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A Inovação nas Micro e Pequenas Empresas em um Cenário Competitivo Área temática: Gestão da Inovação e Empreendedorismo Resumo O presente trabalho busca identificar o significado conferido, pelos gestores, à inovação, bem como demonstrar a importância dada ao tema pelos mesmos. Procura também mostrar como é a adequação das empresas às inovações para o sucesso e a sustentabilidade das mesmas no mercado altamente competitivo em que estão inseridas. Quando se traz o tema para o âmbito das micro e pequenas empresas - MPE’s, percebe-se que existem barreiras de âmbito cultural e financeiros que dificultam os gestores a se adequarem as inovações (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2007). A inovação assume diferentes significados para os gestores: para alguns representa a sobrevivências, desafio, transtorno, para outros uma vantagem competitiva. Em qualquer das situações a interpretação quanto à necessidade da inovação é um elemento importante nas ações empresariais. É neste contexto que o presente trabalho se desenvolve, ou seja, o objetivo é verificar qual o significado que os gestores de micros e pequenas empresas MPE’s, localizadas na cidade de Frutal-MG, empregam para a inovação. A escolha dos sujeitos, os gestores, e dos objetos de análise, as micros e pequenas empresas, ocorreu em virtude da importância que essas organizações assumem para a economia nacional e, particularmente, a economia local. Gestão de micro e pequena empresa tem sido um tema recorrente na literatura da Administração por diversos fatores, dentre os quais, a capacidade de gerar trabalho e renda, movimentar o comércio, enfim, levar aos consumidores os produtos que as grandes redes varejistas não conseguem atender. O método de procedimento utilizado, para a coleta dos dados é a entrevista episódica e a análise de conteúdo é norteada pelo referencial teórico deste trabalho. Os sujeitos da pesquisa expressaram o seu ponto de vista em relação ao tema inovação. Desse modo, os textos e as falas referem-se aos pensamentos, aos sentimentos, às memórias, aos planos e às discussões deles. O pesquisador aborda o tema sugerido - inovação de maneira que os gestores (entrevistados) possam expressar seu entendimento acerca do assunto. Os resultados apontam uma divisão dos gestores das micro e pequenas empresas visitadas, observando que alguns entrevistados entendem que o desempenho da MPE torna-se diferente depois da mudança. A maioria dos gestores deixa transparecer, ao final da entrevista, que o significado de inovação é positivo. Palavras-chave: Inovação. Micro e pequenas empresas. Cultura organizacional. INTRODUÇÃO As micro e pequenas empresas MPE’s são, há muito tempo, alvo de atenção de analistas econômicos, devido a seu potencial de geração de renda e de emprego, principalmente naquelas regiões pouco desenvolvidas, pois, muitas vezes, são elas as responsáveis pela geração da maior parte das vagas de empregos e movimentação da economia local, já que, empresas de grande porte dificilmente se instalariam em locais assim. Anais do Encontro de Gestão e Negócios - EGEN2014 Uberlândia, MG, 20 a 22 de outubro de 2014 520

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A Inovação nas Micro e Pequenas Empresas em um Cenário Competitivo

Área temática: Gestão da Inovação e Empreendedorismo

Resumo O presente trabalho busca identificar o significado conferido, pelos gestores, à inovação, bem como demonstrar a importância dada ao tema pelos mesmos. Procura também mostrar como é a adequação das empresas às inovações para o sucesso e a sustentabilidade das mesmas no mercado altamente competitivo em que estão inseridas. Quando se traz o tema para o âmbito das micro e pequenas empresas - MPE’s, percebe-se que existem barreiras de âmbito cultural e financeiros que dificultam os gestores a se adequarem as inovações (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2007). A inovação assume diferentes significados para os gestores: para alguns representa a sobrevivências, desafio, transtorno, para outros uma vantagem competitiva. Em qualquer das situações a interpretação quanto à necessidade da inovação é um elemento importante nas ações empresariais. É neste contexto que o presente trabalho se desenvolve, ou seja, o objetivo é verificar qual o significado que os gestores de micros e pequenas empresas – MPE’s, localizadas na cidade de Frutal-MG, empregam para a inovação. A escolha dos sujeitos, os gestores, e dos objetos de análise, as micros e pequenas empresas, ocorreu em virtude da importância que essas organizações assumem para a economia nacional e, particularmente, a economia local. Gestão de micro e pequena empresa tem sido um tema recorrente na literatura da Administração por diversos fatores, dentre os quais, a capacidade de gerar trabalho e renda, movimentar o comércio, enfim, levar aos consumidores os produtos que as grandes redes varejistas não conseguem atender. O método de procedimento utilizado, para a coleta dos dados é a entrevista episódica e a análise de conteúdo é norteada pelo referencial teórico deste trabalho. Os sujeitos da pesquisa expressaram o seu ponto de vista em relação ao tema inovação. Desse modo, os textos e as falas referem-se aos pensamentos, aos sentimentos, às memórias, aos planos e às discussões deles. O pesquisador aborda o tema sugerido - inovação – de maneira que os gestores (entrevistados) possam expressar seu entendimento acerca do assunto. Os resultados apontam uma divisão dos gestores das micro e pequenas empresas visitadas, observando que alguns entrevistados entendem que o desempenho da MPE torna-se diferente depois da mudança. A maioria dos gestores deixa transparecer, ao final da entrevista, que o significado de inovação é positivo.

Palavras-chave: Inovação. Micro e pequenas empresas. Cultura organizacional.

