a logÍstica reversa como estratÉgia sustentÁvel...

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A LOGÍSTICA REVERSA COMO ESTRATÉGIA SUSTENTÁVEL E INOVATIVA A PARTIR DA HOMOLOGAÇÃO DE UMA NOVA PROPOSTA PARA INTERMEDIÁRIAS DE PET Ricardo Mantelatto Goncalves (FADISC ) [email protected] Mariana Rodrigues de Almeida (PEP/UFRN ) [email protected] Fernanda Barreto de Almeida Rocha (PEP/UFRN ) [email protected] Marianna Cruz Campos (PEP/UFRN ) [email protected] Kleidson Daniel Medeiros Leopoldino (UNP ) [email protected] A incessante procura das empresas pela redução de custos, competitividade nos mercados globais e novas fontes de matéria-prima estimulam a busca de alternativas a serem implementadas nos produtos e processos como importantes estratégias inoovativas. O presente artigo apresenta um estudo de caso sobre a proposta de substituição da matéria-prima na confecção de acondicionadores para transporte de compressores herméticos, denominados “intermediárias”. Com aporte teórico da logística e do desenvolvimento de produtos, o estudo expõe esta proposta e a possível aplicação da logística reversa com essas intermediárias, realizada com clientes da empresa fabricante de compressores. A pesquisa apresenta um caráter descritivo e configura-se enquanto estudo de caso único. O estudo abre margem para pesquisas futuras ao sinalizar a possibilidade de substituição da madeira na construção de acondicionadores para transporte de compressores herméticos, visto que na situação analisada, os custos da nova embalagem foram reduzidos em 13,5%, o que representa um ganho aproximado de R$ 250.000,00 nas receitas da organização. Além de possibilitar a teorização de metodologias de homologação de acondicionadores de compressores herméticos. Palavras-chaves: Logística Reversa, PET, Intermediárias, Sustentabilidade, Inovação XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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A LOGÍSTICA REVERSA COMO

ESTRATÉGIA SUSTENTÁVEL E

INOVATIVA A PARTIR DA

HOMOLOGAÇÃO DE UMA NOVA

PROPOSTA PARA INTERMEDIÁRIAS

DE PET

Ricardo Mantelatto Goncalves (FADISC )

[email protected]

Mariana Rodrigues de Almeida (PEP/UFRN )

[email protected]

Fernanda Barreto de Almeida Rocha (PEP/UFRN )

[email protected]

Marianna Cruz Campos (PEP/UFRN )

[email protected]

Kleidson Daniel Medeiros Leopoldino (UNP )

[email protected]

A incessante procura das empresas pela redução de custos,

competitividade nos mercados globais e novas fontes de matéria-prima

estimulam a busca de alternativas a serem implementadas nos

produtos e processos como importantes estratégias inoovativas. O

presente artigo apresenta um estudo de caso sobre a proposta de

substituição da matéria-prima na confecção de acondicionadores para

transporte de compressores herméticos, denominados

“intermediárias”. Com aporte teórico da logística e do

desenvolvimento de produtos, o estudo expõe esta proposta e a possível

aplicação da logística reversa com essas intermediárias, realizada com

clientes da empresa fabricante de compressores. A pesquisa apresenta

um caráter descritivo e configura-se enquanto estudo de caso único. O

estudo abre margem para pesquisas futuras ao sinalizar a

possibilidade de substituição da madeira na construção de

acondicionadores para transporte de compressores herméticos, visto

que na situação analisada, os custos da nova embalagem foram

reduzidos em 13,5%, o que representa um ganho aproximado de R$

250.000,00 nas receitas da organização. Além de possibilitar a

teorização de metodologias de homologação de acondicionadores de

compressores herméticos.

Palavras-chaves: Logística Reversa, PET, Intermediárias,

Sustentabilidade, Inovação

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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1 Introdução

As embalagens têm um impacto significativo nos processos logísticos. O custo da embalagem

inclui não só o impacto na produtividade logística, mas também o custo da compra e o custo

de eliminação (DOWLATSHASHI, 2000). Portanto, quanto menor a quantidade de produtos

a serem descartados, maiores os benefícios para as empresas e o meio-ambiente.

