a importancia do administrador rural

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE VETERINÁRIA RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO RURAL: ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS ACADÊMICO: Evâneo Alcides Ziguer ORIENTADOR: Carina Mendes ORIENTADOR ACADÊMICO: Marcio Nunes Corrêa LOCAL: Boviplan Consultoria Agropecuária Pelotas, março de 2007.

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Page 1: A Importancia Do Administrador Rural

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE VETERINÁRIA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO RURAL:

ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS

ACADÊMICO: Evâneo Alcides Ziguer

ORIENTADOR: Carina Mendes

ORIENTADOR ACADÊMICO: Marcio Nunes Corrêa

LOCAL: Boviplan Consultoria Agropecuária

Pelotas, março de 2007.

Page 2: A Importancia Do Administrador Rural

2

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo direito a vida que me

concedeste, bem como pela saúde e iluminação do dia a dia.

Sou e serei eternamente grato a meus pais, Valdir Ziguer e Maria Lurdes

Ziguer, pelo apoio, incentivo, conforto e acima de tudo, por confiarem em mim e

me proporcionarem a chance de realizar uma faculdade. Pois sei que não

mediram esforços e que deixaram de lado suas próprias realizações pessoais para

que isso ocorresse. Não poderia deixar de falar também do orgulho e

responsabilidade que sinto em ser um ZIGUER e que, com certeza me dedicarei

muito para que este nome seja lembrado por muito tempo, como sangue, raça e

procedência passados de pai para filho.

Ao único e grande irmão, Dr. Evandro Inácio Ziguer, por ser um referencial

em tudo o que eu faço, pela inteligência, dedicação e humildade que trás consigo.

E em todos os momentos que precisei deixou suas próprias coisas de lado para

me auxiliar nos momentos difíceis.

A Família Reolon pelos três anos de convívio, período no qual sempre fui

muito bem recebido. Em especial a Débora Reolon, por ter me proporcionado

muitas alegrias neste período, e por ser responsável pela alimentação no dia a dia

de meus sonhos e objetivos.

Ao amigo, compadre e orientador Dr. Marcio Nunes Corrêa, por confiar em

meu trabalho, me proporcionando o ambiente de trabalho – NUPEEC – Núcleo de

Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária, no qual aprendi muito e, por muitas

vezes, me chamar à atenção pelos erros e dificuldade que apresentava em

Page 3: A Importancia Do Administrador Rural

3

trabalhar em grupo. Além de me agüentar em várias conversas profissionais que

tivemos, onde sempre me motivou a buscar meus objetivos.

Ao amigo e orientador Dr. Marcos Antônio Anciuti pelo apoio e atenção em

momentos que precisei, sempre me ensinando e acreditando no meu potencial,

sou muito grato.

Ao amigo e orientador Dr. João Carlos Maier por confiar no meu trabalho e

me proporcionar à responsabilidade de ministrar aulas para as turmas da

Agronomia, bem como por auxiliar na realização de trabalhos de pesquisa

vinculados a área de Nutrição Animal.

Agradeço o aceite de estágio e ao ambiente da Empresa Boviplan

Consultoria Agropecuária, em especial a minha orientadora de estágio, Eng.

Agrônoma Carina Mendes, pela atenção, carinho e paciência em muitos

momentos e, por me proporcionar várias atividades das quais sempre tentei

aprender o máximo. Agradeço também ao Eng. Agrônomo Rodrigo Paniago, pelas

viagens e conversas profissionais, sempre demonstrando grande espontaneidade

em me ensinar e por confiar em mim ao me emprestar o estudo de viabilidade

técnica e econômica. Aos colegas de estágio na Boviplan Consultoria

Agropecuária, Ispertão e Zé gato, pelo companheirismo e pela dedicação em me

explicarem coisas que não entendia.

Ao doutorando José Acélio Silveira da Fontoura Júnior, pelos trabalhos

realizados e assim, pelo aprendizado através dos mesmos. Pois em todo

momento se mostrou disposto a me auxiliar em tudo o que precisasse.

Aos meus amigos de Pato Branco – PR, especialmente ao grande irmão

Milton Linn Júnior, pelo companheirismo e amizade. Bem como ao Caçapava,

Page 4: A Importancia Do Administrador Rural

4

pelas conversas, mates e boêmias, momentos nos quais sempre desabafei

minhas dificuldades.

A vida é igual a um negócio,

Onde o hoje é resultado do ontem

E o amanhã será o resultado do hoje.

Estou muito feliz neste momento,

Não simplesmente pelo fato de estar se formando.

Mas pela busca planejada nestes 5 anos a espera deste dia,

Dia em que início a execução de um grande projeto de vida futura!

Evâneo Alcides Ziguer.

Page 5: A Importancia Do Administrador Rural

5

SUMÁRIO

1.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

RURAL....................................................................................................................13

1.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................13

1.2 GESTÃO DE CUSTOS.....................................................................................16

1.3 PLANEJAMENTO.............................................................................................19

1.3.1 DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS............................................................19

1.3.2 ANÁLISE INTERNA DA EMPRESA..............................................................19

1.3.3 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO...........................................................20

1.3.4 GERAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS METAS E ESTRATÉGIAS........................20

1.4 CONCEITO DE CUSTO TOTAL, CUSTO FIXO TOTAL E CUSTO VARIÁVEL

TOTAL....................................................................................................................21

1.4.1 MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS E MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS.....................22

1.4.2 CONCEITO DE CUSTO MARGINAL............................................................26

1.5 ANÁLISE ECONÔMICA DE PROJETOS AGRÍCOLAS...................................28

1.5.1 ETAPAS.........................................................................................................32

1.5.1.1 O ESTUDO DE MERCADO........................................................................32

1.5.1.2 A ENGENHARIA.........................................................................................33

1.5.1.3 TAMANHO E LOCALIZAÇÃO....................................................................35

1.5.1.4 INVESTIMENTOS, RECEITAS E CUSTOS OPERACIONAIS...................35

1.6 INDICADORES FINANCEIROS UTILIZADOS.................................................37

1.7 O RISCO NA ATIVIDADE PECUÁRIA.............................................................39

1.7.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE......................................................................40

1.7.2 SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO................................................................41

2.0 PANORAMA DO MERCADO DA CARNE BOVINA.........................................43

2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................43

2.2 PECUÁRIA DE CORTE EM NÚMEROS..........................................................44

2.2.1 BOI GORDO, BEZERRO E RELAÇÃO DE TROCA......................................45

2.2.2 ABATE DE MATRIZES..................................................................................49 2.2.3 VARIAÇÃO NO PREÇO DE INSUMOS........................................................51

Page 6: A Importancia Do Administrador Rural

6

2.2.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA RENTABILIDADE DA PECUÁRIA DE

CORTE...................................................................................................................55

3.0 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA EM UMA FAZENDA NO ESTADO

DE MINAS GERAIS................................................................................................57

4.0 CONCLUSÃO...................................................................................................67

5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................68

Page 7: A Importancia Do Administrador Rural

7

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Composição esquemática do custo de produção................................15

FIGURA 2. Modelo clássico da formação de preço em sistemas de

monopólio...............................................................................................................16

FIGURA 3. Modelo atual de informação dos custos dos produtos aplicados a

pecuária..................................................................................................................17

FIGURA 4. Esquema de integração de informações para gestão de custos e

avaliação de resultados..........................................................................................18

FIGURA 5. Simulação da demonstração da função de custos totais para diferentes

índices de produtividade pecuária (arrobas/hectare/ano).......................................23

FIGURA 6. Desempenho animal em pastagem animal adubada com diferentes

níveis de fertilizante nitrogenado............................................................................24

FIGURA 7. Demonstração dos custos médios e custo marginal de acordo com os

níveis de produtividade...........................................................................................26

FIGURA 8. Simulação do ponto em que a receita líquida e o índice de

produtividade maximizam o lucro...........................................................................28

FIGURA 9. Fases e etapas a serem desenvolvidas durante o estudo de um

projeto.....................................................................................................................31

FIGURA 10. Participação da engenharia no ciclo de decisões de um

projeto.....................................................................................................................34

FIGURA 11. Fatores impactantes para determinação do tamanho da unidade de

produção.................................................................................................................35

FIGURA 12. Média mensal da arroba do boi gordo em valores nominais, de acordo

com o indicador ESALQ/BM&F...............................................................................46

FIGURA 13. Média mensal do bezerro (8@) em valores nominais, de acordo com

o indicador ESALQ/BM&F......................................................................................47

FIGURA 14. Relação de troca mensal baseado nos valores da ESALQ/BM&F para

os valores do bezerro e boi gordo, durante o período de 2003-

2006........................................................................................................................48

Page 8: A Importancia Do Administrador Rural

8

FIGURA 15. Percentagem mensal de vacas abatidas no Brasil, no período de

2000 a 2006............................................................................................................51

FIGURA 16. Variações dos preços dos principais insumos da pecuária de corte de

janeiro a outubro de 2006, de acordo com a média ponderada para GO, MT, MS,

PA, RO, RS, MG, PR e SP.....................................................................................52

FIGURA 17. Demonstração das variáveis e suas contribuições para a formação do

custo total da pecuária de corte durante o ano de 2005, de acordo com a média

ponderada para GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR e SP.....................................53

FIGURA 18. Variações acumuladas dos preços dos principais insumos da

pecuária de corte durante o período de 2004-2006, de acordo com a média

ponderada para GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR e SP.....................................54

Page 9: A Importancia Do Administrador Rural

9

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Balanço da pecuária de corte no período de 2000 a 2006..................45

TABELA 2. Relação de troca do boi gordo/bezerro em 16 praças brasileiras no ano

de 2006...................................................................................................................49

TABELA 3. Comparação entre os índices e resultados estimados com

investimentos financeiros e atividades agropecuárias em 2003, 2004, 2005 e

2006........................................................................................................................56

Tabela 4. Demonstração do uso de áreas de uma fazenda localizada em Uberaba

– MG no ano de 2007 e o histórico de recuperação e formação das mesmas em

hectares, durante um horizonte de planejamento de 15 anos, ou seja, período de

2007 a 2021............................................................................................................58

TABELA 5. Resumo financeiro do fluxo de caixa do projeto e evolução patrimonial

de uma fazenda localizada em Uberaba – MG para o período de 2006 a 2021, em

reais........................................................................................................................59

TABELA 6. Resumo financeiro do fluxo de caixa acumulado do projeto e evolução

patrimonial de uma fazenda localizada em Uberaba – MG para o período de 2006

a 2021, em reais.....................................................................................................60

Tabela 7. Resumo financeiro do fluxo de caixa do projeto de uma fazenda

localizada em Uberaba – MG durante o período de 2007 a 2021, para cálculo da

taxa interna de retorno............................................................................................61

TABELA 8. Demonstração da composição dos custos para uma fazenda em

Uberaba – MG utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em

reais........................................................................................................................62

TABELA 9. Demonstração da composição das receitas para uma fazenda em

Uberaba – MG utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em

reais........................................................................................................................63

Tabela 10. Demonstração resumida dos investimentos para uma fazenda em

Uberaba – MG durante o período de 2007 a 2009, utilizando um horizonte de

planejamento de execução do projeto de 15 anos, em reais.................................63

Page 10: A Importancia Do Administrador Rural

10

TABELA 11. Demonstração dos investimentos detalhados (compra de animais e

insumos para formação de pastagens) para uma fazenda em Uberaba – MG

utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em

reais........................................................................................................................64

TABELA 12. Demonstração dos investimentos detalhados (diesel e lubrificantes

para formação de pastagens e instalações) para uma fazenda em Uberaba – MG

utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em

reais........................................................................................................................65

TABELA 13. Demonstração dos investimentos detalhados (máquinas e

equipamentos) para uma fazenda em Uberaba – MG utilizando um horizonte de

planejamento de 15 anos, em reais........................................................................66

Page 11: A Importancia Do Administrador Rural

11

RESUMO

O estágio curricular foi realizado na Empresa Boviplan Consultoria

Agropecuária Ltda, localizada na cidade de Piracicaba – SP. O período de

realização do mesmo foi entre 30 de novembro de 2006 a 14 de fevereiro de 2007.

Dentre as atividades realizadas destacam-se: cotações de serviços e produtos

agrícolas, bem como de busca de informações do mercado do boi para vários

estados, mapeamento de fazendas, dimensionamento de sistemas rotacionados,

assistência técnica em fazendas com o intuito de auxílio na implantação e

adubação de lavouras, desenvolvimento de um sistema de custo mínimo para

utilização em adubação de pastagens, viagens com consultores para vários

estados (SP, MG, GO) realizando visitas programadas para fazendas assistidas

pela empresa, etc.

O formato de apresentação do relatório seguiu uma seqüência lógica

necessária para a execução de trabalhos referentes à consultoria. Pois neste

segmento de mercado, há necessidade do conhecimento prévio de administração

rural, de informações atualizadas de mercado pecuário com o intuito de saber o

direcionamento do mercado futuro, bem como de informações técnicas

propriamente ditas, porém, com a visão de que os sistemas de produção são

dinâmicos e alocados de acordo com a realidade de cada empresa agropecuária.

