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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A MOTIVAÇÃO PARA A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO
FUNCIONÁRIO DO JUDICIÁRIO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
Por: Cristiane Araújo Gonçalves Macêdo
Orientadora:
Prof. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A MOTIVAÇÃO PARA A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO
FUNCIONÁRIO DO JUDICIÁRIO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Pedagogia Empresarial.
Por: . Cristiane Araújo G. Macedo.
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AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, à minha família
pela compreensão e apoio incondicional,
aos amigos pelo incentivo e força.
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DEDICATÓRIA
Dedico ao meu pai (in memoriam) que sempre
me orientou a nunca desistir de meus sonhos,
aos meus filhos por tudo que deixaram de
aproveitar por minha ausência, ao meu marido
querido, César, por me apoiar, incentivar e não
me deixar desistir.
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RESUMO
A presente obra traz uma reflexão histórica acerca das teorias que tentam
entender e explicar como se dá o processo da motivação do ser humano para a
capacitação no trabalho. Poderemos constatar que são muitas as teorias que
buscaram, e ainda buscam desvendar o processo motivacional que ocorre no
ambiente de trabalho entre empregado e empregador. Abordando algumas teorias e
focando principalmente na motivação intrínseca, há uma análise do perfil
motivacional dos funcionários do TJERJ - Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro - baseada num levantamento do banco de sugestões da ESAJ – Escola de
Administração Judiciária do TJERJ, levantamento este transformado em um gráfico
que mostra exatamente a quantidade e tipos de cursos requisitados ao longo do ano
pelos funcionários do TJERJ através do formulário de pesquisa de opinião. E coleta
de dados, retirados através de entrevista informal com cinquenta funcionários do
TJERJ. De acordo com a legislação vigente o funcionário público possui estabilidade
no emprego e uma série de outras vantagens, por esse motivo, o que se costuma
observar é uma forte tendência à acomodação e o fazer por obrigação. Em função
do cenário de globalização, as organizações têm feito altos investimentos em cursos
de capacitação e concentrado esforços para responder a questões referentes à
eficácia e eficiência de seus treinamentos. E percebe-se que essa acomodação não
é um sentimento que prevalece no TJERJ, sendo possível observar um movimento
que contradiz essa tendência. Muitos funcionários não se limitam ao cumprimento
das 30 horas anuais de capacitação exigidas, indo além e buscando aprimorar-se
cada vez mais, através das ações de capacitação oferecidas pela Escola de
Administração Judiciária – ESAJ ou mesmo fora dela (como por exemplo, a pós-
graduação em universidades), cursos que possibilitem o aprimoramento de sua
atuação profissional. Assim, este estudo busca entender quais são os fatores que
motivam os funcionários a buscarem, cada vez mais, cursos de capacitação
profissional.
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METODOLOGIA
Oito anos de trabalho na universidade corporativa do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro levaram a seguinte questão: Até que ponto a capacitação
profissional e o desenvolvimento do indivíduo podem influenciar na motivação de um
empregado? O que leva um empregado a sentir-se motivado ou não para realização
de suas obrigações? O que leva um empregado a cumprir mais do que o exigido
pela instituição em que está vinculado?
Para desenvolver este trabalho, foram pesquisados os conceitos clássicos
envolvendo os temas de Motivação, Organizações e outros assuntos correlatos.
Durante os cursos realizados na ESAJ, a observação do comportamento e
das atitudes dos funcionários, a análise de relatos e a discussão de casos foram
muito importantes para a realização deste trabalho, fazendo uma comparação entre
o conhecimento científico e a prática vivenciada no dia-a-dia da empresa.
Para desenvolver a pesquisa foram utilizados livros, revistas e documentos
internos do Tribunal de Justiça.
A pesquisa será dividida nas seguintes etapas:
• Observação atenta ao comportamento e as atitudes dos funcionários de vários
setores que frequentavam os cursos de capacitação da ESAJ.
• Selecionar a bibliografia a ser estudada;
• Analisar criticamente o conteúdo estudado;
• Realizar levantamento das sugestões de cursos feitas pelos servidores através do
formulário de pesquisa de opinião da ESAJ e entrevistas informais com
funcionários;
• Sistematizar o levantamento em um gráfico composto pelos cursos mais
requisitados pelos servidores;
• Formatar sistematicamente o conteúdo estudado em forma de pesquisa
monográfica.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................08
CAPÍTULO I - A História do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro e da Escola de
Administração Judiciária .................................................................12
CAPÍTULO II – A Motivação Humana .............................................19
1 - Conceito
1.1 - Ciclo Motivacional
1.2 - Hierarquia das necessidades de Maslow
1.3 - Teoria de Herzberg
1.4 - O modelo contingencial de Vroom
1.5 - Clima Organizacional
CAPÍTULO III – Os fatores motivacionais
dos trabalhadores ao longo da história ............................................28
1 - Motivação dos trabalhadores
nas organizações
1.1 - A motivação dos funcionários do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
CONCLUSÃO ..................................................................................36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................38
ÍNDICE ............................................................................................40
ANEXO 1 – Gráfico..........................................................................41
ANEXO 2 – Frente: Formulário de pesquisa de
opinião do usuário.............................................................................42
ANEXO 3 – Verso: Formulário de pesquisa de
opinião do usuário ............................................................................43
FOLHA DE AVALIAÇÃO ..................................................................44
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INTRODUÇÃO
Segundo Bergamini (1997), antes da Revolução Industrial, a principal maneira
de motivar consistia no uso de punições, gerando nas organizações um ambiente
generalizado de medo. As punições ocorriam além da de natureza psicológica,
também fortemente na forma de restrições financeiras, chegando a se tornar reais
sob a forma de prejuízos de ordem física.
Com a Revolução Industrial, houve investimento fortíssimo no objetivo de
aumentar a eficiência dos processos industriais, que passaram a exigir maiores e
mais recompensadores retornos. Essa guinada nos negócios ocasionou grande
preocupação no que diz respeito à melhora dos procedimentos na forma de
trabalhar. O papel a ser desempenhado pelos gerentes e administradores passou a
ser não só o de encontrar pessoas mais qualificadas para as diferentes funções,
mas também o de treiná-las para o uso de ferramentas e métodos vistos como mais
produtivos. No método taylorista de produção, com a as operações de trabalho cada
vez mais simplificadas e rotinizadas, diria até, robotizadas, os administradores
deveriam estar atentos para que os planos salariais fossem atrativos, estimuladores
para que o trabalhador maximizasse seus ganhos, agindo com mais rapidez, de
acordo com as ordens de seu gerente.
Desta maneira, o dinheiro passou a ser a principal forma de incentivo a
motivação, no lugar das punições.
Porém, esta situação mudou quando os trabalhadores perceberam que
dentro deste sistema de trabalho estavam pondo em risco a sua própria segurança.
Que mesmo recebendo salários maiores, estavam em menor número de
empregados para atingir a mesma produtividade de antes. E como resposta a esse
fato, optaram por adotar atitudes que levassem à restrição da produtividade,
defendendo, assim, a sua permanência no emprego por mais tempo.
Elton Mayo com uma nova filosofia administrativa percebeu a importância de
considerar a pessoa em sua totalidade. Partiu-se do pressuposto de que a melhor
maneira de motivar o funcionário era agregando forte ênfase no comportamento
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social dos mesmos. Os administradores e supervisores adotaram, então, o papel de
procurar fazer com que os trabalhadores sentissem a sua utilidade e importância
pessoal no trabalho. Portanto a estratégia administrativa deveria ser a de promover
o reconhecimento individual de cada um e buscar, de forma muito especial, a
satisfação de suas necessidades especiais.