Nesse contexto, se insere a logística reversa que pode promover formas alternativas de

utilização dos recursos na empresa ambientalmente e financeiramente eficientes, otimizando o

ciclo de vida normal dos produtos (MELBIN, 1995). A logística reversa é uma ferramenta de

gerenciamento estratégica para a competitividade empresarial, que pode contribuir para

reduzir o problema da obtenção de matérias-primas para a produção, mitigar a degradação

ambiental causada por resíduos e ainda trazer outras vantagens no contexto econômico, social

e ambiental (GARCÍA-RODRÍGUEZ et al., 2013) .

Desse modo, desde o projeto, a fabricação até a entrega ao cliente, as empresas devem

explorar e integrar a logística reversa com o ciclo de vida do produto. Uma vez que, por

intermédio da logística reversa, as organizações podem alcançar os objetivos do

desenvolvimento sustentável, obter oportunidades de redução de custos, além de satisfazerem

as exigências dos consumidores (DOWLATSHASHI, 2000).

Frente ao exposto, surge um problema de pesquisa: “A logística pode colaborar com

a redução dos custos na cadeia de distribuição de compressores herméticos, através de

alterações nas embalagens e na aplicação da logística reversa?”. Para responder esta pergunta,

o presente trabalho apresenta um estudo de caso que trata do acompanhamento da mudança de

matéria-prima na confecção de acondicionadores para transporte, denominados

“intermediárias”. O estudo expõe a proposta de utilização de um novo material e aplicação da

logística reversa com essas intermediárias, realizada com clientes da empresa fabricante de

compressores.

2 Referencial teórico

O referencial teórico dessa pesquisa irá tratar de dois grandes temas: logística e

desenvolvimento de produtos (Ver Figura 1). A logística, primeiramente, é uma importante

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área nas organizações que permite que o produto certo chegue ao lugar certo, na hora certa e

na quantidade certa. O processo de desenvolvimento de produtos também possui fundamental

importância para o atendimento das necessidades dos clientes e a conquista de nichos de

mercado. Logo, ambas as funções devem estar alinhadas a estratégia e orientadas para as

demandas do mercado.

Assim, é essencial a percepção de que tais atividades não trabalham isoladamente, mas se

complementam e geram ganhos quando consideradas nas ações de melhoria na empresa. Em

especial, considerando uma visão global do sistema em que se insere, o atual cenário de

demandas de ambientais legais e dos consumidores, torna-se importante a observação desse

contexto pelas funções aqui destacadas.

Figura 1 - Contextualização do referencial teórico da pesquisa

2.1 Caracterização da logística e as suas implicações

De acordo com Ballou (2006), a logística trata do gerenciamento de atividades como

transporte, estoques, armazenagem e ordem de processamento. A função logística pode ser

vista como integrante da cadeia de suprimentos, que se responsabiliza pela gestão das

atividades do fluxo de produtos dentro da empresa.

A logística integra a estratégia corporativa e contribui para as principais atividades da cadeia

de valor (ZHANG e KANG, 2010). Essa permite conceber e implantar ações estratégicas que

melhorem a eficiência e eficácia da empresa (BARNEY, 1991). Segundo Cho et al. (2008), as

atividades logísticas afetam o desempenho com relação ao aumento de receitas e a redução de

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custos. Consequentemente, a integração logística tem sido intensamente pesquisada e buscada

pelas empresas com o objetivo de otimização da cadeia envolvida (ZHANG e KANG, 2010).

