateralidades.

Ficou a mercê das brincadeiras de rua e de uma liberdade sem o controle familiar

aliado a uma gama de informação contraditórias, que só ensinam direitos omitindo das crianças os

deveres. A apropriação das funções superiores, a saber, percepção, memória voluntária etc.

Lampreia apoia-se em Vygotsky para falar deste comportamento:

“Poder-se-ia dizer que a característica básica do comportamento humano em geral é que é que os próprios homens influenciam sua relação com o ambiente e, através desse ambiente, pessoalmente modificam seu comportamento, colocando-o sobre controle”( Vygotsky adup LAMPREIA p.123 1992).

Nosso objetivo nesse trabalho é mostrar as dificuldades do professor(a) em socializar

o conhecimento ante a falta de limites dos alunos. O processo de integração que precede todo o

ritual de aproximação e a socialização do aluno na busca da apropriação do processo de ensino e

aprendizagem.

Observamos esta construção por quatro períodos em dois momentos distintos na

escola privada e na pública, na primeira, há regras bem definidas e a presença da família, mesmo

que, não no grau desejado, dado o contexto social que vivemos com nosso cotidiano atarefado

pela imposição do mercado de trabalho acontece.

No segundo caso as regras não são tão definidas, pois o pacto social e diferenciado, e

por isso percebemos o extra-classe muito mais influente nas relações professor aluno e

principalmente na relação aluno professor. E nesse processo a forma não correta como é

trabalhada na própria escola os direitos sem deveres, o desrespeito do aluno para com o

professor incida bem mais alarmante, e o ensinar a aprender muito mais deficiente. Buscaremos

mostrar essa relação de socialização e interação do conhecimento frente a falta de limites dos

alunos na sala de aula.

1- A relação professor (a) aluno na escola particular investigada:

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A forma de tratamento da palavra educador no campo de estágio na escola pública

tem a visão holística da escola. Todos os servidores são educadores nesse contexto, os alunos

respeitam os servidores e a reciproca é verdadeira. Pais e escola caminham juntos. Há casos de

pais relapsos sim, mas a quantidade é bem menor em relação a escola pública.

A qualidade do ensino se dá do ponto de vista comercial, como uma mercadoria cara e

a cobrança de resultados é rígida e constante, a autoridade do professor e do corpo de

educadores da escola é inquestionável, os pais têm acesso à cantina e dizem o que os filhos

podem e o que não podem comer. Os limites são compartilhados entre escola e família e a

criança não se sente tão senhora de si.

A cantina obedece a regras acolhendo as determinações dos pais. Servindo

alimentação de qualidade e saudável. Essa interação entre pais e escola facilita na interação

aluno professor e professor aluno decorre num clima ameno onde todos buscam a educação da

criança, sua socialização e interação nos vários aspectos do conhecimento.

Essa relação é possível por haver todo um trabalho de apoio que vem colaborar com o

trabalho em sala de aula. A cumplicidade entre professores e alunos facilita a socialização do

conhecimento por haver interação entre o corpo docente e o discente. Nesse contexto todos na

escola são educadores e mantém a mesma postura dos professores em relação aos alunos.

Nunca erguem a voz mantendo a contagem de calma que nunca chega a dez.

1.1- Como confrontar a falta de limites na escola?

É necessário que se explicite as normas de convivência muito fortemente na escola,

mas a família tem que estar cobrando e fazendo sua parte, aliando-se a escola e também

questionando os métodos para que, juntos possamos melhorar a sociedade.

A família não pode ser deixada a margem do processo de construção destes valores

que devem ser trabalhados em conjunto com a escola para que a hierarquia seja integrada na

formação do indivíduo nesse sentido reflete Demo:

A necessidade da relação entre educação e conhecimento se coloca, pois,sobretudo do ponto de vista da educação, que corre atrás do prejuízo. Primeiro, é mister que a educação não se reduza a conhecimento. Segundo, é mister manter a hierarquia ética, resguardando o lugar de cada termo.(DEMO. p.19- 2002).

Demo, reforça essa ideia de hierarquia e respeito de educar socialmente o indivíduo

para o coletivo. A presença da supervisão efetiva na sala de aula, é para o professor a certeza do

apoio pedagógico. Os recursos de áudio e vídeo trabalham sempre a colaboração, a obediência e

o respeito e a necessidade de aprender. O professor (a) reflete na sala de aula os problemas do

dia a dia provocando a criança a fazer a reflexão do aprendizado.

