a influência de medicamentos na movimentação ortodontica

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R Dental Press Ortodon Ortop Facial 122 Maringá, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005 A influência de medicamentos na movimentação ortodôntica - Uma análise crítica da literatura Ligiane Vieira Tokano Ramos*, Laurindo Zanco Furquim**, Alberto Consolaro*** Neste trabalho analisou-se criteriosamente a literatura pertinente sobre a influência de me- dicamentos na movimentação dentária induzida, avaliando os métodos experimentais para correlacioná-los com a aplicabilidade e extrapolação para a clínica ortodôntica. Devido aos trabalhos experimentais serem feitos em animais, que têm um tempo de vida curto, as doses dos medicamentos são elevadas e os períodos de administração muito longos. Portanto, não se pode afirmar sobre qualquer alteração na movimentação dentária induzida causada por algum tipo de medicamento que o paciente faça uso durante o tratamento ortodôntico. Resumo Palavras-chave: Medicamentos. Movimentação ortodôntica. R EVISÃO DE L ITERATURA * Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela AMO (Associação Maringaense de Odontologia) / ABO. Consultora Científica de traduções publicadas no site www.dentalpress.com.br ** Especialista em Ortodontia pela PROFIS – USP – Bauru. Professor de Ortodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá – UEM. Doutor em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo USP – Bauru. *** Professor Titular e Chefe do Departamento de Estomatologia da FOB-USP. INTRODUÇÃO Para que haja entendimento sobre a influência de medicamentos sobre a movimentação ortodôn- tica, faz-se necessário compreender a biopatologia da movimentação dentária induzida. Esta aconte- ce graças a uma série de eventos biológicos que alteram o nível local de mediadores químicos re- lacionados à remodelação óssea, como resposta ao estímulo, representado pelas forças aplicadas via aparelho ortodôntico. Os mediadores químicos são os responsáveis pela intercomunicação celular, ou seja, as célu- las só exercem sua função mediante a liberação destas substâncias, que interagem com os recepto- res de membrana de outra célula, transmitindo a mensagem seqüencialmente. Quando uma célula está em equilíbrio iônico, libera quantidades mo- deradas de mediadores químicos. Em situações de hipóxia, compressão mecânica ou numa hiperfun- ção, há uma liberação excessiva destes mediadores. Dentre eles estão as citocinas, os fatores de cresci- mento, os produtos do ácido aracdônico e outros, como o óxido nítrico, estrógenos, etc. O ácido aracdônico é proveniente da quebra de fosfolipídios da membrana celular, pela ação das enzimas fosfolipases, que são ativadas pelo acúmulo de íons cálcio dentro da célula. Estas moléculas de ácido aracdônico sofrem a ação das enzimas cicloxigenases e lipoxigenases, também existentes no citosol, originando as prostaglandi- nas e os leucotrienes, respectivamente. Portanto, quando uma célula entra em estresse, ocorre uma maior entrada de cálcio extracelular para dentro da célula, pelos canais de cálcio das integrinas.

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A Influência de Medicamentos Na Movimentação Ortodontica

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  • R Dental Press Ortodon Ortop Facial 122 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    A influncia de medicamentos na movimentao ortodntica - Uma anlise crtica da literatura

    Ligiane Vieira Tokano Ramos*, Laurindo Zanco Furquim**, Alberto Consolaro***

    Neste trabalho analisou-se criteriosamente a literatura pertinente sobre a influncia de me-dicamentos na movimentao dentria induzida, avaliando os mtodos experimentais para correlacion-los com a aplicabilidade e extrapolao para a clnica ortodntica. Devido aos trabalhos experimentais serem feitos em animais, que tm um tempo de vida curto, as doses dos medicamentos so elevadas e os perodos de administrao muito longos. Portanto, no se pode afirmar sobre qualquer alterao na movimentao dentria induzida causada por algum tipo de medicamento que o paciente faa uso durante o tratamento ortodntico.