Os adeptos da Escola de Relações Humanas tinham como objetivos
motivacionais orientar as pessoas para sentirem-se úteis e importantes. Havia
necessidade de satisfazer os desejos naturais dos trabalhadores de se
considerarem parte integrante de um grupo social, sem o esquecimento do
reconhecimento individual de cada um deles. A manipulação do trabalhador
continuava a ocorrer, porém agora de uma forma diferente.
Graças a esse novo modelo de compreensão do ser humano em sua
situação de trabalho, houve maior valorização dos canais de comunicação, tanto no
sentido ascendente, como principalmente no descendente. Os trabalhadores
deveriam conhecer de forma ampla a organização e o processo de trabalho, tendo
abertura para emitir suas opiniões a respeito de tudo, seja na produção ou na
administração da organização. As formas de recompensa passaram a ser por
incentivos grupais no lugar da recompensa individual.
Diante da complexidade do ser humano, surgiram mais e mais estratégias
para tentar solucionar o problema das motivações. Tentava-se até o início do
século passado descobrir aquilo que deveria ser feito para motivar as pessoas, já
no fim do século esse pensamento mudou, passou-se a perceber que cada um já
traz de alguma maneira, dentro de si, suas próprias motivações. A estratégia
empresarial mudou, passou-se a buscar recursos organizacionais capazes de
não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas. Portanto, o
importante é criar maneiras de agir sem que as pessoas percam a sua sinergia
motivacional. Toma-se consciência de que o ser humano não se submete
passivamente ao desempenho de tarefas impostas sem que para ele tenham
algum significado.
Assim, as empresas passam a admitir que o trabalho seja algo com
significado positivo para as pessoas e não necessariamente desagradável. À
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medida que as pessoas se reconhecem naturalmente envolvidas pelo trabalho, logo
ele ganha um novo sentido.
Então, a motivação para o trabalho vai depender do significado que cada
trabalhador atribui na sua realização. Tendo condições favoráveis cada pessoa irá
contribuir de maneira criativa buscando seu próprio referencial de identidade e
autoestima.
A importância da capacitação profissional para vida das pessoas, encontra-se
na possibilidade de acesso as oportunidades de trabalho, que por sua vez, têm suas
características modificadas a cada dia.
A capacitação não só dá condições para o exercício de determinadas
profissões como também objetiva preparar para o mundo do trabalho, oferecendo a
oportunidade de uma melhor adaptação ao mercado competitivo, uma vez que a
pessoa devera estar pronta, com hábitos e atitudes condizentes as exigências desse
mercado.
Na capacitação objetiva-se que a pessoa se prepare tanto para o mercado de
trabalho formal, como para o mercado informal, oferecendo-lhe as possibilidades e
alternativas de trabalho e renda, por meio de opções de atividades que
correspondam a realidade atualizada do mundo do trabalho.
No processo de capacitação é importante que se trabalhem as habilidades
básicas, específicas e de gestão, ou seja, além de aprender especificamente
determinada profissão, a pessoa deverá ser estimulada a exercitar suas
competências básicas, que trata de sua apresentação pessoal, aparência,
autoestima, comunicação, relacionamentos interpessoais, e sua capacidade de se
autogerir, tomar decisões, participar de trabalho em equipe, bem como do seu
processo de desenvolvimento no trabalho
De acordo com os objetivos da Empresa, poderá ser desenvolvidos
programas de capacitação profissional importante para a vida do profissional através
das seguintes abordagens:
• Aspectos pessoais (autoimagem, papel na família, relacionamentos);
• Aspectos Profissionais (interesses, o que conhece, o que pensa, expectativas);
• Requisitos importantes para o trabalhador;
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• Significado e importância no Trabalho;
• Relações Humanas no Trabalho;
• Ética Profissional.
•
É discorrendo sobre algumas das diversas teorias motivacionais e
principalmente com base na vertente teórica da motivação considerada como um
fator intrínseco às pessoas é que podemos analisar o caso dos funcionários do
Tribunal motivados pela busca de capacitação e realização de cursos além do
cobrado pela organização. Porém antes, é preciso conhecer um pouco mais sobre o
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e a Escola de Administração
Judiciária.
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CAPÍTULO I
A História do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro e da
Escola de Administração Judiciária
A história da Justiça do Estado do Rio de Janeiro – onde se inclui a do antigo
Distrito Federal – é parte integrante da história, não apenas do Estado, mas do
Brasil, desde os primórdios da colonização até os dias atuais.
Ao tempo das capitanias hereditárias, a distribuição da Justiça era uma das
funções do capitão donatário, juntamente com as de administrador e chefe militar.
Com a implantação do sistema de governo geral, em 1548, o Governador Geral,
como representante do rei de Portugal, passou a concentrar em suas mãos o poder
político e administrativo da Colônia, sendo assessorado, nos assuntos relativos à
Justiça, pelo Ouvidor Geral, magistrado incumbido de aplicar o Direito em todo o
território do Brasil.
Com a finalidade de limitar os poderes do Ouvidor Geral e de tornar mais
eficaz a Justiça na Colônia, criou-se o primeiro órgão julgador de segunda instância,
a Relação do Estado do Brasil, com sede em Salvador, na Bahia, e Regimento
datado de 25 de setembro de 1587. Porém, a instalação só se efetivou em 7 de
março de 1609, com a expedição de novo Regimento. Após dezessete anos, em
decorrência de dificuldades criadas com a invasão holandesa na Bahia, esse
tribunal foi extinto, por alvará de 5 de abril de 1626, sendo restabelecido em
setembro de 1652.
Para suprir uma lacuna na administração judiciária no sul da Colônia, a Carta
Régia de 3 de julho de 1734 previu a criação de um novo órgão julgador de segunda
instância no Brasil, contudo, somente em 13 de outubro de 1751 foi criada a
Relação do Rio de Janeiro, por alvará do rei D. José I, que deu ao referido tribunal o
seu Regimento.
Instalada inicialmente no prédio da Cadeia e Casa das Vereanças, onde hoje,
se encontra o Palácio Tiradentes, a Relação do Rio de Janeiro iniciou seus
13
trabalhos em 15 de julho de 1752. Composta de dez desembargadores e presidida
pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, sendo o primeiro Gomes Freire de
Andrada, futuro Conde de Bobadela, seu distrito jurisdicional compreendia treze
comarcas: Rio de Janeiro, São Paulo, Ouro Preto, Rio das Mortes, Sabará, Rio das
Velhas, Serro Frio, Cuiabá, Goiás, Itacazes, Ilha de Santa Catarina, Paranaguá e
Espírito Santo.
Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, elevou a
Relação do Rio de Janeiro à condição de Casa da Suplicação do Brasil, como
tribunal de terceira e última instância, tendo a mesma alçada da Casa de Suplicação
de Lisboa. Foi extinta de direito em 1828, com a criação do Supremo Tribunal de
Justiça, e de fato em 1833, quando se restaurou a relação do Rio de Janeiro em sua
condição de tribunal local.
A Carta Constitucional de 1824, em seu artigo 158, estabelecia como órgãos
julgadores de segunda instância as Relações do Império, que, nessa época, eram
em número de quatro: a da corte e as existentes nas províncias da Bahia, Maranhão
e Pernambuco. O regulamento das Relações do Império, datado de 3 de janeiro de
1833, dispôs sobre as atribuições desses tribunais e a competência de seus
presidentes. A Relação da Corte ocupou o mesmo prédio onde se instalara a Casa
da Suplicação, na Rua do Lavradio, e teve como primeiro presidente o
Desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho.
