a pesquisa na formaÇÃo inicial em geografia: …

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1232 A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: EXPERIÊNCIA EM CARTOGRAFIA Ismail Barra Nova de MELO, Universidade Federal de São Carlos-UFSCar Eixo Temático: 01: Formação Inicial de Professores da Educação Básica. E-mail: [email protected] 1.Introdução A Universidade Federal de São Carlos possui quatro campi nas cidades paulistas de São Carlos, Araras, Sorocaba e Buri. O curso de Licenciatura em Geografia está situado no campus de Sorocaba. A Região Administrativa de Sorocaba (RA-S) é formada por 79 municípios, ocupando uma área de 41.077km 2 . É bem servida por meios de transportes rodoviários, com destaques para as rodovias: Presidente Castelo Branco (SP-280), Raposo Tavares (SP-270), Marechal Rondon (SP-300) e Santos Dumont (SP-075). Possui uma população, dados de 2010, de 1.724.502 habitantes. A estrutura econômica da região é composta por 5,3% da Agropecuária, 36,1% da Indústria e 58,6% de Serviços. O crescimento do Produto Interno Bruto ficou em torno de 5% ao ano, superior a média estadual. Contudo, os aspectos sociais não são tão bons, quando comparado com as demais regiões administrativas do estado, quer dizer, a RA-S vem registrando baixos patamares nas três dimensões sociais, 8ª posição de riqueza, 12º em escolaridade e 13º em longevidade, de acordo com o Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS. Com uma diversidade entre os seus municípios, nem todos estão situados nesta condição, ou seja, os mais industrializados e próximos da sede, ocupam condições sociais melhores em comparação àqueles agrícolas e distantes da sede, principalmente os situados no Vale do Ribeira (SÃO PAULO, 2012). O curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba, teve início em 2009. Oferta anualmente 60 vagas no período noturno. O curso tem duração de oito semestres. A habilitação é em Licenciatura Plena em Geografia. O currículo do curso respeita o que é estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96 (BRASIL, 1996), pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Geografia (Parecer CNE/CES n° 492/2), (BRASIL, 2001a) e (Parecer 1363/2002), (BRASIL, 2002a) e pelas resoluções CNE/CES 14/2002 (BRASIL, 2002b), CNE/CP/2002 (BRASIL, 2002c) e CNE/CP 1/2002 (BRASIL, 2002d) e pelas Diretrizes para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica/2000 (BRASIL, 2000). Além disso, o currículo foi construído de acordo com o documento

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Page 1: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

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A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: EXPERIÊNCIA EM

CARTOGRAFIA

Ismail Barra Nova de MELO, Universidade Federal de São Carlos-UFSCarEixo Temático: 01: Formação Inicial de Professores da Educação Básica.

E-mail: [email protected]

1.Introdução

A Universidade Federal de São Carlos possui quatro campi nas cidades paulistas

de São Carlos, Araras, Sorocaba e Buri. O curso de Licenciatura em Geografia está

situado no campus de Sorocaba.

A Região Administrativa de Sorocaba (RA-S) é formada por 79 municípios,

ocupando uma área de 41.077km2. É bem servida por meios de transportes rodoviários,

com destaques para as rodovias: Presidente Castelo Branco (SP-280), Raposo Tavares

(SP-270), Marechal Rondon (SP-300) e Santos Dumont (SP-075). Possui uma

população, dados de 2010, de 1.724.502 habitantes. A estrutura econômica da região é

composta por 5,3% da Agropecuária, 36,1% da Indústria e 58,6% de Serviços. O

crescimento do Produto Interno Bruto ficou em torno de 5% ao ano, superior a média

estadual. Contudo, os aspectos sociais não são tão bons, quando comparado com as

demais regiões administrativas do estado, quer dizer, a RA-S vem registrando baixos

patamares nas três dimensões sociais, 8ª posição de riqueza, 12º em escolaridade e 13º

em longevidade, de acordo com o Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS. Com

uma diversidade entre os seus municípios, nem todos estão situados nesta condição, ou

seja, os mais industrializados e próximos da sede, ocupam condições sociais melhores

em comparação àqueles agrícolas e distantes da sede, principalmente os situados no

Vale do Ribeira (SÃO PAULO, 2012).

O curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de São Carlos,

campus Sorocaba, teve início em 2009. Oferta anualmente 60 vagas no período noturno.

O curso tem duração de oito semestres. A habilitação é em Licenciatura Plena em

Geografia.

O currículo do curso respeita o que é estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional, Lei 9394/96 (BRASIL, 1996), pelas Diretrizes Curriculares

Nacionais do Curso de Graduação em Geografia (Parecer CNE/CES n° 492/2), (BRASIL,

2001a) e (Parecer 1363/2002), (BRASIL, 2002a) e pelas resoluções CNE/CES 14/2002

(BRASIL, 2002b), CNE/CP/2002 (BRASIL, 2002c) e CNE/CP 1/2002 (BRASIL, 2002d) e

pelas Diretrizes para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica/2000

(BRASIL, 2000). Além disso, o currículo foi construído de acordo com o documento

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interno da UFSCAR, “Perfil do Profissional a ser formado na UFSCar”, aprovado pelo

Parecer CEPE/UFSCar nº776/2001, pelas diretrizes gerais contidas no programa REUNI

– Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – e pelos instrumentos de

avaliação contidos nas diretrizes do SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior.

O curso de Geografia está estruturado no Departamento de Geografia Turismo e

Humanidades, ou seja, não há uma dicotomia entre disciplinas específicas e as

pedagógicas, logo, são possíveis discutir e refletir a teoria e a prática o tempo todo e em

diferentes ambientes, na universidade e na escola básica.

A Cartografia é um dos núcleos de conhecimentos do Projeto Político Pedagógico

do curso em Geografia. Os componentes curriculares que compõem este núcleo são:

Cartografia 60h, Cartografia Temática 30h, Geotecnologias 60h e Cartografia Escolar

30h. Os três primeiros permitem discutir o processo histórico da representação gráfica do

espaço geográfico, bem como sua função, elaboração, leitura e interpretação. Já no

último, quarto semestre, permite a execução de projeto no desenvolvimento de materiais

didáticos no processo de ensino e aprendizagem em Geografia.

O objetivo deste relato de experiência é apresentar os procedimentos e os

resultados obtidos junto aos discentes do curso de Geografia, especificamente na área

de Cartografia, das práticas efetivadas na escola básica.

2.Seções do trabalho

Este trabalho foi dividido nas seguintes seções: a Cartografia como comunicação

e Linguagem; a Pesquisa na formação inicial e Projetos de Cartografia. A base para esta

experiência foi a pesquisa-ação, conforme referenciado.

3.Desenvolvimento

3.1. A Cartografia Como Comunicação e Linguagem

Cabe salientar que o principal produto da Cartografia é o mapa, mas não é o

único, existem ainda a imagem de satélite, a fotografia área, a carta topográfica, a

maquete, entre outros. O mapa é, sem dúvida alguma, o que cumpre todos os requisitos

no processo de comunicação, ou seja, há quem o elabora, o mapeador, portanto o

emissor, o próprio mapa é meio de comunicação, no entanto, as informações foram

codificadas por meio da Linguagem Cartográfica. Aqui é preciso destacar que o mapa é

algo concreto, manipulável, porém, o seu conteúdo é altamente abstrato e sofisticado,

Page 3: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

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logo, precisa de cuidados para que o usuário tenha êxito. Por fim há o usuário, o receptor,

que fará uso do mapa de acordo com as suas necessidades. Neste processo de

comunicação não se pode separar a elaboração do uso, quer dizer, há que se pensar no

tipo de usuário no momento da elaboração do mapa (SIMIELLI, 1986).

