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  • 7/31/2019 A imprensa sul-rio-grandense entre 1870 e 1937: discusso sobre critrios para uma periodizao

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    A imprensa sul-rio-grandense entre 1870 e 1937: Discusso sobre critrios para uma

    periodizao1

    Antonio Hohlfeldt/Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul2 e

    Fbio Flores Rausch/Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul3

    Resumo

    O presente trabalho discute critrios de periodizao para a histria da imprensa, abordandoespecialmente a periodizao para a histria da imprensa sul-rio-grandense, tomando comobase o perodo entre 1870 e 1930, caracterizado pela imprensa partidrio - ideolgica.Defende-se, aqui, que a periodizao deva assumir referenciais estritamente vinculados prpria evoluo da rea, e no aqueles ligados a outras disciplinas ou campos deconhecimento, como a historiografia poltica ou social. Mais que isso, defende-se que adatao no pode se restringir a perodos estanques, uma vez que cada um deles se imbricano anterior e no posterior.

    Palavras-chave

    Histria da imprensa Imprensa sul-rio-grandense Imprensa partidria

    Introduo

    O desenvolvimento da imprensa no Rio Grande do Sul, na passagem do

    sculo XIX para o XX, est intimamente vinculado a dois fatores: a luta poltico-partidria

    que se desenrola na provncia, inclusive com sangrentas conseqncias, como a Revoluo

    de 1893; e o aporte de novas tecnologias que vo interferir diretamente na transformao da

    imprensa estritamente partidria em uma imprensa industrial, passando-se de uma produo

    artesanal para uma impresso absolutamente mecanizada.

    Como essas transformaes ocorrem simultaneamente, importante ter-se

    clareza sobre os critrios de uma datao e periodizao da histria da imprensa, tanto no

    1 Trabalho apresentado ao NP de Jornalismo, do XXIX Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao, entre 6 e 9 desetembro, na Universidade de Braslia, Distrito Federal.2 Doutor em Letras, professor de Teorias da Comunicao e de Comunicao e opinio pblica no Programa de Ps-Graduao em Comunicao Social da Faculdade de Comunicao Social da PUCRS. E-mail: [email protected] Aluno bolsista PIBIC/CNPq, de iniciao cientfica, do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicao Social daPUCRS. E-mail: [email protected]

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    Brasil quanto no Rio Grande do Sul. Reconhece-se, assim, com o autor de um estudo

    recente, que o surgimento da imprensa no Brasil acompanha e vincula-se a transformaes

    nos espaos pblicos, modernizao poltica e cultural de instituies, ao processo de

    independncia e de construo do Estado nacional (MOREL e BARROS, 2003,7).

    Critrios para uma periodizao

    Dentre trs historiadores que sugerem periodizaes para o estudo da

    imprensa sul-rio-grandense, nenhum atinge plenamente seus objetivos. Francisco Rdiger

    fala em dois grandes regimes jornalsticos, o poltico e o informativo, mas termina

    trabalhando sub-perodos que alcanam, em ltima anlise, cinco diferentes momentos(RDIGER, 1993).

    Elvo Clemente, Jandira M. M. da Silva e Eni Barbosa mencionam trs fases,

    a inicial, a da consolidao e a moderna, mas igualmente subdividem algumas delas em

    outras sub-fases (CLEMENTE, SILVA e BARBOSA, 1986). Esses dois trabalhos, alm do

    mais, tomam como referncias datas que pouco ou nada tm a ver com a prpria histria da

    imprensa, em sentido estrito.

    Resta o trabalho curto, mas bem mais abalizado, de Srgio da Costa Franco

    que, alm de se valer de datas efetivamente vinculadas histria e evoluo da imprensa,

    no subdivide sua periodizao em nenhuma sub-fase, justamente porque seus referenciais

    so mais objetivos (FRANCO, 2000, 123).

