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XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil – 10 a 12 de agosto de 2011 Educação Ambiental Formal A PRÁTICA DAS OFICINAS PEDAGÓGICAS UTILIZADAS NA PROBLEMATIZAÇÃO DA TEMÁTICA AMBIENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Camila Fernandes Vicentin Navarro (IC)¹, Ana Tiyomi Obara (PQ) 2 ¹[email protected]. Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - UEM ²[email protected]. Departamento de Biologia- UEM. Palavras Chave: Educação Ambiental, Meio Ambiente, Oficinas Didáticas. RESUMO A Educação ambiental entra em cena com o intuito de promover um entendimento sobre a crise ambiental vigente, e a partir disso, criar uma nova mentalidade nos estudantes para que estes adquiram maior responsabilidade pelo lugar onde moram. O desenvolvimento de oficinas didáticas na sala de aula é um interessante recurso para atrair a atenção do aluno para os assuntos do cotidiano, e motivar sua reflexão e sua criatividade para discutir sobre tais questões. Neste contexto, foram realizadas oficinas pedagógicas na Escola Dirce de Aguiar Maia, Maringá-PR, com sete turmas de alunos do Ensino Fundamental, sendo abordado o tema o Meio Ambiente. O presente relato descreve como os alunos percebem a escola, seus elementos e seus problemas. Apresenta, ainda, os anseios e a idealização de um ambiente escolar do qual gostariam de conviver. O trabalho apresenta discussões em vários aspectos relacionados ao meio ambiente, inclusive à qualidade de vida dentro da escola. INTRODUÇÃO: A preocupação com o meio ambiente, visto como se encontra em âmbito nacional e em todo planeta, deve ser levada a todo e qualquer contexto social, pois é responsabilidade do cidadão zelar pela qualidade ambiental, que torna possível a sua própria existência. Neste contexto, a educação ambiental vem para driblar os maus hábitos e proporcionar um entendimento, primeiramente, para uma futura mudança de postura e atitude com relação a estas questões. E a escola é o lugar ideal para que isso aconteça. Segundo Brandão (2005), o ser humano aprendeu a transformar as coisas e o cenário do meio ambiente para adaptá-lo a si próprio. E este modo de viver e lidar com a natureza, que está em questionamento. Quando o ser humano se alia à natureza e busca comunicar-se com ela de modo a interagir com o mundo em que vive sem o desejo de apropriar-se, de dominar ou de destruir, ele cria as condições de uma relação harmoniosa entre a sociedade e a natureza, entre a cultura e o ambiente [...] Em direção oposta, quando as pessoas lidam com o mundo natural como se fosse inesgotável, como se existisse única e exclusivamente a serviço dos seres humanos, e como se os seus recursos e seres devessem ser dominados, conquistados e, finalmente exauridos, esgotados e destruídos, para servir apenas interesses econômicos e utilitários, sobrevém aí uma visível ameaça (BRANDÃO, 2004, p.34). Em 1997, com a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o meio ambiente é proposto como tema transversal, para ser trabalhado em todas as disciplinas nas escolas. A partir daí torna-se possível levar para dentro da sala de aula a temática ambiental, discutir com os alunos os problemas vigentes na sociedade contemporânea, e conscientizá-los de seus papéis na sociedade. Ainda nesse aspecto, no ano de 1999 é sancionada a Lei nº 9795, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. De acordo com a Lei, a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional e à que todos têm direito.

