a liturgia de hoje fala-nos (outra vez) de um deus que ama e cujo amor nos desafia a ultrapassar as...
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A liturgia de hoje fala-nos (outra vez) de um Deus que ama e
cujo amor nos desafia a ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova,
à ressurreição.
O Evangelho diz-nos que, na perspectiva de Deus, não são o
castigo e a intolerância que resolvem o problema do mal e do
pecado; só o amor e a misericórdia geram ativamente vida e fazem nascer o homem novo. É esta
lógica – a lógica de Deus – que somos convidados a assumir na
nossa relação com os irmãos.
No nosso mundo, o fundamentalismo e a intransigência falam frequentemente mais alto do
que o amor: mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus; desacredita-se, calunia-se, em
razão de preconceitos; marginaliza-se em nome da moral e dos bons
costumes…
Esta lógica (bem longe da misericórdia e do amor de Deus) leva-nos a algum
lado?
A intolerância alguma vez gerou alguma coisa, além de violência, de morte, de lágrimas, de sofrimento?
A primeira leitura apresenta-nos o Deus libertador, que acompanha
com solicitude e amor a caminhada do seu Povo para a
liberdade. Esse “caminho” é o paradigma
dessa outra libertação que Deus nos convida a fazer neste tempo de
Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde corre
a vida nova.
O nosso Deus é o Deus libertador, que não Se conforma com qualquer
escravidão que roube a vida e a dignidade do homem e que está,
permanentemente, a pedir-nos que lutemos contra todas as formas de
sujeição.
Quais são as grandes formas de escravidão que impedem, hoje, a
liberdade e a vida? Neste tempo de transformação e de mudança, o que
posso eu fazer para que a escravidão e a injustiça não mais
destruam a vida dos homens meus irmãos?
O salmo canta a esperança de salvação que reconduziu os
exilados a Sião .
A segunda leitura é um desafio a libertar-nos do “lixo” que impede a descoberta do
fundamental: a comunhão com Cristo,
a identificação com Cristo, princípio da
nossa ressurreição.
Neste tempo favorável à conversão, é importante revermos aquilo que
dá sentido à nossa vida. É possível que detectemos no centro dos
nossos interesses algum desse “lixo” de que Paulo fala (interesses materiais e egoístas, preocupações
com honras ou com títulos humanos, apostas incondicionais
em pessoas ou ideologias…);
Paulo convida a dar prioridade ao que é importante –
a uma vida de comunhão com Cristo, que nos leve a uma
identificação com o seu amor, o seu serviço, a sua entrega.
Qual é o “lixo” que me impede de nascer, com Cristo, para a vida
nova?
ATUALIZAÇÃO
No nosso mundo, o fundamentalismo e a intransigência falam frequentemente mais alto do
que o amor: mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus; desacredita-se, calunia-se, em
razão de preconceitos; marginaliza-se em nome da moral e dos bons
costumes…
Esta lógica (bem longe da misericórdia e do
amor de Deus) leva-nos a algum lado?
A intolerância alguma vez gerou alguma coisa, além de violência, de morte, de lágrimas, de sofrimento?
PALAVRA PARA O CAMINHO…A mulher adúltera… “Esta mulher
foi apanhada em flagrante delito de adultério…” “Aquela martirizou o
seu filho…” “Aquela deixou-o morrer de fome…” “Aquela outra…” …e as nossas mãos já estão cheias
de pedras para a lapidar. Esta semana, a convite de Jesus,
comecemos por olhar onde se situa o nosso pecado…
De seguida, em relação a todas estas mulheres de hoje condenadas
sem apelo, abramos o nosso coração à compreensão… à
misericórdia… e talvez ao apoio na sua angústia.
Na assembléia litúrgica, neste quinto domingo da quaresma, colocamo-nos diante de Deus,
sentindo sobre nós a força amorosa do seu perdão, que nos cura de
nossas ambigüidades. Que a graça do perdão nos eduque a olhar os
outros como Deus nos olha.
Não é uma coisa que possamos conquistar de um dia para outro, é
um programa de vida, que podemos intensificar neste tempo que nos
prepara para a páscoa.
TEXTOS EXTRAÍDOS DA...
1)PROVÍNCIA PORTUGUESA DOS SACERDOTES DO
CORAÇÃO DE JESUS (DEHONIANOS)
Marineves Marina