Quando, em 1873, o Decreto nº 2.342, de 6 de agosto daquele ano,
aumentou para onze o número de Relações no Império, o distrito jurisdicional da
Relação da Corte passou a abranger o Município Neutro (cidade do Rio de Janeiro)
e as províncias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Tal situação perdurou até
1890, quando, após a proclamação da República, passou-se a ter, distintamente, a
Justiça do Estado do Rio de Janeiro e a do Distrito Federal – antigo Município
Neutro.
O Decreto nº 1.030, de 14 de novembro de 1890, expedido pelo Governo
Provisório, disciplinou o Poder Judiciário do Distrito Federal, no qual figurava como
tribunal de mais elevada instância, a Corte de Apelação, composta de doze
magistrados. Sua instalação ocorreu no dia 9 de março de 1891, na antiga sede da
Relação, na Rua do Lavradio, sendo a sessão inaugural presidida pelo
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Desembargador Eduardo Pindahyba de Mattos. Em 1892, passou a ocupar
provisoriamente o prédio da Rua do Passeio nº 44, transferindo-se em 1913 para
um casarão na Rua Luís de Camões, onde permaneceu até 7 de novembro de
1926, quando foi inaugurado o Palácio da Justiça, na rua Dom Manuel, construído
especialmente para lhe servir de sede. Entre os fatos históricos importantes
registrados no prédio, pode-se destacar a instalação do Tribunal do Júri, em 1927, e
a promulgação do Código Penal, em 1940.
Com a proclamação da República, a Constituição de 1891 deu ampla
autonomia aos estados para se organizarem política e administrativamente, vindo a
Justiça dos estados a se constituir de várias formas. A do antigo Estado do Rio de
Janeiro estruturou-se, então, de acordo com o Decreto nº 272, de 29 de junho de
1891 – Organização Judiciária do Estado do Rio de Janeiro –, segundo o qual a
mais elevada instância entre os órgãos que integrariam o Poder Judiciário estadual
seria exercida pelo Tribunal da Relação do Rio de Janeiro.
Instalado em 15 de julho de 1891, o Tribunal da Relação teve como primeiro
presidente o Desembargador João Gonçalves Gomes e Souza. Funcionou
inicialmente no prédio da Delegacia do Tesouro Nacional, na Rua do Imperador,
atual Marechal Deodoro, transferindo-se para Petrópolis em 1894, com a mudança
da capital da República para aquela cidade, onde permaneceu até 1902, embora,
somente no ano seguinte, tenha Niterói voltado à condição de capital do Estado. No
dia 31 de janeiro de 1920, em sessão presidida pelo Desembargador Arthur Annes
Jácome Pires, instalou-se em sua sede no Palácio da Justiça, construído na atual
Praça da República, em Niterói.
Com a Constituição da República de 1934, os órgãos julgadores de segunda
instância dos estados passaram a ter o nome de Corte de Apelação, como já se
chamava o do Distrito Federal, sendo essa denominação alterada para Tribunal de
Apelação pela Constituição de 1937 e, posteriormente, com a promulgação da
Constituição de 1946, para Tribunal de Justiça.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal foi assim designado até 1960,
quando ocorreu a transferência da capital da República para Brasília e a criação do
Estado da Guanabara, pela Lei nº. 3.752, de 14 de abril do mesmo ano. A Justiça
do antigo Distrito Federal era regida por leis federais e, muitas delas, inclusive o
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próprio Código de Organização Judiciária, continuaram a vigorar no novo estado,
onde surgiu um Poder Judiciário composto de magistrados oriundos do antigo
Distrito Federal.
O Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara funcionou no Palácio da rua
Dom Manuel até 8 de dezembro de 1974, data da inauguração do novo Palácio de
Justiça, na avenida Erasmo Braga. O seu primeiro presidente foi o Desembargador
Homero Brasiliense Gomes de Pinho, que na época presidia o Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e completaria o mandato em dezembro de 1960. O primeiro
presidente eleito foi o Desembargador Oscar Accioly Tenório, para o biênio 1961-
1962.
Com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro que, a partir de
15 de março de 1975, passaram a constituir uma única unidade da Federação,
foram extintos, pelo Decreto-Lei nº. 3, de 15 de março de 1975, os Tribunais de
Justiça dos antigos estados e criado o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, composto por 36 desembargadores efetivos, sendo 29 de carreira, quatro
oriundos do Ministério Público e três oriundos da OAB, como órgão superior do
Poder Judiciário estadual, com jurisdição em todo o território e sede na cidade do
Rio de Janeiro.
O novo Tribunal foi Instalado no Palácio da Justiça em 17 de março do
mesmo ano, em sessão presidida pelo seu decano, o Desembargador Newton
Quintella, sendo o Desembargador Luiz Antônio de Andrade eleito o primeiro
presidente. Compunha-se de 36 desembargadores, que, no dia 21 do mesmo mês,
aprovaram a Resolução nº 1 – Código de Organização e Divisão Judiciárias do
Estado do Rio de Janeiro –, que regula não apenas a organização e divisão
judiciárias, mas também a administração e o funcionamento da Justiça e seus
serviços auxiliares.
Havia, naquela época, 64 comarcas, e os Tribunais de Alçada da Guanabara
e do antigo Estado do Rio de Janeiro mantiveram a sua jurisdição original. Ao
primeiro, que desde 1973 funcionava no novo Palácio da Justiça, cabia julgar os
recursos oriundos da capital do novo Estado. Ao segundo, transferido de Niterói
para o prédio da Rua Dom Manuel, cabia julgar os feitos procedentes do interior. Tal
situação perdurou até que, em virtude da Lei Estadual nº. 272, de 7 de novembro de
16
1979, foram designados, respectivamente, como 1º e 2º Tribunais de Alçada do
Estado do Rio de Janeiro, ambos com jurisdição em todo o Estado, sendo a
competência do primeiro exclusivamente cível e a do segundo exclusivamente
criminal. Em 1985, pela Lei Estadual nº. 841, de 14 de março do mesmo ano,
passaram a denominar-se Tribunal de Alçada Cível e Tribunal de Alçada Criminal.
Foram extintos por determinação da Lei Estadual nº. 2.856, de 8 de dezembro de
1997, que unificou a segunda instância do PJERJ, passando o Tribunal de Justiça a
compor-se de 145 desembargadores.
A Escola de Administração Judiciária foi criada em outubro de 1974, através
do Ato 43 do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara, com o
nome de Centro de Seleção e Aperfeiçoamento do Pessoal da Justiça (CESAJU).
Suas finalidades eram promover o aperfeiçoamento, a especialização, o
recrutamento e a seleção de servidores. Subordinada, de início, diretamente ao
Tribunal Pleno, teve o nome alterado para Escola de Administração dos Servidores
da Justiça (EASERJU) e, em 1995, para Escola de Administração do Tribunal de
Justiça. A subordinação passou para a Secretaria de Planejamento, Coordenação e
Finanças e posteriormente para a Secretaria de Administração.
O Ato Executivo Conjunto TJ/CGJ nº 59/2002, que criou a Secretaria de
Gestão de Pessoas, pelo desmembramento da Secretaria de Administração,
vinculou a Escola à sua estrutura.
A Resolução nº 15/2003, do Órgão Especial, estabeleceu a nova estrutura
organizacional do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ), criou a
Diretoria Geral de Gestão de Pessoas (DGPES), integrando a ESAJ à estrutura
dessa Diretoria, com atribuições específicas de capacitação.
Em 1996, a Escola ganhou suas próprias instalações, no 5º andar da lâmina
II do prédio do Fórum Central. Em 1999, o Ato Executivo 868, do Presidente do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, criou o Conselho Consultivo da
ESAJ, presidido por um desembargador, com a função de formular planos,
programas e projetos de formação e aperfeiçoamento para servidores.