Tradicionalmente, o gerenciamento da logística era impulsionado pela necessidade de reduzir

os custos totais e melhorar os níveis de serviço ao cliente. Contudo, recentemente, as

preocupações ambientais têm sido discutidas. Nesse contexto, é que o conceito de logística

reversa (LR) está situado. A LR busca atingir dois objetivos simultaneamente, que é a redução

de custos por meio de melhorias na eficiência e a percepção positiva por parte dos

consumidores através de melhoria em aspectos ambientais e de qualidade de produtos

(GARCÍA-RODRÍGUEZ et al., 2013). Além disso, as legislações, a conscientização do

consumidor e responsabilidade social para com o ambiente tem favorecido o seu

desenvolvimento (FERRER e WHYBARK, 2000; RAVI e SHANKAR, 2005; CASTELL et

al., 2004; POKHAREL e MUTHA, 2009).

De acordo com García-Rodríguez et al (2013), existem processos inerentes a logística reversa,

são esses: remanufatura, reciclagem, reutilização, renovação, reparação e canibalização. No

contexto da reutilização, Adlmaier e Sellitto (2007) afirmam que, o descarte de embalagens

industriais é um processo problemático em fluxos reversos. Logo, embalagens industriais

retornáveis mitigam o descarte e os danos ambientais e, ainda, colaboram com o

aproveitamento de espaço no transporte quando bem planejadas. Isto tem especial importância

na exportação de bens manufaturados, pois há custos elevados e legislações específicas

envolvidas.

Em se tratando do processo de desenvolvimento de embalagens, Azzi et al. (2012) expõem

que há a necessidade de coordenação e ajustes ao longo das linhas de produção e distribuição,

quando as atividades logísticas estão orientando o desenvolvimento de produto. Uma vez que,

embalagens logisticamente eficientes implicarão no desempenho de operações como:

manuseio, movimentação de materiais, armazenagem, montagem de kits, transporte,

rastreabilidade de informações, reutilização, reciclagem e etc.

Quanto a abordagem ambiental, apesar de Azzi et al. (2012) ressaltarem que não é

normalmente o foco principal dado no desenvolvimento de embalagens. Para os autores,

novos materiais, soluções e configurações estão sempre sendo investigados. A perspectiva da

sustentabilidade nas embalagens envolve um processo de melhoria continua, em que pequenas

mudanças podem trazer grandes oportunidades em termos ambientais, econômicos e sociais.

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2.2 Inovação e desenvolvimento de produtos

A pesquisa e desenvolvimento é o diferencial para um processo inovador de desenvolvimento

do produto. Dentre outros aspectos, o acesso ao conhecimento é uma condição necessária para

a inovação de produtos. A colaboração das empresas com fornecedores e universidades gera

resultados positivos em longo prazo, em razão da facilidade no acesso a novos

conhecimentos. O contato com clientes é considerado um fator limitante à inovação, visto que

atém a exploração de novas possibilidades (UM et al. 2010)

A integração entre clientes e fornecedores, no processo de desenvolvimento de novos

produtos é retratada por Petersen et al. (2003), como de fundamental importância. Em

segundo lugar, as informações sobre os custos das novas tecnologias devem ser

compartilhadas, a fim de obter mais contribuições e participação dos fornecedores no

desenvolvimento de novos produtos. Em terceiro lugar, o foco do projeto deve ser partilhado

para todas as partes envolvidas.

Na visão de Danneels (2002), o desenvolvimento de novos produtos pode ser uma ferramenta

eficaz para a reestruturação organizacional. As atividades que envolvem a inovação de

produtos contribuem para a organização, visto que no ambiente dinâmico, há a necessidade de

construção de novas competências para adequação a novos mercados. A inovação de produtos

relacionada à sustentabilidade, geralmente é incremental, como visto em produtos

remanufaturados e reciclados. Aqueles com enfoque mais ecológico, ainda são pouco

absorvidos pelo mercado. Na literatura foram expostos alguns fatores determinantes para esse

sucesso: coordenação funcional entre os setores da empresa (Pesquisa e Desenvolvimento e

demais setores), envolvimento dos fornecedores, foco de mercado e análise do ciclo de vida

(ACV) (PUJARI, 2006)

As pesquisas de Hallstedt et al. (2013) diagnosticaram oito elementos fundamentais para

implementação de uma perspectiva sustentável, no processo de desenvolvimento de produto.

