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A NOIVA DA PONTE FUNDA Lenna Anthony G Ramos Direitos autorais reservados Lei –9.160/98 Copyright Ramos Lopes. Capa: Lenna Marques 2016

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

Lenna

Anthony G Ramos

Direitos autorais reservados Lei –9.160/98Copyright Ramos Lopes.

Capa: Lenna Marques

2016

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Introdução

É uma serie de assuntos abordados, especificamente sobrelendas e lendários personagens da região, na maioria fictícia,se lhe falo assim, é porque não somos donos de nossas mentes esonhos, medos e aventuras vividas ou não por nossosancestrais. Ano de 1958

A história segue seu rumo em um povoado, cujas pessoas sãoorigem então pacata da região. Pessoas da lavoura, da lidacomo se dizem eles. Fiz uma análise, e resolvi introduzir nasminhas andanças por este Brasil de riquezas literárias. Trata-sede contos e lendas urbanas. Apresentei lhe umas e outras mais...Quem conta um conto, acrescentam outros tantos. Quinze anosdepois...

Conheçam “A noiva da ponte funda”

Anthony Guimarães Ramos

Os personagens aqui citados são fictícios. Qualquer semelhançacom pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência.

Anthony G Ramos[2]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Sinopse

Esta é uma lenda urbana ,história do anos de 1958, uma noivaque assombrava todos os jovens solteiros da cidade. Mas queesperava era que seu ex noivo, receba esta noticia e venha umdia vê-la. Uma noiva nos seus momentos mais íntimos, em lutacom a perda, com o desejo de se casar, ficou com o fardo damemória. Ela enfrenta o suicídio e desassistida da sua loucurade amor. Estava pra se casar e fora enganada pelo noivo, edepois, passa a persegui-lo em nome de sua honra. Sozinha eimóvel, encontrada morta em uma ponte. A tão chamada.”Pontefunda”.Depois disto, ela resolve tocar terror, devastada pelomedo, as pessoas evitam sairem a noite de sexta feira, dia emque Lenna morreu. Uma vida que chegou ao fim. Históriamarcada pelo sangue. Agora, pela primeira vez, ela resolve,enquanto seu espirito não descanse...atrair homens desavisados eprincipalmente aqueles, cujas catacteristica de mulherengos éaflorada. Resolve que irá aniquilar esses romanticos nas noitesde sexta feira

Anthony G Ramos[3]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Parte l

“A noiva da ponte funda”

Quando eu era ainda criança, já se ouvia falar desta lenda: Anoiva da ponte funda de Viamão! Tinha medo de passar poraquelas bandas! Mas, eu e meus irmãos não tínhamosalternativas de outro caminho, ou tinha, mas era distante. E porincrível que parecia, a gente tinha certo medo de passar alidepois das oito da noite! E principalmente em noites de luacheia. Lenna nasceu em Rio Manso, morou La até seus últimosdias.Queria lhes contar isso, já fazia tempo!

Atos sobre o autor;

Hoje, resolvi abrir meu acervo histórico de lendas de Viamão.Meu nome é Anthony Guimarães Ramos. Poeta e escritor,graduado em língua espanhola, em Sevilha. Estudei Históriamundial, morei em Barcelona, Londres, em Veneza, cursado emsociologia e antropologia com as irmãs de Bergamo quando jáera moço feito. Hoje, moro na cidade de Betim, Minas Gerais.Onde tem uma lenda, ou algo que me inspira literatura, vou atéLa e analiso, faço um histórico da situação, e as descrevo emmeu blog. http://loucademiadeletras.blogspot.com. Outro dia,estava sentado com alguns amigos em um sitio, na região de RioManso, precisamente em Viamão, onde iniciamos o assunto; “Anoiva da ponte funda” Aqui no sitio, tudo é misterioso! O cantardos pássaros, os animais noturnos que nos vem visitar.Estávamos tomando um chá com torradas.

Anthony G Ramos[4]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Imagina que um dia destes, ouvi um urro! Poderia estarenganada?

Assim Areta, filha de seu Zé do burro, inicia uns comentáriospara o meu livro. Cada um comentava um pouco sobre a Noivada ponte funda! Era esse o meu maior interesse por estar ali.

Areta desfila suas histórias;

Outro dia... Lenna, a tal moça noite que te falei!

-Ah sim! A Lenna, a noiva da ponte funda, que nasceu em RioManso. Mas, essa ponte funda... Existe mesmo?

- Sim! É aqui perto, quer ver?

Deu um riso tentando amedrontar-me. Prossiga Areta.

Então; para saber, esta ponte, fica aqui em Viamão mesmo! Temuma altura enorme, um riacho que corre de mansinho, e lá nofundo do riacho, corre o sangue de inocentes. Ela mata os moçose depois os joga de cima da ponte funda. Vários corpos já foramencontrados. Sob eles, grandes flores da Dama da noite. Lennamorava ali perto mesmo.