Existem vários modelos de comunicação cartográfica com diferentes enfoques,

mas há elementos comuns entre eles que são: i) o mapeador ou cartógrafo que seleciona

o que da realidade será mapeado; ii) a linguagem cartográfica, que por meio das

convenções cartográficas permitirá a codificação das informações geográficas; iii) o

mapa, entendido como veículo que fará ponte entre o mapeador e o usuário; iv) o

usuário, que fará em sua mente o processo inverso do mapeador, ou seja, a partir dos

seus conhecimentos e habilidades fará a leitura e interpretação do mapa.

Com o advento da informática, GPS, telecomunicações, popularização dos

computadores portáteis, a internet, entre outras inovações, o mapa tradicional, feito em

papel, cedeu lugar ao mapa digital. Este entra na visualização cartográfica e não na

tradicional comunicação cartográfica. O mapa digital permite maior domínio do público,

diferente do mapa tradicional, principalmente com difusão na internet. Permite também

alta interação, pois possui banco de dados no qual é possível ativar e desativar temas de

acordo com as necessidades do usuário e, por fim, revela o conteúdo aos poucos, ou

seja, permite o acesso ao banco de dados de forma individual, chamado de camadas,

diferente o mapa tradicional que expõe todas as informações de uma única vez

(MACEACHREN,1994).

De com Joly (1997) a Cartografia pode ser legitimamente considerada uma

linguagem, uma vez que usa um sistema de signos com o intuito de comunicar-se com

outro. É uma linguagem visual e de caráter universal. No quesito visual, está sujeita às

leis fisiológicas da percepção das imagens. Por sua vez, é universal, pois faz uso de uma

série de símbolos reconhecidos internacionalmente.

Diante desta concepção de Cartografia, comunicação e linguagem, é que foram

organizados os projetos de Cartografia dos universitários junto aos alunos da escola

básica, ou seja, entende-se a Cartografia como meio para facilitar o processo de ensino e

aprendizagem em Geografia.

3.2 A Pesquisa na Formação Inicial

A pesquisa é imprescindível em qualquer curso, licenciatura ou bacharelado, no

entanto, muitas vezes a pesquisa não ocorre na graduação em licenciatura. De acordo

com Sales (2005) isso não ocorre porque a graduação organiza seu currículo de forma

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dicotômica, restringindo a pesquisa aos bacharéis e excluindo, muitas vezes, das

licenciaturas.

A pesquisa na formação do professor usada aqui é mesma defendida por Lisita et

al (2001, p.117) em que “[...] cria condições para que os professores investiguem,

indaguem, questionem e produzam explicações sobre o ensino como prática social [...].”

Reconhecem-se as diferenças entre a pesquisa acadêmica e a pesquisa feita

pelos docentes. Várias são as diferenças existentes, envolvendo condições

epistemológicas, de trabalho, de tempo e mesmo de finalidade. Enquanto a pesquisa

acadêmica, em suas finalidades, preocupa-se com a originalidade, a validade e o

reconhecimento por parte dos seus pares, a pesquisa feita pelos docentes, busca o “[...]

conhecimento mais detalhado da realidade para transformá-la, visando à melhoria das

práticas pedagógicas e à autonomia do professor.” (LISITA et al, 2001, p.118).

Callai (2002, p. 259) ao destacar a importância da pesquisa na formação inicial do

professor em Geografia, destaca que a “[...] prática da pesquisa permite que o aluno

efetivamente realize a aprendizagem e, como professor, possa pensar a sua prática,

questionando as suas ações e construindo o seu pensamento.”