Portanto, definiu-se primeiramente um capítulo resumido sobre tópicos de

administração rural, trazendo informações relevantes a modelos de explorar o

sistema de produção quanto à função custo, análise econômica de projetos e

análise de risco na atividade pecuária. O segundo capítulo referente ao panorama

da pecuária de corte traz informações referentes à evolução histórica de preços do

boi gordo, bezerro e insumos agropecuários e dados de produção e exportação da

carne bovina brasileira. Quanto ao terceiro e último capítulo, este se refere

especificamente a um projeto acompanhado durante todo o seu estudo,

planejamento e execução, em uma propriedade localizada em Uberaba - MG.

Page 12: A Importancia Do Administrador Rural

12

DESCRIÇÃO DO PERFIL DA EMPRESA

A Boviplan Consultoria Agropecuária Ltda foi fundada em 1983 visando à

prestação de serviços e consultoria em pecuária intensiva, atuando na elaboração

de projetos e no desenvolvimento de tecnologias alternativas em nutrição animal.

Desde então vem atuando em todo o Brasil, junto a fazendas, agropecuárias,

empresas rurais e agroindústrias, tendo também realizado projetos no exterior.

Para tanto, possui uma equipe de agrônomos especializada em produção animal,

com vivência de campo e experiência em projetos pecuários, formulação de

rações, produção de forragens, manejo de pastagens, pesquisa e avaliação de

alimentos.

Desenvolve, implanta e presta assistência técnica integral a sistemas

intensivos de produção pecuária de corte, através de visitas periódicas

programadas e de consultoria permanente em sua sede em Piracicaba - SP.

Serviços prestados:

Projetos pecuários;

Planos de intensificação da produção pecuária;

Formação e manejo de pastagens (extensivo, intensivo, rotacionado);

Produção intensiva de forragens (silagem, pré-secado, fenos, etc.);

Projetos completos de integração lavoura-pecuária com a agroindústria;

Tratamento e uso de subprodutos da agroindústria na alimentação animal;

Viabilização de subprodutos para alimentação animal;

Orientação na instalação de fábricas de ração integradas à agroindústria e

desenvolvimento de rações comerciais;

Assistência técnica a fábricas de rações;

Implantação de sistemas de formulação de rações de custo mínimo e de

controle de qualidade de ingredientes e de rações;

Treinamento de mão-de-obra;

Controles do sistema de produção (físico, zootécnico, econômico).

Page 13: A Importancia Do Administrador Rural

13

1.0 IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA RURAL

1.1 INTRODUÇÃO

A economia brasileira tem passado por rápidas transformações nos últimos

anos. Neste contexto ganham espaço novas concepções, ações e atitudes, em

que produtividade, custo e eficiência se impõem como regras básicas de

sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado (IEL et al.,

2000). A conscientização dos pesquisadores, técnicos e produtores rurais

envolvidos nesse sistema, bem como, o ajuste para este novo cenário é primordial

para a manutenção da competitividade na atividade.

Desta forma, se faz necessário no processo de gerenciamento das

empresas agropecuárias, o conhecimento de pelo menos quatro áreas de tomada

de decisão: investimento, produção, comercialização e finanças; sendo que cada

uma dessas áreas requer hoje conhecimentos especializados. Por exemplo, na

produção, as modernas técnicas agropecuárias desenvolvidas pela pesquisa são

indispensáveis para a manutenção da produtividade em níveis desejáveis. Neste

contexto, os serviços de extensão rural e de empresas particulares colocam tais

informações à disposição do empresário rural (NORONHA, 1981). Entretanto,

FERNANDES et al., (2000) ressaltam que o maior empecilho ao desenvolvimento

de negócios rurais está na resistência que os empresários têm demonstrado em

aceitar as mudanças que este novo cenário exige.

Na comercialização, tanto insumos como produtos exigem a necessidade

de informações de mercado atualizadas, que estão disponíveis para o produtor

rural através de várias fontes de informação. Porém, os sistemas de

armazenamento na empresa e os meios de transporte ainda são bastante

precários, exceto em poucas regiões do País. Esta situação de carência em infra-

estrutura de transportes pode resultar, futuramente, no desestímulo ao incremento

da produção, seja pela simples constatação do gargalo criado pela ausência de

infra-estrutura, ou pelos preços dos produtos que, sobrecarregados pelos altos

Page 14: A Importancia Do Administrador Rural

14

custos do transporte, acabarão perdendo a concorrência no mercado (TOSTA,

2005). No entanto, NAZÁRIO et al., (2000) acrescenta que muitas empresas

brasileiras têm vislumbrado na logística, e mais especificamente na função

transporte, uma forma de obter diferencial competitivo.

Por outro lado, as informações necessárias para a tomada de decisão nas

áreas de investimento e administração financeira são extremamente raras. Em

geral, as decisões são baseadas nas experiências do administrador da empresa,

sem recorrer as informações externas (NORONHA, 1981). Em contra partida,

devido ao crescimento acelerado do agronegócio brasileiro associado ao aumento

de competitividade no cenário mundial, a eficiência no processo de produção

tornou-se um ponto fundamental para a manutenção de qualquer atividade

pecuária. Assim, estudos com a finalidade de determinar o custo e a rentabilidade

desses sistemas, tornaram-se relevantes pelo fato de proporcionarem aos

produtores subsídios na tomada de decisão (FERREIRA et al., 2004), pois através

da utilização dessas ferramentas o produtor passa a conhecer, com detalhes, os

fatores de produção (terra, capital e mão-de-obra). A partir de informações dessa

natureza, pode-se identificar pontos de estrangulamento, que permitam concentrar

esforços gerenciais e tecnológicos para se obter sucesso na atividade e atingir os

objetivos de minimização de custos e maximização de lucros, ou seja, o aumento

do patrimônio líquido das fazendas (LOPES & CARVALHO, 2002).

LACORTE (2002) relata que a pecuária de corte, nos últimos anos, valoriza

o planejamento, o controle e a gestão produtiva e empresarial das propriedades

agropecuárias. Portanto, pode-se inferir que os gestores das unidades de

produção do setor primário vem modificando em ritmo crescente a forma de

gerenciar os negócios, deixando o hábito de considerar-se um produtor rural e

passando a pensar e agir como um verdadeiro empresário rural, pois as

características elegidas por LACORTE (2002) vão de encontro com o conceito de

administração rural de ANTONIALLI (1998), onde cita que administrar uma

empresa rural resume-se em exercer as funções de planejar, organizar, dirigir e

controlar os esforços de um grupo de pessoas, visando atingir objetivos

Page 15: A Importancia Do Administrador Rural

15

previamente determinados que podem ser a sobrevivência, o crescimento, o lucro,

o prestígio ou o prejuízo.

De acordo com NOGUEIRA (2004), o produtor deve profissionalizar-se por

completo, ou seja, deve adotar todas as técnicas e procedimentos modernos de

modo que produza com eficiência, buscando escala e redução de custos. Em

contra partida, embora seja de importância fundamental para a tomada de decisão

dos pecuaristas, o custo de produção é uma variável desconhecida pela imensa

maioria dos produtores brasileiros. Com exceções de algumas empresas mais

tecnificados, grande parte não tem nem como saber quanto está tendo de lucro

(ou prejuízo), ou que ajustamentos podem ser feitos para reduzir custos e

melhorar a rentabilidade de suas propriedades (IEL et al., 2000). Segundo UFL

(1999) a estimativa do custo de produção está ligada à gestão de tecnologia, ou

seja, a alocação eficiente de recursos produtivos, e ao conhecimento dos preços

destes recursos. Onde o custo total de produção constitui-se na soma de todos os

pagamentos efetuados pelo uso dos recursos (insumos) e serviços, incluindo o

custo alternativo do emprego dos fatores produtivos em determinado tempo,

conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1. Composição esquemática do custo de produção.

Fonte: Adaptado de NORONHA (2006).

O sistema de custos é um conjunto de procedimentos administrativos que

registra, de forma sistemática e contínua, a efetiva remuneração dos fatores de

Page 16: A Importancia Do Administrador Rural

16

produção empregados nos serviços rurais. Tem os objetivos de auxiliar a

administração na organização e controle da unidade de produção, revelando ao

administrador as atividades de menor custo e mais lucrativas, além de mostrar os

pontos críticos da atividade. Além disto, oferece bases consistentes e confiáveis

para a projeção dos resultados e auxílio no processo de planejamento rural para

tomada de decisões futuras.

1.2 GESTÃO DE CUSTOS

Vários especialistas na ciência da contabilidade afirmam que a metodologia

para cálculo dos custos de produção agrícola apresenta suas particularidades,

visto que as variáveis que atuam na produção rural são diversas, além do que

engloba diversos lotes, talhões ou setores, cada qual com suas peculiaridades em

termos de ocorrência técnica. Pela dificuldade de se alinhar escriturações técnicas

e financeiras, ainda não existe uma metodologia padrão para os cálculos e

determinação dos custos de produção agrícolas (NORONHA, 2006).

Em economias de mercado regidas pelo sistema de monopólio ou

oligopólio, utiliza-se o plano de custos de produção para a determinação dos

preços de venda. De acordo com a Figura 2 fica bem evidente este modelo, onde

a partir dos custos, defini-se a margem de ganho e assim, se determina o valor de

venda do produto. Isso é observado basicamente em função do panorama do

mercado em questão, onde a concorrência, praticamente nula, impossibilita os

ajustes de equilíbrio de mercado através da função oferta e procura.

Figura 2. Modelo clássico da formação de preço em sistemas de monopólio.

Fonte: Adaptado de NORONHA (2006).

Page 17: A Importancia Do Administrador Rural

17

Entretanto, no mercado pecuária que é regido por um sistema concorrencial

muito forte, além de calcular e definir os custos de produção há necessidade dos

empresários rurais gerir as informações e decisões, dos níveis operacionais aos

estratégicos, pois através deste gerenciamento técnico e econômico os mesmos

poderão adequar os custos de produção de modo a estes valores ficarem abaixo

dos praticados em nível de mercado (preço de venda). Uma vez que, neste

sistema econômico, os preços são formados pelo mercado e não mais dentro das

unidades de produção, portanto, o empresário precisa adequar seus custos

produtivos, para alcançar a maximização dos lucros através da minimização dos

custos, conforme ilustrado na Figura 3.

Figura 3. Modelo atual de informação dos custos dos produtos aplicados a

pecuária.

Fonte: Adaptado de NOGUEIRA (2006).

No entanto, para acompanhar economicamente o desempenho tecnológico

das empresas agrícolas, faz-se necessário à utilização de um sistema integrado

de informações que contemple dados financeiros, técnicos, mercadológicos e

estratégicos. Observa-se na Figura 4 um esquema funcional do fluxo e integração

de informações num modelo de gestão de custos e avaliação de resultados,

elaborado por NOGUEIRA (2006). Para que se possam tomar decisões com base

no esquema da Figura 4, além das informações financeiras (custos operacionais),

a empresa deve ter um adequado controle das informações de campo e índices de

produtividade, pois se privilegia, na administração, a aplicação de tecnologia em

detrimento do controle de custos. Porém, mesmo ciente da importância, a grande

maioria dos produtores não possui programas de controle ou gestão de custos em

Page 18: A Importancia Do Administrador Rural

18

suas empresas, o que acaba por dificultar e muito a avaliação financeira dessas

unidades de produção.

Desta forma, na falta de informações próprias, a maioria das decisões são

arquitetadas com base em experiências de outros empresários, em relatos,

artigos, palestras ou através de recomendações de consultorias. Na maioria dos

casos, mesmo que genéricas, são decisões embasadas tecnicamente, ou seja,

são corretas. Entretanto, não há como avaliar os resultados dentro da propriedade

e pior, não há como planejar economicamente e definir critérios para a aplicação

da tecnologia com base nos resultados e análise das condições características a

outras propriedades. No entanto, já se sabe há muito tempo que a agricultura

inviabiliza soluções massificadas, tornando-se necessário uma avaliação da

aplicação tecnológica para cada caso prático, pois o planejamento é inerente a

cada empresa.

Figura 4. Esquema de integração de informações para gestão de custos e

avaliação de resultados.

Fonte: Adaptado de NOGUEIRA (2006).

Page 19: A Importancia Do Administrador Rural

19

1.3 PLANEJAMENTO

Planejar é a palavra apropriada para se projetar um conjunto de ações para

atingir um resultado claramente definido, quando se tem determinado grau de

certeza da situação em que as ações acontecerão, bem como do controle quase

que absoluto dos fatores que asseguram o sucesso no alcance dos resultados

(ALDAY, 2000).

Segundo SOUZA et al., (1988) o planejamento estratégico é um

instrumento elaborado para que o empresário possa visualizar sua atuação futura,

sendo assim, normalmente, é projetado para longo prazo, com uma abordagem

global, definindo o que produzir e o quanto produzir nos anos seguintes. Algumas

etapas são importantes para estabelecer o planejamento estratégico:

1.3.1 DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS

É o ponto principal do planejamento, onde se deve definir como os

propósitos da empresa relacionam-se ao ramo de atuação, pretensão futura,

busca pelo lucro, segurança, prestígio social, entre outros. Onde as definições dos

objetivos devem basear-se na análise interna e externa da empresa, como

relatado abaixo.

1.3.2 ANÁLISE INTERNA DA EMPRESA

É uma análise dos recursos existentes na empresa como os físicos,

financeiros, administrativos, e humanos. Sendo necessário levantar suas

disponibilidades e necessidades.

