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A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE OBRAS RESIDENCIAIS DE BAIXO CUSTO Roberta Cristina Diniz da Silva [email protected] (LATEC/UFF) Resumo: A construção civil como uma das maiores geradoras de resíduos vem crescendo e atendendo as necessidades da população de morar, trabalhar, se locomover e se divertir, mas necessita de constantes estudos para minimizar os impactos ambientais gerados, uma vez que enquanto houver habitantes na terra a construção civil continuará existindo. O fator importante deste século é o meio ambiente e a preocupação com o que restará dos recursos para as gerações futuras. Morar com dignidade é direito de todos, mas cada vez mais as práticas sustentáveis vêm chegando a todas as classes sociais e pensando nas classes mais marginais, devem-se buscar tecnologias de baixo valor que tornem dignas as moradias populares, pensando ecologicamente, com práticas sustentáveis, minimizando os resíduos das obras e proporcionando economia (elétrica e água) a parcela da população que menos tem recursos para tais despesas. É de suma importância identificar as tecnologias que se pode utilizar no processo construtivo de edificações residenciais de baixo custo, levando em consideração a estabilidade estrutural, o conforto térmico e acústico, economia de energia, captação de água das chuvas, permeabilidade de áreas externas, para que se possam definir tais construções como sustentáveis e viáveis economicamente. A sustentabilidade na construção popular se dará apenas depois que conseguir agregar aspectos e ambientais, econômicos, sociais e culturais reconhecendo a necessidade de minimizar os impactos e garantir recursos para gerações atuais e futuras. Palavras-chaves: Projetos Sociais; Sustentabilidade; Baixo Custo; Arquitetura. ISSN 1984-9354

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Page 1: A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO …Um projeto sustentável deve atender ao tripé da sustentabilidade (social, ambiental e econômico) sendo ecologicamente correto, economicamente

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DE OBRAS RESIDENCIAIS DE BAIXO CUSTO

Roberta Cristina Diniz da Silva

[email protected]

(LATEC/UFF)

Resumo: A construção civil como uma das maiores geradoras de resíduos vem crescendo e atendendo as

necessidades da população de morar, trabalhar, se locomover e se divertir, mas necessita de constantes estudos para

minimizar os impactos ambientais gerados, uma vez que enquanto houver habitantes na terra a construção civil

continuará existindo. O fator importante deste século é o meio ambiente e a preocupação com o que restará dos

recursos para as gerações futuras. Morar com dignidade é direito de todos, mas cada vez mais as práticas sustentáveis

vêm chegando a todas as classes sociais e pensando nas classes mais marginais, devem-se buscar tecnologias de baixo

valor que tornem dignas as moradias populares, pensando ecologicamente, com práticas sustentáveis, minimizando os

resíduos das obras e proporcionando economia (elétrica e água) a parcela da população que menos tem recursos para

tais despesas. É de suma importância identificar as tecnologias que se pode utilizar no processo construtivo de

edificações residenciais de baixo custo, levando em consideração a estabilidade estrutural, o conforto térmico e

acústico, economia de energia, captação de água das chuvas, permeabilidade de áreas externas, para que se possam

definir tais construções como sustentáveis e viáveis economicamente. A sustentabilidade na construção popular se dará

apenas depois que conseguir agregar aspectos e ambientais, econômicos, sociais e culturais reconhecendo a

necessidade de minimizar os impactos e garantir recursos para gerações atuais e futuras.

Palavras-chaves: Projetos Sociais; Sustentabilidade; Baixo Custo; Arquitetura.

ISSN 1984-9354

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XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015

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1 – Introdução

1.1 – Sustentabilidade na Construção Civil

O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades

do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras

atenderem a suas próprias necessidades. (NOSSO FUTURO

COMUM, 1991).

Sustentabilidade em seu sentido mais amplo abrange e concilia aspectos ambientais,

econômicos e sociais, item este que inclui os aspectos culturais, mas, é importante o reconhecimento

de que os aspectos ambientais ganham mais visibilidade e têm mais repercussão tanto da mídia quanto

das estratégias de marketing.