Essa visão de formação do aluno é que permite a escola campo de estágio ter o

retorno esperado pela metodologia e prática na sala de aula, que trabalha a interação

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provocadora e socializadora do conhecimento.

2 A relação entre professor e o aluno na escola pública:

Diferente do que ocorre na escola particular, o aluno-(a) da escola pública, vem na sua

maioria de uma realidade dura e não raro são pequenos adultos pelos conflitos a que são

expostos no seu dia a dia.

Filhos de pais nem sempre tão próximos ou presentes, vão à escola pelo atrativo da

merenda escolar é; e continuará sendo assim por muito tempo. A garantia de frequência escolar a

merenda sendo o ponto de integração dos alunos.

A autoridade do professor está definitivamente na máxima: “ Faz a tarefa, senão vai

ficar sem merendar, hoje”. Essa é em muitos casos a certeza da tarefa pronta no dia seguinte,

pelo medo de ficar sem comer a atividade solicitada acontece.

O professor (a) provocador (a) e reflexivo acaba tolido na sua ação, pois seus alunos

no quarto ano ainda não estão alfabetizado, como vai refletir e provocar num ambiente em que o

aluno que não sabe ler está sendo trabalhado nos conteúdos como se soubesse.

Os alunos não criam os conceitos, as imagens, os valores e as normas da moral social, mas a assimilam no processo da atividade de aprendizagem. Como foi anteriormente dito, essa assimilação pode ser reprodutiva, produtiva e criativa.(NÚÑEZ P. 70 2009).

A falta de limites das crianças faz com que o desrespeito pelo professor (a) se torne

um dos pontos cruciais, as culturas da ruas vem fortemente para a sala de aula. Como ensinar

alguém que não quer aprender, pois declaradamente só vai para a escola a fim de garantir o

benefício das bolsas sociais, que dão suporte ao sustento mensal.

[…] A escola que na origem grega designava “o lugar do ócio” é transformada num grande negócio”. Inaugura-se um promissor micho de mercado.[...] a expansão dos capitalistas do ensino.(SHIROMA,MORAES e EVANGELÌSTA p.100 2700).

O sucateamento da escola pública é a garantia de uma nova escola particular de

qualidade sem diferencial oficial, dessa forma não há interesse do estado em tornar a escola

pública em escola de qualidade. E o ócio aqui garantido é o ócio marginalizador.

2.1- A criança cliente e o menino (a) carente.

O público-alvo é que determina a prática, o compromisso, as responsabilidades e o

envolvimento. O desestímulo profissional é causado por vários motivos, que vão desde o baixo

salário à falta de recursos pedagógicos e recursos humanos.

O olhar para a criança da escola pública é diferente em relação a escola particular. Na

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escola particular essa criança é cliente, todos os envolvidos no processo de formação olham

assim esta criança.

A socialização e interação acontece porque assim é determinado, a criança cliente

tem que ler e entender o que leu aos oito anos, essa criança teve uma base pré-escolar onde foi

trabalhada as lateralidades a coordenação motora, todo um conjunto de ações que vão ajudá-lo

no desenvolvimento dos primeiros anos.

Essa criança foi socializada integrada e inteirada no ensino infantil seu rendimento nos

anos iniciais serão bem melhores, que o rendimento daquela criança carente, que vai a escola

para não perder o bolsa família, e que vê a professora não como uma amiga, mas como alguém,

que está ali para fazer cobranças.

O sistema criou prêmios e abonos para melhorar o ganho do professor (a), e isso não

visa a qualidade de ensino. Fez da criança carente objeto de índices de aprovação no IDEB e a

aprovação a metas.

Nesse contexto aprovar criança analfabeta é comum, afinal toda escola gostaria de

receber salários extras. Os professores compromissados são olhados com desrespeito até pelos

colegas.

[...] Um professor que é afetivo com seus alunos estabelece uma relação de segurança evita bloqueios afetivos e cognitivos, favorece o trabalho socializado e ajuda o aluno a superar erros e a aprender com eles.[...] a criança aprende com os membros mais experientes de sua cultura. Assim sendo, se o professor for afetivo com seus alunos, a criança aprenderá a sê-lo.(SILVA E SCHNEIDER p.83 2007).

Em que tempo poderia acontecer este aprendizado se cada aluno tem seu próprio

tempo, pois se o professor cobra o cobra o aluno em sala de aula recebe uma resposta não

educada por parte dele (a).

Como socializar conhecimento se o sujeito da ação não tem interesse em aprender;

como fazer interação se as crianças não se integram entre si divididos em tribos.

