a informação – direito humano fundamental, instrumento de controle e transparência da gestão...

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  • 7/24/2019 A Informao Direito Humano Fundamental, Instrumento de controle e transparncia da Gesto Pblica.

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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    A Informao Direito Humano Fundamental,

    Instrumento de controle e transparncia da Gesto

    Pblica.

    Marluce Chaves Vulco

    Orientador

    Prof. LUIZ EDUARDO CHAUVET

    Rio de Janeiro

    2013

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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    A Informao Direito Humano Fundamental,Instrumento de controle e transparncia da Gesto

    Pblica.

    Apresentao de monografia AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obteno do

    grau de especialista em Gesto Pblica.

    Por: Marluce Chaves Vulco.

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    Agradecimentos

    Agradeo primeiramente Deus, pela

    minha vida abenoada, ao meu filho

    lindo Raphael, minha me Raimunda,

    motivadora de toda a minha vida, a

    minha irm maravilhosa, meu pai,

    meus sobrinhos, minha famlia e aos

    meus amigos sempre presente em

    todos os momentos de batalha e

    conquistas.

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    Resumo

    O Acesso Informao Pblica um instrumento de participao cidad

    no monitoramento da atuao do Estado, que permite o controle social e a

    transparncia pblica?

    O Acesso Informao uma importante ferramenta de controle ativo

    da gesto pblica e, tambm direito humano fundamental importantssimo para

    cobrana de direitos, antes no divulgados ou ocultos pela Administrao.

    Este estudo explana sobre o Direito Informao, sua evoluo, direito

    este com a finalidade de se tornar pblico, claro, abrangente, acessvel a toda

    populao, que passa a ter a conscincia do direito informao no cerne da

    Administrao Publica Brasileira. O cidado cnscio direta ou indiretamente

    tem uma participao maior, acessa seus direitos como sade, educao e

    benefcios sociais, controle do dinheiro pblico, participao ativa das

    atividades governamentais.

    A Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, o elemento facilitador doacesso informao, representa um marco importante para a consolidao do

    regime democrtico e tambm para o sucesso das aes de reduo da

    corrupo no pas, que ao decorrer dos anos marcou vrios episdios

    escandalosos nacionalmente e internacionalmente.

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    Metodologia

    Visando a um melhor estudo do assunto, este trabalho foi dividido emcaptulos, inserindo o assunto dentro do contexto atual, conceituando,

    ampliando o conhecimento, propondo idias dentro dos aspectos analisados.

    Como fonte de dados, foram utilizadas internet, livros, entrevistas,

    artigos, textos de diversos autores, Leis, Constituio Federal. Nessas fontes

    so encontrados aspectos administrativos, polticos, sociais e histricos do

    tema ligados ao Direito Informao na Administrao Pblica Brasileira.

    .

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    SUMRIO

    Introduo 7

    Captulo I

    Histrico das Reformas Administrativas no Brasil 9

    Captulo II

    Acesso Informao Pblica: Um Direito Humano Fundamental eInstrumento de Controle Social

    14

    2.1 Habeas Datae Sigilo dos Dados 17

    Captulo III

    Introduo Lei de Acesso Informao, de 18 de novembro de 2011 24

    Captulo IV

    Papel do Servidor Pblico e Carta de Servio ao Cidado 30

    4.1 Linguagem Cidad 35

    4.1.1 Para o Cidado 37

    4.2.2 Para a Organizao 37

    Captulo V

    Dificuldades relacionadas implementao da Lei 12.527 no Brasil e a

    Informao Pblica em outros pases 38

    5.1 Liberdade de Informao atravs de uma mdia livre e independente 39

    5.2 A Informao Pblica em outros pases 41

    Concluso 44

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    Introduo

    O Acesso Informao Pblica um instrumento de participao cidad

    no monitoramento da atuao do Estado, que permite o controle social e a

    transparncia pblica?

    Este estudo prope expor que o direito informao, direito humano

    fundamental, que agora passa a ser regulamentado pela Lei Federal 12.527,

    sancionada em 18 de novembro de 2011 pela Presidenta da Repblica, Dilma

    Rousseff, estabelece que o acesso a regra e o sigilo, a exceo. Promovendo

    a transparncia pblica e o acesso informao de dados pblicos,

    estimulando a participao popular no controle da gesto pblica.

    Substanciando o estudo avaliou-se alguns fatos histricos como a

    Emenda Constitucional n 19/1994, de 04 de junho de 1998, que modifica o

    regime e dispe sobre princpios e normas da Administrao Pblica, incisos

    relacionados ao acesso informao da Constituio Federal de 1988; a

    Reforma do Estado, na mudana para Administrao Pblica Gerencial, na

    transformao da viso do contribuinte para o cliente-cidado; o Decreto n

    7724, de 16 de maio de 2012, que dispe sobre o acesso informao previsto

    na Constituio Federal de 1988, logo, todos com o objetivo de atender os

    princpios bsicos da Administrao Pblica, dentre eles, a publicidade,

    transparncia, eficincia e atingir a finalidade da existncia Estatal, que o

    Interesse Pblico.

    Ressalta o importante papel do servidor pblico, na mudana cultural do

    segredo para mudana cultural do acesso, na transformao da cultura

    organizacional pblica, ainda que para diversos servidores a informao

    pblica diz respeito somente a Administrao Pblica, no existindo a

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    preocupao de guarda e conservao de documentos pblicos para futuras

    pesquisas e comprovaes.

    A Carta de Servio ao Cidado mais um instrumento de consulta do

    cidado, que procura o melhor caminho para conhecimento e acesso aos seus

    direitos. O Brasil d um importante passo em sua trajetria de transparncia

    pblica, cabendo Administrao Pblica atender s demandas de cidados e

    cidads, realizadas de forma individual ou coletiva, resultando na participao

    cada vez maior da sociedade na consolidao de um governo aberto, logo

    permitindo uma sociedade mais crtica das aes do governo e colaborando

    para a melhoria da administrao pblica.

    Apresenta algumas dificuldades e obstculos, para implantao e

    implementao da Lei de Acesso Informao nos rgos e entidades da

    Administrao Pblica. O gerenciamento da informao dentro de uma

    organizao passa a ter todo planejamento detalhado, que inclui vrias fases

    para que no exista a possibilidade de perda da informao. O controle e

    organizao dos setores, permitindo uma maior integrao entre eles, logo a

    informao obtida de forma clere e autntica.

    Mostra como foi para os outros pases o interstcio de tempo entre a

    implantao, implementao e como hoje os pases lidam com este direito no

    cotidiano, quais as mudanas que tiveram que ser feitas para que a Lei de

    Acesso Informao funcionasse em cada pas, visto as diferenas culturais,

    sociais, organizacionais de cada Estado.

    A sociedade brasileira responsvel por acompanhar as melhorias,

    exigir e fiscalizar as informaes pblicas, que antes no tinha direito e hoje

    tem acesso, excetuando os casos de sigilo. Aprender a ter conscincia da

    informao obtida, o que fazer e para que finalidade, visando o bem da

    coletividade.

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    1 Histrico das Reformas Administrativas no Brasil

    A Reforma administrativa do Estado Novo foi o primeiro esforo

    sistemtico de superao do patrimonialismo, uma ao deliberada e

    ambiciosa no sentido da burocratizao do Estado brasileiro, que buscava

    introduzir no aparelho administrativo do pas a centralizao, a impessoalidade,

    a hierarquia, o sistema de mrito, a separao entre o pblico e o privado.1

    A Reforma do Estado vista frequentemente como um processo de

    reduo do tamanho do Estado, envolvendo a delimitao de sua abrangnciainstitucional e a redefinio de seu papel.2

    Um primeiro momento refere-se criao do Departamento de

    Administrao do Setor Pblico (DASP) no perodo da ditadura varguista do

    Estado Novo. Este seria o momento de implementao de um Estado

    Moderno no Brasil pela via de um padro de racionalidade funcional na

    administrao pblica de forma autoritria e alheia poltica.