Page 20: A Importancia Do Administrador Rural

20

1.3.3 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO

É necessário a busca de informações mais precisas possíveis com relação

às ameaças, oportunidades e restrições no cenário nacional e mundial que

possam aumentar ou diminuir a rentabilidade da atividade. Devendo avaliar fatores

como: preço das commodities, juros, balança comercial, análise de mercado

(oferta e demanda), estudo de tendências futuras, barreiras alfandegárias, taxas

de exportações e importações, entre outras.

1.3.4 GERAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS METAS E ESTRATÉGIAS

Após estabelecer os objetivos e analisando o ambiente externo e a

empresa, devem ser definidas as estratégias para alcançar as metas propostas no

projeto. Segundo BARIONI et al., (2003) para determinação das metas alguns

fatores deverão ser avaliados como:

Recursos disponíveis na fazenda: solos, vegetação, relevo, animais,

recursos hídricos, recursos financeiros disponíveis, mão-de-obra qualificada,

estradas, energia elétrica, benfeitorias, etc.

Imposições ambientais, legais e de mercado.

Objetivos do empreendedor.

Definido qual o projeto parte-se para a sua implantação e execução das

estratégias que serão controladas pelos gerentes, técnicos e funcionários da

propriedade. Sendo que um ponto fundamental neste planejamento é a coleta de

dados das informações de produção (técnica e econômica) levantadas, pois, a

partir destas, faz-se o monitoramento comparando o planejado com o realizado.

Pelo monitoramento, consegue-se avaliar quais os pontos críticos do sistema e se

alguma estratégia planejada não está correta, avalia-se a possibilidade da

inclusão de uma nova estratégia alternativa que possa atender aos objetivos pré-

Page 21: A Importancia Do Administrador Rural

21

estabelecidos. Ou ainda, corrigir os erros cabíveis e continuar com a mesma

estratégia. Estas mudanças dos planos segundo BARIONI et al., (2003) podem

ocorrer devido à:

Modificações na área de produção (compra, arrendamento, venda,

utilização para outra atividade, intensificação do sistema).

Mudanças nas condições externas de mercado, relações de preço, nova

legislação ou política agrícola.

Circunstâncias e atitudes pessoais (aversão ao risco e carga de trabalho

desejada).

Respostas imprevistas do sistema identificadas no monitoramento.

1.4 CONCEITO DE CUSTO TOTAL, CUSTO FIXO TOTAL E CUSTO

VARIÁVEL TOTAL

Na teoria microeconômica, estuda-se a questão de prazo definida em

termos de existência ou não de fatores fixos de produção. Os fatores fixos de

produção são aqueles que permanecem inalterados, quando a produção varia,

enquanto que fatores de produção variáveis se alteram, com a variação na

quantidade produzida. Sendo que, o custo total (CT) é a soma do custo variável

total (CVT) com o custo fixo total (CFT), desta forma, o CT só varia com o CVT.

(VASCONCELLOS, 2000).

Segundo TURRA (1990), os principais componentes dos custos fixos são:

Depreciação: consiste numa reserva contábil destinada a gerar fundos para

a substituição do capital investido em bens produtivos de longa duração

(NORONHA, 1981). Na exploração intensiva de pastagens devem apresentar

custos relativos à depreciação: implantação de pastagens, cercas, bebedouros,

cochos de sal e equipamentos de irrigação, quando existirem.

Juros sobre o capital investido em fatores fixos de produção: representam

remuneração dos bens de produção de longa duração em função do custo de

oportunidade do capital, que é entendido como o seu valor no melhor uso

Page 22: A Importancia Do Administrador Rural

22

alternativo. Alem dos itens já citados como passíveis de depreciação, também

deve ser remunerado o capital investido em terra. Neste sentido, TURRA (1990)

apresenta diversos modelos de cálculos do custo de oportunidade do capital para

a terra e para os demais ativos fixos.

Mão-de-obra fixa: despesas efetuadas para remuneração de cálculo

proposta por FRANKE & DORFMAN (1998).

Seguros, taxas e impostos.

Os principais componentes dos custos variáveis incidentes sobre a

exploração pecuária são: manutenção de benfeitorias e equipamentos (cercas,

bebedouros, etc); compra de animais; despesas com insumos (fertilizantes,

operações mecanizadas, sal mineral, rações, medicamentos, vacinas e

vermífugos); energia elétrica, mão-de-obra temporária; e assistência técnica

(consultoria) (MAYA, 2003).

1.4.1 MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS E MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS

Na Figura 5, demonstra-se a simulação do custo de produção para

diferentes índices de produtividade (arrobas de carne/hectare/ano). Nota-se, que

inicialmente com níveis baixos de produtividade os CFT são maiores que os CVT,

isso se explica pelo fato da estrutura da unidade de produção em questão não

estar em pleno funcionamento, ou seja, abaixo da curva de possibilidade de

produção. Desta forma, os recursos não estão em pleno emprego. Porém, com o

aumento da utilização de recursos de produção (adoção tecnológica), as curvas

de CT e CVT crescem, inicialmente a taxas decrescentes, para depois crescer a

taxas crescentes. Isto significa que, dada certa instalação fixa no início, a resposta

produtiva ocorre em maiores proporções que a adoção tecnológica, além do que,

os CF se diluem rápido devido aos baixos índices de produtividade anteriores.

Contudo, o aumento de produção para níveis elevados faz com que os custos

crescem a taxas crescentes, pois a eficiência da utilização dos recursos segue

Page 23: A Importancia Do Administrador Rural

23

uma função quadrática, ou seja, ao chegar em determinado nível, tende a reduzir

os indicadores de produtividade. A partir desta informação, pode-se definir que,

em um sistema de produção deve ser avaliado até que ponto é vantajoso absorver

mais recursos produtivos para aumentar a produção, visto que a partir de

determinado momento, os custos médios ou unitários começam a elevar-se e não

mais justificam tais investimentos (VASCONCELLOS, 2000).

R$ 0,00

R$ 100,00

R$ 200,00

R$ 300,00

R$ 400,00

R$ 500,00

R$ 600,00

R$ 700,00

R$ 800,00

R$ 900,00

2@ 4@ 6@ 8@ 10@ 12@ 14@ 16@

Arroba s/hecta re/a no

Cus to fixo total Cus to variável total Cus to tota l

CT e CV T crescendo a taxas crescentes

CT e CV T crescendo a taxas decrescentes

Figura 5. Simulação da demonstração da função de custos totais para diferentes

índices de produtividade pecuária (arrobas/hectare/ano).

Para uma ilustração mais prática da utilização deste acompanhamento de

eficiência de utilização dos recursos de produção, podemos observar na Figura 6

as diferentes respostas de desempenho animal e eficiência de conversão de N,

para diferentes níveis de fertilizante nitrogenado (EUCLIDES FILHO et al., 1999;

CORRÊA 1999; TOSI, 1999; MAYA, 2003; AGUIAR et al., 2002).

Page 24: A Importancia Do Administrador Rural

24

725

1181

1420

15901672

820

14,50

2,983,894,44

8,20 5,91

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

50 100 200 320 430 533

Adubação nitrogenada em Kg

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

Desempenho animal (Kg/hectare/ano) Eficiência na conversão (Kg carne/Kg de N)

Figura 6. Desempenho animal em pastagem animal adubada com diferentes

níveis de fertilizante nitrogenado.

Fonte: Adaptado de JÚNIOR et al., (2004).

Observa-se de acordo com a Figura 6 que, o índice de conversão foi melhor

para a menor dosagens de N – fertilizante, obtendo-se uma conversão de 14 Kg

carne/kg N aplicado na dosagem de 50 Kg/hectare, desta forma, pode-se inferir

que com este nível de adubação temos o ponto de máxima eficiência técnica,

porém, não podemos afirmar que é o ponto de máxima eficiência econômica.

Neste contexto, a diminuição da conversão de N em carne observada, pode ser

explicada pelo fato de que os rendimentos de matéria seca (MS) para cada

unidade de nutriente disponível diminuem, à medida que o rendimento se

aproxima do potencial máximo de produção da planta (ARMITAGE et al., 1964).

Isto ocorre porque as perdas são proporcionais à dose aplicada e, além de

diminuir a recuperação e a eficiência no uso do nitrogênio, altas dosagens podem

trazer problemas de contaminação da água subterrânea pelo excesso de nitrato

(GRIFFITH et al., 1997).

Page 25: A Importancia Do Administrador Rural

25

Fica evidente que a utilização de adubação nitrogenada é de vital

importância para o aumento da produtividade tão requerida nos dias atuais, pois a

resposta de sua utilização demonstra excelentes resultados produtivos.

Entretanto, vale a pena destacar que se deve sempre buscar um ponto de

equilíbrio entre eficiência técnica e econômica. Neste contexto, embora o uso de

fertilizantes nitrogenados seja uma maneira efetiva de repor o N no sistema e,

potencialmente, garantir a sustentabilidade do sistema de produção, sua adoção

pelos pecuaristas ainda é limitada. Dentre as razões para a baixa adoção desta

tecnologia, atribui-se esse fato à cultura do pecuarista de não aplicar fertilizantes

em pastagens, e à expectativa de baixa lucratividade, principalmente nos sistemas

extensivos de produção (JÚNIOR et al., 2004). Entretanto, estudos mostram a

viabilidade econômica da adubação nitrogenada em pastagens tropicais (LUGÃO,

2001).

Segundo RESTLE et al., (1999), a adubação nitrogenada representou

41,77% da composição dos custos para implantação e uso da pastagem de aveia

preta mais azevém. No entanto, ao utilizar uma mistura de triticale e azevém,

SOARES (1999) cita que a adubação nitrogenada representou 39,86% do custo

total da pastagem. Com base nessas informações e utilizando os índices de

produtividade demonstrados acima, o estudo da eficiência do uso deste nutriente

em pastagem é de extrema importância, uma vez que se trata do elemento mais

exigido pelas plantas em quantidade, entretanto, é um nutriente de custo elevado

quando usado na forma de fertilizante químico.

De acordo com vários autores os aumentos de produtividade acarretam

diluição dos custos fixos médios (CFM). Portanto, fica evidente na Figura 7 essa

diluição, retratando a importância dos aumentos de produtividade, e do

conhecimento das funções produção e custo, pois de acordo com a escala de

produção observamos uma variação no comportamento das curvas de custos, e

no caso de propriedades que trabalham com grande escala produtiva, pequenos

ajustes podem representar um grande diferencial no resultado final da atividade.

Nesta ótica, observa-se que o CFM diminuiu 700% quando a produção passou de

duas arrobas para 16 arrobas/hectare/ano, passando de R$ 35,00 para R$ 4,38

Page 26: A Importancia Do Administrador Rural

26

por arroba produzida, respectivamente. Entretanto, o custo total médio (CTM) por

arroba produzida diminui em uma proporção menor, ou seja, 17,78%. Isto se deve

ao fato do aumento do custo variável médio (CVM) na ordem de 40,96%. Fica

evidente também que, de acordo com a intensificação da produção o CFM tende a

zero e o CVM aproxima-se do CTM, entretanto, deve ficar claro que nem sempre o

CTM mínimo é o ponto de maior resposta econômica de um sistema de produção,

pois de acordo com a escala de produção, o aumento de volume produzido pode

compensar os gastos adicionais.

R$ 65,00

R$ 17,50

R$ 11,67R$ 8,75 R$ 7,00 R$ 5,83

R$ 5,00 R$ 4,38

R$ 35,00

R$ 50,81

R$ 55,19R$ 52,50R$ 50,67R$ 48,90R$ 46,88R$ 50,50R$ 55,25

R$ 36,00

R$ 41,00R$ 45,50

R$ 74,00

R$ 0,00

R$ 10,00

R$ 20,00

R$ 30,00

R$ 40,00

R$ 50,00

R$ 60,00

R$ 70,00

R$ 80,00

2@ 4@ 6@ 8@ 10@ 12@ 14@ 16@

Produtividade de carne, hectare, ano

Custo fixo médio Custo variável médio Custo total médio Custo marginal

Figura 7. Demonstração dos custos médios e custo marginal de acordo com os

níveis de produtividade.

1.4.2 CONCEITO DE CUSTO MARGINAL

Diferentemente dos custos médios, os custos marginais (CM) referem-se às

variações do custo, quando se altera a produção. Portanto, o CM é o valor de

produzir uma unidade extra, ou seja, não são influenciados pelo CF, que são

invariáveis no curto prazo. Também de acordo com a Figura 7, observa-se que

Page 27: A Importancia Do Administrador Rural

27

com o nível de produção no momento inicial (duas arrobas/hectare/ano) o CM é

igual a zero, pois não se tem variação na produtividade. No entanto, ao

acompanhar a tendência da curva verde na Figura 7, observa-se que este custo

tem uma orientação semelhante à curva de CTM.

Na Figura 8, demonstra-se a simulação de um sistema de produção de

carne, utilizando os mesmos dados da Figura 7, porém, trabalhando com a regra

de maximização de lucro de uma empresa, ou seja, momento em que os CM se

equivalem às receitas marginais (RM). Foi considerado no exemplo simulado que

para o cálculo das receitas (preço de venda da arroba X quantidade produzida), o

mesmo preço de venda independe do volume produzido, mesmo que se verifique

em alguns casos o pagamento diferenciado por volume, entretanto, na atualidade,

tem se dado mais importância a qualidade do que a escala de produção de

maneira isolada, por isso a utilização do mesmo valor da arroba do boi gordo,

independentemente da quantidade produzida.

