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  PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA O EMPREENDEDORISMO E A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE CASAS POPULARES MODULADAS VILA VELHA 2010

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  • PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM GESTO ESTRATGICA

    O EMPREENDEDORISMO E A IMPORTNCIA DA REALIZAO DO PLANO DE NEGCIOS: UM ESTUDO DE

    CASO SOBRE CASAS POPULARES MODULADAS

    VILA VELHA 2010

  • RESUMO

    A populao mundial, hoje, supera os 6 bilhes de habitantes, com uma previso de

    sermos 9 bilhes at 2050. Para uma pessoa empreendedora, o que parece um

    problema visto como uma oportunidade de negcio. Ele capaz de assumir riscos

    em prol de seus projetos e inovar em produtos, servios ou mtodos de produo.

    Porm, o empreendedor sensato busca prever os obstculos que possam atrapalhar

    sua empreitada. Sua principal ferramenta de trabalho, para este fim, o Plano de

    Negcios, uma oportunidade de por no papel todas as variveis possveis, a fim de

    testar as possibilidades e verificar a viabilidade do investimento, os ndices

    financeiros e econmicos do negcio. Pensando na questo habitacional como uma

    oportunidade, como construir casas eficientes para suprir a demanda? Existem

    tecnologias disponveis no mundo que oferecem algumas opes. Neste estudo

    optou-se por inovar e estudar a viabilidade de se emplantar uma empresa que

    poduzir mdulos habitacionais populares, baseadas em contineres. De acordo

    com as tendncias mundiais, est a escolha que atende o maior nmero de

    quesitos sociais, econmicos e ecolgicos. No plano de negcios so verificadas

    questes como a viabilidade econmica do negcio, o fluxo de caixa, capacidade de

    endividamento, lucratividade e muitas outras questes, atravs de demonstrativos

    de resultados e outras tcnicas modernas de anlise de novos negcios. Tal estudo

    mostra um fluxo de caixa positivo, bem como ndices de lucratividade e rentabilidade

    do ativo bastante atraentes. Com um pay back de apenas 17 meses um projeto

    vivel, porm apenas como projeto, pois tm como barreiras reais para sua devida

    implantao questes culturais, tais como a parcepo de um continer apenas

    como embalagem de transporte, e no como uma casa. um projeto que parece

    estar frente dos anseios da demanda atual.

    Palavras-Chave: Empreendedorismo. Habitao. Continer. Oportunidade. Plano

    de Negcios

  • ABSTRACT

    The worlds population today is above the mark of 6 billion inhabitants, with a preview

    of 9 billion by 2050. For an entrepenour, what seems to be a problem is in reality a

    business opportunity. He is capable of taking the risks to see his projects

    accomplished and innovate in products, services or production methods. However

    the wise entrepreneur seeks to forsee the obstacles that may make his journey a

    difficult one. His main work tool for this is the Business Plan, an opportunity to put all

    the possible variable down on paper, in order to test the possibilities and verify the

    investments viability, as well as the business economic and financial ratings.

    Thinking about the the housing issue as an opportunity, how do you build efficient

    houses to fulfill the demand? There are a few technologies available in the world able

    to offer some options. In this study one has opted to innovate and study the viability

    to implement a company that would produce low income habitation modules, based

    on containers. In agreement with international standards, this is the choice that

    answers most of the social, economic and ecologic issues. In the Business Plan

    issues such as economic viability, cash flow, the indebtment capacity, the profit and

    many other issues, through result demonstrations and other modern techniques of a

    new business analysis. Such study shows a positive cash flow, as well as very

    attractive profit ratings and assets profitability. With a pay back of only 17 months it is

    a viable project, however only as a project, because there are real life barriers for its

    implementation, such as cultural questions, that perceive a container only as a

    packaging for transportation, and not as a home. It is a project ahead of todays

    aspirations and demands.

    Key words: Entrepreneurism. Housing. Container. Opportunity. Business Plan

  • 3

    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................ 4

    1 EMPREENDEDORISMO.......................................................................................... 5

    1.1 HISTRICO E CONCEITO .................................................................................... 5

    1.2 FORMAO E CARACTERSTICAS DE UM EMPREENDEDOR ......................... 8

    1.3 OPORTUNIDADES DE NEGCIO E VISO DE FUTURO .................................. 11

    1.4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ................................................................. 13

    2 PLANO DE NEGCIOS ......................................................................................... 17

    2.1 CONCEITUAO ................................................................................................ 17

    2.2 APLICAES ...................................................................................................... 18

    2.3 ESTRUTURA ....................................................................................................... 19

    3 EXECUTANDO OPORTUNIDADES DE MERCADO ............................................ 21

    3.1 OPORTUNIDADE DESTAQUE: HABITAO ..................................................... 21

    3.1.1 Habitao no Brasil ........................................................................................ 22

    4 ANLISE DE NEGCIOS: HABITAO POPULAR MODULAR ........................ 25

    4.1 O QUE UMA HABITAO POPULAR MODULAR ........................................... 25

    4.2 PRINCIPAIS MODELOS E SUAS CARACTERSTICAS ...................................... 25

    4.3 ANLISE COMPARATIVA DOS MODELOS ....................................................... 29

    5 PLANO DE NEGCIOS: CONCASA .................................................................... 30

    5.1 SUMRIO EXECUTIVO ...................................................................................... 30

    5.2 O NEGCIO ........................................................................................................ 31

    5.3 PRODUTOS ........................................................................................................ 32

    5.4 ANLISE DE MERCADO ..................................................................................... 32

    5.4.1 Caractersticas do Setor ................................................................................ 33

    5.4.2 Oportunidades ................................................................................................ 33

    5.4.3 Ameaas .......................................................................................................... 34