Areta relatou o que sabia.

Ou talvez fosse minha imaginação! Estava sozinha com meusirmãos mais novos! Meu pai e minha mãe haviam saído parauma festa do padroeiro de Igarapé, uma cidade vizinha deViamão, e, por um momento, achei que deveria ficar atenta, e

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

não sair pra ver o que era que estava La fora. Fui dormir,deixando o assunto pendente.

A noite ficou pequena, tudo me lembrava e não me passavadespercebida, era mesmo algum animal feroz. Acordei pelamanhã, e fui verificar se era verdade ou não. Vi pegadas, e aindaestavam frescas. Uma onça? Aqui no sitio? Deus! Tenho decontar aos meus pais!

Logo ao amanhecer, Areta conta aos seus pais! Dos quais nãoderam bola ao assunto. Acham que era medo por ter ficadosozinha com os meninos em casa e...

- Não admito isto!

Areta era moça experiente! Com seus 26 anos, já era dona deseu nariz. Resolveu que tiraria isto a limpo. Alguns dias depois,tinha saído para casa de sua tia, que fica em Rio Manso, voltavasozinha pelas trilhas de Viamão. Viamão, um lugarejo que fazparte de Rio Manso, poucos habitantes sitiantes. Ela sabia quepoderia ser comida ou não por um animal feroz! Seguiu astrilhas sem medo.

Naquele dia, nada de anormal aconteceu!

Chegando a casa de Viamão; a turma toda já esperava que elanão tardasse muito. A porteira fechada, ao lado tinha um pé delimão galego. Ao lado esquerdo, um morro de cupim, sabe,aqueles montes de terra vermelha, cheia de furinhos.

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

- Olha ela ai gente! E não foi comida de onça? Nem leão...Tampouco de um bicho qualquer!

Era risos pra todo lado.

Areta nem ligava! Era pura brincadeira de seus familiares.

Tudo era motivo de contar anedotas. Bastavam um começar, osoutros contavam cada uma mais quente que a outra. Foi que otio de Lena, Tião Abelardo, resolveu lembrar Da.

A Noiva da ponte.

O qual fora conhecida e contada por todos de “A noiva deViamão” a filha do Zé do rancho a filha do meio, Clara. Tia doJoão da venda. Era uma família agitadíssima! Enquanto solteirotudo ocorria bem. Como é da natureza do ser humano, a gentecresce e os hormônios á flor da pele fala mais alto. Havia ummascate chegado em Rio Manso, moço formoso, fala mansa,daqueles com boas intenções! Mas no meio do caminho tinhauma ponte, estreita por sinal. Nada impediu aquele moço de ir evir. Ele vendia jóias de ouro e pedras preciosas, enchia os olhosdas mulheres recatadas de Viamão. O que não gostavam eram ossitiantes esposos delas!

Parte 2A Pescaria

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

“Sonho de ilusão“Que vagueia em minha alma”

NadaProva,

TampoucoDesmente!

“Não proíbeNem

“Desdenha sentidos, apesar da espera o amor consente” Novácuo desta vida cuja alma desejosa de ti. Espero.

Todos queriam falar ao mesmo tempo sobre lendas.

Eles contavam que; certo dia, dois irmãos, filhos do Zé do burro,primo da dona Lia do forno. Olhando assim, dá pra perceber ojeito de cada personagem desta linhagem poética. Bem, vamosaos fatos; eles estavam pescando a noite na ponte funda, eraapenas um rio, deveria de estreito e raso! Mas tinha peixes avontade. E na maioria das vezes, passavam a noite na beirada dorio. Certo dia, numa sexta feira, ouviu o piar de uma coruja ábeira do rio. Jonas e Jairo pescando.

- Irmão? Ouviu isto?

- Sim!Você também ouviu?

E medroso do jeito que é já esta pensando em sair correndo e napior das hipóteses... Já se passava das sete da noite, a noite já iadistante.

- Esta com medo?

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

- Medo? Eu? Duma corujinha? Ela só piou e nada mais.

- Esta tudo bem! Vamos continuar nossa pescaria que é melhor!Para relaxar, coloque seus pés na areia Jonas! Isso te trarámuita energia e afastará seus fantasmas!

Era costumes na roça fazer esse tipo de relaxamento, colocandoos pés na areia! Dava-se certo ou não, nada sei, mas aliviava astensões do corpo.

-Ah! Sei. Pode ser que sim! Mas afastar fantasmas eu nãoacredito! Quem te falou isso Jairo? E a tal Da...

- Dá?

- Noiva da ponte funda!

- Uai? Porque esta se lembrando dela aqui agora? Disso que jásei faz tempo! Oras Jonas!

Ficaram discutindo esse assunto por horas, e a noite já era tarde,a lua já havia se levantado atrás dos montes. Ascendeu àfogueira, recolheram os peixes. Até a os vaga lumes haviam dealumiar os céus naquela noite. Mas não era de tudo claro.Estavam numa área fechada de mato. Tinha uma cabana, pertoduma árvore, bem próximo Dalí, parecia abandonada. Foi aí,que começou a chuva fina!

- Jonas! Veja ali... Uma cabana abandonada! Vamos dormir Ladentro, pois o frio aqui esta intenso!

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

- Eu não me lembro desta cabana antes! Como foi parar ali?

- Não sei! Só sei que eu não vou dormir ao relento esta noite!Vem? Vamos averiguar La dentro!

Era uma casa de madeira de lei! Eles entraram cada um comuma lanterna nas mãos e começaram as buscas de um cantomelhor para dormir. Não havia uma alma viva naquele lugar empoeiras e teias de aranhas. A sala tinha uma mesa de centro demadeira com vidro, duas cadeiras antigas de balançar, ao ladodireito uma janela quebrada e caída, um corredor e uns oitentacentímetros davam para outros quartos, era enorme aquela casa!Eles foram entrando e observando tudo. Eram vinte e duashoras, e nada deferente a não ser o rangido da porteira adistancia!

- Está vindo alguém?

- Quem? A estas horas no meio do mato?

-Esta sonhando Jonas! Não tem ninguém aqui.

-Será mesmo?

Perguntou Jonas ao irmão. A porteira abriu, o vento soprou, anoite escureceu de repente mais ainda. Depois, novamenteouviram o piado de uma coruja.

- Isto esta me cheirando mal!

Disse Jonas.

- Olha irmão! Não esta acontecendo nada! Vamos encontrar umcanto na cozinha, a gente ascende o fogão de lenha, nosaquecemos e dormiremos ali mesmo.

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

-Sabe! Estou me lembrando desta cabana! Aqui morava umamoça, ela iria se casar com o filho do Zé do Burro. Desistiupara se casar com o mascate.

-E o que foi que aconteceu?

-A Lenna; Conta-se que ela morreu três dias de se casar!

- Como assim? Morreu? Estava doente? Que foi queaconteceu?

-Jairo? Quem é esta mulher? Estou ficando arrepiado! Sabeque tenho medo de fantasmas, ou gente do além! Que foi feitodela?

- Olho, eu não quero te assustar!Mas esta moça teve um ataquede nervosismo, foi encontrada enforcada e veio a óbito. Conta-se que no dia de se casar, ele sumiu. Teve ataque de histerismo;um ataque que sobre vem em plena saúde física. Foi encontradauma carta perto de onde ela se enforcou. “Eu voltarei”.

Dizem que logo pela manhã, quando se preparava paraa festa, Lenna viu entre os pertences de seu pretendente, váriascartas de uma mulher, que se dizia esposa dele, falavam dosfilhos, dois filhos com ele e tinha fotos juntos. Como poderia secasar, sendo casado ou tem outra família? Ele nunca falaradisto pra ninguém, mas tinha mesmo outra família fora deMinas Gerias, eles eram da Bahia. É o que posso te contar atéo momento! Não se assuste, tem de tudo neste mundo, masninguém volta dos mortos!

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

-Sendo assim! Vamos dormir não é?

-Sim! Claro, vamos dormir e descansar um pouco.

Parte 3

Dama da Noite

Segundo os poucos visitantes que se atreveram ir á cabana danoiva da ponte, como era assim intitulada; há um velho ditadona cidade, que “Até mesmo os corajosos tinham medo dela” anoiva da ponte funda! Tudo isto se deu pelos anos de 1958,quando ainda se falaram e contavam lendas urbanas, mula semcabeça, e outras mais, coisa de arrepiar os cabelos. Quando umamoça morria antes de se casar, ou que tinha acometido poralguma praga incurável, tudo vinha à tona. E os contadores de

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

histórias aumentavam, e os que foram, um só voltou com vida.Muitos acreditavam que esta cabana, casa velha, à noite até astábuas se debatiam entre si. As moitas de bambus assoviavam. Ehá registros de que uma moça vestida de branco, andava pelasestradas a noite de sextas feiras, com luar ou sem luar! Nãoimportava se era sexta, ela aparecia e fazia terror. Quando o ódiotoma conta das pessoas, e morrem com esta raiva, todos pagam.É um espírito maligno, de aparência branca, alguma coisa queenlouquecia qualquer um só de olhar, ou ouvir seus gritos nanoite. Era um choro agudo, as pessoas ficavam em transe.Conta-se que ela seduzia os homens e brincava com eles, faziasexo com todos. E depois os matavam. Era um orgasmoduplamente maligno! Ela aguardava as pessoas adentrarem nacabana, e depois de um tempo de assombrá-los, arrastava-os atésua cama. O mistério era que em seu quarto, assim que elapegava sua presa, tudo se moldavam. O perfume da flor dama danoite, as flores da dama da noite nos vasos adornavam o lugar.Como em um passe de mágica! Não se sabe o motivo de usarsuas presas, depois de fazer amor, como disse, as levavam aoóbito. Há quem diga se de passagem, que Lenna era uma dasmoças mais lindas de Viamão. E por isto, era mantida escondidapor seus pais das outras pessoas. Ate que veio esse mascate, dejóias, e usou de atrevimento com ela. Quando ela saia com seuspais para ir à cidade, era admirada pela beleza que vislumbravaos olhares de todos e todas. Sua voz era rouca e suave. Portantos desaforos recebidos do mascate, que a fez ficar assim.Conta-se que, Lenna, toda vez que matava uma pessoa, eladeixava uma flor da dama da noite sob seu corpo.

Era narrada sua lenda por todos do vilarejo. E os visitantes,ficavam assombrados com tamanha descrição. Mas umacuriosidade... Apenas uma pessoa conseguiu escapar de seus

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

braços! Seu primo Dinho da venda. Ao contar que vira suaprima na cabana numa noite em que ele saiu para matar tatu, eestava pelas bandas de lá, foi que viu luz dentro da cabana e seaproximou, quando viu então a Lenna, vestida de brancotransparente, a uma cadeira perto da janela, como quemesperava alguém. Saiu a toda velocidade, e contou tudo o quevira aos sitiantes. Mas, eles não acreditavam Dinho, era tidocomo um dos mais medrosos e mentirosos da região. Ementiras têm pernas curtas! E acreditar é pra poucos.

Parte 4

A Noiva da Ponte funda

- Sabe Jonas, melhor não ligarmos no assunto! Vamos dormir.

- Eu não estou conseguindo pregar os olhos! Valha-me Deus.Essa noite que não acaba! Estou com os nervos-a flor da pele.

Já era tarde! A chuva fina rolava La fora, as folhas das árvoresse balançavam fazendo enormes barulhos. Tudo escuro, não sevia nada, nem um palmo diante o nariz. Tentavam acreditarque, tudo era só anedota do povo, e que o primo de Lena, eramesmo um grande mentiroso, mas,

- Espere!

Disse Jairo;

-Vi, e desta vez alguma coisa La perto da árvore! Pode ser queeu esteja enganado, mas algo se moveu, olhou pra cá e seescondeu logo em seguida. Vamos ficar de guarda para não

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

sermos pegos em despercebidos. O que pode ser aquilo lá! Umvulto branco parecia uma mulher, mas se for mulher... A gente.

- A gente o que Jairo? E se for à noiva da ponte funda?

-Puta merda! Não havia me dado por conta disto!

“Durante a noite, ela surge do nada, e começa seu ritual” damada noite, perfumada, transformou-se numa prostituta de classe.Só que morta! Não pega qualquer um, não leva qualquer um prasua cama. Talvez me pergunte; ela não pega todos que seatrevem a entrar na casa dela?

Não! Escolhe suas vitimas pelo cheiro, e depois os atrai. E sóataca um de cada vez. Então pode se disser que os dois irmãosestão a salvo? Também não! Como disse; um de cada vez. Jonase Jairo ficam atentos perto da janela e de olho na porta, masnaquela noite, era apenas vulto mesmo! Não deve ser a Lenamesmo

. - Bom!Nada nos aconteceu! Deveria ser mesmo um vulto e essatal de noiva da ponte não exista mesmo. Vamos dormir eamanha cedo a gente continua a pescaria.

- Esta bem! Deitemo-nos.

O dia amanhece as quatro da manha e já estão de pé ao lado dofogão fazendo café. Depois eles vão dar uma olhada pela casa.

Durante o tempo que estavam na cabana, eles achavam algodeferente. Uma pista aqui e outra ali. Pode ter gente indo lámesmo! O quarto da frente estava com um cheiro de dama da

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

noite. Na verdade, eles escaparam de serem apanhados pelaLenna. Ela sempre aguarda que alguém a olhe nos olhos, edepois disto, ataca. Não é a primeira vez que ela pega alguém!Todos os visitantes, turistas de Rio Manso já ouviu falar dela, ese atrever passar por aquelas bandas, é mesmo um caso desorte sair de La vivo. Fala-se que durante a situação a qual seencontra a pessoa fica com ela, normalmente morre de ataquecardíaco. A pessoa aparentemente começa a gritarenlouquecida, fica em transe, espumam pela boca, se jogampelo chão, se debatendo. O pressentimento que se tem dasituação, é que esta tendo ataque de epilepsia. ela assombramesmo!A lenda se dá todas as sextas feiras, sem faltar uma. Éuma mulher bonita, ciumenta e diz a versa, que depois que teveseu noivado dar errado, e por este motivo tenha tido levado aoóbito, ela passou a querer todos os homens que escolher praela. Ninguém mais pega nada dela. Passa a ser egoísta aosextremos.

Era um silencio absoluto! A principio, um vento frio, depois,piado de coruja, folhas caindo, nuvens escurecendo. Nadapassava despercebido. Detalhadamente seguia o ritual. Bocaseca, coração acelerado, era assim que se sentiam as vitimasdela. Ela brinca com os homens. É uma puta de luxo.