Fica evidente que, a resposta econômica ótima do sistema pode ser

determinada a partir do acompanhamento das curvas de custos marginais.

Conforme observado na Figura 8, o ponto de maximização do resultado estimado

acontece com produtividade média de 12 arrobas/hectare/ano, pois é neste nível

de produção que encontramos o CM e a RM mais próximos, com valores de R$

59,50 e R$ 60,00, respectivamente. Entretanto, a principal critica por parte dos

pecuaristas é sobre os preços de comercialização da carne bovina, pois acreditam

que a única forma de aumentar suas receitas seja através da melhor remuneração

da arroba do boi gordo, uma vez que desconhecem esta função de maximização

de lucros, praticadas em empresas de diversos setores da economia. Porém, é

cabível salientar que os preços da arroba do boi gordo têm influência expressiva

na receita da atividade pecuária. Neste contexto, FERREIRA et al., (2005) ao

estudar a sensibilidade da margem bruta e dos custos do confinamento de

diferentes grupos genéticos, observaram que ao comparar os itens que compõem

os custos e as receitas de um sistema de confinamento, a margem bruta foi mais

sensível às variações no preço de compra de animais magros (42,70%) do que

para variações nos preços de venda da carne (38,60%), que apresentaram o

Page 28: A Importancia Do Administrador Rural

28

segundo maior impacto na margem bruta. Os preços de venda da carne, por sua

vez, causaram maior impacto na margem bruta do que os preços de milho e soja.

Sendo assim, esta informação é de extrema importância, principalmente para

confinadores de bovinos de corte, onde a busca pela compra estratégica de bois

magros a preços atraentes pode viabilizar o sistema de terminação de bovinos.

0,00

36,0041,00

45,50

57,0059,50

63,50

74,00

R$ 77,00

R$ 105,00R$ 112,00

R$ 111,00R$ 105,00

R$ 19,00

-R$ 10,00

R$ 57,00

R$ 0,00

R$ 10,00

R$ 20,00

R$ 30,00

R$ 40,00

R$ 50,00

R$ 60,00

R$ 70,00

R$ 80,00

2@ 4@ 6@ 8@ 10@ 12@ 14@ 16@-R$ 20,00

R$ 0,00

R$ 20,00

R$ 40,00

R$ 60,00

R$ 80,00

R$ 100,00

R$ 120,00

Arrobas/hectare/ano

Preço de venda Custo marginal Receita líquida total

Figura 8. Simulação do ponto em que a receita líquida e o índice de produtividade

maximizam o lucro.

1.5 ANÁLISE ECONÔMICA DE PROJETOS AGRÍCOLAS

Toda produtividade agropecuária deve passar por um teste econômico,

para verificar se a tecnologia ou o sistema de manejo empregado está acarretando

custos compensadores de produção (GUIMARÃES, 2003). Neste contexto, a

análise econômica possibilita a demonstração da receita obtida na atividade

produtiva, incluindo, em alguns casos, os riscos, com o intuito de verificar como os

Page 29: A Importancia Do Administrador Rural

29

recursos empregados no processo produtivo estão sendo remunerados e como

está a rentabilidade da atividade comparada a outras alternativas de emprego de

capital (REIS, 2002).

De acordo com CALDAS (1991) e citado por (BUARQUE, 1991), o projeto

é um conjunto ordenado de antecedentes, pesquisas, suposições e conclusões,

que permitem avaliar a conveniência ou não de destinar fatores e recursos para o

estabelecimento de uma unidade de produção determinada. A realização do

projeto, desde a idéia inicial até o seu funcionamento como uma unidade de

produção, é um processo contínuo no tempo, através de sucessivas fases

(identificação da idéia, estudo de mercado, engenharia, etc), nas quais se

combinam considerações de caráter técnico, econômico e financeiro estudados

através de diferentes etapas.

O projeto começa com a idéia de investir uma certa quantidade de capital

na produção de um certo bem ou serviço. Essa idéia tem que ser desenvolvida por

um estudo que inclui várias etapas, inclusive a etapa final onde se estudam as

operações da execução do projeto. Basicamente, o processo de elaboração e

execução do projeto, ao longo do tempo, deve seguir cinco fases distintas: a

identificação da idéia, o estudo de previabilidade, o estudo de viabilidade, o

detalhamento da engenharia e a execução. As três primeiras fases são as que

interessam no quadro de um estudo de projeto (BUARQUE, 1991).

Durante a fase de identificação, os projetistas devem caracterizar, em forma

preliminar, a concepção da idéia, dando base para identificar se a mesma justifica

ser estudada ou não. Caso haja uma recomendação no sentido de que a idéia

deve ser estudada, os projetistas devem aprofundar a mesma, realizando um

estudo de previabilidade, durante o qual é elaborado um projeto preliminar, com

base em dados não necessariamente definitivos ou completos. Sendo que,

somente nos casos em que essa previabilidade justifique investir no estudo

definitivo, é que se deve partir para a elaboração do estudo de viabilidade

(BUARQUE, 1991).

Para cada uma dessas fases o estudo deve realizar cada uma das etapas

que compõe o projeto. Embora a estrutura e a apresentação definitivas dependam

Page 30: A Importancia Do Administrador Rural

30

do grupo de elaboradores, o projeto e cada fase devem conter pelo menos, as

seguintes etapas básicas: um estudo de mercado, de tamanho e localização, a

engenharia, uma análise de custos e receitas e uma avaliação do mérito do

projeto.

De acordo com a Figura 9 abaixo, a seqüência a ser seguida deve ser

aproximadamente a seguinte:

Começa-se por caracterizar preliminarmente o produto numa

macrolocalização provisória; inicia-se assim um estudo de mercado superficial, a

partir do qual se podem determinar dados gerais da procura potencial.

Com esses dados provisórios, a engenharia pode iniciar seus estudos a fim

de permitir o conhecimento do nível de custos, a localização e o tamanho.

Determinam-se assim, de forma ainda preliminar, os custos e receitas, a

estrutura do financiamento e a rentabilidade da empresa.

Conhecida a rentabilidade provisória, suspende-se o estudo se ela não

satisfaz, ou realiza-se outra volta espiral até chegar a um grau de profundidade

suficiente e uma forma de apresentação compreensível.

Pode-se verificar que:

Os diversos temas são estudados sucessivamente em diferentes graus de

profundidade.

As informações obtidas no estudo de uma etapa transmitem-se a outra

etapa, na seqüência da trajetória da espiral.

Cada arco percorrido corresponde a um grau mais elevado de profundidade

no estudo.

Após cada volta completa da espiral, as etapas voltam a alimentar-se das

informações obtidas das outras.

Para fazer uma volta na espiral, tem-se que realizar um custo adicional na

preparação ou avaliação, ao mesmo tempo em que se obtém um aumento do grau

de confiança do projeto.

Page 31: A Importancia Do Administrador Rural

31

Figura 9. Fases e etapas a serem desenvolvidas durante o estudo de um projeto.

Fonte: Adaptado de BUARQUE (1991).

Na preparação de um projeto, é necessário decidir a cada momento se é

conveniente gastar mais tempo, esforço e dinheiro em reunir antecedentes mais

completos e realizar estudos refinados. Para isto é necessário confrontar o custo

adicional com o objetivo real de um estudo mais aprofundado: reduzir as

incertezas do empreendimento. Não há nenhum critério que permita saber

exatamente até onde deve chegar a profundidade do estudo de um projeto. Em

geral, o básico a considerar é que o custo do estudo de projeto deve sempre

representar uma pequena parte do total dos investimentos. Sendo que para

compensar os riscos sem grande custo, em vez de aprofundar o estudo com

grande custo adicional, é melhor considerar para cada variável valores

conservadores desfavoráveis à rentabilidade do projeto (BUARQUE, 1991).

Durante a preparação do projeto, as diversas etapas relacionam-se de uma

maneira dinâmica que permite com que uma influa sobre as outras. Por exemplo,

Page 32: A Importancia Do Administrador Rural

32

a identificação do produto leva ao estudo de mercado e este pode influir na etapa

anterior, pela sugestão de novos produtos; o estudo de mercado deve levar ao

tamanho e este último define a engenharia (processo de produção e

equipamentos). Mas a engenharia pode também produzir modificações nas etapas

anteriores, pois pode originar subprodutos e pedir complementações ao estudo de

mercado ou ainda influir na definição do tamanho, da localização, etc. Portanto, a

realização do estudo de projeto deve ser uma tarefa interdisciplinar e de equipe.

Na realidade, não é possível afirmar, de forma definitiva, que uma etapa do projeto

deve vir antes das outras. As etapas de um projeto não podem ser realizadas

isoladamente e ser justapostas por um coordenador, o estudo de projetos é um

trabalho de aproximações sucessivas até à redação final (BUARQUE, 1991).

1.5.1 ETAPAS

1.5.1.1 O ESTUDO DE MERCADO

A finalidade básica do estudo de mercado é estimar em que quantidade, a

que preço e quem comprará o produto a ser produzido pela unidade de produção

em estudo. Das respostas a estas perguntas dependem todas as etapas

seguintes: as formas de comercialização, o tamanho, a localização, a engenharia,

o programa de produção, as receitas, etc.

Para se obter as respostas às perguntas acima levantadas devem ser

considerados os seguintes aspectos:

Quem comprará o produto: compreende a definição da área geográfica

onde se situam os compradores, a situação econômica, a faixa etária e demais

características dos potenciais consumidores.

Por qual preço: o estudo de mercado deve determinar por qual preço o

produto pode ser vendido, de acordo com a concorrência e com as quantidades

passíveis de serem produzidas.

Page 33: A Importancia Do Administrador Rural

33

Quanto comprará: a resposta a esta pergunta exige o conhecimento da

procura do produto por parte dos consumidores e da oferta da concorrência que

produz bens similares ou substitutos.

A importância do estudo de mercado: além de ser uma etapa determinante,

o mercado tem uma importância particular pela quase impossibilidade de ser

corrigido, depois que o projeto for executado. Dentro de certos limites, os erros em

outras etapas, como por exemplo, no dimensionamento do investimento ou na

engenharia, corrigem-se por um aumento do capital ou mudança de

equipamentos, respectivamente. Porém, o erro de mercado pode ser crítico para o

funcionamento da empresa, se o estudo projeta uma procura superior à realidade.

No caso de projetar uma procura bastante inferior, o estudo de mercado será

responsável por uma redução do lucro possível, caso fosse utilizada uma maior

escala de produção.

1.5.1.2 A ENGENHARIA

Os objetivos da engenharia são basicamente dois:

Determinar o processo de produção, os equipamentos e instalações.

Tornar possível o cálculo dos custos de investimentos e de operação.

Estas funções proporcionam ainda informações para outras etapas, como

por exemplo:

Reorientar o estudo de mercado, indicando outros tipos de produtos que

podem ser produzidos com as mesmas instalações;

Orientar as decisões sobre tamanho e localização da unidade de produção;

Orientar o esquema de financiamento, com a informação de tempo

necessário para a execução e o funcionamento das instalações;

Page 34: A Importancia Do Administrador Rural

34

Definir o tipo de mão-de-obra requerida e os serviços auxiliares

necessários.

Figura 10. Participação da engenharia no ciclo de decisões de um projeto.

Fonte: Adaptado de BUARQUE (1991).

Page 35: A Importancia Do Administrador Rural

35

Para que uma opção de engenharia seja aprovada é necessário que, os

cálculos indiquem que a receita é superior aos custos e que o lucro (R – C)

dividido pelos investimentos (I) seja o maior valor possível.

1.5.1.3 TAMANHO E LOCALIZAÇÃO

Por tamanho entende-se a capacidade de produção que deve ter a unidade

de produção. Sendo que, a determinação do tamanho depende de duas funções,

quase sempre contraditórias: a capacidade mínima dos equipamentos e a

potencialidade do mercado. O tamanho vincula-se especialmente com:

O estudo de mercado;

A engenharia;

Os custos de produção.

Capacidade mínima dos

equipamentos

TAMANHO Potencialidade do

mercado

Figura 11. Fatores impactantes para determinação do tamanho da unidade de

produção.

Fonte: Adaptado de BUARQUE (1991).

1.5.1.4 INVESTIMENTOS, RECEITAS E CUSTOS OPERACIONAIS

O projeto é formado por um fluxo físico, onde alguns insumos são

transformados em produtos novos. Esses fluxos físicos têm necessariamente uma

contrapartida financeira, onde aos insumos comprados e às máquinas usadas

correspondem os dispêndios monetários, e aos produtos que são produzidos

correspondem as entradas de dinheiro. Às saídas chamam-se custos e às

entradas chamam-se receitas. Há dois tipos de custos: aqueles que são realizados

Page 36: A Importancia Do Administrador Rural

36

antes que a empresa comece a funcionar são os investimentos; e aqueles que se

repetem, a cada período de tempo considerado – um ano, por exemplo – são os

custos operacionais (BUARQUE, 1991).

