a interferência do módulo de resiliência do concreto
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A interferência do módulo de resiliência do concreto asfáltico no período de projeto de pavimentos rodoviários Erico Aliaga Cavaleiro1, Francisco Heber Lacerda de Oliveira2
1Instituto Federal de São Paulo, [email protected] 2Universidade Federal do Ceará, [email protected]
Recebido: 21 de agosto de 2017 Aceito para publicação: 12 de dezembro de 2017 Publicado: 30 de abril de 2018 Editor de área: Francisco Thiago Aragão
RESUMO Os pavimentos rodoviários são dimensionados para atender uma determinada vida útil em função dos materiais e do tráfego. A análise mecanicista prevê que o Módulo de Resiliência do Concreto Asfáltico será constante ao longo de sua vida útil, fato di-vergente ao encontrado na literatura, ao envelhecimento natural do ligante e às con-dições climáticas. Neste artigo foi possível constatar, por meio de uma verificação teó-rico-mecanicista, que pavimentos asfálticos dimensionados para tráfegos moderado, pesado ou muito pesado, independente da capacidade de suporte do subleito, podem perder até 78% da sua vida útil a partir do terceiro ano de operação se o Módulo de Resiliência do Concreto Asfáltico obedecer a uma tendência decrescente, e um ganho de até 172% para uma tendência crescente. Desse modo, constata-se a importância de se desenvolver modelos de desempenho que considerem os fatores que interferem no comportamento do Concreto Asfáltico para que se possa elaborar projetos mais racionais. ABSTRACT Road pavements are planned to meet certain design life depending on the materials and the traffic. The mechanistic analysis predicts that the Asphalt Concrete Resilience Module will be constant along its design life, a fact that diverges from the written ma-terial available found on the subject, the natural aging of the binder and the climatic conditions. In this paper, it was possible to verify that asphaltic pavements designed to attend moderate, heavy or very-heavy traffic, regardless of the support capacity of subgrade, can lose up to 78% of their design life from the third year of operation on, if the Asphalt Concrete Resilience Module obeys a decreasing trend, and a gain of up to 172% for an increasing trend. Thus, it is important to develop performance models that consider the factors that interfere with the behavior of Asphalt Concrete in order to develop projects that are more rational.
Palavras-chaves: Dimensionamento, Vida Útil, Módulo de Resiliência, Desempenho. Keywords: Pavement Design, Design Life, Resilience Module, Performance.
DOI:10.14295/transportes.v26i1.1456
1. INTRODUÇÃO
Umadasprincipaispreocupaçoesnafasedeprojetodeumainfraestruturarodoviariaequantoasuavidautil.Umpavimentoeprojetadoparaatenderaumdeterminadointervalodetempo,chamadodeperıododeprojetoouvidautil.Esseperıodo,geralmente,ede10anosparapavimentosemconcretoasfalticoe20anosparaosdeconcretodecimentoPortland,podendoserprorrogadoapartirdesuces-sivasintervençoesaolongodesuaoperaçao.(DNIT,2006)
Demodomaisefetivo,recomenda-sequeoprojetodeumpavimentoflexıvelrodoviariosejaelabo-radopelodimensionamentoempırico,seguidodaverificaçaomecanicista,comparando-sevaloresatu-antescalculadosemumsoftwareevaloresmaximosadmissıveiscalculadosporequaçoesdedesempe-nho(DER/SP,2006).Contudo,essaverificaçaoefeitacomoseoModulodeResiliencia(MR)doConcreto
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AsfalticoUsinadoaQuente(CAUQ)fosseconstanteaolongodetodoseuperıododeprojeto,premissanaoconformecomoqueseradiscutidonesteartigo.
SaoapresentadasaolongodesteartigoestudosemqueforamidentificadasvariaçoescrescentesedecrescentesdoMRdoCAUQesuasrelaçoescomvariaçoesdetemperatura,envelhecimentoporoxida-çao,intensidadedotrafego,condiçoesambientais,dentreoutras,impactandodiretamentenoperıododeprojetodopavimento.AimportanciadesecompreenderosfatoresintervenientesnasvariaçoesdoMRdoCAUQtemincentivadoaelaboraçaodemodelosmaiseficientesdeprevisaodedesempenhodepavimentos.
