a intervenÇÃo da fisioterapia nas lesÕes … · não tenho palavras para te agradecer tudo o que...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Tauan Tridapalli Noronha A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NAS LESÕES TRAUMPATICAS DE PUNHO E MÃO: RELATO DE CASO. LINS-SP 2011

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Tauan Tridapalli Noronha

A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NAS LESÕES TRAUMPATICAS DE PUNHO E MÃO: RELATO DE

CASO.

LINS-SP

2011

TAUAN TRIDAPALLI NORONHA

A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NAS LESÕES TRAUMÁTICAS DE

PUNHO E MÃO: RELATO DE CASO.

LINS-SP

2011

Trabalho de conclusão de Curso, apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação da Professora Esp. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima.

Noronha, Tauan Tridapalli

A Intervenção da Fisioterapia nas Lesões Traumáticas de Punho e Mão: estudo de caso/ Tauan Tridapalli Noronha. – – Lins, 2011.

76p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2011.

Orientadores: Bia; Ana Beatriz Lima, Cláudia Souza Costa

2. Fisioterapia. 2. Lesões Traumáticas. 3. Mão - Reabilitação. 4. Mão – Reabilitação I Título

P49g

TAUAN TRIDAPALLI NORONHA

A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NAS LESÕES TRAUMÁTICAS DE

PUNHO E MÃO: RELATO DE CASO.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em:____/____/____

Banca Examinadora:

Prof Orientadora: Ana Cláudia Souza Costa

Titulação: Especialista em Neurologia pelo Unisalesiano

Assinatura:_________________________________

1° Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

Assinatura:_________________________________

2° Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

Assinatura:_________________________________

Meu Deus me dê à coragem.... Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja o Teu amante humilde, entrelaçado a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua.Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Receba em teus braços meu pecado de pensar.

Clarice Lispector

DEDICATÓRIAS

Papai e Mamãe.

Amor de Família é a coisa mais inexplicável do mundo, nem um pai consegue dizer para um filho o quanto o ama, nem o filho sabe dizer ao pai, então eles simplesmente demonstram... Obrigado por acreditarem em mim, essa vitória é NOSSA. Amo muitos vocês.

Tainá (Gorda)

Eu agora sei bem que os melhores brinquedos são os irmãos. Brinquedos vivos, que dão e recebem que nos fazem crescer e crescem também pelas nossas mãos. Que se transformam depois em grandes amigos para toda a vida, em companhia sempre presente de uma maneira ou de outra, em refúgio e estímulo. Em algo que fica quando se perde tudo aquilo a que nos conduziu a nossa loucura, quando se perde o que o tempo nos vai levando. NOSSA COMO EU TE AMO! Obrigado por tudo.

Jair (Cunhadinho)

Cadê meus sobrinhos?! HAHAHA. Obrigado por tudo, pelas broncas, pelas caronas de saverinho branca, pelas pizzas no meio da semana, pelas aulas particulares de carro, pelos presentes, pelos empréstimos que um dia eu irei pagar HAHAHA só um dia tá?! Pelo suporte e por fazer parte da minha família.

Pedro Nascimento Matheus, Nataliane de Pretto Lima e Carolina Butignol.

Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e, mesmo assim, ainda gosta de você. HAHAHAHA eu amo demais todos vocês. Vocês são tão importantes na minha vida que nem imaginam, obrigado por sempre me ajudarem direta e indiretamente. Quero vocês para sempre comigo.

Mayra Battistini Paes

EU TE AMO MINHA AMIGA. Não tenho palavras para te agradecer tudo o que você me ensinou e fez por mim, nossa amizade vai além da esfera terrena que nos encontramos hoje, tenha certeza que eu sempre estarei com você para tudo. EU TE APOIO, EU ACREDITO EM VOCÊ !!!! Assim como você em mim. Obrigado amiga.

AGRADECIMENTOS

A Deus

"Agradeço todas as dificuldades que enfrentei se não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois... A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor.”

A minha orientadora Ana Cláudia

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. Albert Einstein

Obrigado por me ajudar a concretizar este trabalho, pela dedicação, compromisso e empenho. Obrigado por me escutar e entender minhas angústias e incertezas diante do trabalho me acalmando e incentivando. Obrigado por ter sido minha amiga antes de ser minha orientadora.

A minha QUERIDISSIMA Bia.

Muito obrigado pela orientação, direcionando meu trabalho para que ele ficasse sempre melhor. Corrigindo tudo o que foi necessário com sua caneta vermelha perigosa, explicando tudo o que fosse preciso e elogiando sempre. Ainda te devo um abacaxi. HAHAHA

Aos pacientes que participaram deste trabalho

Vocês foram essenciais para a concretização deste trabalho. Obrigado pela confiança, dedicação e compromisso.

À classe de fisioterapia mais bonita da cidade.

Vou sentir muitas saudades de todos vocês! Lembro como se fosse ontem o nosso 1° ano na aula da Mara HAHAHAH, que Deus ilumine todos vocês, foram quatro anos maravilhosos cheios de risadas, confusões, comilanças e muitas histórias para contar. Deixo já minha saudade de todos, e que as portas do mundo se abram para vocês.

RESUMO

A mão é composta por 27 ossos, 33 músculos, três nervos periféricos, um sistema vascular complexo e muitas outras estruturas, como ligamentos, cápsulas articulares e bainhas tendinosas, todas localizadas dentro de uma camada de pele protetora de 1 a 2 cm de espessura. Está envolvida em praticamente todas as nossas atividades da vida diária, apresenta uma variedade de funções, e para o seu perfeito funcionamento é necessário que todas as estruturas estejam em completa harmonia. A fisioterapia na reabilitação de lesões traumáticas de punho e mão é de suma importância, pois possibilita ao paciente um retorno rápido às suas atividades, o tratamento fisioterapêutico engloba desde controle da dor, edema e cicatriz, exercícios terapêuticos, reeducação sensorial e treinos funcionais, visando restabelecer a mobilidade funcional ativa do paciente, deve sempre buscar o potencial máximo para promover maior interação ao realizar suas atividades deixando-o mais independente. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da fisioterapia no processo de reabilitação de pacientes com lesões traumáticas de punho e/ou mão através de estudo e relato de caso. Foi realizada uma pesquisa no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco onde foram acompanhados quatro casos de pacientes com lesão traumática no punho e/ou mão desde o processo de avaliação até a intervenção fisioterapêutica, as sessões foram realizadas três vezes por semana com início em abril e término em maio de 2011. Pode-se então observar por meio dessa pesquisa que a fisioterapia promove melhor e mais rápido retorno do paciente às suas atividades funcionais e com qualidade de vida.

Palavras-chave: Fisioterapia. Lesões Traumáticas. Reabilitação da Mão. Reabilitação do Punho.

ABSTRACT

The hand is composed by 27 bones, 33 muscles, three peripheral nerves, a complex vascular system and many other structures such as ligaments, joint capsules and tendon sheaths, all located withing a protective layer of skin from 1 to 2 cm thick. It's involved in almost all our daily activities, presents a variety of functions, and for flawless performance is required that all structures are in complete harmony. Physiotherapy in the rehabilitation of injuries of wrist and hand is very important as it allows the patient a quick return to their activities, physical therapy ranges from control of pain, swelling and scarring, therapeutic exercises, functional training and sensory reeducation, aiming at restoring active functional mobility of the patient should always seek the maximum potential to promote greater interaction to carry out their activities making it more independent. The objective of this study is demonstrate the importance of physiotherapy in the rehabilitation process of patients with traumatic injuries of the wrist and / or hand through study and case report. Research was carried out in the Physical Rehabilitation Centre Don Boscowhere four cases for patients with traumatic injury in the wrist and/or hand were followed, from the evaluation process to the physical therapy intervention, the sessions were held three times a week beginning in April and completion in May 2011. It is observed, through this research, that physical therapy promotes better and more rapid return of patients to their functional activities and quality of life.

Keywords: Physical Therapy. Traumatic Injuries. Rehabilitation Rehabilitation of the Hand Grip.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esqueleto ósseo do punho e mão vista palmar....................................3

Figura 2: Esqueleto ósseo do punho e mão vista dorsal.....................................4

Figura 3: Ossos do carpo.....................................................................................5

Figura 4: Ossos do punho e mão.........................................................................5

Figura 5: Arcos da mão........................................................................................6

Figura 6: Articulação interfalangeana..................................................................8

Figura 7: Circundunção........................................................................................9

Figura 8: Pronação e supinação..........................................................................9

Figura 9: Flexão e extensão..............................................................................10

Figura 10: Abdução e adução............................................................................10

Figura 11: Nervo radial......................................................................................22

Figura 12: Nervo ulnar.......................................................................................23

Figura 13: Nervo mediano.................................................................................23

Figura 14: Vascularização.................................................................................24

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Pronador redondo..........................................................................11

Quadro 02: Flexor radial do carpo.....................................................................12

Quadro 03: Palmar longo...................................................................................12

Quadro 04: Flexor ulnar do carpo......................................................................13

Quadro 05: Flexor superficial dos dedos...........................................................13

Quadro 06: Flexor profundo dos dedos.............................................................14

Quadro 07: Flexor longo do polegar..................................................................14

Quadro 08: Pronador quadrado.........................................................................15

Quadro 09: Extensor dos dedos........................................................................15

Quadro 10: Extensor do 5° dedo (mínimo)........................................................16

Quadro 11: Extensor ulnar.................................................................................16

Quadro 12: Ancôneo..........................................................................................17

Quadro 13: Abdutor longo do polegar................................................................17

Quadro 14: Extensor curto do polegar...............................................................18

Quadro 15: Extensor longo do polegar..............................................................18

Quadro 16: Extensor do 2° dedo (índex)...........................................................19

Quadro 17: Braquiradial.....................................................................................19

Quadro 18: Extensor longo do carpo.................................................................20

Quadro 19: Extensor radial do carpo.................................................................20

Quadro 20: Supinador........................................................................................21

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Amplitude de Movimento Caso 01..............................................50-51

Tabela 02: Amplitude de Movimento Caso 02...................................................52

Tabela 03: Amplitude de Movimento Caso 03...................................................53

Tabela 04: Amplitude de Movimento Caso 04..................................................54

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM: Amplitude de movimento

CM: Carpometacárpica

IF: Interfalangeana

MTCF: metacarpofalangeana

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................1

CAPÍTULO I - ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO PUNHO E MÃO 1 O SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO..................................................3

1.1 Esqueleto ósseo........................................................................................3

1.2 Articulações...............................................................................................6

1.3 Movimentos...............................................................................................9

1.4 Músculos.................................................................................................11

1.5 Ligamentos..............................................................................................21

1.6 Inervação.................................................................................................22

1.7 Vascularização........................................................................................24

1.8 Revestimento cutâneo.............................................................................25

1.9 Funções da mão......................................................................................26

CAPÍTULO II – LESÕES TRAUMÁTICAS DE PUNHO E MÃO

2 LESÕES TRAUMÁTICAS MAIS FREQUENTES...................................28

2.1 Fraturas...................................................................................................21

2.1.1 Fratura da Extremidade Distal do Rádio.................................................21

2.1.2 Fratura do Osso Escafóide......................................................................29

2.1.3 Fratura do Osso Semilunar.....................................................................29

2.1.4 Fratura do Osso Piramidal ...................................................................29

2.1.5 Fratura do Osso Pisiforme......................................................................30

2.1.6 Fratura do Osso Trapézio.......................................................................30

2.1.7 Fratura do Osso Trapezóide...................................................................30

2.1.8 Fratura do Osso Capitato........................................................................31

2.1.9 Fratura do Osso Hamato.........................................................................31

2.1.10 Fratura dos Ossos Metacarpos...............................................................31

2.1.11 Fratura das Falanges Proximal e Média.................................................31

2.1.12 Fratura das Falanges Distais..................................................................32

2.2 Lesão dos Tendões.................................................................................32

2.2.1 Lesão dos Tendões Flexores..................................................................33

2.2.2 Lesões dos Tendões Extensores............................................................33

2.3 Lesões dos Nervos Periféricos................................................................34

2.3.1 Neuropraxia.............................................................................................34

2.3.2 Axonotimese............................................................................................35

2.3.3 Neurotimese............................................................................................35

2.3.4 Lesão do Nervo Mediano........................................................................35

2.3.5 Lesão do Nervo Ulnar.............................................................................36

2.3.6 Lesão do Nervo Radial...........................................................................37

2.4 Distrofia Simpático Reflexa.....................................................................37

CAPÍTULO III – FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO FÍSICA DE PUNHO E MÃO...................................................................................................................39