    Resumo

    Palavras-chave: Medicamentos. Movimentao ortodntica.

    R E V I S O D E L I T E R A T U R A

    * Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela AMO (Associao Maringaense de Odontologia) / ABO. Consultora Cientfica de tradues publicadas no site www.dentalpress.com.br

    ** Especialista em Ortodontia pela PROFIS USP Bauru. Professor de Ortodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maring UEM. Doutor em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo USP Bauru.

    *** Professor Titular e Chefe do Departamento de Estomatologia da FOB-USP.

    INTRODUOPara que haja entendimento sobre a influncia

    de medicamentos sobre a movimentao ortodn-tica, faz-se necessrio compreender a biopatologia da movimentao dentria induzida. Esta aconte-ce graas a uma srie de eventos biolgicos que alteram o nvel local de mediadores qumicos re-lacionados remodelao ssea, como resposta ao estmulo, representado pelas foras aplicadas via aparelho ortodntico.

    Os mediadores qumicos so os responsveis pela intercomunicao celular, ou seja, as clu-las s exercem sua funo mediante a liberao destas substncias, que interagem com os recepto-res de membrana de outra clula, transmitindo a mensagem seqencialmente. Quando uma clula est em equilbrio inico, libera quantidades mo-

    deradas de mediadores qumicos. Em situaes de hipxia, compresso mecnica ou numa hiperfun-o, h uma liberao excessiva destes mediadores. Dentre eles esto as citocinas, os fatores de cresci-mento, os produtos do cido aracdnico e outros, como o xido ntrico, estrgenos, etc.

    O cido aracdnico proveniente da quebra de fosfolipdios da membrana celular, pela ao das enzimas fosfolipases, que so ativadas pelo acmulo de ons clcio dentro da clula. Estas molculas de cido aracdnico sofrem a ao das enzimas cicloxigenases e lipoxigenases, tambm existentes no citosol, originando as prostaglandi-nas e os leucotrienes, respectivamente. Portanto, quando uma clula entra em estresse, ocorre uma maior entrada de clcio extracelular para dentro da clula, pelos canais de clcio das integrinas.

  • RAMOS, L. V. T.; FURQUIM, L. Z.; CONSOLARO, A.

    R Dental Press Ortodon Ortop Facial 123 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    As integrinas so verdadeiras estacas proticas que unem o meio extracelular com o interior das c-lulas. Elas atravessam a membrana celular e esto ligadas ao citosol pelas protenas do citoesqueleto, que so as responsveis pela forma da clula.

    O processo pelo qual o estmulo fsico se trans-forma em resposta celular, ou mecanotransduo, leva reabsoro e aposio ssea e encontra-se fundamentado nesta seqncia de eventos biolgi-cos. A reao inflamatria local, as modificaes no citoesqueleto das clulas, a gerao de potenciais el-tricos ou piezoeletrecidade e as respostas celulares frente a esses estmulos fazem parte dessa srie de eventos, provocando reabsoro e aposio ssea.

    Em decorrncia da liberao dos mediadores qumicos, h o aumento da permeabilidade vas-cular e formao de exsudato e infiltrado infla-matrios. A presena do exsudato inflamatrio caracteriza um pH cido, favorecendo a chegada e permanncia dos clastos. Alm disto, no exsu-dato encontramos abundantemente a plasmina, que ao interagir com as superfcies dos osteoblas-tos, induz a liberao de uma colagenase inativa presente em seu citoplasma. A ao simultnea e aditiva da colagenase liberada pelos osteoblastos promove a perda total do osteide e os cristais de hidroxiapatita ficam expostos, exercendo tambm quimiotaxia para os clastos.

    Os mediadores da osteoclasia, em sua maioria, exercem seu efeito indutor sobre os clastos por via indireta, atuando sobre receptores de superf-cie dos osteoblastos. Assim ativados, os osteoblas-tos liberam um fator solvel para o qual os clastos apresentam receptores especficos.