A Construção Civil é responsável pela transformação do ambiente natural no ambiente

construído, no qual é necessária a constante manutenção e atualização, sendo assim a expectativa, no

Brasil, é que o setor da construção dobre de tamanho até o ano 2022 e infelizmente, a cadeia produtiva

da Construção Civil demorou a perceber o impacto que seu aumento causaria e para tanto se fazem

necessárias mudanças culturais, tecnológicas e de comportamento para atender às demandas de uma

sociedade cada vez mais bem esclarecida e exigente em relação à preservação do meio ambiente.

(AGOPYAN, 2001)

1.2 – Déficit Habitacional e Projeto de Habitação de baixo custo

Hoje, é possível identificar um aumento na demanda habitacional pela pressão social na

maioria das grandes cidades brasileiras, e para fazer com que o déficit habitacional continue

decrescendo o projeto Minha Casa Minha Vida (MCMV), criado em abril de 2009, com o objetivo

inicial de entregar 1 (um) milhão de casas, principalmente para famílias com renda de até 3 salários

mínimos, a partir de métodos de subsídios onde as vendas das casas se dão de acordo com faixas de

renda. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008)

Segundo dados de 2013 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) este Déficit

Habitacional caiu em torno de 12% nos últimos cinco anos. A partir de dados da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (Pnad-IBGE), os pesquisadores concluíram que a deficiência de 5,6 milhões de

habitações, registrada em 2007, caiu para 5,4 milhões em 2011. (IPEA, 2013)

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Esta diminuição do problema foi identificada em quase todas as regiões do país. Apenas na

Região Centro-Oeste o déficit habitacional aumentou. Esta região, tanto como a região Norte do país, é

uma das responsáveis pelo forte crescimento populacional dos últimos 10 anos. Na Região Norte,

embora o índice tenha caído, o número absoluto de domicílios em situação precária, caracterizada

como déficit (improvisados, rústicos, coabitação familiar, ônus excessivo de aluguel e adensamento

excessivo) foi de quase 600 mil domicílios.

1.3 – Custo Básico Unitário (CUB/m²)

O Custo Básico Unitário foi criado através da Lei Federal 4591 em dezembro de 1964, para

servir como parâmetro na determinação dos custos dos imóveis.

Em seu artigo 54, a referida Lei determina:

Art.54: Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam

obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos

unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões

jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a

que se refere o inciso I, do artigo anterior. (LEI FEDERALL 4591,

1964)

O CUB possibilita uma referência de custos dos mais diversos tipos de empreendimentos e

permite o acompanhamento da evolução destes custos ao longo do tempo, conquistando o caráter de

indicador de custos, refletindo a seriedade comprovada através da evolução normativa que o

acompanha (ABNT NB-14:1965).

2 – Objetivo

O principal objetivo deste artigo é identificar a importância e necessidade da introdução de

práticas sustentáveis em construções residenciais de baixo custo (populares) e verificar quais

tecnologias, projetos e processos viabilizam economicamente a inserção de métodos que tornem

habitações populares mais sustentáveis sem tirá-las da faixa orçamentária que a atribui como popular.

Necessariamente, junto com o fim de identificar o que se pode ser inserido na construção civil

de baixo custo, é importante definir o bom planejamento para a diminuição dos impactos gerados pelas

obras em seu período operacional, visando técnicas e tecnologias que reduzam desperdícios e resíduos.

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3 – Estratégia de Pesquisa

Para elaboração e desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um levantamento bibliográfico

sobre práticas sustentáveis na construção civil. Como definir construção civil residencial de baixo

custo e como fazer a correlação entre construção de baixo custo e sustentabilidade.

De acordo com a pesquisa será possível verificar os problemas que podem vir a inviabilizar

algumas práticas e tecnologias, as alternativas e possíveis soluções para alcançar o objetivo.

4 – Revisão Bibliográfica

4.1– Sustentabilidade na Construção Civil

A indústria da construção civil é uma das que mais consome energia e água do planeta. No

Brasil, com o desperdício de três obras poderia se construir uma nova. Processos produtivos

ultrapassados e ineficientes, consumo indiscriminado e impensado de materiais são exemplos de

desperdícios existentes nos canteiros de obras que necessitam serem repensados. (AGOPYAN, 2011)

A sustentabilidade na construção civil se dará através de um sistema construtivo cujas

alterações no entorno sejam conscientes, sendo necessário atender as necessidades de edificação,

habitação e uso do homem moderno preservando o meio ambiente e os recursos naturais, cruzando

assim com a definição de desenvolvimento sustentável, que garante a qualidade de vida das gerações

atuais e futuras.