    Neste quadro, o DASP constitua a tentativa de estruturao do aparelho

    administrativo pblico ao Estado que se projetava. Foram estabelecidas regras

    rgidas de admisso de pessoal, instituiu-se o concurso pblico sob critrios

    meritocrticos de avaliao, entre outras inovaes importantes no plano

    organizacional. O DASP deu efetividade ao modelo centralizador de gesto

    governamental promovido por Vargas.3

    _____________________________1 RAP Revista da Administrao Pblica, SET/ OUT 2008 Pg. 846www.scielo.br/pdf/rap/v42n5/a03v42n52www.planejamento.gov.br/.../PUB_Seges_Mare_caderno01.PDF3 Transparncia e opacidade do estado no Brasil - UFFwww.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfSimilares

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    Ao longo do seu percurso, o DASP desempenhou um papel relevante na

    organizao da questo informacional no Governo Federal, acentuadamente

    na rea de bibliotecas e, um pouco menos, na de arquivos.3

    Nos anos setenta, em Estados de carter democrtico inicia-se um

    processo de ruptura com tendncia opacidade. Comea-se a ampliar a idia

    de que o segredo comporta um certo nmero de efeitos indesejveis, tanto

    para a sociedade quanto para a Administrao Pblica.

    O Estado brasileiro, em seu sentido estrito, teve a opacidade e no

    transparncia como um dos seus mais ntidos atributos. A Opacidadeinformacional beneficia e favorecida pela reproduo e ampliao do controle

    Estatal por classes ou fraes de classes dominantes. Os diversos graus de

    transparncia e opacidade tendem a ser naturalizados como parte da gesto

    do Estado e no visualizados como construes inerentes especificidade do

    projeto de gesto hegemnico.3

    A Constituio de 1988 traz um amplo leque de direitos fundamentais ede garantias de vrias espcies, representando um modelo de Constituio

    Social, que poderia permitir a construo de um Estado democrtico.

    O Estado Moderno constitui-se numa das maiores e mais importantes

    fontes de informao, alm de requisitar uma grande quantidade destas para

    sua atuao. Seu complexo funcionamento relaciona-se diretamente com a sua

    ao produtora, receptora, ordenadora e disseminadora de informaes.

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    O Estado consentiu em descer do seu pedestal, a falar, a

    escutar, a dialogar com aqueles que constituam at ento

    uma massa indiferenciada na qual os indivduos eram,

    segundo sua situao, olhados atravs de vidros

    monocromticos das lunetas de cada administrao e

    etiquetados, segundo o caso, como administrados,

    residentes, contribuintes, eleitores, abonados,

    interpelados ou, com frequncia usurios. (ZEMOR, 1995,

    P.14)3

    Nos ltimos dez anos, a ampliao dos direitos da cidadania como

    instrumento de minimizao da desigualdades sociais e da excluso, tornou-se

    um dos principais aspectos das lutas polticas promovidas por segmentos da

    sociedade civil. 3

    Com o decorrer dos anos, a Globalizao imps uma dupla presso

    sobre o Estado: de um lado representou um desafio novo o papel do Estado

    proteger seus cidados, e essa proteo agora estava em cheque; de outra

    lado, exigiu que o Estado agora precisava ser mais forte para enfrentar odesafio, se tornasse tambm mais barato, mas eficiente na revitalizao de

    tarefas, para aliviar o seu custo sobre as empresas nacionais que concorrem

    internacionalmente.2

    Este percurso histrico demonstra que a informao produzida no

    aparelho de Estado revela-se no s como um instrumento de igualdade, mas

    tambm de desigualdade. A informao para cidadania, enquanto projeto de

    igualdade, parece colidir com a prpria vocao autoritria do Estado brasileiro,

    incapaz de forjar polticas sociais compensatrias bsicas.3

    Como lembra Dominguez Luiz (1995, p. 550), a justificativa da eficcia

    administrativa, da boa gesto pblica, durante muito tempo, a recursar o

    dilogo, a informao, a abertura ao pblico.

    A Informao no tem poder em si mesma: este deriva de seus diversos

    graus (e formas) de uso e de no uso no mbito das lutas no Estado.

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    Assim, a Administrao pblica seria naturalmente inclinada ao

    segredo.3

    A Administrao pouco transparente internamente pornatureza dela mesma, pela estrutura burocrtica, j dizia

    Max Weber porque foi ele que criou esta mquina toda

    ... uma naturalidade dela. Apesar do fluxo de

    informaes que ns possumos, as informaes-chave

    sempre vo ser retidas...

    A Sociedade civil encontra-se pouco presente no conjunto das falas,

    especialmente entre aquelas do profissional da informao. Opacizada em facedo Estado, a sociedade civil aparece representada na figura do cidado

    desinformado

    Falta muito do prprio cidado e da prpria imprensa

    saber como buscar a informao. s vezes, a informao

    at existe, mas h uma falta de conhecimento de como

    buscar a informao. Mas tambm tem um pouco a

    desinformao da sociedade brasileira a essa

    possibilidade de exigir do Estado. A Constituio instituiu

    uma srie de instrumentos jurdicos que garantem

    juridicamente este tipo de coisa, dentre eles, o habeas

    data.

    O direito informao governamental no se trata de um direito

    deciso. Trata-se de um direito a poder ter acesso informao que fonte

    daquela deciso e, talvez, de maneira prvia, irupo desta.

    Do ponto de vista do direito informao, os aparelhos de Estado

    devem, portanto, comunicar suas atividades e o impacto que estas produzem

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    na sociedade civil, qual, por sua vez, deve ter assegurado o livre acesso a

    tais informaes. O direito informao transforma, ao menos teoricamente, o

    territrio administrativo em territrio partilhado, em espao de comunicao.

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    2 Acesso Informao Pblica: Um Direito HumanoFundamental e Instrumento de Controle Social.

    A Constituio Federal, nos incisos XIV e XXXIII do Captulo I dos

    Direitos e Deveres Individuais e Coletivosestatui que:4

    XIV - assegurado a todos o acesso informao e

    resguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao

    exerccio profissional;

    XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos

    informaes de seu interesse particular, ou de interesse

    coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob

    pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo

    seja imprescindvel segurana da sociedade e do

    Estado;

    O Art. 37, 3, inciso II da Constituio Federal:

    II - o acesso dos usurios a registros administrativos e ainformaes sobre atos de governo, observado o disposto

    no art. 5, X e XXXIII

    O Art. 216, 2:

    II - universalizao do acesso aos bens e servios

    culturais

    A Declarao Universal dos Direitos Humanos (artigo 19) preceitua:

    Todo ser humano tem direito liberdade de opinio

    e liberdade de, sem expresso; este direito inclui a

    _____________________________4http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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    interferncia, ter opinies e de procurar, receber e

    transmitir informaes e idias por quaisquer meios e

    independentemente de fronteiras.5

    A Conveno das Naes Unidas contra a Corrupo (artigos 10 e 13)

    estatui que:

    Cada Estado-parte dever (...) tomar as medidas

    necessrias para aumentar a transparncia em sua

    administrao pblica (...) procedimentos ou regulamentos

    que permitam aos membros do pblico em geral obter (...)

    informaes sobre a organizao,

    funcionamento e processos decisrios de sua

    administrao pblica (...).6

    A Declarao Interamerica de Princpios de Liberdade de Expresso,

    declara que:

    O acesso informao mantida pelo Estado constitui um

    direito fundamental de todo indivduo. Os Estados tm

    obrigaes de garantir o pleno exerccio desse direito.7

    O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Polticos (artigo 19) preceitua

    que:

    Toda pessoa ter direito liberdade de expresso; esse

    direito incluir a liberdade de procurar, receber e difundir

    informaes e ideias de qualquer natureza (...).8

    ______________________________5portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm6www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/.../D5687.htm7 www.cidh.oas.org/basicos/.../s.Convencao.Libertade.de.Expressao.ht...8

    portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/pacto_dir_politicos.htm

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/.../D5687.htmhttp://www.cidh.oas.org/basicos/.../s.Convencao.Libertade.de.Expressao.hthttp://www.cidh.oas.org/basicos/.../s.Convencao.Libertade.de.Expressao.hthttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/.../D5687.htm
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    O direito informao carrega em si uma flexibilidade que o situa no

    apenas como um direito civil, mas tambm como direito poltico.

    Pois a liberdade de opinio formada tanto pelapossiblidade de expressar uma opinio em pblico em

    sofrer sanes por isso, quanto pela possiblidade de se

    formar uma opinio autnoma sobre qualquer assunto, o

    que pressupe que se tenha acesso a todas as

    informaes relevantes a respeito daquele assunto.

    Assim, o conhecimento sobre o Estado e a esfera pblica

    tambm uma condio para que os indivduos e os

    grupos posicionem-se em igualdade de condies na

    disputa pelos recursos escassos, desde meios polticos

    para influenciar na constituio do governo, at o acesso

    aos servios sociais e parcelas de riqueza nacional. Nesta

    medida, o direito informao um direito poltico por

    excelncia.9

    Instrumentalizado para exercer o acesso informao governamental, ocidado configura-se como sujeito informativo. Isto particularmente

    significativo ao considerar as diferentes formas de interveno do Estado na

    vida social.