INVESTIMENTOS

O objetivo da etapa de investimentos é determinar as necessidades de

recursos financeiros para executar o projeto, a fim de garantir o seu

funcionamento inicial. A determinação dos investimentos representa a valorização

dos elementos calculados em outras partes do estudo. Pode-se dividir os

investimentos em dois grupos: investimentos fixos e investimentos circulantes. Os

investimentos fixos dependem do nível efetivo de produção projetado, e são

calculados simplesmente a partir de dados definidos pela engenharia. Já os

investimentos circulantes dependem do nível efetivo de produção da empresa, e

seu cálculo exige o conhecimento dos recursos financeiros necessários para pôr

em funcionamento a unidade de produção, garantir o seu funcionamento sem risco

de escassez de insumos, nem de liquidez, necessários para todas as suas

atividades (BUARQUE, 1991).

RECEITAS

Se a rentabilidade do projeto é o que determina a sua viabilidade, o cálculo

das receitas e dos custos é o ponto fundamental do estudo do projeto, pois a

rentabilidade é uma função direta dessas duas partes, ou seja, (R - C) / I.

O cálculo das receitas depende diretamente do programa de produção, isto

é, da previsão de quanto será produzido e vendido pela unidade de produção,

assim como dos preços que terão os produtos no mercado. Sendo que para

determinar as quantidades e os preços dos produtos, o cálculo da receita utiliza os

dados do estudo de mercado.

Page 37: A Importancia Do Administrador Rural

37

CUSTOS OPERACIONAIS

O cálculo dos custos operacionais é uma das mais importantes e

detalhadas etapas do projeto. A estrutura destes depende de todas as outras

etapas e ao mesmo tempo tem influência sobre muitas dessas partes. Por

exemplo: o cálculo de custos depende da estrutura de financiamento dos

investimentos, e esta depende do capital de trabalho que, por sua vez, depende

também do total dos custos. Entretanto, não será discutido aqui sobre a estrutura

e composição dos custos, devido aos comentários anteriores sobre este assunto.

1.6 INDICADORES FINANCEIROS UTILIZADOS

Inúmeros indicadores de avaliação econômica têm sido utilizados com o

objetivo de comparar os resultados obtidos em sistemas de produção

agropecuários. Todos apresentam vantagens e limitações, sendo que cada índice

pode ser utilizado para determinada finalidade do ponto de vista da administração

financeira, o que faz com que, para melhores resultados, deva-se efetuar o exame

conjunto de diferentes indicadores (NORONHA, 1981; AZEVEDO FILHO, 1988).

A taxa de retorno sobre o ativo, também conhecida com taxa de retorno

contábil, taxa de retorno simples ou retorno sobre o investimento, é definida como

a razão entre a receita líquida e o capital investido (NORONHA,1981; ROSS et al.,

1998). Do ponto de vista prático fornece a quantidade de vezes que o lucro líquido

cobre por ano o investimento realizado (HIRSCHFELD, 1993). Suas vantagens

advêm da facilidade de cálculo, da possibilidade de comparação entre

empreendimentos e entre anos e do uso generalizado na atividade agropecuária.

Suas limitações por sua vez, são relacionadas à não consideração do valor do

dinheiro no tempo e à impossibilidade de comparações com o custo de

oportunidade do capital (NORONHA, 1981; MATTOS, 1999).

O valor presente líquido é calculado pela Eq. 1. gerado com base no fluxo

de caixa de um empreendimento, é entendido com a diferença entre o valor de

Page 38: A Importancia Do Administrador Rural

38

mercado de um investimento e seu custo, levando em consideração os custos de

oportunidade do capital (ROSS et al., 1998). Por considerar o valor do dinheiro no

tempo, permite a comparação direta com outras alternativas de uso do capital

(BOEHLJE & EIDMAN, 1984). Como desvantagens apresenta a sensibilidade com

relação à duração do projeto e à taxa de desconto, além da dificuldade de

interpretação.

Onde:

Bi: fluxo de benefícios;

Ci: fluxo de custos;

j: taxa de juros considerada;

n: número de períodos do projeto.

A taxa interna de retorno é a taxa de desconto que zera o valor presente

líquido de uma série de fluxos de caixa (Eq. 2). É um indicador especialmente útil

quando se fazem investimentos iniciais elevados e que contribuem para a

produção por vários períodos de tempo, como é comum em empreendimentos

pecuários. Apresenta como vantagem principal permitir a comparação direta com

o custo do capital ou com alternativas de aplicação no mercado financeiro, além

de ser independente de informações exógenas para seu cálculo (NORONHA,

1981; BOEHLJE & EIDMAN, 1984; AZEVEDO FILHO, 1988).

Onde:

j: taxa de desconto;

Bi: fluxo de benefícios;

Ci: fluxo de custos;

Page 39: A Importancia Do Administrador Rural

39

n: número de períodos do projeto.

1.7 O RISCO NA ATIVIDADE PECUÁRIA

Embora a determinação dos indicadores de viabilidade seja de vital

importância para a avaliação econômica de investimentos, é inegável que esses

sempre estão sujeitos a incertezas que podem alterar o resultado econômico final

previsto. KNIGHT (1972) caracterizou as situações de tomada de decisão em

situações de risco e incerteza. Nas de risco, o tomador de decisão conheceria

tanto as respostas possíveis de serem obtidas, quanto às probabilidades de

ocorrência de cada uma delas, enquanto nas de incerteza o tomador de decisão

teria pouca informação a cerca dessas variáveis.

BOEHLJE & EIDMAN (1984) dividem os riscos envolvidos na atividade

pecuária em duas classes: risco de negócio e risco financeiro. Os riscos de

negócio são definidos como as incertezas existentes em um empreendimento

independente da forma como esse é financiado, enquanto os riscos financeiros

estão associados à variação no resultado econômico resultante das possibilidades

existentes para o seu financiamento.

Quanto aos riscos de negócio, as maiores fontes de variação no resultado

econômico são os riscos de preços e riscos de produção. Todos os fatores que

acarretam numa imprevisibilidade na oferta e demanda dos insumos e dos

produtos finais, causando conseqüente variação nos seus valores monetários, são

fontes de risco de preços. As variações no nível de produção resultantes de

fatores não controláveis, como clima, pragas e variações genéticas são fontes de

risco de produção.

Deve ser levado em conta que o risco está presente em quase todas as

atividades agrícolas e que o empresário, de forma intuitiva, considera-o em suas

tomadas de decisão (MOUTINHO et al., 1978). Entretanto, o pecuarista nunca tem

o conhecimento completo da relação entre os fatores de produção e a

produtividade, além do que, outros elementos que afetam o orçamento possuem

Page 40: A Importancia Do Administrador Rural

40

probabilidade de variarem, como por exemplo, os preços dos insumos e produtos.

Porém, é difícil de prever a que níveis estarão os preços um ano ou vários anos

mais tarde (PONCIANO et al., 2004). Assim, análises de risco são instrumentos

imprescindíveis na avaliação econômica, possibilitando uma estimativa numérica

dos riscos envolvidos numa modalidade de exploração. Desta forma, é um

procedimento que pode proporcionar, tanto aos economistas como aos

pesquisadores, a melhor alternativa de produção a ser oferecida aos

agropecuaristas (AMBROSI & FONTANELI, 1994).

1.7.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Dentre as alternativas de análise de risco, a análise de sensibilidade

consiste em medir em que magnitude uma alteração prefixada em um ou mais

fatores do projeto altera o resultado final. Esse procedimento permite avaliar de

que forma as alterações de cada uma das variáveis do projeto podem influenciar

na rentabilidade dos resultados esperados (BUARQUE, 1991).

O procedimento básico para se fazer uma análise de sensibilidade consiste

em escolher o indicador a sensibilizar; determinar sua expressão em função dos

parâmetros e variáveis escolhidos; por meio de um programa de computação

obtêm-se os resultados a partir da introdução dos valores dos parâmetros na

expressão; faz-se a simulação mediante variações num ou mais parâmetros e

verifica-se de que forma e em que proporções essas variáveis afetam os

resultados finais em termos de probabilidade (PONCIANO et al., 2004).

De modo geral, ao realizar a análise de sensibilidade procura-se modificar

apenas uma variável de cada vez, deixando as demais nos níveis originais. Com

isto, naturalmente, pressupõe-se que cada variável afeta o resultado do projeto

independentemente das demais. No entanto, quando for observado que duas

variáveis estão correlacionadas positivamente deve-se examinar o efeito total das

duas. Outra característica interessante da análise de sensibilidade, é que a

mesma serve para alertar o analista sobre a necessidade de estudar mais

Page 41: A Importancia Do Administrador Rural

41

detalhadamente determinadas variáveis. Por exemplo, se determinado projeto é

muito sensível a certa variável, se faz necessário uma análise mais aprofundada

sobre as estimativas de utilização da mesma.

Outra possibilidade no uso da análise de sensibilidade é a da determinação

do ponto crítico para as determinadas variáveis, que é o valor da variável

independente que modifica a decisão de investir num dado fator. (NORONHA,

1981). Segundo (EUCLIDES et al., 2001) a análise de sensibilidade é um método

rápido e conveniente de determinar o impacto aproximado que a alteração de uma

ou mais variáveis tem no resultado econômico, daí a sua freqüente escolha como

método de análise de risco na avaliação da atividade pecuária. Contudo, a

indicação pura e simples de que um empreendimento é ou não sensível a certas

variáveis é de pouca importância quando não se conhece a probabilidade de

ocorrência de cada valor analisado de uma dada variável. Nesse sentido, técnicas

de simulação devem se utilizadas na análise de risco quando se pretende dar um

tratamento mais elaborado à análise de um investimento (NOGUEIRA, 1987).

1.7.2 SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO

O uso de técnicas de simulação objetiva obter uma representação realista

da resposta de um sistema a uma dada variável. Essa variável pode apresentar

ocorrência determinística ou estocástica, o que implicará no uso de diferentes

técnicas de simulação. Nas simulações através de modelos determinísticos, o

resultado final depende apenas dos parâmetros de entrada, assumindo assim

apenas um valor. Nas simulações através de modelos estocásticos, são

introduzidos variáveis aleatórias, de modo que o resultado final é diferente a cada

simulação, não se verificando apenas um valor, mas uma distribuição de

freqüência (FRIZZONE, 1999).

Para avaliação desse risco, a técnica da simulação de Monte Carlo vem

sendo largamente empregada. Exemplos de utilização dessa técnica para a

abordagem do risco em atividades agrícolas podem ser encontrados em diversos

Page 42: A Importancia Do Administrador Rural

42

trabalhos, como os de ALMEIDA et al. (1985), SHIROTA et al. (1987), NORONHA

& LATAPIA (1988), BISERRA (1994) e ARAÚJO & MARQUES (1997). Segundo

NORONHA (1987), a simulação de Monte Carlo é, dentre os métodos que utilizam

probabilidade na análise dos riscos, o mais simples e prático, além de apresentar

custo razoavelmente baixo. Dada a impossibilidade de se estudar a distribuição de

probabilidade de todas as variáveis componentes nos sistemas, a melhor

alternativa consiste em identificar, pela análise de sensibilidade, os componentes

que apresentaram maior efeito sobre o resultado financeiro de cada sistema

avaliado e, a partir daí, realizar a simulação de Monte Carlo. Sendo que, a adoção

da distribuição triangular, que consiste em definir os preços médios, mínimos e

máximos do item analisado, ocorrido durante um período determinado, pode

auxiliar na execução da técnica de simulação. Tal distribuição é de extrema

importância quando não se dispõe de conhecimento suficiente sobre o

comportamento dos preços das variáveis na região.

De acordo com NORONHA (1987), a seqüência de cálculos para a

realização da simulação de Monte Carlo é a seguinte: (1) Identificar a distribuição

de probabilidade de cada uma das variáveis relevantes do fluxo de caixa do

projeto; (2) Selecionar ao acaso um valor de cada variável, a partir de sua

distribuição de probabilidade; (3) Calcular o valor do indicador de escolha cada

vez que for feito o sorteio indicado no item 2; (4) Repetir o processo até que se

obtenha uma confirmação adequada da distribuição de freqüência do indicador de

escolha. Essa distribuição servirá de base para a tomada de decisão

Page 43: A Importancia Do Administrador Rural

43

2.0 PANORAMA DO MERCADO DA CARNE BOVINA

2.1 INTRODUÇÃO

O ano de 2006 ficou marcado por uma das piores crises da história da

pecuária de corte brasileira. Os preços da arroba do boi gordo chegaram ao seu

pior nível nos últimos 50 anos e, com o aumento dos custos de produção

acumulados nos últimos três anos, a atividade apresentou significativa perda de

rentabilidade. De acordo com os dados preliminares do IBGE (2007) o abate de

fêmeas alcançou até setembro de 2006, 38,17% do total de bovinos abatidos, o

maior nível dos últimos dez anos. A proporção do abate de fêmeas foi um fator

que contribuiu para agravar ainda mais a crise, pressionando para baixo os preços

da arroba bovina.

Os preços da arroba do boi gordo medidos pelo indicador ESALQ/BM&F,

chegaram a R$ 48,25 a vista em valores nominais, em maio de 2006. A partir de

então, inicio-se um processo de recuperação, que chegou a um acréscimo de

aproximadamente 31,00% em outubro, comparado a maio de 2006, alcançando

valor médio de R$ 63,15 a arroba. Entretanto, a partir daí os preços voltaram à

tendência de queda, em conseqüência da oferta de animais confinados, ao início

do período de chuvas e a um eventual boato da rede de frigoríficos sobre

dificuldades de repasse do aumento de preços para o mercado externo.

