a inserÇÃo do lÚdico nos processos de aprendizagem: …

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - CEAD CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio BRAÇO DO NORTE 2017

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Page 1: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - CEAD CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco

Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio

BRAÇO DO NORTE

2017

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Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco

Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio

A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia a Distância, do Centro de Educação a Distância, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

Orientador(a): Cleia Demétrio Pereira

BRAÇO DO NORTE 2017

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Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco

Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio

A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Licenciado em Pedagogia e aprovado em sua

forma final pelo Curso de Pedagogia, do Centro

de Educação a Distância, da Universidade do

Estado de Santa Catarina.

Orientador(a) : ______________________________________________________

CLEIA DEMÉTRIO PEREIRA

Titulação: Mestre em Educação

IES de origem: Universidade do Estado de Santa Catarina

Local, data (26/06/2017)

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Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco

Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio

A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia, da

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC –, como requisito parcial para a obtenção

do título de Professor da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

____________________________________________________________

Orientadora: Cléia Demétrio Pereira

Titulação: Mestre em Educação

IES: Universidade do Estado de Santa Catarina

_____________________________________________________

Co-orientadora:

_______________________________________________________

Membro:

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Dedicatória

Aos colegas de profissão que se preparam e assumem a educação com qualificação, comprometimento e paixão!

Page 6: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

AGRADECIMENTOS

Sinceramente a Deus, pelo dom da vida.

Honestamente aos familiares, por acreditarem no sonho.

Aos pais pela educação e responsabilidade.

A Instituição UDESC, pelo aprendizado.

A UAB por proporcionar o acesso ao ensino superior.

A orientadora Cléia Demétrio Pereira por acompanhar esta trajetória.

Page 7: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

“A persistência é o caminho do êxito”.

Charles Chaplin

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso, constitui-se por estudos realizados pelo grupo de estágio, no período de Estágio Curricular Supervisionado, do Curso de Pedagogia, na modalidade a Distância, da UDESC – Universidade de Santa Catarina. O estágio aconteceu nos campos da Educação Infantil, dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e no espaço não-formal de aprendizagem, neste caso a sala de AEE – Atendimento Educacional Especializado. Nos campos da Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental foram realizadas leituras de contexto acerca da realidade escolar, bem como a elaboração dos projetos de intervenção, a partir da instrumentalização de sequências didáticas, com atividades que envolveram a ludicidade como prática metodológica a ser executada junto aos alunos e as crianças pequenas. Para o AEE, elaborou-se uma proposta de atividades para os alunos que frequentam este espaço e possuem deficiência visual. A aplicação dos projetos de intervenção e as percepções sobre esta trajetória de estágio, perfazem a construção deste trabalho, com o objetivo de refletir sobre a formação docente oportunizada pela atuação prática nos campos de estágio curricular supervisionado.

Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem. Prática Pedagógica.

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ABSTRACT

The present work of conclusion of course, is constituted by studies realized by the group of stage, in the period of Supervised Curricular Stage, of the Pedagogy Course, in the modality Distance, of UDESC - University of Santa Catarina. The internship took place in the fields of Early Childhood Education, Initial Years of Elementary Education and in the non-formal learning space, in this case the AEE - Specialized Educational Attendance room. In the fields of Early Childhood and Early Years of Elementary School, contextual readings about the school reality were carried out, as well as the elaboration of intervention projects, based on the instrumentalisation of didactic sequences, with activities that involved playfulness as a methodological practice to be Students and young children. For the ESA, a proposal was made of activities for students who attend this space and are visually impaired. The application of the intervention projects and the perceptions about this trajectory of internship, constitute the construction of this work, with the objective of reflecting on the teacher training offered by the practical action in the fields of supervised curricular internship.

Keywords: Ludicidade. Learning. Pedagogical Practice.

Page 10: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11

1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ESTÁGIO

CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE....

12

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁXIS PEDAGÓGICA NO ESTÁGIO

CURRICULAR SUPERVISONADO............................................................

14

2.1 O PERCURSO DO ESTÁGIO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL....................................................................................

15

2.1.1 Leitura de contexto e caracterização do campo nos Anos Iniciais................ 15

2.1.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente nos Anos

Iniciais................................................................................................................

16

2.1.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica nos Anos

Iniciais.................................................................................................................

18

2.2 O PERCURSO DO ESTÁGIO EM OUTROS ESPAÇOS

EDUCATIVOS.........................................................................................

20

2.2.1 Leitura de contexto e caracterização do campo em outros espaços

educativos..........................................................................................................

20

2.2.2 Elaboração e proposição do projeto de gestão em outros espaços

educativos..........................................................................................................

21

2.2.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica em outros espaços

educativos..........................................................................................................

22

2.3 O PERCURSO DO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL..................... 24

2.3.1 Leitura de contexto e caracterização do campo na Educação

Infantil...........

24

2.3.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente na Educação

Infantil................................................................................................................

25

2.3.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica na Educação

Infantil.........

27

3 CONTRIBUIÇÕES DOS CAMPOS DE ESTÁGIOS COMO ESPAÇO

DE FORMAÇÃO DOCENTE..................................................................

29

CONCLUSÃO............................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 33

APÊNDICES.................................................................................................................. 35

Page 11: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

11

INTRODUÇÃO

Durante o Curso de Pedagogia, tem-se a oportunidade de estar frente a frente com a

docência através do Estágio Curricular Supervisionado. Dividido em quatro momentos,

compõe uma trajetória que envolve observação, planejamento e prática pedagógica. Estes

momentos se fazem necessários para preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e

participantes na família, na comunidade, na vida cultural e política.

A cada momento do Estágio deparou-se com uma realidade diferente, exigindo um

referencial teórico diferente, leituras de contexto diferente, planejamento peculiar, que

pudesse atender a realidade e as necessidades dos campos de estágio. Assim o acadêmico

precisou durante este tempo, estar em constante pesquisa e planejamento, para desenvolver os

projetos de intervenção e assim realizar uma prática pedagógica significativa.

O Estágio Curricular Supervisionado foi realizado no campo do Ensino Fundamental,

junto aos anos iniciais; no campo da Educação Infantil e, em outros espaços educativos, de

aprendizagem não-formal. Constituiu-se em momentos de interação e socialização, tornando

possível que o acadêmico pudesse colocar em prática os conhecimentos produzidos ao longo

do curso.

Enquanto professor em formação, a oportunidade de refletir sobre realidade da escola,

com certeza contribui para abrir caminhos e concretizar o objetivo da educação, em torno da

aprendizagem para a vida cotidiana.