Um projeto sustentável deve atender ao tripé da sustentabilidade (social, ambiental e

econômico) sendo ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo.

É de suma importância destacar alguns aspectos ambientais, como demonstra o quadro abaixo:

Permeabilidade do solo

Otimização do desempenho energético, através do bom

desempenho térmico da edificação, uso de aparelhos

energeticamente eficientes e uso da iluminação natural e

sistemas de iluminação eficientes

Reuso da edificação e dos recursos

Utilização de águas pluviais Uso de energia renovável Gestão de resíduos da construção

Limitação do uso de água tratada

para irrigação e descarga

Minimização dos problemas de ilhas de calor e impacto

no microclima Materiais de rápida renovação

Redução na geração de esgoto e a

demanda de água tratada Estratégias de ventilação natural Uso de madeira certificadaIntrodução de equipamentos

economizadores de água Conforto térmico

Uso de materiais de baixa emissão de

gases

Água Energia Escolha de Materiais

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Existem inúmeros passos para um projeto de edificação sustentável, tais como especificação de

materiais “verdes” que sejam de fontes locais, redução das cargas, aprimoramento dos sistemas e

geração de energia.

Para que alguns materiais sejam consideráveis sustentáveis ou “verdes”, eles devem ser

renováveis como bambu, palha, madeira certificada, metal reciclado, produtos não tóxicos,

reutilizáveis ou reciclados. Os materiais de construção devem ser extraídos e manufaturados

localmente para minimizar a energia embutida em seu transporte. Considerar sempre a utilização de

materiais de baixo impacto ambiental, como por exemplo, isolantes cujas matérias-primas tenham

baixa emissão de componentes orgânicos voláteis (contaminantes de ar interno que possuem odor, que

causem irritação e são prejudiciais para o conforto e bem-estar dos instaladores e ocupantes). Pinturas

orgânicas ou a base de água também são indicadas. (RETORE, 2009)

Para a redução de cargas de energia elétrica e cargas térmicas, é essencial, na fase de projeto,

orientar o edifício para aproveitar as brisas e evitar radiação solar excessiva, bem como explorar a

utilização de luz natural através do dimensionamento das aberturas (janelas) correto, com objetivo

final de reduzir a iluminação artificial durante os períodos ensolarados do dia.

É de suma importância à otimização dos sistemas de aquecimento e resfriamento através da

instalação de equipamentos eficientes, cujo sistema deve se dar através de energia renovável.

Comparado com o uso de equipamentos de aquecimento através de energia elétrica tradicional

(chuveiros elétricos,...) o custo de instalação é mais caro, mas a economia se dará em longo prazo,

financeiramente e ecologicamente. (LAMBERTS, 1997)

Quando se fala em água, um edifício sustentável deve reduzir o impacto sobre os reservatórios

de água tratada, e para tal, as águas denominadas “cinza” (provenientes de fontes como máquinas de

lavar louças e/ou roupas) podem ser reutilizadas para irrigação e/ou para fins não potáveis como

descarga das bacias sanitárias e lavagem de veículos. Os sistemas de armazenamento de água da chuva

também são utilizados com finalidades parecidas.

O objetivo final dos edifícios sustentáveis é tirar vantagem dos recursos naturais e renováveis,

ou seja, utilizar a luz solar como fonte de energia térmica (aquecimento de água) e painéis

fotovoltaicos (energia elétrica), utilizar vegetação o máximo possível, explorando os telhados verdes e

jardins, contribuindo para a diminuição das áreas impermeáveis e conforto térmico. Existem outras

técnicas que podem e devem ser utilizadas, para reduzir as áreas impermeáveis, como utilização de

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paralelepípedos, pedregulhos e cascalhos em áreas de estacionamento em substituição ao concreto,

asfalto ou piso cerâmico.

4.2– Sustentabilidade x Baixo Custo

Em aproximadamente cinco anos foram construídas 3 milhões de habitações, sendo casas ou

apartamentos através de programas como Minha Casa Minha Vida, Morar Melhor e PAC. O que fez a

economia nacional crescer, gerando empregos e melhor qualidade de vida a população, mas, de tantos

milhões de edificações, qual o percentual que foi construído levando-se em consideração alguma

noção de sustentabilidade? Pouco se vê investimentos em habitações de interesse social que utilizem o

meio ambiente a seu favor, sem agressões, mas em um sistema harmonioso (trabalho x edificação x

meio ambiente).