Filho meu, ouça o que lhe digo, fuja das moças de fácil acesso!De fala mansa, de más posturas, de caráter duvidoso.

Disse Areta:

E vi vários rapazes sem experiência que queriam saber destanoiva! Mas notei que um deles era mesmo sem juízo. O filho doZé da foice, Afonso;

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

Ao anoitecer, quando já estava escuro. Saiu a procurar na

beirada do rio, essa tal de Lenna.

Ate que um dia a encontrou sentada numa pedra, olhava para as

margens do rio, como quem buscava alguma coisa no fundo,

dizem que todas sextas feiras, ela ficava ali debaixo da ponte.

Esperava alguém?

Perguntaram-na;

Foi quando...

Ela o viu, chegou perto do rapaz, e o abraçou, e beijou. Então,

com um olhar atrevido, disse:

- Saudades de você!

- Por isso saí procurando você. Eu queria encontrá-lo, e você

está aqui! Quem bom! Venha comigo, vou lhe mostrar meus

aposentos.

Eu a perfumei com mirra, aloés e flor de canela.

Olha meu querido, estou sozinha em minha casa! Minha

família não está eles foram fazer uma longa viagem. E vão

demorar voltar.

Assim, ela o tentou com os seus encantos, e ele caiu na sua

conversa. Este rapaz se entregou a ela. Feito carneiro rumo

ao matador.

Anthony G Ramos[17]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Como uma flecha no coração! Ela atravessará o seu coração.

Será como um pássaro que entra num alçapão, sem saber

que a sua vida está em perigo.

Como em um momento mágico, sua casa se transformava

em uma suíte de conforto, classe alta, parecia o de uma

prostituta de luxo. Perfumes, colchas caras, cortinas nas

janelas, todas importadas da Itália. Piso de fino mármore, as

paredes na cor verde aguá, algumas frutas adornavam a

mesinha do quarto. Armários de madeira de lei: jacarandá.

Tinha uma pequena árvore na entrada de sua casa, era um

manacá da serra. Mediam-se uns dois metros de altura, floria

duas vezes ao ano. Lenna, então seguiu seu plano de

sedução, Afonso, era moço matuto, amava Lenna, e nem por

isso, sua mente o fez vê-la em forma de pessoa á sua frente.

E todo tempo, eles se falavam, num linguajar desconhecido,

aonde Lenna, usava de artifícios para conduzi-lo ao prazer.

Como era sito? Eles faziam amor? É esta a pergunta do meu

leitor. Quando se usa a imaginação, até mesmo o que é

impossível se torna possível! Fora avisado sobre ela, quem

era e o que fazia.

Anthony G Ramos[18]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Lenna, saia na noite de sexta feira, como uma loba sedenta

de sangue, e sexo. Escolhia com quem queria ficar. Tinha

uma aparência sombria, seus olhos negros, cabelos pretos e

longos, corpo torneado, esguia pela noite a fora.

O filho do Zé da foice, Afonso; eram amigos de infância,

moravam perto um do outro, chegaram a pensar que iriam

namorar casar e ter filhos. Mas o destino colocou o mascate

na sua vida, quando era já moça feita. E agora, depois de

morta o seduz e leva pra cama. Depois...

Anthony G Ramos[19]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Filho meu: antes não teria ido a casa desta moça de

desfrutes. Ela possuirá sua alma, usará seu corpo pra isto, e

você nunca saberá que destino teria tido, se antes tivesse

dado outro rumo a sua vida.

Se você for a casa dessa mulher, estará caminhando para o

mundo dos mortos, pelo caminho mais curto.

Parte 5

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Assim se tornou Lenna! Uma mulher de fins “trágicos”

Ela introduziu-o em sua casa, o beijou, despiu-o de suas

vestes e tomou pra si. Depois disto, nunca mais se ouviu

falar dele. Somente o que já sabiam todos; E não retornou

de La. Será que ela o abduziu?

Anthony G Ramos[20]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Pelo que sabemos Lenna, usava os rapazes e depois dava

sumiço neles. Foi com estas palavras que ecoaram pelo

povoado de Viamão. Lenna abduziu Afonso!

Muitos anos se passaram...

Lenna caiu nas lendas do mundo! Medrosos e corajosos,

todos queriam saber se era verdade mesmo, se existisse

essa noiva da ponte funda. Fujam destas casas velhas com

rachaduras, telhados caindo aos pedaços, abandonadas! Era

esse o aviso na cidade. E mesmo assim, as pessoas queriam

fazer histórias. Arriscavam suas vidas, e se embrenhavam na

mata densa de Viamão.