Este Trabalho de Conclusão de Curso apresenta o desenvolvimento deste período de

estágio, oportunizando discussões e reflexões sobre as práticas desenvolvidas. Sendo assim, o

presente trabalho será apresentado da seguinte forma:

No primeiro capítulo apresenta-se os pressupostos teóricos e metodológicos do estágio

curricular supervisionado na formação docente, apresentando a leitura de contexto, os projetos

de intervenção e as reflexões sobre os campos do Ensino Fundamental, da Educação Infantil e

os espaços de aprendizagem não-formal.

Como segundo capítulo, têm-se uma avaliação sobre a importância do período de

estágio e sua contribuição para a formação do docente, ao unir teoria e prática, através da

aplicação dos projetos de intervenção.

Para finalizar, apresenta-se as considerações finais, fazendo um apanhado geral sobre

o trabalho de conclusão para a formação do profissional da educação, o professor.

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1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ESTÁGIO

CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE

É através do estágio que vivemos uma interação com a unidade escolar, é através dela

que as teorias estudadas no Curso de Pedagogia são visualizadas e colocadas em prática,

sendo considerado um instrumento de pesquisa e reflexão que orienta a ação docente. O

Parecer n.º 21, de 2001, do Conselho Nacional de Educação, define o estágio:

Como um tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência,

alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e

depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação

pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente

institucional de trabalho e um aluno estagiário [...] é o momento de efetivar um

processo de ensino/aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo quando da

profissionalização deste estagiário. (BRASIL, 2001).

O estágio supervisionado é o primeiro contato do acadêmico com o seu futuro campo

de trabalho, fazendo parte da formação do professor. Ao observar o cotidiano escolar, e

buscar nas teorias condições para compreender a realidade se constrói a prática, percebendo

como a diversidade se faz presente, e como é importante a formação do professor. A interação

com a escola e com os alunos nos possibilita vivenciar a rotina escolar. “Estágios

supervisionados uma parte importante da relação trabalho-escola, teoria-prática, e eles podem

representar, em certa medida, o elo de articulação orgânica com a própria realidade”

(KULCSAR, 1991, p. 63).

O estágio permite observar que é essencial a vinculação da escola com as questões

sociais e com valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e tratamento dos

conteúdos, como também da própria organização escolar. As normas de funcionamento e os

valores, implícitos e explícitos, que regem a atuação das pessoas na escola são determinantes

da qualidade do ensino, interferindo de maneira significativa sobre a formação dos alunos.

Ao entrar nos campos de estágio se propõe ao estagiário o desenvolvimento de um

novo olhar sobre a unidade escolar, onde com base na realidade, começa a estabelecer

relações de competência entre os setores que a compõe, e serve para mostrar que o ensino-

aprendizagem é um caminho longo e cheio de obstáculos a se trilhar. O campo de estágio se

transforma então em um espaço de pesquisa.

Espaço de problematização das ciências gerais e específicas, em que a práxis

educativa é tomada como objeto de estudo e de compreensão da transição dos

conhecimentos puros para os conhecimentos tecnológicos aplicados à realidade

educativa. (SILVA, 2003, p. 17).

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Através da observação e acompanhamento é possível considerar os momentos de

estágio como uma fonte de pesquisa, de informação importante para a realização do

planejamento e idealização do projeto de intervenção, e para os futuros professores devem

estar abertos para novas experiências, tentando absorver sempre o melhor de cada situação.

A interdependência entre teoria e prática, oportunizou a junção dos estudos produzidos

ao longo do Curso de Pedagogia, mediante o acompanhamento da realidade educacional.

Promove ainda uma formação continuada, já que nos convida a refletir sobre nossa prática

sustentada por uma teoria.

Diante disto é possível constatar que a relação teorico-prática é essencial para realizar

um trabalho educativo consistente e significativo para os alunos, e que ao articular teoria e

prática, é que ocorre a práxis educativa.

O estágio foi um momento de pensar no nosso fazer pedagógico, atribuindo o real

valor deste momento, saindo do conceito limitado para o conceito amplo. A experiência

proporcionada pelo estágio amplia o significado da constituição de um profissional da área da

educação, complementa a formação acadêmica e confere subsídios para uma atuação

efetivamente democrática e transformadora, em que “[...] o trabalho instaura-se a partir do

momento em que seu agente antecipa mentalmente a finalidade da ação. Consequentemente, o

trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas uma ação adequada a finalidades. É, pois, uma

ação intencional” (SAVIANI, 2005, p. 11).

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁXIS PEDAGÓGICA NO ESTÁGIO

CURRICULAR SUPERVISONADO

A escola como espaço de formação precisa exercer o papel de formar cidadãos,

proporcionar aos alunos o conhecimento de que eles necessitam para viver e trabalhar neste

mundo em evolução, bem como orientá-los para que sejam capazes de intervir na sociedade e

nos problemas individuais e coletivos resultando em reflexos positivos na qualidade de vida

de todos.

O contexto que envolveu a práxis pedagógica durante o Estágio Curricular

Supervisionado teve como referencial teórico os documentos norteadores da educação como a

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN (BRASIL, 1996), os Parâmetros

Curriculares Nacionais - PCNs (BRASIL, 1998), os Referenciais Curriculares para a

Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998), dentre outros. Também foram importantes os

conhecimentos teóricos disponibilizados no decorrer do curso, que proporcionaram

entendimentos, compreensões e produções que permearam a elaboração e execução dos

projetos de intervenção.

As práticas pedagógicas foram desenvolvidas junto aos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, teve como tema ‘Brincando com as Palavras: O Lúdico como Ferramenta no

Desenvolvimento das Habilidades de Leitura e Escrita’, aplicado aos alunos do 3º ano do

Ensino Fundamental da Escola João Batista da Silva. Para a elaboração do Plano de Gestão

em outros espaços educativos desenvolveu-se a temática em torno do atendimento realizado

aos alunos com deficiência visual, em uma sala multifuncional de atendimento educacional

especializado (AEE).

No que diz respeito a Educação Infantil, o projeto de intervenção foi elaborado e

aplicado em uma turma de pré-escolar II, com crianças de idade entre 4 e 5 anos e meio, da

Escola Municipal João Batista da Silva a partir de situações que explorassem as ‘noções de

quantidade’ presentes no cotidiano.

Atender as expectativas e acompanhar o planejamento junto as questões determinantes

do currículo é um grande desafio, bem como compreender e elaborar sequencias didáticas que

atendam as reais necessidades dos alunos, e que contemplem a sua realidade escolar

observada durante o período de estágio. Esse foi um desafio que nos mobilizou a outras etapas

importantes em nossa formação docente, no curso de Pedagogia, que não cessa aqui.