    Ainda assim, a segunda fase por ele identificada ponteia entre 1850 e 1912,

    tendo como parmetros o surgimento do primeiro jornal civil, o Correio do Sul, de 1852, e

    o surgimento da clicheria, em 1912. Na verdade, esse perodo tem pelo menos algumas

    nuanas que nos levam a consider-lo sob dois momentos diversos, ainda que parta,

    evidentemente, de referncias da histria da imprensa.Pode-se, assim, comear pelo que se poderia chamar de pr-histria da

    imprensa sul-rio-grandense a partir de 1827, data em que, graas a um decreto de Dom

    Pedro I, extinguindo a censura, surgiu boa parte da imprensa das provncias, inclusive a do

    Rio Grande do Sul, com o Dirio de Porto Alegre (SODR, 1977; VIANNA, 1977). Srgio

    da Costa Franco admite, contudo, ter havido prelos inclusive com anterioridade

    independncia de 1822; assim, se considerarmos a imprensa em sentido lato, devemos levar

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    em conta esse dado; no nosso caso, em que consideraremos a imprensa em seu sentido

    estrito, ou seja, publicaes peridicas informativas ou opinativas, vamos desprezar o dado.

    Essa primeira fase se caracteriza pela efemeridade, pela generalizada falta dequalidade das publicaes (admitem-se excees, claro), e pela relao de

    propriedade/editoria de seus responsveis, ou seja, opublicista o proprietrio de um prelo

    e de uma coleo de tipos e divulga, em ltima anlise, as suas prprias idias.

    Se considerarmos, portanto, a imprensa em seu sentido estrito, essa fase se

    inicia estritamente em 1827 e se caracteriza por publicaes precrias e pouco qualificadas,

    desenvolvendo-se at 1835, quando explode a Grande Revoluo;

    b)

    surgiria, em seguida, uma imprensa revolucionria, compreendendoum perodo anterior Revoluo Farroupilha, entre 1830, mais ou menos, quando se

    radicalizam os sentimentos revolucionrios, e 1845, quando a totalidade dos jornais

    publicados segue uma orientao determinada, a favor ou contra os rebeldes;

    c) terminado o conflito, organiza-se uma imprensa partidria oupanfletria civil, que vai de 1850 at 1900, pelo menos, quando os proprietrios e editores

    de peridicos se alinham obrigatoriamente a algum dos partidos polticos existentes, j que,

    sem tal vnculo, era quase impossvel a sobrevivncia financeira. Contudo, essa imprensa j

    no mais exclusivamente partidria. de se lembrar que, at ento, inexistia a

    publicidade paga, capaz de sustentar uma publicao; essa fase comea a ser quebrada com

    o surgimento do Correio do Povo, em 1895, mas, especialmente, com o cansao e o

    desgaste que os partidos polticos sofreram depois da Revoluo de 1893, sobretudo porque

    o Partido Republicano Rio -grandense praticamente monopoliza toda a atividade partidria;

    d) quase simultneamente, estrutura-se uma imprensa literria, que se iniciaao final da dcada de 1860 e perdurar ao longo do sculo XIX e princpio do sculo

    seguinte, ainda que com variantes. Esse jornalismo vai dar o primeiro salto de qualidade,possibilitando os grandes jornais da poca, que tero menor efemeridade que todos os seus

    antecedentes - um dos perodos, portanto, que mais nos interessa, at porque ser marcado

    pelo surgimento de revistas literrias, de publicaes de caricatura e de forte crtica social e,

    enfim, pela imprensa operria;

    e) a imprensa industrial comea com o surgimento da clicheria, em 1912, eperdurar ao longo de todo o sculo, praticamente at a dcada de 1960, quando um novo

