a literatura surda e a língua de sinais

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A Literatura Surda e a língua de sinais brasileira XV EMEL / XVI EREL Prof. Dra. Águida Aparecida Gava UFMT – Cuiabá - 2014

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Considerações sobre a Literatura Surda no Brasil

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Page 1: A literatura surda e a língua de sinais

A Literatura Surda e a

língua de sinais brasileira

XV EMEL / XVI EREL

Prof. Dra. Águida Aparecida Gava

UFMT – Cuiabá - 2014

Page 2: A literatura surda e a língua de sinais

A Literatura Surda e a língua de sinais

brasileira

Discorreremos brevemente sobre a literatura surda no Brasil,

Por meio das pegadas de alguns articulistas, em busca do pensar

autoral literário e das composições que se desenvolvem pelo país.

Estabeleceremos algumas dificuldades de divulgação e a falta de tais

insumos no ambiente escolar em várias comunidades.

Público alvo e insumos necessários para atingi-lo.

A literatura e a criança aprendiz surda em um ambiente bilíngue.

Nossa pesquisa possui o aporte teórico dos autores Karnopp (2006;

2010), Porto(2011), Rosa (2005;2006), Souza (2014) entre outros.

Page 3: A literatura surda e a língua de sinais

INTRODUÇÃO

Desde o reconhecimento da língua brasileira de sinais como a primeira língua dos

indivíduos surdos, e sua inserção em sala de aula, bem como os movimentos de

inclusão, eleva-se a quantidade de produções:

de materiais didáticos,

peças teatrais, poemas, esculturas, pintura

Livros de autoria e temática surda, adaptações de clássicos, literatura infantil

e autores, os quais corroboram para o processo de criação de um novo viés na

literatura brasileira: a literatura surda.

A criança precisa que a família e a escola contribuam para com sua formação literata;

e as condições para sua inserção no orbe dos contos, histórias e fantasias.

Page 4: A literatura surda e a língua de sinais

Literatura surda: produções imagéticas

Segundo Porto (2011, p.167), os processos de apropriação dos saberes

por meio da literatura visual surgem no instante em que as pessoas

surdas são apresentadas às “produções imagéticas de sua língua”.

A tradução das produções artístico textuais em língua de sinais para a

língua portuguesa proporcionam ao leitor ouvinte conhecer e valorizar

as competências surdas no âmbito artístico.

Cristiane Rosa (2011, online) discute a tradução da proposta poética

surda como “novas formas de se ler o mundo quanto para misturar

sinais no intuito de comunicar a mensagem poética com criatividade”.

Page 5: A literatura surda e a língua de sinais

Aspectos da produção literária surda

Para a autora Shirley Porto, as produções literárias surdas podem ser

agrupadas por três aspectos:

A primeira encerra os textos literários escritos traduzidos da língua

portuguesa para a língua de sinais;

a segunda pertence às adaptações dos textos clássicos à realidade

dos surdos;

a terceira as produções textuais dos surdos. Sendo esta última, a

categoria de maior importância, a qual encerra o pensar do sujeito

surdo, expresso em suas produções textuais (PORTO, 2011, p. 168).

Page 6: A literatura surda e a língua de sinais

Aspectos da produção literária surda

Porto (2011, 173) cita as piadas surdas, como um

elemento literário inicial para os surdos, agregando seu

exercício às produções imagéticas da língua de sinais.

Na Poesia, assim como nas piadas, registram-se as relação

entre ouvintes e surdos o principal assunto das poesias.

Page 7: A literatura surda e a língua de sinais
Page 8: A literatura surda e a língua de sinais

Língua falada e língua sinalizada – por

Nelson Pimenta

[...] (mãos em d ) ...i...

PESSOAS-EM-PÉ APROXIMAR-EU//SINAL O-QUÊ -( mãos em d)

SINAL IGUAL LÍNGUA-DE-SINAIS// (mãos em d ...int... )

SINAL IGUAL LÍNGUA-DE-SINAIS (expressão da face "agrado")

BONITO

EU-GOSTAR

FALANTE (terceira pessoa)

OLHAR (para as duas pessoas surdas se comunicando em

libras)

OLHAR (do ouvinte ) MANDAR (manda as duas pessoas

pararem)

(expressão na face: “autoritária")

CALAR (ordem da terceira pessoa) (expressão na face:

“autoritária" )

CALAR (negativa com balançar de cabeça )

NÃO (expressão na face: "desprezo" e "dar de ombros")

SINALIZAD@ SINAL^CONTINUAR (continuar)

CONVIDAR APRENDER (O falante de libras convida o

outros

falante de libras para aprender)

APRENDER APRENDER APRENDER

AMOR

[...]

