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2º Ciclo em Gestão Desportiva A organização de Eventos Desportivos na empresa Doctor Sport Relatório de Estágio Profissionalizante Relatório de Estágio com vista à obtenção do grau de Mestre (Decreto- Lei n.º 74/2006 de 24 de março, com alterações do Decreto-Lei nº 107/2008 de 25 de junho e do Decreto-Lei n.º 230/2009 de 14 de setembro) em Ciências do Desporto - Área de Especialização de Gestão Desportiva. Orientador: Mestre Rui Loureiro Supervisora: Prof.ª Doutora Maria José Carvalho Rui Filipe Naves dos Santos Porto, setembro 2014

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2º Ciclo em Gestão Desportiva

A organização de Eventos Desportivos na

empresa Doctor Sport

Relatório de Estágio Profissionalizante

Relatório de Estágio com vista à

obtenção do grau de Mestre (Decreto-

Lei n.º 74/2006 de 24 de março, com

alterações do Decreto-Lei nº 107/2008

de 25 de junho e do Decreto-Lei n.º

230/2009 de 14 de setembro) em

Ciências do Desporto - Área de

Especialização de Gestão Desportiva.

Orientador: Mestre Rui Loureiro

Supervisora: Prof.ª Doutora Maria José Carvalho

Rui Filipe Naves dos Santos

Porto, setembro 2014

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Santos, R. F. N. (2014). A organização de eventos desportivos na empresa

Doctor Sport. Porto: R. Santos. Relatório de estágio profissionalizante para a

obtenção do grau de Mestre em Gestão Desportiva, apresentado à Faculdade

de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: DESPORTO, GESTÃO DESPORTIVA, PROJETOS

DESPORTIVOS, EVENTOS DESPORTIVOS, TRAIL RUNNING.

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III

Agradecimentos

“Sucesso é um esporte coletivo.

Demonstre gratidão a todos os que colaboram com as suas vitórias.”

(Carlos Hilsdorf)

À Prof.ª Doutora Maria José Carvalho, supervisora deste estágio

profissionalizante, pela disponibilidade, rigor e competência.

Rui Loureiro, Orientador na entidade acolhedora, pela oportunidade, partilha de

conhecimentos, atribuição de responsabilidades e pelas propostas de trabalho

pertinentes e desafiantes.

Aos restantes membros da entidade – Luís Ferreira, Natanael Costa e Nuno

Patrão – pelo profissionalismo, cordialidade e constante boa disposição.

Nuno Carvalho, representante do grupo Coimbra Trail Running, pela energia

contagiante, sentido de serviço e prontidão.

Ao Julien Boyer e Xavier Vilate, por me permitirem conciliar a atividade

profissional com a realização dos dois anos de mestrado.

A todos, o meu sincero bem-haja!

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V

Índice Geral

Agradecimentos ......................................................................................................... III

Índice Geral ................................................................................................................. V

Índice de Figuras ..................................................................................................... VIII

Índice de Quadros ..................................................................................................... IX

Resumo ...................................................................................................................... XI

Abstract .................................................................................................................... XIII

Résumé..................................................................................................................... XV

Introdução ................................................................................................................... 3

1. Caracterização das Condições do Estágio ........................................................ 9

1.1. Âmbito do Estágio .............................................................................................. 9

1.2. Condições do Estágio ........................................................................................ 9

1.3. Atividades ........................................................................................................ 10

1.4. Planeamento da atividade ................................................................................ 11

1.4.1 Linhas Orientadoras ....................................................................................... 12

1.4.2. Objetivos gerais ............................................................................................. 12

1.4.3. Objetivos específicos ..................................................................................... 12

1.5. Metodologia ..................................................................................................... 12

1.6. Finalidade e processo da realização do relatório .............................................. 13

1.7. Organização e estrutura do relatório ................................................................ 14

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VI

2. Caracterização da Entidade Acolhedora ............................................................. 17

2.1. Origem e história .............................................................................................. 17

2.2. Contexto legal .................................................................................................. 19

2.3. Contexto institucional ....................................................................................... 21

2.3.1. Estratégia .................................................................................................. 22

2.3.1.1. Missão ................................................................................................... 22

2.3.1.2. Objetivos ............................................................................................... 23

2.3.1.3. Posicionamento ..................................................................................... 23

2.3.1.4. Responsabilidade Social ....................................................................... 23

2.4. Contexto funcional ........................................................................................... 25

2.4.1. Organograma ............................................................................................ 25

2.4.2. Recursos humanos ................................................................................... 26

3. Enquadramento da Prática Profissional .......................................................... 31

3.1. O desporto na sociedade atual ......................................................................... 31

3.2. Projetos: conceito e o seu desenvolvimento ..................................................... 32

3.2.1. Os projetos específicos dos eventos desportivos ......................................... 35

3.2.1.2. A importância do planeamento .................................................................. 37

3.2.1.2. Fases de intervenção ................................................................................ 40

3.2.1.3. Áreas de atuação ...................................................................................... 43

3.2.1.4. Impactos e desenvolvimento local ............................................................. 45

4. Realização da Prática Profissional ................................................................... 51

4.1. Projetos desportivos participados ..................................................................... 51

4.1.1. Festival Nacional de Estudantes do Ensino do Secundário ....................... 51

4.1.1.1. Fase de preparação ............................................................................... 52

4.1.1.2. Fase de execução ................................................................................. 53

4.1.2. Figueira Beach Rugby International .......................................................... 55

4.1.2.1. Fase de preparação ............................................................................... 55

4.2. Projeto desportivo desenvolvido ....................................................................... 57

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VII

4.2.1. Trail Run Coimbra ..................................................................................... 57

4.2.1.1. Estudo de viabilidade ............................................................................. 58

4.2.1.1.1. Formulação da ideia e oportunidade de negócio .............................. 58

4.2.1.1.2. Análise da envolvente ...................................................................... 59

4.2.1.1.3. Análise S.W.O.T. .............................................................................. 62

4.2.1.1.4. Previsão de custos fixos ................................................................... 64

4.2.1.2. Desenvolvimento e implementação ....................................................... 66

4.2.1.2.1. Estrutura organizacional ................................................................... 67

4.2.1.2.2. Estrutura de subdivisão do trabalho ................................................. 68

4.2.1.2.3. Calendarização ................................................................................ 74

4.3.1.2.5. Riscos .............................................................................................. 79

5. Reflexão Crítica e Considerações Finais ............................................................ 83

Bibliografia

Anexos..................................................................................................................... XIX

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VIII

Índice de Figuras

Figura 1. Logótipo - Doctor Sport 17

Figura 2. Organograma - Doctor Sport 26

Figura 3. Esquema de coordenação de um evento desportivo 44

Figura 4. Logótipo - Festival Nacional de Estudantes do Ensino

Secundário 51

Figura 5. Logótipo - Figueira Beach Rugby International 55

Figura 6. Logótipo - Trail Run Coimbra 57

Figura 7. Estrutura organizacional - Trail Run Coimbra 67

Figura 8. Troféus - Trail Run Coimbra 71

Figura 9. Dorsais personalizados - Trail Run Coimbra 72

Figura 10. Lona/Cartaz - Trail Run Coimbra 77

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IX

Índice de Quadros

Quadro 1. Planificação cronológica das atividades 13

Quadro 2. Questões a responder para a estruturação de um projeto 33

Quadro 3. Impactos de um evento desportivo 45

Quadro 4. Análise S.W.O.T. - Trail Run Coimbra 63

Quadro 5. Previsão de custos fixos -Trail Run Coimbra 65

Quadro 6. Estrutura de subdivisão de trabalho -Trail Run Coimbra 69

Quadro 7. Calendarização -Trail Run Coimbra 74

Quadro 8. Plano de comunicação -Trail Run Coimbra 78

Quadro 9. Riscos -Trail Run Coimbra 79

Quadro 10. Riscos: Descrição das respostas 80

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XI

Resumo

O presente relatório de estágio profissionalizante é parte integrante e

conclusiva do segundo ciclo em Gestão Desportiva, frequentado na Faculdade

de Desporto da Universidade do Porto entre 2012 e 2014.

O estágio decorreu na empresa Doctor Sport, entre 01 de outubro de 2013 e 30

de maio de 2014, tendo como finalidades essenciais o desenvolvimento integral

de um novo projeto na empresa - Trail Run Coimbra (TRC) - e o apoio geral

aos outros eventos - Festival Nacional de Estudantes do Ensino Secundário

(FNEES) e Figueira Beach Rugby International (FBRI).

Por sua vez, o objetivo primordial deste relatório é descrever, analisar e refletir

sobre o trabalho desenvolvido, competências, práticas e vivências ao longo do

estágio profissionalizante.

O presente relatório está dividido em cinco capítulos, sendo os primeiros dois

relacionados com caracterização das condições do estágio e da entidade

acolhedora, respetivamente; o terceiro debruça-se sobre o enquadramento da

prática profissional; o quarto incide sobre a descrição pormenorizada das

atividades do estagiário ao longo do estágio e, por fim, o quinto capítulo recai

sobre a reflexão crítica e considerações sobre a realização do estágio

profissionalizante.

A realização deste estágio revelou-se essencial e enriquecedor na formação do

estagiário, uma vez que permitiu aplicar conhecimentos teóricos e confrontá-los

com a realidade prática e real do contexto laboral. Simultaneamente, as

competências técnicas e pessoais do estagiário foram potenciadas, através das

responsabilidades assumidas ao longo dos meses de estágio, nomeadamente

na conceção, desenvolvimento e implementação da primeira edição do evento

TRC.

PALAVRAS-CHAVE: DESPORTO, GESTÃO DESPORTIVA, PROJETOS

DESPORTIVOS, EVENTOS DESPORTIVOS, TRAIL RUNNING.

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XIII

Abstract

This internship report is an integral and conclusive part of my Master’s degree

in Sports Management, studied at the Sport Faculty, University of Porto

between 2012 and 2014.

The internship took place with the company Doctor Sport - Serviços

Desportivos, from October 1st 2013 until May 30th 2014, the main objective

being the development of a new project for the company – Trail Run Coimbra

and also providing support for other events - Festival Nacional de Estudantes

do Ensino Secundário e Figueira Beach Rugby International.

The primary objective of this report is to describe, analyze and reflect upon the

work, skills and practical experience of the internship.

This report is divided into five chapters. The first two being the character and

conditions of the internship and placement company respectively; the third

focuses on the framework of professional practice; the fourth focuses on the

activities of the intern throughout the internship, and finally, the fifth chapter is a

critical reflection on the internship.

The completion of this internship was essential training, requiring the intern to

apply theory in the practical work environment. Both the technical and personal

skills of the intern were enhanced through the responsibilities assumed during

the internship, particularly in the design, development and implementation of the

first edition of the event Trail Run Coimbra.

KEYWORDS: SPORTS; SPORTS MANAGEMENT, PROJECTS EVENTS;

SPORTING EVENTS, TRAIL RUNNING.

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XV

Résumé

Le rapport de stage professionel ci-joint fait partie intégrante et sert de

coclusion au Master en Gestion Sportive de la faculté de Sport de l’Université

de Porto, fréquenté entre 2012 e 2014.

Le stage s’est déroulé dans l’entreprise Doctor Sport – Serviços Desportivos,

entre le 1er Octobre 2013 et le 30 Mai 2014, ayant pour objectifs principaux le

développement d’un nouveau projet dans l’entreprise, à savoir le Trail Run

Coimbra – et l’organisation de deux autres évènements importants:

Le Festival Nacional de Estudantes do Ensino Secundarío et le Figueira Beach

Rugby International.

L’objectif principal de ce rapport de stage est de décrire, refléter et analyser les

différents travaux réalisés, les compétences développées ainsi que les

expériences et pratiques vécues tout au long de ce stage professionel.

Le présent rapport de stage est formé de cinq chapitres. Les deux premiers

présentant respectivement les caractéristiques du stage et de l’entreprise

accueillant le stagiaire; le troisième se concentre sur l’encadrement de la

pratique professionnelle; le quatrième présente la description détaillée des

activités du stagiaire durant le stage et pour finir, le cinquième chapitre est une

réflexion critique et un ensemble de considérations sur la réalisation du stage

professionnel.

La réalisation de ce stage s’est révélée essentielle et enrichissante pour le

stagiaire car elle à permit de mettre en pratique des connaissances théoriques

et de les confronter à la réalité de la pratique professionnelle.

Dans un même temps les compétences techniques et personnelles du stagiaire

ont été améliorées au travers des diverses responsabilités assumées tout au

long du stage, et plus particulièrement dans la conception, le développement et

la mise en place de la première édition de l’évènement Trail Run Coimbra.

MOTS – CLÉS: SPORT, GESTION SPORTIVE, PROJETS SPORTIFS,

EVENEMENTS SPORTIFS, TRAIL RUNING.

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INTRODUÇÃO

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Introdução

O fenómeno desportivo, ao longo do tempo, assume um papel cada vez mais

determinante na sociedade atual. A par de outras áreas de intervenção social,

o desporto sofreu um processo evolutivo que procurou estabelecer uma relação

mais próxima com a comunidade.

O conhecimento de “hoje” não é igual ao de “amanhã” e, por isso, reconhece-

se unanimemente que a realidade transforma-se no tempo, obrigando a uma

constante reflexão para adequar as formas de atuação nos mais variados

contextos, desde a esfera pessoal, social, associativa ou profissional.

Em particular no desporto, dadas as novas exigências da sociedade, a

abordagem das entidades ligadas ao sector, necessariamente, tem vindo a

sofrer transformações e evoluções constantes.

A prática de exercício físico como forma saudável de ocupação do tempo livre,

justificou o aparecimento de uma grande quantidade de organizações

desportivas, apostando na diversidade de atividades e que, objetivamente,

visam ir ao encontro das expectativas e necessidades das populações

(Botelho, 2007).

Emergiu, portanto, um conceito de desporto, com espaços diferenciados e

próprios para a sua prática, com vista à ocupação do tempo livre, onde todos

os grupos sociais, de todas as faixas etárias e géneros, saciam as suas

necessidades, motivadas pelo aumento da qualidade de vida, bem-estar, saúde

e da imagem corporal. (Constantino, 2006).

Neste seguimento, os eventos desportivos representam, hoje em dia, uma das

formas mais procuradas pela população em geral com vista à prática de

atividade física, daí, a realização de um evento desportivo requerer uma

exigência máxima, pois essa é a única forma da organização tornar-se

reconhecida, servindo em simultâneo para captar maior número de

participantes na edição seguinte, assim como patrocinadores e demais agentes

ligados ao evento desportivo.

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4

Desta forma, para intervir no desporto, um sector com claras especificidades,

de uma forma mais planeada, organizada e estruturada é decisiva a sua

compressão, daí, a frequência do curso de segundo ciclo em Gestão

Desportiva.

Após o ano curricular, a opção do mestrando pelo estágio profissionalizante

motivou-se pela determinação do mestrando em confrontar o conhecimento

teórico adquirido no primeiro ano com uma experiência prática e autêntica, em

contexto laboral.

O interesse pela empresa Doctor Sport, sediada na cidade de Coimbra, para a

realização do estágio profissionalizante surgiu de forma espontânea, devido a

anteriores experiências do mestrando na equipa de staff nos eventos

promovidos por esta entidade. Adicionalmente, o mestrando nutre um gosto

especial pela organização de eventos desportivos e sendo essa a principal

área de atuação da empresa, passou de uma eventual possibilidade à

prioridade do mestrando e consecutiva aprovação dos envolvidos.

À data da integração do mestrando no estágio profissionalizante, a entidade

mantinha anualmente dois eventos – FNEES e FBRI – com características

distintas. O FNEES é o principal evento da Doctor Sport, trata-se de um festival

dirigido aos jovens do ensino secundário ou equivalente, durante cinco dias em

Gouveia e que segue já na décima primeira edição consecutiva. Por sua vez, o

FBRI é um torneio de beach rugby marcado por uma forte vertente

internacional, realizado anualmente na Figueira da Foz, desde 2010.

Dadas as circunstâncias, a aceitação do mestrando por parte da entidade

acolhedora visava alargar os projetos da empresa, tendo sido por isso proposto

desde início ao estagiário que ficasse incumbido de avaliar a possibilidade de

um eventual novo projeto, sugerindo apenas algo ligado ao fenómeno da

corrida, uma prática verdadeiramente em crescente popularidade em todo o

mundo, na qual o nosso país não é exceção.

Na ótica da Doctor Sport, o mercado da corrida e em particular do trail running

– corrida de natureza/montanha – na cidade de Coimbra apresentava uma

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lacuna ao nível dos eventos desportivos, que poderia ser preenchida pelo

lançamento de um evento com uma forte imagem de marca, associado ainda

fortemente à cidade de Coimbra. Além disso, o facto da Mata Nacional de Vale

de Canas (MNVC) – um local único e magnífico muito próximo da cidade de

Coimbra – estar seriamente afastado há vários anos da rotina dos

conimbricenses, representou outra das motivações para a decisão de expandir

a intervenção da empresa rumo ao trail running, em concreto com o projeto

TRC.

Em suma, as atividades do estagiário objetivaram um apoio geral aos eventos

FNEES e FBRI, através de diversas necessidades da preparação dos eventos.

Com maior relevo, o mestrando desenvolveu a conceção, desenvolvimento e

implementação da primeira edição do evento TRC que realizar-se-á a 05 de

outubro de 2014 na MNCV, junto à cidade de Coimbra.