Estes elementos estão divididos em 4 categorias: organização (pontos relevantes para toda

organização), processos, funções (papéis desenvolvidos pelas pessoas) e ferramentas. Este

estudo expõe como o processo de desenvolvimento de produto pode apresentar a

sustentabilidade estratégica em seu processo de inovação.

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De forma geral, as perspectivas expõem a importância do alinhamento da visão sustentável na

tomada de decisão da alta gestão, ao processo de inovação de produtos, a inserção dos

fornecedores neste contexto, além da importância do compartilhamento do conhecimento

para a construção de competências, com o foco a longo prazo voltado para plataformas de

produtos mais sustentáveis (HALLSTEDT et al., 2013).

3 Método de Pesquisa

O método adotado tem objetivo descritivo, pois permite a exposição, classificação e

explicação dos fatos. A presente pesquisa descritiva assume a classificação de estudo de caso

único (YIN, 2004), visto que é um processo de investigação com o objetivo de estudar um

fato em sua própria conjuntura. O enfoque qualitativo deu-se em apenas uma organização que

facilitou a avaliação dos resultados e testes desenvolvidos. Os instrumentos utilizados na

coleta de dados estão expostos na Figura 2.

Figura 2 - Instrumentos para a coleta de dados

A organização durante a pesquisa desenvolveu um protótipo de nova embalagem

intermediária, para transporte de compressores herméticos em paletes. Os testes para

homologação do novo material, bem como a implantação da logística reversa para as novas

embalagens foram acompanhados durante a pesquisa. As fases da investigação estão

detalhadas na Figura 3:

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Figura 3 - Fases da pesquisa

4 Estudo de Caso

4.1 Caracterização da empresa e do setor de realização da pesquisa

A empresa pesquisada pertence ao setor de refrigeração, mais especificamente, ao ramo de

fabricação de compressores herméticos para aplicação em refrigeradores, freezers e ares-

condicionados. A empresa atua neste mercado a cerca de 30 anos, tendo produção diária de

aproximadamente 145 compressores, dos quais exporta cerca 65%. Trata-se de uma empresa

de grande porte, com mais de 4.000 funcionários, localizada no interior do estado de São

Paulo.

O departamento de Materiais e Logística conduziu essa pesquisa, em conjunto com a empresa

fabricante das embalagens. Este departamento possui a característica de buscar reduções de

custo com alterações em produtos comprados, novos materiais (matérias-primas, componentes

e subconjuntos), melhorar a cadeia de fornecimento e distribuição.

4.2 Homologação do novo projeto de embalagem

A sistemática de homologação do novo projeto de embalagem, de acordo com as normas

internas da empresa, ocorre em 3 fases: testes internos, ensaios no Centro de Tecnologia da

Embalagem (CETEA) e os testes externos. O detalhamento destas etapas está descrita na

Figura 4.

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Figura 4 - Etapas da Homologação de novos produtos

4.2.1 Etapa 1: Testes Internos

Foi apresentado pela empresa fornecedora das intermediárias em madeira, um protótipo da

nova embalagem, e o seu respectivo custo. O valor apresentado pela empresa, com material

em PET, foi inferior ao custo da embalagem em madeira atualmente utilizada. Este protótipo

foi montado com compressores herméticos e as embalagens foram arqueadas por fita de

poliéster, conforme processo utilizado na linha de embalagem do fabricante. Na Figura 5

observa-se o conjunto de paletes montado.

Figura 5 - Conjunto montado de compressores com intermediárias em PET

Em cada embalagem, foram acondicionados 145 compressores, sendo cada embalagem

composta de um palete de madeira pinus, quatro intermediárias em PET termo-moldado e

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uma tampa em madeira pinus. Os três conjuntos de embalagens com a carga de compressores

foram empilhados verticalmente e mantidos em observação pela empresa fabricante e cliente

Os três conjuntos foram movimentados por empilhadeira, nos sentidos horizontal e vertical,

simulando a movimentação interna realizada no fabricante dos compressores e nos clientes.