    5.5 PLANOS DE MARKETING .................................................................................. 34

    5.6 PLANO OPERACIONAL ...................................................................................... 35

    5.7 PLANO FINANCEIRO.......................................................................................... 36

    5.7.1 Investimentos ................................................................................................. 36

    5.7.2 Mo-de-Obra ................................................................................................... 37

    5.7.3 Demonstrao de Resultados (DRE) ............................................................ 38

    5.7.4 Fluxo de Caixa / Capacidade de Pagamento ................................................ 39

    5.7.5 Capital de Giro ................................................................................................ 41

    5.7.6 Indicadores Econmicos e Financeiros ....................................................... 42

    5.7.7 Anlise de Sensibilidade ............................................................................... 43

    CONSIDERAES FINAIS ...................................................................................... 45

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 48

  • 4

    INTRODUO

    Este estudo acadmico trata do empreendedor e suas aes. Ele o ser capaz de

    criar e desenvolver novos projetos e dar vida s suas idias. Assim o chamado

    empreendedorismo, ou seja, a capacidade de empreender o ponto inicial para a

    inovao, a introduo de melhorias no estilo de vida da sociedade moderna. Em

    todo projeto h sempre um longo caminho percorrido entre a idia e a realizao e

    neste trabalho aboradaremos este assunto, desde o principio terico at uma

    possvel idia a ser implantada.

    No bastam apenas as idias, a criao, a concepo de novas formas de produzir

    riqueza, preciso planejamento, controle, anlise para conseguir de fato alcanar a

    concretizao da idia. Assim, apresentamos a ferramenta do empreendedor, o

    Plano de Negcios. ele o elemento que trar o ideal para o papel, permitindo o

    controle das variveis e o clculo das probabilidades de se acertar ou errar em um

    novo negcio.

    Definido o ser sob estudo, suas caractersticas e objetivos, bem como sua

    ferramenta de trabalho, preciso caminhar pela estrada da execuo, reunir

    informaes, experincias, fatos que comporo a idia principal, a oportunidade de

    negcio em um determinado mercado consumidor.

    Visualizada a oportunidade, resta avaliar os detalhes operacionais necessrios, a

    forma de se construir o projeto idealizado. Verificar a tecnologia disponvel, as vrias

    possibilidades de deciso entre os elementos. Sempre levando em considerao o

    estudo sobre a populao mundial, sua necessidade de habitao e como fazer para

    suprir esta necessidade. O empreendedor retratado neste trabalho preocupa-se com

    a seguinte questo: Das vrias formas de se construir uma casa, qual tecnologia

    pode gerar maiores lucros econmicos, sociais e ambientais?

    Finalizando o trabalho, ser apresentado um Plano de Negcios completo, com a

    concepo e fundamentos de uma empresa fictcia: a Concasa. Ser feito um

    planejamento anlico das questes econmicas e financeiras, em busca da resposta

    sobre a viabilidade do projeto em si.

  • 5

    1 EMPREENDEDORISMO

    Inicia-se o desenvolvimento deste estudo com uma breve abordagem sobre

    empreendedorismo, seu significado e aspectos reais de um empreendedor, bem

    como as caractersticas que permeiam seu dia-a-dia, como as oportunidades de

    mercado, sua viso de futuro etc.

    Por se tratar de um estudo brasileiro, cabe incluir tambm um breve histrico sobre o

    empreendedorismo no pas e suas principais caractersticas perante as potncias

    mundiais e outros pases desenvolvidos.

    1.1 HISTRICO E CONCEITO

    Empreender algo tem um significado similar a comear algo novo, portanto todo

    aquele que um dia inicou algo novo, que inovou em seu modo de agir ou fazer foi um

    empreendedor. Logo o pensamento do ser humano nos leva a crer que todo ser

    criativo , em sua excncia, um empreendedor, ou seja, todo o ser humano que j

    criou algo usou de seu empreendedorismo nato para se arriscar a fazer algo

    diferente. Foi assim com o fogo, a roda, a domesticao de animais etc, todos se

    arriscaram a fazer diferente, mesmo que isso os colocassem margem de seu

    grupo. O estilo de vida que temos hoje fruto do sucesso de milhes de

    empreendedores atravs da histria da humanidade, mesmo que estes no

    soubessem que nome dar a este processo.

    O termo empreendedorismo recente e um neologismo derivado da livre traduo

    da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao

    empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de

    atuao (DOLABELA, 1999, p. 43).

    Empreendedor aquele que vislumbra diante de si uma oportunidade de

    investimento, a abraa, e enfrenta todos os desafios do caminho para alcanar o

    sucesso de seu projeto. Por consequncia deste esprito empreendedor, este ser

    humano ambicioso e deseja chegar a algum lugar bem especfico. O

    empreendedor tem que estar permanentemente de olho nos acontecimentos,

  • 6

    traando diretrizes e corrigindo rumos para chegar onde pretende (DOLABELA E

    FILION, 2000, p. 17).

    J Degen (1989, p. 01) afirma que o empreendedor o agente do processo de

    destruio criativa que, de acordo com Joseph A. Schumpeter o impulso

    fundamental que aciona e mantm em marcha o motor capitalista. O que confirma e

    fortalece a opinio de Dolabela e Filion (2000) citados anteriormente, pois mostra

    como o empreendedor, e suas inovaes, alimentam o sistema econmico atual e

    so a base para toda uma realidade comercial no planeta.

    Tal definio do termo caracteriza no somente a palavra, mas o esprito daquele

    que capaz de assumir riscos e inovar. So vrios os comentrios acerca da

    pessoa empreendedora nos estudos administrativos.

    Na verdade, o empreendedor a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois dotado de sensibilidade para os negcios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma idias em realidade, para benefcio prprio e para benefcio da comunidade. Por ter criatividade e um alto nvel de energia, o empreendedor demonstra imaginao e perseverana, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma idia simples e mal estruturada em algo concreto e bem sucedido no mercado. [...] O empreendedor a essncia da inovao no mundo, tornando obsoletas as antigas maneiras de fazer negcio (CHIAVENATO, 2005, p. 05).