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2.1 O PERCURSO DO ESTÁGIO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

2.1.1 Leitura de contexto e caracterização do campo nos Anos Iniciais

A escola que constituiu o espaço de nosso estágio foi a Escola Municipal João Batista

da Silva, que fica situada na rua Pedro Manuel Maia, no bairro Floresta, no município de

Braço do Norte/SC. Este contexto caracteriza-se por ser um bairro periférico, com

predominância de pessoas de baixa renda da cidade

A Escola Municipal João Batista da Silva atende crianças do pré-escolar da educação

infantil ao 5º ano do ensino fundamental e atende aproximadamente 250 alunos, número que

se altera pela frequente transferência de alunos, nos períodos matutino e vespertino. Este

contexto conta com nove salas de aula climatizadas, do pré-escolar ao 5º ano, uma sala de

recursos multifuncionais (AEE), um laboratório de informática uma biblioteca, uma cozinha,

banheiros, uma sala de direção, secretaria, apoio pedagógico, sala acessível, sala de vídeo,

pátio, e todas em condições de uso. A escola possui uma área cercada com parquinho infantil

e com alguns brinquedos, além do pátio que é um espaço coletivo. A biblioteca tem um

pequeno acervo de livros para as diferentes idades dos alunos. O laboratório de informática

conta com alguns computadores que não atendem suficientemente a demanda dos escolares. A

gestão da escola é composta por uma diretora e uma secretária escolar.

A escola recebe a cada ano um novo contingente de crianças que trazem consigo uma

realidade já marcada e de difícil modificação. Os professores tentam mudar a situação, mas as

oportunidades que perderam são quase irrecuperáveis. Assim, compreende-se que a função da

escola é possibilitar aos alunos uma formação humana, como cidadãos de direitos, que

carecem ser tratados com igualdade de oportunidades, respeitando as diferenças e suas

características que lhes são próprias.

A Escola Municipal João Batista da Silva se propõe a trabalhar dentro da proposta

curricular os temas transversais e interdisciplinares que conduzem o aluno ao conhecimento

real e prático para o seu bem viver, fundamentada na filosofia ‘Educação é o Futuro’.

O Projeto Político Pedagógico - PPP (BRAÇO DO NORTE, 2014) da escola abrange

tanto anos iniciais quanto educação infantil, mas não possui especificidades individuais para

cada área. Ele está em adaptação constante e tem como base o PPP da Secretaria Municipal de

Educação. A escola se baseia nas leis educacionais vigentes para ministrar a educação infantil

e o ensino fundamental, como LDBEN (BRASIL, 1996) no Estatuto da Criança e do

Adolescente – ECA (BRASIL, 1990) e na Constituição Federal (BRASIL, 1988).

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No Ensino Fundamental, a escola possui professores bem preparados e uma boa

estrutura, como salas com quadro negro, armários, carteiras na altura adequada pra cada

idade, além da biblioteca e da sala de informática, oferecendo assim um ambiente propício e

confortável para seus alunos.

Quanto à avaliação da aprendizagem, o aluno que não alcançar os objetivos propostos,

o professor oferecerá recuperação de forma contínua e paralela durante o ano letivo, em

parceria com os especialistas e direção, visando novas oportunidades de aprendizagem no

decorrer do período letivo e durante os trabalhos escolares normais de cada disciplina ou

atividades para superar as deficiências verificadas.

2.1.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente nos Anos Iniciais

O Tema escolhido para orientar o projeto de intervenção para os Anos Iniciais, surgiu

através da observação feita nas etapas de leitura de contexto na Escola Municipal João Batista

da Silva, que teve como tema: ‘Superando as Dificuldades de Leitura e Escrita nos Anos

Iniciais do Ensino Fundamental’, cujo título do projeto foi: ‘Brincando com as Palavras: O

Lúdico como Ferramenta no Desenvolvimento das Habilidades de Leitura e Escrita dos

Alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola João Batista da Silva’, descritas a partir

das necessidades elencadas em nossas observações.

As atividades selecionadas e aplicadas durante o projeto de intervenção foram

organizadas em duas sequências didáticas, de acordo com o nível de desenvolvimento da

turma e obedecendo a carga horária exigida no Estágio Curricular Supervisionado.

O domínio da leitura e da escrita deve ser o foco de aprendizagem deste ciclo, no

entanto, percebeu-se que a falta de estímulo e motivação por parte dos alunos não contribui

para a efetivação desta prática. A leitura e a escrita fazem parte da formação do homem, está

presente nas mais diferentes ações que realizamos todos os dias, mas para esta turma a

aprendizagem ainda é mecânica, forçada, por obrigação e sem contextualização, onde os

professores acabam por terem dificuldades em despertar o interesse dos alunos.

Diante desta dificuldade de estímulo e motivação e da necessidade de que os alunos

despertassem o gosto pela leitura e pela escrita, escolheu-se o seguinte tema para o projeto:

Superando as Dificuldades de Leitura e Escrita nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Para atender as expectativas deste tema o objetivo geral do projeto é o de estimular no aluno a

capacidade para a leitura e escrita através de uma prática descontraída e prazerosa,

despertando o gosto pela aprendizagem, possibilitando a formação de leitores competentes.

Page 17: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

17

As atividades desenvolvidas foram pensadas de forma que os alunos tivessem maior

interação e uma aprendizagem significativa.

Ao diversificar suas aulas e propor atividades que despertem a atenção dos alunos, o

professor ao mesmo tempo estará aproximando o aluno da escola, de maneira que o

mesmo sinta prazer e motivação em estar no ambiente escolar. É preciso que o

professor tenha definido seus objetivos de forma clara ao planejar suas aulas,

fazendo a união entre o ensino dos conteúdos e o lúdico, lembrando que deve

considerar sempre as particularidades e especificidades de seus alunos, valorizando

os ritmos de aprendizagem de cada um. (TOMAZ; SARTOR, 2010, p. 02).

A atividade foi direcionada para o gênero história em quadrinhos por oferecer um

conteúdo visual, divertido e com mensagens sobre temas diversos que contribuem para a

formação da cidadania. O trabalho com a história em quadrinhos abordou vários conteúdos

referentes a área da Língua Portuguesa proporcionando a leitura da história, a interpretação da

mensagem, a entonação de voz para a leitura e ainda o aperfeiçoamento de expressões bem

como o conhecimento a onomatopeia. Junto a história em quadrinhos foi possível ainda

trabalhar com operações matemáticas, dispostas em balões, problematizando as situações

vivencias pelos personagens. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, de Língua

Portuguesa.

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que

possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos

implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros já lidos, que saiba

que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar

a sua leitura a partir da localização de alimentos discursivos. (BRASIL, 1997, p. 54).