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    processo, que a composio a frio da off set, passa a ser aplicado pioneiramente pelo

    jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Esse o segundo perodo que nos interessa, porque ser

    caracterizado pelo surgimento das revistas para a famlia e a diversificao das publicaes,com a segmentao dirigida s mulheres, aos jovens, s crianas, etc. tambm o perodo

    em que a competio com outros mdias, como o cinema e, mais tarde, o rdio, far com

    que uma forte reviso tcnica da imprensa seja perseguida pelos profissionais de ento;

    f) a imprensa empresarial, iniciada ainda ao longo do perodo do EstadoNovo, culmina, na dcada de 1970, com a indstria cultural e a presena dos grandes

    grupos de comunicao. Nesse perodo, as empresas jornalsticas vo procurar se

    modernizar cada vez mais, adquirindo maquinrio, ampliando a competio entre elas e,enfim, buscando uma crescente aproximao com o seu pblico, o que vai bem alm da

    simples funo jornalstica da informao e da opinio;

    g) a imprensa de massa se caracteriza pelo que Lcia Santaella denomina deredes miditicas (SANTAELLA, 1992), ou seja, a propriedade mltipla, por uma mesma

    empresa, de diferentes segmentos da comunicao social, como jornal e emissora de rdio,

    ou de televiso e, mais recentemente, projetos na rede internacional de computadores; esse

    perodo, inicia-se em torno dos anos 70 e perdura ainda agora;

    h) a imprensa de divertimento, iniciada ao final da dcada de 1990,encontra-se, evidentemente, tambm em desenvolvimento (FONSECA, 2005). Caracteriza-

    se pelo ultrapassamento da funo informativa-opinativa da imprensa, para priorizar a

    prestao de servios e garantir boas horas de lazer e entretenimento, levando ao auge

    aquela quarta funo preconizada pelo funcionalista Charles Wright para a imprensa e

    amplamente assumida pelos demais meios de comunicao social (WRIGHT, 1968).

    O final do sculo XIXFixaremos nossa ateno no perodo compreendido entre o final da dcada

    de 1860 e o ano de 1937, quando Getlio Vargas, o lder todo poderoso do Estado Novo,

    probe os partidos polticos e, por conseqncia, suas publicaes, ao mesmo tempo em que

    amplia fortemente a censura imprensa e d novas funes ao DIP 4.

    4 O golpe do Estado Novo estava marcado para 15 mas foi antecipado para 10 de novembro de 1937.

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    Por que essa datao? O final da dcada de 1860, como se afirmou, est

    marcado pelo surgimento de jornais que introduzem o conceito de empresa jornalstica,

    mesmo que alguns deles ainda vinculados a partidos polticos: seus diretores e editoressabem que precisam atender a demandas de seu pb lico, adotando algumas prticas da

    maioria dos jornais do centro do pas, como a publicao de folhetins, por exemplo. Assim

    que os encontraremos em todas as publicaes, independentemente de sua ideologia. s

    vezes, um mesmo folhetim pode ser lido em diferentes jornais, inclusive de orientao

    ideolgica diversa (HOHLFELDT, 2003).

    O que se observa, portanto, um deslocamento de acentuao, do emissor -

    um determinado tipgrafo resolve editar um jornal; ou um determinado partido poltico -para o receptor: mesmo os jornais partidrios devem atender a determinadas demandas de

    seu pblico, alm de divulgarem seus princpios ideolgicos. Os jornais vinculados s

    novas comunidades tnicas - alemes e italianos, principalmente - e aqueles dirigidos ao

    leitor mais segmentado, seja o intelectual ou a jovem senhora de famlia, alm dos jornais

    operrios, nada mais fazem que enfatizar essa nova perspectiva. para e com o receptor

    que os novos editores e proprietrios de publicaes se dirigem e se preocupam.

    em 16 de junho de 1869 que comea a circular A Reforma, jornal

    vinculado ao Partido Liberal de Gaspar Martins, e que permanecer em circulao, mesmo

    enfrentando a forte represso do governo de Jlio de Castilhos, aps a Revoluo

    Federalista de 1893-1895, at o ano de 1912. Em 1856, contudo, j acontecera a primeira

    publicao literria da provncia, O Guahyba, devida, dentre outros, ao brummerCarlos

    Jansen, seguindo-se Murmrios do Guaba, em 1870.