    Em termos prticos o empreendedorismo est diretamente relacionado com assumir

    riscos. O empreendedor estabelece um contrato para realizar algum servio ou

    fornecer produtos, ou seja, assume os riscos, ao contrrio de um capitalista

    investidor, que apenas fornece o capital. Nesta relao o empreendedor representa

    a pessoa ousada, que estimula o progresso econmico, mediante novas e melhores

    formas de agir.

    Sobre o ser empreendedor, segundo Dolabela (1999, p. 44),

    Ser empreendedor no somente uma questo de acmulo de conhecimento, mas a introjeo de valores, atitudes, comportamentos, formas de percepo do mundo em si mesmo voltados para atividades em que o risco, a capacidade de inovar, perseverar e de conviver com a incerteza so elementos indispensveis.

    A idia de um empreendimento surge da observao, da percepo e anlise de

    atividades e tendncias, na cultura, na sociedade, nos hbitos sociais e de consumo.

    Podendo surgir tambm atravs de associaes especializadas de ramos diversos,

  • 7

    tais como conhecimentos tecnolgicos inovadores, com experencias no ramo

    comercial. Este foi o caso da Dell Computer, fundada por Michael Dell, no incio dos

    anos 1990, e ento estudante de medicina que ganhava dinheiro nas horas vagas

    montando e vendendo computadores. Aps 10 anos o modelo de negcios criado

    por Dell em sua empresa homonima, assumiu as primeiras posies no mercado

    mundial, desbancando tradicionais empresas do ramo (BERNARDI, 2003, p. 63).

    Sobre as origens de um empreendimento, Bernardi (2003) afirma ser um mito o fato

    de ser impossvel o desenvolvimento do empreendedorismo, pois o mesmo seria

    inato ao pensamento do ser humano, e prope assim uma anlise mais criteriosa,

    tomando por base vrios empreendimentos existentes. O quadro 01 abaixo,

    apresenta, algumas possveis origens para o perfil de cada empreendedor:

    TIPO DETALHAMENTO

    O empreendedor nato

    Aquele nascido ou criado por sua famlia para ser empreendedor e desde cedo demonstra caractersticas especficas, como criatividade e tendncia a assumir riscos. Depende do ambiente motivacional familiar, tais como escala de valores e percepo de negcios

    O herdeiro

    Pode ou no possuir as caractersticas de um empreendedor,que por afinidade ou vocao, d continuidade ao empreendimento. Comumente encontra-se sendo treinado desde cedo para assumir a posio, o que pode ser um problema para o futuro da empresa

    O funcionrio da empresa

    Podendo possuir caractersticas empreendedoras, que ao longo do tempo sente a falta de reconhecimento de sua posio e frustrado em suas necessidades de realizao pessoal, decide em algum momento partir com o intuito de montar seu prprio negcio

    Excelentes tcnicos Com caractersticas de empreendedor, dispe do konw-how sobre algum produto ou servio e possuidor de experincia no ramo, decide iniciar seu prprio negcio

    Vendedores

    Usualmente, entusiasmados pela dinmica de suas funes quotidianas como conhecem o mercado e tm experincia no ramo, iniciam seu prprio negcio, seja no ramo da indstria, comrcio ou servio

    Opo ao emprego

    Uma modalidade arriscada que, por questes circunstanciais, finda por ser adotada, podendo variar, caso a pessoa tenha caractersticas empreendedoras, o que abre a possibilidade de sucesso, ou no. Quando esta opo adotada na esperana de uma nova vaga de emprego, as possibilidades de sucesso so quase nulas

    Desenvolvimento paralelo

    O funcionrio, como uma alternativa futura e tendo caractersticas empreendedoras, estrutura-se entre amigos e familiares e paralelamente s atividades quotidianas, desenvolve um novo negcio, ou associasse a outro ramo de atividade como scio capitalista

    Aposentadoria Com experincia adquirida, mas devido idade, marginalizado pelo mercado, inicia um negcio prprio, usualmente, do ramo de comrcio ou servios

    QUADRO 1 ORIGENS DE UM EMPREENDIMENTO E SEU EMPREENDEDOR FONTE: BERNARDI (2003, P. 65-66).

  • 8

    Muito mais relevante que a etimologia das palavras, o estudo sobre a essncia do

    empreendedor e os motivos que o levam a empreender so de uma relevncia tal

    que, ao analisarmos as origens dos diversos tipos de negcios existentes, tomando

    por base o quadro anterior, fica claro e simples traarmos um paralelo entre as

    empresas de nosso dia-a-dia e a origem de seus criadores.

    Quanto essncia do empreendedor, este vive uma realidade de dualismos, tal qual

    a relao criador - criatura estes so intimamente ligados e possuem, de certa

    forma, caractersticas em comum, que definem o sucesso de cada empreendimento.

    1.2 FORMAO E CARACTERSTICAS DE UM EMPREENDEDOR

    O comportamento empreendedor dinmico e muito ligado ao meio em que se est

    inserido e s experincias do indivduo no decorrer de sua vida. Muitas vezes o

    elemento que d incio a uma idia empreendedora o cruzamento de vrios

    elementos distintos, aparentemente sem nenhuma correlao e interligao.

    Dolabela e Filion (2000, p. 20) argumenta que estas [caractersticas] nem sempre

    so realizadas de forma consciente: podem decorrer do acaso dos encontros, de

    atividades anteriores, professores, do exemplo de algum. Isso forma a base

    cultural que compe uma sociedade, que pode ou no ter o valor empreendedor.A

    relao do empreendedor e a sociedade Dolabela (1999, p. 30) acrescenta que,

    [...] tudo leva a crer que o desenvolvimento econmico seja funo do grau de empreendedorismo de uma comunidade. As condies ambientais favorveis ao desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e que atravs de sua liderana, capacidade e de seu perfil disparem e coordenem o processo de desenvolvimento, cujas razes esto, sobretudo em valores culturais, na forma de ver o mundo. O empreendedor cria e evoca valores para indivduos e para a sociedade, ou seja e fator de inovao tecnolgica e crescimento econmico.