Nesta temática, envolvemos a ludicidade, com os conhecimentos geográficos que

também foram explorados, a partir a leitura cartográfica, da cultura presente em cada região

como a culinária, clima, atividade econômica, caraterísticas naturais.

A ludicidade na educação possibilita situações de aprendizagem que contribuem

para o desenvolvimento integral da criança, mas deve haver uma dosagem entre a

utilização do lúdico instrumental, isto é, a brincadeira com a finalidade de atingir

objetivos escolares, e também a forma de brincar espontaneamente, envolvendo o

prazer e o entretenimento, neste último, o lúdico essencial. (MARIA. et. al, 2009, p.

8).

Com a culinária foram apresentadas as receitas trazidas pelos alunos onde em um

momento de distração e conhecimento houve a socialização das descobertas. Aproveitando as

diferentes receitas, com os mais diversos ingredientes, pode-se explorar novamente as

operações matemáticas inserindo inclusive discussões sobre o conceito de dobro.

A ludicidade envolvida no planejamento e desenvolvida na prática administrada do

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18

contexto escolar ajuda nos processos escolares de aprendizagem, bem como no

desenvolvimento físico, afetivo ou intelectual dos alunos, ao mesmo tempo em estimula o

trabalho em grupo, o jogo e a brincadeira, na construção de novos conceitos e,

consequentemente, na mudança de atitude que caracteriza a aprendizagem significativa, que

faz sentido na vida cotidiana dos alunos.

2.1.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica nos Anos Iniciais

No decorrer do processo da ação docente, percebe-se que o trabalho com projetos traz

resultados surpreendentes. O trabalho desenvolvido com o projeto estimulou a leitura que

instigou o envolvimento e despertou nos alunos o gosto pela leitura e a escrita de forma

motivadora e prazerosa.

É de grande importância o papel do professor no desenvolvimento da habilidade de

leitura nas séries iniciais, pois desempenha função importante no processo ensino-

aprendizagem. Ao selecionar as leituras, o professor precisa levar em consideração critérios

como a variedade de gêneros, a motivação e o interesse do aluno. Nessa perspectiva, cabe aos

professores fazerem um elo entre o que a criança já aprendeu no seu dia a dia com os

conhecimentos adquiridos na sala. A mediação e o desenvolvimento da capacidade dos

alunos, que, posteriormente poderão resultar em atitudes críticas e coerentes, pertinentes ao

cidadão integral.

Desta forma, foi possível perceber o quanto é importante trabalhar com o

conhecimento prévio do aluno, em relação ao tema discutido. Neste sentido, também

percebemos que a construção dos sentidos só acontece a medida que conhecemos o “novo”,

apresentado, dialogue com o conhecimento “velho”, aquele conhecimento que é acumulado

individualmente no decorrer da vida.

Se quisermos formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos que estão a

sua volta, é preciso organizar o planejamento pedagógico de maneira que o aluno possa

vivenciar as diferentes modalidades de leitura: ler para informar-se, estudar, escrever ou

revisar o que produz, para divertir-se.

O processo de leitura se desenvolve dentro de um mundo de relações em que o aluno

interage. O professor que é o agente mediador de forma a construir uma linguagem

significativa que faça parte da vida dos alunos. A leitura e escrita são um componente de

sociabilidade, ligados aos traços culturais, e desenvolvidos de forma simultânea. Para Soares,

Page 19: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

19

[…] letramento é o que as pessoas fazem com as habilidades de leitura e escrita, em

um contexto específico, e como essas habilidades se relacionam com as

necessidades, valores e práticas sociais, ou seja, é o conjunto de práticas sociais

relacionadas à leitura e à escrita em que os indivíduos se envolvem em seu contexto

social. (SOARES, 1998, p. 72).

Para que o processo aconteça de forma positiva, é preciso saber o que significa o

termo leitura, tendo em vista que sua abrangência não é só ler um montante de palavras, mas

compreender e analisar os fatos de forma a ter a capacidade de contextualizá-los. A leitura e

escrita apresentaram então suas dificuldades como troca de letras, ausência de pontuação,

falta de entonação ao ler a história. Dificuldades que foram desaparecendo aos poucos através

de ações espontâneas de orientação e do empenho em desenvolver a atividade de forma

correta.

Assim, torna-se claro o quanto é importante trabalhar com análise textual e linguística

dentro do texto, o mesmo passa a ser analisado de forma reflexiva. A partir deste princípio, as

leituras do posto e dos implícitos foram trabalhadas com a finalidade de que os alunos

construam os sentidos de que leem. É preciso estimular o aluno a evoluir na construção de seu

conhecimento, planejar situações de aprendizagem, ajudando-o a superar seus conflitos,

avançando de um nível para outro, desenvolvendo a autoconfiança na sua capacidade de

aprender.

A mediação pedagógica é uma ação propiciadora/ propulsora de mudanças, tanto no

interior da escola, como nas práticas sociais dos sujeitos. O professor deve ser o articulador de

mediações do conhecimento, planejando atividades significativas para estabelecer atividades

significativas, efetivando a aprendizagem.

A onomatopeia presente no segundo momento chamou a atenção de todos, primeiro

pelo nome difícil, depois por estar sempre representada de forma visualmente exagerada, com

cores fortes e vibrantes. Foi importante a compreensão de que uma onomatopeia é utilizada

exatamente para chamar a atenção do leitor sobre determinado som, sentimento e mensagem e

que para a leitura exige uma entonação de voz diferente. Diante da história em quadrinhos foi

possível trabalhar junto aos alunos, a história em sequência, ora misturando a sequência de

acontecimentos, ora produzindo uma nova história a partir dar imagens. Também foi possível

perceber situações do cotidiano presente na história, em ações já vivenciadas por eles, ou que

tinham uma experiência semelhante para relatar. A identificação de outras áreas do

conhecimento, como a matemática presente na história, trouxe aos alunos a realidade de que

estavam trabalhando e construindo com os diferentes conhecimentos que mantém uma

dependência entre si, pois todos precisam de leitura e escrita para que aconteça a

Page 20: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

20

interpretação.

Por fim, considera-se que estar dentro da sala de aula é um desafio todos os dias para o

professor, ao mesmo tempo em que uma boa formação profissional lhe faz competente,

criativo e disposto a fazer a diferença diariamente para os olhinhos curiosos e ansiosos por

descobertas dos nossos alunos.

2.2 O PERCURSO DO ESTÁGIO EM OUTROS ESPAÇOS EDUCATIVOS

2.2.1 Leitura de contexto e caracterização do campo em outros espaços educativos

Existe no entorno da escola e da comunidade escolar outros espaços educativos que

proporcionam aprendizados diferentes, pois, atendem as necessidades de grupos específicos e

oferecem atividades direcionadas para estes grupos. A inclusão no ambiente educacional nos

mostra que há necessidade de que a sociedade se prepare para lidar com todas as pessoas. A

inclusão escolar apresenta a necessidade de que a escola se prepara para receber todos os

alunos.