INTRODUÇÃO

As micro e pequenas empresas – MPE’s são, há muito tempo, alvo de atenção de analistas econômicos, devido a seu potencial de geração de renda e de emprego, principalmente naquelas regiões pouco desenvolvidas, pois, muitas vezes, são elas as responsáveis pela geração da maior parte das vagas de empregos e movimentação da economia local, já que, empresas de grande porte dificilmente se instalariam em locais assim.

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As transformações tecnológicas e nos processos de trabalho comuns nas grandes empresas, associadas ao aumento da demanda de bens de consumo e serviços ocasionados pelas mudanças graduais na distribuição pessoal da renda, têm contribuído para que os micro e pequenos negócios assumam papel ainda mais significativo na geração de postos de trabalho. Entre 2002 e 2012, as MPEs geraram 6,6 milhões de empregos. (SEBRAE,2013)

De acordo com dados do IBGE (2006), o segmento das MPE’s são responsáveis por 56,4% dos empregos diretos na cidade de Frutal – MG. O cenário em que as MPE’s estão inseridas é de grande competitividade, devido às inovações cada vez mais usadas no ambiente interno das organizações.

Para Amorim (1998), as MPE’s têm conquistado lugar de destaque no mercado onde estão inseridas, devido a geração de emprego, de renda e da competitividade que elas proporcionam. No entanto, o autor também chama atenção para a necessidade de se encontrar formas que garantam a competitividade do segmento, para que ele possa ser capaz de iniciar e sustentar o processo de desenvolvimento econômico de uma região, devido a sua importância na microrregião de Frutal-MG, onde as MPE’s são pouco exploradas na área da inovação; e as significativas melhoras, na competitividade e na sustentabilidade das MPE’s, geradas pela prática da inovação, no cenário altamente competitivo de hoje, pois havendo relação entre a ideia de inovação com o sucesso e a sustentabilidade das pequenas e médias empresas. Particularmente, a noção de inovação pode não exercer significado em tais empresas, pois inovação, segundo o Manual de Oslo, corresponde à introdução, por parte da empresa, de um processo ou produto novo ou significativamente melhorado ao mercado (OECD, 1997). Tomando por base o exposto, acredita-se que a contribuição deste estudo vem a ser a análise de modelos de gestão de inovação apresentados pelos gestores, do segmento analisado, na cidade de Frutal-MG.

O presente trabalho, portanto, busca contribuir, na prática, para o avanço das MPE’s na cidade de Frutal, estado de Minas Gerais, sobretudo no entendimento dos aspectos vinculados a inovação, bem como ao conceito em si.

A maioria dos estudos, especialmente, aqueles de cunho interpretativo, como, por exemplo, o estudo apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2007), reflete realidades de determinadas regiões metropolitanas ou das maiores capitais do país, surgindo, assim, uma carência de interpretações que reflitam a realidade dos significados identificados no local onde a pesquisa acontece. Diante do exposto, a presente pesquisa justifica-se pela necessidade de suprir tal carência, porque promoverá informações aos agentes municipais de fomento ao desenvolvimento das MPE’s e também a respeito da realidade dos significados encontrados acerca do tema sugerido na pesquisa – a inovação.

Além de discutir o significado de inovação para o gestor das MPE’s, o presente trabalho também verificará os tipos de inovação empregados pelas MPE’s a serem analisadas e, sucessivamente as caracterizará de acordo com os modelos citados neste projeto. Para proporcionar uma visão mais ampla do tema, ainda será realizada uma revisão teórica dos modelos de inovação existentes e, em seguida, buscar-se-á identificar a predisposição dos entrevistados em relação a inovações em seus negócios.

1 CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DAS MPE’s

Atualmente não existem critérios bem definidos quanto à delimitação do segmento das

MPE’s. Observa-se, na prática, uma variedade de critérios para a definição desse segmento,

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tanto por parte da legislação específica, quanto pelas instituições financeiras oficiais e órgãos representativos do setor, ora baseando-se no valor do faturamento, ora no número de pessoas empregadas e ora em ambos.

De acordo com a Lei Complementar (Capitulo II, art. 3), também conhecida como “Lei Complementar N°123, de 14 de Dezembro de 2006”:

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). (BRASIL, 2006)

Outra definição usada para caracterizar o segmento, é oferecida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o qual determina que microempresas são aquelas que empregam até nove pessoas no setor de comércios e serviço ou até dezenove, no caso dos setores industriais e de construção. Já a empresas de pequeno porte, são aquelas que empregam de 10 a 49 pessoas, no caso de comércio e serviços, e 20 a 99 pessoas, no caso de indústria e empresas de construção. (SEBRAE, 2007)

Para fins de concessão de créditos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) considera como microempresa a organização com receita bruta anual de até R$1,2 milhões. Dentro dessas classificações, observa-se que os setores de serviços e comércios são os que concentram o maior número de MPE’s, perfazendo um total de cerca de 80%, segundo informações do SEBRAE (2007).

Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior; a Secretaria do Desenvolvimento da Produção e o Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas, as MPE’s possuem características específicas que as distinguem de organizações maiores, como BRASIL (2007):

x Reduzido nível de organização contábil, gerencial, estrutural;

x Demandas quase sempre vêm de uma ideia, ou de uma necessidade pertinente a empresa;

x Dificuldades de comprovar, por meio de demonstrativos contábeis ou técnicos, suas necessidades e aptidões;

x Capital reduzido;

x Pouca capacidade de desenvolver parcerias com os técnicos e acadêmicos;

x Ausência de: recursos humanos qualificados para elaboração de propostas que atendam as exigências técnicas e legais de instrumentos de apoio disponibilizados por instituições; mão-de-obra qualificada para gestão, monitoramento, avaliação finalização (prestação de contas) de projetos;

x Infraestrutura básica para o atendimento à demanda dos instrumentos de apoio (insumos, equipamentos, material de expediente, etc.);

x Não têm facilidade de estabelecer parcerias que garantam o cumprimento das exigências estabelecidas nos instrumentos de contrato;

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x Suas necessidades são de níveis mais elementares (inovações incrementais e não radicais);

x O retorno aos pleitos da MPE’s é moroso e não corresponde à urgência que elas têm de soluções;

x A característica básica das MPE’s é a falta de estrutura na empresa, falta de visão e ausência de conhecimento técnico.

x Geralmente o empresário é responsável por todas as áreas da empresa;

x Seus recursos humanos não são suficientes, nem apropriados para as atividades de P&D;

x Falta de entendimento das empresas sobre a importância da inovação, não reconhecendo este processo como elemento alimentador da longevidade dos seus negócios;

x Falta de cultura;

x As MPE’s normalmente focam ações que geram resultados operacionais de curto prazo;

x Desconhecimento, por parte das empresas, das questões tecnológicas que envolvem as suas áreas de atuação e sua importância para o seu desenvolvimento;

x Nível de faturamento baixo;

x Questões relativas à qualidade, design, tecnologia, RH e infraestrutura;

x As MPE’s são mais fragilizadas no tocante a incentivos fiscais e tributários.

x Há necessidades de políticas especificas para estimular a inovação; Capacidade de gerar postos de trabalho;

x Capacidade de resposta (agilidade).

As principais atividades exercidas pelos entrevistados de empresas ativas, antes de empreenderem atividades empresariais, consistiam pela ordem de citações em: funcionários de empresa privada (+ de 50%), autônomos (em média 20%) e empresários (em média 12%). As citações dos empresários das empresas extintas, superiores às das empresas ativas, são: empresários (em média 13%) e funcionários públicos (em média 10%).

Ainda um expressivo número de empresários tinha alguma experiência anterior, seja como funcionário de outra empresa, autônomo no ramo ou, ainda, como sócio/proprietário de outra empresa, ou diretor/gerente.

Para entender a necessidade de conhecer as características das MPES, basta compreender o papel fundamental que elas exercem na economia nacional, pois atuam diretamente na geração de empregos e no estímulo da competitividade do mercado, sendo ela a maior parte dos empreendimentos brasileiros. De acordo com o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena empresa 2012, apresentado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o bom desempenho da economia brasileiro, no período entre 2000 a 2011, aliado às políticas de crédito, impulsionou o crescimento das micro e pequenas empresas no país e confirmou sua expressiva participação na estrutura produtiva nacional.

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No período entre 2000 e 2011, verificou-se aumento do número de estabelecimentos das MPE’s e do emprego por elas gerado. Em 2011, as MPE’s responderam, em média, por 99% dos estabelecimentos, mais da metade dos empregos formais de estabelecimentos privados não agrícolas do país e por parte significativa da massa de salários paga aos trabalhadores.

Seguindo o movimento de formalização de toda a economia, cresceu também o número de empregos com carteira de trabalho assinada, assim como o rendimento médio real recebido, tendo no período entre 2000e 2011, as micro e pequenas empresas suplantaram a barreira dos 6 milhões de estabelecimentos. Naquele período, o crescimento médio do número de MPE’s foi de 3,7% a.a. Entre 2000 e 2005, o crescimento médio foi de 4,8% a.a., enquanto o ritmo de crescimento entre 2005 e 2011 foi de 2,8% a.a. Em 2000, havia 4,2 milhões de estabelecimentos, enquanto em 2011 constata-se um total de 6,3 milhões de estabelecimentos em atividade. Portanto, em todo o período, houve a criação de aproximadamente 2,1 milhões de novos estabelecimentos.

Entre 2000 e 2011, as MPE’s criaram 7,0 milhões de empregos com carteira assinada e elevaram o total de empregos de 8,6 milhões de postos de trabalho em 2000, para 15,6 milhões em 2011, tal como se contata por meio do Gráfico 2. Em todo o período, o crescimento médio do número de empregados nas MPE’s foi de 5,5% a.a.

No período 2000-2005, foram gerados 2,4 milhões de postos de trabalho nas MPE’s, perfazendo um crescimento médio anual de 5,1% a.a. Entre 2005 e 2011, esse movimento se intensificou, resultando na geração de 4,6 milhões de novos postos de trabalho e um crescimento médio anual de 5,9% a.a.

Diante do exposto, constata-se a importância das MPE’s para a economia nacional, assim como a necessidade de se encontrar estratégias propícias à sustentabilidade e à competitividade do segmento no mercado.

Em um ambiente de constantes transformações e mudanças, surge a necessidade das empresas aderirem a um conceito inovador para que não fiquem atrás dos seus concorrentes. Para Porter (1990) a inovação apresenta-se como uma forte ferramenta, para que uma empresa possa adquirir maior poder de concorrência e ter sustentabilidade no mercado. A fim de proporcionar um entendimento mais amplo a respeito do que vem a ser inovação, no próximo capítulo, serão apresentados conceitos e tipos de inovação.

2 INOVAÇÃO A importância do tema inovação vem sendo evidenciada por autores e pesquisadores

da área de Administração, uma vez que este possibilita vantagens competitivas às empresas, sendo, portanto, uma das fontes de sobrevivência no mercado, bem como de lucratividade. Definir inovação não é algo simples, porque muitas vezes o termo é confundido com invenção.

De acordo com Schumpeter (1955), considerado o pai dessa área da teoria econômica, porque sua obra constitui um marco no estudo sobre inovações, a invenção não produz nenhum efeito economicamente relevante, fato que ocorre com a inovação.