Em 2005, o Ato Executivo nº 1454, do Presidente do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro, alterou a composição do Conselho Consultivo, que
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passou a ser formado por um Desembargador, dois Juízes, Diretor Geral de Gestão
de Pessoas e Diretor da ESAJ.
Em outubro de 2006, a ESAJ teve o seu sistema integrado de gestão
certificado de acordo com os requisitos da norma NBR ISO 9001:2000. Em 2009, o
SIGA/ESAJ foi recertificado, de acordo com a NBR ISO 9001:2008, até 17/11/2012.
Em fevereiro de 2010, a ESAJ foi transferida provisoriamente para o 4º andar, sl
419, em virtude das obras que foram realizadas para acomodar as novas
instalações. Em novembro de 2010, passou a ocupar o quarto e o quinto andares do
prédio histórico do antigo Tribunal de Alçada Criminal.
Missão da ESAJ (Escola de Administração Judiciária)
Desenvolver ações de capacitação, visando contribuir para a resolução de conflitos
de interesses em tempo adequado à sua natureza.
Visão da ESAJ (Escola de Administração Judiciária).
Ser referencial em educação continuada do Poder Judiciário, contribuindo para o
exercício democrático da cidadania.
Valores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ)
- Conhecimento atualizado
- Ética
- Objetividade
- Melhoria Contínua
- Foco no usuário
- Busca de conciliação para solução de conflitos
- Comprometimento
- Transparência
Política da Qualidade do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ)
Desenvolver continuamente as melhores práticas de gestão para que as unidades
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organizacionais do PJERJ e seus respectivos Magistrados e Servidores cumpram a
missão, a fim de alcançar a visão estabelecida.
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CAPÍTULO II
A MOTIVAÇÃO HUMANA
1. Conceito
A motivação é um dos fatores internos que mais podem influenciar no
comportamento das pessoas. O conceito de motivação vem sendo utilizado ao longo
do tempo com diferentes sentidos, portanto, sendo necessário defini-lo. A palavra
“motivo” tem origem no latim motivu, significando: o que determina ou causa alguma
coisa, aquilo que pode fazer mover, tudo aquilo que impulsiona alguém a agir de
determinada forma ou pelo menos que dá origem a uma propensão a um
comportamento especifico. Este impulso a ação pode ser provocado por um
estímulo externo e pode também ser gerado internamente nos processos mentais
do individuo. Neste aspecto, a motivação esta relacionada com o sistema de
cognição do individuo.
A motivação funciona como forças que impulsionam, traduzidas por palavras
funciona como “desejo” e “receio”, o individuo deseja poder, status e receia o
ostracismo social, receia as ameaças à sua autoestima.
As pessoas são diferentes no que tange a motivação: as necessidades
variam de individuo para individuo, produzindo diferentes padrões de
comportamento. Os valores sociais também são diferentes, as capacidades variam
no mesmo individuo conforme o tempo.
Segundo Chiavenato, os padrões de comportamento podem variar, porém
eles são resultado de um processo semelhante para todos os indivíduos. Neste
sentido, para o autor existem três hipóteses, que buscam explicar o comportamento
humano:
• O comportamento é causado, ou seja, existe uma causalidade do
comportamento. Tanto a hereditariedade como o meio ambiente influem
decisivamente no comportamento das pessoas. O comportamento é causado
por estímulos internos e extemos.
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• O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo
comportamento humano. O comportamento não é casual nem aleatório, mas
sempre orientado e dirigido para algum objetivo.
• O comportamento é orientado por objetivos. Em todo comportamento existe
sempre um “impulso”', um “desejo”, uma “necessidade”, uma “tendência”,
expressões que servem para designar os “motivos” do comportamento.
De acordo com estas suposições, o comportamento não é espontâneo e nem
isento de finalidade: sempre haverá algum motivo implícito ou explícito para
explicação. Mas podemos concluir que o modelo nos leva a pensar que a
motivação depende de três variáveis: a percepção do estimulo, das necessidades e
da cognição de cada pessoa.
1.1. Ciclo Motivacional
Para Chiavenato, o ciclo motivacional começa com o surgimento de uma
necessidade. A necessidade é uma força dinâmica e persistente que provoca
comportamento. Toda vez que surge uma necessidade, esta rompe o estado de
equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e
desequilíbrio. Se o comportamento for eficaz, o indivíduo encontrará a satisfação da
necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por ela.
Segundo Lopez (1986), uma das perguntas mais óbvias e nem por isso mais
fácil de responder, e a que se refere aos motivos que levaram o homem a trabalhar.
A resposta de que o faz para satisfazer suas necessidades não resolve a questão,
pois encerra numa outra pergunta: Quais são estas necessidades?
Cada vez mais o homem tem necessidades, chegando ao ponto, de
questionarmos, quais são as reais necessidades do homem. E até que ponto vale o
esforço do trabalho para a realização dessas necessidades. A necessidade pode
variar de indivíduo para indivíduo, e nem todo o trabalho pode satisfazer todas as
necessidades. O homem trabalha a cada dia mais para satisfazer um maior número
de necessidades, e assim, o ciclo se desenvolve.
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1.2 A hierarquia das necessidades segundo Maslow
As chamadas teorias das necessidades partem do principio de que os
motivos do comportamento humano residem no próprio indivíduo: sua motivação
para agir e se comportar deriva de forças que existam dentro dele. Algumas dessas
necessidades são conscientes, enquanto outras não. A teoria Motivacional de
Maslow, base ia-se na chamada hierarquia de necessidades humanas.
Segundo Maslow, as necessidades humanas estão organizadas em uma
pirâmide de importância e de influência do comportamento humano. Na base da
pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes – as chamadas
necessidades primárias – enquanto no topo estão as mais sofisticadas e
intelectualizadas – as necessidades secundárias.
• Necessidades fisiológicas: revelam o nível mais baixo de todas as
necessidades humanas. São as necessidades inatas, como necessidade de
alimentação (fome e sede), de sono e repouso (cansaço), de abrigo (contra frio
ou calor), ou desejo sexual (reprodução da espécie). São também denominadas
necessidades biológicas ou básicas e exigem satisfação cíclica e reiterada a fim
de garantir a sobrevivência do indivíduo. O início da vida humana é uma
constante busca pela satisfação dessas necessidades elementares, mas
inadiáveis. A principal característica é a premência: quando alguma dessas
necessidades não está satisfeita, ela domina a direção do comportamento da
pessoa.
• Necessidade de segurança: constitui o segundo nível das necessidades
humanas. Normalmente, levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real
ou imaginário, físico ou abstrato. A busca pela proteção contra ameaça ou
privação, a fuga ao perigo de instabilidade, a busca de um mundo ordenado e
previsível são manifestações típicas dessas necessidades. Surgem no
comportamento humano quando as necessidades fisiológicas estão satisfeitas.
As necessidades de segurança têm um papel importante na vida organizacional,
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uma vez que podem gerar comportamentos de insegurança e incerteza,
dependendo das ações gerenciais arbitrárias ou decisões incoerentes.
• Necessidades Sociais: são as necessidades de associação, de participação,
de aceitação por parte dos colegas, de troca de amizade, de afeto e de amor.
Surgem quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas.
Quando as necessidades sodais não estão razoavelmente satisfeitas, a pessoa
toma-se resistente, antagônica e hostil com relação às pessoas que a cercam. A
frustração dessas necessidades leva, geralmente, à falta de adaptação social e
a solidão. A necessidade de dar e receber afeto e um importante fator no
comportamento humano quando se utiliza a administração participativa.
• Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira
pela qual a pessoa se vê e se avalia, ou seja, autoavaliação e a autoestima.
Envolve a autoapreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social,
de reconhecimento social, de status, prestigio, reputação e consideração. A
satisfação dessas necessidades conduz a sentimentos de autoconfiança, valor,
força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração pode produzir
sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo, que podem
levar ao desânimo e atividades compensatórias.
• Necessidades de autorrealização: são as necessidades humanas mais
elevadas e que se encontram no topo da hierarquia. São as necessidades que
levam cada pessoa a tentar realizar seu próprio potencial e se desenvolver
continuamente como criatura humana o ao longo de toda vida. As
necessidades de autorrealização estão relacionadas com autonomia,
independência, autocontrole, competência e plena realização daquilo que cada
pessoa tem de potencial e de virtual, da utilização plena dos talentos individuais.
Enquanto as quatro necessidades anteriores podem ser satisfeitas por
recompensas externas (extrínsecas) a pessoa e que tem uma realidade
concreta (como comida, dinheiro, amizades, elogios de outra pessoa), as
necessidades de autorrealização somente podem ser satisfeitas por
recompensas que são dadas intrinsecamente pelas pessoas a si próprias e que
23
não são observáveis nem controláveis por outros. Por outro lado, as demais
necessidades, enquanto satisfeitas, não motivam o comportamento; a
necessidade de autorrealização pode ser insaciável, no sentido de que mais a
pessoa obtém recompensas que a satisfaçam, mais importante ela se toma e
mais ainda a pessoa desejará satisfazê-la.
A abordagem de Maslow, embora seja genérica e ampla, representa um valioso
modelo de atuação sobre o comportamento das pessoas e para os estudos
relacionados com Recursos Humanos.
1.3 A teoria de Herzberg
A teoria de Herzberg está baseada no ambiente externo e no trabalho do
indivíduo. A motivação das pessoas depende de dois fatores:
● Fatores higiênicos: referem-se às condições que rodeiam a pessoa enquanto
trabalha, englobando as condições físicas e ambientais de trabalho, o salario, os
benefícios sociais, as politicas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o clima
de relações entre direção e os empregados, os regulamentos internos, as
oportunidades existentes etc. Correspondem à perspectiva ambiental. Constituem
os fatores tradicionalmente utilizados pelas organizações para obter-se motivação
dos empregados. Contudo os fatores higiênicos são muito limitados em sua
capacidade de influenciar o comportamento dos empregados. A expressão higiene
serve para refletir seu caráter preventivo e profilático e para mostrar que se
destinam simplesmente a evitar fontes de insatisfação do meio ambiente ou
ameaças potenciais ao seu equilíbrio. Quando esses fatores higiênicos são ótimos,
simplesmente evitam a insatisfação, uma vez que sua influência sobre o
comportamento não consegue elevar substancial e duradouramente a satisfação.
Mas, quando são precários, provocam insatisfação. Por isso, são chamados fatores
insatisfacientes. Como exemplo, podemos citar:
- Condições de trabalho e conforto;
- Politicas da organização e administração;
- Relações com o supervisor;
- Competência técnica do supervisor;
- Salários, segurança no cargo; e
- Relações com colegas.
24
● Fatores motivacionais: Referem-se ao conteúdo do cargo, as tarefas, aos
deveres relacionados com o cargo em si. Produzem efeito duradouro de satisfação e
de aumento de produtividade em níveis de excelência, ou seja, acima dos níveis
normais. O termo motivação envolve sentimentos de realização, de crescimento, e
de reconhecimento profissional, manifestados por meio de exercidos de tarefas e
atividades que oferecem suficiente desafio e significado para trabalho. Quando os
fatores motivacionais são ótimos, levam substancialmente a satisfação. Por isso,
são chamados fatores satisfacientes, constituem o próprio conteúdo do cargo,
incluindo:
- Delegação de responsabilidade;
- Liberdade de decidir como executar o trabalho;
- Promoção;
- Uso pleno das habilidades pessoais;
- Estabelecimento de objetivos e avaliação relacionada com eles;
- Simplificação do cargo e ampliação ou enriquecimento do cargo.
A proposta de Herzberg e o enriquecimento de tarefa, que consiste em
deliberadamente ampliar a responsabilidade, os objetivos e o desafio das tarefas do
cargo a ênfase dos fatores motivacionais que normalmente são negligenciados e
desprezados pelas organizações, nas tentativas para elevar o desempenho e a
satisfação pessoal.
1.4. O modelo Contingencial de Vroom
Victor H. Vroom desenvolveu uma teoria da motivação que rejeita noções pré-
-concebidas e que reconhece as diferenças individuais, visto que diferentes pessoas
reagem de diferentes maneiras conforme a situação em que estejam colocadas. A
teoria se restringe exclusivamente à motivação para produzir.
Segundo Vroom, existem três fatores que determinam em cada indivíduo a
motivação para produzir:
• Objetivos individuais, ou seja, a força do desejo de atingir objetivos, que
podem incluir dinheiro, segurança no cargo, aceitação social, reconhecimento
25
e trabalho interessante. Existem ainda outras combinações de objetivos que
uma pessoa pode procurar satisfazer simultaneamente.
• Relação que o indivíduo percebe entre produtividade e alcance dos seus
objetivos Individuais. Caso um funcionário tenha como importante objetivo ter
um salário maior e se trabalha na base de remuneração por produção,
poderá ter uma forte motivação para produzir mais. No entanto, se sua
necessidade de aceitação social pelos outros membros do grupo é mais
importante, poderá produzir abaixo do nível que consagrou como padrão de
produção informal. Produzir mais poderá significar a rejeição do grupo.
• Capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de produtividade, à
medida que acredita que pode influenciá-lo. Se um funcionário acredita que
um grande volume de esforço despendido tem pouco efeito sobre o
resultado, tendera a não se esforçar muito.
Para explicar a motivação para produzir, Vroom propõe um modelo de
expectação da motivação, que se baseia em objetivos intermediários e gradativos
que conduzem a um objetivo final. De acordo com este modelo a motivação e um
processo que dirige escolhas entre comportamentos. O indivíduo percebe as
consequências de cada alternativa de comportamento como resultados
representando uma cadeia de relações entre meios e fins. Assim quando o
indivíduo procura um resultado intermediário (produtividade elevada, por exemplo),
está buscando meios para alcançar resultados finais (dinheiro, promoção, aceitação
do grupo, e outros).
A teoria de Vroom e denominada Modelo Contingencial de Motivação, porque
enfatiza as diferenças entre as pessoas e os cargos que estas ocupam. O nível de
motivação de uma pessoa e contingente sob duas forças que atuam em uma
situação de trabalho: as diferenças individuais e as maneiras de operacionalizá-las.
26
1.5. Clima Organizacional
Os seres humanos vivem constantemente envoltos no ajustamento a uma
variedade de situações, na busca por satisfazer suas necessidades e manter um
equilíbrio emocional. O que ocorre é um estado de ajustamento. O Ajustamento não
se refere somente à satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas
também das necessidades de autorrealização, autoestima e o sentimento de
pertencer a um grupo social. Com a frustração dessas necessidades é que surgem
muitos dos problemas de ajustamento. A satisfação dessas necessidades
superiores depende particularmente das pessoas que estão em posições de
autoridade, por isso é importante para administração compreender a natureza do
ajustamento e desajustamento das pessoas.
O ajustamento varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo,
de um momento para outro. Um bom ajustamento denota saúde mental. Uma das
maneiras de se definir saúde mental e descrever as características de pessoas
mentalmente sadias. Estas características são:
● Sentem-se bem consigo mesmas;
● Sentem-se bem em relação às outras pessoas;
● São capazes de enfrentar por si as demandas da vida.