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1. CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO ESTÁGIO

____________________________________________________

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1. Caracterização das Condições do Estágio

1.1. Âmbito do Estágio

O estágio profissionalizante foi realizado com vista à obtenção do grau de

Mestre em Gestão Desportiva da Faculdade de Desporto da Universidade do

Porto, na empresa Doctor Sport - Serviços Desportivos, adiante designada por

Doctor Sport e decorreu entre 1 de outubro de 2013 e 30 de maio de 2014, com

a duração aproximada de quinhentas horas. A partir de junho e até à data da

entrega do presente relatório, o estagiário manteve o contacto e continuou

fortemente ligado ao projeto desenvolvido - Trail Run Coimbra - uma vez que

este apenas se realizará a 05 de outubro de 2014.

O estágio foi supervisionado pela Prof.ª Doutora Maria José Carvalho, docente

na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e Diretora do Mestrado

em Gestão Desportiva e orientado pelo Mestre Rui Loureiro, sócio-gerente da

entidade acolhedora do estágio e dirigente desportivo a nível associativo.

A oportunidade de realizar o estágio na Doctor Sport foi fruto da iniciativa do

estagiário, através do contacto pessoal com a gerência da empresa e

consecutiva reunião, na qual o estagiário demonstrou vontade em integrar os

projetos da empresa, tendo recebido um feedback positivo.

O estágio foi oficializado via contacto entre a Supervisora Professora Doutora

Maria José Carvalho e o Orientador e sócio-gerente Rui Loureiro.

1.2. Condições do Estágio

Na reunião inicial foi proposto ao estagiário desempenhar, principalmente,

funções e tarefas relacionadas com novos projetos da empresa, uma vez que o

trabalho dos atuais projetos já estava garantido e assegurado pela gerência da

Doctor Sport.

Neste sentido, foi solicitado ao estagiário que ficasse incumbido em avaliar

novos projetos e possuísse capacidade de idealizar e planear de forma

responsável e autónoma, havendo uma preocupação subjacente de

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proporcionar ao estagiário uma prática profissional galvanizadora e

enriquecedora.

Embora o estágio tenha sido pautado pela autonomia, ressalve-se que o

estagiário recebeu sempre o respetivo apoio e apreciações do Orientador e

restantes elementos da gerência.

Neste sentido, o estágio foi realmente pertinente, emancipador e contribuiu de

forma clara para o incremento da capacidade de gerir um projeto desportivo,

por parte do estagiário. Permitiu, igualmente, aplicar e desenvolver

conhecimentos adquiridos em diversos módulos do ano curricular do Mestrado

em Gestão Desportiva, sobretudo Contabilidade e Gestão Financeira,

Desenvolvimento e Implantação de Projetos, Gestão de Eventos Desportivos e

Marketing Desportivo.

O estágio decorreu no escritório da Doctor Sport, situada na Avenida Elísio de

Moura em Coimbra, com excelentes condições para um desempenho laboral

favorável. Desenrolou-se, ainda, com alguma flexibilidade horária, fruto da

disponibilidade profissional do Orientador e do estagiário, no entanto, o estágio

acabou por realizar-se em grande parte no período das 9:00 às 13:00, cerca de

três a quatro vezes por semana, perfazendo no total aproximadamente 500

horas.

Por fim, salienta-se a forma cordial e respeitosa com a qual o estagiário foi

recebido, integrado e encarado na realização do estágio. Dado o estagiário já

ter integrado várias vezes o staff de eventos anteriores da Doctor Sport,

manteve-se uma empatia com a gerência, o que favoreceu um ótimo ambiente

de trabalho.

1.3. Atividades

O estágio centrou-se, especialmente, em duas grandes áreas de atividade:

Projeto Trail Run Coimbra: uma corrida pedestre de natureza,

com fins competitivos e não competitivos, na MNVC junto à cidade

de Coimbra.

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Dado ser a primeira edição deste evento para a Doctor Sport e inclusive nesta

modalidade desportiva, o estágio envolveu um conjunto alargado de atividades,

desde o nível da análise contextual, passando pela planificação e respetiva

execução em diferentes áreas de atuação, com as quais qualquer gestor de

projetos desportivos indispensavelmente lida, nomeadamente o estudo prévio

de viabilização do projeto, conceção e planeamento do projeto e à gestão

corrente administrativa, operacional, técnica, financeira e de comunicação.

O estagiário assumiu responsabilidades significativas em todos os domínios

referidos, por exemplo, na delineação do percurso das diferentes provas,

marcando presença em reuniões com parceiros relevantes, controlo sobre a

comunicação digital do evento, coordenação do staff e voluntariado, entre

outros.

Apoio à organização dos eventos Festival Nacional de Estudantes do

Ensino Secundário e Figueira Beach Rubgy International

Tanto o FNEES como o FBRI já contam com inúmeras edições anuais,

nomeadamente onze e cinco edições, respetivamente, pelo que as tarefas do

estagiário nestes eventos materializaram-se em tarefas da gestão corrente, a

nível do apoio às inscrições, comunicação, entre outras. O estagiário marcou,

ainda, presença durante os cinco dias do FNEES – 13 a 17 de abril de 2014.

Todas as atividades desenvolvidas constam explanadas pormenorizadamente,

no capítulo “Realização da prática profissional”, na rubrica “Descrição das

atividades”.

1.4. Planeamento da atividade

O planeamento do estágio profissionalizante revelou-se essencial, já que

permitiu definir os objetivos e a metodologia a colocar em prática. Neste

seguimento, surgiu primeiramente a necessidade de compreender as linhas

orientadoras da Doctor Sport e, de seguida, estabelecer os objetivos gerais e

específicos, direcionando desta forma o estagiário para as funções de maior

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utilidade para a empresa e, simultaneamente, para a sua satisfação

profissional.

1.4.1 Linhas Orientadoras

Ao iniciar o estágio e nas primeiras conversas com o Orientador, expôs-se o

contexto e áreas de atuação do estagiário.

Instalações: escritório da Doctor Sport, na cidade de Coimbra

Áreas de intervenção: lançamento de um novo projeto desportivo e

apoio aos projetos atuais

Seguiu-se a definição dos objetivos que deveriam ser materializados ao longo

do estágio profissionalizante.

1.4.2. Objetivos gerais

Intervenção na conceção, idealização, planeamento e implementação

do projeto TRC;

Colaboração administrativa e operacional nos eventos FNEES e FBRI;

Participação ativa na fase de realização dos eventos da Doctor Sport.

1.4.3. Objetivos específicos

Elaboração do estudo prévio – avaliação e justificação – com vista à

viabilização do projeto TRC;

Execução de procedimentos e aspetos administrativos, técnicos,

operacionais, financeiros e de comunicação relativos à totalidade do

projeto TRC;

Concretização do apoio solicitado para os eventos FNEES e FBRI.

1.5. Metodologia

De forma a atingir os objetivos definidos, verificou-se essencial entender e

acompanhar as ações desenvolvidas na Doctor Sport, no âmbito da sua

organização e método nos atuais projetos da empresa. Neste sentido,

procurou-se criar ao longo do estágio as devidas oportunidades para

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13

proporcionar um contacto com as pessoas envolvidas no desempenho das

necessidades dos projetos.

Procedeu-se, ainda, a uma sistematização das ações e atividades

desenvolvidas, o que facilitou a elaboração do relatório de estágio.

Além disso, a utilização de um diagrama com a planificação cronológica das

atividades – Quadro 1 – que embora não fosse estanque, aberta a

ajustamentos e não totalmente inclusiva das atividades desenvolvidas ao longo

da realização do estágio, revelou-se uma excelente ferramenta.

Quadro 1. Planificação cronológica das atividades

2013

Outubro Integração e compreensão da realidade da

entidade acolhedora

Novembro Investigação e análise contextual do fenómeno da

corrida em Portugal, em particular da modalidade

de Trail Running Dezembro

2014

Janeiro Conceção do projeto desportivoTRC

Fevereiro

Março

Desenvolvimento e implementação do projeto

desportivo TRC

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

1.6. Finalidade e processo da realização do relatório

A elaboração do presente relatório teve como intenção primordial a exposição

escrita e o mais minuciosa possível, acerca de todos os aspetos e

procedimentos decorrentes da atividade desenvolvida durante o estágio

profissionalizante.

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Além disso, pretende-se esclarecer as condições do estágio, elucidar sobre a

caracterização da entidade acolhedora; elaborar um enquadramento da prática

profissional e, ainda, tecer uma reflexão crítica aprofundada acerca da

realização do estágio profissionalizante.

As fontes de informação foram recolhidas através dos mais variados meios,

nomeadamente as normas e orientações para a redação e apresentação de

dissertações e relatórios do Conselho Cientifico da Universidade do Porto,

pesquisa na biblioteca da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e

da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de

Coimbra, consulta de dissertações de mestrado na área da Gestão do

Desporto e, ainda, documentação interna da Doctor Sport.

1.7. Organização e estrutura do relatório

O relatório organiza-se em diversos capítulos. No primeiro aborda-se a

caracterização das condições do estágio, nos mais variados aspetos do

mesmo.

No segundo capítulo caracteriza-se a entidade acolhedora do estágio

profissionalizante, em diferentes âmbitos e contextos. O terceiro capítulo incide

sobre o enquadramento teórico da prática profissional, através de uma revisão

e análise da literatura. No quarto capítulo, relativo à realização da prática

profissional, descreve-se a totalidade das ações do estagiário.

Finalmente, no quinto capítulo, constitui-se uma reflexão crítica acerca da

realização do estágio profissionalizante.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE ACOLHEDORA

____________________________________________________

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2. Caracterização da Entidade Acolhedora

O segundo capítulo deste relatório de estágio profissionalizante visa apresentar

uma caracterização da entidade acolhedora – a empresa Doctor Sport – em

vários contextos.

Inicia-se pela origem e história da empresa, ou seja, o seu surgimento e uma

breve descrição do historial dos eventos promovidos pela entidade ao longo

dos onze anos de existência. De seguida, elucida-se acerca do contexto legal

da entidade, nomeadamente, através da análise dos artigos mais relevantes do

Código das Sociedades Comerciais (CSC) relativos à constituição de uma

entidade similar à Doctor Sport.

Por sua vez, o contexto institucional tem como finalidade expor conceitos

transversais às organizações mas específicos para cada uma, nomeadamente,

a missão, objetivos, posicionamento e responsabilidade social.

Finalmente, o contexto funcional tem como propósito clarificar a estrutura

organizacional da Doctor Sport, concretamente o respetivo organograma e os

seus recursos humanos.

2.1. Origem e história

A Doctor Sport foi fundada no ano de 2003, fruto da iniciativa de quatro jovens

recém-licenciados em Ciências do Desporto na Faculdade de Ciências do

Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra.

Figura 1. Logótipo - Doctor Sport

O primeiro evento promovido pela empresa surgiu no ano de 2004 - Festival

Nacional de Estudantes do Ensino Secundário - seguindo já na décima primeira

edição consecutiva. O conhecido Festival do Secundário é um evento de

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referência na comunidade estudantil do ensino secundário, que reúne milhares

de estudantes durante cinco dias no Parque Senhora dos Verdes em Gouveia,

nas férias escolares da Páscoa.

Em 2010, a Doctor Sport lançou outro evento de referência – o Figueira Beach

Rugby International. Com o passar dos anos, o projeto integrou o Circuito

Nacional e do Circuito Europeu de Beach Rugby, sendo membro do Comité

Europeu de Beach Rugby. O evento prossegue na quinta edição consecutiva e

envolve cinquenta equipas, dez países e setecentos atletas!

Igualmente em 2010, a empresa promoveu um evento de cariz solidário, tendo

todas as receitas revertido a favor da Acreditar, Associação de Pais e Amigos

de Crianças com Cancro. Tratou-se do Coimbra Legends Cup, um torneio

quadrangular de futebol indoor, com ex-atletas profissionais e vários ex-

internacionais, casos de Sá Pinto, Fernando Gomes ou Domingos Paciência,

em representação de quatro equipas – Académica/Organismo Autónomo de

Futebol, Futebol Clube do Porto, Sporting Clube de Portugal e Sport Lisboa e

Benfica.

Em 2011, repetiu-se o evento de futebol indoor mas em moldes distintos, uma

vez que ao invés de clubes, foram seleções a representarem-se,

nomeadamente Angola, Bulgária, Holanda e Portugal. Nomes como Rui Costa,

Fernando Couto, Rui Barros ou Iordanov marcaram presença.

Atualmente, a Doctor Sport mantém os eventos FNEES e FBRI, tendo ainda

neste âmbito a supervisão do Circuito Nacional de Beach Rugby, composto por

quatro etapas – Ericeira, Figueira da Foz, Apúlia e Algarve.

Além disso, a 05 de outubro de 2014, a Doctor Sport irá concretizar um novo

evento, desta vez de corrida de natureza – Trail Run Coimbra – e sobre o qual

decorreu grande parte da prática profissional do estagiário.

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2.2. Contexto legal

A jurisdição portuguesa prevê dois tipos de sociedades - civis e comerciais.

Nas sociedades civis incluem-se as associações (desportivas, recreativas,

culturais, entre outras); fundações e cooperativas. Por sua vez, nas sociedades

comerciais incluem-se as sociedades unipessoais, sociedades por quotas,

sociedades anónimas e as sociedades em comandita.

Em termos legais, a Doctor Sport integra-se nas sociedades comerciais e

define-se como uma empresa em regime de sociedade por quotas, que se rege

pelo CSC, do Decreto-Lei n.º 262/86, de 02 de setembro, republicado no

Decreto-Lei n.º 76/2006, de 29 de março.

Com base no CSC, passa-se a analisar alguns dos artigos mais relevantes

acerca da constituição de uma sociedade por quotas, como é o caso da

entidade acolhedora.

O artigo 7.º pressupõe, desde logo, que o número mínimo de sócios é de dois,

sendo a Doctor Sport composta por quatro.

De acordo com o artigo 197.º, o capital da sociedade está dividido em quotas e

os sócios são responsáveis pelas entradas convencionadas no contrato social.

Numa sociedade por quotas, o CSC prevê ainda que só o património social

responde para com os credores pelas dívidas da sociedade, salvo o disposto

no artigo 198.º (responsabilidade dos sócios para com os credores sociais).

Os gerentes podem ser ou não sócios, são designados por estes, competindo-

lhes fixar a respetiva remuneração (artigo 246.º e 255.º do CSC).

Em conformidade com o Decreto-Lei 33/2011 de 7 de março que adotou

medidas de simplificação dos processos de constituição de sociedades por

quotas, o capital social passou a ser livremente definido pelos sócios.

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Já o artigo 200.º prevê que a firma da sociedade deve ser formada, com ou

sem sigla, pelo nome ou firma de todos, algum ou alguns dos sócios, ou por

uma denominação particular, ou pela reunião de ambos esses elementos, mas

em qualquer caso concluída pela palavra «Limitada» ou pela abreviatura

«Lda.». O nome escolhido deve, ainda, respeitar 3 princípios: princípio da

verdade (Artigo 32.º do Registo Nacional de Pessoas Coletivas (RNPC));

princípio da novidade (artigo 33.º do RNPC) e princípio da exclusividade (artigo

35.º do RNPC). No caso da entidade acolhedora, optou-se por uma

denominação particular, nomeadamente, Doctor Sport – Organização de

Eventos Desportivos Lda.

A sede, ao abrigo do artigo 12.º do CSC, tem que ser estabelecida num local

concreto e definido, no entanto pode ser deslocada dentro do território

nacional. Neste caso, a sede da Doctor Sport mantém-se na cidade de

Coimbra, desde o início da sociedade.

Relativamente ao Direito aos Lucros, o Artigo 217.º declara que, salvo diferente

cláusula contratual ou deliberação tomada por maioria de três quartos dos

votos correspondentes ao capital social em assembleia geral para o efeito

convocada, não pode deixar de ser distribuído aos sócios metade do lucro do

exercício que, nos termos da lei, seja distribuível.

De acordo com o Artigo 248.º uma Assembleia Geral pode ser convocada por

qualquer dos gerentes por carta registada e com antecedência de quinze dias.

A presidência da assembleia geral pertence ao sócio presente que possuir ou

representar maior fração do capital, preferindo-se, em igualdade de

circunstâncias, o mais velho. Além disso, o mesmo artigo prevê que nenhum

sócio pode ser privado de participar, ainda que esteja impedido de exercer o

direito de voto.

Considera-se ainda, oportuno, analisar e de acordo com Alves (2011) as

vantagens e desvantagens da opção por uma sociedade por quotas.

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Em relação às vantagens, destaca-se o facto da responsabilidade dos sócios

ser limitada aos bens afetos à empresa, havendo uma separação clara do

património da empresa, logo, o risco pessoal é menor. Em segundo lugar, a

existência de mais do que um sócio pode garantir uma maior diversidade de

experiências e conhecimentos nos órgãos de decisão da empresa e,

adicionalmente há maior probabilidade de se garantirem os fundos

necessários, pois podem ser mais pessoas a entrar no capital da empresa e o

crédito bancário tende a ser facilitado.

No que respeita às desvantagens, desde logo um sócio pode ser chamado a

responder perante os credores pela totalidade do capital uma vez que essa

responsabilidade tanto pode ser solidária com a sociedade, como subsidiária

em relação a esta (artigo 198.º do CSC). Além disso, um dos proprietários não

possui o controlo absoluto pela sociedade, já que existe pelo menos mais do

que um proprietário. Por outro lado, são mais difíceis de constituir e dissolver

por imperativos formais de carácter legal e, sobretudo, pela necessidade de

acordo entre os sócios. Finalmente, os sócios não podem imputar eventuais

prejuízos do seu negócio na declaração de IRS (os resultados das sociedades

são, obviamente, tributados em sede de IRC).

Em suma, recomenda-se uma sociedade por quotas aos empresários que

desejem partilhar o controlo e a gestão da empresa com um ou mais sócios,

especialmente quando não possuem todos os conhecimentos e competências

necessárias para conduzir individualmente a empresa.