    Podemos considerar que ser um empreendedor adotar um estilo de vida. O que

    determina um empreendedor no sua capacidade de se adaptar s mudanas e

    sim de iniciar a mudana. Dolabela (1999, p. 32) afirma que o empreendedor tem

    que ver o mercado de forma diferente, ver o que os demais no percebem. A

    grande massa de trabalhadores do sculo XXI, em idade economicamente ativa, tem

    acesso s informaes que permitem dominar tecnologias bsicas do mundo

  • 9

    moderno, como computadores, celulares, caixas eletrnicos etc.

    O empreendedor se cansa da zona de conforto e sai a procura do que fazer para

    evoluir. Dolabela e Filion (2000), afirmam que nossa sociedade registra que uma

    entre quatro pessoas um agente empreendedor, algum que tomou as rdeas do

    seu destino, isso o que ele chama de assumir uma cultura empreendedora.

    O que diferencia o empreendedor dos outros agentes da organizao a capacidade de definir vises, projetos que compreendem elementos de inovao e se afastam do que j existe. Em geral essas vises so construdas em torno de oportunidades de negcio que o empreendedor percebeu no mercado. A partir de vises a serem realizadas, ele desenvolve seu sistema organizacional, que compreende a interao com pessoas dentro da empresa, e o sistema de relaes, que tem a ver com o ambiente externo (DOLABELA; FILION, 2000, p. 22).

    Esta uma forma de visualizar o porque do empreendedor ser um inconformado e

    buscar sempre melhorar ou mudar seu modo de ser e agir como se fosse uma

    motivao de melhoria contnua.

    Sobre a formao de novos empreendedores no pas, Dolabela (1999, p.35) exorta a

    necessidade urgente de reorientar o ensino brasileiro e mudar o que ele chama de

    cultura da grande empresa, ou seja, a abordagem quase que exclusiva de temas

    relacionados s grandes organizaes e no pequenas empresas. Escolas podem

    ser centros de formao de empreendedores, para Dolabela (1999, p. 37),

    A formao de empreendedores nas escolas enseja uma oportunidade nica de abordar os contedos ticos que envolvem a atividade econmica e profissional. [] importante que eles saibam que os danos causados pelas licitaes pblicas irregulares, pela prtica de propinas, vo alm dos ganhos ilcitos de alguns: na verdade, inibem o crescimento tecnolgico, tornam intil a inovao, despreparam o pas para a competitividade nacional. []A sala de Aula um excelente lugar para o debate desses temas.

    Em sequncia, Dolabela (1999, p. 40), complementa a caracterizao do ser

    empreendedor apresentando algumas caractersticas de uma pessoa

    empreendedora. So elas: a habilidade de identificar oportunidades de negcio;

    facilidade na definio de vises; expresso de diferenciais; avaliao de riscos;

    gesto de relacionamentos;

    [...] as pessoas que sentem que seu sucesso depende de seus prprios esforos e habilidades tm um foco interno de controle. [...] as pessoas que sentem ter a vida controlada muito mais pela sorte ou pelo acaso tm um foco externo de controle. [...] Todavia, nem todo o empreendedor busca um novo objetivo ou meta em sua vida. (CHIAVENATO, 2005, p. 7)

  • 10

    Para o empreendedor que decide se arriscar e tambm realizar projetos definidos,

    esta tarefa exige a diviso de seus planos em etapas, que devero ser realizadas

    passo a passo. Esta compreenso importante para que as relaes sistmicas da

    vida sejam bem administradas e seja possvel criar um plano de negcios realista,

    ou seja, menos sujeito ao erro.

    Ao desenvolver uma idia e buscar os meios de torn-la realidade, o empreendedor

    tambm assume o papel de lder, que deve convencer e dar credibilidade ao seu

    projeto, no intuito de garantir a participao de outras pessoas na misso de realizar

    sua idia. Cabe o comentrio de Bernardi (2003, p. 133) que comenta sobre o

    empreendedor como executivo. Liderar e empreender lidar com a mudana e a

    inovao, portanto com o risco, e gerenciar lidar com a complexidade, o que exige

    [...] posturas diferentes, por vezes conflitantes, como faces diferentes de uma

    mesma moeda.

    O ser humano se depara em seu dia-a-dia com uma infinidade de variveis que

    compem os mais diversos cenrios, h portanto muitas formas de se empreender,

    as chamadas avenidas empreendedoras, que so as vrias modalidades possveis

    de se buscar a inovao.

    AVENIDAS ATIVIDADES APRENDIZADOS

    Intraempreendedorismo Inovao Viso, relaes, sistemas de suporte dentro das empresas

    Empreendedorismo Inovao Viso, concepo, projeo

    Proprietrio/Administrador de MPE

    Gesto Gesto (em especial, de marketing, recursos humanos, finanas, operaes)

    Empresa Familiar Gesto, sucesso Gesto, comunicao e relacionamento interpessoal, sistemas sociais

    Microempresa Gesto Gesto operacional

    Trabalho Autnomo Gesto Gesto em si, de operaes, marketing, ecologia pessoal

    Tecnoempreendedorismo Inveno, Inovao Viso, gesto, trabalho de equipe, redes, globalizao

    Empresas cooperativas e coletivas

    Gesto Trabalho de comunicao de grupo

    Empreendedorismo social Ao benemrita, sem fim lucrativo

    Implicao Social

    QUADRO 2 AVENIDAS EMPREENDEDORAS FONTE: DOLABELA e FILION (2000, P. 24).