    Os clastos, em sua maioria, no apresentam receptores de superfcie para os mediadores da reabsoro, como por exemplo, os produtos do cido aracdnico, o paratormnio e as citocinas IL-1 e TNF. Foram evidenciados na superfcie de osteoclastos receptores para a calcitonina e para estrgenos, sugerindo uma ao direta desses hor-mnios sobre essas clulas.

    Os avanos da Biologia Molecular, decorrentes

    do primor tecnolgico, traam perspectivas para a movimentao dentria com auxlio de medica-mentos. Por que idealizar um medicamento que atue especificamente sobre o turnover sseo ma-xilar? Para controlar a velocidade da movimenta-o dentria, eventuais desconfortos e influenciar no tempo de tratamento; assim como para atender com segurana aqueles pacientes que fazem uso contnuo ou interrompido de medicamentos para doenas crnicas. Alm disto, porque vislumbramos muito em breve a ao destes frmacos para dimi-nuir o risco das reabsores dentrias na prtica di-ria ortodntica. Para aplicarmos uma teraputica adequada, se faz necessrio entender como media-dores e medicamentos atuam biologicamente15.

    REVISO DE LITERATURA,ANLISE E DISCUSSO

    Os mediadores qumicos so molculas geral-mente pequenas e produzidas em enorme quan-tidade, em curtos perodos de tempo. Ao mesmo tempo, so metabolizados ou consumidos ra-pidamente, em segundos, requerendo constante formao para a manuteno dos fenmenos in-duzidos. Caso o estmulo, para sua produo, de-saparea de uma determinada regio tecidual, o fenmeno tambm diminuir e desaparecer.

    Para que um medicamento possa atuar significan-temente em determinado fenmeno biolgico requer-se uma constante presena molecular deste frmaco, devendo-se indicar sua administrao em intervalos de tempo uniformes e constantes, por longo perodo. Mas pode haver casos em que a finalidade da adminis-trao do medicamento seja apenas de eliminar um sintoma eventual e passageiro, como a dor, principal-mente aps a ativao do aparelho.

    Como a dor e a inflamao possuem mediadores comuns, os antiinflamatrios tambm so analgsicos e vice-versa. Os analgsicos so indicados quando ocorre dor, ou seja, suas doses so aleatrias no tem-po ou, no mximo, so distribudas uniformemente, mas em curtos perodos de tempo. O efeito dos an-tiinflamatrios requer tempo e dosagens regulares,

  • A influncia de medicamentos na movimentao ortodntica - Uma anlise crtica da literatura

    R Dental Press Ortodon Ortop Facial 124 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    ou seja, no s o medicamento em si que determi-nar o efeito analgsico ou antiinflamatrio, e sim o tempo, a forma de administrao e a sua posologia. Em condies experimentais, a dosagem alta e o tempo propositadamente prolongado, ainda dentro dos nveis aplicados clinicamente em humanos, por isso, as interferncias detectadas so muito importantes, mas nem sempre refletem diretamente o dia-a-dia clnico15.

    As prostaglandinas so os nicos mediadores qu-micos da movimentao ortodntica que tm sido usadas clinicamente e, de acordo com Yamazaki et al.72,73,74, numa srie de experimentos, demonstraram que a injeo de prostaglandinas aumentava o nme-ro de osteoclastos.Trabalhos posteriores mostraram que a injeo de prostaglandinas poderia aumen-tar a taxa de movimentao dentria em primatas. A ativao da enzima fosfolipase A com conseqente liberao do cido aracdnico resulta num aumento da produo de prostaglandina, que em troca, ativa a adenilciclase. H tambm um aumento de ons cl-cio e a estimulao da sntese de DNA. Mas devido extensiva gama de molculas produzidas pelos oste-oblastos, improvvel que os prostanides sejam os nicos produtos de osteoblastos mecanicamente de-formados. Realmente, os trabalhos sugerem que um nmero de fatores de diferentes tamanhos e peso molecular so capazes de simular a reabsoro ssea e so produzidos pelos osteoblastos em resposta foras mecnicas, demonstrando que estes osteoblas-tos podem mediar a formao e a reabsoro devido deformao mecnica. A produo destes fatores de-pende do tipo e da durao da fora aplicada, exata-mente quando comparado experimentao in vivo. As foras intermitentes tm efeitos maiores que as foras contnuas.