Assim,estapesquisaobjetivadescreverumaverificaçaoteorico-mecanicistadavariaçaodoMRdoCAUQaolongodoperıododeprojetodeumpavimentorodoviario,apartirdodimensionamentoempı-ricodoDepartamentoNacionaldeInfraestruturadeTransporte(DNIT),paradiferentesvolumesdetra-fego,tiposdemateriaisedecapacidadedesuportedosubleito.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Ascamadasdaestruturadeumpavimentorodoviariopodemserconstituıdaspordiversosmateriais.Aescolhadessesocorreemfunçaodotipodeestruturaaserimplantada,dascaracterısticasdoperfilge-otecnicodaregiao,dotrafegoquesolicitaraaestruturae,principalmente,dosmateriaisdisponıveis.Paraaelaboraçaoracionaldeumprojetodepavimento,enecessariocompreenderoseuprincıpiodefuncionamento,ouseja,amecanicadopavimento,que,porsuavez,estaintimamenterelacionadacomduasprincipaisvariaveis:otrafegoeascaracterısticasgeotecnicas.
Amodelagemdotrafegoaqueopavimentoestarasujeitoduranteseuperıododeprojeto,segundoSenço(1997),efeita,noBrasil,emtermosderepetiçaodeumeixosimplesderodasduplasde8,2tf,queconverteapassagemdediferenteseixos,comdiferentescargasefrequenciasderepetiçao,emumunicovalordeeixo-padrao,conhecidocomoNumeroN.
Jaascaracterısticasgeotecnicassaoexpressaspelovalordacapacidadedesuportedosolo,determi-nadopeloI<ndicedeSuporteCalifornia–ISC(ouCaliforniaBearingRatio–CBR)eexpansibilidade.Eleavalia,deformaindireta,aresistenciaaocisalhamentodossolosemateriaisgranulares,comparando-aadeumabritaconsideradacomopadrao,cujaresistenciaedadapeloatritoentreosgraos.Oensaioeutilparaavaliarosubleitoecamadassuperioresquecontenhammateriaispassantesnapeneiradeaber-turaiguala19mm(DNER,1994).
NoBrasil,oMetododoDNER(antigoDepartamentoNacionaldeEstradasdeRodagem,atualDNIT)eometodooficialdedimensionamentodepavimentosflexıveisemrodoviasfederais(eemmuitasesta-duais),esebaseianaspremissasanteriores.Todavia,esabidoqueosmetodosexistentessaoconcebidosdeduasmaneirasdistintas,sendoumbaseadonodesempenhodopavimento(modelosempıricos),eoutroapartirdeteoriaelastica(modelosracionais).Alemdisso,outrasformasdeprojetoassociamosmodelosempıricoscomracionais.
NosEstadosUnidos,deacordocomBernuccietal.(2008),oCBRfoisendoprogressivamentesubsti-tuıdopeloMR,tendosidoadotadodefinitivamenteem1986paradimensionamentodepavimentosas-falticospeloguiadeprojetonorte-americanodaAmericanAssociationofStateHighwayandTransporta-tionOfficials–AASHTO.
SegundoSeverietal.(1998),odimensionamentodepavimentosasfalticospassouporalgumastrans-formaçoesnosultimosanos.Algunsparametrosforamatualizadoseoutrosconcebidos,devidoaoco-lapsodealgumasestruturas,ocasionadopordiversascausas,dentreasquaisdestacam-se:(i)ofeno-menodefadiga,responsavelpelotrincamentoderevestimentosasfalticosedebasescimentadas,e(ii)asdeformaçoesplasticasprovocadasportensoesdedeformaçoescisalhantesqueocorrememcamadasgranularesenosubleito.
AindaconformeSeverietal.(1998),acapacidadeestruturalpodeserentendidapelomodoqueacargaaplicadapelotrafegodistribuiastensoesedeformaçoesnascamadasdopavimento,eacompati-bilidadedosmateriaisesuascaracterısticasresistentes.Aanalisedessacapacidadeerealizadapormeio
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desoftwaresquepermitemobservarastensoesexistentesemtodasascamadasdopavimento,sejamelas,detraçao,compressaooucisalhantes.