    O Segredo revelaria, antes de mais nada, a sobrevivncia de um

    autoritarismo administrativo, totalmente incompatvel com a construo

    democrtica que implica no debate pblico e na possiblidade do cidado ter

    acesso informao. A informao confiscada pelos governantes e os

    funcionrios seria o indicador de uma democracia podada, na qual os

    cidados considerados como quantidade negligencivel e tratados como

    intrusos, permanecem administrados, sem verdadeiramente adquirir a

    cidadania.

    ______________________________9 Transparncia e opacidade do estado no Brasil - UFFwww.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfSimilares

    http://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf
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    A informao sob a guarda do Estado sempre pblica, devendo o

    acesso a ela ser restringido apenas em casos especficos. Isto significa que a

    informao produzida, guardada, organizada e gerenciada pelo Estado em

    nome da sociedade um bem pblico10

    O secretrio executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos, lembrou aos

    tcnicos e dirigentes que a nova Lei resultado de processo iniciado desde o

    fim do perodo ditatorial. Para ele, a maior importncia da concepo do projeto

    est na mudana do tratamento da informao. Anteriormente, no Brasil, havia

    apenas leis e normas de restrio do acesso. A lgica era a norma de reserva,

    que contradiz a Constituio. Com a Lei de Acesso Informao, a nova lgica

    a regra constitucional de acesso. A nova Lei amplia o rol de direitos do

    cidado e restringe o do servio pblico no que diz respeito reserva de

    informaes, disse, ressaltando que a premissa vale para a informao

    pblica.11

    A Constituio Federal de 1988, dispe de remdios constitucionais,

    dentre eles, o habeas data, que assegura o acesso informao.

    2.1- Habeas Data e Sigilo dos Dados

    O mestre Hely Lopes Meirelles define o habeas data como:

    "Habeas data o meio constitucional posto disposio

    de pessoa fsica ou jurdica para lhe assegurar o

    conhecimento de registros concernentes ao postulante econstantes de reparties pblicas ou particulares

    acessveis ao pblico, para retificao de seus dados

    pessoais (CF, art. 5, LXXII, a e b)" 12

    __________________________10 http://www.cgu.gov.br/acessoainformacao/direito-universal/index.asp11 www.planejamento.gov.br Imprensa Notcias Gerais, acessado dia 20/12/201212 MEIRELLES, Hely Lopes, Direito Administrativo

    http://www.cgu.gov.br/acessoainformacao/direito-universal/index.asphttp://www.planejamento.gov.br/secretaria.asp?sec=29http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=lst&cat=264&sec=29http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=lst&cat=264&sec=29http://www.planejamento.gov.br/secretaria.asp?sec=29http://www.cgu.gov.br/acessoainformacao/direito-universal/index.asp
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    18

    Agora, o conceito dado pelo Professor Alexandre de Moraes:

    "direito que assiste a todas as pessoas de solicitar

    judicialmente a exibio dos registros pblicos ou

    privados nos quais estejam includos seus dados pessoais

    para que deles se tome conhecimento e se necessrio for,

    sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos ou que

    impliquem em discriminao13

    Por fim, trouxe a lume o entendimento do Professor Diomar Ackel Filho:

    "Habeas data a ao mandamental, sumria e especial,

    destinada tutela dos direitos de cidado a frente dos

    bancos de dados, a fim de permitir o fornecimento das

    informaes registradas, bem como sua retificao, em

    caso de no corresponder verdade".14

    Habeas data, defesa do cidado contra tendncias impositivas doEstado, direito que assiste a todas as pessoas de solicitar informaes pblicas

    ou privadas, com a finalidade de concesso ao acesso s informaes

    solicitadas.

    No h consenso doutrinrio a respeito ao cabimento do habeas data

    em relao a dados e registros protegidos pelo sigilo, em prol da segurana da

    sociedade e do Estado.15

    _____________________________13MORAES, Alexandre de, Direito Administrativo.14ACKEL FILHO, Diomar. Writs constitucionais15http://jus.com.br/revista/texto/14810/habeas-data-instrumento-constitucional-em-defesa-da-

    cidadania#ixzz2L7W5ojAE

    http://jus.com.br/revista/texto/14810/habeas-data-instrumento-constitucional-em-defesa-da-cidadania#ixzz2L7W5ojAEhttp://jus.com.br/revista/texto/14810/habeas-data-instrumento-constitucional-em-defesa-da-cidadania#ixzz2L7W5ojAEhttp://jus.com.br/revista/texto/14810/habeas-data-instrumento-constitucional-em-defesa-da-cidadania#ixzz2L7W5ojAEhttp://jus.com.br/revista/texto/14810/habeas-data-instrumento-constitucional-em-defesa-da-cidadania#ixzz2L7W5ojAE
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    A orientao dominante, tem sido de que o direito a receber dos rgos

    pblicos informaes de interesse particular, em sede de habeas data, no se

    reveste de carter absoluto, cedendo passo quanto aos dados protegidos por

    sigilo, em prol da segurana da sociedade e do Estado.15

    Para o STJ, a lei que regulou a ao constitucional tambm previu a

    possibilidade de restrio do acesso a informaes sigilosas. No habeas data

    56, a Terceira Seo decidiu de forma unnime que, se a lei estabelece um

    dado como sigiloso e de uso exclusivo da entidade detentora, no pode ser

    cedido a terceiros. No caso dos autos, tratava-se de promoo de oficial da

    Fora Area, procedimento regulado por lei de 1994 e que atribua carter

    sigiloso a esse trabalho.16

    Entendemos que, o Direito a Informao protegido pela Declarao

    Universal dos Direitos Humanos, pelo Pacto de Direitos Civis e Polticos, por

    Convenes Regionais de Direitos Humanos e pela Constituio Cidad de

    1988, passar a ser, com a efetiva implementao da lei, uma realidade

    concreta no dia-a-dia do Estado brasileiro e, se me permitem, mais importante

    do que isso, no cotidiano de cada cidado e cidad.17

    O artigo 1 da CF/88 faz referncia Repblica Federativa Brasileira

    como um Estado Democrtico de Direito, tendo como um dos fundamentos a

    soberania, destacando, no pargrafo nico, que todo o poder emana do povo,

    sendo exercido por meio de representantes ou diretamente. Tal abordagem

    transpassa a ideia de que a sociedade deve participar ativamente do exerccio

    do poder pblico, no apenas por meio da eleio de representantes, mas

    tambm diretamente, exercendo o controle social.18

    _________________________________

    16 http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=10682517 http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8286&cat=264&sec=2918http://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdf

    http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=106825http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8286&cat=264&sec=29http://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8286&cat=264&sec=29http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=106825
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    O controle social refere-se participao da sociedade na administrao

    pblica, objetivando o aumento da eficincia, inclusive na gesto dos recursos

    pblicos. Tem-se por base que a populao, como principal interessada no

    resultado desta gesto, possui melhores condies de avaliar o cumprimento

    das polticas pblicas e o alcance dos objetivos sociais, desde que consciente

    de seus direitos e deveres.

    Controle social de acordo com Pinho (2008, p. 65)

    E realizado por um particular, por pessoa estranha ao

    Estado, individualmente, em grupo ou por meio deentidades juridicamente constitudas, sendo que, nesse

    caso, no h necessidade de serem estranhas ao Estado,

    mas pelo menos de uma parte de seus membros ser

    eleita pela sociedade.