  • 11

    O quadro nos mostra os caminhos do empreendedorismo, sua atividade fim e o que

    desenvolvido em cada uma destas vias. Com isso fica explicita a amplitude do ato

    de se empreender, que mais complexo do que parece, porm simples de se

    vivenciar. Todos temos idias e todos nos enquadramos em alguma destas avenidas

    empreendedoras, mesmo que no iniciemos um negcio novo, podemos concluir

    que as opes de inovao possveis em nossa sociedade atual so infinitas.

    1.3 OPORTUNIDADES DE NEGCIO E VISO DE FUTURO

    Uma oportunidade de negcio, uma vez vislumbrada, aparentemente dispara uma

    srie de cruzamentos na mente do empreendedor. Porm, isso s possvel devido

    a uma base pr-construda pelo profissional, entretanto este processo no

    consciente. A forma de pensar de um empreendedor complexa, mas Dolabela e

    Filion (2000, p. 30), nos esclarecem que,

    o empreendedor precisa dispor de uma estrutura de pensamento sistmico e visionrio, porque com base nisso que poder fixar seus objetivos e traar o caminho para atingi-los incluindo a previso dos obstculos e limites que poder encontrar. Sem isso, poder comprometer seus planos e se perder no processo.

    Ainda de acordo com Dolabela e Filion (2000, p.31), o empreendedor uma pessoa

    que imagina, desenvolve e realiza vises e complementa com a definio de viso:

    uma imagem projetada no futuro, do lugar que se quer ver ocupado pelos seus

    produtos no mercado, assim como a imagem projetada do tipo de organizao

    necessria para consegui-lo.

    Estes cruzamentos mentais so interdisciplinares e so baseados em toda a

    esperincia do indivduo. Tericamente possvel detalhar este processo, o que

    nos mostra o quadro a seguir que resume o que Dolabela e Filion chamam de

    Processo de Visionrio.

    PASSO FASE CONTEDO CATEGORIA

    DA VISO REQUISITO

    APRENDIZADO ADEQUADO

    1 Embrio Ideia do Produto e/ou servio

    Emergente Imaginao

    Biografias e estudos de atividades inovadoras

    2 Desenvol- Estudos: de Emergente Reflexo Orientao por

  • 12

    Vimento mercado, de produto, de viabilidade

    outras pessoas; leituras sobre administrao

    3 Forma Idias de empresa

    Central Avaliao, bom senso

    Orientao, estudos de casos, discusso em grupo

    4 Alvo Objetivos a serem alcanados

    Complemen-tar

    Concentra-o Conferncias; feedback

    QUADRO 3 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA VISO FONTE: DOLABELA E FILION (2000, P. 32).

    Quando se trata de uma oportunidade de negcio comum a confuso com ideia de

    negcio. A diferena entre estes termos que elas so frequentemente gerais e

    abstratas, enquanto oportunidades representam uma possibilidade concreta, voltada

    a sua realizao efetiva. Logo uma oportunidade de negcio, surge da gerao

    destas, mas vai alm. As oportunidades de negcio se diferenciam das ideias no

    sentido de que oferecem a possibilidade de ocupar um nicho no mercado.

    (DOLABELA, 1999, p. 45)

    As necessidades humanas foram primeiramente apresentadas por Abraham Maslow

    apud (CHIAVENATO, 1998, p. 328) como um modelo didtico, terico e abrangente,

    muito til a todos os tipos de profissionais. Contudo, sob uma viso empreendedora

    podemos filtrar oportunidades seguindo a hierarquia de necessidades. So elas:

    NECESSIDADES OPORTUNIDADES

    Primrias Produtos alimentcios, lanchonete, confeco, construo civil

    De Segurana Extintor de incndio, iluminao, travas, servios de vigilncia

    Sociais Organizao de eventos, impressos paras seminrios e feiras

    De Reconhecimento Joias, canetas de luxo, automvel

    De Realizao Computador, mquinas e ferramentas

    QUADRO 4 DAS NECESSIDADES S OPORTUNIDADES FONTE: DOLABELA E FILION (2000, P. 35)

    Na abordagem sobre a satisfao de necessidades humanas, constitu-se

    basicamente quatro formas de suprir o que a sociedade demanda: a manufatura, o

    atacado, o varejo e os servios. Sobre este ponto Chiavenato (2005, p. 55) afirma

    que o varejo constitui a mais favorvel aos novos empreendedores, pois a entrada

    no mercado mais fcil e por ser um tipo de negcio mais familiar aos

    consumidores.

    Muitas tendncias so percebidas com o passar dos anos e na comparao entre

  • 13

    eles. Peridicos, revistas e livros so as principais fontes comparativas para esta

    anlise. Seguem abaixo algumas tendncias de mercado expostas por Dolabela e

    Filion (2000, p 40), que so seguidas de possveis servios e produtos que podem

    ser desenvolvidos para satisfaz-los.

    TENDNCIA POSSIBILIDADES DE INVESTIMENTO

    Envelhecimento da populao Residncias menores, pisos antiderrapantes, servios em domiclio, alimentos dietticos (para diabticos), pores menores, turismo de terceira idade

    Cuidados com a forma fsica Academias, aparelhos de ginstica, roupas esportivas e dietas;

    Educao permanente Publicaes especializadas, livros de referncia, CD-Rom, bancos de dados, internet, servios de treinamento

    Casais trabalhando fora Servios de limpeza e manuteno domiciliar, transporte escolar e creches

    Globalizao Importao e exportao, hotis e viagens

    Aumento de famlias monoparentais, solteiros

    Atividades de lazer, cultura e entretenimento, turismo e alimentos congelados

    Isolamento social Telefonia, internet, comrcio eletrnico, produtos de segurana

    Expanso do setor de eventos Viagens, hospedagem, servios de congressistas, publicaes

    Produtos a moda antiga Artesanato, gelias e doces caseiros, restaurantes de comida regional, mveis antigos

    Aumento da produtividade (enxugamento das empresas)

    Terceirizao de servios, trabalho autnomo, empreendedorismo

    QUADRO 5 TENDNCIAS DE MERCADO FONTE: DOLABELA E FILION (2000, P. 40)

    O estudo das tendncias mundiais desenvolve uma habilidade especial do

    empreendedor, a viso de futuro, o desenho de ambientes possveis de

    investimento. Desta forma, avaliar tendncias uma maneira simples e eficaz de

    visualizar futuras demandas e formas de atend-las. Todavia, h um longo caminho

    para chegarmos a esta etapa executiva, para tanto preciso muita dedicao e

    esforo no momento de calcular o mximo de variantes futuras e enfim, executar o

    projeto sonhado.