Aaplicaçaodosmetodosdedimensionamentomecanicistasexigeoconhecimentodeparametroselasticosdosmateriaisquecompoeascamadasdospavimentos,taiscomooCoeficientedePoissoneoModulodeElasticidade.OCoeficientedePoissonearelaçaoentreasdeformaçoestransversal(perpen-dicularacarga)elongitudinal(nadireçaodacarga)deumcorposobaaçaodeumacarga.Porsuavez,oModulodeElasticidadeearelaçaoentreatensaoeadeformaçao(ouatangenteinicialdeumacurvatensaoversusdeformaçao)naregiaodedeformaçaoelastica,naqualaLeideHookeevalida.Essemo-dulodescrevematematicamentearigidezdeummaterialeasuacapacidadedesedeformarelastica-mente(recuperavel),quandoestasobaaçaodeumacarga,segundoBeereJohnstonJunior(1995).
Estudaropavimentosoboenfoquemecanicistasignifica,navisaodeBalbo(2007),compreendercomoaaçaodascargasoriundasdotrafego,associadasaquelasoriundasdasaçoesdoclimaeaspropri-edadesdosmateriais,promovemoaparecimentodetensoes,deformaçoesedeslocamentos.Entreosmodelosmatematicos utilizados para descrevermecanicamente o comportamento dos pavimentos,pode-se citar oMetodo dos Elementos Finitos (MEF) e a Teoria dos Sistemas de Camadas Elasticas(TSCE).
Balbo(2007)explicaqueoCimentoAsfalticodePetroleo(CAP)utilizadonaproduçaodoCAUQ,orevestimentomaiscomumenteutilizadonoBrasilempavimentosrodoviarios,econsideradoummate-rialtermoviscoelastoplastico.Devidoasuasuscetibilidadetermica,podesofreralteraçoescomointem-perismo,oqueofazperdersuaspropriedadesiniciais.Alemdisso,podesealterartambemquandoex-postoaradiaçaosolar,aguasacidasousulfatadas,graxaseoleosnumprocessodenominadooxidaçaodoliganteasfaltico.
ParaBernuccietal.(2008),aaplicaçaodessematerialnapavimentaçaopodeterseudesempenhomecanicoalteradoconformeavelocidade, intensidadedecarregamentodotrafegoetemperaturadeserviço.Essadeterioraçaoocorridaaolongodotempooudemodoprecocepodeserdenominadadeenvelhecimento.
Existemdoistiposdeenvelhecimento,segundoMagalhaes(2004).Oenvelhecimentodecurtoprazo,queacontecenoperıododeestocagem,usinagemeaplicaçaodamisturaasfalticaeestadiretamenterelacionadocomatemperaturaecomograudeexposiçaodoliganteaooxigenio.Agrandesuperfıcieespecıficaduranteausinagemassociadaatemperaturaelevada,expoeoliganteaooxigeniopropiciandoumenvelhecimentoacelerado.Jaduranteavidadeserviçodopavimento,ocorreoenvelhecimentodelongoprazo,que,porsuavez,estaassociadodiretamentecomoteordevaziosdamistura,temperatura,espessuradapelıculaeposiçaoemprofundidadenacamada.Nestecaso,econsideradoumprocessodeenvelhecimentolento.
Magalhaes(2004)aindaapresentouresultadosobtidosnumasimulaçaodoefeitodaespessuradapelıculanoenvelhecimentodecurtoedelongoprazodoligante.Percebeu-sequeoMRa25°C(MPa),apenetraçaoa25°Ceaviscosidadea60°Cvariammenosemrelaçaoaosvaloresoriginaisconformeau-menta-seaespessuradapelıcula.
Porfim,Magalhaes(2004)verificouqueoliganteconvencional(tipoCAP50/60)eoAsfaltoModifi-cadoporPolımero(ligantemodificado,tipoAMPSBS)praticamentedobraramosvaloresdeMRaposenvelhecimentodecurtoprazo,enquantoqueoCAP20eoligantemodificado(tipoAMPEVA)tiveramumaumentoemtornode30%.OaumentorelativodoMRdamisturacomResıduoAsfalticodePenetra-çao(RASF)foiomenordetodoscomapenas12%deenvelhecimentodecurtoprazo.EstefatodeveestarligadoaobaixoteordefraçoesvolateisnoliganteRASFemcomparaçaocomosdemais.