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Page 1: A PRÁTICA DAS OFICINAS PEDAGÓGICAS UTILIZADAS NA …eventos.uepg.br/epea/cd_xiii_epea/pdf_artigos/a1/1_camila_fern... · Portanto, o papel do professor, enquanto mediador do conhecimento

XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental

XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil – 10 a 12 de agosto de 2011

Educação Ambiental Formal

A PRÁTICA DAS OFICINAS PEDAGÓGICAS UTILIZADAS NA PROBLEMATIZAÇÃO DA TEMÁTICA AMBIENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Camila Fernandes Vicentin Navarro (IC)¹, Ana Tiyomi Obara (PQ)2 ¹[email protected]. Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - UEM ²[email protected]. Departamento de Biologia- UEM. Palavras Chave: Educação Ambiental, Meio Ambiente, Oficinas Didáticas. RESUMO A Educação ambiental entra em cena com o intuito de promover um entendimento sobre a crise ambiental vigente, e a partir disso, criar uma nova mentalidade nos estudantes para que estes adquiram maior responsabilidade pelo lugar onde moram. O desenvolvimento de oficinas didáticas na sala de aula é um interessante recurso para atrair a atenção do aluno para os assuntos do cotidiano, e motivar sua reflexão e sua criatividade para discutir sobre tais questões. Neste contexto, foram realizadas oficinas pedagógicas na Escola Dirce de Aguiar Maia, Maringá-PR, com sete turmas de alunos do Ensino Fundamental, sendo abordado o tema o Meio Ambiente. O presente relato descreve como os alunos percebem a escola, seus elementos e seus problemas. Apresenta, ainda, os anseios e a idealização de um ambiente escolar do qual gostariam de conviver. O trabalho apresenta discussões em vários aspectos relacionados ao meio ambiente, inclusive à qualidade de vida dentro da escola.

INTRODUÇÃO:

A preocupação com o meio ambiente, visto como se encontra em âmbito nacional e em todo planeta, deve ser levada a todo e qualquer contexto social, pois é responsabilidade do cidadão zelar pela qualidade ambiental, que torna possível a sua própria existência. Neste contexto, a educação ambiental vem para driblar os maus hábitos e proporcionar um entendimento, primeiramente, para uma futura mudança de postura e atitude com relação a estas questões. E a escola é o lugar ideal para que isso aconteça.

Segundo Brandão (2005), o ser humano aprendeu a transformar as coisas e o cenário do meio ambiente para adaptá-lo a si próprio. E este modo de viver e lidar com a natureza, que está em questionamento.

Quando o ser humano se alia à natureza e busca comunicar-se com ela de modo a interagir com o mundo em que vive sem o desejo de apropriar-se, de dominar ou de destruir, ele cria as condições de uma relação harmoniosa entre a sociedade e a natureza, entre a cultura e o ambiente [...] Em direção oposta, quando as pessoas lidam com o mundo natural como se fosse inesgotável, como se existisse única e exclusivamente a serviço dos seres humanos, e como se os seus recursos e seres devessem ser dominados, conquistados e, finalmente exauridos, esgotados e destruídos, para servir apenas interesses econômicos e utilitários, sobrevém aí uma visível ameaça (BRANDÃO, 2004, p.34).

Em 1997, com a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o meio ambiente é proposto como tema transversal, para ser trabalhado em todas as disciplinas nas escolas. A partir daí torna-se possível levar para dentro da sala de aula a temática ambiental, discutir com os alunos os problemas vigentes na sociedade contemporânea, e conscientizá-los de seus papéis na sociedade. Ainda nesse aspecto, no ano de 1999 é sancionada a Lei nº 9795, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. De acordo com a Lei, a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional e à que todos têm direito.

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XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental

XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil – 10 a 12 de agosto de 2011

Educação Ambiental Formal

A Educação ambiental nas escolas deve sensibilizar o professor e o aluno para que construam coletivamente conhecimento por meio de estratégias pedagógicas de mudança de mentalidade (ALMEIDA et al., 2004). Portanto, o papel do professor, enquanto mediador do conhecimento é de contribuir para este processo de aprendizagem, na busca de ações inovadoras que despertem o interesse dos alunos por conhecer, perceber e sentir o ambiente que os cerca. Enquanto o papel do aluno é, justamente, a partir de sua sensibilidade, apresentar uma nova postura frente à crise ambiental a que se vive.