    Em 3 de maro de 1874, estria o Mercantil, que perdurar at fins de 1897.

    Ele era originalmente simptico ao Partido Conservador; defendeu a campanha

    abolicionista, mas se colocou francamente contra a idia da repblica e a favor damanuteno da monarquia.

    A Federao, fundado por Jlio de Castilhos para ser o baluarte de vitria e

    de manuteno do poder do Partido Republicano Rio-grandense, de 1 de janeiro de 1884,

    depois de cuidadosamente planejado, j que experincias anteriores haviam fracassado.

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    Durar at 1937, quando extinto por ato censorial, ainda que j se encontrasse em

    decadncia desde aps a Revoluo de 19305.

    O Jornal do Comrcio surge em 1865 e tambm sobreviver at 1912,seguindo muito de perto a linha de seu homnimo carioca, tornando-se uma das

    publicaes culturalmente mais importantes da provncia6. Deve-se mencionar, ainda, A

    poca, jornal vinculado Igreja Catlica, de 1887, e que ter importante papel de difuso

    ideolgica em determinado momento da vida poltica da provncia, especialmente na luta

    pela hegemonia republicana contra o Partido Liberal, ao final do sculo XIX.

    Por fim, O Rio Grande, jornal ligado dissidncia republicana, contrria a

    Jlio de Castilhos, tambm participar da disputa ideolgica do final daquele sculo, tendo frente Ramiro Barcellos e Assis Brasil.

    Deve-se acrescentar, enfim, os jornais vinculados aos novos grupos tnicos

    presentes na provncia, como os alemes, com o jornal catlico Deutsches Volksblatt, de

    1871; o Deutsche Post, evanglico, de 1880; e, sobretudo, o combativo Koseritz Deutsche

    Zeitung, de Karl von Koseritz, que se alinha entre os liberais e em defesa dos interesses da

    colnia alem (a partir de 1881). Os italianos, por seu lado, chegados a partir de 1875, j

    publicam seus jornais desde pelo menos 1883, com o Il Veinte Settembre, de Pelotas; ou

    L'operaio italiano, de Porto Alegre, a partir de 1899.

    A imprensa caricata, de seu lado, estreara com A sentinela do sul, de Jlio

    Timteo de Arajo e Manuel Felisberto Pereira da Silva, em julho de 1867, perdurando o

    jornal durante dois anos, logo seguido por O Charivari, a partir de 1877, dirigido pelo

    polmico Miguel de Werna, e que no duraria mais que um ano, ainda que Werna

    multiplicasse suas publicaes dali em diante, destacando-se especialmente com O sculo,

    entre 1880 e 1893.

    tambm de 1869 o incio da publicao cultural mais importante daprovncia ao longo do sculo XIX, a Revista do Partenon Literrio, que circular at 1879,

    ainda que com pequenos intervalos. A prxima publicao semelhante ser a A Revista do

    5 A imprensa republicana tivera antecedentes, no Rio Grande do Sul, com os jornais A democracia (1872-1874 ou 1875),A reao (1878), A imprensa (1880-1882) e A conveno (1883-1884), segundo RDIGER, Francisco Ricardo AFederao e o processo poltico-ideolgico rio-grandense (1884-1937) in Comunicao & Cultura, Porto Alegre, Museude Comunicao Social Hiplito Jos da Costa, 1984, n 1, ps. 12 a 21.6 ao segundo de uma srie de trs publicaes de mesmo ttulo aquele a que aqui nos referimos.

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    Globo, que comear a circular em torno de 1930, e que circular ao longo de mais de trs

    dcadas. Essa publicao ser uma sntese, na verdade, das revistas literrias e culturais

    com aquelas de ilustrao e de amenidades, cujo sucesso comea em 1912, com a Kodak,graas ao surgimento da clicheria, que permite a fotografia. Kodak, que circula entre

    1912 e 1914, seguir-se-, dentre outras, a Kosmos, que estar presente entre 1925 e 1926,

    substituda, mais tarde, como se disse, pela Revista do Globo.