2.3. Contexto institucional

O contexto institucional da empresa Doctor Sport foi elaborado de acordo com

documentação interna da entidade e pela informação constante no site

corporativo da empresa.

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Desta forma, a instituição é contextualizada através daquilo que a própria

assume nos conceitos fundamentais da estratégia de uma organização, a

missão, objetivos, posicionamento e responsabilidade social.

2.3.1. Estratégia

A estratégia de uma organização estabelece o seu crescimento a médio-longo

prazo e, portanto, orienta o planeamento dos seus recursos, competências e

capacidades, de forma a garantir um exercício em consonância com os

objetivos definidos.

Para Proctor (1996), o ponto fulcral da estratégia de qualquer serviço

desportivo deve ser corresponder ao segmento de mercado onde é provável o

sucesso.

A estratégia inclui fatores fundamentais, como a missão, objetivos,

posicionamento e responsabilidade social.

2.3.1.1. Missão

De acordo com Oliveira (2006), a missão é a "determinação do motivo central

da existência da empresa". Já Pires (2003) afirma que a maneira especial

como uma organização deve cumprir a sua vocação designa-se por missão.

É, portanto, a finalidade pela qual a organização foi criada e para o que deve

servir. Envolve os objetivos essenciais do negócio e está, geralmente,

focalizada fora da empresa, ou seja, na resposta às exigências do mercado ou

do cliente. A missão deve traduzir a filosofia da organização e definir a

estratégia organizacional a seguir pela organização.

A Doctor Sport assume como sua missão, “comunicar e diferenciar a imagem

da marca dos nossos clientes, proporcionando ao seu público-alvo

experiências e sensações únicas, contribuindo para o seu bem-estar e

valorização pessoal. Neste contexto, procura sempre desenvolver projetos que

criem o máximo impacto na comunidade, apostando desta forma em princípios

de originalidade e criatividade, dos quais não abdica”. (in www.doctorsport.pt)

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2.3.1.2. Objetivos

Um objetivo é um estado futuro desejado que se tenta tornar realidade e que se

consubstancia em resultados concretos num determinado prazo de tempo.

As organizações são entidades igualmente orientadas para objetivos, uma vez

que praticamente tudo nas organizações está direcionado para uma meta,

finalidade ou resultado a alcançar, orientando o seu comportamento em relação

ao futuro de forma a corresponder ao objetivo traçado.

A Doctor Sport tem como objetivo “satisfazer as exigências mais elevadas do

público-alvo e parceiros, procurando fornecer aos nossos clientes serviços de

máxima qualidade”. (in www.doctorsport.pt)

2.3.1.3. Posicionamento

O posicionamento é um conceito chave na decisão estratégica de qualquer

organização (Lindon et al., 2000).

Kotler et al. (2002) referem que o posicionamento de um serviço consiste no

processo que conduz à sua identificação clara e reconhecida pelo mercado,

baseada em critérios objetivos e/ou subjetivos, que o tornam distinto dos

serviços alternativos concorrentes.

Para Proctor (1996) o conceito de posicionamento de um serviço indica o que

este representa e como os consumidores o podem avaliar.

A Doctor Sport procura “diferenciar-se da concorrência, criando uma forte

imagem de marca, através da criação de produtos e serviços únicos,

apostando num serviço personalizado e projetado, tendo em conta as

necessidades e especificidades dos nossos clientes”. (in www.doctorsport.pt)

2.3.1.4. Responsabilidade Social

A responsabilidade social é uma "obrigação moral das organizações que reflete

o contributo das suas iniciativas para o desenvolvimento da comunidade

envolvente". (Lisboa, Coelho, Coelho & Almeida, 2008, p. 140).

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Na opinião de Carroll (1979, citado por Almeida, 2010), a responsabilidade

social empresarial abrange um compromisso voluntarioso dos empresários com

responsabilidades que excedem as legítimas obrigações económicas ou legais,

como é o caso das responsabilidades éticas e filantrópicas.

Rodrigues e Duarte (2012) afirmam que a responsabilidade social das

empresas é bastante incentivada a nível europeu, constituindo mesmo um

objetivo partilhado na União Europeia.

Prova disso mesmo é a Comissão Europeia ser percursora no desenvolvimento

de políticas que promovam a Responsabilidade Social das organizações,

desde a publicação do Livro Verde em 2001, onde a responsabilidade social foi

definida como um conceito através do qual, as organizações integram

voluntariamente preocupações sociais e ambientais nas suas atividades

comerciais e na sua interação com os stakeholders.

Além disso em outubro de 2011, a Comissão Europeia, numa comunicação

dirigida a vários órgãos da União Europeia, alargou a definição, onde a

responsabilidade social das empresas é “a responsabilidade das empresas

pelo impacto que têm na sociedade”, sendo o respeito pela legislação em vigor

e dos acordos coletivos com os parceiros sociais, uma condição para honrar

essa responsabilidade. A comunicação refere ainda que as organizações

devem adotar processos com o propósito de incluir as preocupações de

natureza social, ambiental e ética, o respeito pelos direitos humanos e as

preocupações dos consumidores.

No caso da Doctor Sport, a empresa “perceciona a Responsabilidade Social

Corporativa como algo mais do que uma simples vantagem competitiva sobre a

concorrência. Entendemos que só consciencializando a sociedade e adotando

medidas proactivas nas áreas social e ambiental poderemos atingir o nosso

objetivo máximo, potenciar e maximizar a imagem dos nossos clientes através

dos nossos serviços. Desta forma adotamos nos nossos eventos e day by day

da empresa, práticas sociais e ambientais que nos conferem um grau de

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empresa proactiva nas áreas de sustentabilidade social e ambiental”. (in

www.doctorsport.pt)

2.4. Contexto funcional

A estrutura da empresa tem como princípio a melhoria contínua e a otimização

dos processos de gestão e recursos próprios, visando um desenvolvimento das

suas vantagens competitivas e a consolidação financeira, ano após ano.

Uma organização marcada pela simplicidade funcional prima ainda assim, pelo

cumprimento integral da missão e da visão estratégicas.

2.4.1. Organograma

De forma a melhor compreender a estrutura de uma organização, utilizam-se

organogramas, isto é, uma representação gráfica que permite uma perceção e

visualização rápida e eficaz, não só da hierarquia, como também das

competências, cargos e relações entre os membros que integram a

organização.

Mintzberg (1995) refere que o organograma apesar de não mostrar os

relacionamentos não formais, retrata fielmente a distribuição do trabalho e

exibe de forma clara quais as posições que existem na organização, como

estas são agrupadas e como a autoridade formal flui entre ela.

O organograma da Doctor Sport – Figura 2 – está, portanto, definido numa

hierarquia simples que sustenta as competências dos membros da gerência e

as funções da equipa em três áreas de trabalho.

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Figura 2. Organograma - Doctor Sport

2.4.2. Recursos humanos

A estrutura orgânica da empresa e, portanto, os seus recursos humanos

apresentam uma dimensão relativamente reduzida. Na fase do planeamento

dos eventos, a empresa conta somente com os quatro sócios durante todo o

ano, distribuídos em diferentes mas complementares áreas de atuação.

Por sua vez, na fase de operacionalização e realização dos eventos, como é

previsível, o número de colaboradores aumenta significativamente, contando

ainda com a participação de voluntários. O conjunto dos colaboradores e dos

voluntários constituem o pessoal externo que integra a equipa de trabalho nos

eventos da empresa, exercendo funções a curto prazo. Esta equipa possui uma

característica flutuante, uma vez que o número de membros oscila, consoante

as necessidades do evento, variando entre os vinte e os sessenta indivíduos.

Administração

Luís Ferreira

Natanael Costa

Nuno Patrão

Rui Loureiro

Administração e Finanças

Luís Ferreira

Nuno Patrão

Operações e Logística

Natanael Costa

Marketing e Comunicação

Rui Loureiro

Diretor Geral

Rui Loureiro

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Os voluntários são, de facto, uma peça fundamental na estrutura e no desejado

sucesso dos eventos da empresa, sendo por isso reconhecido o seu trabalho e

mérito através da sua seleção prévia para as edições seguintes.

Durante os eventos, os voluntários desempenham um apoio global ao evento,

materializando-se em atividades diversas mediante o evento em causa, desde

o secretariado, merchadising, animação, vigilância, transportes, postos de

abastecimento, postos de controlo, protocolo, entre outras.

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3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

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3. Enquadramento da Prática Profissional

3.1. O desporto na sociedade atual

Na sociedade atual, a relevância do desporto é preponderante e incontestável.

Bento (2003) afirma "o desporto é um doce devaneio que o homem inventou

para fazer mais feliz a vida em todo o tempo. É uma forma de vivermos

intensamente as coisas simples da vida".

Para Neto (1995) o desporto assume-se, nos dias de hoje, como um dos

fenómenos mais importantes da sociedade contemporânea, revelando-se como

uma atividade abrangente.

Na mesma linha de pensamento, Pires (2006) afirma que "o desporto é uma

realidade social que cruza as mais diversificadas áreas de atividades humanas,

quer elas sejam de cariz profissional, educacional, recreacional ou relativas à

saúde".

Hoje, valoriza-se mais a cultura do tempo livre e o desporto apresenta, sem

dúvida, um papel fundamental nessa cultura e, consequentemente, no

incremento da qualidade de vida da população. Apesar de constatar-se uma

tendência generalizada do aumento de número de horas de ecrã (televisão,

computador ou aparelhos móveis), os cidadãos continuam a encontrar na

atividade física uma preferência para os seus tempos livres e, portanto,

concorda-se com Homem (1999, p. 35) ao afirmar que o desporto se revela

"capaz de redimensionar a monotonia e combater o vício e o ócio".

Constantino (2006) reforça que o Desporto poderá constituir, atualmente, um

importante meio de sociabilização que transmite normas e valores sociais e

garante direitos de cidadania, contribuindo para a integração e coesão social.

Nunes (1999, p. 33) vai mais longe e afirma "não há dúvida que o desporto, ao

promover a participação, a integração e a responsabilidade social dos

cidadãos, contribui de forma decisiva para o desenvolvimento da comunidade

de que faz parte", permitindo, ainda segundo o mesmo autor, "enriquecer as

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relações entre as pessoas, proporcionando-lhes extraordinárias oportunidades

de desenvolver o autoconhecimento, a autoestima, a interação social e também

a saúde".

O desporto constitui-se, assim, como "um índice de qualidade de vida,

determinante no bem-estar económico líquido das populações" (Pires, 2006, p.

167).

3.2. Projetos: conceito e o seu desenvolvimento

Há incontáveis definições de projeto na literatura, destacando-se Pires (1995)

que afirma que um projeto é um combinação de tarefas e de recursos

coordenados entre sim, no espaço e no tempo, com vista à obtenção de um

determinado objetivo.

Segundo Poit (2006) projeto é o instrumento pelo qual transformamos ideias

em ações, é o passo que antecede o agir humano, é um documento que tem

como objetivo explicitar a nossa ideia.

Para Knutson & Blitz (1991), um projeto é um conjunto de princípios, métodos,

ferramentas e técnicas, para a efetiva gestão de um trabalho orientado para

determinados objetivos no contexto de um específico ambiente organizacional.

Quem assume a responsabilidade de dirigir uma equipa de projeto com a

finalidade de chegar a determinado resultado, encontra uma série de questões

que devem ser esclarecidas, para uma melhor rentabilização do trabalho.

Nesta ótica, Pires (2007, p. 299) considera que deve ter-se uma resposta

concreta para as seguintes questões:

O quê: “Qual é o projeto a realizar?”; “O que é que é necessário fazer?”;

Como: “Qual o ambiente e a complexidade do trabalho a fazer?”; “Qual o

sistema de planeamento a utilizar?”; “Quanto custa o projeto e quais são

os recursos disponíveis?”;

Quando: “Qual o início e o fim da ação?”; “Quanto tempo é necessário

para que o projeto produza os efeitos desejados?”;

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Onde: Onde é que o projeto se vai realizar?”; “Por quem?”; Quem são os

responsáveis?”; “Quem toma decisões?”;

Como quem e para quem: “Como quem e para quem é que o projeto vai

ser realizado?”; “Quem são os destinatários?”;

Para quê: “Quais são os objetivos que se pretendem atingir?”.

Por sua vez, para Abrignani, Gomes e De Vilder (2000) as questões a

responder sobre a estruturação de um projeto são as apresentadas no Quadro

2.

Quadro 2. Questões a responder para a estruturação do projeto (Abrignani,

Gomes e De Vilder, 2000)

Temas Principais Questões a responder antes de iniciar um projeto

Definição de

metas, objetivos,

contexto e

público-alvo

Qual o contexto do projeto?

Quais as alterações implicadas?

Qual a razão para levar a cabo este projeto?

Qual o resultado esperado?

Para quem foi o projeto pensado?

Quais os problemas que estão em jogo?

Conteúdo do

projeto

Qual o tema e conteúdo do projeto?

Qual a abordagem escolhida (metodologia)?

Quais as atividades integradas?

O que é que é preciso para o projeto seguir?

Praticabilidades Qual a logística necessária?

Quais os obstáculos práticos que devem ser

ultrapassados?

Financiamento Qual o custo final?

(planeamento/implementação e avaliação)

De onde virá o financiamento necessário?

Parceiros Quem são os parceiros?

Qual o seu papel?

Qual o acordo no que concerne a coordenação?

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Meios para ação O projeto reúne os requisitos necessários para um

apoio financeiro?

Pode usar as instalações já existentes? (condições?)

Comunicação Comunicação interna: como é que a informação

circula entre os membros da equipa do projeto?

Comunicação externa: o projeto precisa de ser

coberto pela imprensa? (Porquê? Como? Que

aspetos?)

Avaliação e

acompanhamento

Como e quando deverá ser avaliado?

Quais os aspetos a serem avaliados? Porquê?

Qual o acompanhamento previsto?

De forma a estruturar e concretizar um evento desportivo é, portanto, essencial

um conjunto de conceitos chave para a elaboração do projeto e que

necessitam de ser conhecidos.

Após essa fase, conseguindo um projeto de qualidade, a missão de obter a

aprovação dos envolvidos (superiores hierárquicos; patrocinadores;

fornecedores; entre outros) será, certamente, facilitada e dessa forma

incrementada a probabilidade de sucesso.

Mais tarde e não menos importante, torna-se imperativo acompanhar e registar

a evolução do projeto, realizando um controlo efetivo das tarefas e dos custos

através de relatórios periódicos ou reuniões conjuntas que potenciem o

aparecimento de novas ideias, redirecionando o leme rumo ao objetivo do

projeto.

Nos pontos seguintes, especifica-se o caso dos projetos na área do desporto,

uma vez que os eventos desportivos são, em grande parte, o resultado e a

consequência de excelentes projetos.

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3.2.1. Os projetos específicos dos eventos desportivos

Um evento é um acontecimento que tem como característica proporcionar uma

ocasião extraordinária de encontro de pessoas, com uma finalidade específica,

a qual constitui o principal tema do evento e justifica a sua realização

(Gialcaglia, 2006).

Para Matias (2001), um evento é uma ação desenvolvida por um profissional

mediante pesquisa, planeamento, organização, liderança, controlo e

implementação de um projeto, visando atingir o seu público-alvo com medidas

concretas e resultados projetados.

Também podemos definir evento, como sendo um acontecimento, ocorrência,

que cause impacto e que seja notícia (Pedro, Caetano, Christiani; Rasquilha,

2005).

De acordo com Simões (1995) os eventos têm como propósito central alterar a

história da relação organização-público, face às necessidades observadas.

Veloso (2007) considera “ser de consenso geral que eventos sejam eles quais

forem, têm um impacto significativo nos locais onde são realizados, possuindo

aspetos de cariz social, cultural, políticos, ambiental, físico, económico e

psicológico." Prova disso, é a própria administração central ou outras entidades

públicas que apoiam e promovem eventos - desportivos e não só - como

estratégias claras para o desenvolvimento económico e turístico da região onde

o evento está inserido.

Segundo Poit (2006), um evento surge da capacidade do Homem criar, nasce

com uma ideia, muitas vezes simples, e vai ganhando contornos, podendo

chegar a atingir proporções internacionais.

Mais especificamente acerca dos eventos desportivos, para Blanc (1999)

representam todas as organizações humanas que têm como foco principal

presentear serviços desportivos de uma forma ideal.

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Barreau (2001) acrescenta, um evento desportivo é um espetáculo, um produto

e uma empresa. Um espetáculo, pois é organizado em torno de uma unidade

de ação, de tempo e de espaço, ou seja, conduz à sua gestão no tempo, logo

pressupõe uma planificação que conduz ao estudo da dimensão espacial do

evento desportivo (espaço real ou virtual); um produto porque espera-se que

gere receita, isto é, a organização do evento desportivo encerra uma

abordagem de marketing e gestão do capital, marca do evento desportivo; e

uma empresa, uma vez que, o estudo da organização enquanto gestão de

projeto permite realçar um carácter permanente e imutável a qualquer

empresa, ou seja, o do risco ou dos riscos ocorridos.

Poit (2006) classifica os eventos quanto à sua tipologia com base nos

seguintes critérios:

Por categoria: institucional ou promocional;

Por área de interesse: desportivo, cultural, social, empresarial,

educacional, turístico, etc;

Por tipo: congresso, convenção, palestras, feiras, conferências,

teleconferências, leilões, etc.

É de referir ainda e segundo o mesmo autor, que para que um evento tenha

sucesso é necessário que existam determinados aspetos básicos, como

possuir recursos financeiros; fixação dos objetivos a atingir; natureza da

atividade a desenvolver para posteriormente definir quais os tipos de

infraestruturas necessárias; recursos humanos necessários; materiais e

instalações de qualidade; calendarização das atividades bem definida; número

de inscritos; divulgação do evento; locais disponíveis para a realização e

avaliação constante.