3- Os direitos e a falta de limites

A fragmentação da cidadania em grupos para variar veio fazer da escola um campo de

batalha onde o professor ao trabalhar pode cometer crimes inafiançáveis, tais como

constrangimentos, homofobia, racismo e outros. (continuar da

A criança não consegue ler no quarto ano das series iniciais, mas sabe cobrar direitos.

Isso seus pais ensinaram, mas os deveres estes a vida vai cobrá-los. Gadotti, refletindo sobre as

experiências nicaraguenses de alfabetização esclarece-nos sobre a necessidade socializadora da

alfabetização.

[…] Impulsionar e levar à frente uma alfabetização popular requer, como condição, uma

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autêntica confiança no povo como protagonista ativo e sujeito de suas próprias transformações históricas.(GADOTTI P. 219 2008).

Como pode um povo construir sua história com rupturas onde as diferenças não

somam para a igualdade, onde o ser cidadão está legalmente separado em direitos específicos,

que não deixam claros os deveres.

O educador no ensino público não inclui o pessoal do apoio pedagógico. A

socialização desta ideias na prática ainda é o professor (a) o educador (a), que evitam a

aproximação com as demais categoria profissionais, que trabalham na escola e que colaboram

nesse processo de formação de cidadãos.

A desvalorização do professor (a) nos seus vários aspectos desestimula o exemplo e

na sala de aula, assim como pelo exemplo a marginalização do servidor mais humilde pelo

professor(a) no âmbito escola, fortalece essa posição negativa e finda por tirar a força da

respeitabilidade e do respeito ao próximo.

Hoje, ameaçado e não raro com a anuência de pais, que além de não ajudar na

formação dos filhos ainda orientam-lhes os direitos e esquecem dos deveres, o professor (a)

perdem por não se tornarem espelhos.

A escola pública em alguns casos tornou-se depósito de crianças sem apoio da

família; como vai o professor socializar conhecimento sem apoio pedagógico, sem ética e sem

moral.

[…] todas as práticas sociais exercidas, quer pelos diversos meios de comunicação, quer por diversas instituições culturais, políticas, sociais ou por diferentes agrupamentos, […] se não forem pedagogizadas permanecem na esfera de serem influências educacionais, muitas vezes poderosas influências, deixando de estarem contribuindo para uma formação ética e emancipatória dos sujeitos.(FRANCO p. 80 2008).

A deficiência da afetividade para promover a interação e socialização do

conhecimento entre alunos e professores ocorre nos dois níveis de escola, na pública é mais

gritante por falta de apoio de aos professores.

O pedagogo na escola pública tem pouco ou quase nada de tempo para dedicar-se a

essa tarefa, pois acumula maior números de funções possíveis, e tenta resolver os mais diversos

conflitos interpessoais.

Acabam por não ter como fazer frente as mídias sem qualquer pedagogia que

trabalham contra a educação e desmoralizam o ensino público.

3.1- O falta de limites na sociedade que estamos construindo.

A sociedade se reflete na escola, que reflete a sociedade que se constrói, ou que se

está destruindo a cada nova tentativa de acerto.

Há que se trabalhar respeito tanto com o aluno, que entra na sala de aula armado para

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o conflito com o professor; assim como devemos desarmar o professor, que coagido pelas

legislações faraônicas, caça palavras e coage seu próprio pensamento para não ser tomado por

esse ou aquele aluno como homofóbico, racista, ou politicamente incorreto.

O aluno não interessado em aprender perturba a sala e compromete o aprendizado

dos demais e o professor não pode pedir que se retire, pois este ser em construção só tem

direitos.

Os deveres não são cobrados nem pelos pais, que pouco se importam, pois

normalmente são estes os que não aparecem nem para reuniões e quando chamados não têm

tempo para comparecer na escola.

Segundo a teoria da atividade de Leontiev (1985) apud. Núnez:

[...]na análise estrutural da aprendizagem como tipo de atividade , faz-se necessário delimitar [...] o papel do aluno no processo de aprendizagem, sua esfera de motivos, interesses, necessidades, nível de desenvolvimento de sua estratégia de aprendizagem e sua habilidade para estudar.(NÚÑEZ p.71 2009).

Se o aluno não quer aprender e não se consegue criar neste o interesse, ou motivá-lo

a querer aprender. Como socializar conhecimento se quando a criança que tem o direito de se

encontrar sexualmente não tem o dever de estudar, nem a obrigação de responder por seus atos

por que é incapaz. Quando agride o professor, é vítima, quando o professor é duro para

formar o caráter, é vítima e quando vitima o professor e o colega, é vítima. Estamos criando uma

sociedade de vítimas?