Segundo Obara, Silveira e Pimentel (2005), a proposta da educação ambiental é aproximar as pessoas da realidade e possibilitar que elas consigam perceber as inter-relações entre os seres humanos e seu meio biofísico e cultural, seus problemas e potencialidades, em toda a sua complexidade. A problematização de temas como esses, oferece aos alunos a possibilidade de reflexão e até mesmo, partilha de experiências em seus cotidianos. Para tanto, as oficinas didáticas são práticas muito interessantes para problematizar tais questões.

De acordo com Marcondes (2008), a oficina temática procura tratar os conhecimentos de forma inter-relacionada e contextualizada e envolver os alunos em um processo ativo de construção de seu próprio conhecimento e de reflexão que possa contribuir para tomadas de decisões. Essa participação ativa do aluno facilita e estimula seu interesse pelo assunto, proporcionando um resultado efetivo na aprendizagem, e consequentemente em sua prática social.

O presente trabalho apresenta o relato de experiência das oficinas temáticas realizadas pela licencianda em Ciências Biológicas, da Universidade Estadual de Maringá, durante o Estágio Supervisionado, com o intuito de ilustrar as percepções dos alunos de Ensino Fundamental em relação ao meio ambiente como um todo e ao seu ambiente escolar.

METODOLOGIA

Para a realização das oficinas, houve uma parceria entre a orientadora do Estágio Supervisionado da turma do 4˚ano de Ciências Biológicas da UEM e a Escola Estadual Dirce de Aguiar Maia, do município de Maringá – Pr.

A prática aconteceu em sete (7) turmas do Ensino Fundamental, de acordo com a disposição e disponibilidade de horários da escola, abordando alunos de 5a a 8a séries. Cada turma apresentava em média, 35 alunos. A carga horária da oficina foi em média 1h30.

Partindo do recurso da oficina temática como método de participação e contextualização do conhecimento, Marcondes (2008) afirma:

A oficina, no sentido que se quer atribuir, pode representar um local de trabalho em que se buscam soluções para um problema a partir dos conhecimentos práticos e teóricos. Tem-se um problema a resolver que requer competências, o emprego de ferramentas adequadas e, às vezes, de improvisações, pensadas na base de um conhecimento. Requer trabalho em equipe, ação e reflexão.

De acordo com Obara, Silveira e Kiouranis (2005), uma concepção problematizadora pode abrir caminhos para a educação ambiental no momento em que não parte de definições e ações prontas, mas pelo contrário, discute-se, analisa-se, descobre-se a partir da problematização e da interação entre os pares, proporcionados pelo trabalho coletivo, na busca de soluções.

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XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental

XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil – 10 a 12 de agosto de 2011

Educação Ambiental Formal

Considerando se tratar de turmas do ensino fundamental, foram abordados diferentes temas ambientais. O primeiro a ser discutido foi “Água”. Qual é seu papel na natureza e na fisiologia de vegetais, animais e humana. Para, em seguida, tratar sobre o desperdício e as atitudes que devem ser tomadas para evitá-lo. Depois, discutiu-se sobre “Poluição”, desde o aumento da produção do lixo e as conseqüências disso para o meio ambiente e todo ser vivo. Então foi comentado o papel do cidadão para diminuir esta produção até a separação do lixo para a possível reutilização do material reciclável. Finalmente, foi apresentado o “Verde”, a importância das árvores e plantas na liberação de oxigênio, no controle do clima, entre outras funções, para posteriormente comentar sobre a preservação de áreas verdes. Cada tópico discutido associou-se com o ambiente escolar, questionando os alunos sobre a condição em que a escola se encontrava com relação aos conteúdos abordados e a atitude de cada um dos integrantes da escola com relação ao meio ambiente, sejam os alunos, os professores, a orientadora, a diretora, o zelador, enfim, todos da comunidade escolar. Discutiu-se, também, o cuidado com a qualidade ambiental da escola, bem como, as inter-relações que acontecem nesse local: aluno/aluno e aluno/professor. Depois foram levantadas e listadas as percepções dos alunos em relação ao ambiente escolar em que se encontram, cada turma foi dividida em grupos de acordo com o número de alunos da sala, e foi entregue a cada grupo cartolina, lápis de cor e giz de cera, e solicitado que diante de todos os temas abordados sobre o meio ambiente, eles desenhassem a “Escola dos seus Sonhos”, ou seja, quais requisitos a escola deveria possuir para ser considerada ideal sob a ótica do aluno. Todos os pontos citados por eles com relação ao ambiente escolar e os anseios pela escola ideal foram analisados e descritos a seguir.

