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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - CEAD CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA
A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco
Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio
BRAÇO DO NORTE
2017
Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco
Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio
A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia a Distância, do Centro de Educação a Distância, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.
Orientador(a): Cleia Demétrio Pereira
BRAÇO DO NORTE 2017
Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco
Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio
A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi
julgado adequado à obtenção do título de
Licenciado em Pedagogia e aprovado em sua
forma final pelo Curso de Pedagogia, do Centro
de Educação a Distância, da Universidade do
Estado de Santa Catarina.
Orientador(a) : ______________________________________________________
CLEIA DEMÉTRIO PEREIRA
Titulação: Mestre em Educação
IES de origem: Universidade do Estado de Santa Catarina
Local, data (26/06/2017)
Ana Paula da Silva Ferreira Joicimara Pacheco
Sabrina Medeiros Guimarães Sirlani Querino Nunes Tyane Oenning Inácio
A INSERÇÃO DO LÚDICO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia, da
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC –, como requisito parcial para a obtenção
do título de Professor da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
____________________________________________________________
Orientadora: Cléia Demétrio Pereira
Titulação: Mestre em Educação
IES: Universidade do Estado de Santa Catarina
_____________________________________________________
Co-orientadora:
_______________________________________________________
Membro:
Dedicatória
Aos colegas de profissão que se preparam e assumem a educação com qualificação, comprometimento e paixão!
AGRADECIMENTOS
Sinceramente a Deus, pelo dom da vida.
Honestamente aos familiares, por acreditarem no sonho.
Aos pais pela educação e responsabilidade.
A Instituição UDESC, pelo aprendizado.
A UAB por proporcionar o acesso ao ensino superior.
A orientadora Cléia Demétrio Pereira por acompanhar esta trajetória.
“A persistência é o caminho do êxito”.
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso, constitui-se por estudos realizados pelo grupo de estágio, no período de Estágio Curricular Supervisionado, do Curso de Pedagogia, na modalidade a Distância, da UDESC – Universidade de Santa Catarina. O estágio aconteceu nos campos da Educação Infantil, dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e no espaço não-formal de aprendizagem, neste caso a sala de AEE – Atendimento Educacional Especializado. Nos campos da Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental foram realizadas leituras de contexto acerca da realidade escolar, bem como a elaboração dos projetos de intervenção, a partir da instrumentalização de sequências didáticas, com atividades que envolveram a ludicidade como prática metodológica a ser executada junto aos alunos e as crianças pequenas. Para o AEE, elaborou-se uma proposta de atividades para os alunos que frequentam este espaço e possuem deficiência visual. A aplicação dos projetos de intervenção e as percepções sobre esta trajetória de estágio, perfazem a construção deste trabalho, com o objetivo de refletir sobre a formação docente oportunizada pela atuação prática nos campos de estágio curricular supervisionado.
Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem. Prática Pedagógica.
ABSTRACT
The present work of conclusion of course, is constituted by studies realized by the group of stage, in the period of Supervised Curricular Stage, of the Pedagogy Course, in the modality Distance, of UDESC - University of Santa Catarina. The internship took place in the fields of Early Childhood Education, Initial Years of Elementary Education and in the non-formal learning space, in this case the AEE - Specialized Educational Attendance room. In the fields of Early Childhood and Early Years of Elementary School, contextual readings about the school reality were carried out, as well as the elaboration of intervention projects, based on the instrumentalisation of didactic sequences, with activities that involved playfulness as a methodological practice to be Students and young children. For the ESA, a proposal was made of activities for students who attend this space and are visually impaired. The application of the intervention projects and the perceptions about this trajectory of internship, constitute the construction of this work, with the objective of reflecting on the teacher training offered by the practical action in the fields of supervised curricular internship.
Keywords: Ludicidade. Learning. Pedagogical Practice.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11
1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE....
12
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁXIS PEDAGÓGICA NO ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISONADO............................................................
14
2.1 O PERCURSO DO ESTÁGIO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL....................................................................................
15
2.1.1 Leitura de contexto e caracterização do campo nos Anos Iniciais................ 15
2.1.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente nos Anos
Iniciais................................................................................................................
16
2.1.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica nos Anos
Iniciais.................................................................................................................
18
2.2 O PERCURSO DO ESTÁGIO EM OUTROS ESPAÇOS
EDUCATIVOS.........................................................................................
20
2.2.1 Leitura de contexto e caracterização do campo em outros espaços
educativos..........................................................................................................
20
2.2.2 Elaboração e proposição do projeto de gestão em outros espaços
educativos..........................................................................................................
21
2.2.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica em outros espaços
educativos..........................................................................................................
22
2.3 O PERCURSO DO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL..................... 24
2.3.1 Leitura de contexto e caracterização do campo na Educação
Infantil...........
24
2.3.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente na Educação
Infantil................................................................................................................
25
2.3.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica na Educação
Infantil.........
27
3 CONTRIBUIÇÕES DOS CAMPOS DE ESTÁGIOS COMO ESPAÇO
DE FORMAÇÃO DOCENTE..................................................................
29
CONCLUSÃO............................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 33
APÊNDICES.................................................................................................................. 35
11
INTRODUÇÃO
Durante o Curso de Pedagogia, tem-se a oportunidade de estar frente a frente com a
docência através do Estágio Curricular Supervisionado. Dividido em quatro momentos,
compõe uma trajetória que envolve observação, planejamento e prática pedagógica. Estes
momentos se fazem necessários para preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e
participantes na família, na comunidade, na vida cultural e política.
A cada momento do Estágio deparou-se com uma realidade diferente, exigindo um
referencial teórico diferente, leituras de contexto diferente, planejamento peculiar, que
pudesse atender a realidade e as necessidades dos campos de estágio. Assim o acadêmico
precisou durante este tempo, estar em constante pesquisa e planejamento, para desenvolver os
projetos de intervenção e assim realizar uma prática pedagógica significativa.
O Estágio Curricular Supervisionado foi realizado no campo do Ensino Fundamental,
junto aos anos iniciais; no campo da Educação Infantil e, em outros espaços educativos, de
aprendizagem não-formal. Constituiu-se em momentos de interação e socialização, tornando
possível que o acadêmico pudesse colocar em prática os conhecimentos produzidos ao longo
do curso.
Enquanto professor em formação, a oportunidade de refletir sobre realidade da escola,
com certeza contribui para abrir caminhos e concretizar o objetivo da educação, em torno da
aprendizagem para a vida cotidiana.
Este Trabalho de Conclusão de Curso apresenta o desenvolvimento deste período de
estágio, oportunizando discussões e reflexões sobre as práticas desenvolvidas. Sendo assim, o
presente trabalho será apresentado da seguinte forma:
No primeiro capítulo apresenta-se os pressupostos teóricos e metodológicos do estágio
curricular supervisionado na formação docente, apresentando a leitura de contexto, os projetos
de intervenção e as reflexões sobre os campos do Ensino Fundamental, da Educação Infantil e
os espaços de aprendizagem não-formal.
Como segundo capítulo, têm-se uma avaliação sobre a importância do período de
estágio e sua contribuição para a formação do docente, ao unir teoria e prática, através da
aplicação dos projetos de intervenção.
Para finalizar, apresenta-se as considerações finais, fazendo um apanhado geral sobre
o trabalho de conclusão para a formação do profissional da educação, o professor.
12
1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE
É através do estágio que vivemos uma interação com a unidade escolar, é através dela
que as teorias estudadas no Curso de Pedagogia são visualizadas e colocadas em prática,
sendo considerado um instrumento de pesquisa e reflexão que orienta a ação docente. O
Parecer n.º 21, de 2001, do Conselho Nacional de Educação, define o estágio:
Como um tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência,
alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e
depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação
pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente
institucional de trabalho e um aluno estagiário [...] é o momento de efetivar um
processo de ensino/aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo quando da
profissionalização deste estagiário. (BRASIL, 2001).
O estágio supervisionado é o primeiro contato do acadêmico com o seu futuro campo
de trabalho, fazendo parte da formação do professor. Ao observar o cotidiano escolar, e
buscar nas teorias condições para compreender a realidade se constrói a prática, percebendo
como a diversidade se faz presente, e como é importante a formação do professor. A interação
com a escola e com os alunos nos possibilita vivenciar a rotina escolar. “Estágios
supervisionados uma parte importante da relação trabalho-escola, teoria-prática, e eles podem
representar, em certa medida, o elo de articulação orgânica com a própria realidade”
(KULCSAR, 1991, p. 63).
O estágio permite observar que é essencial a vinculação da escola com as questões
sociais e com valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e tratamento dos
conteúdos, como também da própria organização escolar. As normas de funcionamento e os
valores, implícitos e explícitos, que regem a atuação das pessoas na escola são determinantes
da qualidade do ensino, interferindo de maneira significativa sobre a formação dos alunos.
Ao entrar nos campos de estágio se propõe ao estagiário o desenvolvimento de um
novo olhar sobre a unidade escolar, onde com base na realidade, começa a estabelecer
relações de competência entre os setores que a compõe, e serve para mostrar que o ensino-
aprendizagem é um caminho longo e cheio de obstáculos a se trilhar. O campo de estágio se
transforma então em um espaço de pesquisa.
Espaço de problematização das ciências gerais e específicas, em que a práxis
educativa é tomada como objeto de estudo e de compreensão da transição dos
conhecimentos puros para os conhecimentos tecnológicos aplicados à realidade
educativa. (SILVA, 2003, p. 17).
13
Através da observação e acompanhamento é possível considerar os momentos de
estágio como uma fonte de pesquisa, de informação importante para a realização do
planejamento e idealização do projeto de intervenção, e para os futuros professores devem
estar abertos para novas experiências, tentando absorver sempre o melhor de cada situação.
A interdependência entre teoria e prática, oportunizou a junção dos estudos produzidos
ao longo do Curso de Pedagogia, mediante o acompanhamento da realidade educacional.
Promove ainda uma formação continuada, já que nos convida a refletir sobre nossa prática
sustentada por uma teoria.
Diante disto é possível constatar que a relação teorico-prática é essencial para realizar
um trabalho educativo consistente e significativo para os alunos, e que ao articular teoria e
prática, é que ocorre a práxis educativa.
O estágio foi um momento de pensar no nosso fazer pedagógico, atribuindo o real
valor deste momento, saindo do conceito limitado para o conceito amplo. A experiência
proporcionada pelo estágio amplia o significado da constituição de um profissional da área da
educação, complementa a formação acadêmica e confere subsídios para uma atuação
efetivamente democrática e transformadora, em que “[...] o trabalho instaura-se a partir do
momento em que seu agente antecipa mentalmente a finalidade da ação. Consequentemente, o
trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas uma ação adequada a finalidades. É, pois, uma
ação intencional” (SAVIANI, 2005, p. 11).
14
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁXIS PEDAGÓGICA NO ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISONADO
A escola como espaço de formação precisa exercer o papel de formar cidadãos,
proporcionar aos alunos o conhecimento de que eles necessitam para viver e trabalhar neste
mundo em evolução, bem como orientá-los para que sejam capazes de intervir na sociedade e
nos problemas individuais e coletivos resultando em reflexos positivos na qualidade de vida
de todos.
O contexto que envolveu a práxis pedagógica durante o Estágio Curricular
Supervisionado teve como referencial teórico os documentos norteadores da educação como a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN (BRASIL, 1996), os Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs (BRASIL, 1998), os Referenciais Curriculares para a
Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998), dentre outros. Também foram importantes os
conhecimentos teóricos disponibilizados no decorrer do curso, que proporcionaram
entendimentos, compreensões e produções que permearam a elaboração e execução dos
projetos de intervenção.
As práticas pedagógicas foram desenvolvidas junto aos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, teve como tema ‘Brincando com as Palavras: O Lúdico como Ferramenta no
Desenvolvimento das Habilidades de Leitura e Escrita’, aplicado aos alunos do 3º ano do
Ensino Fundamental da Escola João Batista da Silva. Para a elaboração do Plano de Gestão
em outros espaços educativos desenvolveu-se a temática em torno do atendimento realizado
aos alunos com deficiência visual, em uma sala multifuncional de atendimento educacional
especializado (AEE).
No que diz respeito a Educação Infantil, o projeto de intervenção foi elaborado e
aplicado em uma turma de pré-escolar II, com crianças de idade entre 4 e 5 anos e meio, da
Escola Municipal João Batista da Silva a partir de situações que explorassem as ‘noções de
quantidade’ presentes no cotidiano.
Atender as expectativas e acompanhar o planejamento junto as questões determinantes
do currículo é um grande desafio, bem como compreender e elaborar sequencias didáticas que
atendam as reais necessidades dos alunos, e que contemplem a sua realidade escolar
observada durante o período de estágio. Esse foi um desafio que nos mobilizou a outras etapas
importantes em nossa formação docente, no curso de Pedagogia, que não cessa aqui.
15
2.1 O PERCURSO DO ESTÁGIO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.1.1 Leitura de contexto e caracterização do campo nos Anos Iniciais
A escola que constituiu o espaço de nosso estágio foi a Escola Municipal João Batista
da Silva, que fica situada na rua Pedro Manuel Maia, no bairro Floresta, no município de
Braço do Norte/SC. Este contexto caracteriza-se por ser um bairro periférico, com
predominância de pessoas de baixa renda da cidade
A Escola Municipal João Batista da Silva atende crianças do pré-escolar da educação
infantil ao 5º ano do ensino fundamental e atende aproximadamente 250 alunos, número que
se altera pela frequente transferência de alunos, nos períodos matutino e vespertino. Este
contexto conta com nove salas de aula climatizadas, do pré-escolar ao 5º ano, uma sala de
recursos multifuncionais (AEE), um laboratório de informática uma biblioteca, uma cozinha,
banheiros, uma sala de direção, secretaria, apoio pedagógico, sala acessível, sala de vídeo,
pátio, e todas em condições de uso. A escola possui uma área cercada com parquinho infantil
e com alguns brinquedos, além do pátio que é um espaço coletivo. A biblioteca tem um
pequeno acervo de livros para as diferentes idades dos alunos. O laboratório de informática
conta com alguns computadores que não atendem suficientemente a demanda dos escolares. A
gestão da escola é composta por uma diretora e uma secretária escolar.
A escola recebe a cada ano um novo contingente de crianças que trazem consigo uma
realidade já marcada e de difícil modificação. Os professores tentam mudar a situação, mas as
oportunidades que perderam são quase irrecuperáveis. Assim, compreende-se que a função da
escola é possibilitar aos alunos uma formação humana, como cidadãos de direitos, que
carecem ser tratados com igualdade de oportunidades, respeitando as diferenças e suas
características que lhes são próprias.
A Escola Municipal João Batista da Silva se propõe a trabalhar dentro da proposta
curricular os temas transversais e interdisciplinares que conduzem o aluno ao conhecimento
real e prático para o seu bem viver, fundamentada na filosofia ‘Educação é o Futuro’.
O Projeto Político Pedagógico - PPP (BRAÇO DO NORTE, 2014) da escola abrange
tanto anos iniciais quanto educação infantil, mas não possui especificidades individuais para
cada área. Ele está em adaptação constante e tem como base o PPP da Secretaria Municipal de
Educação. A escola se baseia nas leis educacionais vigentes para ministrar a educação infantil
e o ensino fundamental, como LDBEN (BRASIL, 1996) no Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA (BRASIL, 1990) e na Constituição Federal (BRASIL, 1988).
16
No Ensino Fundamental, a escola possui professores bem preparados e uma boa
estrutura, como salas com quadro negro, armários, carteiras na altura adequada pra cada
idade, além da biblioteca e da sala de informática, oferecendo assim um ambiente propício e
confortável para seus alunos.
Quanto à avaliação da aprendizagem, o aluno que não alcançar os objetivos propostos,
o professor oferecerá recuperação de forma contínua e paralela durante o ano letivo, em
parceria com os especialistas e direção, visando novas oportunidades de aprendizagem no
decorrer do período letivo e durante os trabalhos escolares normais de cada disciplina ou
atividades para superar as deficiências verificadas.
2.1.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente nos Anos Iniciais
O Tema escolhido para orientar o projeto de intervenção para os Anos Iniciais, surgiu
através da observação feita nas etapas de leitura de contexto na Escola Municipal João Batista
da Silva, que teve como tema: ‘Superando as Dificuldades de Leitura e Escrita nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental’, cujo título do projeto foi: ‘Brincando com as Palavras: O
Lúdico como Ferramenta no Desenvolvimento das Habilidades de Leitura e Escrita dos
Alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola João Batista da Silva’, descritas a partir
das necessidades elencadas em nossas observações.
As atividades selecionadas e aplicadas durante o projeto de intervenção foram
organizadas em duas sequências didáticas, de acordo com o nível de desenvolvimento da
turma e obedecendo a carga horária exigida no Estágio Curricular Supervisionado.
O domínio da leitura e da escrita deve ser o foco de aprendizagem deste ciclo, no
entanto, percebeu-se que a falta de estímulo e motivação por parte dos alunos não contribui
para a efetivação desta prática. A leitura e a escrita fazem parte da formação do homem, está
presente nas mais diferentes ações que realizamos todos os dias, mas para esta turma a
aprendizagem ainda é mecânica, forçada, por obrigação e sem contextualização, onde os
professores acabam por terem dificuldades em despertar o interesse dos alunos.
Diante desta dificuldade de estímulo e motivação e da necessidade de que os alunos
despertassem o gosto pela leitura e pela escrita, escolheu-se o seguinte tema para o projeto:
Superando as Dificuldades de Leitura e Escrita nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Para atender as expectativas deste tema o objetivo geral do projeto é o de estimular no aluno a
capacidade para a leitura e escrita através de uma prática descontraída e prazerosa,
despertando o gosto pela aprendizagem, possibilitando a formação de leitores competentes.
17
As atividades desenvolvidas foram pensadas de forma que os alunos tivessem maior
interação e uma aprendizagem significativa.
Ao diversificar suas aulas e propor atividades que despertem a atenção dos alunos, o
professor ao mesmo tempo estará aproximando o aluno da escola, de maneira que o
mesmo sinta prazer e motivação em estar no ambiente escolar. É preciso que o
professor tenha definido seus objetivos de forma clara ao planejar suas aulas,
fazendo a união entre o ensino dos conteúdos e o lúdico, lembrando que deve
considerar sempre as particularidades e especificidades de seus alunos, valorizando
os ritmos de aprendizagem de cada um. (TOMAZ; SARTOR, 2010, p. 02).
A atividade foi direcionada para o gênero história em quadrinhos por oferecer um
conteúdo visual, divertido e com mensagens sobre temas diversos que contribuem para a
formação da cidadania. O trabalho com a história em quadrinhos abordou vários conteúdos
referentes a área da Língua Portuguesa proporcionando a leitura da história, a interpretação da
mensagem, a entonação de voz para a leitura e ainda o aperfeiçoamento de expressões bem
como o conhecimento a onomatopeia. Junto a história em quadrinhos foi possível ainda
trabalhar com operações matemáticas, dispostas em balões, problematizando as situações
vivencias pelos personagens. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, de Língua
Portuguesa.
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que
possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos
implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros já lidos, que saiba
que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar
a sua leitura a partir da localização de alimentos discursivos. (BRASIL, 1997, p. 54).
Nesta temática, envolvemos a ludicidade, com os conhecimentos geográficos que
também foram explorados, a partir a leitura cartográfica, da cultura presente em cada região
como a culinária, clima, atividade econômica, caraterísticas naturais.
A ludicidade na educação possibilita situações de aprendizagem que contribuem
para o desenvolvimento integral da criança, mas deve haver uma dosagem entre a
utilização do lúdico instrumental, isto é, a brincadeira com a finalidade de atingir
objetivos escolares, e também a forma de brincar espontaneamente, envolvendo o
prazer e o entretenimento, neste último, o lúdico essencial. (MARIA. et. al, 2009, p.
8).
Com a culinária foram apresentadas as receitas trazidas pelos alunos onde em um
momento de distração e conhecimento houve a socialização das descobertas. Aproveitando as
diferentes receitas, com os mais diversos ingredientes, pode-se explorar novamente as
operações matemáticas inserindo inclusive discussões sobre o conceito de dobro.
A ludicidade envolvida no planejamento e desenvolvida na prática administrada do
18
contexto escolar ajuda nos processos escolares de aprendizagem, bem como no
desenvolvimento físico, afetivo ou intelectual dos alunos, ao mesmo tempo em estimula o
trabalho em grupo, o jogo e a brincadeira, na construção de novos conceitos e,
consequentemente, na mudança de atitude que caracteriza a aprendizagem significativa, que
faz sentido na vida cotidiana dos alunos.
2.1.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica nos Anos Iniciais
No decorrer do processo da ação docente, percebe-se que o trabalho com projetos traz
resultados surpreendentes. O trabalho desenvolvido com o projeto estimulou a leitura que
instigou o envolvimento e despertou nos alunos o gosto pela leitura e a escrita de forma
motivadora e prazerosa.
É de grande importância o papel do professor no desenvolvimento da habilidade de
leitura nas séries iniciais, pois desempenha função importante no processo ensino-
aprendizagem. Ao selecionar as leituras, o professor precisa levar em consideração critérios
como a variedade de gêneros, a motivação e o interesse do aluno. Nessa perspectiva, cabe aos
professores fazerem um elo entre o que a criança já aprendeu no seu dia a dia com os
conhecimentos adquiridos na sala. A mediação e o desenvolvimento da capacidade dos
alunos, que, posteriormente poderão resultar em atitudes críticas e coerentes, pertinentes ao
cidadão integral.
Desta forma, foi possível perceber o quanto é importante trabalhar com o
conhecimento prévio do aluno, em relação ao tema discutido. Neste sentido, também
percebemos que a construção dos sentidos só acontece a medida que conhecemos o “novo”,
apresentado, dialogue com o conhecimento “velho”, aquele conhecimento que é acumulado
individualmente no decorrer da vida.
Se quisermos formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos que estão a
sua volta, é preciso organizar o planejamento pedagógico de maneira que o aluno possa
vivenciar as diferentes modalidades de leitura: ler para informar-se, estudar, escrever ou
revisar o que produz, para divertir-se.
O processo de leitura se desenvolve dentro de um mundo de relações em que o aluno
interage. O professor que é o agente mediador de forma a construir uma linguagem
significativa que faça parte da vida dos alunos. A leitura e escrita são um componente de
sociabilidade, ligados aos traços culturais, e desenvolvidos de forma simultânea. Para Soares,
19
[…] letramento é o que as pessoas fazem com as habilidades de leitura e escrita, em
um contexto específico, e como essas habilidades se relacionam com as
necessidades, valores e práticas sociais, ou seja, é o conjunto de práticas sociais
relacionadas à leitura e à escrita em que os indivíduos se envolvem em seu contexto
social. (SOARES, 1998, p. 72).
Para que o processo aconteça de forma positiva, é preciso saber o que significa o
termo leitura, tendo em vista que sua abrangência não é só ler um montante de palavras, mas
compreender e analisar os fatos de forma a ter a capacidade de contextualizá-los. A leitura e
escrita apresentaram então suas dificuldades como troca de letras, ausência de pontuação,
falta de entonação ao ler a história. Dificuldades que foram desaparecendo aos poucos através
de ações espontâneas de orientação e do empenho em desenvolver a atividade de forma
correta.
Assim, torna-se claro o quanto é importante trabalhar com análise textual e linguística
dentro do texto, o mesmo passa a ser analisado de forma reflexiva. A partir deste princípio, as
leituras do posto e dos implícitos foram trabalhadas com a finalidade de que os alunos
construam os sentidos de que leem. É preciso estimular o aluno a evoluir na construção de seu
conhecimento, planejar situações de aprendizagem, ajudando-o a superar seus conflitos,
avançando de um nível para outro, desenvolvendo a autoconfiança na sua capacidade de
aprender.
A mediação pedagógica é uma ação propiciadora/ propulsora de mudanças, tanto no
interior da escola, como nas práticas sociais dos sujeitos. O professor deve ser o articulador de
mediações do conhecimento, planejando atividades significativas para estabelecer atividades
significativas, efetivando a aprendizagem.
A onomatopeia presente no segundo momento chamou a atenção de todos, primeiro
pelo nome difícil, depois por estar sempre representada de forma visualmente exagerada, com
cores fortes e vibrantes. Foi importante a compreensão de que uma onomatopeia é utilizada
exatamente para chamar a atenção do leitor sobre determinado som, sentimento e mensagem e
que para a leitura exige uma entonação de voz diferente. Diante da história em quadrinhos foi
possível trabalhar junto aos alunos, a história em sequência, ora misturando a sequência de
acontecimentos, ora produzindo uma nova história a partir dar imagens. Também foi possível
perceber situações do cotidiano presente na história, em ações já vivenciadas por eles, ou que
tinham uma experiência semelhante para relatar. A identificação de outras áreas do
conhecimento, como a matemática presente na história, trouxe aos alunos a realidade de que
estavam trabalhando e construindo com os diferentes conhecimentos que mantém uma
dependência entre si, pois todos precisam de leitura e escrita para que aconteça a
20
interpretação.
Por fim, considera-se que estar dentro da sala de aula é um desafio todos os dias para o
professor, ao mesmo tempo em que uma boa formação profissional lhe faz competente,
criativo e disposto a fazer a diferença diariamente para os olhinhos curiosos e ansiosos por
descobertas dos nossos alunos.
2.2 O PERCURSO DO ESTÁGIO EM OUTROS ESPAÇOS EDUCATIVOS
2.2.1 Leitura de contexto e caracterização do campo em outros espaços educativos
Existe no entorno da escola e da comunidade escolar outros espaços educativos que
proporcionam aprendizados diferentes, pois, atendem as necessidades de grupos específicos e
oferecem atividades direcionadas para estes grupos. A inclusão no ambiente educacional nos
mostra que há necessidade de que a sociedade se prepare para lidar com todas as pessoas. A
inclusão escolar apresenta a necessidade de que a escola se prepara para receber todos os
alunos.
Diante destes espaços, há que se citar a grande importância da inclusão escolar para a
sociedade. Atualmente a pessoa deficiente já faz parte de muitos espaços, e também há
espaços criados para ela, é a tão chamada acessibilidade. Mas será que a acessibilidade e
assistência acontece em todos os lugares?
A escola, como um espaço de integração e socialização seria o primeiro lugar para que
a inclusão se efetivasse, no entanto a realidade aponta para outra postura, devido a carência de
recursos, formação profissional, participação da família entre outros, o processo de inclusão
acaba comprometido e não acontecendo.
No campo de estágio em outros espaços educativos, o Plano de Gestão foi construído e
proposto junto a sala de AEE, conforme o Decreto n.º 7.611, de 17 de novembro, de 2011,
que dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras
providências, decreta:
Art. 1º O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será
efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem
discriminação e com base na igualdade de oportunidades;
VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de
inclusão plena;
21
Há um grande diferencial metodológico em que o papel do professor é aproximar os
conteúdos básicos, utilizando os recursos disponíveis, dos alunos com deficiência. Um dos
atendimentos que mais nos chamou a atenção foi sobre a deficiência visual. Para o ensino
regular é um grande desafio, considerando a necessidade de material adaptado para estes
alunos, mas não há preparo do professor para utilizá-lo.
A escola deve ser um espaço onde o conhecimento construtivo é cultivado e onde a
aprendizagem pode encontrar meios que o habilitem as futuras realizações, são também um
lugar de informação na direção de construção dos conhecimentos desejados rumo às
mudanças necessárias.
Por este motivo, no decorrer da leitura de contexto projetou-se dinâmicas com o
intuito de promover a parceria entre o professor de classe regular e demais membros da escola
com a professora do AEE, estabelecendo estratégias de ensino e recursos para alunos com
deficiência visual, integrando-os aos demais alunos da escola.
Conhecer a realidade e o contexto dos campos de estágio é de suma importância
durante o período de estágio, exatamente por proporcionar reflexões que fazem com que a
prática tenha significado para o futuro docente, para os alunos e para a comunidade escolar.
2.2.2 Elaboração e proposição do projeto de gestão em outros espaços educativos
O Projeto de Gestão foi desenvolvido junto ao AEE especificamente no trabalho
desenvolvido com alunos que apresentam a deficiência visual. Neste espaço há materiais
adaptados e a profissional possui qualificações para exercer e fazer parte deste trabalho.
Entretanto, a grande dificuldade está em conciliar as características do aluno com deficiência
visual aos processos de aprendizagem junto ao ensino regular. Verificou-se que além da falta
de conhecimento e experiência, não há profissional auxiliar, e o aluno acaba por ser excluído
de muitas atividades por falta destes recursos físicos e humanos.
Diante desta observação é que propomos o plano de gestão neste outro espaço
educativo, que tem como objetivo o de desenvolver a parceria entre o professor de classe
regular e demais membros da escola com a professora do AEE, estabelecendo estratégias de
ensino e recursos para alunos com deficiência visual, integrando-os aos demais alunos da
escola. As causas da deficiência visual, conforme Cavalcante (1995), variam de acordo com o
grau de desenvolvimento de um país, a situação econômica da população e as implicações no
atendimento básico de saúde, as campanhas de vacinação, e saneamento básico, entre outros.
O trabalho do professor do AEE deve estar sempre integrado ao trabalho do professor
22
regular, proporcionando aos alunos com deficiência visual o sucesso do processo de ensino e
aprendizagem através da alfabetização, da manipulação de materiais adaptados, a exploração
de outros sentidos além da visão e também da socialização com os pares.
O plano de gestão junto ao AEE trouxe uma grande reflexão sobre o processo de
inclusão junto ao ensino regular, com relação aos deficientes visuais, fazendo-nos repensar
em práticas que proporcionem a este aluno com deficiência visual a convivência com seus
pares e garanta sua aprendizagem fazendo-se valer de material diversificado e da exploração
dos outros sentidos. Metodologias que também devem ser praticadas pelo professor do ensino
regular, para que aconteça a inclusão plena. Conforme o livro Atendimento Educacional
Especializado em Deficiência Visual (2007), alguns materiais que podem ser explorados junto
aos deficientes visuais:
- Materiais desportivos adaptados; bola de guizo e outros;
- Sistemas alternativos de comunicação: sistemas Braille, cartazes com escrita
ampliada;
- Textos escritos, com ilustrações táteis (diversas texturas: lixa, algodão, veludo),
auxiliando a compreensão;
- Posicionamento do aluno em sala de aula de modo a favorecer a escrita do
professor;
- Disposição do mobiliário escolar favorecendo a locomoção em sala de aula;
- Explicações verbais sobre o material visual apresentando em sala de aula;
- Adaptação de materiais escritos: tamanho das letras, relevo, softwares educativos
do tipo ampliado;
- Uso de maquinas de escrever Braille, bengala longa, livro falado, etc.
- Pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com
sintetizador de vozes.
-Apoio físico, verbal e instrucional pra viabilizar a orientação e mobilidade do aluno
cego. (CAMPOS. et.al. 2007, p. 56).
Quanto ao atendimento aos alunos com deficiência visual, percebe-se um grande
comprometimento por parte da escola e do professor do AEE, na busca por materiais e
procedimentos didático-metodológicos que possam estar favorecendo o desenvolvimento do
aluno, no âmbito da aprendizagem.
2.2.3 Análise reflexiva da elaboração e proposição do projeto de gestão em outros
espaços educativos
O ensino regular apresenta em sua organização curricular, pedagógica e metodológica
um conjunto de temáticas a serem desenvolvidas, que obedecem a legislação, a seriação e a
distribuição dos conteúdos necessários a aquisição da educação básica. Acredita-se que estes
conhecimentos devam ser ministrados com qualidade, e a fim de formar cidadãos atuantes e
participativos da sociedade.
23
Com os alunos que possuem deficiência atender a estes pressupostos não parece ser
tão fácil, já que necessitam de atendimento educacional especializado, com recursos
diferenciados e preparação profissional para que as atividades sejam direcionadas e voltadas
para que aconteça a inclusão. Assim,
[...] promover a inclusão de deficientes significa, sobretudo, uma mudança de
postura e de olhar acerca da deficiência. Implica quebra de paradigmas,
reformulação do nosso sistema de ensino para a conquista de uma educação de
qualidade, na qual o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam
garantidos a todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessidades.
(SERRA, 2008, p.33).
Uma ação educativa comprometida com a cidadania e com a formação de uma
sociedade democrática e não excludente deve, necessariamente, promover o convívio com a
diversidade, que é a marca da vida social brasileira. Essa diversidade inclui não somente as
diversas culturas, os hábitos, os costumes, mas também as competências, as particularidades
de cada um.
Em relação aos alunos que possuem deficiência visual (baixa visão ou perda total da
visão) a situação é mais complicada, pois precisam ver o seu entorno com os olhos de outrem.
Dependem de outros para satisfazer suas necessidades, guiá-los orientá-los, e isto não se dá
somente no aspecto da locomoção, mas também na leitura de mundo, propriamente dita.
O que acontece com a maioria dos profissionais da educação do ensino regular é que
não estão preparados para exercer tal prática, ainda mais, quando este aluno com deficiência
visual está inserido em salas superlotadas, onde é impossível receber atendimento
diferenciado, ficando a disposição da boa vontade dos demais.
Desse modo, este plano de gestão buscou contribuir com esta formação dos
profissionais da educação regular proporcionando trocas de experiências entre estes e o
profissional do AEE que atende aos alunos com deficiência visual. A proposta, embora não
efetivamente executada, mostra a importância de superar a aprendizagem além do sentido da
visão, aprendendo a explorar os outros sentidos como a audição, o tato, o olfato, a exemplo de
atividades com colagem, textura, argila, podem ser realizadas no coletivo e o aluno com
deficiência visual pode fazer parte, manifestando suas habilidades e capacidades junto com a
turma. Consideramos, por fim, que a proposição do projeto de gestão, ou de qualquer outro
projeto educativo, precisa contar com a disponibilidade do profissional, em conhecer a
realidade do aluno com deficiência visual, como se relaciona com os demais, quais atividades
realiza no AEE, para então conseguir transformar o seu planejamento, adaptando as atividades
possíveis a participação de todos os alunos.
24
2.3 O PERCURSO DO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.3.1 Leitura de contexto e caracterização do campo na Educação Infantil
A Escola João Batista da Silva, que se situa no bairro Floresta, um bairro periférico
com predominância de pessoas de baixa renda da cidade de Braço do Norte, a escola é bem
localizada fica ao lado da igreja e próximo ao posto de saúde e atende do pré-escolar ao 5º ano
do Ensino Fundamental. A instituição atende cerca de 250 alunos e conta com 9 salas de aula
climatizadas, do pré-escolar ao 5º ano, 01 sala de recursos multifuncionais (AEE), 01
laboratório de informática 01 biblioteca, uma cozinha, banheiros, uma sala de direção,
secretaria, apoio pedagógico, sala acessível, sala de vídeo, pátio, e todas em condições de uso.
A escola possui uma área cercada com parquinho e com alguns brinquedos, além do pátio que
é um espaço coletivo. A biblioteca possui um pequeno acervo de livros para as diferentes
idades dos alunos. O laboratório de informática conta com alguns computadores que não
atendem suficientemente a demanda. A gestão da escola conta uma diretora e uma secretária.
A escola oferta o pré-escolar em dois regimes o integral e o regular, sendo assim as
crianças matriculadas no pré-escolar integral são atendidas em um dos períodos pela
professora regente da turma que fica com a parte de iniciar a alfabetização e no contra turno
são atendidas por uma estagiária que fica responsável pela parte assistencial como higiene,
alimentação, brincadeiras e hora do descanso e para isto a escola disponibiliza colchões,
brinquedos e um parque cercado para que elas possam brincar.
Para a Educação Infantil, a escola organizar uma rotina diária, que se inicia com as
crianças chegando a Escola entre 12h30m e 12h45m. Neste momento são recebidas a
princípio pelas Agentes de Apoio, que guardam os pertences da criança nos nichos
identificados com seus nomes. As crianças dirigem-se então ao tatame, onde estão os demais
colegas. Algumas conversam sobre os brinquedos que trouxeram, outras brincam com peças
de montar que há na sala. As 13h a professora titular chega a sala. Por volta de 13h30 as
crianças são direcionadas a alguma atividade de escrita, contação de história, pintura, recorte
e ou colagem. As 15h15 é servido o lanche, feito no refeitório. Após o lanche acontece o
momento da higiene onde as crianças são encaminhadas ao lavatório para lavar as mãos e o
rosto. A partir das 16h há um cronograma de atividades que variam entre: brincar na caixa de
areia, brincar com os brinquedos da sala, brincar no parque e ou assistir a um filme em DVD.
Neste meio tempo também são feitas as trocas de roupa, e os pertences são guardados nas
mochilas e ou bolsas. Das 17h em diante os pais e ou responsáveis começam a levar as
25
crianças para casa.
O desenvolvimento de projetos como o incentivo à leitura, atividades lúdicas e
desenvolvimento da coordenação motora, observando os professores exercendo sua profissão
percebemos um comprometimento no desenvolvimento educacional de todas as crianças,
como também o comprometimento de toda a equipe escolar dando o suporte necessário para
os professores, pais e alunos, com o objetivo de formar cidadãos capazes construir e participar
de uma sociedade melhor.
2.3.2 Elaboração e execução do projeto de intervenção docente na Educação Infantil
Ao realizar a leitura de contexto na Escola Municipal João Batista da Silva, no bairro
Floresta, em uma turma de Pré-escolar Nível II, surgiu a proposta de estudar como as crianças
se apropriam das noções de quantidade no seu cotidiano e como a ludicidade pode auxiliar nas
construções e interpretações destas situações cotidianas. A escolha do tema veio ao encontro
do programa de ensino da Educação Infantil, em que as relações entre quantidades perfazem
sua vida diária, nas mais simples ações como colecionar figurinhas de álbum, compartilhar
objetos e alimentos, ou seja, sempre que seus conhecimentos são testados para resolver
situações problemas.
O objetivo deste projeto foi de desenvolver junto a Educação Infantil, noções de
quantidade, contribuindo para que o raciocínio lógico-matemático seja uma constante no
cotidiano das crianças a partir da observação, manuseio, agrupamento e formação de
conjuntos com objetos diversos, utilizando a ludicidade como metodologia para a apropriação
dos conceitos relativos a quantidade.
A turma escolhida para realizar a intervenção foi o pré-escolar II, com as crianças
entre quatro anos e meio e cinco anos e meio de idade, da Escola Municipal João Batista da
Silva, localizada no bairro Floresta, no município de Braço do Norte.
Tomando como base de conhecimento os documentos que tratam da Primeira Infância,
buscou-se desenvolver uma metodologia com base na ludicidade, contribuindo para o
desenvolvimento infantil. Analisar e refletir sobre o contexto que envolve a educação infantil,
no que diz respeito ao educar e cuidar, conciliando saberes importantes para a rotina escolar,
permeados de conhecimento e que são aplicados nas práticas cotidianas, utilizando assim
metodologias diversificadas, através de instrumentos como contação de história, jogos,
música, recorte, colagem, produção artística.
Os conhecimentos matemáticos fazem parte de uma prática cotidiana na vida das
26
crianças, onde o contato com as situações matemáticas acontecem de forma involuntária,
assim faz-se necessário que este conhecimento seja vivenciado e aprofundado, pesquisando
sobre a lógica que a matemática oferece.
Acredita-se que desde cedo o jogos e brincadeiras são essenciais para o
desenvolvimento cognitivo da criança e, é através da brincadeira que ela constrói e
compreende a realidade onde está inserida, de uma forma agradável e motivadora,
desenvolvendo assim, várias habilidades, por isso o jogo está fortemente ligado ao raciocínio
lógico, pois oportuniza que se tenha atenção e que se estabeleçam nas atividades
desenvolvidas relações de quantidade, números, conjuntos e agrupamentos no decorrer da
atividade.
O trabalho com noções de quantidade, na educação infantil, precisa oferecer a criança
condições para comparar, registrar, descrever, observar e experimentar formas diferentes de
se relacionar com o conceito. Com base na oralidade e na representação simbólica, a criança
parte de condições presentes na sua realidade promovendo a socialização e o
compartilhamento de situações com os pares, dentro de um universo lúdico e integrado.
O projeto de intervenção foi desenvolvido através de atividades que atendem aos
preceitos do cuidar e do educar, presentes na realidade da educação infantil, através da
pesquisa-ação, onde o docente procura adequar o planejamento curricular com as práticas
cotidianas, atuando, orientando e contribuído de forma prática com o desenvolvimento das
crianças. A pesquisa-ação como uma das etapas do projeto de intervenção esteve presente no
contexto escolar, quando a “rotina rotineira”, se transformou em uma ação mediada, através
da ludicidade.
A sequência didática iniciou com a apresentação de todos a partir da dinâmica da teia.
Sentados em círculo e de posse de um novelo de lã, a primeira criança fala seu nome, segura a
ponta do novelo e o joga para outro colega, que também fala seu nome e joga para outro,
assim sucessivamente, já promovendo uma interação entre estagiárias o grupo.
Logo, iniciou-se uma roda de conversa sobre “receitas”, o que gerou inúmeras
respostas, de ao longo da sequência foram-se aprimorando os conhecimentos, compartilhando
receitas culinárias, desenvolvendo na praticidade uma receita de doces.
O trabalho com proporção e quantidade tornou-se muito significativo com a contação
da história, fazendo com que as crianças vivenciassem questionamentos, e pudessem ter
contato com a literatura infantil, o que enriquece o vocabulário, estabelece relações com a
realidade e se pode contextualizar os conceitos a serem apropriados e aplicados no cotidiano.
Os jogos realizados, agrupando colegas dentro dos arcos dispostos no pátio, tornou a
27
aprendizagem prática, onde ficou evidente a construção da noção de quantidade, de dentro e
fora, mostrando agilidade, e preocupando-se em respeitar o espaço do outro, atendendo aos
princípios do educar e do cuidar presentes na Educação Infantil.
2.3.3 Análise crítica e reflexiva da práxis pedagógica na Educação Infantil
Os documentos norteadores da Educação Infantil, que tornaram possível um
conhecimento e um planejamento de atividades condizentes e coerentes com a realidade, o
contexto e a linguagem que o campo exige, reafirmaram também as necessidades da
Educação Infantil, no que diz respeito a rotina estabelecida nas escolas. O período de
observação e leitura de contexto proporcionou uma aproximação da realidade escolar, muito
importante para se situar no campo de estágio, conhecendo a proposta pedagógica da
instituição, como funciona o aparato administrativo.
Também foi de extrema importância o conhecimento da rotina escolar, tão presente na
educação infantil e necessária para a formação das crianças em cidadãos comprometidos e
responsáveis com a sociedade. A análise e compreensão do contexto real torna-se um
elemento fundamental para a formação do profissional, que é parte integrante deste processo
de formação inicial, constituindo-se como espaço de relação entre teoria e prática.
O lúdico presente nas atividades desenvolvidas pode ser visto como uma das maneiras
mais eficazes de envolver a criança na aquisição de conhecimento, pois brincar é a sua forma
de trabalhar e descobrir o mundo em que ela está inserida. A atividade lúdica acaba então
desafiando a criança a um comportamento que vai além de sua capacidade real, fazendo com
que ela traga para a brincadeira a realidade que só consegue participar em sua imaginação. As
atividades lúdicas, que parecem apenas passatempo, na verdade, ajudam na aprendizagem ou
elaboração do conhecimento, possibilitando vivência e relações com o mundo cultural e
social.
A elaboração da sequência didática procurou atender as necessidades da criança,
atendendo ao contexto da escola da turma de pré-escolar de cinco anos. Porém ao desenvolver
a sequência surgiram outras necessidades, de adaptação de material, adaptação de espaço,
flexibilidade das estagiárias, falta de alunos, tornou a atividade difícil de ser executada. Ao
mesmo tempo em que o uso dos novos brinquedos contribuiu para o espírito de coletividade,
amenizando um pouco a visão egocêntrica que a criança tem, passando a dividir os espaços
com os outros, e percebendo que é muito mais gostoso quando brincar em grupo dá prazer.
Outro fator de grande importância, observada e vivenciada, foi a necessidade da
28
musicalidade para dar ênfase ou introduzir um diálogo, pois através da música as crianças
apresentam a sua espontaneidade, desenvolvem também a oralidade, e a música traz um
significado lúdico para a atividade a ser realizada. A música representa uma importante fonte
de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança.
A contação de histórias é essencial para a Educação Infantil, sendo na história que a
criança se identifica com os personagens, consegue comparar situações, construir relações
lógicas entre a história e as práticas cotidianas. Consiste também em uma atividade de
extrema atenção, pois os pequenos ficam encantados com o desenvolvimento da história,
tentando supor o que acontecerá e ficando ansiosos com o desfecho final.
29
3 CONTRIBUIÇÕES DOS CAMPOS DE ESTÁGIOS COMO ESPAÇO DE
FORMAÇÃO DOCENTE
O Estágio Curricular Supervisionado permite ao estagiário, um período de formação
docente teórico e prático, onde se estabelece um contato direto com a realidade escolar, dentro
e fora da sala de aula, na construção de sua prática pedagógica. Para Pimenta e Lima (2011,
p.23)
[...] o papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para analise e
investigação que permitam questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos
sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que
as teorias são explicações sempre provisórias da realidade.