Diante destes espaços, há que se citar a grande importância da inclusão escolar para a

sociedade. Atualmente a pessoa deficiente já faz parte de muitos espaços, e também há

espaços criados para ela, é a tão chamada acessibilidade. Mas será que a acessibilidade e

assistência acontece em todos os lugares?

A escola, como um espaço de integração e socialização seria o primeiro lugar para que

a inclusão se efetivasse, no entanto a realidade aponta para outra postura, devido a carência de

recursos, formação profissional, participação da família entre outros, o processo de inclusão

acaba comprometido e não acontecendo.

No campo de estágio em outros espaços educativos, o Plano de Gestão foi construído e

proposto junto a sala de AEE, conforme o Decreto n.º 7.611, de 17 de novembro, de 2011,

que dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras

providências, decreta:

Art. 1º O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será

efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem

discriminação e com base na igualdade de oportunidades;

VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que

maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de

inclusão plena;

Page 21: A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: …

21

Há um grande diferencial metodológico em que o papel do professor é aproximar os

conteúdos básicos, utilizando os recursos disponíveis, dos alunos com deficiência. Um dos

atendimentos que mais nos chamou a atenção foi sobre a deficiência visual. Para o ensino

regular é um grande desafio, considerando a necessidade de material adaptado para estes

alunos, mas não há preparo do professor para utilizá-lo.

A escola deve ser um espaço onde o conhecimento construtivo é cultivado e onde a

aprendizagem pode encontrar meios que o habilitem as futuras realizações, são também um

lugar de informação na direção de construção dos conhecimentos desejados rumo às

mudanças necessárias.

Por este motivo, no decorrer da leitura de contexto projetou-se dinâmicas com o

intuito de promover a parceria entre o professor de classe regular e demais membros da escola

com a professora do AEE, estabelecendo estratégias de ensino e recursos para alunos com

deficiência visual, integrando-os aos demais alunos da escola.

Conhecer a realidade e o contexto dos campos de estágio é de suma importância

durante o período de estágio, exatamente por proporcionar reflexões que fazem com que a

prática tenha significado para o futuro docente, para os alunos e para a comunidade escolar.

2.2.2 Elaboração e proposição do projeto de gestão em outros espaços educativos

O Projeto de Gestão foi desenvolvido junto ao AEE especificamente no trabalho

desenvolvido com alunos que apresentam a deficiência visual. Neste espaço há materiais

adaptados e a profissional possui qualificações para exercer e fazer parte deste trabalho.

Entretanto, a grande dificuldade está em conciliar as características do aluno com deficiência

visual aos processos de aprendizagem junto ao ensino regular. Verificou-se que além da falta

de conhecimento e experiência, não há profissional auxiliar, e o aluno acaba por ser excluído

de muitas atividades por falta destes recursos físicos e humanos.

Diante desta observação é que propomos o plano de gestão neste outro espaço

educativo, que tem como objetivo o de desenvolver a parceria entre o professor de classe

regular e demais membros da escola com a professora do AEE, estabelecendo estratégias de

ensino e recursos para alunos com deficiência visual, integrando-os aos demais alunos da

escola. As causas da deficiência visual, conforme Cavalcante (1995), variam de acordo com o

grau de desenvolvimento de um país, a situação econômica da população e as implicações no

atendimento básico de saúde, as campanhas de vacinação, e saneamento básico, entre outros.

O trabalho do professor do AEE deve estar sempre integrado ao trabalho do professor

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22

regular, proporcionando aos alunos com deficiência visual o sucesso do processo de ensino e

aprendizagem através da alfabetização, da manipulação de materiais adaptados, a exploração

de outros sentidos além da visão e também da socialização com os pares.

O plano de gestão junto ao AEE trouxe uma grande reflexão sobre o processo de

inclusão junto ao ensino regular, com relação aos deficientes visuais, fazendo-nos repensar

em práticas que proporcionem a este aluno com deficiência visual a convivência com seus

pares e garanta sua aprendizagem fazendo-se valer de material diversificado e da exploração

dos outros sentidos. Metodologias que também devem ser praticadas pelo professor do ensino

regular, para que aconteça a inclusão plena. Conforme o livro Atendimento Educacional

Especializado em Deficiência Visual (2007), alguns materiais que podem ser explorados junto

aos deficientes visuais:

- Materiais desportivos adaptados; bola de guizo e outros;

- Sistemas alternativos de comunicação: sistemas Braille, cartazes com escrita

ampliada;

- Textos escritos, com ilustrações táteis (diversas texturas: lixa, algodão, veludo),

auxiliando a compreensão;

- Posicionamento do aluno em sala de aula de modo a favorecer a escrita do

professor;

- Disposição do mobiliário escolar favorecendo a locomoção em sala de aula;

- Explicações verbais sobre o material visual apresentando em sala de aula;

- Adaptação de materiais escritos: tamanho das letras, relevo, softwares educativos

do tipo ampliado;

- Uso de maquinas de escrever Braille, bengala longa, livro falado, etc.

- Pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com

sintetizador de vozes.

-Apoio físico, verbal e instrucional pra viabilizar a orientação e mobilidade do aluno

cego. (CAMPOS. et.al. 2007, p. 56).

Quanto ao atendimento aos alunos com deficiência visual, percebe-se um grande

comprometimento por parte da escola e do professor do AEE, na busca por materiais e

procedimentos didático-metodológicos que possam estar favorecendo o desenvolvimento do

aluno, no âmbito da aprendizagem.

2.2.3 Análise reflexiva da elaboração e proposição do projeto de gestão em outros

espaços educativos

O ensino regular apresenta em sua organização curricular, pedagógica e metodológica

um conjunto de temáticas a serem desenvolvidas, que obedecem a legislação, a seriação e a

distribuição dos conteúdos necessários a aquisição da educação básica. Acredita-se que estes

conhecimentos devam ser ministrados com qualidade, e a fim de formar cidadãos atuantes e

participativos da sociedade.

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Com os alunos que possuem deficiência atender a estes pressupostos não parece ser

tão fácil, já que necessitam de atendimento educacional especializado, com recursos

diferenciados e preparação profissional para que as atividades sejam direcionadas e voltadas

para que aconteça a inclusão. Assim,

[...] promover a inclusão de deficientes significa, sobretudo, uma mudança de

postura e de olhar acerca da deficiência. Implica quebra de paradigmas,

reformulação do nosso sistema de ensino para a conquista de uma educação de

qualidade, na qual o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam

garantidos a todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessidades.

