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A LIBÉLULA ENCANTADA Vanni Duarte

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Page 1: A LIBÉLULA ENCANTADA Vanni Duarte€¦ · Venha Sol, aqui está o nosso almoço e você vai gostar do meu tempero. Venha, venha logo! - A libélula Sol parou pousada em uma árvore

A LIBÉLULA ENCANTADA

Vanni Duarte

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A floresta jamais será a mesma, vamos descobrir por que?

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ERA UMA VEZ...

Em uma floresta, uma libélula que tinha uma bela missão de ajudar todos os bichinhos que moravam nesse mundo encantado.

Um belo dia foi pesquisando o seu habitat, descobriu tantas aventuras emocionantes. Voando para um lado e para o outro, foi conhecendo amiguinhos de várias espécies. Ela, a Libélula estava maravilhada com tanta alegria e felicidade, sabia que iria fazer o melhor de si, ou seja, ajudar os outros com sua bondade, sua força e com sua energia que é abençoada pelos anjos. Se comprometeria em estar presente quando um bichinho estivesse em apuros.

Então foi aí que começou sua aventura fantástica, onde encontrará amizades puras e o amor verdadeiro.

-Sou uma Libélula, me chamo de Sol porque trago a luz divina dentro em mim. Vamos! Estamos em uma floresta encantada onde lhes mostrarei as mais belas aventuras para que as criancinhas possam Aprender o que é o amor e como respeitar o seu próximo.

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Capítulo 1 UM DIA FELIZ

Estava pronta para nascer, minha mãezinha cansada e paciente, esperava eu e minhas irmãs, mas aconteceu uma catástrofe. Veio uma tempestade e alagou tudo. Principalmente onde estavam os ovos, não sobreviveu ninguém, ou melhor, somente uma viveu e minha mãezinha ficou triste e desesperada. Não sabia o que estava acontecendo e como iria sobreviver sem os filhos. Chovia muito, a tempestade não parava por nada, as esperanças de minha amada e querida mãe se esgotavam.

Após algum tempo, finalmente a tempestade estava parando.

No dia seguinte minha mãezinha foi em busca dos seus ovinhos. Os havia colocado perto das flores do campo para que nascessem seus amados filhos. Ao chegar ao local, minha mãe ficou triste demais, tudo estava alagado, sem nenhum sinal de vida. Olhou para um lado e para o outro e nada, voou para um galho e começou a chorar. Seu coraçãozinho estava sofrendo muito, foi aí que viu um anjo lindo se aproximando suavemente. Ele disse com voz terna:

- Ainda tem uma esperança. - A frase com a palavra esperança fez o coraçãozinho de mãezinha bater mais forte. - Todos os ovos sumiram com a tempestade, menos um. - Afirmou o anjo com voz serena e um pouco triste de solidariedade.

- E agora? - Questionou a mãe Libélula. - Ficarei sozinha no mundo!

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- Não... Vou levá-la a um lugar. Pode me acompanhar?

- Sim. - Ela tentou ficar um pouco mais otimista com a notícia e foi. Bem perto de umas das pedras onde criou um lago feito com a chuva, estava um ovo em perfeito estado. A mãezinha Libélula já com ares mais contente correu para perto do lago e abençoou o ovo e o anjo, dizendo: - Anjinho de luz o que posso fazer para agradecer essa oportunidade que me foi dada? - Após pensar o anjo disse:

- Aqui tem uma regra básica. Terás que cuidar dos bichinhos junto de sua filha que está para nascer. Vocês darão muito amor, ajudando-os quando estiverem em perigo. Você ensinará essa lição para sua filha que nascerá em algumas horas. - Ela sorriu e disse:

- Eu prometo fazer minha parte até o dia de partir e deixarei à minha filha em missão.

Pois bem, e assim foi, sua filha nasceu e foi chamada de Sol. Veio brilhar na floresta, carregada de luz e amor, espalhando bondade por onde passava, como sua mãe espalhava, trazia a felicidade para a floresta. O anjo ficaria sempre por perto, guiando cada passo e escolhas que elas fizessem, principalmente Sol.

Ao passar do tempo as duas estavam em prontidão para qualquer tipo de ajuda ou vários chamados de socorro. Elas sempre estavam presentes, podia estar ensolarado ou chovendo, sempre estariam ali, protegendo os amigos da floresta, mesmo que cansadas, mas felizes. E tiveram uma grande ideia; toda semana se reuniriam

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para fazer um debate com os bichos da floresta, para aprenderem o que é ajudar o próximo e todas as lições que o anjo recomendava.