3.3 Projetos de Cartografia

Durante o primeiro semestre de 2015, no componente de Geotecologias, foram

elaborados os projetos de Cartografia. No segundo semestre de 2015, durante o

componente de Cartografia Escolar, foram executados os projetos. Estavam matriculados

33 discentes universitários. Eles foram divididos em grupos e apresentaram 14 projetos

de pesquisa. Cada grupo tinha que cumprir alguns requisitos na elaboração e execução

do projeto: i) escolha de um tema. A escolha do tema refere-se a um conteúdo que será

abordado junto à escola básica. Este conteúdo deve ser compatível com o currículo da

escola básica; ii) escolha de uma ferramenta. A ferramenta aqui é um meio de

representação gráfica da Cartografia que serviu como material didático no processo de

ensino e aprendizagem em Geografia; iii) escolha de uma série do Ensino Fundamental

II. A escolha da série foi um diálogo realizado entre universidade e escola de forma

compartilhada, ou seja, professor universitário, discentes universitários e professor do

ensino básico; iv) objetivo. Este deveria estar bem claro para os envolvidos do processo

para que de fato se tenha êxito ao final do processo; v) resultados esperados. Este item

era um exercício para vislumbrar os resultados possíveis que poderiam ser alcançados.

Certamente que cada projeto tinham expectativas diferentes e os resultados eram

balizados pelos referenciais teóricos; vi) roteiro. Este foi preparado com o intuito de

prever todas as ações dos universitários pesquisadores, desde a preparação dos

Page 5: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

1236

materiais, organização da sala na escola básica e o tempo de execução; vii) materiais.

Certamente que os materiais eram diferentes para cada grupo, ou seja, os materiais

correspondiam as ferramentas que foram usadas como linguagem no processo de ensino

e aprendizagem em Geografia. Os materiais foram os mais diversos: imagens de

satélites, mapas interativos, maquetes, cartas topográficas, aplicativos, Google Earth e

Google Maps; viii) diagnóstico. Com o intuito de verificar o que os alunos de cada série

da escola básica já conheciam a respeito do conteúdo e da ferramenta, foi aplicado um

questionário antes de qualquer atividade; ix) desenvolvimento da pesquisa. Cada grupo

de universitário, de acordo com o roteiro, desenvolveu a prática na série selecionada.

Esta prática compreendia o desenvolvimento de aulas com o uso dos recursos

preparados. O tempo de duração em cada escola dependeu da atividade que foi

desenvolvida. Ao final da atividade foi aplicado novamente o mesmo questionário para

verificar os resultados alcançados com a metodologia empregada; x) tabulação e

discussão. Após o desenvolvimento das aulas, cada grupo comparou as respostas antes

e depois do emprego da metodologia escolhida. Todos os trabalhos apresentaram tabelas

comparativas com os acertos de cada questão, antes e depois do uso das ferramentas.

Nas discussões foram comparadas as diferenças de acertos, bem com a literatura

específica de cada projeto. Cabe ressaltar que todos os questionários e os materiais

utilizados pelos grupos foram realizados pré-testes.

Quadro 1. Projetos de Cartografia Elaborados

Tema Município DestaquesEspacialização de elementos

dos setores da economia na

região metropolitana de

Sorocaba a partir de

visualizações de fotografias

aéreas

Votorantim Participaram deste projeto dois

estudantes universitários, dezesseis

alunos da 6º ano escola básica,

estadual, e um professor. Foi realizado

numa escola estadual. Os acertos,

após o uso da ferramenta, foram

satisfatórios. O principal desafio dos

estudantes universitários foi lidar com

as dificuldades dos alunos da escola

básica.

Industrialização e urbanização

em Sorocaba: da real fábrica de

ferro de são João de Ipanema

aos dias atuais.