    1.4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

    O Brasil notoriamente um pas de pessoas criativas, haja vista essa cultura popular

    brasileira ser to reconhecida no exterior. Nesta mesma linha criativa o brasileiro

    um grande empreendedor, quase que de forma nata, possvel encontrar grandes

    cases de empresrios de sucesso, com pouco ou nenhuma instruo.

  • 14

    Segundo Passos, autor do relatrio do Global Entrepreneurship Monitor (GEM),

    publicado em 2008, no Brasil em cada 100 pessoas, cerca de 13 desenvolviam

    alguma atividade empreendedora. Essa taxa representativa quando comparada

    com outros pases que desempenham importante papel no cenrio mundial

    (PASSOS, 2008).

    Chiavenato (2005, p. 11) complementa tal informao embasando ainda mais a

    fonte dos dados que sero apresentados a seguir. O Instituto Kaufman Center for

    Entrepreneurial Leadership, realiza anualmente uma pesquisa especifica para o

    GEM instituio criada pela London Business School e pelo Bobson College de

    Boston em cerca de 29 pases, comparando o grau de empreendedorismo de cada

    povo. Segue abaixo o resultado obtido ao analisarem a populao entre 18 e 64

    anos que se dedica ao empreendedorismo.

    PAS % DE EMPREENDEDORES

    ENTRE 18 E 64 ANOS

    Mxico 18,7

    Austrlia 15,6

    Nova Zelndia 15,2

    Coria do Sul 15

    Brasil 14,2

    Irlanda 12,2

    Estados Unidos 11,7

    Cingapura 5,2

    Japo 5,1

    Blgica 4,6

    QUADRO 6 PORCENTAGEM DE EMPREENDEDORES POR PAS FONTE: CHIAVENATO (2005, P. 11)

    Este quadro serve como referncia no posicionamento do Brasil em relao aos

    outros pases do mundo, muitos deles mais desenvolvidos e favorveis para a

    criao de novas empresas.

    Pases como a Blgica, que possui uma renda per capta altssima e uma excelente

    qualidade de vida, apresentam um nvel de empreendedorismo de apenas 4,6%,

    perante 14,2% no Brasil. Um dado interessante, porm questiona-se a qualidade do

    empreendimento nestas duas realidades econmicas.

    Ainda sobre o empreendedorismo no mundo, interessante visualizarmos o papel

    dos blocos econmicos do desenvolvimento de novos negcios. O quadro 7 a

  • 15

    seguir, apresenta um comparativo que compreende sete anos de pesquisas em

    alguns pases do mundoe seus blocos econmicos, em comparao com o Brasil,

    atravs da Taxa de Empreendedores em Estgio Inicial (TEA), que exprimem o

    nmero de empreendedores em grupos de 100 pessoas.

    Grupo de Pases / Pases Ano

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Brasil 14,20 13,53 12,90 13,55 11,32 11,65 12,72

    MEMBROS DO G7

    Reino Unido 7,8 5,37 6,36 6,19 6,22 5,77 5,53

    Estados Unidos 11,61 10,51 11,94 11,33 12,44 10,03 9,61

    Itlia 10,16 5,90 3,19 4,32 4,94 3,47 5,01

    Japo 5,19 1,81 2,76 1,48 2,20 2,90 4,34

    Frana 7,37 3,20 1,63 6,03 5,35 4,39 3,17

    BRIC

    Rssia 6,93 2,52 - - - 4,86 2,67

    China - 12,34 11,59 - 13,72 16,19 16,43

    Hong Kong - 3,44 3,23 2,97 - - 9,95

    ndia 11,55 17,88 - - - 10,42 8,53

    SUL-AMERICANOS

    Uruguai - - - - - 12,56 12,21

    Venezuela - - 27,31 - 25,00 - 20,16

    Argentina 11,11 14,15 19,70 12,84 9,49 10,24 14,40

    Chile - 15,68 16,87 - 11,15 9,19 13,43

    Colmbia - - - - - 22,48 22,72

    Per - - - 40,34 - 40,15 25,89

    QUADRO 7 COMPARATIVO ATRAVS DA TAXA DE EMPREENDEDORES EM ESTGIO INICIAL (TEA) FONTE: PASSOS (2008, P. 26)

    Em uma breve anlise histrica e comparativa o nvel de empreendedorismo do

    brasileiro nos ltimos sete anos foi consideravelmente maior do que a mdia dos

    sete pases mais ricos no mundo, que formam o G7 (o grupo dos sete pases mais

    ricos e influentes do mundo), dentre eles os Estados Unidos. J no comparativo com

    nossos vizinhos latino-americanos encontramos dados de grande interesse.

    O Brasil o penltimo colocado dentre os integrantes sulamericanos da pesquisa, ficando frente apenas do Uruguai, que apresentou TEA de 12,21. Chama a ateno que Venezuela, Colmbia e Peru apresentaram taxas bastante elevadas: 20,16, 22,72 e 25,89, respectivamente. Ou seja, em mdia duas vezes mais elevada que a TEA brasileira (PASSOS, 2008, p. 27- 28).