    Para demonstrar o papel das prostaglandinas na remodelao ssea utilizam-se tambm os inibido-res da enzima cicloxigenase, os antiinflamatrios no esterides. Experimentos que utilizam estes medi-camentos tm mostrado significante diminuio no nmero de osteoclastos, mas em nem todos estes experimentos ocorre uma diminuio na movimen-tao dentria, confirmando que as prostaglandinas

    no so os nicos mediadores da inflamao associa-da movimentao dentria induzida63,70.

    Quanto s vias de administrao das prostaglan-dinas, sistmica e local, foram avaliadas quanto eficcia e tambm com relao aos efeitos adver-sos provocados. De acordo com Arajo, Prietsch2 e Lee37, a administrao sistmica apresentou como efeitos indesejveis uma ao generalizada, sendo parte dela metabolizada nos pulmes e, at ago-ra, no foi encontrada uma soluo para que este problema fosse contornado. A via local apresen-tou efeitos indesejveis como dor na administra-o, curta durao e um aumento na tendncia reabsoro radicular2,37. Leiker38 concorda com os autores citados, quando afirmam que a aplicao local de PGS aumenta a tendncia reabsoro radicular, acrescentando, ainda, que quanto maior a dose e o nmero de aplicaes, maior a tendn-cia reabsoro, mas discorda deles em relao ao nmero de aplicaes e eficcia, afirmando que a aplicao de prostaglandina mesmo numa baixa concentrao e numa nica dose j efetiva na ace-lerao do movimento dentrio. Segundo Tyrovola e Spyropoulos67, a administrao sistmica apre-senta um efeito melhor que a administrao local. Entretanto, a inatividade rpida de prostaglandinas no pulmo, a irritao local e a flebite esto entre os efeitos colaterais da administrao intravenosa. Mas, de acordo com os autores, torna-se necessrio pesquisas futuras a fim de aprimorar os mtodos de aplicao dessas drogas e superar determinados problemas tcnicos. S ento os ortodontistas po-dero defender o uso de prostaglandinas como um suplemento no tratamento ortodntico.

    Mas a aplicao destes mediadores qumicos dire-tamente nos dentes a serem movimentados, pode re-velar-se invivel devido constante aplicao necess-ria. J a administrao sistmica desses produtos pode ser efetiva com o aprimoramento tcnico, diminuindo ao mximo os efeitos colaterais, apesar de que esta abordagem est em forma de perspectiva, uma vez que ainda no h protocolos clnicos aplicveis.

    Quanto aos medicamentos inibidores da sntese

  • RAMOS, L. V. T.; FURQUIM, L. Z.; CONSOLARO, A.

    R Dental Press Ortodon Ortop Facial 125 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    de prostaglandinas, o primeiro a ser descoberto foi o cido acetil saliclico, seguido pela indometacina, que mais forte e, hoje em dia, muito pouco utili-zada. Segundo Resende58 e Ribeiro et al.59, o AAS e a indometacina reduzem a quantidade de reabsor-o ssea e do movimento dentrio.

    J Wong et al.70 afirmaram que o AAS, admi-nistrado por via oral, em porcos Guinea, no afe-tuo o movimento dentrio, levantando novamente a questo das prostaglandinas no serem os nicos mediadores da reabsoro ssea associadas s for-as ortodnticas. Quando a movimentao dent-ria induzida implica em foras incidindo sobre a regio inter-pr-maxilar, segundo Wong, o modelo experimental representado pelo porquinho da n-dia oferece vantagens, pois nestes, a sutura j se encontra fusionada no animal adolescente.