REPRESENTAÇÕES DO ALUNO EM RELAÇÃO AO AMBIENTE ESCOLAR

Em todas as turmas houve uma participação efetiva dos alunos, demonstrando mais uma vez a importância da problematização para estimular a reflexão dos alunos e seu potencial crítico e argumentativo. Neste aspecto, o professor deve estar atento às concepções do educando e sua posição diante de tal assunto, de maneira a contribuir para sua formação.

As citações dos alunos sobre o que eles viam na escola como problemas ambientais estão descritas na tabela 1. Tabela 1: Problemas no ambiente escolar apontados pelos alunos.

5a série A

5a série B

5a série D

6a série B

6a série C

7a série B

7a série C

Lixo/sujeira x x x x x x x Poucas

árvores/plantas x x x x x x x

Desperdício de água

x x x x x x x

Falta de infraestrutura

x x

Reformas na escola x x Falta de higiene

pessoal x x x

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XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental

XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil – 10 a 12 de agosto de 2011

Educação Ambiental Formal

Fonte:Os autores

Nota-se com análise dos dados, que todas as turmas conseguiram percebem que a escola apresenta muito lixo, poucas áreas verdes e desperdício de água. Os demais pontos apontados referem-se à qualidade de vida na escola. Foi possível notar que os alunos sentiam-se estimulados a relatar esses problemas que eles vivenciam no dia a dia escolar, principalmente os de agressão pessoal. Segundo Minayo et al (2000), qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial.

Já na atividade de desenho, esta proporcionou uma socialização e um sentimento de equipe, para construírem juntos a “Escola dos Sonhos”.

Os desenhos obtidos eram apresentados à turma pelos integrantes da equipe. Alguns deles serão apresentados, e todos serão discutidos a seguir.

As figuras 1, 2, 3 e 4, são desenhos que representam a “Escola dos Sonhos” para algumas das equipes.

Figura 1. Desenho da 5a série D Figura 2. Desenho da 6a série B Fonte: Os autores Fonte: Os autores

Dentre os desenhos haviam: uma horta comunitária, jardins, estacionamento, mais quadras para a prática de diferentes esportes; computador em cada carteira; laboratórios; ar condicionado; torneiras com sensor; espelho no banheiro; armário para alunos; vestiário; sofá nos corredores; piscinas (em todos os grupos); câmera de segurança; música no recreio; banheiros adaptados para deficientes físicos; elevadores; sala de cinema; sala de festas com palco, globo de luz, mesas e barzinho; sala de jogos; geladeiras de refrigerantes; local com respeito, paz, amor, silêncio, amigos, força de vontade; local sem bullying, palavrões e brigas.