(SERRA, 2008, p.33).

Uma ação educativa comprometida com a cidadania e com a formação de uma

sociedade democrática e não excludente deve, necessariamente, promover o convívio com a

diversidade, que é a marca da vida social brasileira. Essa diversidade inclui não somente as

diversas culturas, os hábitos, os costumes, mas também as competências, as particularidades

de cada um.

Em relação aos alunos que possuem deficiência visual (baixa visão ou perda total da

visão) a situação é mais complicada, pois precisam ver o seu entorno com os olhos de outrem.

Dependem de outros para satisfazer suas necessidades, guiá-los orientá-los, e isto não se dá

somente no aspecto da locomoção, mas também na leitura de mundo, propriamente dita.

O que acontece com a maioria dos profissionais da educação do ensino regular é que

não estão preparados para exercer tal prática, ainda mais, quando este aluno com deficiência

visual está inserido em salas superlotadas, onde é impossível receber atendimento

diferenciado, ficando a disposição da boa vontade dos demais.

Desse modo, este plano de gestão buscou contribuir com esta formação dos

profissionais da educação regular proporcionando trocas de experiências entre estes e o

profissional do AEE que atende aos alunos com deficiência visual. A proposta, embora não

efetivamente executada, mostra a importância de superar a aprendizagem além do sentido da

visão, aprendendo a explorar os outros sentidos como a audição, o tato, o olfato, a exemplo de

atividades com colagem, textura, argila, podem ser realizadas no coletivo e o aluno com

deficiência visual pode fazer parte, manifestando suas habilidades e capacidades junto com a

turma. Consideramos, por fim, que a proposição do projeto de gestão, ou de qualquer outro

projeto educativo, precisa contar com a disponibilidade do profissional, em conhecer a

realidade do aluno com deficiência visual, como se relaciona com os demais, quais atividades

realiza no AEE, para então conseguir transformar o seu planejamento, adaptando as atividades

possíveis a participação de todos os alunos.

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24

2.3 O PERCURSO DO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

2.3.1 Leitura de contexto e caracterização do campo na Educação Infantil

A Escola João Batista da Silva, que se situa no bairro Floresta, um bairro periférico

com predominância de pessoas de baixa renda da cidade de Braço do Norte, a escola é bem

localizada fica ao lado da igreja e próximo ao posto de saúde e atende do pré-escolar ao 5º ano

do Ensino Fundamental. A instituição atende cerca de 250 alunos e conta com 9 salas de aula

climatizadas, do pré-escolar ao 5º ano, 01 sala de recursos multifuncionais (AEE), 01

laboratório de informática 01 biblioteca, uma cozinha, banheiros, uma sala de direção,

secretaria, apoio pedagógico, sala acessível, sala de vídeo, pátio, e todas em condições de uso.

A escola possui uma área cercada com parquinho e com alguns brinquedos, além do pátio que

é um espaço coletivo. A biblioteca possui um pequeno acervo de livros para as diferentes

idades dos alunos. O laboratório de informática conta com alguns computadores que não

atendem suficientemente a demanda. A gestão da escola conta uma diretora e uma secretária.

A escola oferta o pré-escolar em dois regimes o integral e o regular, sendo assim as

crianças matriculadas no pré-escolar integral são atendidas em um dos períodos pela

professora regente da turma que fica com a parte de iniciar a alfabetização e no contra turno

são atendidas por uma estagiária que fica responsável pela parte assistencial como higiene,

alimentação, brincadeiras e hora do descanso e para isto a escola disponibiliza colchões,

brinquedos e um parque cercado para que elas possam brincar.

Para a Educação Infantil, a escola organizar uma rotina diária, que se inicia com as

crianças chegando a Escola entre 12h30m e 12h45m. Neste momento são recebidas a

princípio pelas Agentes de Apoio, que guardam os pertences da criança nos nichos

identificados com seus nomes. As crianças dirigem-se então ao tatame, onde estão os demais

colegas. Algumas conversam sobre os brinquedos que trouxeram, outras brincam com peças

de montar que há na sala. As 13h a professora titular chega a sala. Por volta de 13h30 as

crianças são direcionadas a alguma atividade de escrita, contação de história, pintura, recorte

e ou colagem. As 15h15 é servido o lanche, feito no refeitório. Após o lanche acontece o

momento da higiene onde as crianças são encaminhadas ao lavatório para lavar as mãos e o

rosto. A partir das 16h há um cronograma de atividades que variam entre: brincar na caixa de

areia, brincar com os brinquedos da sala, brincar no parque e ou assistir a um filme em DVD.

Neste meio tempo também são feitas as trocas de roupa, e os pertences são guardados nas

mochilas e ou bolsas. Das 17h em diante os pais e ou responsáveis começam a levar as

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25

crianças para casa.

O desenvolvimento de projetos como o incentivo à leitura, atividades lúdicas e

desenvolvimento da coordenação motora, observando os professores exercendo sua profissão

percebemos um comprometimento no desenvolvimento educacional de todas as crianças,

como também o comprometimento de toda a equipe escolar dando o suporte necessário para

os professores, pais e alunos, com o objetivo de formar cidadãos capazes construir e participar

de uma sociedade melhor.

2.3.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente na Educação Infantil

Ao realizar a leitura de contexto na Escola Municipal João Batista da Silva, no bairro

Floresta, em uma turma de Pré-escolar Nível II, surgiu a proposta de estudar como as crianças

se apropriam das noções de quantidade no seu cotidiano e como a ludicidade pode auxiliar nas

construções e interpretações destas situações cotidianas. A escolha do tema veio ao encontro

do programa de ensino da Educação Infantil, em que as relações entre quantidades perfazem

sua vida diária, nas mais simples ações como colecionar figurinhas de álbum, compartilhar

objetos e alimentos, ou seja, sempre que seus conhecimentos são testados para resolver

situações problemas.

O objetivo deste projeto foi de desenvolver junto a Educação Infantil, noções de

quantidade, contribuindo para que o raciocínio lógico-matemático seja uma constante no

cotidiano das crianças a partir da observação, manuseio, agrupamento e formação de

conjuntos com objetos diversos, utilizando a ludicidade como metodologia para a apropriação

dos conceitos relativos a quantidade.

A turma escolhida para realizar a intervenção foi o pré-escolar II, com as crianças

entre quatro anos e meio e cinco anos e meio de idade, da Escola Municipal João Batista da

Silva, localizada no bairro Floresta, no município de Braço do Norte.