O nome clima organizacional é referente ao ambiente interno existente entre
os membros da organização O clima organizacional está intimamente relacionado
com o grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada motivação
entre os membros o clima motivacional se eleva e se traduz em relações de
satisfação, de animação, interesse, colaboração, etc. Todavia, quando há baixa
motivação entre os membros, seja por frustração ou barreiras a satisfação das
necessidades, o clima organizacional tende a abaixar-se, caracterizando-se por
estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação, etc., podendo em casos
extremos, chegar a estados de agressividade, tumulto, inconformidade etc. típicos
em situações em que membros se defrontam abertamente com a organização.
27
Para estudar o comportamento motivacional que leva em conta os determinantes
ambientais da motivação, podemos nos basear nas seguintes premissas:
• Todos os indivíduos têm motivos ou necessidades básicas que representam
comportamentos potenciais e somente influenciam o comportamento quando
provocados.
• A provocação ou não desses motivos depende da situação ou do ambiente
percebido pelo indivíduo.
• As propriedades particulares do ambiente servem para estimular ou provocar
certos motivos, Em outras palavras, um motivo específico não influência o
comportamento até que seja provocado por uma influência ambiental
apropriada.
• Mudanças no ambiente percebido resultarão em mudanças no padrão da
motivação provocada.
• Cada espécie de motivação é dirigida para a satisfação de uma espécie de
necessidade. O padrão da motivação provocada determina o comportamento
e a mudança nesse padrão resultará em mudança de comportamento.
28
CAPÍTULO III
OS FATORES MOTIVACIONAIS DOS TRABALHADORES AO LONGO
DA HISTÓRIA
1. Motivação dos trabalhadores nas organizações
Segundo Buarque de Holanda (1993), o significado do trabalho vem sofrendo
alterações ao longo da história. Na Idade Antiga o trabalho era frequentemente
realizado por escravos e estava ligado à subsistência do ser humano. Na Idade
Média, com o feudalismo, os nobres proprietários de terra constituíam a classe
superior em estados regidos por uma monarquia e pela Igreja, com uma grande
massa de artesãos e camponeses trabalhando sob o mando destes senhores de
terras. Na Idade Moderna (meados do séc. XVIII), com a nova forma de ver o
mundo, representada pela Revolução Francesa, o poder absolutista da
aristocracia começa a abrir lugar para uma classe emergente: os pequenos
capitalistas denominados burgueses, nova força política e econômica, aliada à
população saturada pela exploração e miséria vigentes até então. Com a chegada
do Iluminismo surgiu uma nova concepção do trabalho. As classes burguesas
assumiram um novo papel econômico, contra os fundamentos da sociedade feudal
e procurando construir um Estado que assegurasse autonomia em face da Igreja e
incentivasse a indústria capitalista (Martins, 1986).
Com os avanços tecnológicos que trouxeram a Revolução Industrial, a
delineação das cidades começa a mudar: desenvolvem-se os grandes centros
urbanos, o êxodo rural cresce e começa a nascer um perfil urbano de homem,
pois, até então, a maior parte da população concentrava-se no campo. Desta
forma, neste período firmaram-se as bases do capitalismo atual. No século XX,
as leis trabalhistas estruturaram as relações de trabalho. O indivíduo passou a ter
uma jornada de trabalho definida, repouso remunerado, salário mínimo, entre
outros benefícios.
29
Com o processo de descolonização dos países africanos nos anos 60 e a
emergência de economias do chamado Terceiro Mundo iniciaram mudanças
importantes no cenário econômico e social. Conforme Hobsbawn (1995), novas
economias surgiram, pois estes países adotaram as tecnologias e políticas inerentes
ao processo de globalização em curso. Consequentemente, a população
trabalhadora destes países teve que se adaptar aos novos tempos.
A partir da década de 80, com a crise nos países socialistas acentuada,
enquanto os países capitalistas adotavam políticas econômicas de livre mercado.
Procurando vencer na economia de mercado, muitas empresas implantaram
modelos de gestão focados na competitividade e produtividade, atrelados a
novas tecnologias e redução de pessoal.
Começa assim, uma nova Revolução Industrial, com base nos avanços da
tecnologia da informação e dos microcomputadores. Com isso o desemprego
atinge altas taxas no mundo. Essa nova caracterização do mercado de trabalho
traz muita insegurança para os profissionais, que são levados a modificar suas
crenças sobre seu emprego ou carreira, o ambiente é competitivo e excludente.
Dentro deste contexto vão surgindo questões relativas à lealdade à organização
e a qualificação profissional, como modos do indivíduo manter-se em sua
carreira. Adquire maior relevância questões como o comprometimento do
indivíduo com a carreira e a organização. O envolvimento que uma pessoa tem
com o seu trabalho é caracterizado pelo comprometimento que o trabalhador tem
associado a sentimentos como o desejo de permanecer na empresa, o esforço
para alcançar metas ligadas ao progresso na carreira e em prol da organização.
O comprometimento pode causar conflitos para o indivíduo. Para Bastos
(2000) a base deste conflito pode ser a atitude de alta dedicação a uma carreira,
acarretando uma baixa dedicação à organização. Considerando este conflito,
Gouldner (citado por Bastos, 2000) aponta dois tipos de indivíduos: cosmopolitas e
localistas. Os primeiros compõem-se de indivíduos com baixa lealdade, baixo
comprometimento com sua organização, mas alta dedicação à carreira. Os
localistas são aqueles que se comprometem de forma exclusiva com a organização,
ficando a sua profissão em segundo plano.
30
Segundo Bastos (2000) existem quatro padrões de comportamento de
comprometimento:
a) Cosmopolita-localista: alto comprometimento com a carreira e igualmente
alto comprometimento com a organização, isto é, trabalhadores que encontram na
organização presente, maiores oportunidades profissionais do que em outras;
b) Cosmopolita: alto comprometimento com a carreira, baixo
comprometimento com a organização (oportunidades profissionais limitadas dentro
da organização);
c) Localista: alto comprometimento com a organização e baixo compromisso
com a carreira;
d) Nem localista e nem cosmopolita: se aplica as pessoas com baixos
interesses tanto na carreira quanto na organização em que trabalham.
London (1987) diz que os traços de personalidade determinam não apenas o
porquê e como certo indivíduo escolhe uma carreira, mas também como ele se
ajusta a ela e como a percebe ao longo de seu desenvolvimento profissional. É
apresentado pelo autor, três fatores que demostram ser essenciais no
desenvolvimento de carreiras:
1) Resiliência: capacidade das pessoas transporem e enfrentarem
dificuldades, frustrações e estresses comuns ao trabalho;
2) Insight: processos de como as pessoas percebem a si próprias e os seus
papéis profissionais e definem com clareza suas metas de carreira;
3) Identidade: identificação de um profissional com a sua carreira, que resulta
em afetividade e comprometimento.
Baseando-se nas ideias de London (1987), Carson e Bedeian (1994)
apresentaram o modelo de comprometimento com a carreira, composto de três
fatores:
a) Identificação com a carreira (envolvimento emocional do sujeito com a sua
área de trabalho);
31
b) Planejamento para desenvolver e alcançar metas profissionais;
c) Resiliência para o enfrentamento das adversidades e frustrações inerentes
à carreira.
Deci e Ryan (2001) ressaltaram três necessidades psicológicas que devem
ser atendidas a fim de fazer que o indivíduo sinta-se realizado e satisfeito no
trabalho: a) necessidade de competência (desenvolvimento de habilidades,
responsabilidades e aptidões); b) necessidade de autonomia (capacidade de
escolher e de tomar iniciativas); c) necessidade de relacionamento (sentimentos de
inclusão e valorização interpessoal).