E foi passando o tempo. Cada vez mais evoluíam em uma jornada tão linda que alegrava quem visse. Um belo dia sua mãe estava sentindo um enorme cansaço, não aguentava mais dar nenhum passo e ficava encolhida em um canto, ficou assim o dia todo, ela sabia que estava partindo, mas ficou contente em ver que conseguiu preparar sua filha para o cargo de propagar o altruísmo. A Sol daria continuidade a todo o processo e somente assim a floresta continuaria em paz. Então novamente veio à luz, era o anjo, e preparou sua Sol para despedir-se de sua querida mãe dizendo:

- A vida na terra tem seu tempo de duração restrito. Todos nascem, crescem e vão para junto do pai, seus amigos e seus familiares. Mas nós estaremos sempre juntos. Você vai aprender cuidar de si, não se preocupe, estaremos por perto. Existem dois mundos complementares diferentes, onde há uma continuação, a vida é eterna e um dia poderá desfrutar desse lugar junto de sua mãe, mas agora é dada a sua hora... (Sol despediu-se de mamãe...)

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Sol, sua missão e sua vontade de ajudar os outros vão determinar que esta floresta continue em paz, que a floresta ainda cresça mais e mais e que nossa lição entre nos corações de todos por aqui. Basta acreditar e tudo irá continuar bem.

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Capítulo 2 AS AVENTURAS DE SOL

Lembrando-se das palavras de sua mãe e do anjinho, Sol partiu para suas aventuras ainda triste e pensativa... Voando ao redor da floresta ela avistava animais grandes e dizia em um pensamento alto:

- Como posso ajudá-los? São enormes! - Olhava com certo medo no olhar. - Eles vão me comer viva, sou tão pequena! Não poderei chegar tão perto.

Uma voz se aproximava dizendo em um tom firme:

- Sol o amor é tudo, os mais ferozes ficam mansos. Você é enorme em bondade e luz. Acredite nas forças divinas, creia em você e na verdade que deverá transmitir, terás tudo que precisar, é só acreditar com determinação. - Sol abriu um sorriso instantâneo e dali foi tentando fazer o seu melhor. Desceu com prudência e chegou bem pertinho do Urso, engolindo seu nervoso disse:

- Popossosso ajujudadar ursisinho amimigo? Estotou vendodo queque estátá dedesesperado comcom alllgo - Ela gagueja muito.

Ele olhou com aquele jeito de mal humorado, abanando-a para bem longe. Sol assustada insistiu em perguntar e quase desistiu, mas logo lembrou-se das sábias palavras do anjinho, e retornou com cautela. Pousou numa pedra alta, puxou o ar respirando profundamente mostrando uma dose extra de valentia e disse:

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- Vamos conversar, quero ser sua amiga, amiga de verdade! Você é gigante e confesso que fico com receio, mas sinto que dentro desse peito forte tem um coração tão bom que todo o meu medo desapareceu neste instante. Sou pequena e frágil, o que posso fazer para machucá-lo? Absolutamente nada, certo? Nem ferrão eu tenho para me defender, pois não sou uma abelha.

Ele com ares bravios a olhou e olhou. Sol ficou na expectativa e então o Urso caiu na gargalhada e ela sorriu aliviada ao vê-lo cair no chão colocando as mãos na barriga de tanto rir:

- Por que do riso abundante? - Indagou ela rindo amavelmente?

- Hahaha. - Ele não parava de rir. Sol pareceu esquecer que era pequena e frágil e voou para bem perto dele falando:

- Pode rir à vontade, eu não me importo mesmo. - O Urso caindo de gargalhar, de repente parou e olhou-a dizendo:

- Gostei, tai! Você venceu o medo de mim! Vamos ser amigos? Uma coisinha tão pequena e valente, você é uma das minhas. Qual é o seu nome Libélula destemida?

-Sol. - Ela empostou a voz ao pronunciar o nome que mamãe lhe batizara, tinha orgulho dele.

-Prazer Sol. Me chamo Floco de Neve. Papai me chamou assim por eu ser assim todo branquinho. - Ele estendeu-lhe sua mãozona branca peluda e cheia de unhas fortes e Sol a tocou em sinal de amizade dizendo que o prazer era dela. - Gosta de pescar Sol? - Ele mudara de atitude e já tentava

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agradá-la. - Eu vou pescar um peixe bem grandão para você. - Saíram tagarelando e foram para a praia próxima a alguns passos dali.

Ao chegar à praia, o Urso a convidou: - Vamos! O mar é todo nosso! Vamos pegar muitos peixes! Venha Sol, aqui está o nosso almoço e você vai gostar do meu tempero. Venha, venha logo! - A libélula Sol parou pousada em uma árvore e se pôs a pensar:

“Não, não podemos fazer isso! Não podemos comer um bichinho do mar, matar o nosso amigo, eles têm vida como nós, não é certo fazermos isso”. Chamou seu novo amigão e disse:

- Amigo Floco de neve, eu não como peixe. Poderemos comer outro tipo de comida, como néctar das flores. Que tal? Podemos antes tomar um banho na água gostosa do mar. - O Urso sorriu e disse:

- Sol, a cadeia alimentar em nossa floresta permite que comemos o nosso alimento exato, como que eu sendo grande poderei me alimentar somente com o néctar das flores? Isso não existe amiguinha Sol. Preciso de mais proteínas e gorduras...