3 PROCESSO DE REABILITAÇÃO..........................................................39

3.1 Objetivos da Fisioterapia em ortopedia e traumatologia.........................39

3.2 Avaliação.................................................................................................39

3.3 Eletrotermofototerapia.............................................................................40

3.3.1 Tens........................................................................................................40

3.3.2 Ultras-som...............................................................................................41

3.3.3 Laser.......................................................................................................42

3.3.4 Termoterapia...........................................................................................43

3.3.5 Crioterapia...............................................................................................43

3.4 Treino Funcional......................................................................................44

3.5 Reeducação Sensorial............................................................................44

3.6 Exercícios Terapêuticos..........................................................................45

CAPÍTULO IV – A PESQUISA..........................................................................47

4 INTRODUÇÃO........................................................................................47

4.1 Métodos...................................................................................................47

4.1.1 Método de estudo de caso......................................................................47

4.1.2 Método de observação sistemática.........................................................47

4.2 Técnicas..................................................................................................48

4.2.1 Roteiro de estudo de caso (Apêndice A).................................................48

4.2.2 Roteiro de observação sistemática (Apêndice B)...................................48

4.2.3 Roteiro de entrevista Fisioterapeuta (Apêndice C).................................48

4.2.4 Roteiro de entrevista Médico Ortopedista (Apêndice D).........................48

4.3 Relato e Discussão da intervenção da fisioterapia nas lesões traumáticas

de punho e mão: estudo de caso.......................................................................48

4.3.1 Relato caso 01........................................................................................50

4.3.2 Relato caso 02........................................................................................51

4.3.3 Relato caso 03........................................................................................52

4.3.4 Relato caso 04........................................................................................54

4.4 Depoimento do paciente.........................................................................55

4.4.1 Depoimento caso 01...............................................................................55

4.4.2 Depoimento caso 02...............................................................................55

4.4.3 Depoimento caso 03...............................................................................56

4.4.4 Depoimento caso 04...............................................................................56

4.5 Parecer Final...........................................................................................57

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................58 CONCLUSÃO....................................................................................................59

REFERÊNCIAS.................................................................................................60 APÊNDICES......................................................................................................63 ANEXOS............................................................................................................74

INTRODUÇÃO

A mão produz o gesto, é a palavra do surdo e o olhar do cego. Porém,

só percebemos e nos conscientizamos do valor imponderável das mãos

quando nos deparamos com a incapacidade de usá-las. Uma lesão traumática,

enfermidade ou deformidade significa a interrupção de projetos de vida,

dificuldades em conquistar espaços e pode desencadear sérios problemas

psicológicos. (FERRIGNO, 2007)

A reabilitação de lesões ou patologias na mão requer tratamento

específico e atualizado

Nas lesões traumáticas de punho e mão a fisioterapia tem como objetivo

restabelecer a mobilidade funcional ativa do paciente, deve sempre buscar o

potencial máximo para promover maior interação ao realizar suas atividades

deixando-o mais independente possível diante sua disfunção física.

(SCHRÖDER, 2007).

A fisioterapia na reabilitação de lesões traumáticas de punho e mão é de

suma importância, pois possibilita ao paciente um retorno rápido às suas

atividades.

O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da fisioterapia no

processo de reabilitação de pacientes com lesões traumáticas de punho e/ou

mão, através de estudo e relato de caso comprovando a eficácia do tratamento

fisioterapêutico.

Após a pesquisa exploratória, levantou-se o seguinte questionamento: A

intervenção da Fisioterapia nas lesões traumáticas de punho e mão pode

contribuir para a recuperação funcional?

Diante deste questionamento, foi levantada a seguinte hipótese que

norteia o trabalho: o fisioterapeuta lança mão de inúmeras técnicas e métodos

de tratamento que englobam desde controle da dor, edema e cicatriz,

exercícios terapêuticos, reeducação sensorial e treinos funcionais. Com

objetivo de restaurar ao máximo a função do membro lesado, diminuindo

possíveis complicações e favorecendo um retorno rápido às atividades

cotidianas.

Para demonstrar este pressuposto, foi realizada uma pesquisa no Centro

de Reabilitação Física Dom Bosco com quatro pacientes que sofreram lesão

traumática no punho e/ou na mão cujos métodos, técnicas e resultados estão

explícitos no capítulo IV.

O trabalho está assim estruturado:

Capítulo I – descreve os conceitos básicos da anatomia e biomecânica

do punho e da mão.

Capítulo II – discorre sobre as lesões traumáticas que acometem punho

e mão.

Capítulo III – engloba o processo de reabilitação fisioterapêutica das

lesões traumáticas de punho e mão.

Capítulo IV – descreve a pesquisa.

Para finalizar o trabalho, segue-se a proposta de intervenção e a

conclusão.

CAPÍTULO I

CONCEITOS BÁSICOS DA ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO PUNHO E MÃO

1 ANATOMIA DO PUNHO E MÃO

1.1 Esqueleto ósseo

Para Souza (2001) os ossos desempenham várias funções, são

estruturas rígidas servem como alavanca para os músculos produzirem os

movimentos, sustenta as partes moles do corpo, constituem um reservatório de

cálcio e no interior de alguns ossos são produzidas células sanguíneas. Os

ossos, juntamente com as articulações, que são as uniões entre os ossos,

constituem o sistema esquelético.

Fonte: Sobotta, 1993, p. 176.

Figura 1: Esqueleto ósseo do punho e mão vista palmar

Fonte: Sobotta, 1993, p. 176.

Figura 2: Esqueleto ósseo do punho e mão vista dorsal

O punho, região situada entre o antebraço e os ossos do carpo é

composto pelos seguintes ossos: epífises do rádio e da ulna e os ossos do

carpo. (LEITÃO e LEITÃO, 2006)

O Rádio e a Ulna, os dois ossos do antebraço, formam entre suas

extremidades adjacentes a raiz da mão, a epífise do Rádio e a cabeça da Ulna,

a articulação radioulnar distal. (SCHRÖDER, 2007)

De acordo com a figura 3, o carpo é formado por oito ossos dispostos

em fileira proximal, sendo os ossos escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme

e na fileira distal, tem-se os ossos: trapézio, trapezóide, capitato e hamato.

(SCHRÖDER e BODE, 2007)

Fonte: Blogspot.com, 2011.

Figura 3: Ossos do carpo

Os ossos metacarpos compõem a parte média da mão, são ossos

pequenos e tubulares que se constituem de base, corpo e cabeça. Os ossos

dos dedos das mãos são tubulares e curtos divididos em uma base proximal,

um corpo e uma cabeça distal. Do 2° ao 5° dedos são constituídos de falange

proximal, média e distal. O polegar consiste de uma falange proximal e outra

distal. (SCHRÖDER e BODE, 2007)

Fonte: Mundoeducacao.com.br, 2011.

Figura 4: Ossos do punho e mão.

A arquitetura óssea da mão é disposta em arcos de concavidade volar,

que se amoldam conforme o objeto ou a função que se pretende executar. Do

ponto de vista funcional existem três arcos: um longitudinal e dois transversos,

um proximal e outro distal. (PARDINI, 2006)

O arco metacárpico possui grande adaptabilidade devido à mobilidade dos metacarpos periféricos, que formam a goteira palmar. Do segundo ao quinto metacarpos, todos são mantidos juntos por várias estruturas fibrosas, já o metacarpo do polegar é independente. (MICHEL, RAOUL e MACKIN, 1996, p. 45)

De acordo com as necessidades funcionais, o arco aumenta ou diminui

para modelar os objetos durante a preensão. (CAETANO, 2000)

Fonte: Ferrigno, 2007, p.42

Figura 5: Arcos da mão

1.2 Articulações

Konin (2006) afirma que as articulações radiocárpica, mesocárpica,

carpometacárpica e metacarpofalangiana são importantes na amplitude de

movimento do punho. Embora cada articulação tenha funções individuais, na

realidade é o trabalho em conjunto de todas as articulações que fornece a

cinemática ideal.

A articulação radiocárpica é formada pela superfície côncava do rádio e

a convexidade composta pelo escafóide e semilunar, é considerada de

natureza condilar. O movimento ocorre quando os ossos do carpo deslizam

sobre o rádio em sentido oposto ao do movimento. (KONIN, 2006)

Denominada complexo de fibrocartilagem triangular, a articulação

ulnocárpica é uma estrutura tipo meniscal situada entre a extremidade distal da

ulna e a parte proximal do piramidal, denominada articulação

ulnomeniscopiramidal. (KONIN, 2006)

De acordo com Konin (2006) as articulações mesocárpicas são definidas

como a articulação entre as fileiras proximal e distal do carpo.

Para se concretizar as inúmeras possibilidades de movimentação da

mão é necessário um grande número de articulações. Estão incluídas as

articulações carpometacárpicas (CM), intermetacárpicas, metacarpofalangianas

(MTCF) e interfalangeanas (IF). (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1998)

Para Souza (2001) as articulações CM possuem a participação dos

ossos da fileira distal do carpo e bases metacarpais. A articulação

carpometacarpal do polegar é entre o trapézio e o primeiro metacarpo.

Existem cinco articulações CM distintas que são consideradas

articulações do tipo sinovial. Cada uma apresenta um grau de liberdade de

flexão e extensão. (KONIN, 2006)

A articulação CM do polegar é classificada como selar, apresentando

uma cápsula articular espessa, porém frouxa. Os movimentos de flexão,

extensão, abdução e a adução são componentes chave que combinam com o

movimento de oposição. (KONIN, 2006)

Segundo Souza (2001) as articulações intercarpais são as articulações

dos ossos do carpo entre si.

As articulações metacarpofalângeanas são consideradas articulações

condilóides, localizadas entre as cabeças distais arredondadas dos metacarpos

e as extremidades proximais côncavas das falanges. Cada articulação é

envolta por uma cápsula e reforçada por poderosos ligamentos colaterais.

(GARDNER, GRAY, O’RAHILLY, 1988)

Para Souza (2001) as articulações entre as cabeças dos metacarpais e

as bases das falanges proximais são classificadas como sinoviais elipsóides.

Para Hall (2003) o fato de as superfícies ósseas na articulação

metacarpofalângica do polegar serem relativamente planas, esta funciona mais

como uma articulação em dobradiça.

Fonte: Poderdasmaos.com.br, 2011.

Figura 6: Articulação interfalangiana

De acordo com Konin (2006) as articulações interfalangianas, em

conjunto, totalizam-se em nove: uma no primeiro dedo e duas para cada um

dos demais dedos. De acordo com a sua localização as articulações IF do

segundo ao quinto dedo são denominadas articulações interfalangeanas

proximais e interfalangeanas distais. A articulação IF é uma articulação em

dobradiça com um determinado grau de liberdade, permitindo a flexão e a

extensão. A estabilidade destas articulações é mantida por uma cápsula

articular e ligamentos colaterais.

1.3 Movimentos

Para Souza (2001) o punho é capaz de movimentos nos plano sagital e

frontal, bem como movimento rotatório. A circundunção é realizada através do

movimento rotacional de todas as quatro direções.

Por causa da estrutura complexa do punho, os movimentos rotacionais

também são complexos, com diferentes eixos de rotação e diferentes

mecanismos através dos quais ocorrem os movimentos do punho. (HALL,

2003)

Fonte: Trabalhoseguro.com.br, 2011.

Figura 7: Circundunção

Schröder (2007) afirma que no movimento de supinação o Rádio e a

Ulna estão paralelos e possuem maior distância, no movimento de pronação o

Rádio cruza a Ulna e se aproxima dela.

Fonte: Sobotta, 1993, p.205.

Figura 8: Pronação e supinação

No movimento de flexão do punho a mão se move para frente e a sua

palma volta-se para cima. (SOUZA, 2001)

Fonte: Sobotta, 1993, p.205.

Figura 9: Flexão e extensão

De acordo com Souza (2001) a extensão é o movimento oposto ao da

flexão e a mão volta para a posição anatômica, na hiperextensão a mão vai

para trás e o seu dorso volta-se para cima.

No desvio radial, a mão desvia-se lateralmente, em direção ao polegar.

No desvio ulnar a mão desvia-se medialmente, em direção ao dedo mínimo

(SOUZA, 2001)

Para Souza (2001) a mão faz os seguintes movimentos: flexão,

extensão, abdução e adução.

Fonte: Sobotta, 1993, p.205.

Figura 10: Abdução e adução

Na flexão a falange proximal aproxima-se da mão. A extensão é o

movimento oposto, de volta a posição anatômica. O eixo destes dois

movimentos é o transversal. O dedo médio é tomado como referência para os

movimentos de abdução e adução, na abdução do dedo indicador, anular e

mínimo, eles de afastam do dedo médio. Na adução, os dedos indicador,

anular e mínimo se aproximam do dedo médio (SOUZA, 2001)

1.4 Músculos

De acordo com Souza (2001) os músculos do membro superior são

numerosos e suas contrações possibilitam uma ampla variedade de

movimentos dos seus vários segmentos.

A musculatura fornece uma base de sustentação estável ao mesmo

tempo permitindo ajustes de comprimento-tensão adequados para execução

dos movimentos. (KONIN, 2006)

Os músculos a seguir são responsáveis pelos movimentos

efetuados por todas as articulações e partes do membro superior:

PRONADOR REDONDO

Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada

Origem: Epicôndilo medial do úmero e processo coronóide da ulna

Inserção: Face lateral do 1/3 médio da diáfise do rádio

Inervação: Nervo Mediano (C6 - C7)

Ação: Pronação do antebraço e auxiliar na flexão do cotovelo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. Quadro 1: Pronador redondo.

FLEXOR RADIAL DO CARPO

Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada

Origem: Epicôndilo medial (epitróclea)

Inserção: Face anterior do 2º metacarpal

Inervação: Nervo Mediano (C6 e C7)

Ação: Flexão do punho e abdução da mão (desvio radial)

Fonte: Elebaborado pelo autor, 2011. Quadro 2: Flexor radial do carpo.

PALMAR LONGO

Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada

Origem: Epicôndilo medial

Inserção: Aponeurose palmar e retináculo dos flexores

Inervação: Nervo Mediano (C6 - C8)

Ação: Flexão do punho, tensão da aponeurose palmar e retináculo dos flexores

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011 Quadro 3: Palmar longo.

FLEXOR ULNAR DO CARPO

Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada

Origem: Epicôndilo medial e olécrano

Inserção: Osso pisiforme, hamato e 5º metacarpal

Inervação: Nervo Ulnar (C7 - T1)

Ação: Flexão de punho e adução da mão (desvio ulnar)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. Quadro 4: Flexor ulnar do carpo.

FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS

Antebraço - Região Anterior - 2ª Camada

Origem: Epicôndilo medial, processo coronóide da ulna e ligamento colateral ulnar

Inserção: Face anterior da falange intermédia do 2º ao 5º dedos

Inervação: Nervo Mediano (C7 e T1)

Ação: Flexão de punho e da IFP - 2º ao 5º dedos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 5: Flexor superficial dos dedos.

FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS

Antebraço - Região Anterior - 3ª Camada

Origem: Face anterior dos ¾ proximais da ulna e do rádio e membrana interóssea

Inserção: Face anterior da falange distal do 2º ao 5º dedos

Inervação: Nervo Mediano (C8 - T1): 2º e 3º dedos. Nervo Ulnar (C8 - T1): 4º e 5º dedos

Ação: Flexão de punho, IFP e IFD do 2º,3°,4° e 5º dedos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 6: Flexor profundo dos dedos.

FLEXOR LONGO DO POLEGAR

Antebraço - Região Anterior - 3ª Camada

Origem: Face anterior do rádio, membrana interóssea, processo coronóide da ulna e epicôndilo medial do úmero

Inserção: Falange distal do polegar

Inervação: Nervo Mediano (C8 e T1)

Ação: Flexão da IF do polegar Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 7: Flexor longo do polegar.

PRONADOR QUADRADO

Antebraço - Região Anterior - 4ª Camada

Origem: ¼ da face anterior da ulna

Inserção: ¼ da face anterior do rádio

Inervação: Nervo Mediano (C8)

Ação: Pronação

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 8: Pronador quadrado.

EXTENSOR DOS DEDOS

Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Falanges média e distal do 2º ao 5º dedos

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Extensão de punho, MF, IFP e IFD do 2º ao 5º dedos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 9: Extensor dos dedos.

EXTENSOR DO 5° DEDO (MÍNIMO)

Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Tendão do extensor comum para o 5º dedo

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Extensão do 5º dedo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 10: Extensor do 5° dedo (mínimo)

EXTENSOR ULNAR

Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial

Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção Distal: Base do 5º metacarpal

Inervação: Nervo Radial (C6 - C8)

Ação: Extensão do punho e adução da mão (desvio ulnar)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 11: Extensor ulnar.

ANCÔNEO

Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial

Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção Distal: Olécrano da ulna e ¼ proximal da face posterior da diáfise da ulna

Inervação: Nervo Radial (C7 e C8)

Ação: Extensão do cotovelo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 12: Ancôneo.

ABDUTOR LONGO DO POLEGAR

Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda

Inserção Proximal: Face posterior do rádio e da ulna e membrana interóssea

Inserção Distal: 1ª metacarpal

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Abdução da mão e do polegar

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. Quadro 13: Abdutor longo do polegar.

EXTENSOR CURTO DO POLEGAR

Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda

Inserção Proximal: Face posterior do rádio e membrana interóssea

Inserção Distal: Face dorsal da falange proximal do polegar

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Extensão do polegar

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 14: Extensor curto do polegar.

EXTENSOR LONGO DO POLEGAR

Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda

Inserção Proximal: Face posterior do 1/3 médio da ulna e membrana interóssea

Inserção Distal: Falange distal do polegar

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Extensão do polegar Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 15: Extensor longo do polegar.

EXTENSOR DO 2° DEDO (ÍNDEX)

Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda

Inserção Proximal: Face posterior da diáfise da ulna e membrana interóssea

Inserção Distal: Tendão do extensor comum do 2º dedo

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Extensão do 2º dedo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 16: Extensor do 2° dedo (índex).

BRAQUIRRADIAL

Antebraço - Região Lateral

Inserção Proximal: 2/3 proximais da crista supracondiliana lateral do úmero

Inserção Distal: Processo estilóide do rádio

Inervação: Nervo Radial (C5 e C6)

Ação: Flexão do cotovelo, pronação de antebraço e supinação até o ponto neutro

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 17: Braquirradial.

EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO

Antebraço - Região Lateral

Inserção Proximal: Face lateral do 1/3 distal da crista supracondiliana do úmero

Inserção Distal: Face posterior do 2º metacarpal

Inervação: Nervo Radial (C6 e C7)

Ação: Extensão do punho e abdução da mão (desvio radial) Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 18: Extensor longo do polegar.

EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO

Antebraço - Região Lateral

Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção Distal: Face posterior do 3º metacarpal

Inervação: Nervo Radial (C7 - C8)

Ação: Extensão do punho

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 19: Extensor radial curto do carpo.

SUPINADOR

Antebraço – Região Lateral

Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero e ligamento colateral radial

Inserção Distal: Face lateral e 1/3 proximal da diáfise do rádio

Inervação: Nervo Radial (C6 e C7)

Ação: Supinação do antebraço

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Quadro 20: Supinador.

1.5 Ligamentos

De acordo com Souza (2001) os ligamentos não só permitem uma união

mais firme entre os ossos na articulação, também limitam os movimentos em

certas direções e permitindo-os em outras.

Segundo Whipple (1992 apud KONIN, 2006, p.102) os ligamentos da

mão foram descritos como intrínsecos e extrínsecos. Delgados e curtos os

ligamentos extrínsecos freqüentemente unem os osso do carpo.

Os ligamentos extrínsecos são largos e parecem ineficientes, embora

formem arcos que colaboram para o desenho estrutural do punho e da mão.

(KONIN, 2006)

Para Konin (2006) na mão, os ligamentos palmar e dorsal junto com os

ligamentos colaterais combinam-se com as extensões fasciais e as cápsulas

articulares para oferecer estabilidade sob a forma de restrição passiva. Por ser

uma área bastante delicada, mas ainda assim submetida a grandes esforços os

ligamentos no grupo das falanges servem como componentes vitais na

preservação da cinemática articular fisiológica.

1.6 Inervação

Segundo Pardini (2000) a inervação da mão é feita, principalmente,

pelos nervos mediano, radial e ulnar.

O nervo radial origina-se nas raízes de C5 a C8 e T1, chega ao braço

medialmente ao úmero e entra no sulco radial. Distalmente segue entre os

músculos braquial e braquiorradial e ao nível do epicôndilo lateral do úmero

divide-se em ramo profundo e superficial. O profundo distribui-se para os

músculos e articulações enquanto o superficial emite fibras sensitivas para o

dorso da mão. (PARDINI JÚNIOR, 2006)

Fonte: Poderdasmaos.com.br, 2011.

Figura 11: Nervo radial.

Predominantemente motor o nervo radial inerva somente músculos

extrínsecos da mão. (PARDINI JÚNIOR, 2006)

De acordo com Pardini (2000) afirma que o nervo ulnar é o

principal nervo motor da mão, tem sua origem nas raízes de C8, T1 e por vezes

C7. Próximo ao nervo mediano passa pelo braço, chega ao cotovelo entre o

epicôndilo medial do úmero e o olecrano para entrar no antebraço onde inerva

os músculos flexor ulnar do carpo e flexor profundo do 4° e 5° dedos.

Fonte: Poderdasmaos.com.br, 2011.

Figura 12: Nervo ulnar.

Segundo Ferreira (2001) nas raízes de C6, C7, C8 e T1 origina-se o

nervo mediano. O nervo mediano desce medialmente pelo braço, ao nível do

cotovelo deixa ramos ao pronador redondo e flexor radial do carpo, distalmente

ao epicôndilo lateral dá origem ao ramo interósseo anterior que inerva o flexor

longo do polegar, flexor profundo do 2° e 3° dedos e pronador quadrado.

(PARDINI, 2006)

Fonte: Poderdasmaos.com.br, 2011.

Figura 13: Nervo mediano.

1.8 Vascularização

As artérias da mão originam-se dos ramos das artérias radial e ulnar que

se anastomosam várias vezes. (PARDINI JÚNIOR, 2006)

A artéria radial na face volar da mão encontra-se sobre as extremidades

proximais dos metacarpos. Ela passa sob os tendões flexores superficiais e

profundos dos dedos e do músculo adutor do polegar, onde forma o arco

palmar profundo que se anastomosa com o ramo volar profundo da artéria

ulnar. O primeiro ramo do arco palmar profundo é a artéria principal do polegar,

que ao nível da articulação MCF divide-se em dois ramos, um para cada lado

do polegar. (PARDINI JÚNIOR, 2006)

Fonte: http://poderdasmaos.com.br, 2011.

Figura 14: Vascularização

O próximo ramo do arco profundo é a artéria volar radial do indicador,

ela passa entre o primeiro interósseo dorsal e o adutor do polegar, paralelo ao

lado radial do 2° metacarpiano continuando do lado radial e volar do indicador

anastomosa-se com a artéria digital do lado oposto do dedo. (PARDINI, 2000)

O ramo superficial é o mais calibroso, é uma continuação direta da

artéria ulnar e forma o arco palmar superficial através de sua anastomose com

o ramo volar superficial da artéria radial, menos calibroso. De convexidade

distal esse arco localiza-se no meio da palma da mão, logo abaixo da

aponeurose palmar sobre os tendões flexores dos dedos.

Para Pardini (2000) a drenagem venosa da mão é constituída por dois

sistemas: o profundo e o superficial que acompanham as veias.

Mais abundantes as veias superficiais responsáveis pela drenagem. Elas

começam no dorso dos dedos e coletam o sangue através de várias

ramificações. Essas veias drenam para as veias mais calibrosas no antebraço.

(PARDINI, 2000)

Freitas (2006) afirma que as veias profundas são relativamente

pequenas e correm junto com as artérias, são chamadas de veias comitantes,

elas são únicas junto ás artérias digitais e duplas nas artérias mais próximas.

1.9 Revestimento cutâneo

Schröder (2007) afirma que a epiderme apresenta claras diferenças

morfológicas no dorso e na palma da mão, essas diferenças são entendidas

como expressão de cargas mecânicas diferentes.

Segundo Caetano (2000) a face dorsal da mão, que está sempre à

mostra, é considerada como a face estética e a face palmar é a que utilizamos

para executar a função preensora, considerada a face funcional.

Logo abaixo da pele, existe uma membrana fibrosa denominada

aponeurose palmar, ela recebe inserção do músculo palmar longo e permite

que a palma da mão suporte grandes preensões. (SOUZA, 2001)

Extendendo-se a tênar e hipotênar, a aponeurose palmar tem papel

importante na contenção de seus músculos durante sua contração.

(CAETANO, 2000)

A mão tem características cutâneas peculiares: a região palmar é

grossa, não-pilosa e de pouca mobilidade, mas de extrema importância no

aspecto da sensibilidade. A pele dorsal é mais fina e responsável pelo retorno

venoso, demonstra envelhecimento pela exposição de suas veias superficiais.

(VINHÃES, 2000)

Praticamente não descolável, a epiderme da palma da mão está fixada

na aponeurose palmar por fortes ligamentos de fixação e pelo retináculo da

cútis. Já o dorso da mão é coberto por uma epiderme relativamente fina e com

pelugem que deixa transparecer a rede venosa dorsal. (SCHRÖDER, 2007)

De acordo com Pardini (2006) a mão apresente pregas ou sulcos, tanto

na superfície cutânea palmar como dorsal.

A palma da mão apresenta três pregas principais, a tenar formada pelos

movimentos do polegar, a palmar média formada pela flexão simultânea das

articulações MCFs dos dedos indicador, médio, anular e mínimo e a prega

palmar distal que se inicia ao nível da comissura entre os dedos indicador e

médio e termina na borda ulnar da mão. (FERRIGNO, 2007)

1.10 Funções da mão

Caetano (2000) afirma que a estrutura anatômica da mão lhe dá

estabilidade e mobilidade, possibilitando uma variedade de movimentos, desde

movimentos grosseiros como a simples preensão até movimentos complexos.

Para realizar sua função normal, além da integridade anatômica, é necessário

também integridade e harmonia de todas as articulações. Os movimentos da

mão, sob um ponto de vista funcional, não podem ser separados dos

movimentos do punho, seu mau funcionamento repercute de modo decisivo na

função da mão.

Para Vinháes (2000) a mão representa a extremidade do membro

superior cuja maior virtude anatômica é a pinça anatômica, que possibilita o

homem ao convívio social, alimentar-se, manifestar-se e principalmente

conseguir seu ganha-pão.

A mão em movimento tem duas funções básicas: a de pinça e a de

preensão. Existem três tipos básicos de pinça: a de ponta, a lateral e a palmar,

todas elas partem da posição funcional da mão. A pinça de ponta é realizada

com a ponta dos dedos, é usada em atividades que exigem mais precisão.

Usada em poucas atividades da vida diária, a pinça lateral é executada com o

lado dos dedos, é conhecida como a pinça de chave. A pinça mais utilizada nas

atividades diárias é a pinça palmar, ela usa a maior superfície da face volar dos

dedos e polegar. (PARDINI JÚNIOR, 2006)

De acordo com Pardini Júnior. (2006) para a realização da pinça de

força usa-se mais o lado ulnar da mão, para as preensões mais delicadas, que

requerem mais precisão, o objeto a ser manipulado é colocado no lado radial

da mão. Em algumas atividades utilizam-se os dois tipos de pinça, de força e

precisão considerada, então, pinça mista.

CAPÍTULO II

LESÕES TRAUMÁTICAS DE PUNHO E MÃO

2 LESÕES TRAUMÁTICAS MAIS FREQUENTES

2.1 Fraturas

Pardini (2000) afirma que a mão é o principal órgão de defesa do ser

humano, devido ao seu alto grau de sensibilidade tátil, amplitude de

movimentos e atividades reflexas funciona como escudo de proteção, é ela

quem sai na frente quando o corpo pressente perigo.

Mais da metade das fraturas da mão ocorrem no trabalho, às outras

causas mais freqüentes são os acidentes de trânsito, domésticos, recreativos e

esportivos. (ABDALLA, FREITAS e FERREIRA, 2006)

Para Andrade (2006) as fraturas dos ossos do carpo são na grande

maioria de natureza intra-articular e podem levar a rigidez devido à formação

tanto de aderência quanto de retrações capsuloligamentares.

O tratamento médico e a reabilitação são determinados pelo tipo da

fratura. (ABDALLA, FREITAS e FERREIRA, 2006)

2.1.1 Fratura da Extremidade Distal do Rádio

É freqüente o encaminhamento aos centros de reabilitação de pacientes

vítimas de fraturas da extremidade distal do rádio para o tratamento das

disfunções resultantes dessa lesão. (FREITAS, 2006)

Não é comum em todas as idades, ocorre com freqüência em pessoas

com mais de quarenta anos, especialmente em mulheres, o que sugere uma

associação com osteoporose.(ABDALLA, FREITAS e FERREIRA, 2006)

De acordo com Schröder (2007) é causada por uma queda sobre a mão

estendida, a Distrofia Simpático Reflexa é a complicação mais freqüente no

caso das mulheres.

2.1.2 Fratura do Osso Escafóide

Para Schröder (2007) a fratura mais comum da raiz da mão é a do osso

escafóide, mais de 90% dos casos são homens jovens e os outros 10%

restantes são crianças e mulheres mais idosas.

A causa, em geral, é uma queda sobre a mão espalmada. (ABDALLA,

FREITAS e FERREIRA, 2006)

O diagnóstico é realizado por radiografias e sugerido por sinais clínicos

de edema e dor no lado radial do punho, os movimentos de extensão do punho

e a força de preensão geralmente estão dolorosos e reduzidos. (ANDRADE,

2006)

2.1.3 Fratura do Osso Semilunar

Sendo o segundo osso na freqüência das fraturas do carpo, a incidência

de fratura do semilunar é de 2 a 7% das lesões carpais. O mecanismo de

lesão, na grande maioria dos casos, é por avulsão e o restante é resultado de

forças compressivas aplicadas através do osso capitato. (ANDRADE, 2006)

2.1.4 Fratura do Osso Piramidal

De acordo com Andrade (2006) as fraturas do osso piramidal são

geralmente associadas a outras lesões carpais, as fraturas isoladas podem

representar 3 a 4% das lesões carpais.

Andrade (2006) ainda afirma que o mecanismo de fratura é por avulsão

ou excessiva extensão do punho e desvio ulnar.

2.1.5 Fratura do Osso Pisiforme

Rara a fratura do pisiforme pode ser classificada em três tipos:

transversa, longitudinal e cominutiva. (CAETANO, CAETANO e ALMAGRO,

2009)

De acordo com Andrade (2006) as fraturas do pisiforme representam 1 a

3% das lesões carpais, o mecanismo de lesão é por um trauma direto na região

volar do punho ou por uma avulsão devido a forte tração do flexor ulnar do

carpo contra uma grande resistência.

2.1.6 Fratura do Osso Trapézio

Representando de 1 a 5% das lesões carpais, as fraturas do trapézio

são raras. Os principais tipos de fratura são por avulsão e fraturas do corpo do

trapézio, o mecanismo de trauma é uma queda com o punho em hiperextensão

ou por golpe direto no polegar em abdução. (ANDRADE, 2006)

2.1.7 Fratura do Osso Trapezóide

O trapezóide é o osso, freqüentemente, menos lesão. Com uma

incidência de 1% dos casos das lesões carpais, o mecanismo de trauma é uma

força no metacarpo do indicador empurrando-o no trapezóide. (ANDRADE,

2006)

Schröder (2006) afirma que essas fraturas são extremamente raras.

2.1.8 Fratura do Osso Capitato

O capitato é o maior osso do carpo, localiza-se no centro do carpo e por

isso é protegido de fraturar-se. As fraturas do capitato representam de 1 a 2%

das fraturas carpais. (ANDRADE, 2006)

Andrade (2006) afirma que o mecanismo de trauma pode ser um trauma

direto do punho em extensão ou na cabeça do 2° e 3° metacarpos com o

punho em flexão.

2.1.9 Fratura do Osso Hamato

As fraturas do Hamato representam de 2 a 4% das fraturas carpais, são

raras e existem dois tipos de fraturas: do gancho e do corpo. O mecanismo de

trauma é devido a uma queda com o punho estendido ou de um golpe direto no

lado ulnar do gancho do hamato. (ANDRADE, 2006)

2.1.10 Fratura dos Ossos Metacarpos

De acordo com Schröder (2006) as fraturas da parte média da mão são

classificadas em: fratura das cabeças ósseas, fratura subcapital do metacarpo

(fratura do colo), fratura do corpo (fratura transversal, oblíqua ou de torção) e

fratura da base óssea.

Para Andrade (2006) um conceito fundamental nas fraturas dos

metacarpos é a manutenção dos arcos da mão, também é importante evitar

encurtamentos e rotações que levem ao desequilíbrio muscular.

O mecanismo de trauma na maior parte dos casos é por ação direta de

força (após agressões físicas, entre outros). (SCHRÖDER, 2007)

2.1.11 Fratura das Falanges Proximal e Média

Devido à presença freqüente de lesões associadas de partes moles, as

fraturas da falange proximal e média são mais difíceis de tratar do que as

demais. (ANDRADE, 2006)

Andrade (2006) afirma que as fraturas da falange proximal são mais

freqüentes do lado radial da mão (polegar e indicador) enquanto as fraturas das

falanges médias são as menos freqüentes na mão.

2.1.12 Fratura das Falanges Distais

De acordo com Andrade (2006) as fraturas da falange distal ocorrem em

50% das fraturas da mão devido às pontas dos dedos serem mais expostas a

traumas na mão do que as outras partes da mão.

As fraturas das falanges distais são geralmente provocadas por trauma

direto, o que muitas vezes determina seu caráter cominutivo. (ANDRADE,

2006)

2.2 Lesões dos Tendões

De acordo com Freitas (2006) as lesões tendinosas são comuns, em

contrapartida, sua exata incidência é desconhecida.

Freitas (2006) acredita que os agentes causadores são variados, assim

como os tipos de acidente, sendo muito freqüente a lesão por corte de vidro.

Afirma que na maioria das vezes a lesão tendinosa não ocorre

isoladamente e que são freqüentes as lesões associadas a pele e outras

estruturas moles adjacentes, algumas vezes lesão nervosa e/ou fratura.

O tendão é um componente intermediário entre o músculo e o osso. É o tirante responsável pela execução do trabalho, tendo por finalidade propiciar a tração do esqueleto e provocar, com isso, movimento articular. (SOBANIA e SANTOS, 2000, p. 317).

2.2.1 Lesões dos Tendões Flexores

Diferente dos tendões extensores, os tendões flexores representam um

complexo diferente por serem mais independentes, na falta de um o outro pode

funcionar. (SOBANIA e SANTOS, 2000).

De acordo com Morrin, Davey e Conolly (2000) são cordões brancos

espessos de tecido fibroso especializado que transmitem as ações musculares

através das articulações.

Schröder (2007) afirma que os tendões flexores superficiais e profundos

podem ser rompidos parcial ou totalmente. As causas podem ser: lesões por

cortes (por uma faca, uma serra, um caco de vidro, a borda de uma lata, etc.),

lesões por esmagamento, lesões por mordedura, distenção muscular extrema

que pode levar a ruptura ou perda óssea na base da falange distal.

O diagnóstico ocorre, quando a lesão o permite, mediante a função auxente do respectivo tendão flexor. As vezes ele só é possível de forma intra-operatória. Pode-se tratar de um rompimento parcial dos tendões quando a verificação da flexão com resistência não é possível ou é dolorosa. (SCHRÖDER, 2007, p. 122)

2.2.2 Lesões dos Tendões Extensores

De acordo com Morrin, Davey e Conolly (2002) os tendões extensores

são tendões “paratendinosos” localizados no tecido areolar frouxo do dorso da

mão.

A integridade dos tendões extensores é fundamental para o

funcionamento normal da mão, eles contribuem com o equilíbrio das forças

atuantes na mão e proporcionam força e destreza manual na execução de

várias atividades diárias. (FREITAS, 2006)

Schröder (2007) afirma que os tendões extensores podem ser parcial ou

totalmente rompidos e distinguidos entre ferimentos abertos e fechados.

O mesmo autor ressalta que as causas das lesões dos tendões flexores

podem ser: lesões por cortes, rupturas em função de processos degenerativos,

rupturas traumáticas e lesões por mordedura.

Dependendo do nível da lesão e das estruturas lesadas envolvidas, o tratamento das lesões dos tendões extensores pode apresentar maiores problemas que o tratamento dos tendões flexores e comprometer a integridade funcional da mão. (FREITAS, 2006, p. 191)

2.3 Lesões dos Nervos Periféricos

De acordo com Ferrigno e Freitas (2006) a habilidade funcional da mão

depende da integridade e do equilíbrio das estruturas que proporcionam os

movimentos.

Os autores citados anteriormente afirma que cada posição e ação da

mão há um sistema regulador do sistema nervoso que obtém as informações

sensoriais e integra e processa os sinais recebidos para que o organismo

elabore a resposta adequada.

As lesões dos nervos são divididas em três tipos, dependendo da

extensão do axônio e das cavidades dos tecidos conjuntivos do nervo, são

elas: neuropraxia, axoniotimese e neurotimese. (SEDDON apud SCHRÖDER,

2007)

Para Schröder (2007) as causas das lesões de nervos são:

hiperextensão, compressão, ferimentos por corte, fraturas, ferimentos por tiro,

térmicos ou químicos e lesões complexas em acidentes de trabalho.

2.3.1 Neuropraxia

De acordo com Freitas (2006) na neuropraxia a estrutura anatômica do

nervo permanece inalterada, não se observa sinais de degenração e a

continuidade axonal é mantida.

No entanto o mesmo autor afirma que há um bloqueio da condução

nervosa com sinais de paralisia e déficit sensorial, a recuperação é total e

ocorre em semanas ou em poucos meses.

2.3.2 Axoniotimese

Schröder (2006) afirma que a axioniotimese trata-se de uma grave lesão

do nervo devido a fortes esmagamentos, traumas por extirpação ou distenções.

Há degeneração do axônio distal, porém, em virtude da integridade do

epineuro a recuperação é favorável. (FERRIGNO e FREITAS, 2006)

De acordo com Ferrigno e Freitas (2006) espera-se que o retorno motor

ou sensorial ocorra, porém com um déficit sensitivo e/ou motor. Ressaltam que

é uma lesão que pode evoluir com a formação de neuromas e nesses casos há

grande comprometimento funcional.

O tempo de regeneração depende distância a ser vencida, pode levar de

meses até dois anos. (SCHRÖDER, 2007)

2.3.3 Neurotimese

Na neurotimese há interrupção completa da continuidade do nervo,

todas as estruturas estão comprometidas e requer reparação cirúrgica.

(FERRIGNO e FREITAS, 2006)

A capacidade condutora do nervo fica totalmente interrompida. Perdas motoras e sensitivas, distúrbios vegetativos e tróficos são conseqüência. A cirurgia é imprescindível, a fim de que os eclodentes axônios encontrem o do respectivo órgão-alvo, e não se formem dolorosas neuromas. (SCHRÖDER, 2007, p.150)

2.3.4 Lesão do Nervo Mediano

O nervo mediano origina-se nas raízes de C6, C7, C8 e T1, desce pelo

lado medial do braço juntamente com a artéria braquial. (FERRIGNO e

FREITAS, 2006).

De acordo com Morrin, Davey e Conolly (2002) em uma lesão do nervo

mediano a mão é denominada mão símia ou mão de macaco, devido ao

aspecto da eminência tenar e pela ausência de oposição.

Para Ferrigno e Freitas (2006) as lesões do nervo mediano podem

ocorrer nas fraturas do úmero, fraturas ou luxações do cotovelo, fraturas do

rádio distal ou, ainda, na luxação anterior do semilunar.

Considerando - se a hipótese de uma lesão completa do nervo, haverá paralisia de todos os músculos inervados pelo mediano no antebraço e na mão, bem como alterações de sensibilidade na porção da mão por ele inervada, incluindo a região do ramo cutâneo palmar. (FERREIRA, 2001, p. 95)

2.3.5 Lesão do Nervo Ulnar

De acordo com Ferrigno e Freitas (2006) o nervo ulnar origina-se nas

raízes de C8, T1 e às vezes C7, segue através do braço próximo ao nervo

mediano e a artéria braquial.

Os autores citados anteriormente afirmam que as lesões do nervo ulnar

podem ser causadas por fraturas do epicôndilo medial e olecrano e traumas

com objetos cortantes no nível do punho.

Para Ferreira (2001) o comprometimento do nervo ulnar pode ocasionar

uma paralisia dos músculos do antebraço e da mão, acarretando perda da

capacidade de abdução e adução dos dedos, limitações na flexão do punho e

flexão das interfalangeanas distais do 4° e 5° dedos e alterações de

sensibilidade.

Segundo Ferrigno e Freitas (2006) a deformidade clássica na lesão do

nervo ulnar é a mão em garra

.

2.3.6 Lesão do Nervo Radial

O nervo radial origina-se nas raízes de C5 a C8 e T1, é o maior ramo do

plexo braquial. (FERRIGNO E FREITAS, 2006)

Para Ferreira (2001) o nervo radial é mais comumente lesado por

traumatismos ou compressões do que os demais nervos do membro superior.

Ferreira (2001) ressalta que as lesões do nervo radial podem causar

alterações de sensibilidade, incapacidade de estender o cotovelo, fraqueza no

movimento de supinação, limitação na extensão do punho e MTCF, perda da

extensão de IF e abdução do polegar, caracterizando a deformidade clássica

das lesões do nervo radial, o punho caído.

A disfunção sensitiva e motora resultante dependerá do local da lesão.

(FERRIGNO e FREITAS, 2006)

2.4 Distrofia Simpático Reflexa

Para Coelho e Alves (2006) a manifestação de uma patologia não

depende exclusivamente de sua evolução, mas também do próprio paciente e

seu estilo de vida.

Os autores citados anteriormente exemplificam como uma simples

fratura pode evoluir com uma distrofia simpático reflexa, assim como uma

fratura complexa pode curar-se sem qualquer intercorrência.

De acordo com Schröder (2007) a distrofia simpático reflexa é um

desencadeamento reflexo de um distúrbio do sistema nervoso simpático

ocasionado por uma lesão, patologia, trauma ou imobilização.

É rara entre jovens e crianças, sua incidência é maior em adultos com

idade média entre 30 a 55 anos, predominantemente mulheres, há

possibilidade de predisposição genética. (COELHO e ALVES, 2006)

Em geral, manifesta-se de forma unilateral, podendo ser bilateral em até 10% dos casos. É duas vezes mais freqüente nos membros

superiores do que nos membros inferiores. Há casos de distrofia simpático reflexa localizadas apenas nos dedos ou em partes do corpo. São raros os casos com distribuição em múltiplas extremidades ou difusamente. (COELHO e ALVES, 2006, p.490)

A distrofia simpático reflexa tem uma divisão de três estágios sucessivos

entre si, no 1°e no 2° estágios os sintomas podem ser revertidos com

tratamento adequado, já o 3° estágio é caracterizado pela perda funcional. O

tratamento é demorado e pode, sob circunstancias, durar um ano ou

mais.(SCHRÖDER, 2007)

CAPÍTULO III

FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO FÍSICA DE PUNHO E MÃO

3 PROCESSO DE REABILITAÇÃO

3.1 Objetivos da Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia

A fisioterapia ortopédica e traumatológica atua na prevenção e no

tratamento de distúrbios do sistema musculoesquelético, tratam disfunções

osteomioarticulares e tendíneas resultantes de traumas e suas conseqüências

imediatas e tardias, lesões por esforços repetitivos e patologias ortopédicas.

Seu objetivo é preservar, manter (forma preventiva), desenvolver ou

restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistema ou função.