    Controle Social tambm sinnimo da consolidao da liberdade de um

    povo. Weffort (2004), numa interpretao de O Contrato Social (Rousseau,

    1762), sintetiza a questo:

    Um povo, portanto, s ser livre quando tiver todas as

    condies de elaborar suas leis num clima de igualdade,

    de tal modo que a obedincia a essas mesmas leis

    signifique, na verdade, uma submisso deliberao de si

    mesmo e de cada cidado [ ]. Isto , uma submisso

    vontade geral e no vontade de um indivduo em

    particular ou um grupo de indivduos.19

    _______________________________19 http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDF

    http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDFhttp://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDF
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    21

    Infraconstitucionalmente o tema tambm abordado: o art. 17 da Lei de

    Diretrizes Oramentrias para o exerccio de 2010 (Lei 12.017, de 12 de agosto

    de 2009), que preceitua o amplo acesso da sociedade a todas as informaes

    relativas a cada uma dessas etapas[de tramitao dos projetos das Leis

    Oramentrias] e ainda a verso simplificada, [de] seus anexos e [ ]

    informaes complementares. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que em seu

    art. 48, enfatiza a questo do incentivo participao popular por meio de

    audincias pblicas, e a liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento

    da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a

    execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico.19

    H ainda, um outro ponto a ser considerado no Controle Social, a forma

    de resposta dos governos para os anseios da populao se d atravs das

    polticas pblicas. Os governantes elegem suas prioridades e as colocam em

    prtica na forma de programas e aes. Caso estas prioridades no

    harmonizem com as da populao de maneira geral justo que haja meios

    desta corrigir o rumo das polticas aplicadas. Este aspecto leva a uma

    necessidade maior de interao da sociedade com os planos e oramentos

    pblicos, que estaro no cerne deste trabalho.19

    Com a aprovao da Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011, a Lei de

    Acesso Informao, o Brasil d mais um importante passo para a

    consolidao do seu regime democrtico, ampliando a participao cidad e

    fortalecendo os instrumentos de controle da gesto pblica.20

    Conforme a Lei complementar 131, de 27 de maio de 2009, que alterou

    a Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000 (conhecida como Lei de

    Responsabilidade Fiscal) art. 2, torna-se necessria a disponibilizao

    suficiente dos dados, para qualquer pessoa fsica ou jurdica ter acesso s

    tambm aos leigos, mas no devem ser ocultadas, encobertas ou reduzidas,

    ______________________________20http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/CartilhaAcessoaInformacao

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    22

    por parte da administrao pblica, como argumento de que esto sendo

    traduzidas para compreenso de todos.21

    A utilizao da internet para disponibilizar as informaes da gestopblica indica um passo importante para equipar a sociedade para o controle

    social. Entretanto, no suficiente, faz-se necessrio o incentivo e a

    divulgao deste direito e dever dos cidados.21

    O Portal da Transparncia um stio mantido pela Controladoria Geral

    da Unio com informaes sobre todos os convnios do Governo Federal,

    Estados e municpios com recursos do Oramento Geral da Unio. A grande

    importncia deste dar cincia ao cidado sobre os recursos que aadministrao de onde ele mora recebe e se realmente as obras esto sendo

    feitas, ou se o gestor cometeu algum procedimento irregular com os mesmos.22

    O portal tem o objetivo de ser um catlogo de dados brutos disponveis

    por vrios rgos do governo, abrir esses dados para que a sociedade civil e o

    prprio governo possam construir aplicaes a partir de fontes distintas, e

    consigam ter uma viso geral de como o governo est trabalhando, explicou

    Brod.23

    A publicao de dados abertos est prevista na Lei de Acesso

    Informao (lei n 12.527, de novembro de 2011), que entrou em vigor em 16

    de maio.23

    Para Brod, a vigncia da LAI trar uma participao cada vez maior da

    sociedade na consolidao de um governo aberto.23

    Isso vai permitir que a sociedade seja cada vez mais

    crtica das aes do governo e colabore com a melhoria

    da administrao, complementou o coordenador.

    ______________________________21http://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdf22 http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDF23 http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8432&cat=94&sec=7

    http://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDFhttp://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8432&cat=94&sec=7http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8432&cat=94&sec=7http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDFhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdf
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    23

    sociedade dada a faculdade de controlar ou no, por meio do

    exerccio de seus direitos, entretanto, no exerce o poder de julgar, o qual cabe

    a Administrao Pblica.24

    A democracia no pode ser mais pensada como um Estado em que os

    contribuintes s pagam impostos e o governo s os arrecada. A crise de

    legitimidade das democracias modernas pode ser contornada atravs de uma

    maior abertura participao popular, onde o Controle Social devolva aos

    cidados a confiana em seus governantes e os faa sentirem-se como parte

    do plano e no somente como seu objeto.25

    Desta forma, no obstante toda a transparncia j instituda naAdministrao Pblica, o controle social ainda no tem toda a efetividade

    possvel, que segundo Guedes & Fonseca ser o momento em que a

    sociedade politicamente organizada conseguir [...] interferir nos rumos das

    polticas pblicas, dos recursos pblicos e das decises que afetam a todos.

    Torna-se incua, ento, somente a publicizao dos dados sem a construo

    de um conhecimento cognitivo necessrio para com eles interagir.

    ______________________________24http://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdf25 http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDF

    http://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDFhttp://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2055022.PDFhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdfhttp://www3.sefin.fortaleza.ce.gov.br/premiosefin2011/arquivos/File/Anais/Pesquisa/Monografia%20Profissional/Monografia%20-%20PROFISSIONAL%20-%203%C2%BA%20Lugar.pdf
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    3 Introduo Lei de Acesso Informao, de 18 de

    novembro de 2011.

    Segundo Aurlio Buarque de Holanda: informao, do latim:

    informatione, 1) Ato ou efeito de informar(-se); informe. 2) Dados acerca de

    algum ou de algo; 3) Conhecimento, participao[...]. 26

    O direito informao constitui um dos novos direitos do cidado em

    face da Administrao Pblica, situando-se entre os direitos de 4 gerao, ou

    seja, aqueles direitos que se prestam a garantir a democracia.

    27

    Distino entre o direito de informao do direito informao, o direito

    de informao caracteriza-se por ser um direito individual por excelncia. o

    direito de poder se expressar, de manifestar opinies, enfim o direito de quem

    fornece a informao. 27

    J o direito informao, ao contrrio do anterior, tem a caracterstica

    de ser um direito coletivo, ou utilizado, basicamente, em prol da comunidade,

    podendo tambm ser utilizado em defesa de interesses pessoais, pois a lei no

    excepciona este caso. Mas em regra o que est em jogo o interesse geral

    sobre o individual. o interesse da coletividade em detrimento do segredo da

    administrao, que pblica.

    Pois bem, neste momento, o que se deve ter por regra o acesso

    informao, sendo o sigilo a exceo e como tal, deve ter todos os casos

    prescritos em lei.

    ______________________________

    26 Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa - 8 Ed. 201027 http://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista04e05/Discente/09.pdf

    http://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista04e05/Discente/09.pdfhttp://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista04e05/Discente/09.pdf
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    Aps a Constituio de 1988, a primeira iniciativa para criao de uma

    legislao tendo a transparncia como objeto foi encaminhado pelo Legislativo

    em 25 de maro de 1992. O Projeto de Lei n 26, do Senador Jos Eduardo

    Vieira, propunha estabelecer normas sobre a transparncia da administrao

    pblica federal, direta e indireta. O Senador apresenta o Projeto mencionado

    referindo-se existncia de muita corrupo no Brasil, principalmente na

    administrao pblica. Considera que a primeira providncia para acabar com

    a corrupo deve ser tornar todos os mecanismos que a produzem

    absolutamente transparentes para a sociedade. Assim, prope-se uma

    abertura total dos contratos que preveem despesas pblicas ao

    acompanhamento geral.28

    Em 1994, institudo, pelo Decreto 1.048 de 24 de janeiro, o Sistema de

    Administrao dos Recursos de Informao e Informtica da Administrao

    Pblica Federal (SISP) incumbido do planejamento, a coordenao, a

    organizao, a operao, o controle e a superviso dos recursos de informao

    e informtica dos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal direta,

    autrquica e fundacional, em articulao com os demais sistemas que atuamdireta ou indiretamente na gesto da informao pblica federal.

    O Projeto de Lei n 26, foi arquivado em 1995, tendo a Comisso de

    Constituio e Justia concludo pela sua inconstitucionalidade e injuridicidade.

    Em janeiro de 1997, aprovado o Decreto 2.134, que regula a

    classificao, reproduo e o acesso aos documentos pblicos de naturezasigilosa, em qualquer suporte, que digam respeito segurana da sociedade e

    ____________________________28 Transparncia e opacidade do estado no Brasil - UFFwww.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfSimilares

    http://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf
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    do Estado e intimidade dos indivduos. Trata-se, portanto, de uma referncia

    fundamental definio de polticas de informao e transparncia do aparelho

    do Estado.28

    Com a aprovao da Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011, a Lei de

    Acesso Informao, o Brasil d mais um importante passo para a

    consolidao do seu regime democrtico, ampliando a participao cidad e

    fortalecendo os instrumentos de controle da gesto pblica.29

    Regula o acesso a informaes previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no

    inciso II do 3odo art. 37 e no 2odo art. 216 da Constituio Federal; altera a

    Lei no8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no11.111, de 5 de maio

    de 2005, e dispositivos da Lei no8.159, de 8 de janeiro de 1991; e d outras

    providncias.30

    Alm da Unio, esto sujeitos LAI os estados, os municpios e o

    Distrito Federal (DF), abrangendo tanto a administrao direta quanto a indireta

    (art. 1, par. n.).31

    A LAI (Lei de Acesso Informao) tambm se aplica ao chamado

    terceiro setor, ou seja, as entidades que recebam recursos pblicos, como as

    Organizaes Sociais e as Organizaes Civis de Interesse Pblico (art. 2).

    Todavia, a incidncia da LAI nessas hipteses diz respeito apenas aos

    recursos pblicos recebidos, estando livre da obrigao de divulgao de

    outras informaes em poder dessas organizaes (art. 2, par. n.).

    O art. 3 da LAI traz cinco princpios que devem nortear o seu intrprete,

    que so os seguintes: 32

    Observncia da publicidade como preceito geral e dosigilo como exceo;

    ______________________________29 www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm31jus.com.br/revista/texto/.../comentarios-a-lei-de-acesso-a-informacao32jus.com.br/revista/texto/.../comentarios-a-lei-de-acesso-a-informacao

    http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asphttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htmhttp://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp
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    Divulgao de informaes de interesse pblico,independentemente de solicitaes;

    Utilizao de meios de comunicao viabilizados pela

    tecnologia da informao;

    Fomento ao desenvolvimento da cultura detransparncia na administrao pblica;

    Desenvolvimento do controle social da administraopblica.

    A primeira questo que se deve abordar a da publicidade dos atos da

    Administrao Pblica. Com efeito, a prpria Carta Constitucional que diz, em

    seu artigo 37, que a publicidade um dos princpios da administrao pblica,seja ela direta ou indireta, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios.33

    De acordo com o princpio da publicidade, os atos administrativos devem

    ter a mais ampla divulgao, buscando-se uma maior transparncia nas aes

    do poder pblico. Essa divulgao deve ser feita tanto na imprensa como nas

    reparties pblicas, para que o maior nmero possvel de pessoas tenha

    conhecimento dos projetos, das implementaes e das realizaes do poder

    pblico.

    A Lei 12.527/2011 prev excees regra de acesso para dados

    pessoais e informaes classificadas por autoridades como sigilosas.

    Informaes sob a guarda do Estado que dizem respeito intimidade, honra e

    imagem das pessoas, por exemplo, no so pblicas (ficando protegidas por

    um prazo de cem anos). Elas s podem ser acessadas pelos prprios

    indivduos e, por terceiros, apenas em casos excepcionais previstos na Lei. 34

    Todo rgo pblico deve manter uma pgina eletrnica na internet onde,

    anualmente, disponibilizar a lista de documentos que deixaram de ser

    _______________________________33 http://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista04e05/Discente/09.pdf34 www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp

    http://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista04e05/Discente/09.pdfhttp://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista04e05/Discente/09.pdf
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    sigilosos, a lista de documentos que so sigilosos e um relatrio estatstico

    sobre pedidos de informao recebidos, atendidos e indeferidos.35

    A Lei de Acesso Informao determina que os rgos pblicosassegurem o acesso a informaes pblicas mediante a criao de um SIC. A

    proposta atender e orientar o pblico quanto ao acesso a informaes;

    informar sobre a tramitao de documentos nas suas respectivas unidades; e

    protocolizar documentos e requerimentos de acesso s informaes. 36

    A Lei 12.527/2011 tambm prev a responsabilizao do servidor nos

    casos de seu descumprimento. Recusar-se a fornecer informao requerida

    nos termos da Lei, destruir ou alterar documentos ou impor sigilo paraobteno de proveito pessoal, por exemplo, so consideradas condutas ilcitas,

    podendo caracterizar infrao ou improbidade administrativa.

    Em caso de pedidos negados, o requerente tem o direito de obter o

    inteiro teor da deciso e pode interpor recurso contra a deciso em at 10 dias.

    Depois disso, a autoridade hierarquicamente superior quela que negou o

    acesso deve se manifestar em at cinco dias. O recurso pode ser usado tanto

    nos casos em que o acesso informao no sigilosa for negado, ou

    procedimentos (como prazos) forem desrespeitados, quanto para pedir a

    reviso da classificao da informao sigilosa. 37

    A transparncia, contudo, no pode ser absoluta. A prpria CRFB, em

    seu art. 5, XXXIII, parte final, acima transcrito, faz a ressalva para os casos em

    que o sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado. Por

    essa razo, parte da Lei 12.527 regula a restrio do acesso informao.

    Nesse particular, a LAI substituiu os diplomas normativos que cuidavam da

    salvaguarda de informaes sensveis. O principal deles era o Decreto

    Presidencial n. 4.553, de 27 de dezembro de 2002. O Decreto 4.553 dispunha

    ____________________________35 http://artigo19.org/?attachment_id=157936http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8801&cat=264&sec=2937 http://artigo19.org/?attachment_id=1579

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htmhttp://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8801&cat=264&sec=29http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=8801&cat=264&sec=29http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm
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    sobre os graus de sigilo, os critrios de atribuio de classificao sigilosa e o

    tratamento das informaes sigilosas.38

    Garantir a todos os cidados o acesso informao pblica o principalobjetivo da Lei de Acesso Informao. Ela estabelece a obrigatoriedade de

    os rgos e entidades pblicas divulgarem, independente de solicitao

    informaes de interesse geral ou coletivo, garantindo a confidencialidade

    prevista no texto legal. A Lei determina que estejam acessveis na internet

    dados relacionados estrutura, gastos, processos licitatrios e contratos, entre

    outros, o que denominado de Transparncia Ativa.39

    A Lei de Acesso Informao se mostra como um grande desafio a ser

    enfrentado pela comunidade jurdica brasileira, que talvez no tenha percebido

    ainda a profundidade das mudanas que esse diploma legal trar ao

    ordenamento jurdico ptrio.40

    Com isso, h uma quebra dos velhos hbitos da cultura do segredo.

    Est acontecendo uma Revoluo silenciosa.41

    ______________________________38jus.com.br/revista/texto/.../comentarios-a-lei-de-acesso-a-informacao39 http://www.pgr.mpf.gov.br/acesso-a-informacao40jus.com.br/revista/texto/.../comentarios-a-lei-de-acesso-a-informacao41 http://spo.ifsp.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=789:lei-12527-lei-de-acesso-a-informacao-publica&catid=104:outras-noticias&Itemid=269

    http://www.pgr.mpf.gov.br/acesso-a-informacaohttp://spo.ifsp.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=789:lei-12527-lei-de-acesso-a-informacao-publica&catid=104:outras-noticias&Itemid=269http://spo.ifsp.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=789:lei-12527-lei-de-acesso-a-informacao-publica&catid=104:outras-noticias&Itemid=269http://spo.ifsp.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=789:lei-12527-lei-de-acesso-a-informacao-publica&catid=104:outras-noticias&Itemid=269http://spo.ifsp.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=789:lei-12527-lei-de-acesso-a-informacao-publica&catid=104:outras-noticias&Itemid=269http://www.pgr.mpf.gov.br/acesso-a-informacao
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    4 Papel do Servidor Pblico e Carta de Servio ao Cidado

    Servidor pblico, lato sensuao Estado e s entidades da Administrao

    Indireta, com vnculo empregatcio e mediante remunerao (Di Pietro, 2008).Dentro deste conceito, os servidores estatutrios, so os ocupantes de cargos

    pblicos providos por concurso pblico, nos moldes do artigo 37, inciso II, da

    Constituio Federal, e que so regidos por um estatuto, definidor de direitos e

    obrigaes. Existem tambm os empregados pblicos, cujo provimento se d

    por concurso pblico, porm contratados sob o regime da Consolidao das

    Leis do Trabalho, alm de outras modalidades como cargos de confiana ou

    temporrios, por exemplo. Os servidores estatutrios submetem-se a umestatuto, fixado em lei, para cada uma das unidades da federao, ou seja, os

    servidores da Unio possuem um estatuto, cada Estado possui seu prprio

    estatuto e os Municpios devem aprovar seus respectivos estatutos. A exceo

    o Distrito Federal que, no que couber, segue o estatuto dos servidores civis

    da Unio.42

    O servidor pblico, de maneira genrica, mais do que parte da

    Administrao Pblica, pode ser considerado efetivamente o Estado, enteabstrato representado por pessoas fsicas, uma vez que ele quem representa

    o Estado perante o cidado e, enquanto atua nesta qualidade de agente

    pblico, seu modo de agir recebido como ato dos rgos pblicos, do prprio

    Estado (Lipsky, 1980). Neste sentido, a transparncia que se exige ao Estado

    s faz sentido se esta for extensvel e aplicvel aos seus agentes, aos

    servidores de modo geral.

    Cultura e incentivos organizacionais podem ser mais determinantes para

    o sucesso de uma poltica do que suporte normativo. Segundo Gillab e Hughes

    (2005), que analisam a implementao da lei mexicana de

    _______________________________42http://artigo19.org/doc/Estudos%20em%20Liberdade%20de%20Informa%C3%A7%C3%A3o%201%20(web).pdf

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    acesso informao, o servidor no nega o acesso informao sozinho,

    por vontade prpria, mas dentro de um contexto organizacional e institucional

    que determina a cultura do sigilo enquanto base de sua organizao.42

    Os fins da administrao pblica resumem-se num nico objetivo: o bem

    comum da coletividade administrada. Toda atividade do administrador pblico

    deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou

    desvia, trai o mandato de que est investido, porque a comunidade no institui

    a administrao sendo como meio de atingir o bem-estar social. Ilcito e imoral

    ser todo ato administrativo que no for praticado no interesse da

    coletividade.43

    Qual o papel do servidor pblico?

    Prestar contas um ato de reverncia. dizer que est a

    teu servio. O gestor cuida do que pblico. Ele no tem

    opo de prestar contas. Ele tem a obrigao. Quando

    toma posse num cargo pblico, o servidor sabe que

    entregou a sua vida pblica a portas abertas.44

    O Direito a Informao protegido pela Declarao Universal dos Direitos

    Humanos, pelo Pacto de Direitos Civis e Polticos, por Convenes Regionais

    de Direitos Humanos e pela Constituio Cidad de 1988, passar a ser, com a

    efetiva implementao da lei, uma realidade concreta no dia-a-dia do Estado

    brasileiro e, se me permitem, mais importante do que isso, no cotidiano de

    cada cidado e cidad.45

    ______________________________

    43 MEIRELLES, Hely Lopes, Direito Administrativo44 http://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.html45

    www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp

    http://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.htmlhttp://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.htmlhttp://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.htmlhttp://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asphttp://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asphttp://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.htmlhttp://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.htmlhttp://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-entrevista-lei-federal-acesso-informacao-procurador-carlos-alberto-almeida-idealizador-cartilha-entrevista_0_815918479.html
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    A implementao exitosa de leis como a brasileira, j existentes em

    cerca de noventa naes, produziu sociedades mais bem informadas, com

    direitos humanos ainda mais protegidos, com administraes pblicas mais

    transparentes, eficientes e eficazes, e com cidados mais conscientes de seus

    direitos e responsabilidades coletivos.45

    Nada disso, entretanto, foi possvel sem a participao decisiva e sine

    qua non de todos e cada um dos servidores e servidoras pblicos. A

    transformao da cultura do segredo para a cultura do acesso, da lgica da

    informao como um favor para a lgica da informao como um bem pblico,

    depende do seu engajamento.45

    A implementao de um sistema de acesso informao tem como um

    de seus principais desafios vencer a cultura de segredo que, muitas vezes,

    prevalece na gesto pblica. A disponibilizao de informaes ao cidado

    exige uma cultura de abertura e o servidor tem um papel fundamental para a

    mudana cultural, pois lida cotidianamente com a informao pblica, de sua

    produo a seu arquivamento.

    Na cultura de segredo a informao retida e, muitas vezes, perdida. A

    gesto pblica perde em eficincia, o cidado no exerce um direito e o Estado

    no cumpre seu dever.

    A disputa pelo controle da informao no prprio aparelho de Estado:

    Uma coisa que a gente tem uma resistncia grande na

    parte tcnica de uma Secretaria dar acesso aosdocumentos pra outra Secretaria (...) A resistncia do

    tcnico: Como que fulano de tal vai saber? Este

    documento meu. T na minha mo (...) A viso que se

    tem de poder informao.

    _____________________________45

    www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp

    http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asphttp://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp
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    Ento a informao tem que ficar para mim. O acesso informao, isso

    uma coisa muito difcil de voc ter porque as pessoas no passam.46

    O servidor pblico passvel de responsabilizao quando:

    - recusar-se a fornecer informao requerida nos termosda Lei de Acesso a Informaes, retardardeliberadamente o seu fornecimento ou fornec-laintencionalmente de forma incorreta, incompleta ouimprecisa;

    - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir,inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou

    parcialmente, informao que se encontre sob sua guardaou a que tenha acesso ou conhecimento em razo doexerccio das atribuies de cargo, emprego ou funopblica;

    - agir com dolo ou m-f na anlise das solicitaes deacesso informao;

    - divulgar ou permitir a divulgao ou acessar ou permitiracesso indevido informao sigilosa ou informaopessoal;

    - impor sigilo informao para obter proveito pessoal oude terceiro, ou para fins de ocultao de ato ilegalcometido por si ou por outrem;

    - ocultar da reviso de autoridade superior competenteinformao sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ouem prejuzo de terceiros; e

    - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentosconcernentes a possveis violaes de direitos humanos

    por parte de agentes do Estado

    Contudo, a nova lei estabelece um procedimento importante: nenhumservidor poder ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por darcincia, a quem de direito, de informao concernente prtica de crimes ouimprobidade.

    ______________________________46 Transparncia e opacidade do estado no Brasil - UFFwww.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfSimilares

    http://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf
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    Servidores pblicos so cidados que mais que quaisquer outros devem

    observar as leis a que se submetem e respeitar o servio a que se dedicam,

    posto que sua manuteno paga pelo povo, com os tributos de todos,

    inclusive aquele que incide sobre o medicamento usado pelo mais pobre dentre

    os miserveis. Tais servidores, porm, no nos devem obedincia, mas apenas

    o mesmo respeito que a eles prestamos. Somos iguais perante a lei.47

    Cidado um indivduo que convive em sociedade, respeitando o

    prximo, cumprindo com suas obrigaes e gozando de seus direitos.

    O cidado tem direito vida, liberdade, propriedade, igualdade

    perante a lei, ou seja, os direitos civis so apresentados como o ponto desada. O cidado deve participar dos destinos da sociedade e ter seus direitos

    polticos.

    Cidado tem um conjunto de direitos e deveres que est sujeito em

    relao sociedade em que vive. Cidado e cidadania dizem respeito noo

    de direitos, especialmente os direitos polticos, que permitem ao indivduo

    intervir na direo dos negcios pblicos do Estado, participar de modo direto

    ou indireto na formao do governo e na sua administrao, seja ao votar ou

    concorrer a um cargo pblico.48

    Como veiculado pela teoria constitucional moderna, o cidado um

    indivduo que mantm um vnculo com o Estado. Uma dada estrutura legal

    (Constituio e demais aparatos jurdicos) garante a este indivduo a condio

    de portador de direitos e deveres, conferindo-lhe tambm uma nacionalidade.

    Cidados so, em tese, livres e iguais perante a lei, porm sditos doEstado.49

    ______________________________47http://www.conjur.com.br/2012-dez-03/justica-tributaria-sete-artigos-constituicao-podem-mudar-coisa48 http://www.significados.com.br/cidadao/49 Transparncia e opacidade do estado no Brasil - UFFwww.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfSimilares

    http://www.conjur.com.br/2012-dez-03/justica-tributaria-sete-artigos-constituicao-podem-mudar-coisahttp://www.conjur.com.br/2012-dez-03/justica-tributaria-sete-artigos-constituicao-podem-mudar-coisahttp://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfhttp://www.conjur.com.br/2012-dez-03/justica-tributaria-sete-artigos-constituicao-podem-mudar-coisahttp://www.conjur.com.br/2012-dez-03/justica-tributaria-sete-artigos-constituicao-podem-mudar-coisa
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    A Noo de transparncia, apresentaria, segundo Debasch (1990), trs

    facetas:50

    O direito de saber dado que, por princpio, a

    Administrao atua em funo do interesse geral, oscidados tm direito de saber o que sucede no interiordesta;

    O direito de controle deve-se saber, mas tambmutilizar este direito para controlar, verificar a legalidadee a oportunidades das decises administrativas eapreciar como se utilizam os fundos pblicos;

    O direito do cidado de ser ator e no meroespectador da vida administrativa: o direito de ser no

    um administrado, mas um usurio ou cliente daadministrao

    Ainda conforme Debasch(1990), os plos das realizaes da transparncia

    so:

    O direito de acesso a documentos administrativos: ocidado tem o direito de acesso aos documentosproduzidos pela administrao pblica, os quais nosendo propriedade desta, devem estar disposio

    daqueles;

    O direito de acesso motivao dos atosadministrativos: os cidados tm direito no somente aconhecer os documentos administrativos e o processoque lhes corresponde;

    O direito de participao: trata-se da possibilidade docidado participar no processo decisrio.

    4.1 - Linguagem Cidad

    Na comunicao da Administrao com o cidado a linguagem deve ser

    clara e objetiva. A meta garantir a leitura fcil de informaes e dados. Neste

    sentido, termos tcnicos devem ser traduzidos para o vocabulrio do dia-a-dia.

    ______________________________50 www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf

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    Nomes de programas e aes governamentais, bem como cdigos e

    nomenclaturas de uso da gesto na prestao de contas s sero acessveis

    se o pblico puder compreend-los. Um exemplo: Transferncia de Renda

    Diretamente s Famlias em Condio de Pobreza e Extrema Pobreza , em

    linguagem cidad, o Bolsa Famlia. 51

    Foi elaborado, no mbito do GESPBLICA, o Guia para implantao da

    Carta de Servios ao Cidado com a finalidade de orientar as organizaes

    pblicas que prestam atendimento direto ao cidado a elaborar e divulgar os

    compromissos de atendimento assumidos para com os usurios dos seus

    servios.

    Ao divulgar a Carta de Servios a organizao ir facilitar e ampliar o

    acesso do cidado aos seus servios e estimular sua participao no

    monitoramento do setor pblico, induzindo-o ao controle social e promovendo a

    melhoria da qualidade do atendimento prestado. Dessa maneira, o

    relacionamento entre o cidado e a organizao se dar de forma transparente

    pois, ela estar permitindo que a sociedade fiscalize e controle seus servios

    por meio da avaliao peridica.

    A Carta de Servios um documento elaborado por uma organizao

    pblica que visa informar aos cidados quais os servios prestados por ela,

    como acessar e obter esses servios e quais so os compromissos de

    atendimento estabelecidos.52

    A Carta de Servios tem por finalidade:

    Melhorar a relao da Administrao Pblica com oscidados.

    Divulgar os servios prestados pelas organizaespblicas com os seus compromissos de atendimentopara que sejam amplamente conhecidos pelasociedade.

    ______________________________51 www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp52www.governoeletronico.gov.br/.../apresentacao-carta-de-servicos-ao-cidado

    http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asphttp://www.governoeletronico.gov.br/.../apresentacao-carta-de-servicos-ao-cidad%C3%A3ohttp://www.governoeletronico.gov.br/.../apresentacao-carta-de-servicos-ao-cidad%C3%A3ohttp://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartilhaAcessoaInformacao/index.asp
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    Fortalecer a confiana e a credibilidade da sociedadena administrao pblica quando esta percebe umamelhora contnua em sua eficincia e eficcia.

    Garantir o direito do cidadopara receber servios emconformidade com as suas necessidades.

    4.1.1- Para o Cidado

    Conhecer os servios e seus respectivos requisitos, antes de procurar a

    organizao, um dos benefcios que o cidado obtm com a divulgao da

    Carta de Servios. A organizao deve evidenciar como pode ser til ao

    cidado e como facilitar a sua vida, indicando a forma que ele ser tratado e

    como emitir sugestes para a melhoria dos servios ou enviar reclamaes.

    4.2.2- Para a Organizao

    Com a prtica da elaborao da Carta de Servios, a organizao

    legitima a sua imagem perante a sociedade e restabelece a confiana dos

    cidados por meio de uma gesto transparente.

    A referncia ao pblico nos dispositivos legais e polticas de direito

    informao tende a conferir-lhe um alto grau de generalidade, calcada no

    princpio de igualdade entre os usurios. Parece uma tendncia considerar o

    pblico como uma massa indistinta ou composta por um conjunto de cidados

    iguais. Existem categorias de cidados privilegiados, do ponto de vista do seu

    acesso administrao, seja em razo da sua insero de classe social, seja

    porque so representados por grupos profissionais fortemente organizados.

    Seus membros dispem de meios informais de acesso informao. Na outra

    ponta da cadeia, encontram-se pessoas com pouca familiaridade em relao

    administrao. Estes sofrem, mais fortemente que outros cidados, o peso da

    complexidade administrativa e ignoram seus direitos, inclusive o direito

    informao. (RANGEON, 1988).53

    _______________________________53

    www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdfSimilares

    http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAEhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=1&qscrl=1&rlz=1T4GGNI_pt-BRBR522BR522&biw=1366&bih=557&q=related:www.uff.br/ppgci/editais/transparencia.pdf+INFORMA%C3%87%C3%83O+E+REFORMA+DO+ESTADO&sa=X&ei=KAsZUbXaMomi8gSsrYFI&ved=0CEsQHzAE
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    5 Dificuldades relacionadas Implementao da Lei 12.527

    no Brasil e a Informao Pblica em outros pases.

    O gerenciamento da informao, segundo Davenport (1997), um

    conjunto estruturado de atividades que espelha a forma pela qual uma

    organizao captura, distribui e usa informao e conhecimento.54

    O processo de gesto de informaes inclui vrias fases ou etapas,

    dependendo da abordagem com a qual se est trabalhando. Na definio de

    Davenport (1997), um processo genrico de gesto da informao (GI) composto de quatro fases: determinao dos requisitos ou necessidades de

    informao, captura, distribuio e uso das informaes.

    Fazer gesto da informao significa dirigir e dar suporte efetivo e

    eficiente ao ciclo informacional de uma organizao, desde o planejamento e

    desenvolvimento de sistemas para receber as informaes sua distribuio e

    uso, bem como sua reservao e segurana. A informao um recurso

    estratgico que deve estar alinhado aos requisitos legais e polticos do negcio

    e, como qualquer recurso, deve ter sua produo e uso gerenciados

    adequadamente.

    A gesto da informao em uma organizao pblica deve ter como

    guias a viso de futuro, a misso e os objetivos institucionais expressos por leis

    e regulamentos, aos quais a instituio deve obedecer. Prover informao de

    qualidade deve resultar em servios que atendam s necessidades doscidados; conquistem a confiana pblica e a credibilidade; aumentem a

    produtividade; e reduzam os custos da administrao pblica.

    _______________________________54 Revista do Servio Pblico Braslia 61 (1): 97-112 Jan/Mar 2010http://www.enap.gov.br/index.php?option=com

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    5.1 - Liberdade de Informao atravs de uma Mdia Livre e Independente

    Uma mdia saudvel busca os melhores interesses da imprensa e do

    pblico, elevando o ativismo at o domnio pblico, denunciando incursescontra o Estado de Direito e fornecendo incentivos para servidores pblicos

    apoiarem e agirem em conformidade com as reformas de abertura. Estudos

    empricos sugerem que uma maior cobertura miditica sobre o direito

    informao est associada a leis de liberdade de informao mais consistentes.

    As leis de acesso beneficiam a mdia: 55

    Ajudar a mdia a afirmar seus direitos em relao ao governo.

    As leis de acesso podem ser usadas como pedra fundamentalpara uma maior proteo para a imprensa.

    Melhorar a qualidade das notcias e do jornalismo investigativo,permitindo que as empresas de mdia atraiam mais clientes eganhem uma maior confiana do pblico. A boa informao uma vantagem competitiva.

    Permitir que os profissionais de mdia se defendam contraacusaes de calnia e difamao, garantindo que informaoprecisa esteja sendo usada.

    Multiplicar as fontes governamentais: a ameaa de usar as leisde acesso pode fazer com que os servidores liberem asinformaes.

    Ajudar a defender os direitos de cidados e salvaguardar aintegridade institucional.

    Revelar como o governo est gastando recursos pblicos compropaganda miditica

    As leis de liberdade de informao representam um meio para um fim;que um governo aberto. Enquanto podemos reclamar a respeito da eficincia

    das leis de acesso, as informaes que os cidados precisam esto muito mais

    disponveis hoje do que h vinte ou at dez anos, graas, em parte, aos

    aprimoramentos na gesto de informaes digitais. Mas a necessidade de

    buscar compromissos mais firmes para a abertura tambm maior do que

    nunca. A rpida mudana no sentido da abertura que agora est em ao

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    certamente encontrar novas maneiras de se proteger contra o sigilo

    injustificado.55

    Um dilema poltico central dos lderes o sigilo indevido, o qual elespodem usar para exercer o poder discricionrio, desprezando o devido

    processo, ocultando o uso de recursos pblicos e evitando que violaes

    histricas sejam desenterradas. O resultado que o sigilo ajuda os polticos a

    evitarem levar a culpa por informaes que os comprometeriam caso fossem

    reveladas. Conforme sugere o clebre autor Christopher Hood, ns lutamos

    muito contra o sigilo porque o mpeto de evitar levar a culpa exerce uma

    influncia mais forte do que os ganhos em reputao, como a publicidade

    positiva de ser a favor da abertura.

    Para no ficarem sujeitos s leis de acesso, os representantes do

    governo:

    Escondem informaes

    No atendem as peties ou dizem que as informaes noexistem

    Inventam situaes para no revelar

    Evitam manter registros ou usam contas de e-mail privadas, aoinvs de daqueles para uso oficial

    Atrasam a liberao at o ponto em que as informaespercam a sua importncia.

    O problema mais grave, dentre os mencionados acima, o aumento da

    frequncia de respostas uma ttica usada para se esquivar do processo de

    divulgao. Geralmente, difcil avaliar se buscas razoveis foram realizadas.

    ______________________________55//artigo19.org/doc/Estudos%20em%20Liberdade%20de%20Informa%C3%A7%C3%A3o%201%20(web).pdf

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    5.2 - A Informao Pblica em outros Pases

    O cidado bem informado tem melhores condies de conhecer e

    acessar outros direitos essenciais, como sade, educao e benefcios sociais.

    Por estes motivos, o acesso informao pblica tem sido, cada vez mais,

    reconhecido como um direito em vrias partes do mundo. Cerca de 90 pases

    possuem leis que regulam este direito.56

    O acesso informao como direito fundamental tambm reconhecido

    por importantes organismos da comunidade internacional, como a Organizao

    das Naes Unidas (ONU) e a Organizao dos Estados Americanos (OEA).

    Os Estados devem mostrar um maior compromisso em criar, quando

    no as tenham, 'leis que assegurem o acesso informao como um direito

    humano, para ajudar a consolidar as democracias nas Amricas'. Essa a

    recomendao mais importante do Estudo Especial sobre o Direito de Acesso

    Informao - um documento de 53 pginas divulgado ontem pela Comisso

    Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), rgo da Organizao dos

    Estados Americanos (OEA).57

    O texto lembra que bom nmero de pases j reconhece aos cidados o

    direito de acesso s informaes em poder do Estado. Segundo estudo

    publicado pela ONG de Defesa dos Direitos Humanos Open Society Justice

    Initiative (Iniciativa da Justia pela Sociedade Aberta), mais de 65 pases j

    aprovaram leis a esse respeito. 'Essa uma tendncia que vem crescendo nos

    ltimos seis anos, visto que pelo menos 28 desses textos legais foram

    aprovados depois do ano 2000', informa. Esses princpios j esto

    incorporados nas Constituies de 40 naes.

    _____________________________56 http://www.cgu.gov.br/acessoainformacao/direito-universal/index.asp57http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=1239

    http://www.cgu.gov.br/acessoainformacao/direito-universal/index.asphttp://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=1239http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=1239http://www.cgu.gov.br/acessoainformacao/direito-universal/index.asp
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    Uma das providncias a tomar, segundo o documento, que, 'para a

    existncia de um regime de exceo prprio de uma sociedade democrtica', a

    possibilidade de o Estado classificar e declarar confidencial uma informao

    'deve estabelecer um limite temporal ou condicionado desapario de sua

    causa'. As restries 'tm de estar claramente estabelecidas por lei e seus fins

    devem ser legtimos, de acordo com a Conveno Americana'. E, para que

    uma negativa seja legtima, os governos devem 'responder por escrito a quem

    houver feito o pedido e devem especificar os motivos e fundamentos legais'

    para tal restrio.57

    A primeira nao no mundo a desenvolver um marco legal sobre o

    acesso foi a Sucia, em 1766. J os Estados Unidos aprovaram sua Lei de

    Liberdade de Informao, conhecida como FOIA (Freedom of Information Act),

    em 1966, que recebeu, desde ento, diferentes emendas visando a sua

    adequao passagem do tempo. Na Amrica Latina, a Colmbia foi pioneira

    ao estabelecer, em 1888, um Cdigo que franqueou o acesso a documentos de

    Governo. J a legislao do Mxico, de 2002, considerada uma referncia,

    tendo previsto a instaurao de sistemas rpidos de acesso, a seremsupervisionados por rgo independente. Chile, Uruguai, entre outros, tambm

    aprovaram leis de acesso informao.58

    Recentemente, diversos pases sul-americanos tm promulgado leis de

    acesso informao, como forma de caracterizar a sada de regimes de

    exceo e o ingresso no regime democrtico de iure e de facto. No Peru, foi

    aprovada, em 2003, a Lei n. 27.806 (Ley de Transparencia y Acceso a laInformacin Pblica). No Chile, editou-se, em 2008, a Ley 20.285 sobre

    transparencia y acceso a la informacin pblica. No mesmo ano, o Uruguai

    promulgou a Ley n. 18.381, sobre Derecho de Acceso a la Informacin

    Pblcia.

    __________________________________

    58http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=1239

    http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=1239http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=1239
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    Na Argentina, encontra-se em tramitao um projeto de lei dessa

    natureza, j tendo sido aprovado por unanimidade pelo Senado argentino.

    Trata-se de orientao da Organizao das Naes Unidas, que tem sido

    fielmente adotada pelos pases da Amrica do Sul.59

    ________________________________59

    jus.com.br/revista/texto/.../comentarios-a-lei-de-acesso-a-informacao

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    Concluso

    O tema do direito Informao pblica, conforme mencionado edemostrado ao longo dos captulos anteriores, constitui direito humano

    fundamental e instrumento de partipao cidad como instrumento de controle

    social.

    O Objetivo especfico deste trabalho foi verificar e conhecer o Direito

    Informao e aprofundamento da Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, que

    dispe mais de mais um instrumento disposio do cidado, com dever de

    incentiv-lo a sua participao seja direta ou indiretamente na esfera poltica,econmica, social brasileira, exercer sua cidadania e controle das atividades

    exercidas na Administrao Pblica.

    Historicamente, uma revoluo no conceito e abrangncia da informao

    pblica, que passa a ser disponibilizada atravs de sites de transparncia,

    publicidade de dados nunca revelados anteriormente, entretanto resguardado o

    sigilo de alguns elementos informacionais.

    Para o Servidor Pblico passa existir a mudana da cultura

    organizacional, ideologia do servio pblico, reestruturao da burocracia

    estatal, trazendo novidades para o trabalho cotidiano dos servidores pblicos,

    desafios e obstculos para implementao da Lei de Acesso Informao,

    onde existe a cobrana de prazos, organizao e controle da Informao, que

    antes no existia.

    Apesar de todo o esforo, falta muito para chegarmos a plenitude doacesso informao de forma justa e igualitria para toda populao brasileira,

    que hoje, necessita de conhecimento bsico e entendimento de que somos

    parte vital de todas as aes, votaes que ocorrem em toda esfera legislativa,

    somos responsveis pelo nosso voto, temos a soberania popular. Infelizmente,

    as leis no so feitas de forma clara, crdula, com linguagem ao alcance de

    todos, e no temos a habitualidade de acompanhar os atos da Administrao

    Pblica, controlar o dinheiro pblico, somos um povo movido a po e circo,

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    carnaval, futebol, big brother, facebook, enfim, figuras de entretenimento que

    nos faz esquecermos das nossas obrigaes, pois atribumos este encargo ao

    poltico eleito ou outra pessoa que no somos ns, principal pessoa

    interessada na mudana desta ideologia, da poltica, deste pas que amamos

    tanto chamado Brasil.

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    Bibliografia Consultada

    BATISTA, Carmen Lcia. Informao pblica: entre o acesso e a apropriaosocial. 2010.Dissertao (Mestrado em Cincia da Informao) Escola de

    Comunicaes e Artes,Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.

    BATTINI, Odria. Cidadania e participao popular. Revista da Universidade

    Estadual de Londrina.Londrina, Ed. Universitria, dez. 1994.

    BEHN, Robert. O novo paradigma da gesto pblica e a busca da

    accountability democrtica. Revista do Servio Pblico. Braslia, 1998.

    BOSCHI, Renato Raul. Governana, participao e eficincia das polticas

    pblicas: exame de experincias municipais no Brasil. Rio de Janeiro: Iuperj,

    1998.

    BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil.

    So Paulo: Saraiva, 1988.

    BRASIL. Lei 12.527, de 18 novembro de 2011 que regulamenta o acesso a

    informaes.

    BRASIL. Decreto 5.482, de 30 de junho de 2005, que dispe sobre a

    divulgao de dados e informaes pelos rgos e entidades da administrao

    pblica federal.

    BRASIL. Decreto 6932, de 11 de agosto de 2009, que dispe sobre a

    simplificao do atendimento pblico prestado ao cidado, ratifica a dispensa

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    do