    Em todos estes trabalhos, porm, temos que observar que os resultados, antes de serem ex-trapolados para a clnica precisam primeiro ser analisados criteriosamente, pois tratam-se de altas dosagens, como se pode verificar no trabalho de Giunta et al.22, onde a dose teve que ser diminuda durante o trabalho devido perfurao do est-mago de um animal por lcera pptica.

    Na clnica ortodntica, normalmente no se verifica com freqncia desconforto aps a inter-veno ortodntica ou no perodo de ajuste dos aparelhos. Nos casos espordicos de dor, indica-se um analgsico comum. No trabalho realizado por Ngan et al.49, os autores sugerem que o Ibuprofen mais eficaz que o cido acetil saliclico para o alvio de desconfortos aps ajustes ortodnticos. Outros autores33,59,60, baseados em seus prprios experimentos, sugerem que o Paracetamol seja o melhor antiinflamatrio para esta finalidade, por-que no interfere na quantidade e nem na veloci-dade do movimento dentrio.

    Os corticosterides so um grupo de compos-tos derivados do colesterol, que possuem vrios efeitos difundidos nos diversos rgos. Os esteri-des sintticos so usados como antiinflamatrios e imunossupressores no tratamento de diversas

    doenas crnicas. Eles atuam diretamente inibin-do a ao da enzima fosfolipase A2, na degradao dos fosfolipdios da membrana celular, inibindo assim a formao de molculas do cido aracdni-co e conseqentemente, de seus produtos, as pros-taglandinas e os leucotrienes.

    Em altas doses, os esterides sintticos levam perda ssea e osteoporose. Mesmo em baixas dosa-gens, interferem no ciclo normal de deposio e rea-bsoro ssea. Em seu experimento com ratos, Ong et al.51 verificaram que no houve diferena signi-ficativa na movimentao ortodntica entre os ani-mais tratados com prednisolona e o grupo controle. Estes resultados confirmaram os estudos feitos por Brudvik, Rygh9, King e Keeling34. O curto perodo de administrao de corticosterides, nestes estudos, torna remota a possibilidade de hipercortisonismo iatrognico ou hiperparatireoidismo. J Ascraft et al.3 observaram maior taxa de movimentao orto-dntica em coelhos tratados com acetato de cortiso-na. Isto se deve ao fato de que neste experimento, o tempo de administrao do medicamento foi maior e a dose elevada, induzindo os coelhos osteoporose. Em contraste, Yamane et al.71 mostraram que houve menor taxa de movimentao dentria em gatos tra-tados com hidrocortisona. Estas diferenas podem ser explicadas pelas variaes dentro das espcies animais estudadas, foras usadas para a movimenta-o e potencial do esteride usado. No experimento realizado por Onget al.51, onde no houve diferena na taxa de movimentao dentria em ratos tratados com corticosterides, utilizou-se uma tcnica pa-dronizada para induo da movimentao ortodn-tica em ratos descrita anteriormente por Brudvik e Rygh9. Esta tcnica imita a movimentao dentria induzida em humanos.

    Em suma, os corticosterides, quando utilizados experimentalmente, podem modificar a velocidade da movimentao dentria induzida, mas clinica-mente, essas modificaes no refletem alteraes estruturais quanto ao trabeculado sseo nos maxi-lares ou quanto ao ndice de reabsoro dentria, pois o turnover sseo dos maxilares mais lento em

  • A influncia de medicamentos na movimentao ortodntica - Uma anlise crtica da literatura

    R Dental Press Ortodon Ortop Facial 126 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    relao aos demais ossos. Por este motivo, pessoas que fazem uso contnuo de corticides devido a do-enas inflamatrias crnicas e auto-imunes podem ser tratadas ortodonticamente como pacientes normais.

    Os bisfosfonatos, pirofosfatos e anlogos podem interferir no metabolismo sseo, por sua alta afinida-de com os fosfatos de clcio. So utilizados no trata-mento de hipercalcemia, osteoporose e, geralmente, no tratamento de doenas sseas metablicas, que envolvem a reabsoro ssea aumentada. Segundo vrios autores1,17,18,30,61,69, os bisfosfonatos no somen-te previnem a perda ssea, mas ativam o aumento da massa e restabelecem as propriedades biomecnicas do esqueleto. O mecanismo de ao parece ser com-plexo, pois envolve um efeito direto sobre a ativi-dade osteoclstica, um efeito direto e indireto sobre o recrutamento de osteoclastos, o encurtamento de sobrevida dos osteoclastos por apoptose.

    De acordo com Adachi et al.1, a aplicao tpica dos bisfosfonatos pode reduzir a taxa de movimen-tao dentria induzida e inibir a recidiva da movi-mentao conseguida. Esta inibio foi tambm ob-servada por Igarashi et al.31, que demonstrou tanto em experimento com administrao tpica como na administrao sistmica, ressaltando que estes resultados so doses dependentes. No entanto, Ma-zziero40 avaliou a ao de um bisfosfonato via oral, e no encontrou diferenas na movimentao dentria nem no grau de reabsoro radicular, sugerindo que pacientes que fazem uso de bisfosfonatos podem ser tratados ortodonticamente como pacientes normais. Todos os autores que realizaram experimentos com os bisfosfonatos concordam que so necessrios mais estudos sobre a aplicao clnica destes medicamen-tos antes de sua utilizao com a segurana de que no haver nenhum efeito sistmico.

    A osteocalcina a protena no colagnica mais abundante no tecido sseo. Devido sua grande capacidade de associao ao clcio, a osteocalcina considerada um regulador negativo para a for-mao ssea27,56. Nos experimentos realizados por Kobaiashi et al.35 e Hashimoto et al.26, observou-se um aumento na movimentao dentria induzida

    em ratos tratados com injeo tpica de osteocal-cina durante a movimentao ortodntica. Esse aumento na taxa de deslocamento dentrio foi causada pelo intenso recrutamento de osteoclastos na rea de presso. De acordo com estes autores, o efeito da osteocalcina parece no se caracterizar como um efeito secundrio, induzido pela prpria injeo, pois no houve diferenas entre os grupos de controle e os injetados com esta protena, em relao presena de clulas inflamatrias, como as polimorfonucleares e os linfcitos.

    O uso teraputico da osteocalcina deve ser con-siderado na clnica ortodntica, uma vez que os efeitos desta protena limitam a remodelao ssea. Mundy48 j relatou que os terminais de carbono de-rivados da osteocalcina bovina um quimiottico para as clulas da osteoclastognese. Se a osteocal-cina possui a capacidade de induzir a maturao de osteoclastos na mesma extenso em que amadu-rece protenas, ento o uso deste peptdeo deveria ser praticvel na terapia ortodntica35. Hashimoto et al.26 concordam com esta suposio, ressaltando que uma nica administrao de osteocalcina, no estgio inicial da movimentao dentria induzida, seja eficaz, podendo se considerar seu uso terapu-tico, com benefcios tanto para o paciente, como para o ortodontista. Contudo, existe a necessidade de mais estudos para que se possa utilizar a osteo-calcina na clnica ortodntica.

    Os metablitos ativos da vitamina D represen-tam os nicos hormnios conhecidos que controlam a absoro de clcio, que ocorre, primariamente, no duodeno e no jejuno. Em relao utilizao destes metablitos no controle da movimentao dentria induzida, Collins e Sinclair13 demonstraram que a administrao tpica de 1,25-diidroxicolecalciferol aumenta o grau do movimento, sem efeito colate-ral bioqumico, microscpico ou clnico aparentes. Os resultados microscpicos revelaram reabsoro frontal dos ossos alveolares, com a presena de nu-merosos clastos mononucleados e clulas precur-soras clsticas. Estes resultados foram tambm obser-vados por Baran et al.4, sugerindo que a vitamina D,

  • RAMOS, L. V. T.; FURQUIM, L. Z.; CONSOLARO, A.