Uma edificação popular sustentável deve visar, no sentido geral, encontrar materiais que sejam

atrativos economicamente, tenham bom desempenho e ao mesmo tempo gerem o menor impacto

ambiental possível. Assim, deve se procurar a maximização das características e dos métodos

construtivos, pesquisando soluções e tecnologias inovadoras na construção civil para serem aplicados

em habitações populares.

Edificar uma residência popular sustentável não deve se basear apenas em questões ambientais,

mas também econômicas e sociais. Deve buscar a utilização de recursos naturais, se atentando para a

preservação ambiental e através de tal, agregar melhoria na qualidade de vida dos usuários, através de,

por exemplo, conforto térmico e acústico.

O projeto deve, além de se justificar social e ambientalmente, economicamente, pois se trata de

edificações populares, ou seja, com valor de obra baixo, e para tal, é necessário buscar novos

materiais, sistemas construtivos e aperfeiçoamento de técnicas que viabilizem e justifiquem

financeiramente a execução do projeto em termos tecnológicos. (IDHEA, 2015)

Quando se fala em baixo custo, não se pode deixar de lado a cartilha do Custo Unitário Básico

(CUB) da construção, que determina, através dos sindicatos da construção dos estados brasileiros, o

valor médio do metro quadrado construído (m²) de obras de padrão baixo, médio e alto, tanto

residenciais quanto comerciais e industriais, além de residência popular. A planilha divulgada

mensalmente pelos sindicatos deve ser aliada, na hora de determinar quais equipamentos construtivos

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permitirão construir sustentavelmente sem sair da margem que determinará se o projeto será de baixo

custo. (CARTILHA CUB NET, 2007)

Abaixo, encontra-se uma planilha com a caracterização dos projetos-padrão conforme a ABNS

NBR 12721:2006 que rege a cartilha e valores do CUB.

Sigla Nome e Descrição DormitóriosÁrea Real

(m²)

Área Equivalente

(m²)

R1-BResidência unifamiliar padrão baixo: 1 pavimento, com 2

dormiórios, sala, banheiro, cozinha e área para tanque.2 58,64 51,94

R1-N

Residência Unifamiliar padrão normmal: 1 pavimento, 3

dormitórios, sendo um suíte com banheiro, banheiro social, sala,

circulação, cozinha, área de serviço com banheiro e varanda (abrigo

para automóvel).

3 106,44 99,47

R1-A

Residência unifamiliar padrão alto: 1 pavimento, 4 dormitórios,

sendo um suíte com banheiro e closet, outro com banheiro, banheiro

social, sala de estar, sala de jantar e sala íntima, circulação, cozinha,

área de serviço completa e varanda (abrigo para automóvel).

4 224,82 210,44

RP1QResidência unifamiliar popular: 1 pavimento, 1 dormitório, sala,

banheiro e cozinha.1 39,56 39,56

PIS

Residência multifamiliar - Projeto de interesse social: Térreo e 4

pavimentos/ tipo Pavimento térreo: Hall,

escada, 4 apartamentos por andar, com 2 dormitórios, sala, banheiro,

cozinha e área de serviço. Na área externa estão localizados o

cômodo da guarita, com banheiro e central de medição .

Pavimento tipo: Hall, escada e 4 apartamentos por andar, c om 2

dormitórios, sala, banheiro, cozinha e área de serviço.

2 991,45 978,09

PP-B

Residência multifamiliar - Prédio popular - padrão baixo: Térreo

e 3 pavimentos/tipo. Pavimento térreo: Hall de

entrada, escada e 4 apartamentos por andar com 2 dormitórios, sala,

banheiro, cozinha e área de serviço. Na área externa estão localizados

o cômodo de lixo, guarita, central de gás, depósito com banheiro e 16

vagas descobertas.

Pavimento-tipo: Hall de circulação, escada e 4 apartamentos por

andar, com 2 dormitórios, sala, banheiro, cozinha e área de serviço.

2 1415,07 927,08

Residência multifamiliar - Prédio popular - padrão normal: Pilotis

e 4 pavimentos-tipo.