Por outro lado, podem existir fatores que afetem negativamente a organização

e o desenvolvimento do evento, ou seja, a existência de infraestruturas

inadequadas; incompetência da parte de quem gere a organização, bem como

dos auxiliares; falta de material específico; falta de recursos financeiros;

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regulamento pouco esclarecedor para os participantes; não cumprimento de

horários; desinteresse por parte da população; o próprio clima e segurança.

De forma a explicar o crescimento exponencial na implementação de eventos,

quer para as organizações quer para os consumidores, Giaclagia (2004)

aponta os seguintes benefícios:

O estreitamento das relações com os clientes, gera empatia e

naturalmente coadjuva nas vendas;

O abranger num curto espaço de tempo e de uma só vez, grande parte

do público-alvo da organização;

A aquisição de potenciais clientes, por meio da venda a curto, médio e

longo prazo;

Uma reciclagem profissional e do consumidor em relação às novas

tendências, tecnológicas ou comerciais do mercado;

O motor da imagem institucional;

O estabelecimento de novos contactos comerciais por forma a poderem

expandir o negócio;

A divulgação de novos produtos ou serviços a um público específico.

Kotler & Armstrong (2002) inclusive afirmam que os eventos, ao mesmo tempo

que ajudam as organizações a atingir metas não conseguidas com as suas

vendas normais, também trazem benefícios para o consumidor (Cobra, 1990),

pois permitem explorar e estabelecer comparações com produtos, serviços e

empresas concorrentes.

3.2.1.2. A importância do planeamento

O planeamento antecipado é essencial para o sucesso de um evento,

independente da natureza ou dimensão do mesmo. Planear é o processo de

estabelecer metas e decidir a melhor estratégia para conquistá-las.

Como afirma Almeida (2001) o planeamento é um processo imprescindível,

planeando cuidadosa e meticulosamente todos os passos a serem dados para

a realização de um evento.

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Por sua vez, Dias (2006) assume que o planeamento deverá ser faseado no

tempo, sendo a realização do evento a fase mais curta de todo este processo.

Pires (1995), afirma que o planeamento de um projeto significa colocar numa

dada lógica temporal e relacional, um conjunto de tarefas, afetar-lhes recursos

humanos, materiais e financeiros, de forma a serem executadas, com maior

eficiência e eficácia possíveis.

Planear é, pois, absolutamente vital para o sucesso de um evento, fator que

depende em grande parte das decisões e medidas que forem tomadas

previamente à sua realização.

O valor do planeamento está em reduzir a incerteza, concentrar a atenção nas

metas, gerar unidade de propósitos, produzir uma operação eficiente e garantir

que se estabeleçam sistemas adequados de controlo.

Segundo Watt (2004), as etapas de planeamento de eventos são as seguintes.

Elaborar a visão e metas do evento;

Formular uma política, adotar a visão e análise das suas competências;

Realizar um estudo de viabilidade e tomar decisões fundamentais;

Estabelecer objetivos SMART;

Identificar os recursos financeiros;

Identificar as tarefas a serem realizadas;

Definir a estrutura organizacional;

Selecionar o pessoal;

Escolher a estrutura de comunicação apropriada;

Elaborar um orçamento;

Fazer planos detalhados e definir o calendário;

Planear as reuniões necessárias e escolher os sistemas de controlo;

Planear a implementação do evento, apresentação, preparação,

encerramento e fecho de contas;

Finalizar a contabilidade, avaliando se as metas e os objetivos foram

atingidos, e registar quaisquer modificações a serem consideradas na

organização de eventos futuros.

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Por seu lado, Cesca (2008) refere que para ter objetivos inteiramente atingidos,

é fundamental que seja feito um criterioso planeamento, que envolve as

seguintes etapas: objetivos, público, estratégias, recursos, implementação,

fatores condicionantes, acompanhamento e controlo, avaliação e orçamento.

Na primeira etapa – objetivos – estes devem ser considerados como gerais e

específicos. É o que se determina e o que se pretende com o evento, de forma

ampla e específica.

Logo a seguir, deve também ter-se em conta o público, a quem se destina o

evento.

Na terceira etapa são definidas as estratégias, consistem em tudo o que serve

de atração/interesse para o público.

Há ainda que ter em conta os recursos, os fatores humanos, materiais, físicos

que serão utilizados ao longo do evento.

Após a aprovação do projeto será feita a sua divulgação e é na quinta etapa,

através da implementação, que é formada a descrição dos procedimentos,

desde a aprovação do projeto até ao seu término.

Quanto aos fatores condicionantes representam as decisões e acontecimentos,

aos quais o projeto fica condicionado para a sua realização.

Na sexta etapa – acompanhamento e controlo – realiza-se a determinação de

quem fará a coordenação do processo da organização e como será

concretizada.

Além disso, é equitativamente necessário ser realizada uma avaliação após o

término do evento, em forma de relatório a ser entregue a quem solicitou a

organização, se for o caso.

Na última etapa, deve ser executada de forma detalhada a análise do

orçamento, uma vez que é daí que virão os recursos financeiros necessários

ao pagamento dos recursos humanos e materiais.

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Cesca (2008) acrescenta que a organização de um evento desportivo é

trabalhosa e exige grande responsabilidade, já que acontece ao “vivo” e

qualquer falha comprometerá o conceito e imagem da organização.

Em suma, um planeamento exigente é primordial para o sucesso de um

projeto, com base em princípios e práticas sólidas de gestão organizacional.

3.2.1.2. Fases de intervenção

Segundo a Hillary Commission for Sport, Fitness and Leisure (1997), quando

decidimos organizar um evento é fundamental haver tempo suficiente para lhe

dedicar, desde a fase inicial à final. Este espaço temporal depende da

grandiosidade do evento, podendo ir de escassos meses até mesmo a mais de

um ano, tornando-se fundamental para o sucesso do acontecimento. Acontece,

muitas vezes, que as várias fases que antecedem o evento desportivo não são

somente contempladas com avanços, também sofrem retrocessos mediante os

recursos fornecidos às entidades organizadoras.

Chappelet (2000) afirma que o tempo é o recurso mais raro de qualquer projeto

de eventos, uma vez que este não pode ser adiado.

Diferentes eventos possuem características diferentes, no entanto, segundo

Brighenti et al. (2005, citados por Veloso, 2007), a sua organização é sempre

dividida em quatro fases:

Conceção: a ideia de organização de um evento requer uma oferta;

Preparação: da fundação do comité de organização para conceber o

evento;

Operacionalização/Exploração: desde a abertura da cerimónia até ao

encerramento das jurisdições; cobre a totalidade do evento.

Encerramento: é a fase onde de realiza a avaliação do processo

anterior.

Para Almeida (2001) estas quatros fases, no que respeita ao tempo

despendido com cada uma, vai decrescendo, sendo a realização do evento a

fase mais curta do processo. Na fase inicial, ou seja, os estudos preliminares, é

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o momento onde a ideia nasce. É nesta fase que se deve passar a ideia para o

papel, isto é, a elaboração do projeto que deverá ser apresentado aos órgãos

de decisão de modo convincente no que respeita à exequibilidade numa

determinada região ou país. Caso haja abertura dos órgãos de decisão, é

necessário passar-se à análise de todas as condições necessárias para o

desenrolar do evento desportivo, realizando um levantamento das

infraestruturas existentes, das condições financeiras, do envolvimento social e

da projeção futura. Com este levantamento, deve elaborar-se um relatório de

exequibilidade do evento a realizar, para que ao longo do evento e até num

futuro evento a realizar, possa-se trabalhar com bases sólidas e bem definidas.

A segunda fase da gestão de um evento desportivo é a conceção, na qual,

após a análise dos resultados obtidos na primeira fase decide-se avançar para

a realização do evento. Elabora-se, portanto, o dossier de candidatura e

formaliza-se a intenção de organizar o evento, perante as entidades

competentes.

Após a aprovação da candidatura, dá-se a terceira fase - a atividade - que se

caracteriza por um conjunto de procedimentos e infraestruturas que terão de

ser executados para que se possa realizar o evento. Deve organizar-se um

dossier que contenha todas as tarefas a realizar e por quem, as pessoas

responsáveis por um determinado departamento ou área de intervenção e, de

uma forma clara, define-se quais as funções a desempenharem nesse cargo. É

nesta fase que se elabora também o plano de recrutamento e formação dos

recursos humanos necessários, quer sejam profissionais ou voluntários.

A última fase da gestão do evento é a Avaliação, na qual se desenrola o evento

e consequentemente faz-se a avaliação de todo o processo anterior, ou seja, é

onde se deteta o que correu bem ou menos bem nas fases anteriores, pois o

evento é o grande marco que servirá para fazer-se a avaliação da gestão do

evento, desde o nascimento à concretização. Ainda para Almeida (2001), a

avaliação é feita não só pelos especialistas como também por todos os

intervenientes que participaram de forma mais ou menos direta, passando

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pelos participantes ativos, pelas pessoas que fizeram parte das fases

anteriores, público, colaboradores, voluntários e comunicação social.

Para Añó Sanz (2003, p. 83), desde o momento que se planeia o evento até à

sua realização podem existir seis fases:

Fase preliminar e apresentação da candidatura

A organização de um evento desportivo começa com a elaboração da

candidatura. Os objetivos devem estar bem definidos e desenrolar-se as ações

a apresentar-se durante a candidatura, as ofertas que se ganham e os apoios

que se obtenham. É nesta fase que se deve decidir porquê e para quê, se quer

um determinado acontecimento.

Fase da conceção e formação do comité organizador

Depois de concebido o evento, deve partir-se para a formação do comité

organizador, que tem como primeira missão a elaboração dos pressupostos e

dos programas a desenvolver em todas as áreas, o organigrama de

funcionamento do executivo e o plano diretor.

Fase da planificação do evento e execução prévia dos programas

Nesta fase, o mais importante é a distribuição de competências entre as

distintas áreas e captação de recursos financeiros, como por exemplo

patrocinadores, direitos de transmissão e recursos humanos, sobretudo

voluntários, sem os quais não se poderia realizar grandes eventos desportivos.

Fase da realização do evento;

Trata-se da celebração do evento, ou seja, de efetuar todas as tarefas em que

se tem estado a trabalhar na organização (cuja duração pode ter levado anos)

e de cumprir com a planificação traçada.

Fase de dissolução do comité e liquidação de existências (resolução dos

assuntos que subsistem)

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É a fase posterior à celebração do evento e nem sempre está comtemplada no

planeamento ou nos diagramas mas realiza-se sempre e, por vezes, poderá

durar anos.

Em suma, a organização de um evento desportivo apresenta várias fases,

desde que nasce a ideia até à sua concretização e encerramento, com

inúmeras tarefas intrínsecas a cada uma das fases

3.2.1.3. Áreas de atuação

De acordo com Sarmento et. al. (2011), a montagem de um evento desportivo

exige graus diferenciados de complexidade na sua estrutura, em função da

duração temporal e dimensão em número de intervenientes e índices de

qualidade dos serviços disponíveis. No entanto, as operações necessárias

dificilmente se alteram, sendo relativizadas ao grau de complexidade do

evento.

Os mesmos autores propõem um esquema – Figura 3 – para a implementação

de um evento desportivo, no qual a principal característica está na divisão em

seis departamentos com autonomia controlada, uma vez que dependem de

uma coordenação central.

Ao departamento financeiro é exigida cada vez maior autonomia, dadas as

responsabilidades inerentes ao cumprimento de todas as normas ligadas à

aquisição e pagamento de compras e serviços, de forma a ser também

possível exigir o cumprimento escrupuloso de todas as regras e

constrangimentos orçamentais definidos previamente (Sarmento et. al, 2011).

Em alguns eventos, o departamento jurídico assume capital importância, pois

há necessidade de respeitar todo o edifício normativo relacionado com os

espetáculos desportivos, assim como regular os contratos de prestação de

serviços e aquisição de bens (Sarmento et. al, 2011).

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Figura 3. Esquema de coordenação de um evento desportivo (Sarmento et al.,

2011)

A logística engloba um conjunto amplo de atividades sem as quais os eventos

atualmente não seriam viáveis, estendendo-se a todos os aspetos da

realização dos mesmos, desde as mais banais como os materiais para as

tarefas administrativas às tecnologias que permitem a realização dos

momentos mais importantes dos eventos. A logística tem de possuir todos os

meios e capacidades para solucionar eventuais problemas, o que exige um

conhecimento antecipado da natureza das situações que possam acontecer

(Sarmento et. al, 2011).

O departamento de operações corresponde ao conjunto de ações relacionadas

com as necessidades básicas dos intervenientes no evento, desde os

transportes, alojamento e alimentação, passando por outras operações

igualmente essenciais como a acreditação, segurança, cerimónias

protocolares, primeiros socorros, entre muitas outras (Sarmento et. al, 2011).

Nas questões do marketing, o grau de autonomia cresce de acordo com a

função da relevância pública que o evento pretende adquirir. A prospeção,

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contratualização e fidelização de patrocinadores são essenciais para a

sustentabilidade financeira do evento, assim como a publicidade e vendas de

produtos com a marca do evento, são pontos importantes para a afirmação de

um projeto, seja qual for o tipo e dimensão que atingem (Sarmento et. al,

2011).

Dada a imprevisibilidade de um evento desportivo, torna-se elementar criar um

departamento preparado para a gestão do risco, com a intenção de prever e

resolver antecipadamente as situações que possam por em risco o normal

planeamento do evento (Camy & Robinson, 2007).

Em suma, para Sarmento et. al (2011) a gestão dos eventos deverá ser

partilhada mas também autónoma, em que seja clara e permanente a

necessidade de interação entre todos os departamentos.

3.2.1.4. Impactos e desenvolvimento local

De acordo com Vicente (2001), a realização de eventos desportivos tem vindo

a assumir uma importância crescente nas políticas seguidas, devido ao seu

potencial, tanto na dinamização física/urbanística, social, económica e

institucional, como ainda na projeção de uma determinada imagem e numa

maior visibilidade da cidade, da região ou do país.

Para os autores Allen et al. (2002), os eventos têm uma panóplia de impactos –

positivos e negativos – em diferentes esferas, apresentados no Quadro 3.

Quadro 3. Impactos de um evento desportivo (Allen et al, 2002)

Impactos Positivos Impactos Negativos

Social e

Cultural

Vivências compartilhadas Alienação e manipulação

da comunidade

Revitalização de tradições Imagem negativa da

sociedade

Fortalecimento do orgulho de

comunidade

Comportamento destrutivo

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Aumento da participação da

comunidade

Deslocamento social

Perda de confronto.

Física e

Ambiental

Exposição do meio ambiente Danos no meio ambiente

Aumento da consciência

ambiental Destruição do património

Legado de infraestruturas Perturbação acústica

Melhoria dos transportes e

comunicações

Engarrafamentos

Transformação e renovação

urbana

Política Prestígio internacional Risco de insucesso

Melhoria do perfil Desvio de fundos

Promoção de investimentos Falta de responsabilidade

Coesão social Propaganda enganosa

Desenvolvimento de

capacidades administrativas

Perda de controlo

comunitário

Legitimação de ideologia

Turística e

Económica

Promoção do destino e

incremento do turismo

Resistência da

comunidade ao turismo

Aumento do tempo de

permanência

Perda de autenticidade

Maior lucratividade Danos à reputação

Geração de empregos Exploração

Preços inflacionados

Custos de oportunidade

Relativamente ao desenvolvimento local, para Yeomann et al. (2006) os

eventos podem ajudar a promover o destino e atrair turistas; podem ser vistos

como uma nova forma de turismo, à qual se pode aliar prosperidade económica

e desenvolvimento.

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Atualmente, os fatores sociais, culturais, ambientais, políticos, económicos e

desportivos são o maior atrativo dos megaeventos, mas também uma grande

incógnita (Horne, 2007). Esta incógnita relaciona-se com o facto das previsões

dos benefícios estarem quase sempre erradas e existir um grande discrepância

entre as previsões e o real impacto na economia, sociedade e cultura dos

países organizadores.

Um dos indicadores que uma região poderá dar de desenvolvimento local

positivo é a regeneração urbana, parcial ou total de um ou mais locais,

podendo incluir vertentes como a recuperação de zonas ou edifícios

abandonados ou a reutilização e revitalização de espaços que tenham perdido

a vitalidade ou o interesse público.

O enquadramento dos eventos no planeamento estratégico das regiões deve

ser um fator preponderante para os agentes políticos, pois ao acolherem um

evento desportivo podem aproveitar todas as vantagens que estes trarão ao

nível do impacto direto e mais imediato, como no impacto indireto, no futuro da

região em questão. Smith & Fox (2007) afirmam que os projetos devem servir

de estratégias de desenvolvimento urbano e não o contrário.

É, desta forma, inegável que os eventos desportivos são importantes para os

seus participantes mas também para a região e organização que os

desenvolve, conferindo notoriedade e reconhecimento.

Qualquer pessoa que se desloque por mais de vinte e quatro horas para fora

da sua zona de residência habitual é considerado turista, daí, os eventos

desportivos desempenharem um papel fundamental no desenvolvimento

turístico de uma região.

Neste sentido, Mathieson & Wall (1982) sintetizam quatro tipos de impactos

provocados pela visita de turistas a uma determinada região:

Económico: inclui um vasto leque de impactos – emprego, rendimento,

desenvolvimento de negócio, investimento interno;

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Ambiental: inclui a construção, ambientes naturais, herança ambiental,

conservação de grandes áreas verdes e regeneração urbana e rural;

Cultural: inclui um amplo leque de atividades, incluindo artes, herança

cultural, orgulho civil e nacional, diversidade cultural;

Social: é uma categoria difusa pois inclui saúde pessoal e comunitária,

intercâmbio de pessoas com deficiência, coesão social, educação e

visita de amigos e familiares.

Resumidamente, haverá constantemente prós e contras na realização de um

evento desportivo, no entanto, cabe à organização o dever de identificar,

avaliar e prever os impactos, de maneira a geri-los da melhor forma possível,

tendo como objetivo o equilíbrio entre os impactos negativos e positivos e só

dessa forma conseguirá obter o desejado sucesso no evento desportivo.

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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

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4. Realização da Prática Profissional

O quarto capítulo deste relatório de estágio profissionalizante incide sobre a

realização da prática profissional, ou seja, a descrição minuciosa e rigorosa da

totalidade das atividades e ações no decorrer dos meses de estágio.

Pela especificidade e características da realização da prática profissional,

subdivide-se o capítulo entre “Projetos desportivos participados” e “Projeto

desportivo desenvolvido”. O primeiro caso relaciona-se com as atividades de

apoio prestadas pelo estagiário, aos eventos habituais da Doctor Sport,

nomeadamente, FNEES e FBRI. Em relação ao segundo caso, trata-se do

projeto desenvolvido integralmente pelo estagiário durante o processo do

estágio profissionalizante, desde o estudo de viabilidade ao desenvolvimento e

implementação e que irá substanciar-se na realização do evento TRC.

4.1. Projetos desportivos participados

4.1.1. Festival Nacional de Estudantes do Ensino do Secundário

O FNEES é o maior evento a nível nacional, dirigido aos estudantes do ensino

secundário e uma referência nesta comunidade estudantil. Com a primeira

edição em 2004, o festival realiza-se ininterruptamente ano após ano,

perfazendo já onze edições e pelo qual já passaram cerca de trinta e seis mil

participantes.

Figura 4. Logótipo - Festival Nacional de Estudantes do Ensino Secundário

Trata-se de um evento composto por cinco dias em regime de acampamento,

no qual os participantes têm à disposição inúmeras atividades de aventura,

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torneios desportivos, piscina, animação noturna, entre outros. Além disso têm

todas as condições básicas, desde uma cantina, restaurante e muitas outras

opções de restauração, supermercado, parque de merendas, balneários,

hospital de campo e segurança privada durante vinte e quatro horas por dia.

4.1.1.1. Fase de preparação

A fase de planeamento do FNEES inicia-se largos meses antes do evento, pelo

que, logo desde o início do estágio profissionalizante, o estagiário desenvolveu

e integrou diversas tarefas de apoio à organização.

Primeiramente, foi proposto ao estagiário o contacto e envio via correio de

informação e material promocional a todas as instituições de ensino secundário

do país, nomeadamente, dirigido às associações de estudantes. Tratou-se de

um trabalho moroso dado o elevado número de instituições, contudo, revelou-

se uma forma muito eficaz de promover um maior número de inscrições, junto

do público-alvo do FNEES.

Adicionalmente, durante vários meses foram encaminhados via e-mail ao

estagiário múltiplos pedidos de esclarecimentos, oriundos de potenciais

participantes ou já inscritos. Questões sobre inscrições, programa geral,

estrutura e condições do festival, transportes, entre outras, foram

continuamente respondidas e esclarecidas. No evento com a dimensão do

FNEES são incontáveis as dúvidas e questões dos participantes, pelo que,

para o estagiário foi uma oportunidade de estar em contacto direto com o

público-alvo e poder contribuir de forma decisiva para a satisfação dos

participantes.

Outra dimensão do evento à qual foi solicitada a colaboração do estagiário,

relacionou-se com os transportes em autocarro da organização,

nomeadamente, no contacto com diferentes transportadoras e respetiva

decisão de adjudicação, definição de rotas e horários, divulgação junto dos

inscritos e controlo de inscrições e pagamentos. Acabou por ser um desafio

interessante e motivante, uma vez que revelou alguma complexidade,

principalmente na definição de rotas e horários o mais eficientes possível.

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A acreditação dos inúmeros intervenientes e envolvidos do FNEES é um

processo de elevada importância, com vista ao sucesso e segurança do

evento. Desta forma, o estagiário teve a seu cargo a elaboração dos diferentes

tipos de acreditação, nomeadamente, para os participantes, staff, artistas,

convidados, imprensa e pessoal de apoio ao evento.

Uma área sobre a qual o estagiário também interveio, relacionou-se com a

definição do voluntariado, staff e respetivas funções e tarefas ao longo dos

cinco dias do evento. Anualmente, o FNEES conta com a participação de cerca

de vinte voluntários que desempenham diversas tarefas de apoio ao evento.

Por norma e uma vez que a própria organização recebe inúmeros contactos de

ex-participantes que, na impossibilidade de voltarem a inscrever-se como

participantes, mostram interesse em ser voluntários, o estagiário colaborou na

seleção de alguns dos candidatos. No que toca ao staff, dado o FNEES já

contar com onze edições, uma parte considerável do staff transita de ano para

ano, pelo que, o estagiário encetou vários contactos a fim de confirmar o

interesse e disponibilidade para integrar a equipa de staff.

Simultaneamente encarregou-se o estagiário de prever, planear e elaborar um

plano de organização dos voluntários e staff ao longo do evento. Acabou por

ser uma tarefa que o estagiário desenvolveu com facilidade, uma vez que o

próprio já tinha integrado o staff do FNEES em anos anteriores, daí, já

conhecer as necessidades do evento. Desta forma, os voluntários e staff foram

alocados a diversas áreas de atuação, nomeadamente secretariado; torneios

desportivos (voleibol, futebol e râguebi de praia; andebol e basquetebol);

merchandising e logística.

4.1.1.2. Fase de execução

A fase de execução do FNEES inicia-se com a antecedência necessária à

montagem da estrutura com vista a receber milhares de jovens durante 5 dias.

No entanto, apenas se justificou a deslocação do estagiário, assim como do

restante staff e voluntariado para o evento na véspera da chegada dos

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participantes. Neste sentido, nesse dia, o estagiário colaborou na montagem

dos campos dos torneios desportivos e na preparação do secretariado.

No primeiro dia do festival, a principal necessidade do evento é o check-in dos

milhares de participantes. A ânsia de chegar e ingressar no festival é de tal

forma grande, que inclusivamente pernoitam em largo número na véspera, nas

proximidades do evento. Por este motivo, eram já centenas de participantes a

aguardar pela abertura de portas, nas horas anteriores.

O check-in é um processo importantíssimo, pelo que, é realizado de forma

muito cuidada, nomeadamente, com a organização de filas pela letra inicial do

nome próprio e respetiva validação da inscrição de cada participante, um a um.

Houve, ainda, um posto dedicado a todos os casos que tenham algum entrave

(documento em falta, pagamentos, autorizações, entre outros). Após a

validação da inscrição, era imediatamente colocada a pulseira inviolável a cada

participante e entregue o kit de participante, momento a partir do qual o festival

começava para os milhares de jovens.

Os restantes dias do FNEES foram ocupados pelo estagiário, entre os torneios

desportivos e o secretariado. Relativamente aos torneios desportivos, a manhã

do segundo dia do festival esteve reservada às inscrições dos participantes,

nas quais eram recolhidas o nome da equipa, responsável e contacto. Após

esta fase, foram elaborados e afixados os diferentes quadros competitivos,

seguido da fase da realização. O estagiário teve a seu cargo a

responsabilidade de gerir os torneios de basquetebol e de andebol, mediante

os resultados das fases de grupos e eliminatórias, desempenhando ainda

funções de árbitro.

Quanto ao secretariado do evento, consistia num apoio permanente à

disposição dos participantes para esclarecimentos diversos, guarda-valores,

empréstimo de material, carregamentos de telemóveis e, ainda, acreditações,

check-out, entre outros. Para o estagiário, a possibilidade de integrar este

serviço foi importantíssima, uma vez que permitiu conhecer ainda melhor a

organização e backoffice do evento, procedimentos internos e resolução de

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questões que constantemente surgem no decorrer de um evento desta

dimensão.

4.1.2. Figueira Beach Rugby International

O FBRI é um dos maiores torneios europeus de Beach Rugby, realizado

anualmente desde 2010 na Figueira da Foz. Com cinquenta equipas, trinta e

seis masculinas e catorze femininas, vinte das quais internacionais, fazem

deste torneio presença obrigatória para todos os seguidores de Beach Rugby.

Figura 5. Logótipo - Figueira Beach Rugby International

Além da vertente competitiva e do maior prize money alguma vez oferecido

neste tipo de torneio, o FBRI assenta a sua inovação e unicidade nos diversos

eventos paralelos que decorrem em simultâneo. Desenvolvem-se inúmeras

ações e atividades desportivas, sociais e de animação que proporcionam

momentos únicos, não só para aqueles que nele participam, como para os que

assistem.

4.1.2.1. Fase de preparação

Igualmente no que diz respeito ao FBRI, o estagiário interveio em várias

questões da fase de preparação.

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Uma das primeiras tarefas relacionou-se com a criação de uma base de dados

de equipas de beach rugby a nível internacional, nomeadamente, nome,

contacto e-mail e página na internet ou rede social, se fosse o caso.

Concretizada a base de dados, o estagiário enviou um e-mail personalizado a

cada uma das equipas, no qual incluiu informação geral acerca do torneio FBRI

e um link para um vídeo promocional do evento.

Num torneio de dois dias com setecentos atletas de dez países, o alojamento

das equipas é um fator chave, imprescindível para o sucesso do evento.

Particularmente este ano, uma vez que a cidade da Figueira da Foz acolheu

outro evento de grandes dimensões e com dezenas de milhares de pessoas, o

alojamento do FBRI começou a ser planeado com grande antecedência.

Desta forma, solicitou-se ao estagiário o levantamento do maior número de

opções “Onde ficar”, quer em hotéis, hostels, residenciais, hospedarias,

pensões ou parques de campismo. Neste seguimento, criou-se um portefólio

que se assumiu pertinente e muito útil para a colaboração com as equipas, na

decisão sobre o alojamento, que foi sempre discutido e analisado equipa a

equipa, conforme número de pessoas da comitiva, número de noites,

transportes, zonas preferenciais e orçamento disponível das equipas.

À semelhança do FNEES o estagiário esteve, ocasionalmente, incumbido de

esclarecer questões provenientes dos atletas, via correio eletrónico. Embora

em menor número em comparação com o FNEES, a possibilidade de neste

caso, contactar com atletas de diversos países e poder contribuir para a

satisfação durante o evento e também na estadia em Portugal, firmou-se uma

ótima experiência para o estagiário.

Similarmente, houve necessidade de reformular o site do evento, tanto em

termos de conteúdo como de grafismo. O estagiário colaborou nas alterações e

atualizações ao conteúdo, uma das quais relacionada com a publicação regular

de notícias e entrevistas de cinco perguntas aos melhores atletas ou outros

intervenientes relevantes, com vista a aumentar o tráfego do site. Ressalve-se

que todos os conteúdos foram, sempre, publicados na língua portuguesa e

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inglesa, dado a grande ênfase do torneio ser a vertente internacional do

mesmo, tal como o nome do mesmo pressupõe desde logo.

Igualmente a par do FNEES, o FBRI não seria viável sem a presença de

voluntários e do staff. Desta forma, o estagiário colaborou no plano de

organização do pessoal, mediante as necessidades do evento ao longo dos

dois dias. As áreas de atuação estenderam-se desde a logística; apoio geral às

equipas, parceiros e público; apoio aos diferentes torneios - quadros

competitivos; transportes e alojamentos.

4.2. Projeto desportivo desenvolvido

4.2.1. Trail Run Coimbra

O TRC representou o grande desafio do estágio profissionalizante! Com a

convicção de que o fenómeno da corrida era já uma certeza dos tempos atuais,

a Doctor Sport considerava existir espaço e oportunidade para um evento de

Trail Running com a marca Coimbra e a desenrolar-se num meio com recursos

naturais de excelência para este tipo de modalidade, extraordinariamente

próximo do meio urbano da cidade de Coimbra.

Figura 6. Logótipo - Trail Run Coimbra

No entanto, inicialmente, não passava da convicção e da ideia, daí ter sido,

prontamente no início do período do estágio, solicitado ao mestrando que

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explorasse e elaborasse um estudo de viabilidade, que pudesse fundamentar

ou revogar a concretização do projeto.

4.2.1.1. Estudo de viabilidade

A elaboração do estudo de viabilidade materializou-se num documento de

fundamentação do projeto TRC, subdividido em vários pontos que levaram a

possibilitar o evento.

Para o estagiário, este estudo representou um ótimo instrumento para o futuro,

uma vez que se trata de um procedimento fundamental, prévio a qualquer novo

serviço ou produto, que certamente será útil em ocasiões vindouras.

4.2.1.1.1. Formulação da ideia e oportunidade de negócio

A ideia de realizar um evento de Trail Running - corridas de natureza/montanha

- surgiu da constatação do crescimento exponencial do número de praticantes,

eventos ou outras iniciativas.

Hoje em dia é facilmente percetível o elevado número de pessoas, em qualquer

época do ano e independentemente das condições meteorológicas, a saírem à

rua e desfrutar de uma corrida ao ar livre, tanto em meio urbano como florestal

ou montanha.

Por este motivo, o fenómeno da corrida apresenta-se atualmente como uma

oportunidade para os mais variados agentes desportivos, no caso da Doctor

Sport como promotor de eventos mas também para outros setores, como a

venda de equipamento desportivo, serviços de treino personalizado e em

grupo, serviços médicos e de fisioterapia especializados, entre outros.

Além disso, para os promotores, a corrida de montanha tem a grande

vantagem de, muitas vezes, não necessitar do corte de vias com trânsito

rodoviário, o que desde logo representa a exclusão de um significativo custo

fixo.

Em particular no Trail Running, tem-se verificado um crescimento exponencial

em Portugal, também motivado pelos resultados alcançados por atletas

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portugueses em provas internacionais, que chamam a atenção dos media e,

consequentemente, atraem muitos novos praticantes. Igualmente os recursos

naturais existentes em Portugal - zonas florestais de grande dimensão -

permitem realizar provas de grandes distâncias e com cenários de uma beleza

natural assinalável, fator essencial para os atletas.

4.2.1.1.2. Análise da envolvente

A análise da envolvente representou um passo fundamental na decisão do

projeto TRC, daí, ter sido realizada com a minúcia necessária e com maior

ênfase nos eventos referência a nível nacional e outros em particular da região

centro. Ressalve-se o facto de ter sido concretizada em meados de outubro de

2013, por isso, existir a hipótese de não incluir eventos que entretanto tenham

surgiram na primeira edição.

Desta forma, a análise da envolvente materializou-se numa tabela com os itens

Evento, Edição, Local, Data, Provas, Número de inscritos por prova, Valores de

inscrição por prova e por fase de inscrição, Promotores, Apoios institucionais,

Patrocinadores, Parceiros media e Links a fim de encontrar demais informação

online.

Analisaram-se os dados referidos dos eventos Grande Trail Serra D´Arga, Ultra

Trail Aldeias do Xisto, Trail de Conímbriga Terras de Sicó, Trilho dos Abutres,

Piodão Trail Running, Louzan Trail, Red Cross Trail, Trail Viver Pereira e Trail

do Zêzere.

A partir da análise da envolvente retiraram-se diversas conclusões e ilações.

Edições

Praticamente todos os eventos têm menos de cinco edições, o que confirma a

modalidade e os eventos de Trail Running como uma tendência generalizada

em Portugal, nos últimos anos.

Provas

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A este nível, praticamente todos os eventos apresentam o mesmo esquema de

provas, optando por três provas/distâncias das seguintes:

Caminhada: sem fins competitivos, dirigida aos acompanhantes dos atletas e

público em geral, regra geral ronda os dez quilómetros. Tem um ou dois

abastecimentos sólidos e líquidos e procura passar por locais onde seja

possível assistir às passagens dos atletas, nas provas competitivas.

Trail Curto: até 21,0975 quilómetros (até à distância de meia maratona).

Trail Longo: de 21,0975 km até 42,195 quilómetros (da distância da meia

maratona até à distância de maratona).

Ultra Trail: constituído por provas acima de 42,195 quilómetros (superior à

distância da maratona).

Datas

A época desportiva no Trail Running corresponde ao ano civil, havendo

dezenas de eventos de janeiro a dezembro, com inúmeros fins de semana que

apresentam vários eventos por todo o país.

Ressalve-se que a Associação Portuguesa de Trail Running preocupa-se em

divulgar e atualizar constantemente o calendário de eventos da modalidade a

nível nacional.

Número de inscritos

O número de inscritos revelou-se o grande fator surpresa da análise da

envolvente. Constata-se um amplo número de inscritos na grande maioria dos

eventos, mesmo nas primeiras edições. Destacam-se o Trail de Conímbriga

Terras de Sicó com mil oitocentos e oitenta e seis e o Grande Trail Serra

D´Arga com mil, setecentos e doze inscritos, ambos na totalidade das três

provas/distâncias e na edição de 2013. Além destes há inúmeros eventos com

um largas centenas de inscritos, inclusivamente e face a estes números, alguns

dos eventos esgotam o número de vagas em poucos dias ou até, por vezes,

horas!

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Preços de inscrição

Verifica-se uma disparidade considerável nos preços de inscrição para as

mesmas provas/distâncias. Por exemplo, numa distância de cerca de quarenta

quilómetros encontram-se valores entre os quinze e trinta e cinco euros e numa

caminhada entre quatro e os vinte euros, nas primeiras e últimas fases de

inscrição respetivamente, em eventos diferentes. Evidentemente, sendo fases

de inscrição e eventos díspares e, ainda, desconhecendo-se a origem,

natureza, estrutura dos eventos em causa, não são dados sobre os quais se

possam tirar ilações absolutas, servindo unicamente no sentido de ter maior

noção e conhecimento do mercado de eventos de Trail Running.

Promotores

Relativamente aos promotores de eventos, a análise da envolvente confere

uma percentagem superior de organizações sem fins lucrativos, uma vez que

apenas dois dos nove eventos analisados são promovidos por organizações

com fins lucrativos.

Apoios Institucionais, Patrocinadores e Parceiros Media

A pesquisa e constatação dos apoios institucionais, patrocinadores e parceiros

media dos variados eventos representa uma forma de, a par do número de

inscritos, estimar a dimensão do evento e o impacto além da vertente

desportiva das provas.

Sem surpresa, as autarquias locais (Câmaras Municipais ou Juntas de

Freguesia) ou outras entidades ligadas ao território ou ao turismo aparecem

constantemente associadas como apoios institucionais, não fosse essa uma

incumbência das mesmas.

Quanto aos patrocinadores, todos os eventos analisados referenciam alguns,

no entanto, repara-se que a modalidade ainda não consegue atrair sponsors

que, por exemplo, garantam o naming do evento, revelando que as apostas

das marcas no Trail Running ainda têm margem de crescimento. No entanto,

nota-se alguma homogeneidade no género de patrocinadores que se

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associam, concretamente, lojas de material desportivo, marcas de águas ou

outras bebidas e serviços de saúde e bem-estar.

Por fim, os parceiros media são, igualmente, essenciais por representarem um

meio fundamental para a mediatização e impacto dos eventos. Além disso, os

próprios meios de comunicação social também já se aperceberam da

relevância que o fenómeno da corrida representa atualmente no país, daí,

haver maior presença nos eventos a nível nacional. Note-se, por exemplo, o

jornal i e Jornal de Notícias, ambos concedem um enorme destaque à

modalidade com uma secção exclusivamente dedicada ao Running. Também a

RTP2, através do Desporto 2, emite reportagens alargadas sobre alguns

eventos da modalidade e, ainda, a rádio TSF com a rubrica semanal – TSF

Runners – dedicada ao running.

No caso dos eventos analisados, assinala-se alguns jornais desportivos de

âmbito nacional que já se associaram, no entanto, a generalidade dos eventos

detém como parceiros media os jornais ou rádios regionais, revistas

especializadas e com maior ênfase, sites ligados à informação e divulgação da

corrida de forma geral.

4.2.1.1.3. Análise S.W.O.T.

De entre os vários instrumentos de planeamento estratégico, um dos mais

utilizados pelas mais diversas organizações é a análise S.W.O.T. que,

genericamente se debruça sobre a informação do projeto a dois níveis - interno

e externo. A nível interno, esta ferramenta permite identificar as forças (pontos

fortes) e fraquezas (pontos fracos) e a nível externo as oportunidades (aspetos

positivos) e ameaças (aspetos negativos), relativamente ao projeto em estudo.

Após essa reflexão, a análise S.W.O.T. permite produzir um plano de ação,

com base num estudo devidamente sólido que sirva de suporte à estratégia a

adotar, possibilitando aumentar as hipóteses de sucesso e reduzir os riscos.

A análise S.W.O.T. é, portanto, fundamental para a definição da estratégia, ou

seja, de como é que a organização irá competir ou cooperar num determinado

contexto.

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Identificaram-se alguns exemplos de análise S.W.O.T., que proporcionaram

novos desenvolvimentos no mundo desportivo, por exemplo, Costa (2004)

compreendeu as dificuldades que atravessava o Futsal Feminino mas também

as suas potencialidades e impacto no panorama desportivo português.

Também Vieira (2006) evidenciou a importância que a estratégia tem para o

desenvolvimento das organizações desportivas nomeadamente no que se

refere à Associação de Andebol do Porto, detetando os pontos fortes e fracos,

assim como as oportunidades e ameaças que a mesma envolve. Por sua vez,

Barbu & Barbu (2011), preocupados com a gestão e sobrevivência dos clubes

em tempo de crise económica, elaboraram uma análise S.W.O.T. tendo

concluído que a chave para o sucesso em tempos difíceis é o aumento da

cooperação, a otimização das despesas e a criação de parcerias com

organizações desportivas envolvidas.

No caso do projeto TRC, o estagiário, em conjunto com a administração da

Doctor Sport e com base em documentação interna da empresa, na análise da

envolvente do ponto anterior deste relatório e em demais pesquisas informais,

elaborou a análise S.W.O.T. da Quadro 4 que permite compreender o ponto de

situação das vertentes interna e externa, previamente ao avançar com o projeto

TRC.

Quadro 4. Análise S.W.O.T. – Trail Run Coimbra

Análise Interna

Forças / Pontos Fortes Fraquezas / Pontos Fracos

Aumento exponencial do número

de praticantes;

Know-how do promotor em

eventos desportivos;

Staff experiente e de confiança;

Proximidade do local do evento a

um grande centro urbano;

Desconhecimento do meio

específico do trail running;

Preocupação do promotor com

outros eventos próprios.

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Inexistência do custo fixo com

policiamento.

Análise Externa

Oportunidades Ameaças

Alcançar ex-atletas federados ou

praticantes de lazer em estrada;

Maior preocupação da população

em geral à prática de atividade

física/exercício físico;

Recursos naturais da MNVC.

Condições meteorológicas;

Número elevado de eventos em

todo o país, com tendência a

aumentar;

Atletas pouco familiarizados a

organizações com fins lucrativos.

4.2.1.1.4. Previsão de custos fixos

A previsão de custos fixos revelou-se uma peça fundamental na ponderação da

decisão relativo ao projeto TRC, como aliás seria expectável. Neste sentido,

solicitou-se ao estagiário a clara e objetiva apresentação dos custos fixos com

maior relevância e importância num valor global e num valor por participante,

assim como a definição do breakeven do projeto.

De forma a concretizar esta necessidade, o estagiário procedeu a inumeráveis

pedidos de orçamentos para várias necessidades do projeto, tendo destacado

os custos fixos mais relevantes.

Em análise ao Quadro 5, é percetível que o valor por participante a ser usado

para o pagamento apenas dos custos fixos do evento, é elevado tendo em

conta que as taxas de inscrição individual variam entre 6€ e 15€, consoante a

prova/distância e prazos de inscrição. No entanto, a estratégia da entidade

promotora passou por captar patrocinadores que estivessem em condições

financeiras de assumir as despesas maiores do projeto, nomeadamente, a

cronometragem, seguro de acidentes pessoais, abastecimentos e t-shirts,

tendo acabado por resultar em parte considerável. Desta forma, os custos fixos

foram reduzidos substancialmente, assumindo como contrapartida a

associação dessas entidades como patrocinadores oficiais do evento.

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Quadro 5. Previsão de custos fixos – Trail Run Coimbra

Antevisão: 500 inscritos

Descrição Custo Custo por participante

Cronometragem eletrónica 738,00 € 1,48 €

Dorsais 175,00 € 0,35 €

Seguro de acidentes pessoais 900,00 € 1,80 €

Abastecimentos (sólidos e líquidos) 1.000,00 € 2,00 €

300 T-shirts técnicas

200 T-shirts de algodão

1.181,00 € 2,36 €

Troféus e medalhas 120,00 € 0,24 €

Transportes 200,00 € 0,40 €

Tela publicitária 150,00 € 0,30 €

Staff operacional 200,00 € 0,40 €

Staff médico 100,00 € 0,20 €

Total 4.764,00 € 9,53 €

A opção por cronometragem eletrónica foi uma decisão unânime e

imediatamente tomada nas primeiras discussões acerca do projeto TRC, uma

vez que a representa um fator de extrema importância para o sucesso global

do evento, tanto para os participantes como para a própria organização

promotora. Por este motivo, o estagiário contactou diversas entidades que

prestam este serviço, tendo selecionado as mais vantajosas, até chegar à fase

de adjudicação.

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Quanto ao seguro de acidentes pessoais, uma obrigatoriedade para qualquer

evento do género, o estagiário ainda encetou alguns pedidos de informação, no

entanto e dado a empresa já estar posicionada junto do seu mediador, fruto

dos outros projetos, concretizou o seguro de acidentes pessoais do TRC com a

seguradora habitual.

Relativamente aos abastecimentos, fez-se uma avaliação do valor a despender

por participante, tendo em consideração o número de abastecimentos e o que

se previa disponibilizar nos mesmos. De qualquer forma e uma vez que o

número de abastecimentos depende da prova/distância a percorrer pelo

participante e além disso, as necessidades calóricas e energéticas de cada

participante serem muito variáveis, optou-se por uma estimativa a mais

aproximada possível.

No que toca às t-shirts técnicas e de algodão, incluídas no valor das inscrições

dos participantes e portanto oferecidas pela organização, assim como os

troféus e medalhas a atribuir aos vencedores, o estagiário procurou as

melhores opções a nível nacional, tendo chegado aos valores apresentados.

4.2.1.2. Desenvolvimento e implementação

A fase do desenvolvimento e implementação do projeto desportivo TRC

consistiu, sobretudo, num rigoroso planeamento de inúmeras questões

fundamentais relacionadas com o evento.

A estrutura organizacional visou uma definição clara das áreas de intervenção

e respetiva atuação do projeto, concretizando-se numa estrutura liderada pelo

diretor de projeto e coadjuvada por quatro diferentes áreas de trabalho.

A estrutura de subdivisão do trabalho revelou-se um componente básico e

elementar no desenrolar do projeto, que expôs em detalhe as necessidades do

projeto nas suas diferentes áreas de atuação, tendo sido utilizado por diversas

vezes ao longo do processo de implementação do projeto.

De seguida, elaborou-se uma calendarização, na qual é exposta a deadline dos

questões mais relevantes e essenciais ao longo da implementação do projeto

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desportivo, igualmente incluindo as diferentes áreas de atuação, sendo um das

quais, pela sua importância dos dias de hoje, destacada em particular no plano

de comunicação.

Por fim, apresenta-se ainda os riscos associados ao global do projeto

desportivo, de forma, a poderem ser previstos e reduzida a sua probabilidade

de ocorrência.

4.2.1.2.1. Estrutura organizacional

A estrutura organizacional do projeto TRC pautou-se por uma forte

característica horizontal, ou seja, sem hierarquias ou cargos fixos. Ainda assim,

não deixou de verificar-se essencial definir as diferentes funções e exercícios

que envolvem um evento desportivo, à semelhança deste.

Deste modo, na Figura 7 apresenta-se a estrutura empregada, composta pelo

Diretor de Projeto que deve assumir a gestão administrativa e,

simultaneamente, estar a par de todas as outras áreas de atuação, assim como

garantir o correto desenrolar da preparação e execução do projeto.

Figura 7. Estrutura organizacional – Trail Run Coimbra

Quanto às diferentes áreas de atuação, subdividiu-se o projeto em quatro

campos, nomeadamente, direção técnica; direção contabilística e financeira;

marketing e comunicação e logística e operações.

Direção Técnica Direção

contabilística e financeira

Marketing e Comunicação

Logística e operações

Diretor de Projeto

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No que toca ao estagiário, este assumiu desde o início do projeto atividades

que envolveram todas as áreas de atuação, tendo sido por isso, muito

interessante perceber por si mesmo e através do trabalho desenvolvido, o

papel de um gestor desportivo, que sem sombra de dúvida deve dominar um

conjunto alargado de necessidades que um evento desportivo exige.

4.2.1.2.2. Estrutura de subdivisão do trabalho

No seguimento dos pontos anteriores deste trabalho, justificou-se também a

elaboração de uma estrutura de subdivisão do trabalho que pudesse guiar e

auxiliar de uma forma muito controlada a extensão de tarefas indispensáveis e

que sem as quais o evento não teria a qualidade desejável. O Quadro 6

clarifica os pontos seguintes.

A gestão administrativa, a cargo do diretor de projeto, encontram-se todas as

atividades relacionadas com a administração do projeto, tais como o

expediente, licenças, seguros, contactos externos, entre outras. Além disso e

uma vez que engloba também a supervisão e acompanhamento das restantes

áreas de atuação acabam por envolver-se em inúmeras outras necessidades

do projeto.

A gestão técnica, num evento de corrida de natureza, requer diferentes

tarefas e de fundamental valor, desde logo o regulamento do evento que reúne

toda a informação essencial aos atletas e que superintende as regras e

condições de participação. Além disso, sob a responsabilidade da direção

técnica, deve assumir as questões relacionadas com os percursos das provas

(distâncias, altimetria, mapas, marcação), assim como garantir serviço de

cronometragem, dorsais dos participantes, entre outras.

A gestão operacional, sob a alçada da área de atuação logística e operações,

envolve igualmente fatores essenciais para o êxito do projeto, nomeadamente

os abastecimentos das provas, segurança e socorro ou as instalações de

apoio, não podendo portanto ser descurada das restantes áreas de atuação.

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O marketing e comunicação são, hoje, obrigatórios em qualquer projeto,

tendo tido por isso um papel crucial em todas as fases do projeto, desde a

idealização, passando pela preparação e execução, sem esquecer o pós-

evento. A composição gráfica do projeto, a captação de imagens, a importância

das redes sociais (especificamente, o Facebook), assim como a promoção do

evento são imprescindíveis no resultado do mesmo.

Por fim, a gestão financeira não poderia deixar de ser tida em conta, caso

contrário, colocaria em causa o global do presente e futuro do projeto. Neste

sentido, sob a competência da direção contabilística e financeira, impôs-se

controlar devidamente os orçamentos, pagamentos, recebimentos, faturas,

além das inscrições que ocuparam um grande parte destas atividades.

Quadro 6. Estrutura de subdivisão de trabalho – Trail Run Coimbra

Gestão

Administrativa Gestão Técnica

Gestão

Operacional

Marketing e

Comunicação

Gestão

Financeira

Expediente Regulamento Instalações de

apoio

Logótipo e

Slogan Orçamentos

Licenças e

autorizações Percursos Paddock

Vídeo e

fotografias

promocionais

Inscrições

Staff e Voluntariado Caracterização

das provas Transportes Site Pagamentos

Seguro desportivo Mapas Abastecimentos Facebook Recebimentos

Troféus e medalhas Cronometragem Segurança e

socorro Publicidade Faturas

Apoios, Parceiros e

Patrocinadores Dorsais Almoço Promoção

Relatório de

contas

Animação e

programa do evento

Material

recomendado T-shirts Media partners

Secretariado Postos de

controlo Limpezas Imprensa

Protocolo Marcação do

percurso

Previsões

meteorológicas

Cobertura

fotográfica e

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vídeo

Supervisão e

acompanhamento

Treinos pré-

evento Montagens Merchandising

Quanto às atividades desenvolvidas pelo estagiário, pautaram-se por uma

enorme transversalidade em todas as áreas de atuação, uma vez que lhe

foram solicitadas e confiadas as mais diversas questões e assuntos que

passam a descrever-se nos parágrafos seguintes.

No que toca à gestão administrativa, o estagiário assegurou parte do

expediente recebido, maioritariamente esclarecimentos a participantes

inscritos. Além disso, logo no início do projeto TRC, tratou de fazer os

contactos devidos com o Instituto de Conversão das Florestas e da Natureza

(ICNF), a fim de ser obtida a licença e autorização da entidade. Outro aspeto

antecipadamente tratado foi o obrigatório seguro desportivo, que apesar de o

estagiário ter solicitado vários orçamentos, acabou por optar-se em manter as

seguradoras habituais da empresa, de outros eventos.

O staff e voluntariado foi outra atividade na qual o estagiário participou,

nomeadamente na conceção do formulário de inscrição, divulgação do

programa de voluntários e seleção dos candidatos, assim como na previsão e

planeamento das necessidades e coordenação dos mesmos durante o evento.

Na questão dos apoios, parceiros e patrocinadores, o estagiário participou na

prospeção de um patrocinador que garantisse o fornecimento de água para os

abastecimentos das provas, tendo garantido a associação da marca Vimeiro.

Além disso, participou também na prospeção de outros parceiros, firmando-se

a associação ao evento das seguintes entidades: Dolce Vita Coimbra;

Automóveis do Mondego; Clínica Reequilibra, Medipom Seguros e Ar Puro

Campings.

Relativamente aos prémios a entregar aos vencedores das diferentes

categorias e provas, após deliberação entre vários orçamentos e opções que o

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estagiário realizou, optou-se por entregar um troféu personalizado aos

primeiros três classificados à geral da distância de vinte quilómetros (Trail) e

aos vencedores masculino e feminino à geral na distância de dez quilómetros

(Mini-Trail). Aos restantes premiados, optou-se por uma medalha, tendo o

estagiário mediado a comunicação com as empresas que produziram tanto os

troféus como as medalhas.

Figura 8. Troféus – Trail Run Coimbra

O secretariado é um fator chave num evento deste género, no qual, cada

participante deve dirigir-se previamente, a fim de confirmar a sua inscrição e

pagamento e receber o dorsal individual, assim como a t-shirt técnica (trail e

mini-trail) ou t-shirt de algodão (caminhada) e demais lembranças. Neste

sentido, o estagiário encarregou-se de planear todas as questões relacionadas

com a secretariado do evento, nomeadamente, listas de inscritos, materiais a

entregar aos atletas, procedimentos internos, acreditações, perdidos e

achados, ligação com a cronometragem e apoio geral ao evento.

Na gestão técnica, o estagiário assumiu o desenvolvimento integral do

regulamento do evento (Anexo 1), o qual representou um documento primordial

e que engloba praticamente a totalidade desta área de atuação mas não só.

Neste sentido, o regulamento prevê e elucida uma série de questões

essenciais, nomeadamente acerca dos seguintes pontos: organização; provas;

condições de participação; seguro desportivo; inscrições; material

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recomendado; secretariado e instalações de apoio; dorsal; cronometragem e

classificações; abastecimentos; marcação do percurso; postos de controlo;

penalizações e sanções; prémios; abandono e apoio; alterações ou suspensão

de provas; comunicação; direitos de imagem; casos omissos e, por fim, o

programa geral do evento.