Inovação é representada pela atividade de transformação de um elemento comercial útil, que venha a ser aceito por um mercado. Uma inovação pode ser um novo produto, um

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novo processo, uso de novas matérias primas ou uma nova forma de organização. (SCHUMPETER, 1995)

Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), inovação é o processo de fazer de uma oportunidade uma nova idéia ecolocá-la em uso de maneira mais ampla possível, ou seja, é tendo em vista uma necessidade, ter uma idéia, aplicá-la e poderavaliar seus resultados.

Drucker (2002) define inovação como uma ferramenta fundamental para empresas, porque, por meio dela, a empresa tem maior probabilidade de oferecer ao mercado produtos e serviços novos ou modificados, que atendam a demanda e aumentem as receitas.

De acordo com Zaltman, Duncan e Holbek (2013), inovação vem a ser uma ideia prática ou um bem material, percebido como novo e de relevante aplicação, que envolve a busca, a experimentação, a descoberta, o desenvolvimento e adoção de novos produtos ou novos modelos de prestação de serviço.

Para Barbieri (1997), inovação constitui um novo processo produtivo ou uma modificação no mesmo; mudanças no produto ou substituição por outro com as mesmas funções e/ou características de outras; geração de novo produtos advindos de novas tecnologias.

A terceira edição, publicada em 2005, do Manual de Oslo, editado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelas definições mundialmente adotadas sobre inovação, preconizou a expansão do conceito de inovação, incluindo o setor de serviços e retirando a palavra “tecnológica” da definição de inovação, ou seja, é possível se fazer inovação em produtos, em processos, em serviços, em marketing e em sistemas organizacionais. (OCDE,1997)

Como podemos observar, o conceito de inovação é muito abrangente podendo sugerir várias ideias e diferentes métodos de se pensar. Para inovar é preciso ter criatividade. Criatividade é a habilidade de pensar e imaginar as coisas do dia-a-dia de uma maneira diferente. Ao passo que inovar é usar a criatividade para construir algo novo e, principalmente, útil para a vida das pessoas, seja um produto ou um serviço inovador.

De acordo com Tidd; Bessant e Pavitt, (2008), existem quatro categorias de inovação, conhecidas também como “os 4Ps da inovação”, sendo elas:

x Inovação de Produto: Mudanças nos produtos ou serviços que uma empresa oferece. A inovação de produto é, por exemplo, um novo modelo de automóvel ou uma nova forma de oferecer um serviço.

x Inovação de Processo: Mudanças na forma em que os produtos ou serviços são criados e entregues. Já a inovação de processo é, por exemplo, a mudança da matéria-prima utilizada para fabricar determinado produto.

x Inovação de Posição: Mudanças no contexto em que os produtos ou serviços são introduzidos. A inovação de produção é mais abrangente, como, por exemplo, a contribuição de Henry Ford, o qual, com seu motor a combustão e com seu processo de linha de montagem fez com que os carros se popularizassem. O que antes era consumido apenas pelos mais abastados, passou a ser disponível a qualquer cidadão a um preço acessível.

x Inovação de Paradigma: Mudanças nos modelos mentais subjacentes que orientam o que a empresa faz. Inovação de paradigmas é, por exemplo, a introdução dos serviços financeiros pela internet, que gerou além de redução de custo, aumento da qualidade e da rapidez com que o serviço é prestado.

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Além dessas quatro categorias de inovações existem dois graus de inovação gerais, sendo eles, inovação incremental e inovação radical. Cada um deles se apresenta com uma intensidade de novidade em que ocorrem diferentes formas de serem criadas e não apresentam os mesmos riscos e nem proporcionam recompensas similares. Tidd, Bessant e Pavitt (2008) definem a inovação incremental como: “fazendo o que sabemos, mas melhor”; e a inovação radical como: “fazer de um jeito diferente”.

A inovação incremental é aquela que surge de uma melhoria em relação ao que já existia, ou seja, a inovação incremental apenas reflete algumas pequenas melhorias nos produtos já apresentados pela empresa, não se trata de uma revolução, mas sim, apenas, de adaptações ao mercado.

É considerado exemplo de inovação incremental a história de um agricultor japonês que desenvolveu melancias quadradas, que estão sendo vendidas a preço de ouro no Japão. Há 20 anos, o agricultor, teve a ideia de dar formas mais retas às frutas para que elas pudessem ser guardadas nas geladeiras dos consumidores e cortadas com facilidade. Para mudar o design das frutas, os fazendeiros as cultivaram dentro de caixas de vidro. Desse modo, naturalmente, a melancia adotou o formato da caixa. Uma melancia quadrada não sai por menos de10 mil yens, o equivalente a US$ 83. A fruta está sendo vendida em lojas de departamento e em supermercados caros e há quem use a melancia quadrada como peça de decoração. (LESSA, 2001)

Empresas que não investem na inovação incremental têm grandes chances de serem deixadas para trás, os concorrentes que investem nesse tipo de inovação acabam se beneficiando devido ao uso de tecnologias e modelos de negócios que simplesmente chamam a atenção dos consumidores, mas são apenas copias de modelos pioneiros. (EPSTEIN, DAVILA e SHELTON, 2006)

Por ser mais fácil e segura, a inovação incremental é muito utilizada, porém ela pode ser previsível o que pode fazer com que a empresa não ultrapasse e sim acompanhe concorrentes que também usam esse tipo de inovação.

Diferente da inovação incremental, a inovação radical é um produto, um processo ou um serviço que apresente características de desempenho sem precedentes, ou características já conhecidas que promovam melhoras significativas de desempenho ou custo e transformem os mercados existentes ou criem novos mercados. Ela propõe uma mudança radical na concepção dos paradigmas da empresa e, por isso, também é conhecida como inovação de ruptura.