A economia atual está caracterizada por uma competitividade global
acentuada pela alta frequência de fusões e aquisições de empresas, desemprego e
recessões, trazendo novas perspectivas de entendimento de comportamentos
relacionados à carreira profissional (Herr, 2001; Sullivan, 1999). O conceito de
entrincheiramento reflete estas mudanças. O indivíduo entrincheirado encontra-se
numa postura estática e defensiva, e está na tentativa de se manter em um mercado
que demostra uma competitividade excessiva e exige do indivíduo o máximo. De
acordo com Carson e Bedeian (1995), três fatores: investimentos na carreira, custos
emocionais e limitações nas alternativas de carreira levam um funcionário a
entrincheirar-se na carreira.
Os investimentos na carreira se baseiam como referencia os aspectos
financeiros e de tempo, relacionados ao aperfeiçoamento profissional e dedicação
ao trabalho que o sujeito percebe como sendo perdidos por serem desnecessários
no caso de uma mudança na carreira. Os custos emocionais incluem a perda das
redes de relacionamento interpessoais ligadas ao trabalho, e o impacto que uma
mudança de carreira pode gerar na vida pessoal e familiar. O fator limitação de
alternativas de carreira refere-se à percepção do sujeito sobre o seu potencial de
recolocação no mercado. O entrincheiramento pode ser entendido como uma
resposta à realidade contemporânea do mundo do trabalho de acordo com as
perspectivas de carreiras curtas num mercado altamente competitivo. Porém, é
preciso verificar as implicações deste comportamento no bem-estar psicológico
relacionado ao comprometimento e satisfação com a vida profissional. Neste
32
sentido, o conceito de motivação vital, com uma origem na psicologia existencial de
Frankl (1987), foi utilizado para fazer referência aos processos básicos de motivação
inerentes à vida humana. De acordo com o autor, a motivação intrínseca do homem
não está na sexualidade ou no poder, mas sim na busca de um sentido para a vida
no caráter profissional fortemente ligado a sua afluência na sua vivencia pessoal.
Esta busca se torna evidente e relevante nos momentos em que a realidade mostra-
-se irredutível às necessidades e desejos humanos, e demanda a capacidade de
encontrar um sentido para estas adversidades de mundos oriundos de uma busca
incessante por um espaço mais firme, mas também buscando uma existência além
de trabalho o pessoal tem sua face mais agressiva de “solidão” num indivíduo que
se fecha pra poder se firmar como profissional de carreira no mercado.
As abordagens sócio-cognitivistas da motivação têm demonstrado a
existência de duas orientações motivacionais: a intrínseca e a extrínseca. A
motivação intrínseca configura-se como uma tendência natural para buscar
novidades e desafios. O indivíduo realiza determinada atividade pela própria causa,
por considerá-la interessante, atraente ou geradora de satisfação. Já a motivação
extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar em resposta a algo
externo à tarefa, como a obtenção de recompensas externas, materiais ou sociais,
em geral, com a finalidade de atender solicitações ou pressões de outras pessoas,
ou de demonstrar competências e habilidades.
Talvez as maiores influências sobre a motivação sejam as pessoas e os
relacionamentos entre elas, tanto para melhor quanto para pior. É quase certo que
se pode ter um imenso impacto positivo, simplesmente sendo um bom líder. Se você
ainda não o é, isso pode ser corrigido, mediante uma melhor compreensão das
metas pessoais, de seu setor e da empresa, liderando como alguém que serve de
exemplo e, em seguida, motivando outros a seguirem sua liderança, mantendo-os
envolvidos em tudo o que você fizer.
33
1.1. A motivação dos funcionários do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro
O papel do Estado em modernizar a máquina pública é consequência do
princípio da eficiência. E, portanto a capacitação apresenta-se como uma das
melhores ferramentas de aprimoramento dos servidores. No TJERJ a ESAJ, como
já vimos anteriormente, é a responsável por este papel de aperfeiçoar seus
servidores e mantê-los motivados para o trabalho através dos cursos de capacitação
cada vez mais estimulantes da motivação em seus funcionários.
O homem como agente de mudanças, com seus pontos fortes e fracos, está
sempre em busca do crescimento e do aprimoramento tanto pessoal quanto
profissional. Então, entendendo que a verdadeira motivação é intrínseca, que parte
do próprio ser, a motivação irá depender da força de seus motivos, motivos
entendido como o desejo, o impulso que ocorre no interior de cada um.
Eis alguns aspectos que destacam a importância das pessoas nas organizações:
• Conhecimento é criado pelas pessoas e a elas pertence;
• Ele é o produto intangível da aprendizagem;
• A aprendizagem é um processo essencialmente social;
• O ser humano é o ponto de partida e o destino final do conhecimento;
• O discernimento, a decisão e a ação (consciente e responsável) são faculdades
humanas.
Segundo Bzuneck (2001), toda pessoa dispõe de recursos pessoais como o
tempo, a energia, os talentos, os conhecimentos e as habilidades. Esses recursos
poderão ser investidos em qualquer atividade escolhida pelo indivíduo, sendo
mantidos, enquanto estiverem atuando os fatores motivacionais. Desta forma, a
motivação pode influenciar no modo como o indivíduo utiliza suas capacidades,
além de afetar sua percepção, atenção, memória, pensamento, comportamento
social, emocional, aprendizagem e desempenho.
Portanto, o que leva o funcionário estadual do Tribunal de Justiça a buscar
capacitação além do exigido pela empresa? O funcionário estadual do TJERJ tem
34
estabilidade no emprego e completando a carga horária mínima anual, que é a de
30 horas exigida pela organização, o funcionário já adquire pontos suficientes para
progressão na carreira, e de ser promovido caso aja oportunidade. Porém o que se
nota é que os funcionários do TJERJ têm realizado mais cursos do que o previsto
anualmente.
Fazendo um levantamento do banco de sugestões da ESAJ, pode-se analisar
que os pedidos de cursos feitos ao longo do ano pelos funcionários, em sua maioria
são para que sejam oferecidos cursos de pós-graduação, mestrado, idiomas e
preparatórios para concursos para os cargos de analista (ver anexo 1). Ou seja, os
funcionários que são de nível técnico buscam passar em um novo concurso para o
nível de analista e os analistas buscam o aperfeiçoamento para passarem para
concursos em outras instituições consideradas ainda mais interessantes por eles.
Analisando as respostas de cinquenta (vinte e cinco analistas e 25 técnicos
judiciários) funcionários do Tribunal de Justiça, ao serem questionados
informalmente sobre o porquê de buscarem a capacitação profissional e realizaram
mais cursos do que o necessário, cerca de setenta e cinco por cento dos
entrevistados garantiram que realizam os cursos porque sentem que através deles
desempenham mais bem suas funções dentro do TJERJ e sentem-se valorizados,
mais capacitados a cada curso, mantendo-se desta forma atualizados frente à
modernidade. Ao serem questionados sobre o que leva a busca por cursos de pós-
-graduação, mestrado e idiomas cerca de oitenta por cento responderam que
buscam aprimoramento profissional e capacitação para realização de concursos
para esferas superiores. Mais de setenta por cento dos entrevistados que tem cargo
de técnico judiciário, garantiram que desejam que o tribunal ofereça cursos
preparatórios para concurso para analista judiciário. Ou seja, fica claro que o
funcionário do tribunal de justiça ver nos cursos oferecidos pela ESAJ oportunidade
de realização profissional e pessoal. Buscam desempenhar cada vez melhor sua
função e também a garantia de preparo para maiores oportunidades.