No que toca aos percursos, o estagiário participou ativamente na definição dos

mesmos para as três provas, tanto no próprio terreno com inúmeras visitas à

MNVC nos meses de preparação, bem como na posterior análise em mapas

físicos, até chegar aos percursos definitivos. Além disso, propôs os locais de

abastecimentos, postos de controlo, acessos para acesso dos meios de

socorro e urgência e zonas espetáculo para a assistência de público.

A produção dos dorsais individuais foi, também, da responsabilidade do

estagiário que elaborou uma proposta de conteúdos para cada prova e, após

várias consultas, propôs a empresa a adjudicar este serviço. Note-se que os

dorsais apresentam uma cor diferente, terão uma numeração distinta

consoante a prova/distância e incluem o nome e equipa do atleta. Contêm,

ainda, a quilometragem dos locais de abastecimento, números SOS da

organização, sem esquecer os parceiros do evento.

Figura 9. Dorsais personalizados – Trail Run Coimbra

A cronometragem, no seguimento da decisão inicial de optar pelo modo

eletrónico e, igualmente, após inúmeros pedidos de consulta, o estagiário

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encarregou-se de fazer a ligação com a empresa adjudicada. Após essa fase, o

contacto com essa entidade foi constante e muitos os aspetos tratados,

relacionados com os dados das inscrições dos atletas, numeração a atribuir,

divulgação das listas de inscritos, entre outros.

Na gestão operacional, a ação do estagiário concretizou-se, maioritariamente,

nas últimas semanas da fase de preparação, embora alguns assuntos tenham

sido planeados com antecedência, tais como as t-shirts e os abastecimentos.

Após a decisão de optar por t-shirts técnicas somente para as duas provas

competitivas e uma t-shirt de algodão para a caminhada, o estagiário fez vários

pedidos de orçamento, tendo mais tarde adjudicado a produção das mesmas.

Em relação aos abastecimentos, o estagiário elaborou um documento interno

que esclareceu o número de postos, local, responsável e elementos de staff e

voluntários, provas/distâncias e quantidade de atletas que passaria em cada

abastecimento. Além disso, elaborou uma tabela com os sólidos e líquidos a

disponibilizar em cada abastecimento e as respetivas quantidades. Também

nas questões operacionais, o estagiário registou e assinalou as zonas onde foi

necessário proceder à limpeza de vegetação nos caminhos ou trilhos dos

percursos, passando à respetiva ação em conjunto com a gerência da Doctor

Sport, em vários dias nas semanas anteriores ao evento.

No marketing e comunicação do evento, o estagiário desempenhou um papel

relevante em vários aspetos mas, sobretudo, na administração da página na

rede social Facebook – www.facebook.com/trailruncoimbra – e na criação e

atualização dos conteúdos do site do evento –

www.doctorsport.pt/trailruncoimbra. Relativamente a esta área de atuação, o

trabalho desenvolvido pelo estagiário está exposto no plano de comunicação,

no ponto 4.2.1.2.4. deste relatório de estágio.

Por último, na gestão financeira do evento, em conjunto com um dos gerentes

da Doctor Sport, a atuação do estagiário prendeu-se sobretudo com a

administração corrente das inscrições, tendo-se revelado um processo

complexo e moroso, uma vez que a organização optou por assumir de forma

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autónoma as mesmas e com pagamentos pelo método tradicional, via

transferência bancária e envio de comprovativo por e-mail. Deste modo, o

trabalho do estagiário passou pela constante monitorização da receção de

inscrições, verificação dos dados e informações enviados, duplicação de

inscrições, entre outros. Ainda teve como responsabilidade a atualização

semanal da lista de inscritos publicada no site do evento, após a confirmação

da receção do respetivo pagamento.

4.2.1.2.3. Calendarização

A calendarização das fases do projeto revelou-se uma ferramenta útil e muito

proveitosa, dado conseguir esquematizar numa curto espaço e de fácil consulta

as atividades mais relevantes nas variadas áreas de atuação do evento, ao

longo dos vários meses de preparação. Ainda assim, apesar de não ser

estanque e sempre passível de eventuais alterações ou atualizações, a

calendarização funcionou como um ótimo guia do trabalho a desenvolver no

projeto TRC. No Quadro 7 apresenta-se a calendarização definida para a fase

de desenvolvimento e implementação do TRC.

Quadro 7. Calendarização – Trail Run Coimbra

Atuação Atividades JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT

AD.

Licenças e

autorizações ■ ■

Seguro desportivo

TÉC.

Reconhecimento

dos percursos

Distâncias

Altimetria

Mapas

Caracterização das

provas

■ ■

TÉC.

Definição

regulamentar do

evento

■ ■

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AD.

Captação de

apoios, parceiros,

patrocinadores

■ ■

Formulário de

inscrição ■

FIN. Inscrições

■ ■ ■ ■

TÈC. Dorsais

Cronometragem ■

OP.

Meios de segurança

e socorro ■

Instalações de

apoio ■

T-shirts técnicas

Abastecimentos

■ ■

Limpeza dos

percursos ■ ■

OP.

Paddock

Almoço

TÉC. Marcação do

percurso ■ ■

OP. Montagens

4.2.1.2.4. Plano de comunicação

O plano de comunicação passou, em grande parte pelo meio digital,

nomeadamente por uma forte aproximação e abordagem ao público-alvo na

rede social Facebook. Usando apenas esta ferramenta, conseguiu-se alcançar

milhares de pessoas, entre potenciais participantes, fãs de corrida,

acompanhantes ou meros curiosos. Prova disso, foi a rápida adesão de

centenas de seguidores à página dedicada ao evento e com elevadas taxas de

interação registadas, que promoveram um impacto maior do evento, ainda na

fase de preparação.

Neste sentido, inicialmente, apostou-se na criação de um clima de expectativa

positiva, com a publicação de imagens apelativas e associadas à modalidade e

com a inclusão nas mesmas de frases ou citações marcantes, com as quais os

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potenciais participantes se identificassem facilmente e, por sua vez, criasse

uma impacto digital assinalável, através dos “gostos”, comentários e partilhas.

Simultaneamente, assinalou-se cada nova centena de seguidores da página,

com a publicação de imagens com o texto “100 Likes”, “200 Likes” e assim

sucessivamente, estando hoje com mais de mil e oitocentos seguidores.

Já com algumas centenas de seguidores, divulgou-se primeiramente o local do

evento e, mais tarde, a data. A partir dos quatro meses anteriores ao evento,

iniciámos a contagem decrescente, assinalando os quatro, três, dois, um mês,

quinze dias, uma semana e contagem diária na semana anterior.

Algumas semanas após o lançamento da página no Facebook, considerou-se

oportuno criar um evento na página, onde os participantes pudessem confirmar

a sua presença. Embora não fosse um meio oficial, revelou-se um espaço

ótimo para as interações entre os seguidores, convidados e confirmados. Além

disso, tendo em conta que os seguidores podem convidar a sua lista de amigos

e as adesões ao evento são públicas, um seguidor ao colocar “Vou”, essa

novidade aparece automaticamente no feed de notícias dos seus amigos e

também no mural do evento, o que desperta a curiosidade de ainda mais

potenciais interessados.

Considerou-se ainda importante registar e publicar a evolução do número de

inscritos, pelo que, assinalou-se as marcas de cem, duzentos, trezentos,

quatrocentos e quinhentos inscritos.

Entretanto e ao longo de toda a fase de preparação, houve a preocupação de

não deixar esmorecer a publicação regular de conteúdos. Por este motivo,

recolheu-se informação sobre, por exemplo, a fauna e flora da MNVC e

publicaram-se algumas curiosidades; publicou-se informação útil sobre cada

uma das provas; deu-se, individualmente, visibilidade aos parceiros e

patrocinadores à medida que foram confirmados; alojamentos oficiais e

também lembretes diversos, a encaminhar através de ligações para o site do

evento.

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No mês anterior ao evento, a comunicação do evento foi bastante reforçada e

alargada, através de várias formas. Desde logo, o evento saiu referenciado

várias vezes no jornal regional Diário de Coimbra, dado ser o parceiro media do

evento. Além disso, fruto de uma parceria com o centro comercial Dolce Vita

Coimbra, houve oportunidade de publicitar o evento com uma lona e um stand

de divulgação e receção de inscrições, durante sete dias consecutivos do mês

de setembro.

Após contato prévio com a grande maioria dos espaços de fitness da cidade de

Coimbra, procedeu-se à distribuição de flyers e cartazes do evento nestes

locais, promovendo inscrição no TRC com o nome do clube de fitness no qual

está inscrito.

Nos dias dezassete e vinte e quatro de setembro e após contato com a

organização informal de um encontro semanal de corrida e caminhada no

centro da cidade de Coimbra – Night Runners Coimbra – realizou-se uma ação

de “charme” no início e no final do encontro, junto de centenas potenciais

inscritos, por meio da oferta de uma garrafa de água e de um flyer do Trail Run

Coimbra.

Figura 10. Lona/Cartaz – Trail Run Coimbra

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No dia vinte e três de setembro, por sua vez, realizou-se a conferência de

imprensa com vista à apresentação pública do evento. A ação decorreu na

própria Mata Nacional de Vale de Canas e contou com a presença do Exmo.

Sr. Presidente da Câmara Municipal e de um representante do ICNF. O público

acorreu em número assinalável, nomeadamente de atletas inscritos e demais

curiosos, assim como a imprensa regional que compareceu em larga escala,

permitindo ao evento uma maior visibilidade e notoriedade.

No Quadro 8 expõe-se a calendarização do plano de comunicação.

Quadro 8. Plano de comunicação – Trail Run Coimbra

Atividades FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT

Conceção gráfica do

evento (logótipo, site e

facebook)

■ ■

Lançamento do evento ■

Vídeo promocional ■

Envio de divulgação via e-

mail para associações,

clubes, eventos, etc

■ ■

Orçamentos (outdoor,

flyers, tela publicitária,

cobertura fotográfica e

vídeo, merchandising)

■ ■

Distribuição de flyers e

cartazes em locais

estratégicos

Diário de Coimbra ■

Presença em eventos ■

Stand de divulgação e

inscrições no Centro

Comercial Dolce Vita

Conferência de imprensa

(apresentação do evento) ■

Facebook ■

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4.3.1.2.5. Riscos

Os eventos desportivos e em particular o TRC apresentam um grau de

complexidade considerável, dados os vários fatores, acontecimentos e

ocorrências que decorrem em simultâneo. A gestão do risco envolve, portanto,

as variáveis que podem interferir no desenrolar do projeto, pelo que, o melhor

possível previsto incrementa as hipóteses de sucesso. Desta forma, o

planeamento revelou-se mais uma vez fundamental e, por isso, o estagiário

elaborou um plano de riscos associados ao evento, conforme o Quadro 9.

Quadro 9. Riscos – Trail Run Coimbra

Risco Classificação Impacto Probabilidade Exposição Estratégia

1. Más condições

meteorológicas Ameaça Alto 5

Pouco

provável 2 10 Aceitar

2. Licenças e

autorizações Ameaça Alto 5

Pouco

provável 2 10 Mitigar

3. Baixo número de

inscritos Ameaça Baixo 1

Pouco

provável 2 2 Mitigar

4. Atletas perdidos Ameaça Alto 5 Provável 4 20 Mitigar

5. Baixo número de

voluntários e staff Ameaça Alto 5 Improvável 1 5 Explorar

6. Financiamento;

dificuldade na

captação de

patrocinadores

Ameaça Alto 5 Provável 4 20 Explorar

7. Valor alto de

inscrição Oportunidade Alto 5 Provável 4 20 Explorar

8. Desvios no

orçamento Ameaça Alto 5 Provável 4 20 Mitigar

9. Falhas na

cronometragem Ameaça Alto 5

Pouco

provável 2 10 Mitigar

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Quadro 10. Riscos: Descrição das respostas

1. Sensibilização; Monitorizar previsões meteorológicas; preparar a

estrutura com planos alternativos.

2. Maior antecedência possível; experiência do promotor.

3. Monitorização rigorosa das inscrições; pesquisa de mercado;

promoção e divulgação.

4. Marcação do percurso 24 a 48 horas de antecedência; vigilância

noturna; fecho de percurso; números de emergência nos dorsais dos

atletas; identificar zonas dos percursos com rede móvel inexistente.

5. Promover participação com antecedência; proporcionar uma boa

experiência; custos nulos para o voluntário; oferta de t-shirt, refeições

e certificado de participação; flexibilidade horária

6. Planear e investir na captação; aproveitar know-how do promotor

7. Promoção de lançamento; prazos diferenciados; passar mensagem do

valor do evento; descontos para grupos/equipas/famílias.

8. Planeamento rigoroso; controlo constante; backup; aposta forte nos

patrocinadores

9. Certificar qualidade da entidade responsável; apoio às tarefas.

10. Planeamento; variedade e quantidades; questionar atletas; manter

estado de conservação; higiene.

11. Identificar potenciais locais perigosos; staff de apoio; percurso

rapidamente acessível; comunicação

12. Comunicação e cuidada e de qualidade; associação a parceiros do

meio; responsabilidade social.

11. Falhas de

socorro e segurança Ameaça Alto 5

Pouco

provável 2 10 Mitigar

12. Exigência dos

atletas devido a

organização com

fins lucrativos

Ameaça Médio 3 Provável 4 12 Mitigar

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5. REFLEXÃO CRÍTICA E CONSIDERAÇÕES FINAIS

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5. Reflexão Crítica e Considerações Finais

O Desporto, enquanto maior fenómeno à escala planetária e num sentido lato

da palavra, dificilmente irá acabar! Foi com esta premissa que o estagiário

optou pelo percurso académico ligado ao desporto e, com a qual, mantém a

plena convicção de que o sector precisa, cada vez mais, de profissionais

qualificados a liderar as mais distintas organizações.

Findo o primeiro ano do curso de segundo ciclo em Gestão Desportiva da

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, o estagiário não hesitou no

caminho a seguir no segundo e último ano, ou seja, na preferência pela

realização do estágio profissionalizante ao invés da investigação.

Esta opção esteve intimamente relacionada com a vontade em passar por

novas experiências em contexto laboral, onde as situações práticas e reais

confrontam o conhecimento teórico, diariamente. A satisfação que o estagiário

encontra no assumir responsabilidades, na concretização de objetivos e, desta

forma, na contribuição para o desenvolvimento de uma organização, foram as

razões de uma escolha firme e da qual, hoje, possui a certeza ter sido a opção

certa.

Neste sentido, o presente capítulo visa apresentar numa perspetiva crítica, os

aspetos mais relevantes, entre as experiências e competências adquiridas ao

longo do período de estágio.

Desde logo elucidar que a expectativa do estagiário passava por usufruir da

oportunidade de integrar uma organização que pudesse garantir uma prática

motivante, galvanizadora e intimamente ligada à gestão desportiva. Neste

momento, o estagiário sente-se em condições de poder afirmar que a

totalidade das expectativas foi concretizada e, até, superada.

O primeiro mês do estágio profissionalizante serviu, essencialmente, para a

integração e compreensão da realidade da entidade acolhedora por parte do

estagiário, tendo simultaneamente, iniciado a colaboração e apoio à fase de

preparação do FNEES que foi sendo alargada nos meses seguintes. O

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contacto às associações de estudantes do ensino secundário ou equivalente,

resposta a pedidos de esclarecimento, planeamento global dos transportes da

organização, preparação dos diferentes tipos de acreditação e, ainda, o

planeamento do programa de voluntariado e staff do evento representaram

algumas das atividades participadas.

Por sua vez, na fase de realização do evento, o estagiário marcou presença

durante os cinco dias do mesmo, desempenhando atividades muito díspares

(montagens, preparação e execução do check-in, dinamização dos torneios

desportivos e secretariado), como seria expectável e perfeitamente normal num

evento desta natureza.

Em jeito de análise à participação no projeto FNEES, tanto na fase de

preparação como na realização do evento e, embora, englobasse bastantes

outras necessidades em ambas as fases, a participação proposta ao estagiário

representou, por si só, uma experiência que melhorou a compreensão do

mestrando acerca da complexidade intrínseca e inerente a um evento com a

dimensão do FNEES.

O outro projeto participado pelo mestrando materializou-se no FBRI e, em

especial, na sua fase de preparação. Algumas das atividades propostas foram

semelhantes ao FNEES, tais como a resposta a pedidos de esclarecimento e

planeamento do voluntariado e staff.

Além disso, a primeira ação envolveu a criação de um a base de dados de

equipas de beach rugby a nível mundial e respetivo envio de divulgação do

evento. A reformulação e produção de conteúdos para o site do evento, assim

como o planeamento das necessidades do alojamento das centenas de atletas,

representaram algumas das outras atividades de apoio à preparação do FBRI.

Relativamente à fase de realização do FBRI, por motivos profissionais do

estagiário, não foi possível a sua presença no evento com funções atribuídas,

daí, não constar descrita essa fase no presente relatório de estágio

profissionalizante. Ainda assim, a título informal, o mestrando não deixou de

visitar o local do evento na véspera da abertura e, mais tarde, nas finais das

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principais categorias e respetiva cerimónia de entrega de prémios e

encerramento.

Sem retirar qualquer valor ou sequer importância às atividades do estagiário no

apoio aos eventos FNEES e FBRI, não há dúvidas que a experiência do

mestrando na Doctor Sport ficou significativamente marcada pelo projeto TRC!