Um belo dia, o mascate acabara de chegar a Rio Manso, isso,

depois de dois anos. As coisas já não eram as mesmas, as

pessoas, umas mudaram e na maioria já haviam ido para

cidade grande estudar. Poucos são as moças, que ainda

resolveram trabalhar na lavoura com seus pais. Mas o

boato da lenda, era contado por todos da região. Alberto,

esse é o nome dele, o mascate joalheiro, voltou depois de

dez anos. Alberto, fez sua fama, uma por não ter se casado

com Lenna, e outra por enganado algumas mulheres dizendo

Anthony G Ramos[21]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

que suas jóias eram verdadeiras e preciosas. Mas o povo da

roça é pacato, quando quer. E ele entrou na cidade, se

hospedou numa pensão, e depois foi até um bar, saber as

noticias. E eram as mesmas palavras do povo! Lenna morreu

e esta assombrando todos que chegam à cidade. O mascate,

não entendeu nada. E continuou a tomar seu vinho, a

beliscar um torresmo com farinha. Era a especialidade dos

barzinhos de Rio Manso. Tudo era normal pra Alberto, não

acreditara em palavra alguma do povo de Rio Manso. Ficou

por uns dias trabalhando na cidade. Depois foi embora para

Igarapé. Era já noite quando o mascate voltava para a

pensão onde estava hospedado. Um vulto desliza na noite, e

ele sente, sente um arrepio na alma, dá uma olhada aos

arredores e não vê nada! Segue seu rumo se esquivando

entre as ruas. O que mais se ouvia, era o vento frio das

noites de Rio Manso que soprava, e batia um desespero

sombrio, mas ele estava com medo, e quando se esta com

medo, a gente vê o que não existe e o que existe sentimos

na pele. Ele caminha e de vez em quando olha para trás,

aquele sentimento de estar sendo seguido era visto em seu

rosto pálido.

-Alberto! Alberto!

-Quem esta ai? O que você quer?

Anthony G Ramos[22]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Parte 6

Sexta feira 13 DE MAIO

“A NOIVA DA PONTE FUNDA”

O vulto passa por trás dele e ele sente! Chega ao seu

destino. Viu o vulto de um véu de noiva se arrastando ao

vento. A pousada até que em fim!

Disse. E entrou.

À noite já iam longe, quando ele ouviu as janelas se baterem

uma na outra, as portas abrindo e fechando. Ele tremia

debaixo do cobertor. E não arredou o pé de La. No outro dia

pela manhã, foi até a portaria, relatou o acontecido ao

gerente, disse ter visto um véu de noiva se arrastando pelas

ruas à noite. O mesmo lhe disse;

- Olha senhor Alberto! Fantasmas não existem, foi

puramente a sua imaginação que o fez ver coisa onde não

existia! Foi isso. Aqui não tem fantasmas, e as pessoas

mortas não surgem do nada para assustar alguém! O senhor

Anthony G Ramos[23]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

esta com a consciência pesada? Posso lhe oferecer um

calmante? Martha?

O gerente chama sua esposa e pede para fazer um chá

calmante para Alberto.

-Sente-se, por favor! Tão logo tome um chá, ficará melhor!

Alberto insistia no que viu a noite! Era tão visível! Murmurava

consigo. Nem de longe, descreveria o acontecido na noite

anterior. Tomou o chá, depois saiu pra rua. Mesmo de dia, ele

ainda trazia a marca assombrada na face. Alberto procurou

saber por que de tudo aquilo! Pareceu ver um véu ou ma

noiva vagando pelas ruas a noite passada.

- Pode ate ser que, o senhor não esteja vendo coisas

mesmo! Aqui se fala muito da noiva da ponte funda!

- Como assim? Ponte o que?

-Ponte funda.

- É uma historia antiga duma moça! A jovem fora enganada

pelo noivo. Isso aconteceu faz tempo! Conta-se que; ela

desgostou da vida! Já se aproximando dia de se casar. Após

saber que seu noivo tinha outra família. Ela sumiu por três

dias, fora encontrada morta e enforcada na casa onde iria

Anthony G Ramos[24]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

morar com ele. Apenas um bilhete deixara. “Não chorem por

mim!...” Eu “voltarei” ninguém sabe por que ela disse isto.

Como voltar dos mortos? Agora percebi todas aquelas

mortes nas estradas de Viamão e Rio Manso! Deus será isto?

- E até então não se sabe ao certo quem é o sujeito que a

deixou assim! Furiosa?

- Infelizmente não! Não era da cidade. O senhor é a primeira

vez que vem aqui?

- Não! Já estive aqui antes.

Por um momento, passou pela cabeça de Alberto de que

conhecera uma moça aqui, que a namorou e depois ele

sumiu da vida dela, justamente quando estavam pra se

casar. Será?