Rohde(2007),porsuavez,apresentouresultadosobtidosnumasimulaçaodosefeitosdatempera-turanoMRdediversostiposdeligantesasfalticos.OensaioutilizadofoiodeEstufadeFilmeFinoRota-tivo(ouRTFOT–RollingThinFilmOvenTest),noqualseobservouainterferenciadatemperaturanoMRdosdiversosligantesutilizados.Osresultadosmostraramque,demaneirageral,quantomaioratempe-ratura,menoreoMRearesistenciaatraçao(RT).
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Levando-seemconsideraçaoessaspesquisas,foipossıvelconstatarainterferenciacausadanoMRdoCAUQporfatorescomo:(i)Espessuradacamada:quantomaioraespessura,menorasuperfıcieespecı-fica,menoraoxidaçao,econsequentemente,menorvariaçaodeMR(sofremmenosenrijecimentoaolongodotempo);(ii)Tipodeligante:anaturezadoCAPpodedeterminarvariaçoesmaissignificativasdeMR(sofremmaisoumenosenrijecimentoaolongodotempo);(iii)Intemperismo(temperaturaeradiaçaosolar):quantomaioratemperaturamenoreoMR,bemcomoquantomaioraexposiçaoaradi-açaosolar,maioreoenrijecimentoaolongodotempo,e(iv)Usinagem,estocagemetransporte:influ-enciamsemprenosentidodeaumentaroMRdevidoaoxidaçaodoligante.
Diantedessesfatores,paraumdimensionamentoadequado,Balbo(2007)recomendarealizarave-rificaçaomecanicista,sendonecessariolocalizarospontosdetensoes,deformaçoesedeflexoesatuantesnaestrutura.Naanalisedopavimentocomoumsistemadediferentescamadas,existemposiçoescrıticasparaessaverificaçao,quesaoasapresentadasnaTabela1.
Tabela 1: Posições críticas de análise na estrutura de pavimentos flexíveis ou semirrígidos. Fonte: Balbo (2007).
Posição Resposta Emprego Típicos da Resposta
Revestimento (superfície) Deflexão Projetos de reforço Revestimento (fundo) Deformação horizontal Análise de fadiga Camadas tratadas (fundo) Tensão horizontal Análise de fadiga Meia altura de camadas Deformação vertical de compressão Análise de deformação plástica Topo do subleito Deformação vertical de compressão Análise de deformação plástica
3. MÉTODO DE OBTENÇÃO DOS DADOS
DemodoasecompreenderosfatoresintervenientesnasvariaçoesdoMRdoCAUQ,foramdimensiona-das48estruturasdepavimentosasfalticospelometodoempıricodoDNITparaumperıododeprojetode10anos,diferentesvolumesdetrafegoedeCBRdosubleito.Aposodimensionamentoempırico,foifeitaaverificaçaomecanicistadasestruturas,apartirdashipotesesdeMRcrescentes,muitocrescentes,decrescentesemuitodecrescentes,edosmodelosdedesempenhodoCAUQprevistosemDNIT(2006),comparandoainterferenciadessashipotesesnoperıododeprojeto.
3.1. Parâmetros iniciais adotados
Paraarepresentaçaodotrafego,foramadotadosquatrodiferentesecrescentesvaloresdeNumeroN,quevariamdeleveamuitopesado,conformeTabela2,edeterminadosconformeoTheUnitedStatesArmyCorpsofEngineers(USACE)eaAmericanAssociationofStateHighwayandTransportationOfficials(AASHTO).
Tabela 2: Valores de Número N adotados
Tráfego USACE AASHTO Leve 1,00E+06 7,00E+05 Moderado 1,00E+07 7,00E+06 Pesado 1,00E+08 7,00E+07 Muito Pesado 1,00E+09 7,00E+08
Paraosubleito,foramadotadostresdiferentesecrescentesvaloresdecapacidadedesuporte(CBR),representandovaloresdecapacidadedesuportequevariamcomaseguinteclassificaçao:4%(ruim),8%(regular)e12%(bom).