No seguimento da proposta inicial da entidade que passaria por uma iniciativa

relacionada com o fenómeno da corrida, a partir dessa altura, foram vários

meses nas diversas fases do evento TRC, desde o estudo da viabilidade, à

conceção, planeamento e posterior desenvolvimento e implementação. Em

todas as fases, o estagiário executou atividades de relevância, com autonomia,

liberdade para tomar decisões, sentido de responsabilidade e bom senso,

constantemente com o conhecimento e aval do Orientador.

O projeto TRC na sua globalidade e em todas as fases de intervenção revelou-

se o melhor exemplo da desejável e fundamental ligação do conhecimento

teórico, à prática real em contexto profissional. Prova disso, foi o facto de o

mestrando ter recorrido por diversas vezes a documentos de diferentes

unidades curriculares do primeiro ano do curso segundo ciclo em Gestão

Desportiva, que serviram de suporte ao trabalho desenvolvido, tanto no estudo

de viabilidade como no desenvolvimento e implementação.

A análise S.W.O.T, estrutura organizacional, estrutura de subdivisão do

trabalho, calendarização, plano de comunicação ou os riscos, são exemplos da

conjugação entre o meio académico e profissional que o mestrando

protagonizou e promoveu deliberadamente, ao longo dos meses do estágio

profissionalizante.

Em termos práticos, o desenvolvimento integral do TRC permitiu ao estagiário

a integração na grande maioria dos processos de planeamento e preparação,

nos diferentes âmbitos das áreas de atuação, tendo por isso beneficiado

claramente desta oportunidade, aumentando as suas capacidades em vários

domínios – administrativo, técnico, operacional, marketing, comunicação e

financeiro.

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Embora, naturalmente, não tivesse um poder de decisão equivalente à

administração da Doctor Sport, o estagiário envolveu-se fortemente e contribuiu

decisivamente para o projeto TRC.

Ao nível administrativo, o expediente foi a atividade que despendeu maior

tempo, principalmente, no mês anterior ao evento em que multiplicaram-se os

pedidos de esclarecimento e contactos diversos. A este nível e numa fase

embrião da implementação do projeto, o estagiário esteve incumbido de

garantir o parecer positivo e respetiva licença do ICNF para a realização do

evento. Além disso, a prospeção e contacto com patrocinadores e outros

parceiros, a definição e responsabilidade sobre o programa de voluntariado, a

produção dos prémios a atribuir, assim como a preparação do secretariado

constituíram outras atividades administrativas.

A gestão técnica do evento revelou-se um desafio muito estimulante, dada a

pouca experiência do mestrando na modalidade de trail running, no entanto,

essa circunstância acabou por funcionar como motivação extra para uma

pesquisa aprofundada e elevada curiosidade acerca da modalidade, em

especial em Portugal. Desta forma, o estagiário participou na definição das

distâncias/provas, nos seus percursos e locais estratégicos (abastecimentos,

controlos, público, acessos rodoviários e socorro). Além disso, outras

necessidades indispensáveis e de elevada importância como a definição

regulamentar do evento, a produção dos dorsais dos atletas, a ligação com a

entidade adjudicada para o serviço de cronometragem, englobaram o

contributo do estagiário na gestão técnica do evento.

Na gestão operacional, com maior realce nas últimas semanas pré-evento, o

estagiário tratou da produção das t-shirts para todos os participantes no evento

e elaborou um plano relativo aos postos de abastecimento das três

provas/distâncias. Adicionalmente, o estagiário colaborou na limpeza efetiva no

terreno, com várias visitas aos locais onde foi necessário proceder à limpeza

de vegetação nos percursos.

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Em relação ao marketing e comunicação do evento, essencialmente, o

mestrando assumiu desde o princípio a administração da página na rede social

Facebook, representando uma atividade bastante galvanizadora, dado ter sido

uma ferramenta que contribuiu em larga escala para o crescimento do número

de inscritos. A criação de uma base de dados de entidades formais e informais

ligadas à modalidade de trail running em Portugal e consequente divulgação

revelou-se também importante.

Finalmente, em termos financeiros, a intervenção do estagiário passou pela

administração corrente das inscrições e respetivos pagamentos, em parceria

com um dos gerentes da Doctor Sport. Neste aspeto, ainda não decorrido o

evento propriamente dito, é de consenso geral que a opção da organização em

assumir o processo de inscrições pelo método tradicional, provavelmente, não

deverá repetir-se, dado a complexidade do mesmo para um evento com

centenas de inscrições individuais.

Embora o projeto TRC apenas venha a concretizar-se efetivamente no dia 05

de outubro de 2014, o estagiário encontra-se em condições de poder afirmar

que, só pelas fases da análise da viabilidade seguida do desenvolvimento e

implementação, já fez valer sem qualquer hesitação, a intenção de realizar um

estágio profissionalizante no âmbito do curso de segundo ciclo em Gestão

Desportiva, numa entidade como a Doctor Sport.

Ainda assim, um dado resume o êxito do projeto desportivo TRC e a satisfação

do estagiário após longos meses de trabalho, mais de quinhentos inscritos

individuais! No entanto, apenas esse dado poderá ser redutor, por isso, o facto

de o projeto contribuir para a revitalização da MNVC enquanto local privilegiado

de prática desportiva e de lazer, além do fomento do sentimento de pertença

dos Conimbricenses, há muitos anos afastados deste espaço magnífico às

portas do centro urbano da cidade de Coimbra.

Hoje, olhando há um ano atrás e refletindo, considera-se um ato de ousadia, a

opção do mestrando em integrar a estrutura de uma pequena média empresa,

deslocada da instituição de ensino superior e, a qual, apenas desenvolvia à

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data da integração do mestrando, dois eventos a cada ano civil. Por este

motivo, terminado o estágio profissionalizante, poder sentir e aperceber-se de

uma nova realidade para a Doctor Sport que terá elevado potencial em seguir

uma lógica de repetição anual e crescimento gradual e sucessivo, significa,

mais uma vez, ter valido a pena a ousadia inicial.

Em relação ao seu perfil enquanto gestor desportivo, o estagiário considera ter

sido capaz de traçar o seu perfil enquanto gestor, aprendendo que não há só

um perfil que caracterize os gestores, muito menos respostas simples ou

"fórmulas mágicas". Há, por sua vez, boas práticas reveladoras do equilíbrio

entre a tradição e a inovação, o conhecimento teórico e a prática real, tendo

sido nesta ótica que o estagiário procurou aplicar a sua intervenção na

empresa, aperfeiçoando práticas, competências e capacidades.

A variedade de atividades participadas e desenvolvidas ao longo do estágio

profissionalizante trouxe satisfação ao estagiário e permitiu desenvolver

competências de criatividade, organização, persistência, perspicácia, foco em

objetivos e, também, na postura em momentos de negociação e na

competência de orientação e liderança.

Em suma, o estagiário procurou melhorar constantemente ao longo dos meses,

assumindo um espírito empreendedor, dinâmico, empenhado e uma postura

firmada em estabelecer relações de empatia, respeito e entreajuda. Neste

aspeto, o permanente auxílio entre todos os envolvidos da empresa, a forma

transversal como comunicam, debatem e trocam opiniões, demonstrou ser uma

evidência significativa para o prosseguimento dos projetos da entidade.

O estágio profissionalizante foi, portanto, uma oportunidade extremamente e

verdadeiramente proveitosa, de um valor formativo e educativo assinalável,

tendo proporcionado forte contacto com uma realidade profissional pela qual o

estagiário já detinha grande interesse.

Esta experiência de estágio resulta num enorme passo nas habilitações

adquiridas, rumo à competência e capacidade de compreensão da realidade,

que habilitam o estagiário a poder assumir sem receios, futuras oportunidades

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de responsabilidade, com as quais terá e deverá desempenhar com o rigor e

exigência que o mercado de trabalho atual impõe.

Por fim, foi bastante gratificante perceber que o trabalho do estagiário foi

elogiado e reconhecido, recebendo felicitações, sobretudo segundo o que lhe

transmitiram, por destacar-se do trabalho desenvolvido por estagiários

antecedentes na entidade.

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BIBLIOGRAFIA

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ANEXOS

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XIX

Anexos

Anexo 1: Regulamento Trail Run Coimbra 2014

1. Evento

O Trail Run Coimbra apresenta-se como um evento de corrida de natureza,

composto por duas provas competitivas e uma caminhada.

Data: 05 de Outubro de 2014

Local: Mata Nacional Vale de Canas, Coimbra

Coordenadas GPS: N 40° 12' 37.044", W 8° 22' 45.048"

Organização: Doctor Sport – Eventos Desportivos Lda

Provas

Trail: Terá partida às 9:30h no Jardim da Mata Nacional Vale de Canas, num

percurso circular de ±20 km e 1100 metros de desnível acumulado, com o

tempo limite de 4 horas e 30 minutos.

Mini-Trail: Terá partida às 10:00h no Jardim da Mata Nacional Vale de Canas,

num percurso circular de ±10 km e 500 metros de desnível acumulado, com o

tempo limite de 2 horas e 30 minutos.

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Caminhada: Terá partida às 10:30h no Jardim da Mata Nacional de Vale de

Canas, num percurso circular de 6 km. Durante o percurso será possível

assistir às passagens dos atletas nas provas competitivas.

2. Condições de Participação

Idade à data do evento

Trail K20 18 anos

Mini-Trail K10 18 anos

Caminhada 12 anos

Além disso, a participação prevê as seguintes condições indispensáveis:

- Ter conhecimento do presente regulamento;

- Realizar devidamente a inscrição;

- Estar consciente das distâncias e dificuldades da distância a que se propõe,

estando preparado física e psiquicamente;

- Possuir capacidade de semi-autonomia que permita a gestão de eventuais

problemas, sem ajuda externa à prova.

- Cumprir as regras de trânsito rodoviário nas estradas públicas que não serão

alvo de corte de tráfego;

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- Respeitar as propriedades privadas e áreas agrícolas;

3. Seguro Desportivo

A organização dispõe dos seguros obrigatórios para este tipo de provas,

estando o seu prémio incluído no valor da inscrição.

4. Inscrições

Data limite Trail K20 Mini-Trail Caminhada

31 de Julho 10€ 10€ 6€

27 de Setembro 15€ 12,5€ 8€

A taxa de inscrição inclui:

Seguro de Acidentes Pessoais;

Trail e Mini-Trail: t-shirt técnica do evento;

Caminhada: t-shirt do evento;

Dorsal;

Abastecimentos sólidos e líquidos;

Modo de inscrição:

O formulário de inscrição está disponível a partir do dia 16 de Junho em

www.doctorsport.pt/trailruncoimbra

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Apenas será válida com a receção do pagamento via transferência bancária,

até 3 dias úteis após o envio do formulário, data após a qual a inscrição poderá

ser substituída.

NIB: 001000004643457000140

IBAN: PT 50001000004643457000140

SWIFT/BIC: BBPIPTPL

Haverá o seguinte limite de inscrições:

Trail K20: 250 vagas

Mini-Trail: 250 vagas

Caminhada: 200 vagas

Outras condições:

Não serão aceites inscrições no dia da prova.

As inscrições após o dia 15 de Setembro ou sem o envio do comprovativo de

pagamento, não serão consideradas.

Os participantes são responsáveis por verificar o estado da sua inscrição, nas

listas publicadas periodicamente pela organização.

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As retificações apenas são aceites até ao dia 28 de Setembro.

Os participantes podem inscrever-se a título individual ou representando um

clube.

Não são devolvidas taxas de inscrição. Os atletas que pretendam desistir,

devem contactar a organização e comunicar a substituição da inscrição até ao

dia 15 de Setembro.

5. Material recomendado

Trail K20 | Mini-Trail K10 | Caminhada:

- Reservatório de água

- Copo com o mínimo de 15cl;

- Apito;

- Telemóvel.

Em função das previsões meteorológicas, poderá haver alterações ao material.

6. Secretariado e Instalações de apoio

O Secretariado será no Jardim da Mata Nacional de Vale de Canas terá o

seguinte horário:

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Sábado - 04 de Outubro: 16:00h às 23:00h

Domingo - 05 de Outubro: 7:00h às 9:30h

Todos os participantes devem fazer-se acompanhar do Cartão de Cidadão ou

similar.

No final das provas há balneários disponíveis no Pavilhão Multidesportos /

Complexo Olímpico de Piscinas de Coimbra na Praça Heróis Ultramar, a 2 km

do paddock.

7. Dorsal

O dorsal será fornecido no secretariado e deve ser colocado bem visível na

parte posterior (à frente) do corpo.

O participante deve zelar pelo correto manuseamento e fixação, durante toda a

prova.

8. Cronometragem e classificações

Nas provas competitivas – Trail e Mini Trail – haverá classificação individual e

coletiva por escalões, nas classes masculina e feminina de cada prova.

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Escalões

Masculino Feminino

Elite (18 a 39 anos) Elite (18 a 39 anos)

M40 (40 a 49 anos) F40 (+40 anos)

M50 (+50 anos)

As classificações serão definidas de acordo com os dados disponibilizados no

formulário de inscrição, à data da prova.

Para a classificação por equipas contam os primeiros quatro atletas na geral do

Trail K20, independentemente do escalão e do sexo que façam parte.

Não haverá cronometragem para a caminhada.

9. Abastecimentos

De acordo com as características dos percursos e as necessidades dos

participantes, serão disponibilizados os respetivos abastecimentos.

Trail: 3 abastecimentos

Mini-Trail: 2 abastecimentos

Caminhada: 1 abastecimento

No final da prova haverá mais um abastecimento para todos os inscritos.

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Os locais dos abastecimentos serão publicados antes da prova.

Os abastecimentos serão constituídos por sólidos e líquidos para serem

consumidos no local. Apenas a água é destinada a encher depósitos ou outros

recipientes. Cada participante é responsável por manter-se em autonomia até

alcançar o próximo posto de abastecimento.

10. Marcação do Percurso

A marcação do percurso está a cargo da organização e deverá ser

integralmente respeitada pelos participantes, sendo totalmente proibido optar

por outros caminhos ou atalhos.

11. Postos de Controlo

Os postos de controlo são pontos obrigatórios de passagem em locais

definidos pela organização. Poderá, ainda, existir postos de controlo surpresa.

12. Penalizações e Sanções

Haverá um júri de prova, constituído pelo diretor técnico da prova e pelos

responsáveis de cada ponto de controlo, autorizados pela aplicação do

regulamento do evento.

Serão aplicadas as seguintes sanções:

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Desclassificação: não cumprir o percurso marcado; não passar em um ou mais

postos de controlo; desobedecer às indicações de segurança dados pela

organização ou staff; conduta antidesportiva; abandonar a prova sem dar

conhecimento à organização; não prestar auxílio a um participante, caso a sua

integridade não esteja garantida; retirar sinalização do percurso; troca de

dorsal.

2 Horas de penalização: falta de um ou mais itens do material obrigatório;

dorsal não visível.

Ao júri da prova reserva-se o direito de sancionar condutas não descritas mas

que infrinjam o presente regulamento.

Os protestos de qualquer natureza devem ser submetidos por escrito e

assinados pelo reclamante à organização, até uma hora após a conclusão da

prova.

13. Prémios

No Trail K20 haverá troféus para os 3 primeiros da geral e medalhas para os

primeiros três classificados de cada escalão e de cada sexo e, ainda, às 3

primeiras equipas.

No Mini-Trail haverá troféus para o primeiro classificado da geral de cada sexo

e medalhas para o restante pódio.

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Haverá ainda medalhas para:

- Participante mais velho a terminar o Trail K20;

- 1º atleta do concelho de Coimbra no Trail K20;

- Equipa/Grupo com maior número de inscritos.

Haverá lembranças para todos os participantes.

14. Abandono e Apoio

Os abandonos apenas devem ser concretizados nos postos de controlo ou nos

abastecimentos.

Caso o participante não consiga alcançar o ponto de controlo, deve entrar em

contacto com a organização.

Haverá equipas de socorro e emergência, a fim de prestar os cuidados que os

participantes possam necessitar.

15. Alterações ou suspensão das provas

Em função das condicionantes meteorológicas e da segurança dos

participantes, a organização reserva o direito de alterar ou suspender as

provas. Não haverá reembolsos.

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XXIX

16. Comunicação

Os meios oficiais de comunicação e informação da prova serão o site

www.doctorsport.pt/trailruncoimbra e o Facebook

www.facebook.com/trailruncoimbra.

Todos os participantes devem consultar os meios de comunicação, de forma a

manterem-se informados acerca das novidades ou eventuais alterações, assim

como, consultar as listas de inscritos.

17. Direitos de imagem

A organização reserva-se no direito de exploração da imagem do evento.

Qualquer suporte produzido para publicação deve obter a autorização prévia.

18. Proteção de dados

Os dados dos participantes fornecidos no formulário de inscrição serão

utilizados pela organização, somente para efeitos do próprio evento.

Os pedidos relacionados com os dados pessoais devem ser enviados para

[email protected]

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19. Outros

A inscrição de qualquer participante pressupõe o conhecimento e a aceitação

do presente regulamento.

Os casos omissos ou protestos serão resolvidos e decididos pela organização,

cujas decisões não haverá recurso.

20. Programa

Sábado – 04/10/2014 Domingo – 05/10/2014

16h: Abertura do secretariado, Feira de

Equipamento e Exercício e Saúde 7h às 9h30: Secretariado

21h30: A definir 9h: Abertura da Feira de

Equipamento e Exercício e Saúde

23h: Encerramento do secretariado 9h15: Briefing geral Trail K20

9h30: Partida do Trail K20

9h45: Briefing geral Trail K10

10h: Partida do Mini-Trail K10

10h15: Briefing geral Caminhada

10h30: Partida da Caminhada

11h30: Chegada prevista dos

primeiros atletas

12h30: Entrega de prémios

14h: Fecho da meta

Arraial com porco no espeto,

música e muitas surpresas!