Ficou calado por uns minutos e depois saiu de perto do

gerente da pensão. Quando se tem a consciência pesada, a

vida não anda, restando sofrimentos, dores e mortes. “A

cabeça que não pensa, leva o homem a perdição”

(Tonnypoeta). Assim ficou sabendo pela boca do gerente da

pensão, a besteira que fizera no passado. Alberto tentou se

esquivar do assunto. Mesmo assim, preferiu ficar mais uns

dias por ali, poderia não ser nada de verdade. Foi até o padre

Anthony G Ramos[25]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

da paróquia da cidade, tinha de saber se era possível tudo

isto. Naquela época, o padre era muito conhecido por casos

de exorcismo! Tinha uma fama de expulsar demônios. Isto,

quer dizer que acreditava ser possível ver isto de perto.

- Padre?

Chamou-o, e ele, entrou pela porta a esquerda da igreja,

onde morava padre João. Ele o padre, já com seus oitenta e

poucos anos, desceu a escadaria apoiado numa bengala.

Apresentou-se ao visitante, e este foi logo dizendo;

- Padre João? É esse o nome do senhor padre?

- Sim meu filho! Posso lhe ajudar em alguma situação?

- Creio que sim padre!

- Sente-se, por favor.

Sentou-se e se identificou. Contou-lhe a história toda, e o

padre, de cabeça baixa, ficou por horas e horas ali ouvindo

Alberto. Contara sobre a moça fantasma, sua vida antes de

ter estado ali na cidade, o que fizera com a moça antes. O

Anthony G Ramos[26]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

que queria na verdade Alberto? Se livrar de Lenna? Pedir

perdão? Resolveria tudo ali mesmo?

- Bem meu filho! Trata-se de assunto melindroso! A mágoa

não esta em você! E sim na morta. Já tive situações assim,

em que não me foi possível uma aproximação do espírito.

Algo fora do comum entende? Deve estar muito bravo com

você a ponto de querer matar muitas pessoas das quais

tenho sabido da boca do povo. Essa moça foi enganada, e

dizem que depois de morta assombra mesmo os rapazes

com atrativos de “namorador”i

“Lenna. A noiva da ponte funda”

Anthony G Ramos[27]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Andar silencioso, olhar distantes e vidrados, arregalados, ela

atrai sua presa pra si. Quando se ouve falar dela, as

pessoas mudam de assunto rapidamente. Não querem

brincadeira com ela! Já morreram muitos na região. O

melhor que você pode fazer é mesmo ir embora da cidade.

Se ficar... Vai ser mais um.

- Mas, e se ela for atrás de mim?

- Bom! Tente sair da cidade, se for capaz.

O padre deu uma risada interna que até surdo ouviu. No

fundo, ele queria que isto tudo terminasse, se ela mata o

Alberto, a lenda morre ali mesmo. E tudo volta ao normal na

cidade. Mas, quem garante que ela vai parar por ai? Alberto

se despede do padre, atravessa a rua, e chega a uma

padaria, onde o assunto aflorava no recinto. Todos sabiam

que o Alberto era o mascate do passado, sabiam que ele

havia abandonado Lenna, e que agora, ela em forma de

espírito o perseguia pela cidade. Ele ficou uns minutos ali e

depois se foi. Alberto tinha de levar uma encomenda a uma

casa ainda hoje. Pegou seu carro, um pouco velho e ainda

caindo os pedaços pela estrada, foi fazer seu trabalho. Era ali

perto mesmo, no Viamão. Demorou pra chegar ao endereço

da rua da ponte. Como não tinha muitos sitiantes, era fácil

Anthony G Ramos[28]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

saber quem era quem por La. A pessoa que iria receber as

jóias, a que queria ver as jóias, deu o nome de Ana Lenna de

oliveira. Saiu perguntando até que bateu numa porta bem

próxima Dalí.

-Ô de casa? Dona Ana?

La dentro, a luz que se via era a de um fogão a lenha. E uma

pessoa andava pela cozinha. Ele gritou até que a porta se

abriu. Deu uma olhada, chamou de novo e novamente. A

porta abriu.

-Senhora Ana?

-Sim! Pode entrar.

-Senhora esta só?

- Sim! Estou tomando banho, o senhor entre e me espere na

cozinha. Tudo bem querido?

-Sim! Tudo ótimo! Vou entrar então, me sentar perto do

fogão. Hoje esta uma noite fria, preciso voltar pra pensão

ainda hoje.

Minutos depois, surge a sua frente, Lenna. Morena alta,

corpo escultural, cabelos abaixo da cintura fina, olhos negros

arregalados, uma boca avermelhada, toda perfumada. Era

Anthony G Ramos[29]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

assim que Lenna se apresentava á suas vitimas. Vestia um

vestido até os joelhos, na cor vermelhada bem clarinho, todo

de renda. Um saltinho vermelho trazia uma flor nas mãos.

Alberto ficou encantado! Nunca em sua famigerada vida,

tinha visto uma dama assim. Pensou;

_Que mulher! E sozinha neste fim de mundo. Nunca lhe

passara pela cabeça que era a Helena, sua ex noiva. Lenna

mudou seu rosto, e maneira de vestir-se, de forma que quem

a conhecia, jamais saberia quem era ela. Mas, o perfume da

flor dama da noite, era percebido.