    O desenvolvimento urbano, que se iniciara aps o perodo da Grande

    Revoluo (1835-1845) tem como conseqncia o dinamismo da imprensa dos municpios

    do interior do estado. Logo aps a revoluo, a imprensa surge com fora em localidades

    como Rio Grande ento um centro significativo na provncia: levantamento feito entre1845 e 1850, indica nada mais nada menos que 28 jornais, evidentemente todos de vida

    efmera, mas que no deixa de causar espanto a quem acompanhe tal histria. So jornais

    variados, entre o informativo, o partidrio e o cultural, mas que evidenciam a dinamicidade

    do momento. Pelotas e So Gabriel so os outros municpios identificados (CLEMENTE,

    SILVA e BARBOSA, 1986, 96).

    a partir de 1850, contudo, que efetivamente ocorre a diversificao da

    imprensa interiorana, com jornais editados em Alegrete, Alfredo Chaves, Arroio Grande,

    Bag, Barra do Ribeiro, Bento Gonalves, Caapava do Sul, Cachoeira do Sul,

    Cacimbinhas (hoje Pinheiro Machado), Canguu, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Altas,

    Dom Pedrito, Encruzilhada do Sul, Erechim, Estrela, Getlio Vargas, Herval, Itaqui,

    Jaguaro, Jaguari, Jlio de Castilhos, Lageado, Lavras do Sul, Lagoa Vermelha, Novo

    Hamburgo, Palmeira das Misses, Passo Fundo, Pedras Brancas (atual Guaba), Pelotas,

    Nova Prata, Quara, Rio Grande, Rio pardo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa,

    Santa Vitria do Palmar, Santana do Livramento, Santo Amaro, Santo ngelo, Santiago,

    So Borja, So Francisco de Assis, So Francisco de Paula, So Gabriel, So Jernimo,Camaqu, Montenegro, So Jos do Norte, So Loureno, So Luiz Gonzaga, So

    Martinho, So Pedro do Sul, So Sebastio do Ca, So Sep, Taquara, Tupanciret,

    Uruguaiana, Vacaria, Viamo, Rosrio do Sul, etc.

    Deve-se lembrar que os clubes de leitura muitas vezes situados nos

    prprios clubes sociais ou bibliotecas pblicas, contriburam concretamente para a

    difuso da leitura em geral e, especialmente, a leitura de jornais, j que se podia passar

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    algumas horas em qualquer uma dessas instituies, lendo-se gratuitamente, sem ser

    incomodado (FERREIRA, 1973).

    Caractersticas

    Desse rpido levantamento, pode-se, ento, fazer uma sntese de questes a

    se discutir sobre naquele perodo, a saber:

    a) uma tentativa de periodizao pode indicar uma data de incio de umperodo, uma tendncia ou uma prtica, mas raramente tem como fixar-se numa data de

    final de tal perodo;

    b)

    boa parte dos perodos ou tendncias ou prticas, por isso mesmo, secruzam e so contemporneas, sem permanecerem exclusivas;

    c) o perodo especfico de 1870 a 1937 (com as variantes j indicadas)se caracteriza

    I) pela introduo da imprensa industrial, isto , comproprietrios e empresas jornalsticas que, independentemente de seu alinhamento

    ideolgico e partidrio, necessitaro da publicidade e da assinatura do peridico para

    sobreviverem; assim, comportam-se enquanto empresas, buscando lucros alm da

    publicizao das idias e princpios de seus proprietrios; at mesmo os jornais claramente

    partidrios, como A Federao, constituem-se enquanto empresas e necessitam de capital a

    ser integrado por seus apoiadores, bem como de atrativos para os seus leitores, atrativos que

    devem ir alm daqueles vinculados mais diretamente ao partido;

    II) pela multiplicao de tendncias e pblicos a serem atendidose atingidos pela imprensa, seja do ponto de vista ideolgico, seja do ponto de vista da

    segmentao populacional, devendo-se isso especialmente ao crescimento da alfabetizao7

    e urbanizao da provncia; assim, imprensa industrial, em sentido estrito, soma-se aimprensa partidria, a imprensa literria, a imprensa cultural em geral, a imprensa feminina,