    Como forma de resumir os dados e posicionar o Brasil perante os participantes do

    estudo, o quadro a seguir apresenta a mdia nas taxas de empreendedorismo no

    mundo, em comparao com o Brasil.

  • 16

    Pases Ano

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2001-2007

    Pases participantes 8,65 6,49 6,98 6,47 6,39 6,07 6,82 6,84

    Brasil 14,20 13,53 12,90 13,48 11,32 11,65 12,72 12,83

    QUADRO 8 MDIA NAS TAXAS DE EMPREENDEDORISMO NO MUNDO EM RELAO AO BRASIL FONTE: PASSOS (2008, P. 32)

    comum o empreendedorismo por necessidade, contudo, quando so analisadas

    as razes principais que levam o empreendedor a buscar uma real oportunidade de

    negcio. Pode-se admitir que o empreendedor genuinamente motivado por uma

    oportunidade de negcios aquele que a persegue com o intuito de obter

    independncia ou aumento de renda pessoal.

    [Anteriormente] o Brasil ocupou o primeiro lugar, mas com a ampliao das pesquisas, para envolver outras naes, o pas desceu alguns pontos: quase um empreendedor para cada sete pessoas. [...] uma enorme fatia da populao brasileira registrou nas juntas comerciais, entre 1985 e 2001, oito milhes de empresas. [...] o pas tem uma das maiores taxas de criao de empresas por necessidade 41%. (CHIAVENATO, 2005, p. 11).

    A proporo de empreendedores por necessidade no Brasil em 2007 foi de

    aproximadamente 39%. A diferena em relao aos 56,8% de empreendedores por

    oportunidade mencionada antes se refere ao contingente de empreendedores que

    indicam razes de busca pela oportunidade diferentes. (PASSOS, 2008, p. 27).

    possvel concluir que o Brasil realmente um pas de empreendedores, muito

    acima da mdia mundial. Contudo um dos que apresenta maior ndice de

    empreendedorismo por necessidade, ou seja, novos negcios criados a partir de

    uma demanda urgente. Tal presso psicolgica e financeira, que podemos supor

    neste caso, leva a pessoa a no avaliar todas as alternativas e variveis em um

    planejamento estratgico antes do investimento em uma determinada direo.

  • 17

    2 PLANO DE NEGCIOS

    apresentada neste captulo a principal ferramenta administrativa do

    empreendedor, o plano de negcios, ou seja, o planejamento de uma ideia

    previamente estabelecida, buscando assim a verificao da viabilidade desta no

    mercado.

    O planejamento produz um resultado imediato: o plano. Todos os planos tm um propsito comum: a previso, a programao e a coordenao de uma sequncia lgica de eventos, os quais, se bem sucedidos, devero conduzir ao alcance do objetivo que se pretende. (CHIAVENATO, 2005, p. 127)

    No Brasil a principal instituio de apoio ao empreendedorismo e a inovao no

    mercado o SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas.

    Parte da funo desta organizao ensinar e direcionar o empreendedor na

    realizao do plano de negcios, ampliando o potencial de cada empreendedor que

    a procura, para que estes possam enfim abrir ou expandir seus negcios.

    2.1 CONCEITUAO

    Uma definio simples sobre o que um plano de negcios dada por Chiavenato

    (2005, p. 128). O business plan um conjunto de dados e informaes sobre o

    futuro empreendimento, que define suas principais caractersticas e condies para

    proporcionar uma anlise de sua viabilidade, [...] riscos, bem como facilitar sua

    implantao.

    Acreditamos que o empreendedor, apenas com a ideia de negcio, no executa

    nada, ele depende de planejamento e de um plano de negcios, que ser sua

    ferramenta de trabalho. A consultoria do Sebrae para implantao, modernizao e

    ampliao de novos negcios, passa necessariamente pelo plano de negcios, e

    preparou um detalhado material a respeito. Nesta publicao, denominada COMO

    ELABORAR UM PLANO DE NEGCIOS, feita em 2007, e que est disponvel

    gratuitamente atravs de seu site na internet, hoje a principal referncia para

    novos negcios (ROSA, 2007).

  • 18

    Um plano de negcio um documento que escreve por escrito os objetivos de um negcio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcanados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negcio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invs de comet-los no mercado (ROSA, 2007, p. 08).

    Sobre o Plano de Negcios, temos ainda a opinio de Bernardi (2003, p. 68) que

    comenta sobre a vulnerabilidade dos novos negcios, que esto sujeitos a muitas

    restries, e que, portanto exigem cautela. Uma preparao no adequada e

    superficial pr-requisito a um provvel insucesso, mesmo porque um processo de

    modelagem bem desenvolvido, na melhor das hipteses aumenta as chances, mas

    no garante o sucesso do empreendimento.

    Por se tratar de um modelo adaptvel, de se supor que muitas vezes sua estrutura

    seja radicalmente modificada, seja por uma questo tcnica ou terica demais.

    Entretanto existem quesitos mnimos que de acordo com Bernardi (2003, p.70), um

    plano de negcios deve atender para ser considerado bom ele deve abranger, no

    mnimo, seis quesitos. So eles:

    QUESITO ABORDAGEM

    A empresa Quem somos, o que vamos vender e a quem?

    O mercado Quem so os concorrentes e qual ser o diferencial da empresa?

    A estratgia Para onde vai a empresa e como fazer para atingir esse objetivo?

    As finanas Quanto ser necessrio? Como financiar? Que resultados se esperam?

    As Pessoas Qual a capacidade de Gesto e conhecimento?

    Os Riscos Quais so eles?

    QUADRO 9 QUESITOS QUE UM PLANO DE NEGCIOS DEVE ABORDAR FONTE: BERNARDI (2003, p. 65-66).