    R Dental Press Ortodon Ortop Facial 127 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    alm de aumentar a reabsoro ssea, estimula a aposio ssea no lado de tenso. Contudo, a utili-zao clnica rotineira da vitamina D na Ortodon-tia ainda necessita de maiores investigaes, para se determinarem a dosagem correta, a freqncia das administraes e, principalmente, os possveis efei-tos colaterais locais e sistmicos decorrente da sua utilizao em longo prazo41,42.

    A influncia do estrognio sobre as movimen-taes dentrias induzidas foi avaliada por Perei-ra52 e Vasconcelos68. O estrognio um hormnio esteride ovariano, presente no ciclo reprodutivo feminino da menarca menopausa, que sofre al-teraes quantitativas durante o ciclo reprodutivo e na gravidez, representando o principal agente contraceptivo encontrado nas formulaes dos an-ticoncepcionais hormonais, via bucal. O efeito be-nfico de estrognios no tecido sseo resultante da diminuio do ndice de reabsoro ssea.

    Tyrovola e Spyropoulos67, numa reviso de litera-tura sobre a influncia das drogas sobre a movimen-tao ortodntica, referem-se aos estrgenos como inibidores da reabsoro ssea. Segundo estes autores, o uso de estrgenos, teoricamente, diminuiria a velo-cidade da movimentao dentria induzida quando utilizados como contraceptivos por longos perodos de tempo, podendo influenciar no tratamento orto-dntico. Estas afirmaes no se fundamentam em qualquer metodologia utilizada e citada.

    Miyajima et al.46 relataram um caso clnico, onde tambm afirmam que o estrognio diminui a taxa de movimentao ortodntica, alertando que pacientes que fazem uso de anticoncepcio-nais hormonais ou reposio estrognica podero ter inibio das reabsores ssea e radicular. No foram estes os resultados encontrados por Pereira52

    e Vasconcelos68, em seus experimentos com ratas prenhes e que recebiam anticoncepcionais, via oral. Estes pesquisadores mostraram que a ingesto de anticoncepcionais hormonais, bem como o estado de pRenhez, no alteram, exacerbam ou reduzem as alteraes celulares e teciduais observadas nas reas de aplicao de tenso e de presso dos dentes

    movimentados ortodonticamente, especialmente com relao ao fenmeno de reabsoro dentria. No trabalho de Franscischone19, tambm no foram detectadas diferenas entre os grupos de pacientes usurias de contraceptivos e pacientes no climat-rio quando comparadas ao grupo controle quanto freqncia de reabsores dentrias.

    A tiroxina representa o principal hormnio liberado pela tireide na manuteno do metabo-lismo basal. No experimento realizado por Poum-pros et al.54, os autores encontraram menor reab-soro radicular em ratos tratados com tiroxina. Mas o perodo experimental de 10 dias muito longo para a observao de fenmenos de reabsor-o em dentes de ratos, especialmente nos incisi-vos inferiores de irrupo contnua pelos desgastes incisais. A dose em perodos de 24 horas, na mag-nitude administrada, muito diminuta para justi-ficar os resultados e, provavelmente, os resultados seriam diferentes se os dentes examinados fossem os molares destes ratos, pois so dentes semelhan-tes aos de humanos, quanto fisiologia da irrup-o e formao. Portanto, os dados apresentados por estes autores no so suficientes para justificar uma extrapolao imediata para a administrao do hormnio da tireide, em baixas doses, nos movimentos dentrios ortodnticos em humanos como fator de preveno de reabsoro dentria.

    No comentrio feito por Christiansen11, no final dos trabalhos de Poumpros, Loberg, Engstrm54 e de Loberg e Engstrm39, ele descreve a impreciso e o controverso efeito da tiroxina na densidade ssea e elogia o protocolo de abrir novas pers-pectivas para a Ortodontia no nvel molecular e hormonal. Povolny55, referindo-se a estes mesmos artigos mencionados concorda com a necessidade de mais estudos a respeito do uso da tiroxina nos pacientes ortodnticos.