Page 9: A literatura surda e a língua de sinais

A Literatura Surda Infantil Brasileira

Para Rosa (2006, p.59), a questão da literatura surda infantil brasileira,

sofre de uma grande deficiência em insumos apropriado aos surdos, em

especial, os livros.

sua experiência em sala de aula, quando criança, com o livro “Família

Rato”, e o despertar imaginário que significou para o autor.

“ As crianças surdas desenvolvem aprendizagens através da leitura e da

experiência visual,

porém sozinhas não têm poder de se formar como leitoras e de serem

também leitores visuais –

necessitam do livro (DVD, ilustrados, escrita de sinais), de textos e de

imagens para que possam desenvolver sua capacidade visual e de leitura

(ROSA,2006, p.59)”.

Page 10: A literatura surda e a língua de sinais
Page 11: A literatura surda e a língua de sinais

Exemplos de literatura surda infantil: Rapunzel

Surda (HESSEL; ROSA; KARNOPP; 2003).

tripé: escrita

de sinais,

ilustração e

língua

portuguesa.

Page 12: A literatura surda e a língua de sinais

A criança surda e os estímulos sensoriais

há no mercado grande quantidade de novidades em programas de TV, como

desenhos e filmes direcionados ao público infantil. Tendo, contudo, na contramão

da interação a falta de legenda e/ou de intérpretes.

Inferimos que não há ainda um amadurecimento da sociedade civil, organizações

governo e não governamentais, com a preocupação do desenvolvimento sensorial

do infante surdo e da necessidade de mensagens alternativas em todos os meios

de comunicação para que a compreensão seja ampla e irrestrita.

Sendo, então os estímulos recebidos apenas de ordem visual, chegam dilapidados

e insuficientes no processo de aquisição de significado para o indivíduo surdo.

“Sabe-se que há a predominância de uma única forma linguística, de uma cultura

universal, silenciando as manifestações linguísticas tecidas em outras línguas,

como é o caso, inclusive, das narrativas em Libras (KARNOPP, 2010, p. 159)”.

Page 13: A literatura surda e a língua de sinais

Dificuldades na construção da literatura

surda

Outra situação é a dificuldade de se escrever, filmar e divulgar as

produções realizadas de modo nuclear. Isto ocorre, segundo a autora,

por alguns princípios, são eles (KARNOPP, 2010, p. 161):

o Dificuldade de transcrever a experiência visual pra uma língua.

o Desconhecimento da língua de sinais.

o Desconhecimento das vivências do surdo leitor, e do narrador/autor

de histórias.

o Desconhecimento de como se dá a aprendizagem de uma segunda

língua e quais os fatores implicantes.

Page 14: A literatura surda e a língua de sinais

Considerações Finais

Os insumos na literatura surda são ainda escassos, em todos os

domínios de convivência dos surdos.

É ínfima a quantidade de livros visuais no contexto escolar, no

âmbito familiar, bem como a falta de escritores surdos, entre

outros.

Há uma diversidade cultural a qual precisa emergir e expandir-se.

A literatura surda no país ainda necessita de autores, leitores, livros

e insumo visual apropriados.

As narrativas possuem importante cunho informativo sobre a

comunidade surda e a construção da identidade surda, e

representam uma nova fonte do saber.

Page 15: A literatura surda e a língua de sinais

Considerações Finais

Muitos livros foram traduzidos dos clássicos da língua portuguesa, mas o

grande destaque está na poesia visual interpretada e nas histórias infantis

confeccionadas no tripé: escrita de sinais, ilustração e língua portuguesa.

Apelo totalmente visual, imagético.

O leitor surdo carece descobrir o novo mundo que a leitura lhe estende e

deve contar com o apoio da escola e da família e sociedade nacional.

A literatura surda no país encontra-se nos seus primórdios, é uma área

nova. Necessitando ainda de autores, leitores, livros e insumo visual

apropriados.