Durante os testes iniciais, foi analisado um checklist, quanto ao desempenho esperado do

novo produto. Observou-se o acondicionamento dos compressores na nova embalagem; a

evidência de deslocamento das camadas de compressores; a possibilidade de quebra da

embalagem, evidência de rompimento ou fragilização das fitas de arqueamento; e as possíveis

avarias na carga ou embalagem.

Nos testes foi evidenciado que o acondicionamento não foi satisfatório, pois os suportes ou

“pés” dos compressores excederam os limites espaciais do conjunto. Para a solução desta

falha, foi revisado o layout dos compressores na intermediária, conforme Figura 6.

Figura 6 - Detalhe do suporte do compressor fora dos limites da embalagem e a mudança de layout dos

compressores nas intermediárias

Constatou-se, também, que as peças em PET ofereceram grande facilidade na montagem, pois

são mais leves e mais ergonômicas que as de madeira. Apesar disso, o primeiro lote de

protótipos apresentou instabilidade quando empilhadas as três cargas. Detectou-se ainda o

deslizamento das intermediárias durante a movimentação por empilhadeira. Melhorias foram

feitas aumentando-se pontos de apoio do compressor, com inclusão de nervuras, conforme

ilustra a Figura 7.

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Figura 7 - Detalhe das nervuras de apoio do compressor

Não foi observada nenhuma outra avaria, quebra de componentes da embalagem ou

evidências de rompimento ou fragilização das fitas de arquear após os testes realizados com

os três conjuntos de embalagem. Após efetuadas as melhorias descritas, foram montados

novamente três conjuntos de compressores os quais foram submetidos novamente aos testes

de empilhamento e movimentação com empilhadeira. No teste de movimentação, não houve

repetição de problemas, porém não foi proposta nenhuma melhoria focada na instabilidade do

empilhamento, mas acredita-se que o reposicionamento dos compressores e inclusão das

nervuras contribuíram para maior resistência da carga.

4.2.2 Etapa 2: Ensaios no CETEA (Centro de Tecnologia de Embalagem)

Para início dos testes externos e validação do protótipo da intermediária em PET, um conjunto

de compressores foi encaminhado para realizar os seguintes ensaios:

­ Vibração: de acordo com as normas da empresa fabricante de compressores;

­ Queda rotacional: de acordo com a norma 1E da International Safe Transit

Association (ISTA); e,

­ Compressão dinâmica: com base na norma NBR6739.

Esses ensaios foram realizados no órgão CETEA, credenciado pelo fabricante de

compressores para validar novos projetos de embalagens durante sua fase de prototipagem.

Quanto à vibração, não foram encontrados danos. Após o segundo impacto, observou-se uma

pequena quebra do separador entre as camadas 1 (base) e 2, vista na Figura 8 e

desalinhamento das unidades em um dos cantos da unidade paletizada, porém, nenhuma das

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ocorrências implicou perda da estabilidade da unidade, o que pôde ser confirmado no ensaio

de compressão.

Figura 8 - Quebra do separador de PET após segunda queda rotacional e desalinhamento das unidades em um

dos cantos da unidade paletizada

Apesar de alguns pontos insatisfatórios, o fornecedor aprovou o laudo dos ensaios do CETEA

e direcionou o processo de homologação da nova intermediária para os testes de rodagem

terrestre e transporte marítimo, de forma que fossem avaliados os conjuntos nos clientes após

a simulação logística em condições reais. Pelo foco específico do trabalho no mercado

nacional para utilização da logística reversa, não será explorado a etapa de testes realizada

com clientes de exportação, cujo transporte ocorre por via aérea ou marítima.