O passo mais difícil no processo de planejamento do tratamento é,

freqüentemente, estabelecer os objetivos do tratamento, requer toda a

capacidade profissional de julgamento do terapeuta na interpretação e na

avaliação dos dados apresentados. (O’SULLIVAN, S. B.; CULLEN, K. E. e

SCHMTZ, T. J., 1983)

A maior meta fisioterápica do tratamento no âmbito da Terapia da Mão é restaurar a mobilidade funcional ativa. Todos os resultados que não correspondam a essa meta impedem o paciente de realizar seus movimentos diários, e forçam-no a utilizar mecanismos compensatórios. Metas a serem sempre lembradas, por exemplo, a influência positiva da reabsorção do edema, formação de cicatrizes, etc. (SCHRÖDER, B., 2007, p.90)

3.2 Avaliação

Compreende-se de avaliação clínica anamnese e exame físico, com

objetivo de estabelecer o diagnóstico, o esboço das incapacidades funcionais e

quais as avaliações necessárias para cada caso. (ARAÚJO, P.M.P, 2006)

Araújo (2006) define anamnese como a informação acerca do princípio e

da evolução de uma doença até a primeira observação pelo profissional de

saúde, é fundamental para compreender o problema que aflige o paciente .

Segundo Tubiana, Thomine e Mackin (1996) o exame clínico é essencial

como fonte de informações sobre as funções e as lesões do punho e da mão.

Para Araújo (2006) na mão traumática é importante saber o mecanismo

da lesão, o tempo decorrido, a localização e os possíveis tratamentos, bem

como lesões preexistentes nos membros superiores, com isso o terapeuta terá

idéia da região afetada e da possível gravidade da mesma. Além dos dados

gerais obtidos na anamnese (nome, idade, gênero e raça) são de interesse do

terapeuta a ocupação, a dominância, as atividades de lazer e as necessidades

fundamentais do paciente.

De acordo com o autor citado anteriormente o exame físico pode ser

dividido nos seguintes tópicos: inspeção (onde o terapeuta observa as atitudes

viciosas, o aspecto da pele, o estado circulatório, os contornos ósseos e

musculares, o funcionamento dos tendões e os aumentos anômalos de volume,

como tumorações ou edema), a palpação (observa-se a presença de pontos

dolorosos, aumento ou diminuição de temperatura, intumescência, cacifo,

crepitação, movimentos anormais e cicatrizes), avaliação do edema (deve-se

observar se é um edema frio, comumente encontrado em doenças crônicas, ou

quente, característico de afecções inflamatórias geralmente agudas), avaliação

motora (mensuração de mobilidade articular e força muscular), avaliação da

sensibilidade (através da realização de testes sensoriais) e avaliação funcional

(testes funcionais que avaliam as funções da mão e membro superior, incluindo

a manipulação motora grossa e fina, destreza manual e desempenho nas

atividades de vida diária, de vida prática e laborativa, nas atividades uni e

bimanuais, entre outras).

3.3 Eletrotermofototerapia

3.3.1 Tens

Surgida no inicio dos anos 70, a estimulação elétrica transcutânea

nervosa (TENS) tornou-se uma modalidade de controle da dor, agindo através

do mecanismo de portão de controle ou centralmente através da liberação de

opiáceas endógenas. (ALVES, L.T. 2006)

De acordo com Alves (2006) a TENS consiste em uma suave

estimulação elétrica aplicada a pele do paciente, tendo como objetivo estimular

o sítio doloroso ou sua inervação periférica e medular sensitiva

correspondente. Essa estimulação proporciona uma saturação dos nervos que

é capaz de inibir a passagem do fluxo doloroso a medula, conseqüentemente

ao cérebro.

O autor citado anteriormente afirma que a TENS é uma corrente de

baixa freqüência, bifásica, assimétrica e despolarizada cujo mecanismo de

atuação irá depender das características elétricas do estímulo, da intensidade,

da colocação dos eletrodos e do limiar de doloroso do indivíduo.

Para Alon (2003) o principal efeito direto de todas as unidades de TENS

ocorre em nível celular, afetam de modo indireto o sistema biológico em níveis

teciduais, segmentares e sistêmicos. O nível celular inclui a excitação de fibras

sensoriais, motoras e de condução da dor.

Por não ser invasiva a TENS é uma opção importante no tratamento da

dor, é superior aos medicamentos analgésicos, pois não tem efeito sistêmico,

não provoca dependência psicológica nem reações de abstinência, que são

comuns no uso de medicamentos. (ALVES, L.T. 2006).

3.3.2 Ultras-som

Entre as modalidades terapêuticas o ultras-som tem se mostrado útil

para a redução do espasmo muscular e tendinoso, também é utilizado para

controle da dor e outras condições patológicas. (KHAN, J. 2001)

O aparelho de US é composto de um gerador de alta freqüência e um

disco de quartzo piezoelétrico movido pela corrente elétrica, fechado dentro de

um invólucro metálico. Sua potência é expressa em W/cm². (BISSCHOP, G;

BISSCHOP, E. e COMMANDRÉ, F, 2001)

Os autores citados anteriormente afirmam que as indicações

terapêuticas do US podem ser gerais: ação antálgica, circulatória,

simpaticolítica, fibrinolpitica ou específicas.

3.3.3 Laser

De origem inglesa LASER ou “Light Amplification by Simulated Emission

of Radiation” quer dizer, amplificação da luz por emissão estimulada de

radiação. (UCHÔA, S.M.M., FREITAS, P.P., 2006). O laser nada mais é que

uma luz com características especiais.

A amplificação da luz por meio da estimulação da emissão da radiação refere-se à produção de um feixe de radiação que difere da luz comum nos aspectos, tais como, monocromaticidade, coerência e colimação. A radiação laser é monocromática, ou seja, de comprimento de onda único, coerente tanto em fase (coerência temporal) como em direção (coerência espacial), o feixe é paralelo, se comporta como todas as radiações, ou seja, é refletida, sofre refração, portanto pode ser focada ou difidundida, é absorvida como as radiações, produzida pela emissão de um grande número de fótons idênticos a partir de um material energizado apropriado. (PITONDO, M.C., NORONHA, T.T., 2008, p. 18)

Para Pitondo e Noronha (2008) o princípio básico da laserterapia é o fato

de que a irradiação possui a capacidade de alterar o comportamento celular

sem que seja necessária a presença de aquecimento, denominada de terapia

de baixa potência ou intensidade.

Uchôa e Freitas (2006) afirmam que a radiação laser de baixa potência

proporciona efeito antiinflamatório, analgésico, cicatrizante e antiedematoso.

Como recurso fisioterapêutico o laser é bastante utilizado nos processos

cicatriciais. De acordo com Baldan (2005) o laser de baixa potência promove

um acréscimo na produção de ATP incrementando a produção de proteínas

necessárias para a cicatrização adequada, aumenta a produção de enzimas

ligadas ao processo de regeneração tecidual, modula o recrutamento de

leucócitos para o sítio da lesão favorecendo a fagocitose e promove a

angiogênese necessária para realizar o processo de reparação tecidual.

3.3.4 Termoterapia

Denominada de termoterapia, a aplicação de calor no corpo pode ser

classificada em métodos de aplicação superficiais ou profundos. Os efeitos

terapêuticos da termoterapia são: vasodilatação, aumento da taxa de

metabolismo celular, da permeabilidade capilar, da drenagem venosa e

linfática, da taxa de leucócitos, remoção dos resíduos metabólicos,

perspiração, redução do tônus muscular, analgesia, sedação e aumento na

extensibilidade dos tecidos conjuntivos. As modalidades de calor mais

utilizadas na reabilitação da mão são as compressas quentes e úmidas,

parafina, turbilhão e banhos de contraste. (UCHÔA, S.M.M., FREITAS, P.P.,

2006)

Low e Reed (2001) afirmam que a taxa de aumento de temperatura em

um ponto determinado nos tecidos devido ao aquecimento local pela

termoterapia depende da temperatuira aplicada, do tamanho da área e da

condutividade termina do tecido.

Para Uchôa e Freitas (2006) as principais indicações da termoterapia

são: quadro inflamatório subagudo ou crônico, redução da dor subaguda e

crônica, ganho de ADM, redução do espasmo muscular, resolução de

hematomas e redução de contraturas articulares.

3.3.5 Crioterapia

O termo crioterapia é utilizado para denominar a aplicação de

modalidades de frio que variam de 0°C a 18,3°C, os efeitos locais da aplicação

de frio incluem vasoconstrição e diminuição da taxa metabólica, da inflamação,

da dor e do espasmo muscular. (UCHÔA, S.M.M., FREITAS, P.P., 2006)

De acordo com Knight (2000) o maior benefício da utilização da

crioterapia durante o processo de reabilitação é a diminuição da dor e so

espasmo muscular, permitindo, assim a mobilização precoce. Afirma que a

realização de exercícios apropriados não só acelera o processo de

recuperação como a falta do mesmo nos estágios inicias podem resultar em

incapacidade permanente.

O frio pode ser aplicado na forma de “bolsa de gelo”, bolsa de gel frio,

cubo de gelo para criomassagem, imersão e turbilhão frio. As principais

indicações são analgesia, queimaduras de primeiro grau, edema e dor pós-

cirurgicos, espasmos musculares e nervalgias e usado com exercícios

terapêuticos. (UCHÔA, S.M.M., FREITAS, P.P., 2006)

3.3.5 Treino Funcional

De acordo com Ferrigno (2007) a função manual está diretamente

relacionada com as necessidades e a motivação do paciente no seu cotidiano,

a meta da terapia da mão é estimular o uso funcional da mesma. A atividade

terapêutica deve ter objetivos claros e bem definidos para o paciente,

respeitando o tempo de cicatrização as atividades podem ser iniciadas quando

o paciente realizar todos os movimentos.

Smith (2001) para alcançar esses objetivos é primordial que o

fisioterapeuta compreenda as necessidades funcionais do paciente.

Para Ferrigno (2007) ao complementar o tratamento com essas

atividades, inicialmente, os objetos devem ser de fácil manipulação como

cubos, cones, bolinhas, jogos e todo tipo que material que possibilite a

realização de diferentes tipos de pinça e preensão, gradativamente o terapeuta

deve introduzir atividades mais complexas, podendo utilizar ferramentas e

movimentos que o paciente esteja habituado.

3.3.6 Reeducação Sensorial

Para Ferrigno (2007) quando acontece à lesão as vias nervosas e os

mecanismos sensoriais, motor e metabólico são interrompidos impossibilitando

a aferência de estímulos ao sistema nervoso central. Assim o paciente precisa

reaprender a distinguir os estímulos na medida em que houver regeneração e

sinais de recuperação sensório-funcional.

O autor citado anteriormente afirma que a reeducação sensorial pode

ser dividida em duas fases: fase inicial, quando retornou a percepção de

estímulos vibratórios e o toque de pressão móvel na palma da mão, e a fase

tardia quando o toque constante é percebido na ponta de dedo e sua

localização adequada.

De acordo com Schutt e Bengtson (2002) a meta da reeducação

sensorial é ensinar o paciente a distinguir dor, temperatura, forma, tamanho,

comprimento, consistência, textura, material e peso.

3.3.7 Exercícios Terapêuticos

Para Colby e Kisner (2005) dos vários procedimentos usados pelo

fisioterapeuta durante o processo de reabilitação, o exercício terapêutico

encontra-se entre os recursos fundamentais, é o treinamento sistemático e

planejado de movimentos corporais, posturais ou atividades físicas com a

intenção de proporcionar ao paciente meios de tratar ou prevenir

comprometimentos, melhorar, restaurar ou aumentar a função física, evitar ou

reduzir fatores relacionados à saúde, otimizar o estado de saúde geral, preparo

físico e sensação de bem-estar.

O alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer

manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos

moles subsequentemente melhorar a ADM por meio do alongamento ( aumento

do comprimento) de estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e

tornaram-se hipomóveis com o tempo. (COLBY e KISNER, 2005)

Colby e Kisner (2005) definem a mobilização ou manipulação como uma

técnica passiva da fisioterapia manual que requer habilidade, é aplicada em

articulações e tecidos moles com objetivos de modular a dor e tratar disfunções

articulares que limitam a ADM.

Os autores citados anteriormente afirmam que o desempenho muscular

refere-se à capacidade do músculo de realizar trabalho, os elementos

fundamentais para este desempenho são: força, potência e resistência a

fadiga. Quando os déficits no desempenho muscular obstruem a função, o uso

do exercício resistido é uma intervenção fisioterapêutica apropriada para

melhorar o uso integrado da força, da potência e do desempenho muscular

durante os movimentos funcionais. É qualquer forma de exercício ativo no qual

uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa

aplicada manual ou mecanicamente.

CAPÍTULO IV

A PESQUISA

4 INTRODUÇÃO

Para demonstrar a importância do tratamento fisioterapêutico na

reabilitação das lesões traumáticas de punho e mão, foi realizada pesquisa no

Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no setor de Ortopedia e

Traumatologia, situado na Rua Nove de Julho, n° 1010, na cidade de Lins, São

Paulo, com início em Abril e término em Maio de 2011.

4.1 Métodos

4.1.1 Método de estudo de caso:

Foi realizado estudo de caso no setor de Ortopedia e Traumatologia do

Centro de Reabilitação Física Dom Bosco de Lins, com quatro pacientes que

sofreram lesão traumática no punho e/ou na mão, os mesmos passaram por

uma avaliação, orientação, intervenção e reavaliação.

4.1.2 Método de Observação Sistemática:

Foi observado, acompanhado e analisado os procedimentos

fisioterapêuticos no processo de reabilitação de lesões traumáticas de punho e

mão.

4.2 Técnicas

4.2.1 Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)

4.2.2 Roteiro de observação sistemática (Apêndice B)

4.2.3 Roteiro de entrevista Fisioterapeuta (Apêndice C)

4.2.4 Roteiro de entrevista Médico Ortopedista (Apêndice D)

4.3 Relato e Discussão da intervenção da fisioterapia nas lesões traumáticas

de punho e mão

A mão é o nosso órgão de contato com o mundo exterior. (SCHRÖDER,

2007)

A reabilitação funcional de lesões ou patologias na mão requer

tratamento específico e atualizado. (FERRIGNO, 2007). Procura melhorar e

curar os distúrbios funcionais existentes na extremidade superior.

(SCHRÖDER, 2007).

O presente trabalho procurou demonstrar a importância da intervenção

fisioterapêutica no processo de reabilitação de lesões traumáticas de punho

e/ou mão.

Esteves (2011) realizou um trabalho sobre a importância da reabilitação

fisioterapêutica nas lesões do plexo braquial superior evidenciando, assim

como o presente trabalho, a melhora na qualidade de vida e posteriormente

retorno rápido às atividades de vida diária após a intervenção.

A fisioterapia, nesses casos, envolve métodos de reabilitação e

experiência clínica. O enfoque em relação às lesões e patologias geralmente é

conservador, de manutenção e tem por finalidade prevenir ou minimizar as

deformidades físicas, levando à independência e à autonomia. (FERRIGNO,

2007)

O fisioterapeuta lança mão de inúmeras técnicas preconizando a

funcionalidade da mão, o tratamento fisioterapêutico engloba desde controle da

dor, edema e cicatriz, exercícios terapêuticos, reeducação sensorial e treinos

funcionais.

Esteves (2011) afirma que o paciente com lesão do plexo braquial

superior apresenta uma ampla variedade de problemas e desafios para o

fisioterapeuta. Para que não haja complicações, nas lesões traumáticas de

punho e mão o processo de reabilitação deve ser adaptado de acordo com as

necessidades do paciente. Ressalta que as conseqüências da lesão via de

regra perduram por toda á vida do indivíduo, e o paciente pode procurar o

fisioterapeuta em qualquer momento após a lesão.

Para evidenciar a importância dessa intervenção foi realizado estudo e

relato de 4 casos, onde o objetivo do tratamento fisioterapêutico baseou-se no

ganho de amplitude de movimento, fortalecimento muscular, controle do quadro

álgico e edema, prevenção de aderências e treinos funcionais. Cada caso com

o tratamento baseado e adequado ao quadro clínico apresentado pelo

paciente. Para mensurar e acompanhar a evolução no tratamento foram

realizadas uma avaliação e reavaliação.

A principal meta fisioterapêutica no tratamento de lesões traumáticas de

punho e/ou mão é restaurar a mobilidade funcional ativa. (SCHRÖDER, 2007)

Após a reavaliação ficou evidente a melhora em todos os casos. Durante

o trabalho foi notado um grande comprometimento por parte dos pacientes,

pois contribuíram para a eficácia da intervenção, constatando de forma visível a

diminuição dos sinais e sintomas causados pelo trauma advindo de lesão.

Diante do questionamento levantado no trabalho, foi observado significativa

melhora funcional nos casos após a intervenção fisioterapêutica no processo

de reabilitação.

Kisner e Colby (2006) descrevem alguns estudos que mostram que a

fisioterapia promove melhor e mais rápido retorno do paciente às suas

atividades.

Desta forma, a intervenção da Fisioterapia no processo de reabilitação

das lesões traumáticas de punho e mão foi de grande valia porque contribuiu

para a melhora funcional do paciente.

4.3.1 Caso 01

Paciente gênero masculino, 62 anos, caucasiano, mecânico, destro.

Teve a mão esquerda esmagada devido à queda de uma viga de madeira que

sustentava o carro fazendo com que o mesmo caísse sobre a mão dele, foi

para o hospital onde o médico realizou exames clínicos e suturas, três

semanas depois retornou ao médico que retirou as suturas e o encaminhou

para o atendimento fisioterapêutico.

Passou por um processo de avaliação cinesio-funcional apresentando o

seguinte quadro clínico: limitações de ADM, edema, aderência cicatricial,

padrão flexor de punho e dedos, quadro álgico moderado com acentuação ao

movimento e limitações na realização de atividades de vida diária. A principal

queixa relatada pelo paciente foi o afastamento do trabalho e a dificuldade na

realização de atividades diárias.

O tratamento inicial teve como objetivo o controle do edema e do quadro

álgico através de imersão fria, Tens local e Laser, após alcançados os objetivos

foram iniciados os alongamentos e mobilização passiva de punho e mão, assim

como, controle cicatricial para prevenção de aderências com uso do ultras-som

pulsado e manobras. Ao passo que o quadro do paciente evoluía a mobilização

passiva foi trocada por exercícios ativos para ganho de ADM e termoterapia

com a utilização de tubilhão terapêutico e banhos de parafina. Na tabela a

seguir encontram-se os valores da avaliação e da re-avaliação referentes à

ADM do paciente:

Tabela 01: Amplitude de Movimento Caso 01 (continua)

Articulação

D

18/04/2011

E

D

18/05/2011

E

Antebraço Pronação 90° 90° 90° 90°

Supinação 80° 80° 89° 90°

Punho Flexão 40° 51° 62° 62°

Tabela 01: Amplitude de Movimento Caso 01 (conclusão)

Extensão 20° 38° 39° 41°

Desvio Ulnar 30° 30° 40° 45°

Desvio Radial 10° 20° 30° 30°

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Com a melhora da ADM foi dado início aos exercícios de fortalecimento

e treinos funcionais, o processo de reabilitação teve duração de um mês, sendo

realizadas as sessões de fisioterapia três vezes por semana, com a evolução

no seu quadro clínico o médico indicou ao mesmo cirurgia, interrompendo o

processo de reabilitação. Foram realizadas 14 sessões.

4.3.2 Caso 02

Paciente gênero feminino, 54 anos, branca, operadora de máquina,

destra. Relata que no dia 22/01/2011 sofreu uma queda em sua casa, para

amenizar a queda levou as mãos ao chão. Logo após notou um discreto edema

na região do punho, procurou atendimento médico onde foi realizado um

exame de raios-X evidenciando a fratura de rádio no membro superior direito.

Usou tala durante um mês, no retorno médico retirou a tala e foi

encaminhada ao setor de fisioterapia.

Passou por um processo de avaliação cinseio-funcional, apresentando o

seguinte quadro clínico: quadro álgico moderado, edema, limitações de ADM,

hipotrofia no membro acometido e dificuldade na realização de atividades

diárias. A principal queixa relatada foi o afastamento do trabalho e dificuldade

na realização de atividades diárias.

A princípio os objetivos do tratamento foram o controle do edema e do

quadro álgico com imersão fria associada à enfaixamento compressivo e tens

local. Com a evolução do tratamento foram iniciados os alongamentos de

punho e mão, exercícios ativos para ganho de ADM e termoterapia com

banhos de parafina e turbilhão terapêutico pré-cinesio. Segue abaixo a tabela

com valores de ADM da avaliação e re-avaliação:

Tabela 02: Amplitude de Movimento Caso 02

Articulação

D

18/04/2011

E

D

24/05/2011

E

Antebraço Pronação 90° 90° 90° 90°

Supinação 70° 73° 89° 90°

Punho Flexão 30° 62° 66° 80°

Extensão 42° 42° 50° 70°

Desvio Ulnar 30° 45° 45° 45°

Desvio Radial 10° 30° 30° 30°

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Ao passo que a ADM melhorou, foram iniciados os exercícios de

fortalecimento e em seguida treinos funcionais. Devido à exigência de retorno a

atividade feita pela empresa na qual trabalha o processo de reabilitação teve

que ser encerrado. Foram realizadas 17 sessões.

4.3.3 Caso 03

Paciente gênero feminino, 36 anos, branca, manicure. Relata que ao

abrir a porta de vidro de sua casa cortou o punho, procurou atendimento

médico imediato onde foi realizado sutura. Após a retirada da sutura foi

encaminhada para um médico especialista em reabilitação de mão na cidade

de Bausu-SP e para o setor de fisioterapia na Clínica de Reabilitação Física

Dom Bosco, passou por um processo de avaliação cinesio-funcional

apresentando o seguinte quadro clínico: edema, quadro álgico moderado,

parestesia na região do quinto metacarpo, limitações de ADM e dificuldades na

realização de atividades diárias. As principais queixas relatadas foram o

afastamento do trabalho e a dificuldade de escrever.

Inicialmente foram realizados enfaixamento compressivo e Tens para

controle do edema e do quadro álgico, reeducação sensorial, manobras para

prevenção de aderência e estimulação cicatricial com Laser.

Com a normalização da sensibilidade e melhora do quadro álgico o

edema passou a ser controlado com imersão fria, foram iniciados os

alongamentos de punho e mão e mobilização passiva, o trabalho de prevenção

de aderências foi mantido com o uso do US.

Conforme a evolução do quadro clínico passaram a ser realizados os

exercícios ativos para ganho de ADM e fortalecimento, treinos funcionais e

orientações. Segue abaixo a tabela com os valores de ADM da avaliação e re-

avaliação:

Tabela 03: Amplitude de Movimento Caso 03

Articulação

D

18/04/2011

E

D

26/05/2011

E

Antebraço Pronação 90° 90° 90° 90°

Supinação 90° 90° 90° 90°

Punho Flexão 35° 50° 85° 90°

Extensão 29° 40° 63° 70°

Desvio Ulnar 45° 45° 45° 45°

Desvio Radial 10° 20° 32° 30°

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Com a normalização da ADM a paciente voltou a suas atividades

normais, não apresentou aderência cicatricial e não houve recidiva de edema

ou quadro álgico. Foram realizadas 18 sessões.