Através dessa investigação podemos perceber que o funcionário do TJERJ
busca cada vez mais a realização pessoal na carreira. Não estão contentes apenas
em desempenhar suas funções que já estão garantidas pela estabilidade do
funcionalismo público. Buscam cada vez mais especialização para conseguir
35
alcançar realizações ainda maiores na carreira. Percebemos que a motivação parte
do próprio indivíduo para progredir como um profissional além das barreiras do
Tribunal de Justiça. Querem aperfeiçoamento não só para desempenhar melhor sua
função, mas sim também para melhorar a sua condição profissional mesmo que em
outra instituição também pública.
Ou seja, a preocupação do trabalhador nesse caso não é só com a
organização, ele busca aperfeiçoamento para conseguir vagas em novos concursos
públicos desejados por ele.
A cada dia mais, as pesquisas no campo da motivação tem apontado a
importância das fontes internas ou intrínsecas de energia motivacional, deixando
sempre subjacente a crença de que nada se pode fazer para conseguir motivação
de uma pessoa, a não ser que ela mesma esteja espontaneamente predisposta. É
relevante ressaltar que todo desempenho supõe que duas condições estejam
interligadas: a aptidão (capacidade de execução) e motivação (vontade em realizar
determinada tarefa). O tribunal busca capacitar os seus servidores e motivá-los a
desempenhar melhor suas funções através da realização de cursos, e o servidor por
sua vez tem seus próprios motivos para realizar os cursos, que vão além do simples
fato de desempenhar o seu papel dentro do TJERJ. Ou seja, trabalham juntos
ambos os fatores motivacionais: extrínseco e intrínseco.
36
CONCLUSÃO
Vimos que muitas são as teorias que buscam explicar o fator da
motivação para o trabalho do ser humano. Apoiado nesta constatação é justo
concluir que não há uma única teoria que seja capaz de desvendar todas as
características próprias da psicodinâmica motivacional de uma só vez. Com o
passar do tempo, a motivação humana adquiriu diferentes interpretações.
Aprofundando-se nas abordagens sócios cognitivistas que tem como orientações
motivacionais o fator extrínseco e intrínseco, procuramos entender como se dá o
processo motivacional no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Na
motivação extrínseca, a organização busca motivar o trabalhador para que ele
desempenhe cada vez melhor a sua função. Já a motivação intrínseca é algo
inerente do próprio ser-humano, ou seja, a motivação intrínseca é um impulso
que vem de dentro e que tem, portanto, suas fontes de energia no interior de
cada pessoa.
No caso ESAJ, vimos que o funcionário disponibiliza mais tempo para
realização de cursos do que ele realmente é obrigado. Geralmente toda função
que é obrigatória tende a ser considerada desagradável, porém no caso dos
funcionários do Tribunal de Justiça acontece justamente o contrário. Percebemos
que há uma determinação e vontade em fazer cursos de capacitação muito além
do previsto. Ao olharmos para o gráfico (ver anexo 1), fazendo uma análise dos
cursos mais requisitados, concluímos que estes cursos estão ligados diretamente a
realização profissional não só voltada para o desempenho na organização, mas
também, para o desempenho intelectual, para a capacitação em realizar concursos
para funções consideradas ainda mais gratificantes. E as respostas adquiridas
através da entrevista informal viram a justificar ainda mais esta afirmativa.
O pensamento de Bergamini corrobora para explicar o que ocorre com o
servidor do TJERJ: as teorias cognitivas, conhecidas também como as teorias da
instrumentalidade, para as quais a decisão de se engajar numa atividade
depende do valor que se atribui aquilo que ela pode oferecer como resultado.
37
Dessa forma, a atividade em si é considerada recurso instrumental que permite
chegar a algum resultado de valor. O indivíduo decide-se de maneira racional a
despender ou não a sua energia, o que implica dizer que tais teorias estão
fortemente alicerçadas no conhecimento que também é utilizado como sinônimo
de cognição.
Através da realização deste trabalho investigativo podemos constatar que
a hipótese inicial de que o funcionário do TJERJ estava buscando capacitação
além da exigida para alcançar patamares mais altos na carreira estava correta. É
forte o desejo do funcionário de conquistar cargos públicos superiores. Porém o
trabalho dentro do Tribunal de justiça não fica de lado por causa dessa vontade
de mudança e melhora na carreira, pelo contrário, constatamos também que o
funcionário está cada vez mais preocupado com o seu desempenho no trabalho,
busca aperfeiçoamento para manter-se atualizado e equiparado aos novos
funcionários que chegam e a era tecnológica, e desta forma desempenha cada
vez melhor sua função.
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ARGYRIS, Chris. A integração indivíduo – organização. São Paulo: Atlas, 1975.
BASTOS, A. V. (2000). Padrões de comprometimento com a profissão e a
organização: O impacto de fatores pessoais e da natureza do trabalho. Revista de
Administração, 35(4), 48-60.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1997.
CHIAVENATTO, Idalberto, Recursos Humanos, São Paulo: Atlas, 2002.
FRANKL, V. Em busca de sentido: Um psicólogo no campo de concentração. Porto
Alegre: Sulina, 1987.
FLEURY, Leme Maria Tereza e FISHER, Rosa Maria. Cultura e Poder nas
organizações. São Paulo: Atlas, 1990.
HOBSBAWN, E. Era dos extremos: O breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Cia
das Letras, 1995.
HOLANDA, S. Buarque de. História da Civilização: Curso moderno. São Paulo:
Nacional, 1993.
MAITLAND, Ian. Como motivar pessoas; trad. Pedro Marcelo Sá de Oliveira e
Giorgio Cappelli. São Paulo: Nobel, 2000.
39
PONTUAL, Marcos. Treinamento: manual de relações industriais. São Paulo, 1970.
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 4. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2008.
VERGARA, Silvia Constant. Gestão de pessoas. 8. ed. São Paulo: Atlas. 2009.
SITES CONSULTADOS:
Intranet do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.
www.tjerj.jus.br
Documento Estratégico do TJERJ
http://portaltj.tjrj.jus.br/c/document_library/get_file?uuid=a7a95754-c501-4a1c-a6db-
fc32dc4aba18&groupId=10136
Documento da ESAJ
http://portaltj.tjrj.jus.br/c/document_library/get_file?uuid=59615675-0299-418b-9024-
14f145a90f53&groupId=10136
Obs.: Os documentos internos do TJERJ são acessados somente através de login e
senha, obtidos apenas por seus servidores.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A História do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro e da Escola de
Administração Judiciária 12
CAPÍTULO II – A Motivação Humana 19
1 - Conceito 19
1.1 - Ciclo Motivacional 20
1.2 - Hierarquia das necessidades de Maslow 21
1.3 - Teoria de Herzberg 23
1.4 - O modelo contingendal de Vroom 24
1.5 - Clima Organizacional 26
CAPÍTULO III – Os fatores motivacionais
dos trabalhadores ao longo da história 28
1 - Motivação dos trabalhadores
nas organizações 28
1.1 - A motivação dos funcionários do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 33
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40
41
ANEXO 1
GRÁFICO
42
ANEXO 2
FRENTE DO FORMULÁRIO DE PESQUISA DE OPINIÃO DO USUÁRIO
43
ANEXO 3
VERSO DO FORMULÁRIO DE PESQUISA DE OPNIÃO DO USUÁRIO
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Título da Monografia: A Motivação Para a capacitação dos funcionários do
Judiciário Estadual do Rio de Janeiro .
Autor: Cristiane Araújo Gonçalves Macêdo
Data da entrega:
Avaliado por: Edla Trocoli
Conceito: