a incidÊncia dos sintomas da sindrome de … · em corredores de fundo ... treinamento ; corrida;...

19
A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE OVERTRAINING EM CORREDORES DE FUNDO Lucydena do Socorro Lobão Marques Aluna concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Divaldo Martins de Souza Professor Doutor orientador do CEDF/UEPA [email protected] RESUMO A síndrome de overtraining promove alterações no desempenho físico e mental decorrente do desequilíbrio entre estresse e recuperação, apresentando variados sintomas. O objetivo deste estudo foi verificar a incidência dos sintomas da síndrome de overtraining em corredores de fundo, através da pesquisa de campo do tipo descritiva. A amostra contou com 65 corredores de ambos os gêneros, sendo 30 mulheres e 35 homens, na faixa etária de 25 a 45 anos. Foram utilizados os questionários POMS (Perfil de estado de humor) e SFMS (Questionário de sintomas clínicos de overtraining) e uma anamnese para o reconhecimento dos aspectos gerais do corredor. Os sintomas abrangem os aspectos fisiológicos, de rendimento, psicológicos, imunológicos, sociais e alimentares. Afetando a performace física e a saúde do corredor. Os dados obtidos no estudo foram analisados através da estatística descritiva para a caracterização da amostra e da estatística inferencial para comparação das prevalências (qui-quadrado) e das médias dos sintomas e dos perfis (análise de variância one way), adotando um nível de significância de p≤0,01. Os principais resultados observados apontam para níveis de tensão, depressão, raiva e vigor elevados, bem como, nos sintomas clínicos, os de rendimento, fisiológicos e psicológicos elevados na amostra. Palavras-chave: Treinamento; Corrida; Overtraining; Sintomas. 1 INTRODUÇÃO A corrida de rua é um esporte que vem conquistando muitos adeptos no Brasil e no mundo. Pois, é um esporte de baixo custo, de fácil execução e que é crescente o número de competições durante o ano. Entretanto, é comum atletas e não atletas excederem os limites de suas capacidades físicas e psicológicas frente ao desafio de enfrentarem cargas exageradas de treinamento aliadas a períodos insuficientes de recuperação (ROHLFS et al., 2005 apud SIMOLA, 2007). Tendo em vista a teoria da supercompensação, muito utilizada pelos treinadores para que se obtenham avanços no rendimento esportivo, a síndrome de overtraining pode estar diretamente relacionada ao principio de sobrecarga progressiva. Segundo Barbanti (1997), a teoria indica que as reservas energéticas gastas durante o processo de contração muscular são refeitas ou repostas apenas

Upload: hoangcong

Post on 27-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE OVERTRAINING EM CORREDORES DE FUNDO

Lucydena do Socorro Lobão Marques

Aluna concluinte do CEDF/UEPA [email protected]

Divaldo Martins de Souza Professor Doutor orientador do CEDF/UEPA

[email protected] RESUMO A síndrome de overtraining promove alterações no desempenho físico e mental decorrente do desequilíbrio entre estresse e recuperação, apresentando variados sintomas. O objetivo deste estudo foi verificar a incidência dos sintomas da síndrome de overtraining em corredores de fundo, através da pesquisa de campo do tipo descritiva. A amostra contou com 65 corredores de ambos os gêneros, sendo 30 mulheres e 35 homens, na faixa etária de 25 a 45 anos. Foram utilizados os questionários POMS (Perfil de estado de humor) e SFMS (Questionário de sintomas clínicos de overtraining) e uma anamnese para o reconhecimento dos aspectos gerais do corredor. Os sintomas abrangem os aspectos fisiológicos, de rendimento, psicológicos, imunológicos, sociais e alimentares. Afetando a performace física e a saúde do corredor. Os dados obtidos no estudo foram analisados através da estatística descritiva para a caracterização da amostra e da estatística inferencial para comparação das prevalências (qui-quadrado) e das médias dos sintomas e dos perfis (análise de variância one way), adotando um nível de significância de p≤0,01. Os principais resultados observados apontam para níveis de tensão, depressão, raiva e vigor elevados, bem como, nos sintomas clínicos, os de rendimento, fisiológicos e psicológicos elevados na amostra. Palavras-chave: Treinamento; Corrida; Overtraining; Sintomas.

1 INTRODUÇÃO

A corrida de rua é um esporte que vem conquistando muitos adeptos no Brasil

e no mundo. Pois, é um esporte de baixo custo, de fácil execução e que é crescente

o número de competições durante o ano. Entretanto, é comum atletas e não atletas

excederem os limites de suas capacidades físicas e psicológicas frente ao desafio

de enfrentarem cargas exageradas de treinamento aliadas a períodos insuficientes

de recuperação (ROHLFS et al., 2005 apud SIMOLA, 2007).

Tendo em vista a teoria da supercompensação, muito utilizada pelos

treinadores para que se obtenham avanços no rendimento esportivo, a síndrome de

overtraining pode estar diretamente relacionada ao principio de sobrecarga

progressiva. Segundo Barbanti (1997), a teoria indica que as reservas energéticas

gastas durante o processo de contração muscular são refeitas ou repostas apenas

Page 2: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

2

no período de recuperação, ou seja, de descanso. Desta forma, se a reposição não

ocorrer na proporção igual à condição anterior ao exercício, caracterizará o

sobretreinamento.

A síndrome do overtraining se tornou um problema significativo e frequente no

esporte de alto rendimento, abreviando carreiras promissoras. Segundo Lehmann et

al. (1999), o overtraining pode ser definido como um desequilíbrio entre estresse e

recuperação, ou seja, grandes fatores estressantes com pouca recuperação. Dentre

as consequências dessa síndrome pode ser destacado a queda do desempenho e o

abandono da atividade como os principais fatores.

Verificar a incidência dos sinais e sintomas prevalentes da síndrome do

overtraining em corredores fundistas (corredores de longa distância) é o objetivo

deste estudo. Tendo em vista a descrição dos sintomas relacionados aos

marcadores e como a síndrome interfere nos aspectos físicos e mentais do corredor.

A popularização da prática esportiva fez com que aumentasse o número de lesões

associadas a essa modalidade. De acordo com Hino et al. (2009, p. 36) “os

indivíduos que a praticam, seja no âmbito competitivo ou recreativo, estão expostos

aos eventuais riscos associados”.

Em geral os corredores de fundo só respeitam as limitações físicas quando

seu corpo já não consegue ter o mesmo desempenho, no caso quando se expõe

aos excessos de treinamento provocando lesões. As lesões são condicionadas por

traumatismos de repetição das estruturas ósseas e tendinosas dos membros

inferiores e da coluna vertebral, resultando em fraturas de fadiga, além de lesões

dos tecidos moles (FEITOSA; MARTINS JÚNIOR, 2000).

Com um número crescente de praticantes de corrida de fundo, o estudo é de

grande relevância por alertar o número de incidência dos sintomas ocasionados pela

síndrome do excesso de treinamento e ser instrumento de investigação de

treinadores, profissionais de educação física e de outras áreas para o

monitoramento de seus atletas. Com o elevado número de competições durante o

ano, se faz necessário o planejamento dos treinos e provas; e sempre respeitando

os intervalos de recuperação para que o corredor evolua no esporte.

Page 3: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

3

2 METODOLOGIA

O estudo se trata de uma pesquisa do tipo descritiva de abordagens

qualitativa e quantitativa. Realizada com corredores de fundo que participam de

grupos de corrida ou assessorias esportivas da cidade de Belém do Pará, de ambos

os gêneros, na faixa etária de 25 a 45 anos, apresentando pelo menos um ano

regular de atividade. A amostra foi constituída por 65 corredores escolhidos

aleatoriamente a partir do retorno do TCLE.

Foram avaliados na anamnese os hábitos gerais como: alimentação, horas

destinadas ao descanso e ao treinamento, se o treinamento é seguido fielmente, a

ocorrência de outras atividades além da corrida, frequência de treinamento, a média

de quilômetros por semana, a ocorrência de lesões, se o corredor fazia uso de

medicamentos, cigarro e se ingeria bebida alcoólica, além dos objetivos da pratica

esportiva pelo corredor. As perguntas presentes na anamnese foram do tipo abertas

e fechadas.

Outros instrumentos utilizados foram os questionários POMS (Perfil de Estado

de Humor) que avaliou os aspectos psicológicos e o questionário de sintomas

clínicos do overtraining (SFMS) é um método desenvolvido para quantificar os

sintomas iniciais do overtraining. Os dados foram coletados no período de 10 de

agosto a 25 de outubro de 2015.

A análise estatística do estudo foi realizada através do pacote estatístico

SPSS 22.0, onde se adotou a estatística descritiva para caracterização da amostra e

a estatística inferencial para a comparação dos dados. Os dados qualitativos foram

descritos através dos valores absolutos e relativos e sua comparação foi feita

através do teste do qui-quadrado, enquanto os dados quantitativos foram descritos

através da média aritmética e desvio padrão, e sua comparação foi feita através do

teste de análise de variância de um critério para a comparação dos níveis do perfil

de humor e dos sintomas do overtraining. Adotou-se um nível de significância de

p≤0,05 para a inferência estatística.

O estudo teve seu protocolo analisado e aprovado junto ao comitê de ética e

pesquisa em seres humanos do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade do estado do Pará, sob o número 1.163.696 de 31 de julho de 2015,

sendo iniciado somente depois desta aprovação.

Page 4: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

4

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 A Corrida

A corrida é uma ação que se manifesta desde as civilizações mais antigas

seja por necessidade ou expressão, é o que sugerem registros arqueológicos que

comprovam sua ação. A prática da corrida trás consigo a presença da dor, da

superação, do risco ao fracasso e até a ocorrência da morte. Como é evidenciada na

lendária origem da maratona, a morte encerra a narrativa sobre um saldado que

percorreu mais de 35 km entre as cidades de Maratona e Atenas para avisar a

vitória dos gregos sobre os persas na guerra, isso ocorreu por volta do ano 490 a.C.

(OLIVEIRA, 2010, Apud GONÇALVES, 2011).

Segundo Mikahil e Salgado (2006) as corridas de rua surgiram e se

popularizaram na Inglaterra durante o século XVIII. Posteriormente, expandiram-se

para o restante da Europa e Estados Unidos. Pouco após a metade do século XIX,

por volta de 1970, a prática de corridas de rua aumentou bruscamente com o

chamado “Jogging Boom” baseada na teoria do médico norte-americano Kenneth

Cooper, que pregava a prática de corridas como fator de melhoria da saúde da

população.

O aumento no número de praticantes veio acompanhado de um aumento no

número de provas competitivas, inserindo definitivamente as corridas de rua no

contexto do Treinamento Desportivo. São fatores motivacionais que predominam

para o maior número de adeptos e também que garante a permanência destes.

Dentre os motivos mais apontados em pesquisas estão presentes a saúde como

primeira dimensão e em segundo o prazer da atividade.

Atualmente, o critério da Federação Internacional das Associações de

Atletismo (IAAF, 2005) define as Corridas de Rua, as chamadas provas de

pedestrianismo, como as disputadas em circuitos de rua, avenidas e estradas, com

distâncias oficiais variando de 5 a 100Km.

A prática de corrida por um longo período de tempo traz benefícios físicos e

mentais ao participante (MORGAN; COSTILL,1996, apud PEREIRA, 2010). Entre os

benefícios mais apontados por pesquisas então redução do percentual de gordura,

alívio do estresse do cotidiano, aumento da capacidade aeróbia, aumento da

disposição física, prevenção de doenças, melhoria da autoestima e ampliação do

circulo de amizades.

Page 5: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

5

Segundo Oliveira 2010 (apud GONÇALVES, 2011), pertencer ao contexto

esportivo e se apresentar como ‘‘atleta’’ ou ‘’corredor’’ passou a ter um valor

simbólico e de superioridade física, disciplina e outros valores que, em geral, dão ao

individuo um lugar de respeito na comunidade.

3.2 Overtraining

A síndrome do overtraining pode ser definida como uma resposta ao estresse

provocado pelo treinamento devido o aumento das variáveis de intensidade e/ou

volume, e o tempo insuficiente para a recuperação. O overtraining é uma condição

complexa, caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas, em resposta a um

planejamento inadequado do treinamento esportivo (DA CRUZ et. al., 2013).

O overtraining tem sido um fenômeno cada vez mais observado entre

corredores de fundo. De acordo com Baptista et al. (1999 apud SILVA et. al 2004)

estudos sugerem que o overtraining é caracterizado por uma disfunção do eixo

hipotálamo-hipófise, devido ao estresse repetitivo, de natureza física ou não, sendo

essa desordem neuroendócrina o fator principal de sua patogênese.

Diferentes termos têm sido usados para definir overtraining como: “overwork”,

“overreaching”, estafa (staleness), “burnout”, “overfatigue”, overtraining a longo e

curto prazo e outros. O overreaching ocorre na fase inicial ao overtraining devido ao

acúmulo do estresse do treinamento e de outros fatores que resultam em uma

diminuição da capacidade de rendimento e está associado à fadiga muscular ou

periférica, a qual é restaurada entre alguns dias a duas semanas. O overreaching

pode ainda ser entendido como parte do processo da supercompensação do

organismo que ocorre após dias de treinamento intenso.

Conhecer e identificar o overreaching e essencial, para que o treinador

manipule as variáveis do treinamento, a fim de proteger seu atleta contra as

adaptações negativas, já que, o overreaching pode se tornar uma fase positiva se for

planejado previamente (BUDGETT, 1990; HALSON; JEIKENDRUP, 2004; HALSON

et al., 2002 apud NUNES 2010).

No entanto, o overtraining pode ser caracterizado por uma fadiga centralizada

e sua recuperação pode demorar semanas ou meses. Atletas com overtraining

apresentam alterações fisiológicas, bioquímicas, imunológicas e psicológicas,

acompanhadas de uma redução da performance.

Page 6: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

6

Com a exigência cada vez maior do mundo esportivo por bons resultados e

conquistas faz com que os atletas excedam os limites de sua capacidade psicofísica,

acabando, na maioria das vezes, resultando em reações negativas ao treinamento e

provocando diferentes sintomas indesejáveis.

De acordo com Silva et. al. (1990), o estresse não pode ser considerado um

fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

para que as respostas adaptativas positivas ao treinamento ocorram em ambientes

de esporte competitivo.

Segundo Smith (2003), as adaptações negativas do treinamento são

inevitáveis quando se negligencia a recuperação como parte fundamental e

integrante do processo de treinamento, se dando importância somente ao estresse

de treino propriamente dito levando a respostas negativas como queda no

desempenho do atleta.

3.2.1 Formas de Overtraining

De acordo com Israel (1976), o overtraining pode ser classificado de duas

formas, simpático e parassimpático. O tipo simpático ou clássico é caracterizado

pelo aumento da atividade do sistema nervoso simpático em repouso. O sistema

nervoso simpático provoca alterações básicas das funções do organismo, facilitando

a resposta motora ao estresse agudo ou à atividade física. Apresenta por um estado

hiperadrenérgico ou de hiperfunção da tireóide, é mais raro e tem sido observado

em esportes de força/potência.

A forma parassimpática é caracterizada pela predominância do tônus vagal ou

pela insuficiência adrenal no repouso ou durante o exercício é mais observado em

esportes de resistência, atletas de endurance. As demandas de estresse são

provocas não apenas pelo treinamento, também sendo influenciada pelo estado

emocional do atleta e fatores extras ao treinamento. Os sintomas predominantes

nesta forma são a frequência cardíaca e a pressão arterial aumentadas, longos

períodos de sono e depressão, e em ambas as formas, redução do desempenho.

3.2.2 Diagnóstico

Apesar de ter sido descoberta na década de 70 a síndrome de overtraining

pouco avançou, nos últimos anos, quanto às ferramentas para diagnostico do

Page 7: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

7

overtraining, apesar de vários marcadores bioquímicos, fisiológicos, imunológicos, e

psicológicos pesquisados (URHAUSEN; KINDERMANN, 2002).

Além da significativa lista de sinais e sintomas, não existem critérios

diagnósticos bem estabelecidos utilizados rotineiramente para se identificar e

impedir o overtraining (ROHLFS et al., 2004; CUNHA et al., 2006). Desta forma, o

monitoramento frequente da combinação de variáveis de rendimento, fisiológicas,

psicológicas, bioquímicas e imunológicas parece ser a melhor estratégia para avaliar

a adaptação do atleta ao treinamento e evitar a síndrome.

Alguns aspectos interferem para se obter um diagnostico preciso dessa síndrome,

como: 1) a variação intraindividual; 2) o volume excessivo e a intensidade de treinamento

afetando diferentemente cada organismo; 3) duas formas de overtraining simpática e

parassimpática com sintomas diferenciados; 4) os marcadores. Os marcadores do

overtraining são definidos como alterações físicas, fisiológicas ou das características

psicológicas associadas aos estímulos que precedem ou acompanham o

aparecimento do sobretreinamento (FRY A., KRAEMER W., 1997, Apud CUNHA,

2006) fisiológicos e bioquímicos apresentam características diferentes de acordo com o

esporte e são influenciados por aspectos psicológicos, sociais e culturais.

3.2.3 Formas de Verificação da Síndrome do Overtraining

Dentre as maneiras utilizadas para detectar e controlar os estágios do

overtraining no aspecto psicológico é possível mencionar alguns questionários, tais

como o POMS (Perfil dos Estados de Humor) e do Questionnaire standardisé de

surentraînement de Société Française de Médecine du Sport – SFMS recentemente

traduzido para o português.

A analise a partir do Perfil de Estados de Humor POMS – Profile of Mood

States (MCNAIR, et al., 1992) mede o estresse psicológico através de suas seis

escalas – tensão/ansiedade, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão mental.

Desta maneira, se constitui em uma das medidas mais completas para avaliar os

efeitos do estresse da carga de treinamentos e da recuperação em variáveis

psicológicas. Este instrumento contém 42 adjetivos que são avaliados numa escala

de 5 pontos correspondendo a (nada – 0, um pouco – 1, moderadamente – 2,

bastante – 3 e muitíssimo – 4) com a exceção dos adjetivos tranquilo, eficaz e

competente.

Page 8: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

8

O questionário de overtraining SFMS (Societe Francaise de Medicine du

Sport) (BRUN, 2003) foi desenvolvido para quantificar os sintomas clínicos iniciais da

síndrome do overtraining. Foi traduzido, adaptado e validado para a amostra

brasileira por Bara Filho et. al. em 2008. Este instrumento é capaz de medir os níveis

estresse e ajuda a avaliar o grau de sobrecarga em atletas submetidos a programas

de treinamento intenso, através de 54 perguntas agrupadas em seis escalas:

rendimento, fisiológicas, psicológicas, imunológicas, sociais e alimentares. A

avaliação ocorre numa pontuação de 4 pontos, (nunca – 0, às vezes – 1,

frequentemente – 2 e sempre – 3)

3.2.4 Sinais e Sintomas

A manifestação clínica da síndrome se dá através de um conjunto de sinais e

as alterações que são observadas pelo excesso de treinamento destacando - as

neuroendócrinas, imunológicas, bioquímicas e psicológicas (SANTOS, et al., 2006;

KELLMAN; GUNTHER, 2000; MANSO, 2005). As consequências, no entanto, vão da

ordem muscular, passando por problemas nas articulações, e resultam em malefícios no

sistema imunológico e no aspecto psicológico do corredor. Em casos extremos, pode

evoluir para o fenômeno do burnout, culminando com o abandono da prática

esportiva pelo atleta (WEINBERG; GOULD, 2001).

Os sinais mais evidentes em casos de overtraining são a fadiga crônica,

estagnação ou decréscimo de desempenho, infecções respiratórias e alterações de

humor. Para a identificação da síndrome, Fry et al. (1991, apud ALVES, 2006)

dividiram a variedade de sinais e sintomas em quatro categorias: 1) Fisiológicos; 2)

Psicológicos; 3) Neuroendócrinos ou Bioquímicos; e 4) Imunológicos. Entretanto,

com a manifestação de outros aspectos apontados pelos atletas foram agrupados

mais dois: 5) Parâmetros de desempenho e 6) Processamento de informação, que

são descritos no quadro 1.

A incidência do supertreinamento e sintomas no esporte variam de acordo

com a modalidade. Esportes que envolvem grandes cargas de treinamento

frequentemente demonstram maior número de resultados negativos, como as

modalidades de corridas, natação, futebol, ciclismo e remo. (DA CRUZ. et al., 2013)

Page 9: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

9

QUADRO 1 - Marcadores, Sinais e Sintomas do Overtraining.

Fisiológico

Alterações na pressão arterial, alterações na frequência cardíaca

de repouso, durante o exercício e na recuperação. Frequência

respiratória aumentada. Consumo de oxigênio aumentado em

exercício submáximo. Massa gorda diminuída. Massa magra

aumentada. Anormalidade na onda T do eletrocardiograma

(ECG). Fadiga crônica. Taxa do metabolismo basal aumentada.

Psicológico e Comportamentais

Fadiga mental constante. Apetite reduzido. Distúrbios de sono

(hipo ou hipersonia). Depressão. Apatia geral. Autoestima

reduzida. Instabilidade emocional. Medo de competição.

Dificuldade de se concentrar no trabalho e nos treinamentos.

Desistência quando as metas são muito intensas.

Indicadores neuroendócrinos e

Bioquímicos

Proteína C-reativa elevada. Creatinaquinase elevada. Equilíbrio

de nitrogênio negativo. Concentração de uréia aumentada.

Produção de acido úrico aumentada. Disfunção hipotalâmica.

Níveis de glicogênio muscular deprimidos. Déficit de minerais (Zn

e Al). Hemoglobina diminuída. Testosterona livre diminuída.

Cortisol sérico aumentado. Glutamina plasmática diminuída.

Indicadores Imunológicos

Queixas de dor muscular e articular. Sensibilidade muscular.

Suscetibilidade e severidade aumentada de doenças, resfriados e

alergias. Cefaléia. Náusea. Distúrbios gastrointestinais.

Quantidade de células de defesa aumentada (linfócitos,

eosinófilos, neutrófilos, imunoglobinas – Iga). Edema de glândulas

linfáticas.

Indicadores de Desempenho

Desempenho diminuído. Capacidade de rendimento Maximo

diminuído. Tolerância a carga diminuída. Necessidade de

recuperação prolongada. Força muscular diminuída. Incapacidade

no cumprimento de metas.

Processamento de Informação

Perda de coordenação. Dificuldade de concentração. Capacidade

reduzida em lidar com grande quantidade de informação.

Capacidade reduzida de corrigir falhas técnicas. Repetição de

erros que foram previamente corrigidos.

(adaptado de Alves, 2006, p. 293)

De acordo Smith (2000) e Rogero (2003) estudos demonstram que os

sintomas de overtraining chegam a atingir 65% dos corredores de longa distância

em algum momento da sua carreira profissional, 50% dos jogadores de futebol

semiprofissional após uma temporada competitiva de cinco meses e 21% dos

nadadores da equipe nacional australiana durante uma temporada de seis meses.

Embora não exista indicação de que a síndrome cause danos irreversíveis ao

atleta, o risco de lesão, doenças ou retirada prematura do esporte é aumentado.

Kellmann (2002) afirma que para o controle desses fatores, o repouso ou

treinamento reduzido dentro do programa de treinamento durante algumas semanas

Page 10: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

10

ou meses se tornam necessários para uma completa recuperação física e mental do

atleta.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O grupo amostral foi constituído por 65 sujeitos com idade de 32,63 ± 6,14

anos, com o mais jovem com 25 anos e o de mais idade com 45 anos, e tempo de

treinamento de corrida de 3,42 ± 2,61 anos, com o que treina a menos tempo com 1

ano e o que treina a mais tempo com 13 anos de treinamento. Destes sujeitos, 30

(46,2%) são do gênero feminino e 35 (53,8%) são do gênero masculino.

A tabela 1 mostra as características gerais da amostra relacionadas ao

treinamento e os hábitos frequentes dos sujeitos da amostra, coletados a partir da

anamnese constituída de 15 perguntas abertas e fechadas.

TABELA 1 - Características amostrais do treinamento e dos hábitos dos sujeitos

(valores absolutos e relativos) e comparação das prevalências (qui-quadrado).

Variável

Prevalência

Qui-quadrado

X2 p

Frequência semanal de treino 2 2/3 3 3/4 4 4/5 6 56,86

<0,01* 11

16,9% 5

7,7% 28

43,1% 5

7,7% 13

20,0% 2

3,1% 1

1,5%

Duração média de treino 30 a 60’ 60’ 60 a 90’ 90’ 2hs 70,15

<0,01* 28

43,1% 31

47,7% 2

3,1% 2

3,1% 2

3,1%

Já participou de competição? Não Sim 49,99

<0,01* 4 (6,2%) 61 (93,8%)

Está se preparando (comp.)? 18 (27,7%) 47 (72,3%) 12,94 <0,01*

Para qual competição? Círio ½ maratona Maratona Outras 73,06

<0,01* 20 (42,6%) 14 (29,8%) 2 (4,3%) 11 (23,4%)

Segue plano de treino? Não Sim As vezes 13,42

<0,01*

23 (35,4%) 33 (50,8%) 9 (13,8%)

Quilometragem semanal 5/10 10/15 15/20 20/30 30/40 40/50 +50 77,89

<0,01* 1

1,5% 14

21,5% 12

18,5% 28

43,1% 3

4,6% 5

7,7% 2

3,0%

Outra atividade paralela? Não Sim 49,99

<0,01* 4 (6,2%) 61 (93,8%)

Qual atividade? Musculação Nat/Cicl Nat/Mus/Cic Outras 284,5

<0,01* 36 (61,0%) 4 (6,8%) 4 (6,8%) 15 (25,4%)

Divisão das atividades (sem.) 3 vezes 5 vezes Todo dia Outra 58,23

<0,01* 29 (47,5%) 8 (13,1%) 7 (11,5%) 17 (27,9%)

Objetivo do treino C. Físico Q. Vida Perform. Saúde Outros 51,15

<0,01* 18

27,7% 11

16,9% 11

16,9% 10

15,4% 15

23,1%

Horas de sono 5 horas 5 a 6 horas 6 a 7 horas 7 a 8 horas 9,40

0,02* 8 (12,3%) 25 (38,5%) 18 (27,7%) 14 (21,5%)

São suficientes? Não Sim 0,14

0,71

31 (47,7%) 34 (52,3%)

Page 11: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

11

TABELA 1 - Características amostrais do treinamento e dos hábitos dos sujeitos

(valores absolutos e relativos) e comparação das prevalências (qui-quadrado)

Continuação.

Variável

Prevalência

Qui-quadrado

X2 p

Número de refeições diárias 3 4 5 6 7 25,69

<0,01*

6 9,2%

18 27,7%

23 35,4%

17 26,7%

1 1,5%

Acompanhamento nutricional? Não Sim 12,94

<0,01* 47 (72,3%) 18 (27,7%)

Consome bebida alcoólica? 32 (49,2%) 33 (50,8%) 0,02 0,90

Fuma? 63 (96,9%) 2 (3,1%) 57,25 <0,01*

Uso atual de medicamento? 51 (78,5%) 14 (21,5%) 21,02 <0,01*

Qual medicamento? Anticonc. Vitamina Suplemento Outros 7,71

0,36 5 (35,7%) 2 (14,3%) 2 (14,3%) 5 (35,7%)

Já teve lesão de treino? Não Sim 0,75

0,39 36 (55,4%) 29 (44,6%)

Qual lesão? Tendinite Articular Outras 40,50

<0,01* 13 (46,4%) 10 (35,7%) 5 (17,9%)

Como se pode constatar na tabela 1, a discreta maioria dos sujeitos da

amostra considera que suas horas de sono são suficientes, é consumidor de

bebidas alcoólicas, jamais teve lesão no treinamento e entre os usuários de

medicamentos, a discreta maioria usa anticoncepcional.

A tabela 1 ainda mostra que a maioria significativa dos sujeitos da amostra

treina 3 vezes por semana, com duração de 30 a 60 ou 60 minutos, já participou de

competição, no momento está se preparando para competição, especialmente para

a corrida do círio, segue algum planejamento no treinamento, faz 20 a 30

quilômetros por semana, realiza alguma outra atividade paralela ao treino da corrida,

esta atividade é a musculação, por 3 sessões semanais, tem como objetivo no seu

treinamento o condicionamento físico, dorme 5 a 6 horas por noite,faz 5 refeições

diárias, não tem acompanhamento nutricional, não é fumante, não faz uso atual de

medicamento, e a lesão mais prevalente na amostra é a tendinite.

Em relação ao volume de quilômetros da amostra por semana, alguns

estudos epidemiológicos, que quantificaram os benefícios e riscos da corrida,

mostraram que corredores com distâncias semanais de 25 km ou mais faziam mais

visitas a consultórios médicos (por queixas), do que aqueles com distâncias

inferiores (MARTI et al., 1989 apud SOUZA et. al., 2014). Em outro estudo,

Fredericson e Misra (2007) mostraram que a partir de 64 km de corrida por semana,

a prevalência de lesões aumenta significativamente.

Page 12: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

12

Quanto às horas de sono da amostra a maioria significativa dorme de 5 a 6

horas. De acordo um estudo publicado no journal of Clinical Investigation (2014, p.

30) descobriu que o tempo médio de sono para desportistas deve variar entre 8 a 10

horas. Com 6 horas de sono, se treina e não se dorme o suficiente, os músculos não

recebem estímulos que necessitam para crescer e se recuperar. Abaixo de 6 horas a

resistência do atleta reduzirá de 15 a 40%. Com isso, o tempo de sono dos

corredores da amostra é insuficiente para uma restauração das capacidades

fisiológicas e do treinamento.

A predominância da musculação como outra atividade praticada pelos

corredores tem o propósito de reduzir os danos de desgastes das estruturas

osteomusculares e prevenção de lesões como aponta o estudo Freitas e Rodrigues

Junior (2012), o treinamento resistido evita lesões e adquiri aptidões físicas como:

aumento da força e da massa magra, equilíbrio muscular e coordenação para uma

melhor utilização energética e técnicas de movimentos da corrida.

A tabela 2 mostra a prevalência amostral relativa às variáveis do Perfil do

Estado de Humor (POMS) nos sujeitos da amostra. As respostas dos sujeitos foram

para a pergunta “Como você tem se sentido ao longo dos últimos sete dias, incluindo

o dia de hoje?”, em relação a cada sensação apresentada. A análise dos índices

obtidos na pontuação POMS, nos seus seis atributos, Tenso, Depressão, Raiva,

Vigor, Fadiga e Confuso, numa comparação entre estes índices para verificar se há

alguma prevalência de um atributo sobre o outro.

TABELA 2 - Características descritivas das escalas do POMS (média ± desvio

padrão) e comparação das médias (ANOVA one way).

Escalas

Tenso Depressão Raiva Vigor Fadiga Confuso F P

Índices 4,46±3,78 2,34±3,55 2,52±2,35 15,26±4,53 4,75±4,56 1,08±1,34 138,79 <0,01*

Como se pode constatar na tabela 2, foram verificadas diferenças estatísticas

entre os atributos do perfil do estado de humor na amostra. Em que o atributo vigor

apresenta uma prevalência das demais escalas. Segundo Viana et. al. (2001, p. 79)

, vigor é caracterizado por estado energético, vigor físico e psicológico. Apresentado

pelos adjetivos: animado, energético, ativo, cheio de boa disposição e alegre. Ou

seja, apesar da amostra apresentar índices nos demais estados psicológicos, a

maioria significativa apresenta um estado mental saudável com a prática da corrida.

Page 13: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

13

A tabela 3 mostra a prevalência amostral relativa aos sintomas do overtraining

nos sujeitos da amostra.

TABELA 3 - Prevalência amostral dos sintomas do overtraining nos sujeitos (valores

absolutos e relativos) e comparação das prevalências (qui-quadrado).

Variável

Prevalência

Qui-quadrado

X2 P

Meu nível de rendimento/minha forma tem piorado

Nunca As Vezes C/Frequência Sempre 34,83

<0,01*

17 (26,2%) 43 (66,2%) 5 (7,7%) ---

Não estou atento como antes 37 (56,9%) 24 (36,9%) 4 (6,2%) --- 25,51 <0,01*

Familiares e amigos percebem mudança no meu comportamento

39 (60,0%) 18 (27,7%) 1 (1,5%) 7 (10,8%) 51,62 <0,01*

Tenho sentido um aperto no peito 59 (90,8%) 4 (6,2%) 2 (3,1%) --- 96,59 <0,01*

Tenho sentido grande palpitação 55 (84,6%) 10 (15,4%) --- --- 31,15 <0,01*

Tenho sentido um nó na garganta 56 (86,2%) 8 (12,3%) 1 (1,5%) --- 82,74 <0,01*

Tenho sentido menos apetite 52 (80,0%) 9 (13,8%) 2 (3,1%) 2 (3,1%) 106,88 <0,01*

Tenho comido mais do que antes (um pouco compulsivamente)

22 (33,8%) 29 (44,9%) 12 (18,5%) 2 (3,1%) 25,65 <0,01*

Tenho dormido mal 18 (27,7%) 40 (61,5%) 6 (9,2%) 1 (1,5%) 55,68 <0,01*

Tenho ficado sonolento durante o dia

12 (18,5%) 39 (60,0%) 12 (18,5%) 2 (3,1%) 46,57 <0,01*

Os intervalos entre os treinos me parecem insuficientes (curtos)

32 (49,2%) 30 (46,2%) 3 (4,6%) --- 24,22 <0,01*

Meu desejo sexual tem diminuído 44 (67,7%) 19 (29,2%) 2 (3,1%) --- 41,20 <0,01*

Meu rendimento tem sido pior 27 (41,5%) 35 (53,8%) 2 (3,1%) 1 (1,5%) 55,55 <0,01*

Tenho ficado resfriado com freqüência

46 (70,8%) 16 (24,6%) 2 (3,1%) 1 (1,5%) 81,28 <0,01*

Tenho tido problemas de memória

44 (67,7%) 16 (24,6%) 4 (6,2%) 1 (1,5%) 70,94 <0,01*

Me sinto acima do peso 25 (38,5%) 28 (43,1%) 9 (13,8%) 3 (4,6%) 27,25 <0,01*

Sinto que estou cansado 17 (26,2%) 37 (56,9%) 9 (13,8%) 2 (3,1%) 42,26 <0,01*

Me sinto inferiorizado 55 (84,6%) 9 (13,8%) --- 1 (1,5%) 78,40 <0,01*

Tenho tido cãibras e dores musculares

39 (60,0%) 22 (33,8%) 4 (6,2%) --- 28,28 <0,01*

Tenho tido dores na cabeça 37 (56,9%) 22 (33,8%) 4 (6,2%) 2 (3,1%) 50,26 <0,01*

Tenho falta de entusiasmo 44 (67,7%) 16 (24,6%) 4 (6,2%) 1 (1,5%) 70,94 <0,01*

Tenho tido mal-estar ou desmaio 61 (93,8%) 4 (6,2%) --- --- 49,99 <0,01*

Tenho tido pouca segurança em mim mesmo

48 (73,8%) 16 (24,6%) --- 1 (1,5%) 53,20 <0,01*

Me sinto fraco e adoentado 55 (84,6%) 9 (13,8%) --- 1 (1,5%) 78,40 <0,01*

Tenho tido dores na garganta 44 (67,7%) 19 (29,2%) 1 (1,5%) 1 (1,5%) 76,48 <0,01*

Me sinto nervoso, tenso, inquieto 29 (44,6%) 31 (47,7%) 4 (6,2%) 1 (1,5%) 46,94 <0,01*

Tenho aguentado o treinamento com muita dificuldade

38 (58,5%) 23 (35,4%) 3 (4,6%) 1 (1,5%) 57,03 <0,01*

Em repouso, meu coração tem batido mais depressa que antes

59 (90,8%) 6 (9,2%) --- --- 43,22 <0,01*

No exercício, meu coração tem batido mais depressa que antes

47 (72,3%) 13 (20,0%) 4 (6,2%) 1 (1,5%) 82,39 <0,01*

Tenho ficado doente 49 (75,4%) 15 (23,1%) --- 1 (1,5%) 56,25 <0,01*

Tenho me cansado facilmente 41 (63,1%) 21 (32,3%) 2 (3,1 1 (1,5%) 65,89 <0,01*

Page 14: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

14

TABELA 3 - Prevalência amostral dos sintomas do overtraining nos sujeitos (valores

absolutos e relativos) e comparação das prevalências (qui-quadrado). Continuação.

Variável

Prevalência

Qui-quadrado

X2 p

Tenho tido problemas digestivos

Nunca As Vezes C/Frequência Sempre 83,12 <0,01*

46 (70,8%) 17 (26,2%) 1 (1,5%) 1 (1,5%)

Tenho tido vontade de ficar na cama

22 (33,8%) 29 (44,6%) 13 (20,0%) 1 (1,5%) 27,00 <0,01*

Tenho tido menos confiança em mim mesmo

49 (75,4%) 15 (23,1%) --- 1 (1,5%) 56,25 <0,01*

Tenho me lesionado facilmente 54 (83,1%) 8 (12,3%) 3 (4,6%) --- 72,95 <0,01*

Tenho tido dificuldades para organizar minhas ideias

47 (72,3%) 16 (24,6%) 2 (3,1%) --- 50,34 <0,01*

Tenho tido dificuldades para concentrar nas minhas atividades esportivas

47 (72,3%) 16 (24,6%) 2 (3,1%) --- 48,95 <0,01*

Meus gestos técnicos têm piorado

50 (76,9%) 14 (21,5%) --- 1 (1,5%) 59,48 <0,01*

Tenho perdido a força e a raça 45 (69,2%) 18 (27,7%) 1 (1,5%) 1 (1,5%) 79,68 <0,01*

Tenho tido a impressão de que estou sozinho

57 (87,7%) 6 (9,2%) 1 (1,5%) 1 (1,5%) 137,28 <0,01*

Tenho dormido muito 43 (66,2%) 18 (27,7%) 4 (6,2%) --- 36,03 <0,01*

Tenho tossido muito 56 (86,2%) 8 (12,3%) --- 1 (1,5%) 82,74 <0,01*

Tenho sentido menos prazer na minha atividade esportiva

44 (67,7%) 20 (30,8%) 1 (1,5%) --- 42,86 <0,01*

Tenho tido menos prazer nas minhas horas de lazer

46 (70,9%) 19 (29,2%) --- --- 11,22 <0,01*

Tenho me irritado facilmente 30 (46,2%) 30 (46,2%) 4 (6,2%) 1 (1,5%) 46,82 <0,01*

Tenho tido baixa de rendimento na escola ou trabalho

42 (64,6%) 23 (35,4%) --- --- 5,55 0,02*

Os amigos têm achado que conviver comigo está ficando cada vez mais difícil

54 (83,1%) 9 (13,8%) 2 (3,1%) --- 73,51 <0,01*

As sessões de treino me parecem cada vez mais difíceis

43 (66,2%) 21 (32,3%) 1 (1,5%) --- 40,74 <0,01*

Sou o único responsável pela piora de desempenho esportivo

24 (36,9%) 20 (30,8%) 11 (16,9%) 10 (15,4%) 8,66 0,03*

Tenho sentido minhas pernas cansadas

22 (33,8%) 38 (58,5%) 3 (4,6%) 2 (3,1%) 54,45 <0,01*

Tenho perdido facilmente objetos pessoais

51 (78,5%) 13 (20,0%) 1 (1,5%) --- 62,89 <0,01*

Tenho sido pessimista, tenho pensado negativamente

45 (69,2%) 16 (24,6%) 2 (3,1%) 2 (3,1%) 75,86 <0,01*

Tenho emagrecido 30 (46,2%) 28 (43,1%) 4 (6,2%) 3 (4,6%) 40,17 <0,01*

Tenho me sentido menos motivado

48 (73,8%) 15 (23,1%) 2 (3,1%) --- 51,91 <0,01*

Na tabela 3 se pode ainda observar que a maioria significativa dos sujeitos da

amostra percebe que ás vezes seu rendimento tem piorado, que tem comido mais

que antes, que tem dormido mal e ficado sonolento durante o dia, que seu

rendimento tem sido pior, que se sente acima do peso, cansado, nervoso, tenso e

inquieto, com vontade de ficar na cama, irritado e com as pernas cansadas.

Page 15: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

15

Dos onze sintomas descritos na tabela com significância para a síndrome de

overtraining, são apresentados quatro no aspecto fisiológico: dormido mal (61,5%),

sonolento durante o dia (60,0%), vontade de ficar na cama (44,6%) e pernas

cansadas (58,5%). No aspecto de rendimento três sintomas: rendimento piorado

(66,2%), rendimento tem sido pior (53,8%) e sentir cansado (56,9%). Dois sintomas

referentes a escala alimentar: ter comido mais do que antes (44,9%) e sentir acima

do peso (43,1%). O aspecto psicológico com apenas um: sentir nervoso, tenso,

inquieto com (47,7%); e também no social um: ter se irritado facilmente (46,2%).

TABELA 4 – Características descritivas das escalas dos sintomas clínicos do

overtraining (média ± desvio padrão) e comparação das médias (ANOVA one way).

Escalas

Rendimento Fisiológicas Psicológicas Imunológicas Sociais Alimentar F P

Índices 5,35±3,86 6,77±3,90 5,38±5,30 1,45±2,37 1,85±2,01 2,69±1,83 26,57 <0,01*

Como se pode constatar na tabela 4 foram verificadas diferenças estatísticas

entre os índices referentes às escalas dos sintomas clínicos do overtraining da

amostra. Sendo significativos nos aspectos fisiológicos, rendimento e psicológico. E

predominante dentre os sintomas apontados na média do atributo fisiológico,

seguidos dos atributos psicológicos e de rendimento.

5 CONCLUSÃO

Foi possível concluir com a pesquisa, que a amostra em sua grande maioria

apresenta disposição, energia e vigor para a realização da prática da corrida, quanto

a análise do POMS. Na análise do questionário de sintomas clínicos do overtraining

se percebeu que a amostra apresenta alguns sintomas da síndrome de overtraining

disponíveis em todas as categorias (de rendimento, fisiológicas, psicológicas,

imunológicas, sociais e alimentares) verificadas a partir das respostas às vezes,

frequentemente ou sempre.

Os resultados apontam uma predominância das médias desses sintomas no

marcador fisiológico, seguido do psicológico, de rendimento, alimentar, social e

imunológico. Dentre estes os principais sintomas estão relacionados com o sono dos

atletas apesar de uma maioria discreta, na anamnese, ter constatado que as horas

Page 16: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

16

de sono são suficientes. O que pode ter afetado em alguma vez no segundo sintoma

predominante que foi o rendimento do atleta ter piorado.

De acordo com o objeto de estudo desta pesquisa que buscava analisar a

incidência dos sintomas da síndrome de overtraining, se pode afirmar que a amostra

apresenta indícios da síndrome com maioria significativa nos quesitos: rendimento

tem piorado, tem comido mais que antes, que tem dormido mal e ficado sonolento

durante o dia, que seu rendimento tem sido pior, que se sente acima do peso,

cansado, nervoso, tenso e inquieto, com vontade de ficar na cama, irritado e com as

pernas cansadas.

O overtraining e uma desordem que afeta um grande número de atletas por

isso, se faz necessário um planejamento de treinos, sistematização das provas e

monitoramento dos atletas. Para que se tenha o melhor desempenho do corredor no

momento certo da competição e que afaste a presença de sintomas indesejados.

THE IMPACT OF SYMPTOMS OF OVERTRAINING SYNDROME IN RUNNES LONG DISTANCE.

ABSTRACT The overtraining syndrome causes alterations to the physical and mental performance, which are caused by the imbalance between stress and recovery that may present many symptoms. The objective of this study was to determine the incidence of symptoms of overtraining syndrome in long distance runners by descriptive field research. The case counts with 65 runners during a year in their regular activities, both genders, the group consists with 30 women and 35 men, between the ages of 25 and 45 years old, the age average was 32,63 years old. It had been used the POMS questionnaire (Profile of mood states) and the SFMS questionnaire (overtraining questionnaire from the French Society of Sport Medicine) and also using anamnesis to recognize the overall aspects of the runner. The symptoms cover physiological aspects of performance, psychological, immunological, social and nutritious. That affects the physical performance and the health of the runner. Data from the study were analyzed using descriptive statistics to characterize the sample and inferential statistics to compare prevalence (chi-square) and the middle of the symptoms and profiles (one way analysis of variance), adopting a significance level of p≤0,01. The main results observed indicate stress levels, depression, anger and high force as well as in clinical symptoms, yield, physiological and psychological high in the sample. Keywords: Training; Race; Overtraining; Symptoms.

Page 17: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

17

REFERÊNCIAS

ALVES, R. N.; COSTA, L. O. P.; SAMULSKI, D. M. Monitoramento e Prevenção do Supertreinamento em Atletas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 12, n° 5, 2006.

BARBANTI, V. Teoria e prática do treinamento desportivo. São Paulo: Edgard Blucher, 1997.

BOUSQUET, L.; PAPELIER,Y.; LÉGER, L.; LEGROS, P. Night heart variability during overtraining in male endurance athletes. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. 2003; v. 43: p. 506-512. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14767413. Acesso em: 23/11/2014

BRUN J. F. The overtraining: To a system of evaluation usable by routine examination. Science Sports. 2003. Disponível em: <http://bjsm.bmj.com/content/39/9/604.full. Acesso em: 14/02/2015.

CUNHA, G. S; RIBEIRO, J. L; OLIVEIRA, A. R. Sobretreinamento: Teorias, diagnósticos e marcadores. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.12, nº5, p. 297-302, set/out, 2006.

DA CRUZ, R. S; CASA JUNIOR, A. J; VIEIRA, T. C. Diagnóstico do overtraining em atletas de alto rendimento: Revisão de Literatura. Revista Movimenta, v. 6, nº 1, p. 421–432, 2013. ISSN: 1984-4298

EUROPEAN JOURNAL OF CLINICAL INVESTIGATION. Edited By John P.A. Ioannidis. Journal Citation Reports, Ranking: 2014: 30/154 (Medicine General & Internal); 52/123 (Medicine Research & Experimental)Online ISSN: 1365-2362

FEITOZA, J. E. ; MARTINS JÚNIOR, J. Lesões desportivas decorrentes da prática do atletismo. Revista da Educação Física, Maringá, v. 11, nº. 1, p. 139-147, set. 2000.

FLECK, S. J; JÚNIOR, A. F. Treinamento de Força para Fitness e Saúde. São Paulo: Phorte, 2003.

FREDERICSON M.; MISRA, A. K. Epidemiology and an etiology of marathon running injuries. Sports Medicine. 2007; 37 (4-5): 437-9

GERKEN, G. A. et al. Treinamento de Força para Corredores de Fundo. Revista de Educação Física. nº138, Rio de Janeiro, RJ: Setembro de 2007.

GOBBI, S. et al. Bases Teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.

GONÇALVES, G. H. T. Corrida de rua: Um estudo sobre os motivos de adesão e permanência de corredores amadores de Porto Alegre. Universidade do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física. Porto Alegre: 2011.

Page 18: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

18

HINO, A. A. F. et al. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói: v. 15, nº. 1, p. 36- 39, fev. 2009.

IAAF. Associação Internacional das Federações de Atletismo. Disponível em: <www.iaaf.org>. Acesso em: 27/11/2014.

ISRAEL, S. The problem of overtraining from the internal and performance physiological perspective. Medizin und Sport, v. 16, p.1-12, 1976.

LEHMANN, M.; FOSTER, C.; GASTMANN, U.; KEIZER, H. A.; STEINACKER, J. M. Definition, types, symptoms, findings, underlining mechanisms, and frequency of overtraining and overtraining syndrome. In: Overload, fatigue, performance incompetence, and regeneration in sport. New York: Plenum, p.1-6, 1999.

MCNAIR, D. M., LORR, M. Y DROPPLEMAN, L. F. Manual for the Profile of Mood States. San Diego: Educational and Industrial Testing Service;1992.

MIKAHIL, M. P. T. C., SALGADO, J. V. V. Corrida de rua: Análise do crescimento do número de provas e de praticantes. Revista Conexões, v. 04, nº. 01, 2006.

NUNES, ROGERIO. T. Controle da carga de treinamento em curto prazo, marcadores hematológicos, psicológicos, enzimáticos e imunológicos. 2010.110 f. Tese de Mestrado em Educação Física. Universidade Federal de Juiz de Fora/ FAEFID, Juiz de Fora: 2010.

PEREIRA, J. L. R. Lesão em corredores: Aspectos preventivos através de uma abordagem epidemiológica. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: Nov. 2010.

ROGERO M. M.; TIRAPEGUI, J. Overtraining - Excesso de treinamento. Nutr. Pauta v. 11, p. 23-30, 2003.

ROHLFS, I. C. P. M.; CARVALHO, T.; ROTTA, T. M.; KREBS, R. J. Aplicação de instrumentos de avaliação de estados de humor na detecção da síndrome do excesso de treinamento. Revista Brasileira de Medicina do Esporte v.10, nº 2, p.111-116, 2004.

ROHLFS, I. C. P. M.; MARA, L. S.; LIMA, W. C.; CARVALHO, T. Relação da síndrome do excesso de treinamento com estresse, fadiga e serotonina. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, nº.6, p. 367-372, 2005.

SANTOS, R. V. T.; CAPERUTO, E. C.; ROSA, L. F. B. P. C. Efeitos do aumento na sobrecarga de treinamento sobre parâmetros bioquímicos e hormonais em ratos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v.12, nº 3, p.145-149, 2006.

SARGENTIM, S. Treinamento de Força no Futebol. São Paulo: Phorte, 2010.

Page 19: A INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS DA SINDROME DE … · EM CORREDORES DE FUNDO ... Treinamento ; Corrida; ... fator negativo já que ele é um elemento real e funcional absolutamente necessário

19

SILVA, A.; SANTIAGO, V.; GOBATTO, C. Compreendendo o overtraininig no desporto: Da definição ao tratamento. Universidade Estadual Paulista. Revista Por. Ciência Desportista. Ano 6, vol.2, pag. 229 – 238. 2004

SILVA, J. M. An analysis of the training stress syndrome in competitive athletics. Journal of Applied of Sport Psychology, v. 2, p. 5-20, 1990.

SILVA, M. V.; FREITAS, D. S.; CASTRO, P. L.; LIMA, J. P.; BARA FILHO, M. Análise do efeito da carga de treinamento sobre os sentimentos de vigor e fadiga durante um macrociclo de treinamento. Coleção Pesquisa em Educação Física, v. 6, nº. 1, p. 73-78, 2007.

SIMOLA, R.; SAMULSKI, D.; PRADO, L. Overtraining:Uma abordagem multidiciplinar. Revista Iberoaamericana de Psicologia Del ejercicio y El desporte. UFMG, v. 2, nº 1, p. 61-76, 2007.

SMITH, D. J. A framework for understanding the training process leading to elite performance. Sports Medicine, v. 33, nº. 15, p. 1103 -26, 2003.

SMITH, L. L. Cytokine hypothesis of overtraining: a physiological adaptation to excessive stress? Medicine Science of Sports Exercise. v. 32, p.317-31, 2000.

SOUZA, C. A. B.; SANTOS, C.; AQUINO,F. A. O. et. al. Características do treinamento e associação de lesões em corredores dos 10 km Tribuna Fm - UNILUS.Revista UNILUS Ensino e Pesquisa. Vol. 11.Nº. 23. Ano 2014. ISSN 2318-2083 (eletrônico).

TUBINO, J. M. G. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. São Paulo: Ibrasa, 1994.

URHAUSEN, A.; KINDERMANN, W. Diagnosis of overtraining: What tools do we have? Sports Medicine, Auckland: v. 32, nº 2, p. 95-102, 2002.

VIANA, F. M.; ALMEIDA, L. P.; SANTOS, C. R. Adaptação portuguesa da versão reduzida do Perfil de Estados de Humor - POMS. Analise psicológica. P. 77 – 92, 2001

WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. Porto Alegre: Artmed, 2001.