Estamos construindo uma sociedade sem responsabilidade social, pois o cidadão que

seria construído na escola é hoje construído pela internet, pela televisão e nessa mídia o

professor é sempre desrespeitado, desvalorizado por comentários nem sempre com bases

verdadeiras.

[…] a educação e o ensino do homem em um sentido amplo, não é outra coisa senão que a “apropriação”, e a “reprodução” por ele das capacidades dadas histórica e socialmente. […} educação e o ensino (apropriação da cultura) são as formas universais do desenvolvimento psíquico do homem. (NÚNEZ p.72 – 2009).

Essa apropriação acontece de forma errada com motivações erradas. Bater em

professor virou moda basta o aluno (a) não gostar da nota de uma avaliação. Como não pode

reter o aluno, como pode construir sem avaliar o positivo e o negativo do aluno.

Reagiremos com decisão para salvar nossas crianças ou o número de analfabetos

funcionais só aumentará.

No campo de estágio crianças do quarto ano sem conseguir ler uma palavra se quer,

que tornaram-se grandes copiadores e um grande problema para o professor, com uma sala de

quarenta alunos tem que dar o conteúdo e alfabetizar.

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Como chegaram tão longe?

Esses gargalos denunciam que o descompromisso dos municípios brasileiros com a

implantação da educação infantil é grande colaborador deste quadro.

Uma criança analfabeta no quarto ano é problema de toda escola. Três fatores básicos

despertam na criança o desejo de aprender, a saber, o exemplo, a afetividade e duro trabalho de

sala de aula que deve trabalhar incansável o ler e escrever, não importa a disciplina muito menos

a atividade, ler e escrever são o objetivo. Dos anos iniciais.

Considerações Finais

A falta de limites dos pais na reparação dos erros dos filhos, o mercado de trabalho

que exige dedicação, as responsabilidades do dia a dia.

Uma legislação surrealista que fez da criança um objeto de decoração sem preocupar-

se com o futuro, pois qual o futuro que o estado oferece?

Quantas escolas de ensino infantil foram construídas para ensinar a criança a viés da

socialização e da interação, estes passos da alto estima, do respeito e da cidadania o estado não

cumpriu.

O professor já não pode corrigir o aluno, pois, incidirá em crime podendo ser

enquadrado como constrangedor da criança, que é a mesma criança, que o pai não corrige, pois o

vizinho pode ir ao conselho tutelar e o pai pode ser preso.

A dinâmica de grupo aplicada pela equipe na intervenção, visa provocar a reflexão do

composto professor – aluno no cuidado com a importância do que é dito.

A força da palavra na atividade e na interatividade é por vezes decisiva. É como um

prego varando a madeira transfixando o papelão cicatriz está garantida, que tipo de marca

queremos deixar no outro sem dúvida é escolha nossa. Em Vygotsky a interação social só

ocorre quando um dos parceiros é mais capaz, e este parceiro é o professor (a). É mister trabalhar

signos de respeito e de aceitação na sala de aula, na família e na sociedade.

Não existe educação sem socialização e interação de afetividade e conhecimentos e nada

acontece sem a integração.

Dos meninos (a) sem limites, que não conseguem ler no quarto ano e que por sua vez

são os mesmo que não deixam a professora trabalhar direito, que literalmente perturbam a aula,

não foram trabalhados no ensino infantil.

Referências:

DEMO,Pedro.-Educação e conhecimento - relação necessário, insuficiente e controversa.3 ed. -Petrópolis, RJ.VOZES-2002.

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GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas- Ed. Ática-SP 2008

LUCCI,Marcos Antônio. A proposta de Vygotsky: A psicologia sócio-histórica. Profesorado. Revista de curriculum y formación del profesorado, 10, 2 (2006)

NÚÑEZ, Isauro Beltrán. -Vygotsky, Leontiev, Gaperin.-Formação de Conceitos e princípios Didáticos ed. Liber Livro. Brasília.2009.

SILVA,Jamile Beatriz Carneiro e. Schneider, Ernani José.-Aspectos Socioafetivo do processo de Ensino e Aprendizagem - ICPG 2007.

SHIROMA, Eneida Oto. MORAES, Maria Célia Marcondes. EVANGELISTA, Olinda. Políticas Educacionais. ed.