4.3.4 Caso 04

Paciente gênero masculino, 59 anos, pardo, aposentado. Relata que

estava vacinando o gado quando a corda que prendia o animal soltou, para não

ser atingido desviou a mão em outra direção batendo-a com força na cerca.

Notou na hora um discreto edema na mão, procurou atendimento médico onde

através de um exame de raios-x foi evidenciado uma fratura no 5° metacarpo.

Fez uso de uma tala por uma semana e foi encaminhado para o atendimento

fisioterapêutico.

Passou por uma avaliação cinseio-funcional apresentando o seguinte

quadro clínico: discreto edema na mão acometida, limitações de ADM, não

apresentou quadro álgico nem alteração de sensibilidade.

O tratamento inicial teve como objetivo o controle do edema através de

banho de contraste e a mobilização precoce. Segue abaixo a tabela com os

valores da ADM da avaliação e re-avaliação:

Tabela 04: Amplitude de Movimento Caso 04

Articulação

D

18/04/2011

E

D

23/05/2011

E

Antebraço Pronação 90° 90° 90° 90°

Supinação 90° 90° 90° 90°

Punho Flexão 70° 75° 90° 90°

Extensão 55° 60° 63° 70°

Desvio Ulnar 40° 45° 45° 45°

Desvio Radial 10° 20° 32° 30°

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Após o controle do edema foram iniciados os alongamento de punho e

mão, exercícios ativos para ganho de ADM e fortalecimento muscular, treinos

funcionais e orientações. Com o objetivo fisioterapêutico alcançado, o paciente

voltou a realizar suas atividades normais e foi liberado do atendimento

fisioterapêutico. Foram realizadas 16 sessões.

4.4 Depoimento do Paciente

4.4.1 Depoimento Caso 01

A Fisioterapia foi muito importante na

minha vida, depois do acidente pensei

que não fosse usar mais a mão. Com a

Fisioterapia senti uma diferença muito

grande em tudo, consigo pegar as coisas,

tenho mais firmeza na mão e já voltei a

trabalhar, a fisioterapia superou as

minhas expectativas. Agora é só esperar

pela cirurgia.

(Paciente, 62 anos)

4.4.2 Depoimento Caso 02

Quando aconteceu a lesão fiquei muito

preocupada, pensei que ia demorar muito

para me recuperar, como ainda

trabalhava tempo era uma grande

preocupação para mim. Com a

Fisioterapia senti uma grande melhora, as

dificuldades que eu tinha antes para

realizar as coisas do meu dia-a-dia

diminuíram muito, com a melhora dos

retornei ao trabalho sem sentir

dificuldades e bem antes do que eu

imaginava.

(Paciente, 54 anos)

4.4.3 Depoimento Caso 03

Com certeza a fisioterapia foi essencial

para a minha melhora, sempre trabalhei

com as mãos e jamais iria imaginar que

abrir a porta de casa me causaria uma

lesão na mão. Fiquei muito preocupada

com a recuperação, com o tempo fui

notando a melhora que a fisioterapia me

proporcionou. Senti minha mão mais leve,

mais precisa e mais forte. Segui

corretamente todas as orientações para

não prejudicar o tratamento, a evolução

foi bem rápida e voltei a trabalhar e a

realizar todas as coisas que fazia antes.

(Paciente, 36 anos)

4.4.4 Depoimento Caso 04

Foi tudo muito bom, a fisioterapia me

ajudou muito. Melhorei rápido e não tive

mais problemas, nem parece que eu

quebrei. Voltei a trabalhar e não sinto

nenhuma dificuldade.

(Paciente, 59 anos)

4.5 Parecer Final

Ao longo da pesquisa pode-se concluir que é de suma importância o

tratamento fisioterapêutico nas lesões traumáticas de punho e mão. A

aplicação de variadas técnicas promove uma satisfatória reabilitação,

minimizando e prevenindo possíveis complicações, implicando assim, no

resultado almejado.

O tratamento fisioterapêutico proporcionou melhora do quadro álgico,

evolução significativa da força e ganho de movimento.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Na pesquisa foi possível evidenciar a importância do tratamento

fisioterapêutico nas lesões traumáticas de punho e mão, favorecendo uma

recuperação mais rápida com diminuição de possíveis complicações que

poderiam interferir na recuperação funcional do paciente. É de extrema

importância que o Fisioterapeuta possua conhecimentos teóricos e práticos

específicos das lesões traumáticas que podem acometer pacientes e também

quanto ao processo de reparação dos tecidos, as técnicas e procedimentos

aplicados na reabilitação.

Para que o tratamento seja efetivo, é necessário que o Fisioterapeuta

faça uma avaliação periodicamente das capacidades do paciente para que não

haja acomodação do quadro.

Diante disso propõe-se ao Fisioterapeuta que ao intervir nestes casos,

desde o início até o fim do processo de reabilitação, procure envolver o

paciente ao máximo, motivando e despertando o interesse para que ele se

dedique, tenha paciência e disciplina. Deve-se também, enfocar as orientações

necessárias e esclarecer os objetivos do tratamento e procedimentos aplicados

visando sempre o potencial máximo para promover maior interação ao realizar

suas atividades.

CONCLUSÃO

Constatou-se com essa pesquisa que a intervenção da Fisioterapia no

processo de reabilitação das lesões traumáticas de punho e mão deve ser

adaptada de acordo com as necessidades do paciente.

A utilização de recursos eletrotermofototerapêuticos, exercícios

terapêuticos, reeducação sensorial e treinos funcionais minimizam os efeitos

gravitacionais e promovem, assim, um retorno mais rápido as atividades

cotidianas, sendo a intervenção precoce de fundamental importância para bons

resultados.

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VINHÁES, J. C. Clínica e terapêutica cirúrgicas. 3.ed. São Paulo: Guanabara

Koogan, 2000.

APÊNDICES

APÊNDICE A – Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

Serão observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados

na reabilitação de paciente com lesão traumática de punho e mão.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Serão utilizados recursos de reabilitação cinesioterapêuticos e

fototermoterapêuticos.

b) Depoimentos do medico, psicóloga, fisioterapeuta e terapeuta

ocupacional.

1.2 DISCUSSAO

Confronto entre teoria (referencial teórico dos primeiros capítulos) e a prática

utilizada pela empresa ou entidade.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou modificações de procedimentos

APENDICE B – Roteiro de observação sistemática

I Dados de identificação

1. Cidade

2. Local

3. Nome

II Aspectos a serem observados

1. Quadro clínico

2. Técnicas utilizadas

3. Evolução

APENDICE C – Roteiro de entrevista Fisioterapeuta

I IDENTIFICAÇÃO

Sexo:................................................................ Idade:...........................

Ano de conclusão:.................................................................................

Tempo de atuação:................................................................................

Formação complementar:......................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais as lesões traumáticas de punho e mão mais comuns em

ambulatório de ortopedia?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Qual a importância da intervenção da Fisioterapia na área de ortopedia e

traumatologia?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Como você avalia a atuação da Fisioterapia no processo de reabilitação

das lesões traumáticas de punho e mão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Acredita que esta intervenção pode levar a uma melhora da

funcionalidade do membro lesado?

( ) Sim ( ) Não

4.1 Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APENDICE D – Roteiro de entrevista para o Médico Ortopedista

I IDENTIFICAÇÃO

Sexo:................................................................ Idade:...........................

Ano de conclusão:.................................................................................

Tempo de atuação:................................................................................

Formação complementar:......................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais as lesões traumáticas de punho e mão mais comuns em

ambulatório de ortopedia?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Qual seu conhecimento a respeito da atuação da Fisioterapia na área de

ortopedia e traumatologia?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Você costuma encaminhar pacientes para a Fisioterapia?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Como você avalia a atuação da Fisioterapia no processo de reabilitação

das lesões traumáticas de punho e mão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Acredita que esta intervenção pode levar a uma melhora da

funcionalidade do membro lesado?

( ) Sim ( ) Não

4.1 Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APENDICE E – Roteiro de entrevista para os Pacientes

I IDENTIFICAÇÃO

Sexo:................................................................ Idade:...........................

Data de nascimento:..............................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais as preocupações e dificuldades encontradas após sua lesão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Como você avalia a atuação do Fisioterapeuta no processo de

reabilitação da lesão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Quais as mudanças que você notou durante e após a intervenção da

Fisioterapia?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APENDICE F – AUTORIZAÇÃO DE MATERIAL FOTOGRÁFICO

Eu,______________________________, portador do RG_________ autorizo a

exibição de material fotográfico através da pesquisa voltada ao tema:

Intervenção da Fisioterapia nas Lesões Traumáticas de Punho e Mão: Relato

de Caso realizada pelo aluno Tauan Tridapalli Noronha e orientada pela Profª

Ana Cláudia Souza Costa. Estou ciente que será feito a exposição de minhas

fotos em material didático através do trabalho de conclusão de curso e pela sua

publicação on-line.

Lins, de de 2011.

____________________ ___________________

Assinatura- Paciente Assinatura – Supervisora

____________________

Assinatura- Estagiário

APÊNDICE G- Fotos dos atendimentos

Alongamento de punho e mão.

Excercício de fortalecimento.

Reeducação Sensorial.

Exercício de fortalecimento.

Exercício para ganho de ADM.

Treino funcional.

Exercício para ganho de ADM.

Treino funcional.

ANEXOS

UNISALESIANO

Centro Universitário Salesiano Auxilium

Clínica de Fisioterapia

Avaliação do Membro Superior

Data (avaliação inicial e reavaliação): _________________________________

Nome:__________________________________________________________

Diagnóstico:_____________________________________________________

Data da cirurgia:__________________________________________________

Membro dominante: ( ) Difreito ( ) Esquerdo

Membro afetado: ( ) Difreito ( ) Esquerdo

Profissão:_______________________________________________________

( ) Afastado ( ) Exercendo ( ) Aposentado ( ) Desempregado

Escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Ensino superior

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Queixa principal: ______________________________________________________________________________________________________________________________

INSPEÇÃO/PALPAÇÃO:

Cicatriz: ( ) Normal ( ) Hipertrofia ( ) Aderida

Edema: ( ) Presente ( ) Ausente

Trofismo: ( ) Atrofia ( ) Hipotrofia ( ) Hipertrofia ( ) Normotrófico

Funções simpáticas: ( ) Sudorese ( ) Alteração da cor

( ) Alteração da temperatura ( ) Outras

AVALIAÇÃO DA DOR:

( ) Ausente ( ) Presente/local: _____________________________________

( ) Diurna ( ) Noturna ( ) Intermitente ( ) Em queimação

( ) Ao movimento

Melhora ao repouso: ( ) Sim ( ) Não

ESCALA VISUAL ANÁLOGA (0 à 10)

Data Resultado

AVALIAÇÃO DO EDEMA

Data Membro D E D E D E D E Antebraço Punho Mão Dedo

Força/ Dinamometria (kg/f)

Data Membro D E D E D E Palmar

EFICIÊNCIA MUSCULAR (M0-M5)

Data/Grupo Muscular/Resultado: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

AMPLITUDE ARTICULAR (Goniometria)

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE:

Data/Resultado: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CAPACIDADE FUNCIONAL:

Descreva: alimentação, higiene, vestuário, locomoção.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ÓRTESE

Classificação:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Material:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PLANO DE TRATAMENTO: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________ ___________________________

Estagiário (a) Supervisor (a)

Fonte: UNIFESP