Desrespeito x x x x x Preconceito/

bullying x x x

Bagunça/barulho x Vandalismo x Violência x

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XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental

XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil – 10 a 12 de agosto de 2011

Educação Ambiental Formal

Diante dos desejos destacados e a explicação deles, percebeu-se que os alunos desejavam uma escola com mais plantas, sombra, com menos poluição, tanto visual, quanto sonora, com mais respeito e amizade. Porém o que mais chamou atenção foi que em todos os cartazes apareceram piscinas e áreas de lazer. Neste sentido, foi possível notar a necessidade dos alunos de espaços voltados ao lazer e esporte, ou seja, a idealização de uma escola pública que está longe de ser implantada no Brasil. Ao final de cada oficina, foi discutido que muitas das reivindicações feitas, eram complexas de se viabilizar, pois dependiam de verbas e incentivos do Governo para acontecer, mas que era importante que a comunidade escolar se mobilizasse no sentido de reivindicar este tipo de serviços. Foi debatido, ainda, que muitos dos problemas levantados na escola, poderiam ser revertidos, com mudanças de atitudes e ações conjuntas, por parte da comunidade escolar. Além disso, os próprios alunos poderiam contribuir criando jardins e hortas comunitárias, vivenciando um ambiente de respeito e incentivo à pesquisa e educação, tornando-se um espaço de exercício da cidadania.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente trabalho foi possível observar como as oficinas didáticas contribuem no processo de formação da cidadania no âmbito escolar. A utilização desse recurso mostrou-se motivador do aprendizado, e desenvolveu o espírito crítico e investigativo dos alunos, com base nos conhecimentos e observações do seu cotidiano.

A abordagem do tema Meio Ambiente, na perspectiva do que ele representa para cada aluno, facilitou o entendimento e a percepção de que este conceito é muito mais complexo e abrangente. Permitiu, ainda, que os alunos compreendessem que o meio ambiente é acima de tudo a “nossa casa”. Portanto, lugar que merece cuidado, respeito e dedicação.

Neste contexto, a prática da Educação Ambiental faz-se tão necessária, partindo do pressuposto que o aluno conscientizado poderá levar também essa consciência a seus amigos e familiares e, com certeza se tornará um cidadão responsável com tais questões. Essa é a esperança para a garantia de um ambiente saudável para as futuras gerações.

Tomando o meio ambiente como eixo central da discussão, as oficinas permitiram que o aluno interpretasse alguns conceitos de meio ambiente, porém identificasse a sua própria representação, desmistificando a associação única e exclusiva do tema à natureza. Assim, foi possível trabalhar o meio ambiente dentro de um contexto mais amplo e complexo a que o mesmo se enquadra, inclusive fazendo-os perceber que eles também estão inseridos nele.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, L. F. R.; BICUDO, L. R. H.; BORGES, G. L. A. A Educação Ambiental em Praça Pública: Relato de Experiência com Oficinas Pedagógicas. Ciência & Educação. v. 10, n. 1, p. 121-132, 2004. BRANDÃO, C. R. Aqui é onde eu moro, aqui nós vivemos: Escritos para conhecer, pensar e praticar o Município Educador Sustentável. 2a Edição. Brasília: CDU, 2005. KOHLER, M. C. M.; PHILIPPI, A. Jr. Agenda 21 local: Experiências de São Paulo, Rio de Janeiro, Santos e Florianópolis. Cadernos de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, v. 3, n. 1, p. 83-98, 2003. MARCONDES, M. E. R. Proposições Metodológicas para o Ensino de Química: oficinas temáticas para a aprendizagem da Ciência e o Desenvolvimento da Cidadania. Em extensão. Uberlândia, v.7, 2008.

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XIII Encontro Paranaense de Educação Ambiental

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Educação Ambiental Formal

MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência & Saúde Coletiva. 5(1):7-18, 2000. OBARA, A. T.; PIMENTEL, M.; KIOURANIS, N. M. M. Oficinas de Educação Ambiental: Desafios da Prática Problematizadora. Enseñanza de Las Ciencias. n. extra, VII Congresso, 2005. OSÓRIO. V. C. O Educar pela pesquisa e as oficinas pedagógicas: Contribuições para Prática Docente no Ensino de Ciências das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Ciências e Matemática). Pontifícia Universidade Católica, Rio Grande do Sul, 2007. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Meio ambiente e saúde. Secretaria de Educação Fundamental. São Paulo: DP&A, 2000.