    7 Quando da proclamao da repblica, em 1889, o Rio Grande do Sul possui 72% de analfabetos nas cidades, e nacampanha chega a 90%. No obstante, o panorama ser mudado rapidamente nos anos seguintes, e, de qualquer forma, ataxa de alfabetizados j suficiente para a multiplicao das publicaes na provncia. Desse final de sculo, alis, so acriao da Escola Normal e o Ateneu Rio-grandense (1871), o Liceu Rio-grandense de Agronomia e Veterinria, a EscolaPrtica de Agricultura, a Escola Militar e a Escola Prtica de Ttica e Tiro. Fechava-se, assim, o ciclo virtuoso da criaodas grandes instituies urbanas, iniciado na dcada seguinte ao final da Revoluo Farroupilha, com o Instituto Histricoe Geogrfico, o Theatro So Pedro, as bibliotecas Riograndense e Pelotense, bem como a Biblioteca Pblica de PortoAlegre. Em 1885, Porto Alegre possui 85 jornais em circulao! Num segundo movimento, o final da dcada de 1920 ter

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    as publicaes dirigidas s crianas e aos jovens, as revistas ilustradas para toda a famlia,

    as publicaes de caricaturas e charges e, enfim, jornais e revistas operrios e de

    trabalhadores, alm daqueles dirigidos aos novos colonizadores e, por isso mesmo, escritosem seus idiomas de origem;

    III) pelo aumento significativo das tiragens e pela estabilidade daspublicaes: salvo algumas excees, os jornais e revistas experimentam circulaes largas,

    em termos da poca, graas a novas faixas de leitores, recm-alfabetizados ou urbanizados,

    ou em processo de alfabetizao e urbanizao, e que passam a ter interesse em tais

    publicaes; como tais, os peridicos, que j sobrevivem da publicidade e, sobretudo, da

    assinatura, terminam por experimentar uma vida mais longa;IV) pela prioridade dada ao leitor, catequese ideolgica ou

    partidria se soma o espao de lazer e de divertimento, a publicao de cartas de leitores, o

    acompanhamento da vida cotidiana da cidade, inclusive com denncias sobre problemas

    esquecidos pela autoridade, como o caso da Gazetinha (1891 a 1900), que chega a fazer

    campanhas contra a prostituio e a favor da abertura e do calamento de novas ruas no

    centro da cidade;

    V) pela crescente importncia dada informao que, durante anfase da imprensa partidria, ainda convive com o proselitismo poltico-partidrio, mas

    que, a partir da ascenso do Correio do Povo, ganha definitivamente prioridade,

    convivendo com os espaos de lazer e de publicidade que igualmente se afirmam nas

    pginas dos jornais;

    VI) pela participao dos jornais nos grandes acontecimentos dapoca, que encampam e lideram, seja a campanha abolicionista, seja a republicana, s vezes

    at a radicalidade de defender uma revoluo, como ocorreu por trs vezes, ao menos, ao

    longo desse perodo, em 1893, em 1924 e em 1930; alm de acontecimentosextraordinrios, como o episdio dos Mucker, em 1874, na localidade do Ferrabrs, em So

    Leopoldo; ou o do Contestado, de 1915, que acabou envolvendo o estado. Ou seja, os

    jornais, estritamente partidrios ou no, alinham-se junto aos principais debates da

    nacionalidade;

    a Faculdade de Direito de Porto Alegre e a de Pelotas, a Faculdade de Medicina, criada por Protsio Alves, a Escola deBelas Artes, a Escola de Engenharia, etc.