Pilotis: Escada, elevador, 32 vagas de garagem cobertas, cômodo de

lixo, depósito, hall de entrada, salão de festas, copa, 3 banheiros,

central de gás e guarita.

Pavimento-tipo: Hall de circulação, escada, elevadores e quatro

apartamentos por andar, com três dormitórios, sendo um suíte, sala

de estar/jantar, banheiro social, cozinha, área de serviço com

banheiro e varanda.

Residência multifamiliar padrão baixo: Pavimento térreo e 7

pavimentos-tipo

Pavimento térreo : Hall de entrada, elevador, escada e 4

apartamentos por andar, com 2 dormitórios, sala, banheiro, cozinha e

área para tanque. Na área externa estão localizados o cômodo de lixo

e 32 vagas descobertas.

Pavimento-tipo : Hall de circulação, escada e 4 apartamentos por

andar, com 2 dormitórios, sala, banheiro, cozinha e área para tanque.

PP-N 3 2590,35 1840,45

R8-B 2 2801,64 1885,51

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Sigla Nome e Descrição DormitóriosÁrea Real

(m²)

Área Equivalente

(m²)

Residência multifamiliar, padrão normal: Garagem, pilotis e oito

pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 64 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo depósito e instalação sanitária.

Pilotis: Escada, elevadores, hall de entrada, salão de festas, copa, 2

banheiros, central de gás e guarita.

Pavimento-tipo: Hall de circulação, escada, elevadores e quatro

apartamentos por andar, com três dormitórios, sendo um suíte, sala

estar/jantar, banheiro social, cozinha, área de serviço com banheiro e

varanda.

Residência multifamiliar, padrão alto: Garagem, pilotis e oito

pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 48 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo, depósito e instalação sanitária.

Pilotis: Escada, elevadores, hall de entrada, salão festas, salão de

jogos, copa, 2 banheiros, central gás e guarita.

Pavimento-tipo: Halls de circulação, escada, elevadores e 2

apartamentos por andar, com 4 dormitórios, sendo um suíte com

banheiro e closet, outro com banheiro, banheiro social, sala de estar,

sala de jantar e sala íntima, circulação, cozinha, área de serviço

completa e varanda.

Residência multifamiliar, padrão normal: Garagem, pilotis e 16

pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 128 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo depósito e instalação sanitária.

Pilotis: Escada, elevadores, hall de entrada, salão de festas, copa, 2

banheiros, central de gás e guarita.

Pavimento-tipo: Hall de circulação, escada, elevadores e quatro

apartamentos por andar, com três dormitórios, sendo um suíte, sala

de estar/jantar, banheiro social, cozinha e área de serviço com

banheiro e varanda.

Residência multifamiliar, padrão alto: Garagem, pilotis e 16

pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 96 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo, depósito e instalação sanitária.

Pilotis: Escada, elevadores, hall de entrada, salão de festas, salão de

jogos, copa, 2 banheiros, central de gás e guarita.

Pavimento-tipo: Halls de circulação, escada, elevadores e 2

apartamentos por andar, com 4 dormitórios, sendo um suíte com

banheiro e closet, outro com banheiro, banheiro social, sala de estar,

sala de jantar e sala íntima, circulação, cozinha, área de serviço

completa e varanda.

Edifício comercial, com lojas e salas: Garagem, pavimento térreo e

8 pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 64 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo, depósito e instalação sanitária.

Pavimento térreo: Escada, elevadores, hall de entrada e lojas

Pavimento-tipo: Halls de circulação, escada, elevadores e oito salas

com sanitário privativo por andar.

Edifício comercial, com lojas e salas: Garagem, pavimento térreo e

16 pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 128 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo, depósito e instalação sanitária.

Pavimento térreo: Escada, elevadores, hall de entrada e lojas

Pavimento-tipo: Halls de circulação, escada, elevadores e oito salas

com sanitário privativo por andar.

CSL-8 - 5942,94 3921,55

- 9140,57 5734,46CSL-16

R16-N 3 10562,07 8224,50

R16-A 4 10641,85 8371,40

R8-N 2 2801,64 1885,51

R8-A 4 5917,79 4644,79

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Sigla Nome e Descrição DormitóriosÁrea Real

(m²)

Área Equivalente

(m²)

Edifício Comercial Andares Livres: Garagem, pavimento térreo e

oito pavimentos-tipo.

Garagem: Escada, elevadores, 64 vagas de garagem cobertas,

cômodo de lixo, depósito e instalação sanitária.

Pavimento térreo: Escada, elevadores, hall de entrada e lojas.

Pavimento-tipo: Halls de circulação, escada, elevadores e oito

andares corridos com sanitário privativo por andar.

GIGalpão industrial: Área composta de um galpão com área

administrativa, 2 banheiros, um vestiário e um depósito. - 1000,00 -

- 5290,62 3096,09CAL-8

Fonte: ABNT NBR 12721:2006

De acordo com a tabela acima, para o mês de Fevereiro/2015 os valores da construção por

metro quadrado (R$/m²) são dados conforme abaixo:

Imagem 1: Retirada do site http://www.cub.org.br no dia 16/03/2015.

É importante deixar claro que o CUB/m² representa o custo parcial da obra e não o global, ou

seja, não são levados em consideração os custos adicionais da obra. De acordo com a ABNT NBR

12721:2006, item 8.3.5:

“Na formação destes custos unitários não foram considerados os

seguintes itens, que devem ser levados em conta à determinação dos

preços por metro quadrado de construção, de acordo com o

estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso

particular: fundações, submuramentos, paredes-diagrama, tirantes,

rebaixamento de lençol freático, elevador (es), equipamentos e

instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque,

incineração. Ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão,

outros; playground (quando não classificado como área construída);

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obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas,

campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do

condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo

A-quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos:

arquitetônico, estrutural, projeto de instalação, especial;

remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” (NBR-

12721:2006)

4.3 – Projeto Sustentável

Um projeto para ser denominado como sustentável deve ser desenvolvido

multidisciplinarmente, trabalhando em conjunto área técnica, gerencial e especialistas em

sustentabilidade. O projeto processual deve ser de modo circular, ou seja, todos devem contribuir em

todas as etapas do projeto.

O projeto sustentável deve ter início com a identificação do tipo de usuário, entorno e

principalmente o clima, pensado de forma sistêmica onde o conforto térmico e acústico, as estruturas, a

eficiência energética, a eficiência do uso da água e o paisagismo deverão somar e dar origem a um

projeto coordenado de arquitetura e sustentabilidade.

4.4 – Tecnologias Construtivas Sustentáveis

Tijolo Ecológico

Historicamente, o solo como material de construção tem sido utilizado pelo menos há 10 mil

anos, sendo registrado em culturas antigas como grega e romana. Algumas dessas obras vêm resistindo

ao tempo, conservando sua qualidade estrutural e estética.

O tijolo ecológico de solo-cimento recebe este nome porque no seu processo de fabricação não

é utilizado à queima, evitando assim, agentes poluidores do meio ambiente. Extremamente vantajoso

economicamente, pois reduz utilização de argamassa de assentamento e tempo de execução.

O solo-cimento é uma mistura proporcional de solo com aglomerante hidráulico artificial

(cimento Portland), de modo que exista uma estabilização do solo pelo sistema, melhorando assim as

propriedades da mistura. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA CIMENTO PORTLAND, 1988)

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Imagem 2: Componentes da mistura de solo-cimento

Fonte: Brick – Sahara 2001

O processo produtivo do tijolo ecológico pode ser mecânico ou manual, onde receberá até seis

toneladas de pressão, obtendo assim forte ligação do grão, fazendo então, desnecessário o processo de

queima em forno (altamente poluente) utilizado na fabricação dos tijolos comum. (PISANI, 2004)

Existem mais vantagens que desvantagens de se utilizar tijolos ecológicos de solo-cimento em

obras, as vantagens são:

Diferente dos tijolos tradicionais (que utilizam queima em seu processo de fabricação), os

ecológicos necessitam de menos cimentos;

Reduz a umidade na parede;

Aumenta resistência da estrutura, facilita a construção, uma vez que seu molde permite encaixe

fácil e rápido, sem necessidade de utilização de gesso ou azulejo;

Possui isolamento térmico e acústico, o que torna possível maior economia de energia;

Evita necessidade de uso de materiais como arame, madeira, pregos e folhas de parede pronta

para instalação de rede elétrica e hidráulica;

Seu meio de produção se dá por meio de prensa hidráulica ou eco manual, tornando-o regular,

com faces lisas que proporcionam encaixe perfeito, viabilizando economia na quantidade

precisa de tijolos na obra, entre outras.

As desvantagens podem ser vistas a seguir:

Requer pedreiro qualificado, com conhecimento da técnica de aplicação;

Apesar de funcionar perfeitamente bem em climas secos, não é totalmente indicado em locais

de climas úmidos.

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Captação de Água de chuva

O sistema de captação de água da chuva é uma tecnologia sustentável para aproveitamento da

água pluvial, instalado a partir de coberturas (lajes ou telhados) dos mais variados tipos de edificação.

Consiste basicamente em recolher, filtrar e armazenar a água da chuva, deixando-a própria para uso

não potável atendendo as disposições da norma 15527 da ABNT. (SEMPRE SUSTENTÁVEL, 2015)

Pode ser utilizado para descarga de sanitários em banheiros, regar hortas e jardins, lavar de

pisos, quintais, automóveis e lavagens externas.

Seus principais benefícios são a redução no valor da conta de água, servir como reserva em

épocas de seca e falta d’água, reduzir a necessidade de água potável para fins não potáveis (descarga,

jardins,...), ajudar a combater enchentes e educação ambiental de quem tem contato com o sistema.

Segue abaixo um esquema de uma mini cisterna de fácil fabricação, instalação e baixo custo da

Sempre Sustentável. Um projeto da Sempre Sustentável, ONG que disponibiliza em seu site lista de

materiais e ferramentas para fabricação da cisterna.

Imagem 3: Esquema do Projeto de uma Mini Cisterna

Fonte: Sempre Sustentável

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Permeabilidade de área externa

Quando se fala em área externa (quintal, jardim, área de lazer, garagem), vem-se a mente

cimentar ou revestir o piso, com cerâmica, granito ou pedras, o que causa impermeabilização da área

de terreno em sua total ou quase totalidade.

Para minimizar impactos ambientais, o ideal é sempre deixar parte do terreno com área

permeável, ou seja, local onde a água possa penetrar pelo solo e atingir lençóis freáticos e reservas, ao

invés de irem para redes de coleta de águas pluviais, o que por sobrecarregar tais redes geram

enchentes.

Alternativas de baixo custo para ampliar as áreas permeáveis do terreno são:

Implantação de jardins e hortas, que além de ser uma ideia mais sustentável embeleza a

edificação;

Substituir pisos e revestimentos em quintais e estacionamentos por placas como

paralelepípedos, pedras e cascalhos que permitem em suas frestas permeabilidade do solo.

As vantagens econômicas de se manter áreas permeáveis no terreno são visíveis claramente,

uma vez que os gastos com contrapiso, argamassa e revestimentos serão eliminados ou reduzidos,

tornando viável e recomendável para projetos residenciais populares.

Aquecedor Solar

O aquecimento solar serve, basicamente, para substituir o chuveiro elétrico, reduzindo assim o

impacto ambiental com geração de energia elétrica e consequentemente a redução da conta de luz. Mas

infelizmente, ainda, em sua maioria os sistemas comerciais são muito caros para a maior parcela da

população, inviabilizando assim sua instalação.

Para isso, a ONG Sociedade do Sol se sensibilizando com a situação da população que não

dispõem de grande capital para investir nos sistemas comerciais de aquecimento solar desenvolveu a

tecnologia do Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC) a partir de materiais baratos e disponibilizando

grátis um manual, dando direito a todos de usar a energia solar.

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Além do manual, a ONG disponibiliza também lista com sugestão dos fornecedores de

materiais e um manual voltado especificadamente para escola.

Para a Sociedade do Sol os principais objetivos do ASBC, cuja tecnologia não é patenteável são

a melhoria social, preservação ambiental, conservação de energia, possibilidade de geração de

empregos, economia financeira familiar e redução de emissões de gás estufa (CO2).

As principais características do sistema são a possibilidade de manufatura em regime de

autoconstrução e uso de material de baixo custo, encontrado em lojas de construção. Através do

manual que a ONG disponibiliza em seu site será possível conhecer as peças e ferramentas necessários

para montagem de um sistema ASBC com capacidade de aquecimento de 200 litros de água, que

atenderá uma demanda de água quente para banho de uma família de 4 a 6 pessoas. (SOCIEDADE DO

SOL, 2015)

O aquecedor solar unifamiliar deve ter em sua composição, para ser denominado de baixo

custo, segundo a Sociedade do Sol:

Dois a Três coletores solares em plástico preto (ou metálicos com cobertura de vidro) expostos

ao sol, pelos quais circulará a água a ser aquecida;

Um reservatório térmico de água de até 300 litros;

Um sistema de circulação e distribuição de água quente te PVC marrom (ou tubos de cobre

isolados e/ou CPVC e/ou Polietileno ou Polipropileno;

Um chuveiro que forneça água fria e água quente solar, cuja potência será controlada por um

controlador de energia (dimmer), acionado em dias que o aquecimento não for suficiente;

Um sistema de mistura das águas quente e fria para o chuveiro.

5 – O Projeto Residencial, Sustentável e de Baixo Custo

5.1 – Casa Popular Sustentável

Por definição, casa popular é a construção residencial unifamiliar, construída com mão de obra

assalariada, sujeita à matrícula do INSS, com área total de até 70.00m² (setenta metros quadrados),

classificada como econômica.

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Além da definição dada de casa popular, quando se acrescenta a palavra Sustentável também se

devem adicionar à definição que esta deve conter materiais menos agressores ao meio ambiente e com

as tecnologias já mencionadas acima.

Abaixo segue um modelo de uma casa popular com área construída de 47,00m².

Imagem 3: Projeto de uma residência unifamiliar popular

Fonte: Elaboração Própria

O projeto acima segue padrão de modulação de tijolos ecológicos com as colunas embutidas na

alvenaria estrutural. Tal tecnologia agregará além do fator ambiental, o econômico, pois quando se

trata de sistemas modulados há economia de formas, uma vez que a alvenaria é estrutural e os ferros

(vergalhões) estarão embutidos à alvenaria, haverá também economia dos tijolos e argamassa, pois se

trata de um projeto modulado, os tijolos se encaixarão, não existindo quebras.

Além da forma modulada dos tijolos, o aproveitamento da água da chuva se dará através de

calhas que recolherão a água e a depositará em uma cisterna (conforme esquema demonstrado

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anteriormente) e haverá a instalação do sistema de Aquecedor Solar de Baixo Custo, que ao

proprietário permitirá economia de energia.

Com um orçamento para projetos populares, seguindo os valores referenciais do CUB-RIO

seria possível inserir tecnologias e materiais em um projeto como o mencionado acima.

6 – Conclusão

Arquitetura é a integração ordenada entre o homem, o espaço e o meio ambiente. O ser humano

está diretamente relacionado com as edificações ao qual se insere sendo responsável pelo que se

realiza em seu interior. Tendo a capacidade de influenciar diretamente seus usuários, a arquitetura

meche com tristezas, alegrias, fadigas e descanso, ou seja, com a arquitetura é possível se educar o

homem, ensinando a importância do relacionamento e harmonia entre o ser humano e a natureza.

Em virtude do poder da arquitetura, já mencionado, faz-se necessário repensar o modo de

projetar no Brasil a fim de diminuir o déficit habitacional (ainda grande) com consciência ambiental,

onde é possível agregar ao baixo orçamento com práticas e tecnologias sustentáveis.

Apenas através de muito estudo, planejamento, qualificação e disposição que será possível

incorporar aos projetos nacionais (MCMV e PAC) práticas sustentáveis, e torná-los socialmente aceito,

economicamente viáveis e ambientalmente corretos.

Existem maneiras sustentáveis de se edificar sem onerar, existem tecnologias baratas e de fácil

execução, para tornar possível a construção de uma residência popular sustentável, falta apenas

incentivo e conscientização de que a construção civil (sendo uma das maiores consumidoras de

energia, água e geradora de resíduos) pode impactar positivamente revendo conceitos e integrando a

sustentabilidade ao ato de construir com baixo orçamento.

Governo, Investidores, Economistas, Construtoras, Incorporadoras, Profissionais de Projeto

(arquitetos e engenheiros) e Profissionais de Obra (pedreiros, encanadores, serralheiros, marceneiros,

eletricistas,...) devem estar atentos às suas responsabilidades com a sociedade, procurando atualização

constante e comprometimento com um meio ambiente de qualidade para as gerações atuais e futuras.

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