4.2.3 Etapa 3: Testes externos

O fornecedor de embalagens encaminhou para a empresa fabricante de compressores dois

novos conjuntos de acondicionadores com intermediárias em PET a serem enviados à

Fortaleza-CE por um caminhão. O percurso foi escolhido visualizando as possíveis condições

adversas e o tempo de trajeto. Este percurso foi escolhido em virtude de ser um dos mais

longos e apresentar, estradas em condições adversas.

Foi evidenciado pela a equipe que acompanhou a chegada do lote, que o material estava com

o eixo deslocado com grande inclinação lateral. Em uma das embalagens verificou-se

deslocamento interno do conjunto ocasionando o tombamento de um dos compressores.

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Ainda que tenham ocorrido os problemas citados nos tópicos anteriores, o teste de rodagem

por rodovia foi considerado bem sucedido, por ambas as empresas, uma vez que não houve

nenhuma avaria na carga, no produto ou nos acondicionadores de PET.

4.3 Homologação da logística reversa aplicada às novas intermediárias em PET

A empresa estudada realiza atualmente o fluxo reverso dos acondicionadores de madeira com

seus três maiores clientes no mercado interno. Toda a carteira de clientes não está incluída,

pois são considerados viáveis apenas os clientes que possuem representação acentuada no

volume de vendas, justificando a manutenção de uma rota para o retorno dos

acondicionadores para a reutilização.

Na situação atual, após recebidos os acondicionadores, o fornecedor é responsável pela

separação daqueles passíveis de reutilização e pelo reparo de pequenas avarias. Não é feito

um controle de vida útil sobre as embalagens reutilizadas ou remanufaturas, de modo que não

há registros sobre quantas viagens cada acondicionador pode suportar em média antes de ser

considerado impróprio para a reutilização.

Neste sentido, no intuito de obter dados para a comparação da vida útil dos acondicionadores

fabricados em madeira com a dos novos fabricados em PET, foi levantado à média de

compras de embalagens novas e embalagens remanufaturadas. Verificando-se,

aproximadamente, 70% das embalagens compradas todo mês eram de procedência de

remanufatura versus 30% de embalagens novas. Com relação aos principais motivos do

descarte das embalagens retornadas dos clientes, verificou-se: avarias graves sem

possibilidade de recuperação; bolor em mais de 50% da superfície do acondicionador; e,

aspectos de envelhecimento da madeira que comprometem a boa aparência do conjunto de

compressores e colocam em dúvida a sua resistência mecânica.

No momento da conclusão deste trabalho, ainda não haviam dados sobre o desempenho das

intermediárias em PET na aplicação para acondicionamento de compressores em lotes, bem

como dados sobre a resistência das novas intermediárias durante o fluxo de logística reversa e

reutilização. Também não foi possível analisar o percentual de compras de novas

intermediárias em PET para a reposição das intermediárias que viessem a ser inutilizadas .

Ainda, assim, as empresas acreditam que a implementação desta nova solução trará benefícios

econômicos tanto na aquisição das novas intermediárias, quanto no desempenho da logística

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reversa e da vida útil do material, por motivos, como: resistência à umidade e ao bolor;

flexibilidade do material e baixo índice de quebra durante todos os testes realizados;

degradação do material PET mais lenta que para a madeira; e, perfeito estado do produto em

teste externo.

4.4 Discussão dos resultados

A organização apesar de ser focada na produção de compressores herméticos realiza as

atividades voltadas para a logística: transporte, estoques, armazenagem e ordem de

processamento, conforme Ballou (2006). Tais atividades quando bem gerenciadas podem

gerar ganhos para a empresa, em sua estratégia e processos. As mudanças planejadas na

embalagem intermediária focam a melhoria da eficiência, eficácia, por meio do aumento de

receitas e redução de custos (BARNEY, 1991; ZHANG e KANG, 2010).

No que tange a redução de custos, o custo da embalagem de PET apresentou uma diminuição

de 13,5% nos dispêndios . Isso representa uma redução de custo de dez centavos (R$ 0,10)

por compressor e o montante de desembolso anual da empresa com embalagens foi reduzido

em duzentos e cinquenta mil reais (R$ 250.000,00).