Além da queda dos preços pagos pela arroba do boi gordo, a pecuária de

corte brasileira enfrentou também a elevação de 6,61% dos custos operacionais

efetivos, de janeiro a outubro de 2006, na média dos nove estados que compõem

os indicadores pecuários da CNA, elaborados em parceria com o CEPEA. Desta

forma, com os valores médios da arroba do boi gordo deprimidos associado aos

crescentes custos de produção e, pressionados pelo avanço principalmente do

cultivo de cana-de-açúcar, mais uma vez os pecuaristas prolongaram o sonho de

virada de ciclo e a expectativa de retorno da atratividade da atividade.

Page 44: A Importancia Do Administrador Rural

44

2.2 PECUÁRIA DE CORTE EM NÚMEROS

O Brasil encerrou o ano de 2006 com uma produção de aproximadamente

8,9 milhões de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça, com cerca de

44 milhões de cabeças abatidas, o que representa uma taxa de abate de 21,7%.

No entanto, observa-se de acordo com a Tabela 1 que ao longo dos últimos anos

o consumo per capita encontra-se estagnado e, estima-se um aumento tímido no

consumo de carne bovina por habitante ano para 2007 de apenas 0,2%, que

deverá situar-se em 36,7 quilos por habitante, em conseqüência do aumento da

oferta e, conseqüentemente, da queda dos preços da carne bovina aos

consumidores. No tangente produção, ressalta-se um crescimento decrescente ao

longo dos anos, ou seja, estima-se um crescimento da produção para o ano de

2007 de 1,2% em relação a 2006, enquanto que no período de 2003-2004

observou-se uma variação positiva de 4,6%. Esse crescimento desacelerado pode

ser explicado pelo momento vivenciado na atividade pecuária, com custos

elevados, preços reduzidos e aumento acumulado na taxa de abate de fêmeas

que começa a repercutir no número de oferta de bezerros.

Quanto aos volumes exportados, fica evidente na Tabela 1 que o ano de

2006 apresentou um crescimento de 11,45% em relação ao mesmo período do

ano anterior, alcançando 1,597 milhão de toneladas em equivalente carcaça

(ABIEC, 2007). Em valores, as exportações cresceram 28,68% no mesmo

período, com receita de US$ 3,993 bilhões, incluindo as vendas de carne bovina in

natura, industrializada e miudezas de bovinos (ABIEC, 2007). Apesar dos

embargos, o Brasil foi favorecido pelo crescimento dos preços de exportação e

pela redução das exportações de países concorrentes, como Argentina e União

Européia. Com isso, ampliou consideravelmente suas vendas para mercados da

África, Oriente Médio e Leste Europeu, como Egito, Irã, Arábia Saudita, Israel,

Bulgária e Romênia. A União Européia continua sendo o principal mercado de

exportação, responsável por 34% da receita das vendas de carne bovina. Em

seguida, a Rússia, com 20,67%, e o Egito, com 12,97% (ABIEC, 2007). Ao relatar

os números de importação, verifica-se uma pequena participação desta variável

Page 45: A Importancia Do Administrador Rural

45

no balanço comercial da pecuária nacional, onde do total importado, 70 a 75% é

referente a carne in natura e industrializada e 10% miúdos, oriundos

principalmente do Uruguai, Argentina e Paraguai.

Tabela 1. Balanço da pecuária de corte no período de 2000 a 2006.

Item 2002 2003 2004 2005 2006 2007*

Rebanho bovino (milhões) 179,2 189,1 197,8 202,7 204,7 207,2

Abate*** (milhões de cabeças) 35,52 37,64 41,41 43,1 44,36 45,00

Desfrute (%) 19,82 19,91 20,94 21,25 21,67 21,72

Produção de carne (mil.ton/ peso carcaça) 7.300 7.700 8.350 8.750 8.950 9.200

Consumo per capita (Kg/hab/ano/ peso carcaça) 36,6 36,4 36,4 36,2 36,6 36,7

Consumo interno (mil.ton/ peso carcaça) 6.394,7 6.462,9 6.548,9 6.601,6 6.780,0 6.880,0

Exportação (mil.ton/ peso carcaça) 614,14 851,82 1.047,4 1.432,60 1.596,97 2420,0

Importação (mil.ton/ peso carcaça) 63,7 52,2 44,4 42,7 23,02 100

* Estimativa; *** Inclui abate sonegado. Fonte: Secex/MDIC, ABIEC, Mapa, Embrapa, IBGE.

2.2.1 BOI GORDO, BEZERRO E RELAÇÃO DE TROCA

Após o ano de 2005 ser marcado por um deságio na arroba do boi gordo de

aproximadamente 13% de janeiro a dezembro, o ano de 2006 iniciou em forte

baixa e manteve-se neste patamar durante todo o primeiro semestre. No entanto,

a partir de julho observou-se um movimento altista chegando a valores de R$

63,15 no indicador ESALQ/BM&F e, em muitas praças, chegou a ser negociado a

R$ 67,00/arroba. No entanto, todos esperavam e confiavam na tal virada de ciclo,

sonhando com valores da arroba na casa dos R$ 70,00. Entretanto, isso não

ocorreu e em outubro, o mercado do boi iniciou uma queda e terminou o ano com

o valor médio da arroba segundo o indicador ESALQ/BM&F cotado a R$ 52,76,

valor este 3,24% inferior a média anual de 2005.

Esta queda no valor da arroba do boi gordo após a alta no inicio do

segundo semestre de 2006 pode ser explicada por vários fatores, entre eles: a

Page 46: A Importancia Do Administrador Rural

46

demanda interna estagnada, a concorrência do frango que não foi exportado e os

embargos à carne brasileira por causa da febre aftosa. Outro fato que auxiliou

para a manutenção dos preços foi o aumento das vendas a termo, opção de

seguro de preço feita diretamente entre o produtor e o frigorífico, garantindo a

escala de abate para os últimos.

Quanto às expectativas de preços para o ano de 2007, o mês de janeiro

terminou com média da arroba cotada a R$ 53,55 e, embora esteja abaixo da

média observada para os anos de 2003, 2004 e 2005 como observado na Figura

12, acumula alta de 8% em relação ao mesmo mês de 2006. Nesta ótica, outro

fato importante é a menor oferta de bezerros, que deixa o mercado mais enxuto e

faz com que os frigoríficos trabalhem com escalas curtas de abate. Esta situação

vem possibilitando a manutenção e elevação tímida dos preços da arroba,

propiciando a espera da alta no período da entressafra.

R$ 45,00

R$ 49,00

R$ 53,00

R$ 57,00

R$ 61,00

R$ 65,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 2004 2005 2006

Figura 12. Média mensal da arroba do boi gordo em valores nominais, de acordo

com o indicador ESALQ/BM&F.

O preço médio do bezerro em 2006 no Mato Grosso do Sul segundo o

indicador ESAL/BM&F fechou o ano de 2006 em R$ 357,17 em valores nominais,

valor este 0,03% superior ao ano de 2005, porém, 6,4% inferior ao ano de 2003.

Page 47: A Importancia Do Administrador Rural

47

Todavia, em janeiro de 2006 as cotações desta categoria ainda mostravam uma

tendência de queda advinda do ano anterior, conforme observado na Figura 13.

Entretanto, a diferença nos valores cotados entre 2005 e 2006 foram diminuindo e,

em maio, os valores de 2006 começaram a superar os preços do ano anterior.

Alguns fatores contribuíram para essa reação dos preços, podendo considerar um

leve aumento na procura associada a uma oferta reduzida pelo elevado abate de

matrizes. Outras análises sugerem que a demanda também subiu devido ao

retorno de produtores que haviam migrado para a agricultura e que, descontentes,

retornaram para a atividade pecuária.

R$ 330,00

R$ 340,00

R$ 350,00

R$ 360,00

R$ 370,00

R$ 380,00

R$ 390,00

R$ 400,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 2004 2005 2006

Figura 13. Média mensal do bezerro (8@) em valores nominais, de acordo com o

indicador ESALQ/BM&F.

Sobre as relações de troca tomando por base o indicador bezerro

ESALQ/BM&F para o Mato Grosso do Sul e boi gordo ESALQ/BM&F referente a

São Paulo, observou-se uma pequena perda da capacidade de troca dos

invernistas, uma vez que a relação de troca média para o ano fechou em 2,51

frente 2,60 para o ano anterior. De acordo com a Figura 14, observa-se que ao

Page 48: A Importancia Do Administrador Rural

48

levar em consideração as relações de troca históricas, o ano de 2004 foi o mais

favorável para o confinador, uma vez que, a arroba do boi gordo teve pouca

oscilação durante o ano e manteve-se em patamares altos, com média de R$

59,96. Em contra partida, o preço do bezerro não acompanhou essa tendência

altista e fechou o ano cotado a R$ 374,58. Fica evidente também de acordo com a

Figura 14 que, as piores relações de troca ocorreram durante os períodos de maio

e junho, para os anos de 2003 e 2006, respectivamente. Essa baixa relação de

troca pode ser explicada pelo fato de esta época ser marcada por uma valorização

do preço do bezerro associada a um momento de baixa na arroba do boi gordo, o

que acarretou essa inclinação atípica nas curvas de relação de troca.

2,20

2,30

2,40

2,50

2,60

2,70

2,80

2,90

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 2004 2005 2006

Figura 14. Relação de troca mensal baseado nos valores da ESALQ/BM&F para

os valores do bezerro e boi gordo, durante o período de 2003-2006.

Ao simular a relação de troca para São Paulo (SP), Campo Grande (CG),

Goiás (GO) e Triângulo Mineiro (TM), verifica-se de acordo com a Tabela 2 abaixo

que, somente em duas situações a relação ficou desejável pelo invernista, ou seja,

a aquisição de 2,50 bezerros com a venda de um boi gordo de 17 arrobas. Estas

situações aconteceram para quem vendeu animais terminados em SP e foi buscar

bezerros no TM (1: 2,48) e para os pecuaristas que venderam boi gordo e

Page 49: A Importancia Do Administrador Rural

49

compraram bezerros no próprio TM (1: 2,47). Dentre as 16 possibilidades

estudadas e visualizadas na mesma Tabela 2, somente em três delas as relações

estiveram acima do almejado. Todas aconteceram para quem buscou a compra de

bezerros na praça de GO, onde o bezerro tem ficado cotado abaixo das demais

praças pesquisadas por uma demanda menor. Sendo que, só não faria um bom

negócio neste local quem vendesse um boi gordo em CG, e aí fosse buscar

reposição (1: 2,29). Cabe salientar que, estas relações são um indicativo, não

considerando a distância do frete, capacidade de negociação e vários outros

fatores que podem influenciar na decisão do invernista.

Tabela 2. Relação de troca do boi gordo/bezerro em 16 praças brasileiras no ano

de 2006.

Compra bezerro em...

SP CG GO TM

SP 2,45 2,49 2,60 2,48

CG 2,25 2,29 2,38 2,27

GO 2,38 2,42 2,52 2,41

Ven

da d

e bo

i gor

do e

m...

TM 2,44 2,49 2,59 2,47

Fonte: CEPEA/ESALQ.

2.2.2 ABATE DE MATRIZES

Importante termômetro do ciclo pecuário, o abate de matrizes persistiu em

alta no ano de 2006, conforme dados do IBGE (2007) observados na Figura 15,

referentes à retrospectiva dos anos de 2001 a 2005, incluindo o acumulado do ano

de 2006 até setembro. Neste contexto, dados estimados indicam uma contribuição

Page 50: A Importancia Do Administrador Rural

50

de 38,17% de vacas no abate total brasileiro. Contudo, apesar deste crescimento

há uma redução em seu ritmo, pois ao longo do período de 2001 a 2006,

observou-se uma variação de 5,29%, 30,04%, 10,78%, 6,51% e 4,09% para o total

de matrizes abatidas. A razão para este comportamento está associado

principalmente aos preços do bezerro, que tem diminuído consideravelmente. No

entanto, o mercado sinaliza uma recuperação visto a diminuição da oferta de

bezerros, o que já resulta em elevação dos preços e que tende a estimular

investimentos e, conseqüentemente, a retenção de matrizes.

Ao analisar a flutuação de abate mensal, observa-se de acordo com a

Figura 15 que, as curvas de percentagem de abate ao longo dos anos segue um

mesmo padrão. Verifica-se, desta forma, uma maior concentração de abate de

matrizes no período de fevereiro a maio, que se justifica por ser esta época o

período pós-estação de monta, com conseqüente diagnóstico de gestação em

muitas propriedades e, descarte de vacas vazias. Fica evidente também que, no

período de julho a outubro, a proporção de matrizes abatidas diminuiu

consideravelmente, devido ao fato desta época ser a estação seca do ano para a

região centro-oeste. Portanto, nesta época a atividade pecuária desta região é

baseada em sistemas de confinamento de bovinos, o que acarreta um aumento

considerável na escala de abate desta categoria.

Page 51: A Importancia Do Administrador Rural

51

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2001 2002 2003 2004 2005 2006

38,2

34,4

36,6

31,1

22,7

23,9

Fonte: Pesquisa trimestral de abate inspecionado, IBGE, elaboração DBO, 2007.