Sol não sabia o que dizer, ficou sem palavras diante dos argumentos dele e então foi adentrando na água e começou a jogar água no Floco de Neve. Ele retribuiu e logo virou uma divertida brincadeira. Enquanto brincava com o Urso, Sol também conversava mentalmente com seu anjinho protetor. Na sua mente ele dizia bem suave em um sussurro:

- O que houve Sol? Por que me chama assim aflita? - Ela começou a falar o que estava acontecendo, abriu seu coraçãozinho cheio de afeto

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condo seu dilema. Seu anjo amigo e protetor respondeu-lhe:

- Sol, o Urso Floco de Neve tem razão. Não podemos fazer nada em relação a isso. Na natureza a cadeia alimentar se faz necessária. Cada um sobrevive como tem que ser, o mais forte dos animais sobrevive contando com sua alimentação exata, não fica muito por perto da boca deles, só mostre a todos eles as atitudes de carinho, de amor ao próximo, ensina como se faz, vamos com calma amiga, você vai aprender com seriedade que a natureza é um encanto, mas também é cheia de regras. Há lei, ordem e princípio em tudo. As leis o universo nos chamam a perfeição. Deus assim fez para haver organização cósmica. Fique tranquila e siga o fluxo Sol.

- Entendi anjinho e confesso que não gosto dessa ideia de ser necessário a cadeia alimentar, mas prometo que ficarei longe dos amiguinhos da floresta nas horas de refeições. Mas o Floco de neve pode comer mel também, né?

- Sim. - Respondeu Floco de Neve. - Sol deu um pulo assustada, ela havia respondido para o anjinho sobre favo de mel. Como o Floco de Neve escutou?

- Você disse sim? – Perguntou Sol aumentando o tamanho dos olhos.

- Sim. Estou adorando a brincadeira na água. Você é bem divertida amiguinha Sol. Após esse banho senti vontade de me alimentar com um delicioso favo de mel. Vamos voltar para floresta?

Sol entendeu que o anjinho também entrava na mente do Urso amigo influenciando-o a mudar seu comportamento. Retornaram descontraídos para a

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mata verdejante. Sol ao lado do Floco de Neve voava a altura do ombro direito dele, ia cantando, uma canção tão linda que os pássaros voaram acompanhando-a. Ela com naturalidade conseguiu fazer o urso mudar de ideia e experimentar o mel das abelhas amigas. Bela parceria com seu anjinho bondoso.

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Capítulo 3 CANTO DA LÍBÉLULA

Uma libélula cantava.

Na floresta a voar.

Pássaros cantavam juntos,

contentes a rimar.

Uma libélula dançava,

cheirava flores de jasmim.

Que floresta encantada.

Era tudinho para mim.

Era tudo que sonhava...

Uma libélula encantada.

Trazendo sentimentos diferentes,

os levando a todos os continentes.

Tudo transformou-se em flor,

por causa do amor;

de um bichinho pequenino,

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portador de sentimentos divinos.

Que delícia de primavera.

Nos traz uma nova era,

com a cor da estação.

Sem deixar de lembrar do amigo verão.

Ela voltou para o jardim,

com as flores de jasmim.

Descobrindo novas amizades,

incluindo a lealdade,

de amores infinitos...

Para um jardim repleto de luz,

bem mais bonito.

Cantarolavam e dançavam rodopiando pelas árvores juntos e felizes, Sol levava sua canção para todos os bichos que ficavam maravilhados encantados com seu cato.

Ela trazia tanto amor e paz, que de repente tudo se modificou, cada dia que se passava, cada vez mais era diferente.

Ao decorrer do tempo, Sol foi se aproximando dos animais mais ferozes, e levava ensinamentos e paz.

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Os ajudava, curava as feridas de cada um deles. Ela voava para a floresta buscando remédios para curar os bichinhos feridos. Ia sempre carregada de sentimentos bons, todos a viam fazendo a diferença e a seguiam.

O Anjo estava maravilhado com a evolução de Sol, sua mãezinha estava feliz ao lado do anjo e admirava sua filha por conseguir completar suas tarefas bondosas.

- Sua filha está fazendo tanto progresso na Terra. - Reparou o Anjinho protetor. - Mesmo sozinha, ela conseguiu lutar e vencer seus medos e ensiná-los. A floresta encantada passou a ser mágica. Há magia em tudo e cada dia fica melhor e melhor. Não acha dona Luna?

- Pois é Anjinho do bem, tudo depende da boa vontade. Quando Sol teve certeza que poderia mudar o que estava sem solução, ela perseverava nas lições que aprendeu comigo anjo. Estou tão orgulhosa da minha filha Solzinha que dá vontade até de chorar.

Voando pelo alto, Sol avistou uma cobra enorme perto da toca do coelho:

- Pronto, como vai ser agora? - Questionou Sol consigo mesmo. - Como posso fazer para a cobra não comer o coelhinho que é faz parte dos seus alimentos! - Sol gritava do alto - Ai não! – Gritou ela para a cobra imensa. - Aí mora nosso amigo Pascoal! Saia daí! Vamos conversar um pouquinho?

A cobra olhou para o alto num olhar indagador dizendo: