a inserÇÃo do tecnÓlogo em estÉtica e imagem...

15
1 A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM PESSOAL NO MERCADO DE TRABALHO - BASEADO NA MATRIZ CURRICULAR DA UTP Bruna de Fatima Rodrigues¹, Fernanda Quaresma². 1 - Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 - Orientadora: Profª. Msc. do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); Endereço para correspondência: Bruna de Fatima Rodrigues, [email protected] _______________________________________________________________ RESUMO: Atualmente a área da Estética vem se destacando pela sua popularização, aumentando a procura por serviços específicos destinados à promoção, recuperação e manutenção da saúde da pele, corpo, face, couro cabeludo e anexos. A necessidade de cursos específicos na área tornou-se algo fundamental e as instituições de ensino preocupadas com a inovação profissional e tecnológica começaram a ofertar o curso tecnólogo em Estética. Por se tratar de uma área considerada nova no meio acadêmico, verificou-se a necessidade de realizar uma pesquisa com egressos a fim de descrever melhor a função do Tecnólogo em Estética no mercado de trabalho, assim como destacar quais as possibilidades de atuação e suas dificuldades. Palavras-chave: Tecnólogo em Estética, mercado de trabalho da estética. _______________________________________________________________ ABSTRACT: Currently the area of aesthetics has been highlighted for its popularization, increasing the demand for specific services aimed at promoting, restoring and maintaining the health of skin, body, face, scalp and leather attachments. The need for specific courses in the area has become something fundamental and institutions concerned with vocational education and technological innovation began to offer the course in Aesthetic technologist. Because it is considered a new area in academia, there is a need to conduct a survey of graduates in order to better describe the function of Esthetics Technologist in the labor market and highlight the possibilities of action and their difficulties. Keywords: Technology in Aesthetic, aesthetic labor Market. _______________________________________________________________

Upload: lecong

Post on 07-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

1

A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM PESSOAL NO

MERCADO DE TRABALHO - BASEADO NA MATRIZ CURRICULAR DA UTP

Bruna de Fatima Rodrigues¹, Fernanda Quaresma².

1 - Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti

do Paraná (Curitiba, PR);

2 - Orientadora: Profª. Msc. do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da

Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

Endereço para correspondência: Bruna de Fatima Rodrigues, [email protected]

_______________________________________________________________

RESUMO: Atualmente a área da Estética vem se destacando pela sua popularização,

aumentando a procura por serviços específicos destinados à promoção, recuperação e

manutenção da saúde da pele, corpo, face, couro cabeludo e anexos. A necessidade

de cursos específicos na área tornou-se algo fundamental e as instituições de ensino

preocupadas com a inovação profissional e tecnológica começaram a ofertar o curso

tecnólogo em Estética. Por se tratar de uma área considerada nova no meio

acadêmico, verificou-se a necessidade de realizar uma pesquisa com egressos a fim

de descrever melhor a função do Tecnólogo em Estética no mercado de trabalho,

assim como destacar quais as possibilidades de atuação e suas dificuldades.

Palavras-chave: Tecnólogo em Estética, mercado de trabalho da estética.

_______________________________________________________________

ABSTRACT: Currently the area of aesthetics has been highlighted for its

popularization, increasing the demand for specific services aimed at promoting,

restoring and maintaining the health of skin, body, face, scalp and leather attachments.

The need for specific courses in the area has become something fundamental and

institutions concerned with vocational education and technological innovation began to

offer the course in Aesthetic technologist. Because it is considered a new area in

academia, there is a need to conduct a survey of graduates in order to better describe

the function of Esthetics Technologist in the labor market and highlight the possibilities

of action and their difficulties.

Keywords: Technology in Aesthetic, aesthetic labor Market.

_______________________________________________________________

Page 2: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

2

1. INTRODUÇÃO

Atualmente no Brasil o mercado de beleza e estética é considerado um

dos mais promissores e altamente competitivos, pois nos últimos anos os

consumidores mudaram seus hábitos de consumo e esse tipo de serviço

passou a ser algo necessário. A área da estética ocupa-se com procedimentos

destinados à promoção, recuperação e manutenção da saúde da pele, corpo,

face, couro cabeludo e anexos, dessa forma valorizando a imagem pessoal

como um todo, sendo fator de elevação da autoestima, saúde integral e

qualidade de vida. 1,2

Perante o crescimento das atividades estéticas e as novas perspectivas

que se caracterizam no decorrer das últimas décadas, os profissionais devem

procurar aprimoramento, a partir de treinamentos teóricos e práticos para

melhorar seus conhecimentos, especializações através de cursos, seminários e

congressos nacionais e internacionais, para que possa exercer suas atividades

profissionais de maneira segura. O mercado da estética é muito amplo, e as

exigências também, então o profissional tem que estar preparado para atuar

mediante qualquer desafio, mantendo a sua conduta e ética. 3

O curso superior tecnólogo em estética e imagem pessoal prepara o

profissional possibilitando uma formação ampla, atuando hoje de forma

primordial na área da saúde preventiva, concedendo um desempenho com

conhecimentos técnico-científicos, capacidade crítica, reflexiva e intelectual,

tornando possível a inserção do tecnólogo em estética nos campos

profissionais da área da saúde. 4

Dentro deste entendimento, esta discussão se justifica diante da

diversidade de áreas de atuação nas quais estes profissionais podem atuar,

buscando entender melhor essa profissão. O objetivo desse estudo é realizar

uma análise crítica a inserção dos tecnólogos em Estética e cosmética no

mercado de trabalho, a fim de trazer informações atualizadas aos profissionais

da área ou para os interessados no assunto.

1.1. Beleza e imagem pessoal

Os cuidados com a beleza parece ser algo importante na vida das

pessoas, e nos dias atuais cultuar a beleza e juventude mostra-se como uma

tendência muito forte. Essa questão pode ser explicada por diversos fatores,

Page 3: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

3

dentre eles: o aumento da expectativa de vida das pessoas, o ingresso da

mulher no mercado de trabalho, crescimento do mercado de embelezamento e

da indústria de cosméticos. 5

A crescente busca pela beleza tem sido incentivada pelos avanços

tecnológicos, na cosmética, biotecnologia, medicina estética, entre outros. A

necessidade de uma boa aparência é requisito para obtenção de emprego, por

exemplo, que geralmente está associada à beleza corporal, além de que

homens e mulheres buscam atributos de beleza em seus parceiros,

reafirmando a importância de se ter uma boa imagem. 6

A valorização social do belo está interligada com o bem-estar do

indivíduo e com a elevada autoestima, e a imagem pessoal pode resumir todos

os benefícios que o compreende, pois envolve vários trabalhos estéticos,

como: embelezamento corporal, facial, maquilagem, criação e execução de

estilos de cabelo, preocupação com vestuário e acessórios. 7

1.2. Estética e cosmética

A estética é uma área que estuda o belo e o sentimento que desperta

nas pessoas, sendo geralmente associado como sinônimo de beleza. A

constante preocupação com a aparência vem de séculos, com padrões

impostos pela mídia, busca por juventude e procura por tecnologias que

possam oferecer a aparência perfeita, aumentando a demanda de produtos

cosméticos e tratamentos. 3

A estética no Brasil mostra-se bastante presente em todas as classes,

idades e gêneros, a procura por cuidados com o corpo geralmente está ligado

a aspectos sociais, fatores que podem gerar autoconfiança, como o aumento

de consumo de cosméticos. O Brasil ocupa a terceira posição no ranking

mundial de consumo de cosméticos perdendo apenas para os Estados Unidos

e Japão, segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria de Higiene

Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), as vendas do setor saltaram de

R$4,9 bilhões em 1994 para R$17,5 bilhões em 2006. Na indústria da beleza

há uma alta capacidade de se gerar empregos, no final de 2004, por exemplo,

54 mil trabalhadores estavam contratados pelo setor de perfumaria, produtos

de higiene pessoal e setor de cosméticos.8,9

Page 4: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

4

Nos últimos anos foi possível comprovar que cada vez mais as pessoas

buscam na estética consequências que elevem seu bem estar e auto estima. A

busca pela beleza, estética e cuidados com o corpo deixou de ser considerada

uma vaidade, passando a ser prioridade para o ser humano, virou questão de

saúde, geração de empregos, além de melhorar a auto estima. 3,10

1.3. Curso Tecnólogo

O curso Tecnólogo é a forma de ensino profissional que foi estruturado

na década de 90, em que houve uma reorganização do ensino no país,

orientada pela Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional – LDBEN,

aprovada em 1996 (Lei 9394, de 20 de dezembro), juntamente com uma série

de decretos federais e portarias do Ministério da Educação, contando com

pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Educação. Os Cursos

Superiores de Tecnologia são destinados aos egressos do ensino médio e

técnico, como o próprio nome indica constitui uma modalidade de ensino

superior e aos que concluem concede diploma de Tecnólogo, tal profissional

tem a possibilidade de continuar os estudos através de especializações (lato

sensu) e pós-graduação (stricto sensu). (art.3o. e 10o. do Dec.2.208/97). 11,12

O curso tem duração média de 1.600 horas a 2.400 horas dependendo

do curso (Parecer no. 436/ 2001 CNE/CES), possui esse formato diferenciado

justamente para responder a demanda por preparação, aprimoramento e

formação profissional, tendo em vista a crescente realidade do mundo

produtivo, que nem sempre pode esperar por formação de 4 anos ou mais. 11,12

1.4. Surgimento do Curso Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal –

UTP

A procura pela área de medicina estética cresce a cada dia e esse

crescimento reflete no setor estético e cosmecêutico, que pode ser verificado

pelo crescente número de salões, clínicas de beleza, estética e do

desenvolvimento da indústria de cosméticos. Preocupada com a inovação

tecnológica e profissional a Universidade Tuiuti do Paraná verificou a

necessidade de criar um curso voltado para essa área, pois apesar de ser um

campo em expansão, os profissionais da área apresentavam-se carentes de

Page 5: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

5

formação técnico-científica. 13

O Curso Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal da Universidade

Tuiuti do Paraná, surgiu em fevereiro de 2006 ofertando 50 vagas para o

período noturno, a duração total do curso era de dois anos e meio. ³

Por ser um curso novo de graduação, qualquer Instituição de ensino

precisa de uma autorização do Ministério da Educação para oferta-lo, exceto as

Universidades e Centros Universitários, que por si próprios possuem essa

autonomia. É preciso também informar à Secretaria competente sobre os

cursos recém-ofertados, para fins de avaliação, supervisão e posterior

reconhecimento. (Art. 28, §2º do Decreto nº 5773, de 9 de maio de 2006). Após

o curso de graduação ter 50% da sua carga horária completada, a Instituição

de ensino pode solicitar o reconhecimento do curso - que é uma condição

necessária para a validade nacional dos diplomas.14

1.5. Evolução do Curso Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal –

UTP

No ano de 2013, o Curso Superior de Tecnologia em Estética e Imagem

Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná passa a denominar-se Estética e

Cosmética, tecnológico, entrando em vigor a partir da data de publicação.

(Portaria n° 238, de 27 maio de 2013).15

O profissional é capacitado para exercer funções na área da estética e

beleza, sua formação é de um profissional com preparo para identificação de

problemas, pensamento crítico, trabalho de equipe multidisciplinar e integração

de conhecimento conforme suas habilidades e competências. A estrutura

curricular traz essa capacitação técnico-científica, aliando-se a outros cursos,

como de Fisioterapia, Farmácia, Moda, Nutrição, Psicologia, Marketing e

Administração. Entre as atribuições aprendidas no curso as principais pode-se

citar:

I) interpretação de formulação, conhecendo a composição e apresentação

farmacêutica e cosmética;

II) Habilidade na aplicação da forma farmacêutica cosmética por meio de

técnicas apropriadas que assegurem melhor absorção e efeito do produto;

III) Ser capaz de elaborar plano de tratamento cosmético individualmente para

cada cliente na forma de protocolos de cabine e de manutenção;

Page 6: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

6

IV) Ter conhecimento e planejamento de biossegurança;

V) Saber escolher técnicas de maquilagem para fins estéticos e também para

correção de deformidades e imperfeições da pele;

VI) Gerir e organizar serviços de beleza com visão empreendedora e

estratégica;

VII) Relacionar os conceitos de estética e beleza com as tendências da moda;

VIII) Ter conhecimento das normas de etiqueta social;

IX) Ter conhecimentos no ambiente de trabalho de ergonomia, favorecendo

segurança dos aparelhos, estabilidade dos produtos e principalmente conforto

ao cliente.

X) Executar com eficiência procedimentos estéticos para: face, corpo, anexos

cutâneos e saúde capilar. 13

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste estudo, de natureza documental e exploratória as fontes usadas

foram os documentos oficiais tais como leis, resoluções e planos de ensino do

curso de Tecnologia em Estética e Cosmética. Iniciou-se com uma revisão de

literatura, na busca de um nível de abrangência que possibilitasse destacar as

categorias centrais do estudo, através de artigos científicos e sites disponíveis

na internet. Em um segundo momento, como instrumento de coleta de dados,

utilizou-se um questionário estruturado, com 12 questões. Os indivíduos

participantes foram ex-alunos de estética da Universidade Tuiuti do Paraná

esclarecido quanto aos objetivos da pesquisa, e aqueles que concordaram em

participar, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Esta

pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do Conselho

Nacional da Saúde, que estabelece as normas para pesquisas envolvendo

seres humanos. 17,18

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram entrevistadas trinta Tecnólogas em Estética, com idades entre 21

a 53 anos, graduadas entre 2009 a 2013. O curso Tecnólogo em Estética para

mais de 80% das entrevistadas foi à primeira graduação, questionando se o

curso superou as expectativas dessas ex-alunas a resposta foi a seguinte:

Page 7: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

7

Figura I – Gráfico setorial da expectativa dos acadêmicos com o curso:

Fonte: Elaborada pelo autor

Das entrevistadas 67% responderam estar satisfeitas com o curso,

superando as suas expectativas, já 33% disseram que não. As respostas

também foram justificadas tendo a chance de avaliar os pontos positivos e

negativos, conforme quadro abaixo:

Quadro I:

Pontos positivos Pontos negativos

- grade curricular bem elaborada e

abrangente;

- a falta de professores específicos na

área;

- várias áreas de atuação que o

tecnólogo pode escolher;

- carência de aparelhos nas aulas

práticas;

- matérias além da área da estética e

beleza, como: empreendedorismo,

psicologia, ética, farmacologia;

- a necessidade de fazer cursos extras

como preparação para o mercado de

trabalho;

Fonte: Elaborada pelo autor

O curso Tecnólogo em Estética da Universidade Tuiuti do Paraná, veio

suprir a necessidade desses profissionais para uma formação de ensino

superior, trazendo disciplinas além do necessário para um profissional da área,

podendo este abrir seu próprio negócio, trabalhar em diversos segmentos e

escolher a sua especialização.

As formações acadêmicas em geral capacitam o profissional a se inserir

no mercado de trabalho, atribuindo todos os conhecimentos necessários,

Page 8: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

8

porém não capacita todos como excelentes especialistas assim que sai da

Universidade, essa é apenas uma etapa a ser alcançada, é preciso adquirir

experiência e continuar em busca de conhecimento se quiser se destacar e

conseguir valorização profissional.

Em relação à inserção desses acadêmicos no mercado de

trabalho foi questionado se houve dificuldades, através dos dados levantados

pode-se observar que: 72% das entrevistadas disseram que não houve

dificuldade em relação à inserção no mercado de trabalho, 28% responderam

de forma afirmativa, conforme pode-se observar na figura II.

Figura II : Gráfico setorial sobre a inserção do tecnólogo em estética no

mercado de trabalho.

Fonte: Elaborada pelo autor

Ressalta-se que, apesar de mais da metade das entrevistadas

responderem que a inserção não foi difícil, houve justificativas relacionando

outros quesitos importantes em relação ao mercado de trabalho.

Um dos mais comentados é o fato da profissão não ter regulamentação,

apesar de existir um projeto de lei (n°959/2003) que visa regulamentar as

profissões de Técnico e Tecnólogo em Estética, ele ainda encontra-se em

trâmite no Congresso Nacional. 16

Page 9: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

9

Outras questões abordadas podem ser verificadas no quadro abaixo:

Quadro II :

Pontos positivos Pontos negativos

- o curso oferece uma boa base para

atuar em diversas áreas da estética,

sendo fácil a sua inserção no mercado

de trabalho;

- a maioria dos empregos não

oferecem garantias e/ou benefícios,

somente porcentagens em cima dos

trabalhos realizados;

- muitas conseguiram atuar na área já

no começo do curso;

- A falta de valorização do tecnólogo

em relação a outros profissionais;

- maior oferta de trabalho; - baixa remuneração;

Fonte: Elaborada pelo autor

Em relação à remuneração das tecnólogas em estética, foi questionada

a faixa salarial aproximada, lembrando que na maioria dos casos (54%) o

vínculo empregatício era autônomo, variando bastante o salário. As com

carteira assinada totalizaram 31%, as donas do próprio negócio 12%, e em

contrato temporário 3%. A faixa salarial predominante foi entre R$ 1.000 a R$

2.500, conforme pode ser visualizado na figura III.

Figura III: Histograma baseado na faixa salarial dos profissionais Tecnólogos

em Estética.

Fonte: Elaborada pelo autor

Sobre a profissão em si, foi perguntado se as ex-alunas estavam

satisfeitas com o mercado de trabalho, justificando a resposta positivamente ou

negativamente foi analisado que:

Page 10: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

10

Figura IV: Gráfico setorial de satisfação com o mercado de trabalho.

Fonte: Elaborada pelo autor

A figura IV mostra que 57% dos Tecnólogos não estão satisfeitas com o

mercado de trabalho, e 43% estão, elas puderam justificar a resposta e

novamente a questão mais comentada foi da não valorização profissional, e da

profissão não ter um conselho, trazendo outros profissionais para essa área,

tais como: fisioterapeutas, biomédicos, enfermeiros.

O fato de não ter um conselho próprio, faz com que ‘qualquer um’ atue

na área sem comprovar experiência e/ou formação específica, porém os

clientes também estão mais exigentes, podendo distinguir os diferentes

profissionais no mercado de trabalho, e o tecnólogo em estética e cosmética se

destaca por ser o especialista que dedica maior tempo de formação acadêmica

específica somente para a área, abrangendo conhecimentos além do

necessário, distinguindo-se de outros profissionais atuantes na área.

Ainda que a valorização profissional não seja vista por todos, é um

mercado que se encontra em expansão, com alta procura desses serviços

especializados, podendo o tecnólogo colocar todos seus conhecimentos em

prática buscando realização pessoal e um ótimo retorno financeiro.

O mercado de trabalho é bem amplo, variando as opções que o

tecnólogo pode escolher e as diferentes funcionalidades em relação aos locais

de atuação, conforme mostra a imagem V e VI.

Page 11: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

11

Figura V: Gráfico setorial sobre as áreas de atuação do tecnólogo.

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura VI: Gráfico setorial locais de trabalho.

Fonte: Elaborada pelo autor

Dificilmente os tecnólogos em estética trabalhavam em um só local ou

com apenas uma área, e este foi um ponto positivo que pode ser observado

nessa pesquisa.

Em relação às opções ‘outros’ das imagens V e VI , na área de

atuação envolve subáreas específicas da estética, como maquiagem definitiva

a gerenciamento de clínica. E quanto aos locais de trabalho, inclui instituições

Page 12: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

12

de ensino, eventos, clínicas médicas, entre outros.

Sobre a capacitação profissional foi perguntado qual era a exigência na

atualidade, se era inferior à recebida no curso tecnólogo em que se graduou

compatível ou superior:

Figura VII: Gráfico setorial exigência da capacitação profissional:

Fonte: Elaborada pelo autor

Das entrevistadas 43% responderam que a capacidade exigida é

superior à recebida no curso tecnólogo. Falando especificadamente da área da

estética a necessidade de outros cursos torna-se algo indispensável, pois se

trata de uma área em expansão, que a cada dia traz novidade para o mercado,

seja em relação a aparelhos, cosméticos, tratamentos, novas técnicas, novas

descobertas, o profissional precisa se dedicar e fazer uma busca constante por

atualização e conhecimento, a universidade em si não o capacita para toda a

vida, nem para todas as situações, pois é também através da prática que o

profissional vai colocar em ação todo seu conhecimento e aperfeiçoa-lo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos, observou-se que o mercado de

trabalho do tecnólogo em estética é muito amplo, e sua inserção considerada

fácil, pois abrange muitas opções para o profissional, podendo o mesmo

trabalhar com várias áreas ao mesmo tempo.

O fato da maior parte das profissionais serem autônomos aumenta as

Page 13: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

13

chances da auto satisfação profissional, pois muito do que pode ser feito

depende exclusivamente do esforço desse profissional, administrando melhor

seu tempo, incluindo várias atividades, pois a capacitação necessária ele já

adquire ao longo dos três anos de formação acadêmica, podendo colocar em

prática todos os conhecimentos, conquistando o mercado de trabalho,

formando sua carteira de clientes e expandindo suas funções.

Sendo este, um estudo preliminar, outras pesquisas possibilitarão uma

melhor compreensão das variáveis estudadas, quando se poderá utilizar um

número maior de voluntárias em uma amostra mais representativa e completa,

com estudo comparado incluindo acadêmicas de outros cursos de tecnologia.

Logo essa proposta busca incentivavar novas pesquisas, que propiciem

maiores conhecimentos sobre os fatores determinantes da inserção do

tecnólogo no mercado de trabalho, já que essa é uma área considerada nova

no meio acadêmico e não há muitas pesquisas sobre o assunto.

5. REFERÊNCIAS

1. SEBRAE. Boletim do serviço brasileiro de apoio às micro e pequenas

empresas. O mercado de beleza e estética. Setembro de 2011.

2. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Educação Profissional:

referências curriculares nacionais da educação profissional de nível

técnico. Brasília, 2000.

3. SCHMITZ,S. D; LAURENTINO, L; MACHADO, M. Estética facial e

corporal: uma revisão bibliográfica. UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa

Catarina.

4. CARVALHO, Célia Regina Fernandes de. Estudo do perfil profissional e

da formação acadêmica do tecnólogo em estética: estudo de caso. 13 p.

Dissertação (Mestrado) – Fiocruz, 2006.

5. MARTINS, Lauri Tadeu Corrêa. Como montar um salão de beleza.

Brasília: Sebrae, 2011.

Page 14: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

14

6. SHMIDTT, A; OLIVEIRA, C. O mercado da Beleza e suas consequências.

Artigo Científico – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

7. SARRAF, Zélia. Referenciais curriculares nacionais, área profissional:

Imagem Pessoal. MEC, Brasília, 2000.

8. PEREIRA, G. Patrícia. et al. Vaidade Masculina: Novo segmento de

mercado para os profissionais da estética. Balneário Camboriú, Santa

Catarina, p. 1-12.

9. BOTA, Fátima Barbosa. Atributos da Qualidade: Um Estudo Exploratório

em Serviços de Estética e Beleza. 2007. Dissertação (Mestrado em Gestão

Empresarial) – Escola Brasileira de Administração Publica e de Empresas,

Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2007

10. BORBA. Tamila J. Uma reflexão sobre a influência da estética na auto

estima, auto-motivação e bem estar do ser humano. UNIVALI, Balneário

Camboriú, Santa Catarina.

11. GOMES, G.C; OLIVEIRA L.E. Curso superior de tecnologia como

instrumento de inserção no mercado de trabalho regional: O caso do

norte Fluminense. In: XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP.

Caxambu, MG – 18 a 22 de setembro de 2006.

12. BRANDÃO, Marisa. Cursos de tecnologia: democratização do acesso

ao ensino superior. Rio de Janeiro: CEFET e UFF, 15 p.

13. UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÀ. Curso superior de Tecnologia em

Estética e Cosmética. Disponível em:

<http://www.utp.br/cursos/faccbs/Tecnologia_Estetica.asp?id=0>. Acesso em:

06 jul. 2013.

14. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Instituições Credenciadas.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=762&>. Acesso em:

Page 15: A INSERÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E IMAGEM …tcconline.utp.br/media/tcc/2017/06/A-INSERCAO-DO-TECNOLOGO-EM... · pesquisa está em conformidade com a Resolução 196/96, do

15

14 set. 2013.

15. BRASIL. Portaria n° 238, de 27 maio de 2013. Diário Oficial da União.

Disponível

em:<http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=11&dat

a=28/05/2013>. Acesso em: 20 ago. 2013.

16. BRASIL. Projeto de Lei n°959/2003, de 08 de maio de 2003. Dispõem

sobre a regulamentação das profissões de Técnico de Estética e de

Terapeuta Esteticista. Disponível em:

<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1

14811>. Acesso em: 20 ago. 2013. .

17. PEIXOTO. P. A. Maurício. Como apresentar os seus dados em gráficos

e tabelas. Doutor em Medicina, FM – URFJ. Universidade Federal do Rio de

Janeiro. Rio de Janeiro, dezembro de 2006. Disponível em:

http://pt.slideshare.net/Officina.da.Mente/como-apresentar-os-seus-dados-em-

grficos-e-tabelas. Acesso em: 05 dez 2013.

18. UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Normas técnicas: elaboração e

apresentação de trabalhos acadêmico-científicos / Universidade Tuiuti do

Paraná. – 3. ed. – Curitiba: UTP, 2012. 160 p.