She was red robes, red matching panties.(Ela estava de vestes vermelhas, calcinha vermelha

combinando.)

Nunca que ele poderia imaginar quem era a mulher de

vermelho a sua frente. Eis que ele fica fascinado com

Lenna, e começa a mostrar-lhe as jóias, as outras que

ele levara consigo, além da encomenda. Na verdade,

ele queria ficar mais tempo ali com ela. Mas o tempo

passava, já ia longe à noite, quando ele, quer se

despedir de Lenna, mas esta o impede de seguir,

convidando-o pra ficar mais um pouco, talvez para lhe

mostrar seus dotes. Se bem me entende os leitores.

Noite traiçoeira

Anthony G Ramos[30]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Lenna se destaca pela audácia de mulher! Havia

encomendando as jóias ao mascate, sem que o mesmo

soubesse quem era ela. Pra ele, era uma pessoa

desconhecida, como ainda o é até o momento. Ate que se

revele depois de...

- Bom senhor Alberto! Quer vir ao meu quarto me mostrar

mais desta belezuras ai?

- Sim! E tenho mais algumas na pensão onde moro, se

quiser, posso lhe mostrar da próxima vez que aqui vier.

-Claro senhor Alberto! Poderá me mostrar depois! Mas antes,

venha, quero me mostrar meus aposentos.

Eles entram no quarto, como um carneiro que vai para o

matadouro, ele segue seu destino.

- Você tem bom gosto Lenna!

Disse;

- Obrigada! Você é um amor que toda mulher quer. Cheio de

jóias, elegante, cheiroso e bonitão. Encantador, poeta? Ou

apenas um sabichão na vida? Ou será que você deixou

muitas mulheres pela vida apaixonadas por você? Acertei?

Anthony G Ramos[31]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

Ele deu uma risada sarcástica e confirmou que sim! Lenna

pergunta se é solteirão, ou se tem alguma mulher esperando

por ele em algum lugar. Ele confirma que não.

- Bom então! Nada a perder se passássemos a noite juntos?

Ando tão carente e sozinha!

Ele de prontidão aceitou, tomaram vinho em taças de

cristais, uvas e pêssegos adornavam a mesinha de centro no

quarto. Uma banheira esmaltada com água quente esperava

os dois amantes. Eles se beijam. Aos poucos Lenna consegue

chegar ao ponto, onde planejara chegar. Deixá-lo tenso,

depois de fazer amor com ele. Assim que se tocaram, ele

começa a fazer perguntas. Perguntas essas que ele

desconhecia aquela mulher, de onde ela veio? E porque

estava sozinha até hoje? Eram perguntas que passavam pela

sua cabeça. Lenna tira a roupa e entra na banheira com ele.

Uma flor da dama da noite adornava o quarto, seu perfume

chilreava por todo lado.

- Nunca se casou? Perguntou-lhe.

- Não!

Disse em tom agudo, estava engasgada pelo que lhe

aconteceu antes com eles.

Anthony G Ramos[32]

A NOIVA DA PONTE FUNDA

- Estive pra casar! Mas não deu certo! Ele tinha outra família

e eu não sabia. Por isto terminamos.

-Ah Sei! Que pilantra em? Mas já passou, estou aqui agora

com você e não vai mais ficar sozinha neste mundo!

- De certa forma não vou mesmo! Já vivi o bastante aqui!

Esta na minha hora de voltar. Disse que voltaria e voltei,

mas... Terminando esse trabalho, vou-me embora.

Lenna deu uma risada. Ela tinha uma risada escandalosa,

ecoava longe.

Nem de longe ele sabia uma que Lenna e Helena, eram as

mesmas pessoas. Quer me tocar meu bem? Perguntou-lhe.

-Quer mais vinho Lenna?

-Quero mais uma taça meu bem!

Ficaram ali por um bom tempo fazendo amor. Depois Lenna

se revela a ele assim que ela entende que chegou sua

vingança ao fim. Ela, ali mesmo iniciou-se uma serie de

pancadas na cabeça dele, deu uma primeira paulada e

começou a falar sobre sua morte, e quem era ela.

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

O matou, enfiando a cabeça dele no fundo da banheira,

depois deu uma paulada para ter certeza de sua morte.

Lenna olhou para trás e disse; esta tudo bem então.

Dias depois, foi encontrado dependurado numa forca na

ponte funda de Viamão. E todos entenderam como suicido.

E La embaixo, no rio... Muitas flores dama da noite. Aqueles

que sabiam da historia, entendeu bem o recado dado.

Lenna confirmara suas intenções

e perseguições implacáveis par atingir seus objetivos. Ainda

hoje, quem passa pela ponte, percebe um tremor na alma.

A flor das noites de Rio Manso. Ainda que existam motivos

de sobra para corrigir homens com tais características de

mulherengos... Ela disse;

“Eu Voltarei”

FIM

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A NOIVA DA PONTE FUNDA

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