Para isto, o professor deve estar sempre buscando novos conhecimentos, se
atualizando e observando sempre em cada aluno sua individualidade.
O contato direito com os campos de estágio oportunizou conhecimentos acerca de um
processo que implicou em observação, reflexão, análise e propostas de soluções para as
dificuldades que se enfrentam, cotidianamente, no espaço escolar.
Entende-se que, dentro da conjuntura do saber-fazer pedagógico, é importante que
teoria e prática caminhem juntas no sentido de um enriquecimento do trabalho pedagógico. A
teoria surge a partir de indagações e busca de respostas para questões advindas da prática.
Entretanto, na rotina escolar, frequentemente ocorre um descompasso entre a teoria e a
prática, sendo este fator de interferência negativa no processo de apropriação de
conhecimentos dos professores. Diante disto, a “formação de professores construída dentro da
profissão, isto é, baseada numa combinação complexa de contributos científicos, pedagógicos
e técnicos, mas que tem como âncora os próprios professores” (NÓVOA, 2011. p. 10).
O mesmo autor considera que a formação continuada deve pautar-se em dois pilares: a
própria pessoa do professor, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional
permanente, pois todo professor deve ver a escola não somente como o lugar onde ele ensina,
mas onde ele próprio também aprende.
Buscou-se, portanto, a participação através da reflexão de nossa própria prática
docente com vistas a organizar um projeto de intervenção significativo para o espaço e tempo
dos campos de estágio, buscando novos sentidos sobre o saber- fazer pedagógico. O período
de estágio foi um processo coletivo (professores e pesquisadores) de conhecer, refletir,
analisar, planejar, intervir e agir para promover as soluções sobre o que se esperava
transformar.
30
Partindo desta compreensão, a abordagem metodológica que atendeu aos pressupostos
desta pesquisa, foi oportunizada pela pesquisa-ação ou pesquisa participante. Segundo Naves
(2011, p. 20):
A pesquisa-ação, também conhecida como pesquisa participante, é uma opção
metodológica em que o pesquisador convive, no campo da investigação, com os
sujeitos pesquisados, buscando, com eles, detectar os problemas e as possíveis
soluções. Ele pretende intervir na realidade, fazendo as coisas acontecerem, para
entender o que realmente acontece e como acontece. Isso porque esse pesquisador
acredita que tais problemas devem ser compreendidos em seu dinamismo e que, para
serem superados, precisam ser enfrentados como processos em curso, envolvendo
todos os participantes.
Contribuindo para a formação docente, durante o estágio foi possível inclusive
identificar as dificuldades de determinados alunos a partir da observação do material
apresentado ou durante o estudo dirigido e momentos de discussão.
Atender ao público infantil ou adolescente, requer que saibamos de suas necessidades,
como funcionam suas capacidades e como desempenham suas habilidades. Para tanto, o
estágio contribuiu para nos fornecer subsídios, capazes de observar atentamente nossos
alunos, e assim entender suas dificuldades, partindo de princípios outrora construídos por
pessoas que pesquisaram o comportamento humano, e teceram teorias que ajudaram na
solução de seus problemas.
A atuação nos campos de estágio também levou ao entendimento de que a ludicidade é
uma metodologia, um instrumento que deve fazer parte da pratica pedagógica constantemente,
promovendo ao aluno uma aprendizagem espontânea e pratica. Para a Educação Infantil como
parte integrante do educar e cuidar, dando oportunidades de desenvolvimento físico, psico,
motor, estimulando as relações sociais e incentivando o respeito a diversidade que nos rodeia.
[...] A professora que vivencia o lúdico no seu cotidiano escolar, valoriza o lúdico
por si só e proporciona a si mesma e aos alunos a vivência do lúdico. Ao passo que,
uma professora que apresenta dificuldades corporais, que valoriza o lúdico como um
fim pedagógico, que não goste de brincar, dificilmente desenvolverá uma vivência
lúdica, impossibilitando os seus alunos de vivenciar a ludicidade. (SILVA, 2011, p.
9).
Professores que não oportunizam a vivência do lúdico aos alunos, acabam
prejudicando seu desenvolvimento social e intelectual, já que é nas atividades lúdicas que as
crianças criam vínculos entre si e elevam sua autoestima.
No exercer a pedagogia deve-se vivenciar as diversas situações do contexto escolar, a
interação professor/criança e criança/criança, relações no ensino fundamental interpessoais e
31
curriculares, remetem parta um observar, refletir e pontuar metas de qualidade que
contribuam para o desenvolvimento integral em todas as esferas educacionais.
32
CONCLUSÃO
“[...] quando vivenciamos a prática de ensinar
e aprender de forma autêntica, a experiência
torna-se extremamente enriquecedora”.
(FREIRE, 2004, p. 13).
A partir deste Trabalho de Conclusão de Curso pode-se perceber a importância do
docente enquanto formação, construção e produção de conhecimentos nos espaços de
aprendizagem.
Procura conhecer os espaços de aprendizagem a partir da leitura de contexto é situar o
estagiário para que o mesmo não se sinta confuso diante da logística educacional, que difere
em muito das empresas, do comércio ou de outros setores, pois na educação o produto, o
resultado e o desenvolvimento está na formação de pessoas.
Refletir sobre o contexto escolar, permitiu então elaborar os projetos de intervenção,
tomando por base os conhecimentos adquiridos junto as Legislações que regem a Educação
Básica, par então compreender a organização curricular dos níveis de ensino, junto aos
campos de estágio.
Para a formação docente é imprescindível se tonar um constante pesquisador,
buscando aprimorar as práticas, diversificando as atividades, produzindo o conhecimento
junto aos educandos e a crianças pequenas de forma significativa, contribuindo para a
transformação do seu cotidiano, a partir de novas atitudes e apropriações de conceitos por eles
produzidos.
Olha a educação com dedicação, com comprometimento, estabelecendo com a sua
profissão um vínculo de satisfação ao acompanhar o desenvolvimento e crescimento dos
estudantes que são sua responsabilidade. A educação não pode ser vista como qualquer tipo
de emprego, o profissional docente deve buscar não só a valorização monetária, mas sim a
valorização pelas suas ações, pela sua preocupação e construção de conhecimentos, tornando-
se sempre protagonista de seu fazer pedagógico.
Assim, o período de estágio, constribuiu para uma trajetória signicativa em nossas
vidas, oportunizando que o crescimento profissional e pessoal caminhassem de mãos dadas, e
resultasse em uma formação humanizada, um docente que no futuro atuará no campo de
trabalho com esforço, responsabilidade e satisfação.
33
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APÊNDICES