Noquedizrespeitoaosmateriaisdascamadassuperiores–base,sub-baseereforçodosubleito–foramutilizadosBritaGraduadaSimples(BGS),BritaGraduadaTratadacomCimento(BGTC)eMaca-dame,alemdoCAUQparaorevestimento.
AposodimensionamentopelometodoempıricodoDNIT,asestruturascalculadasforamanalisadasporintermediodosprocedimentosmecanicistas.Comodescritoanteriormente,aanalisemecanicistaconsistenocalculodosvaloresdetensoes,deformaçoesedeflexoesqueatuamnospontoscrıticosdas
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estruturasanalisadasquandodapassagemdeumdeterminadoNumeroNpara,posteriormente,com-para-loscomosvaloresmaximosadmissıveisobtidosatravesdemodelosdedesempenho.Oscalculosdosvaloresatuantessaorealizadoscomoauxıliodesoftwares,sendo,nestetrabalho,utilizadooELSYM-5.
OsdadosdeentradadoprogramaELSYM-5saoasespessurasdecadacamada(emcm)eosvaloresdeCoeficientedePoissoneModulodeElasticidade(naodeMR,poisesteeumintervalodevaloresdes-critoporumaequaçaocujoresultadovariaemfunçaodacarga,enquantoaqueleeumvalorfixo,geral-menteadotadoovalormaisdesfavoraveldesseintervalo).Saodadostambemospontosdeaplicaçaodascargaseseusrespectivosvalores(emkgf),eospontoscrıticosdaanalise,localizadosnoplanotridimen-sionalcomcoordenadascartesianas.NaTabela3,verificam-seosprincipaisparametrosadotadosnoELSYM-5.
Tabela 3: Valores de Módulo de elasticidade e Coeficiente de Poisson adotados
Material Módulo de Elasticidade (kgf/cm²) Coeficiente de Poisson
Concreto Asfáltico Variável (Hipóteses) 0,30 Brita Graduada Simples (BGS) 3.000 0,35 Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC) 70.000 0,25 Macadame 2.000 0,40 Solo Natural de Subleito (CBR = 4%) 400 0,45 Solo Natural de Subleito (CBR = 8%) 800 0,45 Solo Natural de Subleito (CBR = 12%) 1.200 0,45
Aobservaçaodetalhadadotipodeestruturadimensionadapermiteidentificarquatropontoscrıticosaseremanalisados,conformeasexpressoesde(1)a(4).Ressalte-sequeasequaçoesdefadigautilizadasparaaanaliseforamadotadasnestetrabalhoporseremrecomendadasporDNIT(2006),comointuitodeserfidedignoaoprocedimentonormativoemvigoreavaliarsuascondiçoesdedimensionamento.
a) Deflexaoverticalrecuperavelnotopodorevestimento,conformeDNER(1994)eexpostonaex-pressao(1):
D��� = 10(,�� ��,� ∙��� ������) (1)
b) Deformaçaohorizontaldetraçaonafibrainferiordorevestimento,equaçaodoInstitutodeAs-faltorecomendadaporDER/SP(2006),edescritanaexpressao(2):
εt��� = 2,2 ∙ 10�� ∙ �����!"#$�,��
(2)
c) TensaohorizontaldetraçaonafibrainferiordaBGTC,propostaporBalbo(2009),eapresentadanaexpressao(3);
N& = 10(�',�'��(,)� ∙*+) (3)
d) Deformaçaoverticaldecompressaono topodosubleitoapresentandoporDormoneMetcalf(1965)apudDER/SP(2006),sendoexpressapor(4).
εv��� = �
- . /�����0,121∙31431$5,206 7(4)
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
NaFigura1epossıvelconferirasestruturasresultantesdodimensionamentoempıricoparaosrespec-tivosNumerosN(especificadoscomoleve,moderado,pesadoemuitopesado),umperıododeprojetode10anos,considerandosolosdosubleitocomCBRde4%,8%e12%eumMRconstante.
