a música e o ruído (aula interativa)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Disciplina: DIDÁTICA

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Page 1: A música e o ruído (aula interativa)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

Disciplina:

DIDÁTICA

Page 2: A música e o ruído (aula interativa)

Alunos:

Renan Ribeiro Moutinho – 20072423023

Marcos Luiz Mendes Feitosa – 20081434002

Professora:

RACHEL COLACIQUE

Page 3: A música e o ruído (aula interativa)

Mas afinal: o que é música? O que é ruído?

Diferenças entre música e ruído.

Page 5: A música e o ruído (aula interativa)

Um tambor produz música ou produz barulho?

Improvisos de bateria, por Douglas Tognoni.

Page 6: A música e o ruído (aula interativa)

- Em filmes de suspense, como Psicose de Alfred Hitchcock (1960) ou

Tubarão (1975), como é a trilha quando aparece uma situação de perigo

iminente? É satisfatório, para a música, utilizar apenas de notas

musicais para aclimatar determinadas situações?

Page 7: A música e o ruído (aula interativa)

Breve História da Música e Conceitos Importantes

A História da Música não pode ser restrita unicamente a

música praticada no Ocidente. Desta forma, ao estudarmos a

evolução da Música pelos séculos, verificamos um início

teoricamente desordenado através da música essencialmente

religiosa das mais diferentes vertentes; com o passar dos tempos, a

isso seguiu-se uma progressiva necessidade de maior ordenamento

melódico e harmônico, culminando no que hoje chamamos de

Sistema temperado.

Page 8: A música e o ruído (aula interativa)

A música temperada é uma tentativa de ordenar os sons,

considerando-os notas musicais e definindo-lhes as alturas

(frequências) previamente de forma a possibilitar uma divisão de 12

sons (semitons) em uma escala, conhecida como oitava e que viria ser a

base da Música Tonal, tipicamente praticada no Ocidente. O problema

desse sistema é que quando um corpo vibra ele emite, de forma

bastante simples, outros sons subsequentes, conhecidos como

harmônicos. Estas ondas subsequentes não são facilmente identificadas

e definidas.

Page 9: A música e o ruído (aula interativa)

Além disso, um tom (intervalo entre duas notas de alturas

definidas) pode ser divido entre nove comas, que não é nada além

de um intervalo musical. Nos instrumentos temperados, em que

existem trastes que delimitam matematicamente o espaço de um

semitom, a coma vale 4,5. Já nos instrumentos que não são

temperados, pode ser obter harmonicamente o intervalo de 4 ou 5

comas (compondo um tom), de forma a possibilitar uma verdadeira

harmonia entre as notas musicais.

Page 10: A música e o ruído (aula interativa)

Instrumentos Temperados

Guitarra

Piano

Saxofone

Trompa

ClarineteTrompete

Page 11: A música e o ruído (aula interativa)

Instrumentos Não Temperados

Violino

Voz Humana

Flauta de Êmbolo

Con

trab

aixo

Fre

tles

s

Trombone

Page 12: A música e o ruído (aula interativa)

No final do século XIV e início do século XX, com o advento da

música dodecafônica e com o compromisso dos compositores em repensar

questões de tonalidade, combinações harmônicas, timbres e o Sistema

Tonal, a diferenciação entre som e ruído começa a ficar em evidência. Em

1913, no contexto do Modernismo e de uma série de outros movimentos

que buscavam os “elementos típicos do futuro” – como o futurismo, o

músico italiano Luigi Russolo escreve “L’arte dei rumori” (A arte do

ruído) e sublinha a natureza sonora do ruído. O ruído passa a ser

considerado um componente, enquanto ordenado na proposta de uma obra

musical, sob as perspectivas e motivações de um artista.

Page 13: A música e o ruído (aula interativa)

Na década de 50, inicia-se o Movimento de Musique Concrète,

através de Pierre Schäeffer e seus seguidores. Valendo-se do que hoje

chamamos de música eletroacústica e paisagem sonora, este movimento

propunha a manipulação de sons através de meios eletrônicos e a

utilização destes na composição musical. Músicos eruditos como

Stockenhausen, Pierre Boulez e Iannis Xenakis utilizam-se destes novos

conceitos e os transferem para suas novas propostas composicionais.

Page 14: A música e o ruído (aula interativa)

A música utilizada no Cinema, em Teatros e em outras

manifestações artísticas enriquece artisticamente em sua gama de

sons ao passar a utilizar ruídos e barulhos, de frequência não-

determinada, para a caracterização de situações, ambientes e

quaisquer propostas a que se destine.

Page 15: A música e o ruído (aula interativa)

Atividades

 

1) Ditado de sons e ruídos: a partir da exposição a diferentes

frequências de alturas definidas (sons) e de alturas indefinidas

(ruídos), esta atividade se propõe a incitar os alunos a diferenciá-los e

instigá-los a pensar em quais situações tais sons poderiam ser

utilizados;

Page 16: A música e o ruído (aula interativa)

2) Composição livre: cada aluno ou grupos de três a quatro alunos são

convidados a elaborar uma música de caráter instrumental ou vocal, com a

finalidade de ilustrar determinado tipo de situação. A música pode ter curta

duração mas deve mesclar sons e ruídos;

3) Paisagem sonora (ao ar livre): esta atividade propõe a conscientização dos

sons a que estamos submetidos e que, muitas vezes, passam despercebidos.

Desta forma, o professor propõe uma observação sonora livre (de olhos

vendados) de dois a três minutos e convida os alunos a anotar, de forma

cronológica, todos os eventos sonoros que ocorrem. Ao final do trabalho, o

professor analisa e compara os resultados com os alunos.

Page 17: A música e o ruído (aula interativa)

Referências Bibliográficas

CAGE, John. Silence. Hanover: Wesleyan University Press, 1973

GRIFFITHS, Paul. Enciclopédia da Música do Século XX. Trad. Marcos

Santarrita e Alda Porto. São Paulo: Martins Fontes, 1995

KIRBY, Michael e Victoria Nes Kirby. Performance Futurist. Nova York: Paj

Publications, 1986

SCHAEFFER, Pierre. Traité des objets musicaux. Paris: Seuil, 1966.

SCHAFER, R. Murray. A afinação do mundo. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. Uma outra história das músicas. São

Paulo, Companhia das Letras, 1999, 285 pp.