Tomando como base de conhecimento os documentos que tratam da Primeira Infância,

buscou-se desenvolver uma metodologia com base na ludicidade, contribuindo para o

desenvolvimento infantil. Analisar e refletir sobre o contexto que envolve a educação infantil,

no que diz respeito ao educar e cuidar, conciliando saberes importantes para a rotina escolar,

permeados de conhecimento e que são aplicados nas práticas cotidianas, utilizando assim

metodologias diversificadas, através de instrumentos como contação de história, jogos,

música, recorte, colagem, produção artística.

Os conhecimentos matemáticos fazem parte de uma prática cotidiana na vida das

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26

crianças, onde o contato com as situações matemáticas acontecem de forma involuntária,

assim faz-se necessário que este conhecimento seja vivenciado e aprofundado, pesquisando

sobre a lógica que a matemática oferece.

Acredita-se que desde cedo o jogos e brincadeiras são essenciais para o

desenvolvimento cognitivo da criança e, é através da brincadeira que ela constrói e

compreende a realidade onde está inserida, de uma forma agradável e motivadora,

desenvolvendo assim, várias habilidades, por isso o jogo está fortemente ligado ao raciocínio

lógico, pois oportuniza que se tenha atenção e que se estabeleçam nas atividades

desenvolvidas relações de quantidade, números, conjuntos e agrupamentos no decorrer da

atividade.

O trabalho com noções de quantidade, na educação infantil, precisa oferecer a criança

condições para comparar, registrar, descrever, observar e experimentar formas diferentes de

se relacionar com o conceito. Com base na oralidade e na representação simbólica, a criança

parte de condições presentes na sua realidade promovendo a socialização e o

compartilhamento de situações com os pares, dentro de um universo lúdico e integrado.

O projeto de intervenção foi desenvolvido através de atividades que atendem aos

preceitos do cuidar e do educar, presentes na realidade da educação infantil, através da

pesquisa-ação, onde o docente procura adequar o planejamento curricular com as práticas

cotidianas, atuando, orientando e contribuído de forma prática com o desenvolvimento das

crianças. A pesquisa-ação como uma das etapas do projeto de intervenção esteve presente no

contexto escolar, quando a “rotina rotineira”, se transformou em uma ação mediada, através

da ludicidade.

A sequência didática iniciou com a apresentação de todos a partir da dinâmica da teia.

Sentados em círculo e de posse de um novelo de lã, a primeira criança fala seu nome, segura a

ponta do novelo e o joga para outro colega, que também fala seu nome e joga para outro,

assim sucessivamente, já promovendo uma interação entre estagiárias o grupo.

Logo, iniciou-se uma roda de conversa sobre “receitas”, o que gerou inúmeras

respostas, de ao longo da sequência foram-se aprimorando os conhecimentos, compartilhando

receitas culinárias, desenvolvendo na praticidade uma receita de doces.

O trabalho com proporção e quantidade tornou-se muito significativo com a contação

da história, fazendo com que as crianças vivenciassem questionamentos, e pudessem ter

contato com a literatura infantil, o que enriquece o vocabulário, estabelece relações com a

realidade e se pode contextualizar os conceitos a serem apropriados e aplicados no cotidiano.

Os jogos realizados, agrupando colegas dentro dos arcos dispostos no pátio, tornou a

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aprendizagem prática, onde ficou evidente a construção da noção de quantidade, de dentro e

fora, mostrando agilidade, e preocupando-se em respeitar o espaço do outro, atendendo aos

princípios do educar e do cuidar presentes na Educação Infantil.

2.3.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica na Educação Infantil

Os documentos norteadores da Educação Infantil, que tornaram possível um

conhecimento e um planejamento de atividades condizentes e coerentes com a realidade, o

contexto e a linguagem que o campo exige, reafirmaram também as necessidades da

Educação Infantil, no que diz respeito a rotina estabelecida nas escolas. O período de

observação e leitura de contexto proporcionou uma aproximação da realidade escolar, muito

importante para se situar no campo de estágio, conhecendo a proposta pedagógica da

instituição, como funciona o aparato administrativo.

Também foi de extrema importância o conhecimento da rotina escolar, tão presente na

educação infantil e necessária para a formação das crianças em cidadãos comprometidos e

responsáveis com a sociedade. A análise e compreensão do contexto real torna-se um

elemento fundamental para a formação do profissional, que é parte integrante deste processo

de formação inicial, constituindo-se como espaço de relação entre teoria e prática.

O lúdico presente nas atividades desenvolvidas pode ser visto como uma das maneiras

mais eficazes de envolver a criança na aquisição de conhecimento, pois brincar é a sua forma

de trabalhar e descobrir o mundo em que ela está inserida. A atividade lúdica acaba então

desafiando a criança a um comportamento que vai além de sua capacidade real, fazendo com

que ela traga para a brincadeira a realidade que só consegue participar em sua imaginação. As

atividades lúdicas, que parecem apenas passatempo, na verdade, ajudam na aprendizagem ou

elaboração do conhecimento, possibilitando vivência e relações com o mundo cultural e

social.

A elaboração da sequência didática procurou atender as necessidades da criança,

atendendo ao contexto da escola da turma de pré-escolar de cinco anos. Porém ao desenvolver

a sequência surgiram outras necessidades, de adaptação de material, adaptação de espaço,

flexibilidade das estagiárias, falta de alunos, tornou a atividade difícil de ser executada. Ao

mesmo tempo em que o uso dos novos brinquedos contribuiu para o espírito de coletividade,

amenizando um pouco a visão egocêntrica que a criança tem, passando a dividir os espaços

com os outros, e percebendo que é muito mais gostoso quando brincar em grupo dá prazer.

Outro fator de grande importância, observada e vivenciada, foi a necessidade da

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musicalidade para dar ênfase ou introduzir um diálogo, pois através da música as crianças

apresentam a sua espontaneidade, desenvolvem também a oralidade, e a música traz um

significado lúdico para a atividade a ser realizada. A música representa uma importante fonte

de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança.

A contação de histórias é essencial para a Educação Infantil, sendo na história que a

criança se identifica com os personagens, consegue comparar situações, construir relações

lógicas entre a história e as práticas cotidianas. Consiste também em uma atividade de

extrema atenção, pois os pequenos ficam encantados com o desenvolvimento da história,

tentando supor o que acontecerá e ficando ansiosos com o desfecho final.

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3 CONTRIBUIÇÕES DOS CAMPOS DE ESTÁGIOS COMO ESPAÇO DE

FORMAÇÃO DOCENTE

O Estágio Curricular Supervisionado permite ao estagiário, um período de formação

docente teórico e prático, onde se estabelece um contato direto com a realidade escolar, dentro

e fora da sala de aula, na construção de sua prática pedagógica. Para Pimenta e Lima (2011,

p.23)

[...] o papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para analise e

investigação que permitam questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos

sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que

as teorias são explicações sempre provisórias da realidade.