Equacionarocomportamentodorevestimentoasfalticodeumpavimentoimplicatambemseidenti-ficaraintensidadequeasdiversasvariaveisatuaraosobreaestruturaecomoaresultantedessasvaria-veisdescreveraoocomportamentodoMRdoCAUQaolongodetodooseuperıododeprojeto.
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(a) (b)
(c) (d)
Figura 1. Estruturas dimensionadas pelo método empírico e verificadas considerando um MR constante e tráfego (a) Leve, (b) Moderado, (c) Pesado e (d) Muito Pesado
Assim,comointuitodeserealizarumaverificaçaoteoricadequantoessasvariaçoesdeMRpodeminterferirnoperıododeprojetodopavimentoesabendo-sequeessasvariaçoespodemresultaremMRmaioresqueoMRinicial(resultadodoenvelhecimento,porexemplo)oumenores(resultadodoau-mentosignificativodatemperatura,porexemplo),arbitrou-sepelassuposiçoesdecomportamentodoMRdispostasnaFigura2.AsadoçoesforamatribuıdasparatendenciasdeMRmuitocrescentes,cres-centes,decrescentesemuitodecrescentes.
Figura 2. Hipóteses de variação do MR do CAUQ em função do período de projeto
NaTabela4epossıvelobservarasestruturasdospavimentosdimensionadaspelometodoempıricoeasrespectivasverificaçoesmecanicistas.Verifica-seque,excetoparaopavimentosubmetidoaotrafego
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 10º ano
45.000
48.75051.560
53.67055.250 56.440 57.330 58.000 58.500
40.000
43.00045.250 46.940 48.210 49.160 49.870 50.400 50.800 51.100
35.00031.250
28.440 26.33024.750 23.560 22.670 22.000 21.500
33.000
27.750
23.81020.860
18.65016.990 15.740 14.810 14.110
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
MÓ
DU
LO D
E R
ESIL
IÊN
CIA
(KG
F/C
M²)
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leve,emquetodasasestruturasatendemaosparametrosmaximosadmissıveisdasequaçoesdedesem-penhoestudadas,todasasdemaisnecessitamdeajusteseaumentosdeespessuras.
Tabela 4: Estruturas dimensionadas e verificadas para diversos níveis de tráfegos
Tráfego Dimensionamento – Método Empírico Análise Mecanicista
Leve
Mo
de
rad
o
Pe
sad
o
Mu
ito
Pe
sad
o
ArbitradososdiversosvaloresdeMR,cadaumadas12estruturasdimensionadas(4categoriasdeNumeroNversus3condiçoesdistintasdeCBRparaosubleito)comMRconstantefoisubmetidaamais4analisesnoELSYM-5;cadaanalisecomovalordeMRparao3º,5º,7ºe9ºanodeoperaçao.Essasanalisesresultaramemvaloresdetensoes,deformaçoesedeflexoesatuantesquealimentaramnova-menteosmodelosdedesempenho.OsresultadosemumvalordeNumeroNpuderamsertraduzidoscomoavidautilremanescenteemanos.Essasanalisesforamrepetidas,tambem,paracadahipotesedeMR,resultandoem192interaçoes.
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Figure 3. Exemplos de análise da variação da vida útil em função da variação do módulo
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AFigura3exemplificatresdessasinteraçoesparaalgunsanosdeanalisereferidosnoparagrafoan-terior.Aestruturafoidimensionadaparaumtrafegopesado(P),considerandoastrescondiçoesdeCBR(ruim,regularebom,respectivamente,iguaisa4%,8%e12%),nasituaçaodehipotesedemodulomuitodecrescente(MD).OspavimentossaoidentificadosnasplanilhascomoP4MD,P8MDeP12MD.
Observa-seque,demaneirageral,ostrespavimentospropostoseanalisadosnaoatendemsatisfato-riamenteaverificaçaomecanicista,apresentandovidautilremanescenteinferiorasanalisadas(ascelu-lasvermelhas indicamessacondiçao).Excetopeladeformaçaoverticalnotopodosubleito, todososdemaispontoscrıticos–deflexaonotopodorevestimento,deformaçaodetraçaonoCAUQetensaodetraçaonaBGTC–apresentamcondiçaonaoconformeparaaestruturadopavimento.