Em razão do bom relacionamento entre a empresa fabricante e o fornecedor de embalagens, o

processo de desenvolvimento do novo produto gerou benefícios às duas organizações, em

termos de conhecimento e aumento de receitas, como foi exposto por Un et al (2010). A

colaboração e envolvimento dos fornecedores possibilitaram o sucesso na implantação de

produtos mais ecológicos e sustentáveis no mercado, segundo Pujari (2006).

Os novos procedimentos visavam implantar processos inerentes à logística reversa, na visão

de García-Rodriguez (2013), como remanufatura, reciclagem, reutilização e reparação. Esta

atitude sustentável focava em um método problemático nas empresas modernas: o descarte de

embalagens, conforme pesquisas de Adlmaier e Sellito (2007).

O resultado econômico da possível mudança está exclusivamente relacionado com o

desembolso a ser incorrido na compra de novas intermediárias, ou seja, não está considerado

neste cálculo possíveis ganhos com o melhor desempenho das intermediárias em PET no que

tange a reutilização. Como a implementação da logística reversa ainda não foi efetuada pela

empresa fabricante de compressores, não foi possível dimensionar os possíveis ganhos totais.

Entretanto, o desempenho do protótipo gera boas expectativas quanto a esses resultados.

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Os ganhos observados na logística de movimentação envolveram as características elencadas

por Azziet al. (2012): melhor desempenho em atividades de manuseio, carregamento e

descarregamento; movimentação de materiais, facilidades para estocagem e empilhamento,

assim como potencialidade para reutilização e reciclagem.

Apesar disso, algumas características consideradas por Hallstedt et al (2013), como

fundamentais para implementação de uma perspectiva sustentável, no processo de

desenvolvimento de produto, não eram fortes competências da organização. Observou-se que

a alta gestão não se orienta para a sustentabilidade em sua missão e visão, assim como este

ponto não está alinhado ao processo de inovação de produtos.

5 Considerações Finais

O desenvolvimento da pesquisa propiciou o acompanhamento da homologação de uma nova

proposta para intermediárias com alteração de matéria-prima, elaboração do novo projeto e a

realização de todos os testes práticos exigidos. Diante dos resultados apresentados, pode-se

concluir que o novo acondicionador desenvolvido, com a matéria-prima PET, apresentou-se

tecnicamente eficiente como intermediária, indicando durabilidade superior à da madeira,

resistência mecânica suficiente para o transporte rodoviário de longa distância, e ainda lança

de maneira esperançosa a possibilidade do reuso com a aplicação da logística reversa, tendo

como atributos favoráveis a maior durabilidade e a alta resistência à água e bolor.

Ainda, a nova proposta de intermediária apresentou-se mais ergonômica, e em comparação

com a madeira, obteve um menor custo final do produto por ser mais barata, além de estar

ecologicamente adequada. Considera-se, também, que nos casos em que não for viável o

fluxo reverso, as intermediárias em PET poderão ser vendidas como material para reciclagem,

gerando receita para o cliente e facilitando o descarte correto do material, diferentemente do

que ocorre atualmente com a madeira.

Para proposta de pesquisas futuras, esse trabalho lançou luzes sobre a possibilidade da troca

da madeira na construção de acondicionadores para transporte de compressores herméticos,

tradicionalmente utilizada na fabricação deste tipo de embalagem. Abre ainda campo para a

teorização de metodologias de homologação de acondicionadores de compressores

herméticos.

Como continuidade deste trabalho, propõem-se a verificação dos possíveis resultados

econômicos a serem obtidos com a implementação da logística reversa para os

Page 15: A LOGÍSTICA REVERSA COMO ESTRATÉGIA SUSTENTÁVEL …abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_STO_177_009_22889.pdf · Para responder esta pergunta, o presente trabalho apresenta um

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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acondicionadores em PET, e a sistematização das etapas necessárias para a mudança da

logística reversa atualmente utilizada pelo fabricante de compressores herméticos estudado

nesta pesquisa.

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