Para isto, o professor deve estar sempre buscando novos conhecimentos, se

atualizando e observando sempre em cada aluno sua individualidade.

O contato direito com os campos de estágio oportunizou conhecimentos acerca de um

processo que implicou em observação, reflexão, análise e propostas de soluções para as

dificuldades que se enfrentam, cotidianamente, no espaço escolar.

Entende-se que, dentro da conjuntura do saber-fazer pedagógico, é importante que

teoria e prática caminhem juntas no sentido de um enriquecimento do trabalho pedagógico. A

teoria surge a partir de indagações e busca de respostas para questões advindas da prática.

Entretanto, na rotina escolar, frequentemente ocorre um descompasso entre a teoria e a

prática, sendo este fator de interferência negativa no processo de apropriação de

conhecimentos dos professores. Diante disto, a “formação de professores construída dentro da

profissão, isto é, baseada numa combinação complexa de contributos científicos, pedagógicos

e técnicos, mas que tem como âncora os próprios professores” (NÓVOA, 2011. p. 10).

O mesmo autor considera que a formação continuada deve pautar-se em dois pilares: a

própria pessoa do professor, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional

permanente, pois todo professor deve ver a escola não somente como o lugar onde ele ensina,

mas onde ele próprio também aprende.

Buscou-se, portanto, a participação através da reflexão de nossa própria prática

docente com vistas a organizar um projeto de intervenção significativo para o espaço e tempo

dos campos de estágio, buscando novos sentidos sobre o saber- fazer pedagógico. O período

de estágio foi um processo coletivo (professores e pesquisadores) de conhecer, refletir,

analisar, planejar, intervir e agir para promover as soluções sobre o que se esperava

transformar.

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30

Partindo desta compreensão, a abordagem metodológica que atendeu aos pressupostos

desta pesquisa, foi oportunizada pela pesquisa-ação ou pesquisa participante. Segundo Naves

(2011, p. 20):

A pesquisa-ação, também conhecida como pesquisa participante, é uma opção

metodológica em que o pesquisador convive, no campo da investigação, com os

sujeitos pesquisados, buscando, com eles, detectar os problemas e as possíveis

soluções. Ele pretende intervir na realidade, fazendo as coisas acontecerem, para

entender o que realmente acontece e como acontece. Isso porque esse pesquisador

acredita que tais problemas devem ser compreendidos em seu dinamismo e que, para

serem superados, precisam ser enfrentados como processos em curso, envolvendo

todos os participantes.

Contribuindo para a formação docente, durante o estágio foi possível inclusive

identificar as dificuldades de determinados alunos a partir da observação do material

apresentado ou durante o estudo dirigido e momentos de discussão.

Atender ao público infantil ou adolescente, requer que saibamos de suas necessidades,

como funcionam suas capacidades e como desempenham suas habilidades. Para tanto, o

estágio contribuiu para nos fornecer subsídios, capazes de observar atentamente nossos

alunos, e assim entender suas dificuldades, partindo de princípios outrora construídos por

pessoas que pesquisaram o comportamento humano, e teceram teorias que ajudaram na

solução de seus problemas.

A atuação nos campos de estágio também levou ao entendimento de que a ludicidade é

uma metodologia, um instrumento que deve fazer parte da pratica pedagógica constantemente,

promovendo ao aluno uma aprendizagem espontânea e pratica. Para a Educação Infantil como

parte integrante do educar e cuidar, dando oportunidades de desenvolvimento físico, psico,

motor, estimulando as relações sociais e incentivando o respeito a diversidade que nos rodeia.

[...] A professora que vivencia o lúdico no seu cotidiano escolar, valoriza o lúdico

por si só e proporciona a si mesma e aos alunos a vivência do lúdico. Ao passo que,

uma professora que apresenta dificuldades corporais, que valoriza o lúdico como um

fim pedagógico, que não goste de brincar, dificilmente desenvolverá uma vivência

lúdica, impossibilitando os seus alunos de vivenciar a ludicidade. (SILVA, 2011, p.

9).

Professores que não oportunizam a vivência do lúdico aos alunos, acabam

prejudicando seu desenvolvimento social e intelectual, já que é nas atividades lúdicas que as

crianças criam vínculos entre si e elevam sua autoestima.

No exercer a pedagogia deve-se vivenciar as diversas situações do contexto escolar, a

interação professor/criança e criança/criança, relações no ensino fundamental interpessoais e

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curriculares, remetem parta um observar, refletir e pontuar metas de qualidade que

contribuam para o desenvolvimento integral em todas as esferas educacionais.

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CONCLUSÃO

“[...] quando vivenciamos a prática de ensinar

e aprender de forma autêntica, a experiência

torna-se extremamente enriquecedora”.

(FREIRE, 2004, p. 13).

A partir deste Trabalho de Conclusão de Curso pode-se perceber a importância do

docente enquanto formação, construção e produção de conhecimentos nos espaços de

aprendizagem.

Procura conhecer os espaços de aprendizagem a partir da leitura de contexto é situar o

estagiário para que o mesmo não se sinta confuso diante da logística educacional, que difere

em muito das empresas, do comércio ou de outros setores, pois na educação o produto, o

resultado e o desenvolvimento está na formação de pessoas.

Refletir sobre o contexto escolar, permitiu então elaborar os projetos de intervenção,

tomando por base os conhecimentos adquiridos junto as Legislações que regem a Educação

Básica, par então compreender a organização curricular dos níveis de ensino, junto aos

campos de estágio.

Para a formação docente é imprescindível se tonar um constante pesquisador,

buscando aprimorar as práticas, diversificando as atividades, produzindo o conhecimento

junto aos educandos e a crianças pequenas de forma significativa, contribuindo para a

transformação do seu cotidiano, a partir de novas atitudes e apropriações de conceitos por eles

produzidos.

Olha a educação com dedicação, com comprometimento, estabelecendo com a sua

profissão um vínculo de satisfação ao acompanhar o desenvolvimento e crescimento dos

estudantes que são sua responsabilidade. A educação não pode ser vista como qualquer tipo

de emprego, o profissional docente deve buscar não só a valorização monetária, mas sim a

valorização pelas suas ações, pela sua preocupação e construção de conhecimentos, tornando-

se sempre protagonista de seu fazer pedagógico.

Assim, o período de estágio, constribuiu para uma trajetória signicativa em nossas

vidas, oportunizando que o crescimento profissional e pessoal caminhassem de mãos dadas, e

resultasse em uma formação humanizada, um docente que no futuro atuará no campo de

trabalho com esforço, responsabilidade e satisfação.

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APÊNDICES