Paramelhoranalisedosresultados,foirealizadaverificaçaomecanicistaemtodosospavimentosdi-mensionadosparatodasashipotesesdemodulo.Assim,utilizaram-seosmodelosdedesempenhoreco-mendadosporDNIT(2006)paracorrelacionarocomportamentoteoricodosmateriaisprevistonodi-mensionamentocomocomportamentodosmateriaisemcampo.
Diantedoexposto,pode-seafirmarqueodecrescimoacentuadodoMRdoCAUQ,possibilitaaopavi-mentoosurgimentoprecocedepatologiasdiversas,taiscomotrincamentosporfadigaoudeformaçoesantesdoterminodoperıododeprojeto.ATabela6apresentaumresumoemtermospercentuaisdetodasas192interaçoesanalisadasnestetrabalho.
Tabela 6: Resumo da Variação de Vida Útil
Tráfego CBRsubleito Hipóteses de MR Variação do Período de Projeto
Leve Ruim, Regular e Bom Todas Sem variação significativa Moderado, Pesado e Muito Pesado Ruim, Regular e Bom Decrescente e Muito Decrescente Perda de 14% a 78% Moderado, Pesado e Muito Pesado Ruim, Regular e Bom Crescente e Muito Crescente Ganho de 23% a 172%
5. CONCLUSÕES
Nasanalisesefetuadasnestetrabalho,foipossıvelconcluirqueoModulodeResiliencia(MR)doCon-cretoAsfalticoUsinado aQuente(CAUQ) teminterferenciasignificativanosprojetosdedimensiona-mentodepavimentosrodoviarios.Percebeu-sequeutiliza-lodemodoconstanteaolongodetodaaope-raçaodopavimentopodenaoproporcionarumdesempenhosatisfatorioparaaestruturaprojetada,bemcomonaogarantiravidautilprevista.
Nasestruturasdimensionadaseanalisadasnestetrabalho,sobretudoquandosubmetidasaverifica-çaomecanicista,emtodosospavimentosdimensionadosparatodasashipotesesdemodulo,foipossıvelentenderquequestoesrelacionadasaotrafego,ausinagem,asespessurasdascamadas,atemperaturaearadiaçaosolarpromovemvariaçoesmaioresoumenoresdoMRdoCAUQ.Taissituaçoespermitemodesenvolvimentodedefeitosrelacionadosaoxidaçaoouenrijecimentodorevestimento,oque,porcon-sequencia,reduzasuavidautil.Nessesentido,recomenda-sequeosefeitosambientaissobreorevesti-mentosejamconsideradospelosmetodosdedimensionamentomecanıstico,inclusiveoquevemsendodesenvolvidonoBrasil.
Deacordocomateoriadedimensionamento,seoCAUQapresentarumMRmuitocrescente,devidoacombinaçaoentreclima,tipodeligante,modificador,envelhecimentoematerialgranulometrico,issopoderaacrescentarsubstancialmenteavidautildopavimento.Parapesquisasfuturas,sugere-seavaliar,tambem,ocomportamentodafadigadomaterialemfunçaodoseuenvelhecimento,hajavistaaspossı-veisalteraçoesdacurvadefadigainicial.
Apartirdoprocedimentodecalculoprevistonasespecificaçoesvigentes, foipossıvel analisardeformateorica,quepavimentosasfalticosquandodimensionadosparaatenderumtrafegoconsideradomoderado,pesadooumuitopesado,independentedacapacidadedesuportedosubleito,podemperder,jaapartirdoterceiroanodeoperaçao,entre14%e78%davidautilseoMRdoCAUQobedecerauma
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tendenciadecrescenteoumuitodecrescente.Porsuavez,quandooMRdoCAUQobedeceraumaten-denciacrescenteoumuitocrescente,avidautildopavimentopodereceberumacrescimonaordemde23%a172%.
Dessemodo,espera-sequeestetrabalhocontribuaparaodesenvolvimentodemodelosdedesempe-nhodepavimentosqueconsideremosprincipaisfatoresqueinterferemnocomportamentodoMRdoCAUQ,aolongodoperıododeprojeto,demodoqueseelaboremmetodologiasmaisefetivaseracionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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