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    VII) pela modificao dos formatos e da quantidade de pginas daspublicaes, notadamente dos jornais que abandonam o formato tablide e fixam-se nas

    dimenses standard, o que s ser novamente modificado a partir da dcada de 50 dosculo XX. Ao mesmo tempo, os jornais ganham corpo, deixando as tmidas quatro para

    chegarem a 16 ou at mesmo 32 pginas dirias;

    VIII) pela continuada e perseverante interveno das autoridadessobre as publicaes, quer atravs da simples censura ou da perseguio policial, quer

    atravs dos assassinatos e dos empastelamentos das redaes, como ocorrer especialmente

    no decnio de 1890, antecedendo e seguindo-se Revoluo Federalista (RUSSOMANO,

    1976, 261/2; FLORES, 1993, 63, 67, 107 e 121). O processo, aparentemente superado noincio do XX, retomado com a Revoluo de 30 e especialmente com o golpe do Estado

    Novo; no obstante, desse momento, a partir da Constituio Estadual de 1891,

    inteiramente redigida por Jlio de Castilhos, que a liberdade de imprensa inscrita na carta

    magna do Rio Grande do Sul (RUSSOMANO, 1976, 354; 209 e 212).

    IX) pela crena numa espcie de poder mgico das palavras(...)capazes de, por si s, provocarem mudanas na sociedade , conforme um estudioso

    (FLIX in POSSAMAI, 1993, 52);

    X) ao nvel do lazer e do divertimento, a incorporao dochamado romance folhetim, s vezes at mesmo com duas narrativas por dia numa mesma

    edio, alm da incorporao de piadas e charges, o que torna a publicao mais leve e

    atrativa, aproximando-a do moderno conceito de imprensa de variedades;

    XI) pela disseminao da imprensa em todos os centros dedesenvolvimento e urbanizao, inclusive no interior da provncia.

    Perodo de modificaes cruciaisPor tudo isso, pode-se afirmar que o perodo entre 1870 e 1937 de radical

    modificao na histria da imprensa sul-rio-grandense, bem como na brasileira, ainda que

    no se deva falar em ruptura total de modelos ou abandono de certas prticas. Pode-se,

    antes, citar a convivncia, com maior ou menor beligerncia, de prticas de tendncias pr-

    existentes e que perduraro durante o perodo, ao lado de outras tantas que surgem e

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    terminam por se afirmar durante essa poca, caracterizando um processo hbrido de

    desenvolvimento da imprensa entre ns, como de resto em todo o Brasil.

    Tomemos alguns exemplos para ilustrar nossas afirmaes:- levantamento feito junto aos jornais porto-alegrenses indicou a forte

    tendncia publicao de folhetins, que comea na dcada de 1850 e atinge seu auge nas

    dcadas de 1880 e 1890, sendo, nessa primeira dcada, editados 112 obras e, na seguinte,

    73, principalmente textos franceses traduzidos, de tendncia romntica. No entanto,

    medida em que o gnero se firma no gosto popular, comeam a ser divulgados textos norte-

    americanos, ou mais realistas, e inclusive se abrem espaos para autores locais;

    -

    o debate poltico-partidrio existente nas pginas dos jornais sul-rio-grandenses coloca o jornalismo local em destaque na comparao com o do restante do

    pas. Assim, sobre A Federao, se reconhece ter sido o grande propagandista da repblica,

    pois a partir de suas pginas que Jlio de Castilhos forja a questo militarque terminaria

    desgastando o trono imperial junto aos militares, mesmo que o golpe de 1889 tenha

    praticamente marginalizado aos republicanos gachos (RUSSOMANO, 1976, 195;

    FLORES, 1993, 13 e 16; MORAES, 1959, 157; SOARES, 1996, 65; franco, 1996, 46/47 E

    48); e sobre a imprensa liberal, notadamente A Reforma e o Koseritz Deutsche Zeitung, ter

    defendido fortemente as idias originais do liberalismo, mesmo contra as posies

    polmicas e contraditrias dos Ministrios que se sucediam no Rio de Janeiro, assumindo a

    centralizao da administrao imperial, mas, ao mesmo tempo, defendendo os interesses

    dos grandes setores senhoriais agrcolas e pecurios da provncia, bem como abrindo o

    debate nacional sobre o direito ao voto dos no-catlicos, defendido por Gaspar Martins