Sorocaba

Neste projeto participaram quatro

universitários, quinze alunos do 7º ano

da escola básica, estadual, e um

professor. Fizeram uso da pesquisa

bibliográfica, fotografias aéreas e

Page 6: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

1237

entrevista com historiador. Produziram

um rico material histórico da

industrialização de Sorocaba. Além de

opinarem sobre a experiência que

tiveram no projeto, que foi positiva,

fizeram uma pesquisa de opinião junto

aos alunos da escola básica, que em

síntese apontaram que foi algo

diferente do cotidiano com uso de

diferentes materiais.Sistema ambiental paulista São Paulo Participaram três estudantes

universitários, dezessete alunos do 7º

ano da escola básica, estadual, e um

professor. Nesta pesquisa fizeram uso

do Google Maps. Assinalaram que os

resultados ficaram acima da

expectativa, entre os fatores, além do

uso da ferramenta, a escola fica situada

num rio contaminado em que são feita

várias práticas a respeito do descarte

inadequado de resíduos sólidos “lixo” e

efluentes domésticos.

GlobalizaçãoPiedade Participaram três estudantes

universitários, sete alunos do 6º ano da

escola básica, estadual, e um

professor. Fizeram uso de gráficos e

mapas. A principal dificuldade

enfrentada pelo grupo foi adequar o

tema, complexo, ao nível dos alunos da

escola básica. Indicam que esta foi a

primeira experiência em sala de aula e

que trouxe novas experiências e

conhecimentos.

Analise das regiões brasileiras

por meio das diferenças

socioculturais

Sorocaba Participaram deste projeto três

universitários, vinte e seis alunos do 7º

ano da escola básica, estadual, e um

professor. Fizeram uso dos times dos

três últimos campeonatos brasileiros,

Page 7: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

1238

apontando os times campeões, o

Estado e a situação socioeconômica.

Ficaram satisfeitos com os resultados

obtidos e ouviram dos alunos da escola

básica que nunca tiveram uma aula

como esta, certamente, um elogio.O ensino da carta topográficano 1° ano do Ensino Médio

Sorocaba Participaram três universitários, dez

alunos do 1º ano do Ensino Médio,

estadual, um professor. Fizeram uso do

aplicativo LandscapAR para Android,

cuja finalidade é elaborar uma imagem

3D da carta topográfica. Este projeto

usou um recurso disponível entre os

alunos e que normalmente são

proibidos de usar, o celular. Apontaram

como dificuldade a falta de carta

topográfica na escola e uma autocritica

em que deveriam ter complementado a

atividade com outros recursos:

maquete e perfil topográfico.A confecção de carta imagempara compreensão do uso eOcupação do solo na cidade deSorocaba

Sorocaba Um universitário fez parte deste projeto,

vinte e quatro alunos do 8º ano da

escola básica, estadual, um professor.

Fez uso do Paint, Microsoft

Corporation, no qual elaborou com os

alunos da escola básica a Carta

Imagem de Sorocaba, ou seja, um

croqui digital. Ressaltou a importância

da troca de experiência entre

universitário e o docente da escola

básica. Introdução para o entendimentodas forças endógenas e osprocessos de vulcanismo

Sorocaba Participaram dois universitários, nove

alunos do 6º ano da escola básica,

estadual, um professor. Usaram o

Google Earth como ferramenta.

Apontaram com positivo o

aprofundamento do tema, a experiência

com os alunos da escola básica.

Page 8: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

1239

A Utilização do Sistema IBGE

de Recuperação Automática

(SIDRA) como instrumento de

ensino de Geografia

Itu Participaram três universitários, trinta e

cinco alunos do 6º ano da escola

básica, estadual, um professor. Usaram

um aplicativo do IBGE, SIDRA,

elaboração de mapas temáticos e

gráficos. Destacam a importância do

uso de Geotecnologias no ensino de

Geografia como forma de aproximação

com o cotidiano dos alunos da escola

básica.Impactos ambientais e a

silvicultura

Votorantim Participaram dois universitários, vinte e

três alunos do Ensino Médio, estadual,

um professor. Usaram o Google Earth

como ferramenta. Apontaram que a

professora da sala da educação básica

fiou admirada com o envolvimento dos

alunos, educação básica, durante a

execução da atividade, prática pouco

comum.Inserção da educação básica

na cultura de preservação das

áreas de proteção ambiental

Sorocaba Participou um universitário, trinta e

quatro alunos do 6º ano da escola

básica, estadual, um professor. Foram

usados Geotecnologias e mapas.