    Com relao influncia do hormnio da pa-ratireide, o paratormnio (PTH), na movimenta-o dentria induzida, Soma et al.64,66 realizaram dois experimentos, verificando que o PTH apli-cado localmente na rea de atuao do aparelho

  • A influncia de medicamentos na movimentao ortodntica - Uma anlise crtica da literatura

    R Dental Press Ortodon Ortop Facial 128 Maring, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

    ortodntico causava um aumento na velocidade da movimentao dentria. J nas infuses inter-mitentes, no houve diferenas entre os grupos tratados com PTH e o grupo controle. Os autores concluem que o paratormnio liberado localmen-te e continuadamente in situ durante o movimen-to ortodntico apresenta perspectiva teraputica.

    A calcitonina estimula a neoformao e inibe a reabsoro ssea. Na reviso de Tyrovola e Spyro-poulos67, isto atrasaria o tratamento ortodntico. Esta afirmativa no tem fundamentao revelada ou citada. Os autores mesmos recomendam mais estu-dos sobre a influncia dos medicamentos e dos fato-res sistmicos na movimentao dentria induzida e sugerem uma anlise particular de cada caso clnico.

    De um modo geral, ler trabalhos sobre a influ-ncia de medicamentos na movimentao dentria requer cuidado: so experimentais e para detec-tar os efeitos dos medicamentos sobre os tecidos, as doses so elevadas e os perodos muito longos, se considerarmos o tempo de vida destes animais. O rato, por exemplo, vive em mdia 1,5 ano e sub-metem-no medicao por 2 a 3 meses, o equi-valente a 1/6 da sua vida mdia. Desta forma, observam-se microscopicamente os efeitos dos me-dicamentos nos tecidos, mas a extrapolao para a clnica requer uma boa dose de responsabilidade14.

    CONCLUSESUm medicamento, para ser capaz de inter-

    ferir no turnover sseo maxilar, deve se basear em um efeito altamente especfico para esta regio ou ento sua aplicao dever ser local. A dose deve ser alta e o perodo de ao muito prolongado.

    Os analgsicos e os antiinflamatrios, apesar de atuarem sobre certos mediadores locais da remodelao ssea, so administrados em doses pequenas e em curtos perodos de tempo, no in-terferindo significantemente na velocidade da mo-vimentao dentria.

    Os corticosterides podem levar osteoporose quando administrados por longos perodos e doses elevadas, mas nos maxilares, isto s acontecer em uma fase muito avanada, quando a doena j ti-ver sido detectada.

    Os trabalhos experimentais aqui relatados so feitos com animais experimentais e para detectar estes efeitos dos medicamentos sobre os tecidos, as doses so elevadas e os perodos muito longos, uma vez que estes animais tm um tempo de vida curto.

    Portanto, no se pode afirmar sobre qualquer al-terao na movimentao dentria induzida causa-da por algum tipo de medicamento que o paciente faa uso durante o tratamento ortodntico.

    Enviado em: Outubro de 2003Revisado e aceito: Dezembro de 2003

    The influence of medication on orthodontic tooth movement - a critical review of the literature

    Abstract

    In this work the pertinent literature concerning the influence of medication in the induced dental movement appraising

    the experimental methods to correlate them with the applicability and extrapolation was critically analyzed for the ortho-

    dontic clinic. Owed the experimental works they be done in animals, that they have a time of life short, the doses of the

    medicines are high and the very long administration periods. Therefore, one cannot affirm about any alteration in the in-

    duced dental movement caused by some medication type that the patient makes use during the orthodontic treatment.

    Key words: Medication. Orthodontic movement.

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    Endereo para correspondnciaLigiane Vieira Tokano RamosRua Luiz Gama, 933 - sala 2Maring - PRCEP: 87013-320