Figura 15. Percentagem mensal de vacas abatidas no Brasil, no período de 2000 a

2006.

2.2.3 VARIAÇÃO NO PREÇO DE INSUMOS

Um assunto que esta na pauta da pecuária nacional relaciona-se ao fato de

se verificar aumentos constantes dos custos de produção associados à baixa

remuneração do produto carne. Estes fatores têm direcionado a atividade para

dois caminhos diferentes: de um lado a busca pela intensificação da produção

com o intuito de maximizar a eficiência econômica do sistema, e de outro, a

descapitalização de muitos produtores que acabam cedendo a pressão de

culturas, como a cana-de-açúcar. Neste contexto, se faz necessário à

demonstração pontual destes aumentos nos custos de produção a fim de

possibilitar a visualização das principais variáveis componentes deste custo, bem

como informar quais os insumos que se tem observado maior flutuação de preços.

Observa-se de acordo com a Figura 16 que dentre as variáveis analisadas

apenas a variável adubos e corretivos teve variação negativa (-1,80%) durante o

Page 52: A Importancia Do Administrador Rural

52

ano de 2006, em grande parte devido a menor demanda destes insumos pela

agricultura. No entanto, a maior elevação foi com a mão-de-obra (16,67%),

resultado do ajuste acima da inflação, porém, ressalta-se que haverá elevação do

salário mínimo em abril de 2007, o que vai acarretar um dispêndio ainda maior

para essa variável. Outra variável que merece destaque é o preço das vacinas,

que acumulou uma alta de 9,88%, justificada pela falta de concorrência aliada à

maior procura pela vacina de febre aftosa, como também pelas de carbúnculo,

clostridiose e brucelose.

-1,80%

4,84%

16,67%

6,21%

3,37%

1,24%

9,88%

0,34%1,61%1,02%

4,13%3,79%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

Variáveis

Diesel e lubrif icantes Adubos em geral Sementes forrageiras

Suplementação mineral Vacinas Controle parasitário

Insumos para reprodução Construção de cercas Construções em geral

Implementos agrícolas Compra de bezerros Mão-de-obra

Figura 16. Variações dos preços dos principais insumos da pecuária de corte de

janeiro a outubro de 2006, de acordo com a média ponderada para GO, MT, MS,

PA, RO, RS, MG, PR e SP.

Com relação à participação de cada variável no custo total da pecuária de

corte, observa-se na Figura 17 que dentre todas as variáveis, as que

apresentaram maior participação no ano de 2005 foram: compra de bezerros,

mão-de-obra, suplementação mineral, implementos agrícolas (máquinas e

serviços), diesel e lubrificantes, construções em geral, construção e manutenção

de cercas, adubos em geral, entre outros. Desta forma, estes indicadores devem

Page 53: A Importancia Do Administrador Rural

53

servir de informação para os pecuaristas, a fim de auxiliar no controle de custos,

pois distorções de preços em uma mesma proporção tem impactos diferentes no

resultado final de acordo com cada variável. Portanto, a compra estratégica dos

insumos de maior representatividade a preços atraentes ou mesmo a

maximização da utilização dos mesmos, pode auxiliar para a minimização dos

custos e conseqüentemente, propiciar um melhor resultado econômico.

22,78%23,35%

10,96%

0,65%

6,78%

1,09% 2,15%4,39%

6,86%

4,56%

1,63%

14,80%

Diesel e lubrif icantes Adubos em geral Sementes forrageiras

Suplementação mineral Vacinas Controle parasitário

Insumos para reprodução Construção de cercas Construções em geral

Implementos agrícolas Compra de bezerros Mão-de-obra

Figura 17. Demonstração das variáveis e suas contribuições para a formação do

custo total da pecuária de corte durante o ano de 2005, de acordo com a média

ponderada para GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR e SP.

Ao analisarmos as variações acumuladas dos preços dos principais

insumos da pecuária de corte durante o período de 2004-2006, observamos de

acordo com a Figura 18 um grande aumento dos custos produtivos. A mão-de-

obra foi a variável que acumulou o maior aumento (53,26%) e, devido ao fato da

mesma ser o segundo item de maior contribuição para a formação do COT, essa

variação acarreta grandes aumentos nos custos dos sistemas produtivos. Em

contra partida, a compra de bezerros que é a variável de maior influência no COT,

acumulou para esse mesmo período uma variação de preços negativa. No

Page 54: A Importancia Do Administrador Rural

54

entanto, devido a possível virada de ciclo, atualmente, os preços de

comercialização de bezerros já se encontram mais elevados, o que pode

comprometer ainda mais a rentabilidade da pecuária. Neste contexto, ao

simularmos as variações de preços acumuladas durante o período de 2004-2006

para a estrutura de custo de 2005, observamos que neste período o custo de

produção da pecuária nacional aumentou 24,73%. Associado a este fator, o preço

da arroba do boi gordo para o mesmo período (2004-2006) também acumula um

deságio de 12,00%. Portanto, de maneira geral, a pecuária de corte brasileira vive

um momento crítico, onde a atuação do governo com políticas agrícolas pontuais

se faz mais que necessário, bem como a busca de mercados que melhor

remunerem. Pois somente com uma mudança radical deste panorama é que se

alcançará uma remuneração justa pelo produto carne, possibilitando, desta forma,

maiores investimentos por parte dos pecuaristas na atividade.

30,89%

11,30%

10,30%

3,23%

1,55%

30,39%

21,22%

41,88%

53,26%

24,19%

19,03%

-3,75%

-10,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%

Diesel e lubrif icantes

Adubos em geral

Sementes forrageiras

Suplementação mineral

Vacinas

Controle parasitário

Insumos para reprodução

Construção de cercas

Construções em geral

Implementos agrícolas

Compra de bezerros

Mão-de-obra

Figura 18. Variações acumuladas dos preços dos principais insumos da pecuária

de corte durante o período de 2004-2006, de acordo com a média ponderada para

GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR e SP.

Page 55: A Importancia Do Administrador Rural

55

2.2.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA RENTABILIDADE DA

PECUÁRIA DE CORTE

No comparativo entre a rentabilidade da agropecuária e algumas aplicações

financeiras, apesar de a pecuária de corte estar andando para trás nos últimos

anos, os piores resultados de 2006 ficaram para as culturas de soja e milho, como

observado na Tabela 3. Fica evidente também que, os melhores resultados

observados na pecuária ficaram para as propriedades de recria e engorda com

aplicação de tecnologia (3,17%) e de ciclo completo com aplicação crescente de

tecnologia (1,56%). Sendo que essas atividades, além de mais produtivas, se

beneficiaram da queda dos preços de alguns produtos, em particular adubos e

corretivos, insumos bastante utilizados nas pastagens desse tipo de propriedade.

No entanto, os sistemas de ciclo completo e de cria com baixa tecnologia,

passaram seu segundo ano consecutivo com rentabilidade negativa. Porém, em

função de uma esperada melhora nos preços da pecuária para este ano, esses

indicadores podem melhorar significativamente. Entretanto, devido ao mercado

aquecido das culturas de soja e milho, o preço dos insumos deve subir, como

também dos grãos e farelos utilizados na suplementação animal. Portanto, o ano

de 2007 deve ser trabalhado com muita atenção, tanto no mercado como no

gerenciamento, pois devido às margens curtas, não há espaço para perdas,

ineficiências e desperdícios.

De acordo com a Tabela 3, visualiza-se que em todas as atividades

pecuárias analisadas, ocorreram quedas acentuadas na rentabilidade ao longo

dos anos. Outro ponto importante a ser salientado é a rentabilidade do

arrendamento em regiões de cana, que foi a atividade que obteve a melhor

remuneração em 2006. Portanto, isso justifica a adesão de pecuaristas a este

sistema, uma vez que, descapitalizados pelos sucessivos anos de baixos retornos,

não vislumbram possibilidades de maiores retornos na atividade pecuária do que

os alcançados neste sistema de arrendamento. Cabe salientar, que esses

indicadores observados na Tabela 3 demonstram uma análise geral dos sistemas

Page 56: A Importancia Do Administrador Rural

56

produtivos, no entanto, podem ser encontrados casos específicos que alcancem

melhores resultados, como é o caso de clientes da Boviplan Consultoria

Agropecuária, chegando a índices máximos de até 11,00% de rentabilidade para

sistemas de recria e engorda intensiva.

Tabela 3. Comparação entre os índices e resultados estimados com investimentos

financeiros e atividades agropecuárias em 2003, 2004, 2005 e 2006.

Índices/rentabilidade 2003 2004 2005 2006

Fundos de ações 89,66% 24,65% 44,65% 32,17%

Fundos de renda fixa 25,00% 11,83% 15,27% 12,94%

Poupança 11,10% 8,16% 9,18% 8,33%

Arrendamento em regiões de cana 7,47% 6,50% 5,50% 4,80%

Produção e fornecimento de cana 12,39% 4,73% 5,20% 3,96%

IGP-DI 7,67% 12,14% 1,23% 3,79%

Recria e engorda – com aplicação de tecnologia 9,20% 6,80% 6,11% 3,17%

Ciclo completo – com aplicação de tecnologia 5,80% 4,70% 2,50% 1,56%

Recria e engorda – baixa tecnologia 3,90% 4,20% 1,35% -0,03%

Ciclo completo – com aplicação crescente de tecnologia 1,80% 0,80% -0,24% -0,31%

Ciclo completo – baixa tecnologia 1,40% 1,50% 0,72% -1,23%

Cria – baixa tecnologia 0,56% 0,45% -2,89% -2,01%

Agricultura anual – soja e milho 13,31% 4,38% 3,80% -4,61%

Page 57: A Importancia Do Administrador Rural

57

3.0 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA EM UMA FAZENDA NO ESTADO DE MINAS GERAIS Este capítulo refere-se a uma propriedade real, localizada na cidade de

Uberaba – MG, onde durante a realização do estágio pude acompanhar o estudo

do projeto de viabilidade econômica, realizando as atividades abaixo citadas, o

que auxiliou na elaboração do projeto também detalhado abaixo.

Mapeamento da fazenda – GPS;

Mapeamento da fazenda – construção do mapa através do software

TopGrafh;

Coleta de amostras de solo;

Balanço patrimonial das estruturas encontradas na propriedade;

Acompanhamento da elaboração do projeto;

Discussão com o consultor responsável sobre as possibilidades de negócio;

Cotações de mercado referentes a máquinas, equipamentos e demais

insumos necessários para o desenvolvimento do projeto.

Page 58: A Importancia Do Administrador Rural

58

Tabela 4. Demonstração do uso de áreas de uma fazenda localizada em Uberaba – MG no ano de 2007 e o histórico de

recuperação e formação das mesmas em hectares, durante um horizonte de planejamento de 15 anos, ou seja, período

de 2007 a 2021.

CLASSIFICAÇÃO DO USO DE ÁREAS

Ano 0 2007 2008 2009 2010 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Pastagens extensivas 251,7 142 21 12 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Pastagens semi-intensivas 2,5 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0

Pastagens intensivas 0,0 105,9 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7 216,7

Sede/estradas 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8 3,8

Áreas de reserva 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5 90,5

Forrageira para corte 0,0 0,0 10,0 19,6 30,5 30,5 30,5 30,5 30,5 30,5 30,5 30,5 30,5

Área total 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5 348,5

HISTÓRICO DE FORMAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

Ano 0 2007 2008 2009 2010 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Recuperação de pastagens 0,0 98,3 24,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Formação de pastagens 0,0 7,6 86,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Forrageira para corte – cana 0,0 10,0 9,6 10,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Forrageira para corte – sorgo 0,0 17,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Reforma de canavial 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 9,6 10,9 0,0 0,0 10,0 9,6

Formação de sorgo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 9,6 10,9 0,0 0,0 10,0 9,6 10,9

Área total 0,0 132,9 120,4 10,9 0,0 10,0 19,6 20,5 10,9 0,0 10,0 19,6 20,5

Page 59: A Importancia Do Administrador Rural

59

Tabela 5. Resumo financeiro do fluxo de caixa do projeto e evolução patrimonial de uma fazenda localizada em Uberaba

– MG para o período de 2006 a 2021, em milhares de reais.

FLUXO DE CAIXA DO PROJETO

Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Investimentos 632,87 652,41 657,62 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Custeio anual 150,13 365,99 548,82 1.192,17 1.246,13 1.301,21 1.282,90 1.213,44 1.263,44 1.283,44 1.268,78 1.213,52 1.267.40 1.301,98 1.260,80

Receita anual 245,94 525,81 1.006,75 1.404,78 1.528,49 1.616,85 1.563,83 1.404,78 1.528,49 1.616,85 1.563,83 1.404,78 1.528,49 1.616,85 1.563,83

Receita líquida -537,06 -492,59 -199,69 212,61 282,36 315,64 280,94 191,34 265,04 332,92 295,05 191,26 261,09 314,87 303,03

Lucro líquido por hectare -1,5 -1,41 -0,57 0,61 0,81 0,91 0,81 0,55 0,76 0,96 0,85 0,55 0,75 0,90 0,87

EVOLUÇÃO PATRIMONIAL PARA O HORIZONTE DE PLANEJAMENTO DO PROJETO

Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Terra 3.484,70 3.554,39 3.625,48 3.697,99 3.771,95 3.847,39 3.924,34 4.002,82 4.082,88 4.164,54 4.247,83 4.332,79 4.419,44 4.507,83 4.597,99 4.689,95

Instalações 315,44 299,67 379,59 429,55 432,48 405,45 378,42 351,39 324,36 297,33 270,30 243,27 216,24 189,21 162,18 135,15

Máquinas e equipamentos 97,59 91,73 204,57 282,48 278,55 256,56 234,57 212,58 190,59 168,60 146,60 124,61 102,62 80,63 58,64 36,65

Rebanho 0,0 313,43 658,19 981,85 880,13 959,25 1.015,76 981,85 880,13 959,25 1.015,76 981,85 880,13 959,25 1.015,76 981,85

Total 3.897,73 4.259,22 4.867,83 5.391,88 5.363,11 5.468,65 5.553,09 5.548,65 5.477,96 5.589,72 5.680,50 5.682,53 5.618,44 5.736,92 5.834,57 5.843,60

Page 60: A Importancia Do Administrador Rural

60

Tabela 6. Resumo financeiro do fluxo de caixa acumulado do projeto de uma fazenda localizada em Uberaba – MG para

o período de 2006 a 2021, em reais.

Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fluxo líquido (R - C) 95.811,71 159.820,90 457.934,25 212.608,94 282.358,16 315.639,06 280.935,64

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

191.338,30 265.044,53 332.922,29 295.047,87 191.258,08 261.087,51 314.865,40 6.710.093,20

Fluxo acumulado (R - C) Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

95.811,71 255.632,61 713.566,66 926.175,80 1.208.533,96 1.524.173,02 1.805.108,66

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

1.996.446,96 2.261.491,49 2.594.413,77 2.889.461,64 3.080.719,72 3.341.807,23 3.656.672,63 10.366.765,83

Fluxo líquido (R – C – I) Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

-3.897.724,50 -537.055,36 -492.586,94 -199.687,98 212.608,94 282.358,16 315.639,06 280.935,64

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

191.338,30 265.044,53 332.922,29 295.047,87 191.258,08 261.087,51 314.865,40 6.710.093,20

Fluxo acumulado (R – C – I) Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

-537.055,36 -1.029.642,30 -1.229.330,28 -1.016.721,33 -734.363,18 -418.724,11 -137.788,47

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

53.549,82 318.594,35 651.516,64 946.564,51 1.137.822,59 1.398.910,10 1.713.775,50 8.423.868,70

Page 61: A Importancia Do Administrador Rural

61

Tabela 7. Resumo financeiro do fluxo de caixa do projeto de uma fazenda localizada em Uberaba – MG durante o período

de 2007 a 2021, para cálculo da taxa interna de retorno.

Taxa interna de retorno com a terra: 5,55% ao ano.

Taxa interna de retorno sem a terra: 17,76% ao ano.

Valor presente líquido: TMA – 6,00% ao ano: R$ 1.493.949,49

Valor presente líquido: TMA – 8,75% ao ano: R$ 931.546,42

Repagamento: 8° ano.

Fluxo líquido para cálculo da TIR – com terra Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

-4.434.779,86 -492.586,94 -199.687,98 212.608,94 282.358,16 315.639,06 280.935,64

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

191.338,30 265.044,53 332.922,29 295.047,87 191.258,08 261.087,51 314.865,40 6.710.093,20

Fluxo líquido para cálculo da TIR – sem terra Ano 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

-537.055,36 -492.586,94 -199.687,98 212.608,94 282.358,16 315.639,06 280.935,64

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

191.338,30 265.044,53 332.922,29 295.047,87 191.258,08 261.087,51 314.865,40 2.020.145,80

Page 62: A Importancia Do Administrador Rural

62

Tabela 8. Demonstração da composição dos custos para uma fazenda em Uberaba – MG utilizando um horizonte de

planejamento de 15 anos, em reais.

VARIÁVEIS 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Animais de reposição 507.126,89 557.372,79 593.262,72 571.728,76 507.126,89 557.372,79 593.262,72 571.728,76 507.126,89 557.372,79 593.262,72 571.728,76

Adubação de pastagens 54.499,61 90.832,68 90.832,68 90.832,68 90.832,68 81.749,41 81.749,41 81.749,41 81.749,41 81.749,41 81.749,41 81.749,41 81.749,41 81.749,41

Adubação de reposição 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44 8.346,44

Limpeza de pastagens 3.220,64 3.220,64 3.220,64 3.220,64 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25 1.715,25

Rações 49.474,56 103.184,93 198.250,67 292.946,16 292.946,16 292.946,16 290.658,08 290.658,08 290.658,08 292.946,16 292.946,16 292.946,16 290.658,08 290.658,08 290.658,08

Produção de silagem 820,88 7.628,07 15.256,13 23.723,28 23.723,28 29.305,18 46.254,00 46.173,78 42.275,36 23.723,28 29.305,18 46.254,00 46.173,78 42.275,36 23.723,28

Administração 1.944,50 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00 15.556,00

Energia elétrica 4.800,00 6.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00 9.000,00

Produtos veterinários 1.492,50 2.985,00 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68 4.641,68

Sal mineral 1.359,83 2.719,67 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08 4.229,08

Manutenção de tropa 4.800,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 4.800,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 4.800,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00

Mão-de-obra 6.454,67 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33 51.637,33

Óleo diesel e lubrificantes 1.815,57 22.762,06 42.913,44 64.313,30 64.313,30 66.030,31 67.663,75 67.663,75 67.912,27 65.812,25 65.812,25 67.663,75 67.663,75 67.912,27 65.812,25

Taxas e impostos 7.964,00 16.236,96 30.418,00 42.084,45 45.795,64 48.446,49 46.855,98 42.084,45 45.795,64 48.446,49 46.855,98 42.084,45 45.795,64 48.446,49 46.855,98

Manutenção de instalações 31.693,73 35.873,29 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79 37.635,79

Manutenção de máquinas 25.509,75 17.283,00 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75 18.824,75

Assistência agronômica 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00

Diversos 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00

Custo total 150.129,98 365.986,55 548.816,20 1.192.172,04 1.246.129,13 1.301.209,87 1.282.896,30 1.213.442,69 1.263.442,75 1.283.926,64 1.268.784,07 1.213.522,91 1.267.399,78 1.301.983,53 1.260.802,17

Page 63: A Importancia Do Administrador Rural

63

Tabela 9. Demonstração da composição das receitas para uma fazenda em Uberaba – MG utilizando um horizonte de

planejamento de 15 anos, em reais.

RECEITAS 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Venda de bovinos 238.800,00 514.565,49 987.266,53 1.376.148,50 1.499.854,80 1.588.216,44 1.535.199,45 1.376.148,50 1.499.854,80 1.588.216,44 1.535.199,45 1.376.148,50 1.499.854,80

Tabela 10. Demonstração resumida dos investimentos para uma fazenda em Uberaba – MG durante o período de 2007 a

2009, utilizando um horizonte de planejamento de execução do projeto de 15 anos, em reais.

Ano 0 2007 2008 2009

INVESTIMENTOS

Compra de animais 295.800,00 351.000,00 571.728,76

Insumos – formação de forrageiras 57.891,64 57.360,36 22.431,66

Diesel e lubrificante – formação de forrageiras 19.975,92 48.431,23 6.186,81

Instalações 315.437,50 106.324,50 83.591,25 35.250,00

Máquinas e equipamentos 97.587,00 134.875,00 112.025,00 22.025,00

Consultoria 18.000,00

TOTAL 413.024,50 632.867,06 652.407,84 657.622,23

1.588.216,44 1.535.199,45

Arrendamento 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

Esterco 4.141,69 8.241,96 16.483,92 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49

RECEITA TOTAL 245.941,69 525.807,45 1.006.750,45 1.404.780,99 1.528.487,29 1.616.848,93 1.563.831,94 1.404.780,99 1.528.487,29 1.616.848,93 1.563.831,94 1.404.780,99 1.528.487,29 1.616.848,93 1.563.831,94

RECEITAS 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Venda de bovinos 238.800,00 514.565,49 987.266,53 1.376.148,50 1.499.854,80 1.588.216,44 1.535.199,45 1.376.148,50 1.499.854,80 1.588.216,44 1.535.199,45 1.376.148,50 1.499.854,80 1.588.216,44 1.535.199,45

Arrendamento 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

Esterco 4.141,69 8.241,96 16.483,92 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49 25.632,49

RECEITA TOTAL 245.941,69 525.807,45 1.006.750,45 1.404.780,99 1.528.487,29 1.616.848,93 1.563.831,94 1.404.780,99 1.528.487,29 1.616.848,93 1.563.831,94 1.404.780,99 1.528.487,29 1.616.848,93 1.563.831,94

Page 64: A Importancia Do Administrador Rural

64

Tabela 11. Demonstração dos investimentos detalhados (compra de animais e insumos para formação de pastagens)

para uma fazenda em Uberaba – MG utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em reais.

COMPRA DE ANIMAIS

Período 2007 2008 2009

Bezerros para recria Unidades 500 1000 1555

Valor unitário 336,20 351,00 367,67

Garrotes para recria Unidades 250

Valor unitário 510,00

TOTAL 295.800,00 351.000,00 571.728,76

INSUMOS PARA FORMAÇÃO DE PASTAGENS E ÁREAS PARA FORRAGEM

Período 2007 2008 2009

Recuperação com adubação em cobertura Unidades 98,3 24,6 0,0

Valor unitário 254,60 254,60 0,0

Reforma completa Unidades 7,6 86,2 0,0

Valor unitário 363,30 363,30 0,0

Forrageira para corte – cana Unidades 10,0 9,6 10,9

Valor unitário 2.061,85 2.061,85 2.061,85

Forrageira para corte – sorgo Unidades 17,0 0,0 0,0

Valor unitário 558,19 0,0 0,0

TOTAL 57.895,99 57.360,36 22.431,66

Page 65: A Importancia Do Administrador Rural

65

Tabela 12. Demonstração dos investimentos detalhados (diesel e lubrificantes para formação de pastagens e instalações)

para uma fazenda em Uberaba – MG utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em reais.

DIESEL E LUBRIFICANTES PARA FORMAÇÃO DE PASTAGENS E ÁREAS PARA FORRAGEM

Período 2007 2008 2009

Recuperação com adubação em cobertura Unidades 98,3 24,6 0,0

Valor unitário 30,01 30,01 0,0

Reforma completa Unidades 7,6 86,2 0,0

Valor unitário 490,17 490,17 0,0

Forrageira para corte – cana Unidades 10,0 9,6 10,9

Valor unitário 567,60 567,60 567,60

Forrageira para corte – sorgo Unidades 17,0 0,0 0,0

Valor unitário 447,89 0,0 0,0

TOTAL 19.975,92 48.431,23 22.431,66

INSTALAÇÕES

Período 2007 2008 2009

Fábrica de ração 7.000,00

Sistema de distribuição de água 20.000,00

Cerca elétrica – pastejo intensivo – 5295 m 5.824,50

Cerca elétrica – pastejo intensivo – 5537,5 m 6.091,25

Piquetes de confinamento – 300, 300 e 150 m 70.500,00 70.500,00 35.250,00

TOTAL 106.324,50 83.591,25 35.250,00

Page 66: A Importancia Do Administrador Rural

66

Tabela 13. Demonstração dos investimentos detalhados (máquinas e equipamentos) para uma fazenda em Uberaba –

MG utilizando um horizonte de planejamento de 15 anos, em reais.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Quantidade Período 2007 2008 2009

Arado – estado usado 01 2.750,00

Broca hidráulica – estado usado 01 1.950,00

Calcareadeira – estado usado 01 6.500,00

Colhedeira de forragem 01 20.000,00

Conjunto para fábrica de ração 01 21.000,00

Conjunto de garfo/pá/lâmina hidráulica 01 23.000,00

Cultivador/adubador 01 4.000,00

Pulverizador – 400 lts 01 8.000,00

Rolo compactador – estado usado 01 1.650,00

Sulcador 01 8.000,00

Trator de 100 cv 01 100.000,00

Vagão distribuidor de ração 01 40.000,00

Carreta de transbordo de volumoso 02 26.000,00

Cocho de sal 10 2.025,00 2.025,00 2.025,00

TOTAL 134.875,00 112.025,00 22.025,00

Page 67: A Importancia Do Administrador Rural

67

CONCLUSÃO

O estágio curricular propicia ao aluno um contato direto com o mercado de

trabalho, podendo utilizar este período, para adequar de uma forma mais

específica seus conhecimentos as realidades exigidas pelo nicho de mercado que

o acadêmico queira se direcionar.

Embora sem experiência, noto que o profissional que de alguma forma teve

contato durante a graduação com estágios ou grupos de pesquisa, torna-se

diferenciado pelo fato de já vislumbrar o perfil exigido pelo mercado de trabalho e

assim, já se moldar previamente a essas necessidades exigidas.

Fico grato a Universidade Federal de Pelotas e ao Núcleo de Pesquisa,

Ensino e Extensão em Pecuária, pelo ambiente de trabalho. Pois embora todas as

instituições federais possuam dificuldades de infra-estrutura e investimentos

financeiros, estou convicto de que, quando o aluno consegue utilizar esse

ambiente da forma correta e eficiente, consegue formar-se com uma grande

bagagem técnica, e com condições reais de se introduzir no mercado de trabalho.

Page 68: A Importancia Do Administrador Rural

68

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