Destacou a importância do uso da

Cartografia na sala de aula, o que

muitas vezes é deixada de lado por

falta de conhecimentos técnicos do

professor da escola básica, além do

uso de Geotecnologias no processo de

ensino e aprendizagem em Geografia.

Ensino do Relevo Nacional

com Maquetes

Piedade Participaram do projeto um

universitário, dezoito alunos do 8º ano

da escola básica, estadual, um

professor. Destacou o tempo que leva

para preparar o material para

confeccionar a maquete, no entanto,

reconheceu que o esforço valeu a

pena, pois os resultados foram muito

Page 9: A PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL EM GEOGRAFIA: …

1240

positivos. Esta variável, tempo,

normalmente o professor da escola

básica não dispõe, o que se torna um

dificultador na elaboração de materiais

didáticos.A mobilidade urbana do bairro

de brigadeiro tobias –

Sorocaba, através da linha 30

Sorocaba Participaram deste projeto três

universitário, vinte e seis alunos do 8º

ano da escola básica, estadual, um

professor. Usaram o Google Maps e o

Street View. O destaque ficou por conta

de uma situação problema, mobilidade

urbana, que os alunos da escola básica

de Brigradeiro Tobias, distrito de

Sorocaba, apresentam no seu

cotidiano.As histórias em quadrinhoscomo ferramenta pedagógicano ensino de geografia:monstro do pântano de AlanMoore e educação ambiental

Sorocaba Participaram dois universitários, trinta e

oito alunos do 9º ano da escola básica,

estadual, um professor. Destacam a

importância da reflexão sobre a

Educação Ambiental como tema

relevante para os dias atuais, bem

como o uso da história em quadrinhos

como ferramenta pedagógica de forma

lúdica para os alunos da escola básica.

4.Conclusões

Ressalta-se que a atividade de pesquisa deve ser incentivada a todos os

estudantes da graduação. Em geral, os contemplados com bolsas de Iniciação Científicas

são os privilegiados. Conclui-se nesta experiência universitária que os resultados

alcançados são sempre motivadores de turma para turma. Cabe salientar que fica nítida,

após todo o processo de construção da pesquisa com os grupos, a satisfação de cada

aluno com os resultados obtidos. Muitos tomam gosto pela pesquisa e começam a

participar de grupos de pesquisa na instituição, outros querem fazer iniciação científica,

outros aproveitam o tema discutido para aprimorar seu trabalho de conclusão de curso,

outros querem fazer mestrado. Independentemente das diferentes situações vivenciadas,

o mais importante é proporcionar a cada estudante a oportunidade de realizar a

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transposição didática entre os diferentes conteúdos e técnicas de representação espacial,

além é claro de vivenciar o cotidiano junto aos alunos e professores da educação básica,

experiência que dificilmente será esquecida.

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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96. Brasília, DF: MEC,

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______.Diretrizes para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica. Ministério

da Educação. Brasília, DF, MEC, 2000.

______. Parecer: CNE/CES 492. Ministério da Educação. Brasília, DF: MEC, 2001.

______. Parecer: CN/CES 1363. Ministério da Educação. Brasília, DF: MEC, 2002a.

______.Parecer: 1363. Ministério da Educação. Brasília, DF: MEC, 2002b.

______.Resolução CNE/CES 14. Ministério da Educação. Brasília, DF: MEC, 2002c.

______.Resolução CNE/CP 1. Ministério da Educação. Brasília, DF, MEC, 2002d.

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MACEACHREN, A. M; TAYLOR, D. R. Visualization. Modern Cartography. Oxford, UK:Pergamon, 1994.

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SIMIELLI, M. E. R. O mapa como meio de comunicação: implicações no ensino dageografia do 1º grau, 1986, 205f. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade de SãoPaulo, São Paulo, 1986.

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