Um caso de inovação radical ocorreu no milionário mercado fonográfico, onde, depois de mais ou menos 50 anos, os discos de vinil ou LP (Long Play), foram substituídos pelo CD (CompactDisc) na década de 90. A nova tecnologia suplantou o Vinil em diversos aspectos como capacidade de armazenamento e durabilidade. O CD renovou a indústria fonográfica e também possibilitou uma série de outras inovações como os equipamentos CD player e walkman, por exemplo. Em menos de 10 anos o vinil perdeu valor de produto e passou a ser artigo de coleção. Agora parece ser a vez do CD perder espaço para formatos ainda mais inovadores: são os arquivos de música distribuídos pela internet.

A inovação radical está concentrada em novas tecnologias e em novos modelos de negócio. Tidd; Bessant e Pavitt, (2008) explicam que uma inovação radical implica em romper com a forma anterior de fazer as coisas, o que, usualmente, demanda novas técnicas de produção e pode levar a grandes mudanças organizacionais. Esse tipo de inovação pode se originar de vários lugares, pois ter boas ideias não é o ponto mais difícil na inovação.

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O problema da inovação radical está na aplicabilidade, pois para ser colocada em prática ela demanda tempo, dinheiro, treinamentos, cujo retorno nem sempre é garantido. Devido ao crescimento das micro e pequenas empresas, a inovação radical é muito discutida em empresas de grande porte, mas ela não é bem vista por investidores, pois os resultados futuros de uma inovação como esta é de difícil mensuração.

É extremamente necessário que as empresas conheçam e saibam estruturar um processo de inovação, para que se antecipem frente às oportunidades e ameaças do mercado, pois assim poderão transformar invenções em instrumentos de geração de valor. (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008)

O primeiro passo necessário para realizar uma inovação é perceber a necessidade de melhorar. O segundo vem a ser a transformação dessa necessidade em realidade. Mas inovação não é um processo rápido, exige aprendizado e paciência. Além disso, deve-se estar ciente de que, para o retorno esperado, existem sempre riscos associados e proporcionais.

A seguir estão elencados os órgãos e os programas de apoio à inovação, disponíveis para empresas do Estado de Minas Gerais.

A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT/MG) foi criada pela Lei 6.953, de 16 de dezembro de 1976, ocasião em que também foi instituído o Fundo Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCET).

Em 26 de novembro de 2006, através da Lei 14.797, a então SECT/MG recebeu nova denominação, passando a se chamar Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES).

A SECTES tem como missão Promover, de forma articulada, a ciência, a tecnologia, a inovação e o ensino superior, visando ao desenvolvimento sustentável e à melhoria da qualidade de vida em Minas Gerais.

A SECTES coordena o projeto de Rede de Inovação Tecnológica - RIT, o qual visa: Ampliar a capacidade de geração e difusão de inovações tecnológicas em Minas Gerais, fomentando e articulando os diferentes agentes empresariais, governamentais, do setor acadêmico e da sociedade, dinamizando o Sistema Mineiro de Inovação considerando as ações de adensamento de conhecimento: os Arranjos Produtivos Locais e ambientes de inovação (Parques Tecnológicos, Incubadoras, Polos de Excelência, Polos de Inovação). (SECTES, 2013)

A FAPEMIG é a única agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico de Minas Gerais. É uma fundação do Governo Estadual, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

A FAPEMIG oferece os seguintes programas de apoio à inovação para as empresas:

x Projeto TECNOVA: O Programa TECNOVA é uma iniciativa da FINEP para trabalhar de forma conjunta com as Fundações de Amparo de Pesquisa dos Estados, como parceiros descentralizados, estruturados e capacitados. Em Minas Gerais, a parceria com a FAPEMIG resultou em um Edital de Subvenção Econômica para financiar propostas de micro e pequenas empresas, sediadas no estado, para o desenvolvimento de projetos de inovação.O objetivo é financiar propostas de microempresas e empresas de pequeno porte, sediadas no Estado de Minas Gerais, para o desenvolvimento de produtos e/ou processos inovadores, com risco e conteúdo tecnológico e, dessa forma, promover o aumento das atividades de inovação e da competitividade das empresas;

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x Projeto Pró- Inovação: O projeto Pró-Inovação é uma linha de financiamento que foi criada por meio da parceria FAPEMIG/BDMG com o objetivo de apoiar projetos de desenvolvimento com foco na inovação de produtos, processos e serviços de empresas instaladas em Minas Gerais.O Pró-Inovação contempla investimentos fixos, intangíveis e capital de giro relacionados diretamente com atividades voltadas para inovações radicais ou incrementais que resultem em significativa melhoria de qualidade, pioneirismo ou aumento da competitividade no mercado e maior produtividade;

x Programa Inventiva: Lançado em abril de 2007, o Projeto Inventiva tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de protótipos de produtos ou processos inovadores.Podem concorrer ao financiamento inventores e pesquisadores independentes, microempresas e instituições de ensino e pesquisa que atuem em parceria com o inventor ou pesquisador e a microempresa. Todas as etapas de desenvolvimento do produto ou processo devem ser realizadas em Minas Gerais.As solicitações ao Projeto Inventiva têm fluxo contínuo, ou seja, não se enquadram em um edital específico e podem ser enviadas a qualquer momento à FAPEMIG. O SEBRAE Nacional mantém uma série de programas relacionados à inovação e à

qualificação tecnológica das micro e pequenas empresas. Porém, não são todas as agências do SEBRAE nos estados e/ou nos municípios que oferecem a totalidade ou parte desses programas.

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais - Sebrae Minas - é uma entidade associativa de direito privado, sem fins lucrativos. Integra o Sistema Sebrae, criado pela Lei 8.029/90 e Decreto 99.570/90, hoje formado por uma unidade central - Sebrae Nacional - e por unidades operacionais localizadas em cada estado da federação e no Distrito Federal. Presente em 57 microrregiões do estado, abrangendo os 853 municípios mineiros, o Sebrae Minas oferece produtos e serviços que atendem o empreendedor nos diferentes estágios de desenvolvimento do negócio. O Sebrae Minas presta orientação completa a quem deseja abrir, diversificar ou ampliar um empreendimento, por meio de cursos, palestras, consultorias e programas de atualização, para melhoria da gestão empresarial. Além disso, desenvolve projetos que incentivam a formalização dos negócios e articula para a disseminação e criação de políticas públicas que favorecem o crescimento dos pequenos negócios. O Sebrae Minas contribui para aumentar os níveis de organização, qualidade, inovação, produtividade e lucratividade das micro e pequenas empresas, para que estejam aptas a acompanhar o dinamismo do mercado. (SEBRAE, 2013)

Pelo exposto, constata-se que o Estado de Minas Gerias, por meio de seus órgãos de fomento, oferece uma gama de opções de programas e projetos que visam ampliar e incentivar a prática inovadora por parte do gestor.

3 CULTURA ORGANIZACIONAL E INOVAÇÃO

Atualmente, o mercado onde as MPE’s estão inseridas é de grande competitividade,

devido às inovações que vem sendo cada vez mais internalizadas no ambiente das organizações, como ferramenta de vantagens. Se as empresas não estiverem atentas às mudanças no mercado e no comportamento do consumidor, elas podem estar em sérios perigos.

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A cultura de uma organização é uma maneira informal e compartilhada de perceber a vida e a participação na organização, que mantém os seus membros unidos e influencia o que pensam sobre si mesmos e seus trabalhos. (WAGNER, 2009)

Para Santos (1994), cultura é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. É uma construção histórica, uma produção coletiva da vida humana. Por ser uma construção histórica ela influencia e é influenciada. É produto e produtora. Na medida em que as pessoas a seguem, vai se perpetuando ou modificando o processo cultural, seja do ponto de vista pessoal ou social.

Souza (1978, apud GONÇALVES 2000) afirma que a cultura organizacional é o conjunto de um fenômeno decorrente da atuação dos homens na organização. É, portanto, um fenômeno grupal, resultante e característico de uma coletividade. É um conceito que engloba os fatos materiais, como abstratos resultantes do convívio humano institucional.

Na concepção de Moura (1990), cultura é um sistema de crenças (como as coisas funcionam) e valores (o que é importante) compartilhado (vivenciado por todos) e que integram com (penetração nos sistemas e subsistemas) as pessoas, as estrutura e mecanismos de controle para produzir (efeitos) as normas de comportamento características daquela organização (como fazemos as coisas por aqui).

Ao abordar o conceito de cultura no âmbito organizacional, Schein (1989) afirma que: Cultura organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu e desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados validos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas.

Já para Chiavenato (1992), “A cultura representa o ambiente de crenças e valores, costumes, tradições, conhecimentos e práticas de convívio social e relacionamento entre as pessoas”.

De acordo com Dubrin (2008), a cultura organizacional tem origens nos valores, nas práticas administrativas e na personalidade do fundador ou fundadores da empresa. Ainda segundo o mesmo autor, existem forças que moldam a cultura de uma empresa. Essas forças podem estar inseridas tanto no ambiente externo quanto no interno da empresa e exercer influências em seu comportamento, como, por exemplo, organismos governamentais, instituições financeiras, investidores, mercado de mão-de-obra etc.

Mediante essas constatações, faz-se necessário compreender os fatores que auxiliam no desenvolvimento de uma organização criativa.

As transformações desses ambientes impulsionam a criação de novas ideias e o surgimento de novos conhecimentos por meio do aprendizado intencional ou não intencional e a inovação é o resultado da aprendizagem, que, em grande parte, provem da experiência do experimento (MAYO, 2003, p.150).

Segundo Dubrin (2008), a cultura organizacional de uma empresa pode causar um impacto penetrante na eficácia da organização. O mesmo autor aponta seis consequências e implicações da cultura organizacional, a vantagem competitiva e sucesso financeiro; a produtividade, qualidade e moral, a inovação, a compatibilidade das fusões e aquisições, o ajuste pessoa/organização e, a direção da atividade de liderança. partir do exposto, constata-se que o processo de inovação está fortemente ligado ao ambiente organizacional, sendo necessário um ambiente favorável para o bom desempenho desta ferramenta.

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Para analisarmos os fatores que influenciam o processo de inovação nas MPE’s, faz-se necessário conhecer o ambiente organizacional em que as mesmas estão inseridas, obtendo informações que são peculiares ao local junto aos empresários do segmento.

4 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Serão apresentados, a seguir, os procedimentos metodológicos para a realização do

presente projeto, bem como os tipos de pesquisas realizadas; a caracterização dos segmentos estudados; os participantes do estudo; os instrumentos de pesquisa e, por fim, os procedimentos de coleta e análise de dados.

A pesquisa busca informações, junto aos gestores de micro e pequenas empresas – MPES, da cidade de Frutal-MG, a fim de identificar o significado de inovação para eles. A pesquisa também investigou teoricamente os modelos de inovação existentes e verificar os tipos de inovação empregados pelas MPE’s analisadas, e caracterizá-los de acordo com os modelos apresentado por Tidd, Bessant e Pavit (2008), sendo eles: inovação em processo; inovação em produto; inovação em paradigma e inovação em posição. Além de categorizar os modelos de inovação utilizados pelos gestores, apontam a existência de dois graus de inovações gerais – incremental e radical.

O trabalho classifica-se como uma pesquisa descritiva, pois visa descrever características de um fenômeno, sendo ele o modelo de inovação seguido por cada empresa de micro e pequeno porte, para as coletas de dados foi feita uma pesquisa documental, juntamente com a realização de entrevista com os gestores e, as informações coletadas por meio de gravações.

As empresas, nas quais os dados serão coletados, fazem parte do segmento de micro e pequenas empresas atuantes na cidade de Frutal, Estado de Minas Gerais. Foram selecionadas oito empresas, com base nos tipos de serviços que estas oferecem. A definição do número de empresas pesquisadas deveu-se ao fato de que, em um estudo de casos variados, o pesquisador deve ter uma base considerável e racional, de casos, para fazer generalizações a partir dos dados coletados, são de setores variados e que prestam diferentes serviços como: venda de materiais elétricos e hidráulicos ao varejo; confecção de roupa infantil; propaganda e publicidade visual; processamento de grãos de café; reparos e vendas de bombas e motores; vendas de materiais de construção ao varejo; mercado, e; farmácia.

5 ANÁLISES DOS DADOS COLETADOS

Com a intenção de identificar o significado de inovação para o gestor de micro e pequena empresa, cruzamos as informações obtidas com as entrevistas realizadas pelo pesquisador e as informações que mostram, ou caracterizam as micros e pequenas empresas. Como fora anteriormente exposto por trabalho realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior (2007), as características próprias das micro e pequenas empresas são muitas e o que se espera é uma compreensão mais consistente das peculiaridades e fragilidades destas, por parte dos diversos atores envolvidos nos campos do desenvolvimento tecnológico e da inovação, possibilitando a construção de políticas, programas e ações mais condizentes com as reais necessidades dessas empresas.

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Partindo-se dos problemas expostos pelos entrevistados, pode-se inferir que tais particularidades não só denotam a clareza com que as características das micro e pequenas empresas estão manifestas, mas também o próprio sentido que os gestores destinam aos seus negócios, com a descrição de alguns pontos que demonstram algumas das características específicas das micro e pequenas empresas, bem como o sentido dado pelos gestores entrevistados.

Com relação à referência dos gestores à falta de mão-de-obra qualificada que culmina em atendimento precário, tratando-se principalmente de micros e pequenas empresas, nota-se uma alta incidência de referência a esse assunto, principalmente, para os gestores que entendem seus negócios como o único e principal meio de vida.

Dubrim (2008) mostra como forças localizadas no ambiente externo das empresas, como, por exemplo, a mão-de-obra influencia no desempenho da organização.

Identificamos que o problema da falta de mão-de-obra, expressos pelos gestores das MPES de Frutal, resulta em outro problema, característico deste segmento, que é a centralização das tarefas na pessoa do gestor ou proprietário, bem como na administração do negócio e na execução das tarefas.

A afirmação de que as tarefas gerenciais e operacionais ficam centralizadas no proprietário da empresa, quanto a substituição de funcionários no operacional quando eles faltam, revelam o quanto a centralização das tarefas dificulta o bom desempenho da organização.

O trabalho realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior (2007) aponta, que a falta de estrutura gerencial é uma das questões que dificultam o desenvolvimento da inovação nas MPE’s.

A centralização das tarefas – relacionada à falta de estrutura gerencial e uma característica típica das pequenas empresas - dificulta o processo de inovação, pois, os gestores muitas vezes não conseguem tempo para pensar no que precisa ser mudado, também como agir para mudar.

Além dos problemas elencados acima, observamos, em menor proporção, a incidência de outro fator relacionado à cultura regional. A cultura, segundo Dubrin (2008), pode causar forte impacto na eficácia de uma organização.

“A cultura representa o ambiente de crenças e valores, costumes, tradições, conhecimentos e práticas de convívio social e relacionamento entre as pessoas”. (CHIAVENATO, 1992)

A cultura organizacional e os costumes regionais se mostraram como fatores dificultosos no processo de inovação, como a implantação de um software, para controle e gerenciamento, tem resistências, pois se trata de uma mudança de paradigma.

Segundo Lewin (apud SILVA, 2008, p. 06), as organizações são sistemas em equilíbrio quase estacionário sujeito a forças opostas de mesma intensidade que os mantém em estado de equilíbrio, status quo. Para esse autor, as tentativas de mudança geralmente se desenvolvem em um campo de forças que atuam em vários sentidos, sendo que estas podem favorecer o processo de mudanças ou gerar resistência a elas.

De acordo com o trabalho realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (2007), entre os vários fatores que dificultam o desenvolvimento da inovação nas MPE’s, está o reduzido conhecimento técnico por parte dos gestores.

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Podemos analisar na fala do entrevistado C, que o problema dele está relacionado a “cultura regional” de seus funcionários em prolongar feriados o que dificulta o desempenho da empresa no que tange ao processo de fabricação e entregas dos produtos.

Além destes problemas recorrentes, característicos das MPES, observamos a emersão de outra nova categoria, relacionada a problemas de inadimplência dos consumidores e na dificuldade dos empresários em gerenciá-las, sendo até mesmo motivos de quase fechamento de empresas.

No questionamento os gestores sobre, quais foram ou são suas maiores dificuldade, procuramos extrair informações a respeito do tipo de mudança ou inovação que eles tenham praticado e categorizá-las segundo os autores Tidd, Bessant, Pavitt (2008).

Nas entrevistas realizadas com os gestores, das MPE’s de Frutal –MG, identificamos a ocorrência de três dos quatro tipos inovações apresentados neste trabalho.

Verificamos nas falas dos entrevistados, que o modelo de inovação em processo, é o que ocorre com mais frequência e, sendo que a da inovação em produto aparece como uma das mais praticadas.

Em terceiro lugar o modelo de inovação que aparece com maior frequência nas falas dos entrevistados é a inovação em posição, ou seja, mudanças no contexto em que os produtos ou serviços são introduzidos no mercado, ao analisarmos as falas dos entrevistados, podemos observar a ocorrência da prática de mais de um tipo de inovação dentro de uma mesma empresa.

Observamos também nas análises dos tipos de inovações praticados pelos gestores de MPEs, que nenhuma empresa inovou em paradigma, ou seja, realizou mudanças nos modelos mentais subjacentes que orientam o que a empresa faz, além disso, ficou nítido nas transcrições, elencadas anteriormente, que o grau que a inovação acorre é do tipo incremental.

Alguns fatores externos, que influenciam ou não na ocorrência das inovações nas empresas, foram detectados na medida em que as entrevistas foram sendo realizadas, já que os entrevistados mostram, em suas falas, que a concorrência ou a entrada de novos concorrentes, no mercado que estão inseridas, são na maior parte fatores responsáveis pelas suas decisões.

Percebemos que, a prática da inovação é reativa, ou seja, ele somente procura se adequar ao mercado ao invés de se anteciparem, assim, criar vantagens competitivas. Esta tendência, de serem reativos e não proativos na pratica da inovação.

Esse traço característico dos gestores das MPEs brasileiras – reatividade – de certa forma, prejudica a predisposição que os gestores das micro e pequenas empresas têm em efetivar as inovações que porventura se fazem necessárias, como pode ser constatado nas falas supracitadas.

Além das pressões causadas pela concorrência, outros fatores influenciaram na ocorrência da inovação dentro de algumas empresas entrevistadas. Esses fatores estão relacionados às questões legais ambientais, e às pressões do mercado consumidor, que cada vez mais vem exigindo das organizações serviços e produtos que ofereçam comodidade e segurança.

Diferente dos cinco entrevistados, que mostraram, que somente reagiram às pressões do mercado ao praticarem a inovação, foi identificado que os empresários foram proativos ao inovarem, pelo exposto, constata-se um número muito reduzido de iniciativa inovadoras, devido a certos fatores externos.

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Após análise dos dados, identificamos nas falas dos entrevistados qual é a percepção e a importância para o gestor do tema inovação e, identificamos que entre os gestores entrevistados que existem aqueles percebem que a inovação é uma ferramenta que atende as expectativas sobre o bom desempenho dos processos dentro da empresa e que ela auxilia no alcance de melhores resultados, mas no entanto, notamos que a maior parte dos gestores entrevistados transmite, mostra em suas falas, que a inovação é vista, por eles, como uma força de pressão às empresas deles, no sentido de que eles precisam inovar ou mudar porque o mercado exige isso delas.

Essa característica dos entrevistados, com relação ao modo pelo qual, eles enxergam a inovação, pode ser prejudicial para a empresa, pois o ideal era que eles compreendessem o tema inovação, como uma oportunidade de ganhos competitivos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, uma das formas das MPE’s enfrentarem o mercado, cada vez mais

competitivo, está na capacidade delas em atenderem aos requisitos: preço, qualidade, flexibilidade e inovação. Para as organizações se mantenham competitivas, portanto, é necessário que elas busquem se inovarem constantemente.

Esse cenário motivou o desenvolvimento deste trabalho, o qual se propôs verificar, qual era o significado de inovação para os gestores de MPE’s, e de que forma elementos de uma cultura organizacional se relacionam com a inovação. Para desenvolver a pesquisa e compreender a percepção dos referidos gestores, foram usadas informações coletadas por meio de entrevistas realizadas com administradores de oito MPE's, de diferentes setores, da cidade de Frutal-MG.

Ao propor o entendimento do que os gestores das MPE’s, que compunham a amostra da pesquisa, reconheciam por inovação, por meio das análises anteriormente expostas, buscou-se desvendar a realidade e complexidade que o significado da inovação pode ter para cada um dos gestores entrevistados.

Os resultados apontaram a existência de diferentes ponto de vista dos gestores das MPE’s pesquisadas, porque alguns entrevistados entendem a inovação como algo importante, que se fosse posto em prática, a história da MPE seria diferente. Constatou-se que a maioria das empresas entrevistadas entendia e deixou transparecer, ao final da entrevista, que o significado de inovação é positivo. Contudo, o entendimento da inovação como oportunidade de ganho de competitividade foi menos frequente.

A pesquisa revelou que alguns órgãos governamentais oferecem e fomento e algum tipo de apoio à inovação, no entanto faz-se necessário também, conhecer melhor o cliente, o público-alvo, reconhecer as especificidades e a incapacidade que o gestor da micro e pequena empresa têm para pensar a inovação em um ambiente de transformações. Para que os gestores nas MPE’s sejam atingidos por essas Instituições voltadas à Educação e Apoio Corporativo, essas precisam entender a realidade desses empreendedores.

Nesse sentido, o presente trabalho contribuiu com o segmento, porque demonstrou os diferentes significados que o termo mudança assume para um grupo de gestores de micro e pequenas empresas, além de ressaltar também o que o negócio representa para eles e como eles incorporam traços da cultura regional/nacional.

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