    (FLIX, 1993 e ISAIA, 1988);

    - se levarmos em conta a afirmao de Gramsci, segundo a qual aimprensa integra a estrutura ideolgica da classe dirigente (1982), pode-se afirmar que osjornais do final do sculo XIX expressaram fundamentalmente o pensamento das elites sul-

    rio-grandenses, fossem elas conservadoras ou no. O grande debate, contudo, que,

    enquanto a imprensa liberal manteve-se presa a tradies conservadoras, A Federao

    soube perceber os novos segmentos populacionais e urbanizados que surgiam, integrando-

    os a seu discurso e falando para eles e em nome deles. Da o sucesso do PRR - Partido

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    Republicano Rio-grandense, ainda que seu domnio da poltica gacha no se deva,

    evidentemente, apenas a essa prtica eficiente;

    - por outro lado, o final do sculo XIX assistiu e participou de umaforte disputa entre duas classes dirigentes, aquela antiga, dos grandes proprietrios quase

    feudais da pampa, rurais e aristocrticos, que duvidavam do voto e da capacidade da

    populao, e uma outra, mais vinculada a uma nova ordem, surgida com o fim da

    escravatura, e que precisava incorporar as novas massas populacionais centralizadas

    especialmente nas cidades. Quando entramos no sculo XX, o domnio do PRR apenas

    reflete uma realidade que haveria de se expandir e afirmar, que era a realidade das ruas dos

    centros urbanos, de Pelotas a Porto Alegre, de Santa Maria a Passo Fundo, de Quara aCaxias do Sul, e de novos segmentos populacionais como os operrios e os descendentes

    daqueles primeiros colonizadores alemes ou italianos, aqui chegados ao longo do sculo

    anterior. Pela primeira vez, efetivamente, as lideranas polticas e intelectuais,

    impulsionadoras da opinio pblica, tinham veculos eficazes colocados a seu dispor, o

    conjunto de publicaes da imprensa sul-rio-grandense. Mais que nunca, aqui, o princpio

    detectado por Gabriel Tarde (1992) a respeito da formao dos pblicos, fazia-se real: as

    grandes massas, em princpio annimas, por ao da imprensa, haviam se transformado em

    um pblico influente, capaz de decidir por si prprio os seus destinos, como o comprovaria,

    por exemplo, a primeira grande greve de 1917 (BODEA e PETERSEN in DACANAL e

    GONZAGA, 1979, 277);

    - o ltimo jornal que se pode classificar como poltico-partidrio, emsentido estrito, foi O Estado do Rio Grande, que circulou de 1929 a 1961, publicao

    vinculada ao Partido Libertador, que sucedera ao Partido Federalista. Na avaliao de

    Francisco Rdiger, o conjunto de modificaes sofridas pela sociedade e a conjuntura

    poltico-econmica do estado, e que discutimos acima, influenciou fortemente o jornalismosul-rio-grandense, que entrou em progressiva crise, ao cabo da qual terminaria

    desaparecendo (...). As suas condies histricas de possibilidade comearam a se

    desintegrar, retirando a estrutura necessria a sua reproduo (RDIGER, 1993, 39).

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    Para concluir

    Tm razo Marco Morel e Mariana Monteiro de Barros ao afirmarem que

    trata-se, portanto, de poca marcadamente hbrida entre prticas e valores ainda

    consagrados ao que se passava a chamar de Antigo Regime, e outros, que se pretendiam

    modernos (MOREL e BARROS, 2003, 11).

    Pode-se dizer que o perodo marcado por tantas e as mais diferentes

    prticas jornalsticas justamente porque um perodo tanto de confluncia histrica quanto

    de confluncia cultural. De qualquer modo, desse conjunto de prticas e de mudanas que

    nascer o Rio Grande e a imprensa sul-rio-grandense do sculo XX.

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