    Em suma estas so macro balizas de um bom planejamento, sendo que todos os

    quesitos devem ser visitados e analisados cuidadosamente, visto que abrangem

    quase que a totalidade das reas de influncia da empresa.

    2.2 APLICAES

    possel afirmar que o objetivo do plano de negcios estudar a viabilidade de uma

    nova empresa, ou a expanso de uma empresa existente, ou uma mudana radical,

    como sada ou entrada em um novo mercado ou at mesmo a mudana de setor.

    Tais decises precisam ser estudadas, e para tanto existe est ferramenta.

  • 19

    Um plano de negcios tem uma funo definida, traar um retrato fiel do negcio, no

    papel, antes de ser implantado. o instrumento ideal para traar um retrato fiel do

    mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que propicia segurana

    para quem quer iniciar uma empresa com maiores condies de xito ou mesmo

    ampliar ou promover inovaes em seu negcio (ROSA, 2007, p. 07).

    O plano de negcios, nada mais do que um pequeno check list para no deixar

    passar nada despercebido (CHIAVENATO, 2005, p. 128). Assim pode-se conceituar

    a aplicabilidade desta ferramenta simples e objetivo, mas essencial para qualquer

    novo empreendimento.

    2.3 ESTRUTURA

    A estrutura de um plano de negcios tem uma organizao lgica, dentre os quais o

    mais aceito o trabalhado pelo Sebrae e divulgado em seu manual. (ROSA, 2007,

    p. 05). Na etapa prtica deste estudo ser utilizado o modelo do SEBRAE,

    entretanto para simplificar a apresentao do modelo foi estrado o quadro 10, a

    seguir, de outra publicao. As etapas so um modelo terico e passvel de

    adaptaes, que variam para cada empreendimento.

    Uma exemplificao simples e clara sobre a estruturao de um plano de negcios

    dada por Chiavenato (2005, p. 132) que baseado em sete etapas define e esclarece

    o que deve constar em cada passo.

    N ETAPAS ITENS NECESSRIOS

    1 Sumrio executivo

    Texto de um pargrafo sobre a natureza do negcio e os aspectos mais importantes do empreendimento; inclui misso e viso do negcio;

    Texto te um pargrafo sobre as necessidades que a empresa vai atender no mercado; inclui o papel do empreendimento em relao responsabilidade social;

    Resumo das caractersticas do mercado em que a empresa vai operar; mostra como o mercado est se comportando em relao ao produto/servio a ser oferecido;

    Breve relatrio sobre os scios do empreendimento;

    Breve relatrio sobre os recursos financeiros necessrios.

    2 Anlise completa e detalhada do setor

    Principais caractersticas do setor, inclui as variveis econmicas, sociais, demogrficas e polticas que influenciam o mercado;

  • 20

    Oportunidades encontradas no mercado;

    Identificao dos fornecedores de entradas (matrias-primas, dinheiro e crdito, tecnologia e mo-de-obra etc.).

    3 Natureza jurdica e estrutura organizacional

    Currculo dos scios do empreendimento que contenha a formao e as competncias pessoais de cada um;

    Funcionrios necessrios para o empreendimento que contenha o perfil profissional e tcnico de cada um;

    4 Simulao de relatrios financeiros

    Balano de abertura da empresa;

    Previso de receitas, fluxo de caixa e balano para o perodo coberto pelo planejamento;

    5 Plano estratgico

    Definio da misso e da viso da empresa;

    Definio do negcio;

    Estabelecimento dos objetivos especficos da empresa;

    Definio da estratgia da empresa;

    Declarao de premissas do planejamento;

    Estabelecimento dos objetivos estratgicos de longo prazo.

    6 Plano Operacional

    Previso de vendas;

    Planejamento da produo;

    Oramento de despesas gerais;

    Previso de lucro operacional;

    Previso de fluxo de caixa e balancete;

    Balano patrimonial simulado;

    Previso de ndices operacionais e financeiros.

    7 Apndices Contatos pertinentes;

    Informaes tcnicas.

    QUADRO 10 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGCIOS FONTE: CHIAVENATO (2005, P. 132-133).

    Esta estrutura terica, mas utilizada como ferramenta prtica e deve ser utilizada

    como base acadmica para se organizar o estudo sobre um determinado

    empreendimento. Porm, busca abranger a maior esfera possvel de possibilidades

    que possam ser teis para a anlise de viabilidade.

    O Plano de Negcios como ferramenta administrativa na anlise de viabilidade de

    um novo negcio mostra-se simples, direta e essencial. Sua importncia tal que

    muitas instituies investem no ensino e direcionamento de empreendedores em sua

    realizao. Sua estrutura no apresenta mistrios para aquele que est pensando e

    organizando o investimento, so perguntas que precisam ser respondidas antes de

    se arriscar no mercado, e o Plano de Negcios o momento para isso. Portanto ele

    deve ser estudado, praticado e revisto sempre que uma nova oportunidade surgir.

  • 21

    3 EXECUTANDO OPORTUNIDADES DE MERCADO

    O mundo est em constante evoluo, contudo o empreendedor busca estar um

    passo a frente e visualizar as necessidades como oportunidades de mercado, por

    este motivo est sempre atento s tendncias econmicas do mundo.

    As necessidades primrias abrangem a todos sem exceo, ao lado da alimentao

    a necessidade de um abrigo seguro para se viver tem uma importncia vital. Surge a

    partir desta a oportunidade de se oferecer moradia para os mais de 6 milhes de

    habitantes sem casa, apenas no Brasil (BALZA, 2008).

    Podemos considerar que esta uma grande oportunidade e como atend-la um

    problema social de escala global. Para tanto, mais do que visualizar a oportunidade

    preciso executar um plano de produo em massa de residncias, que oferea

    todas as exigncias de uma moradia digna, mas que possa ser produzida em larga

    escala, em mdulos habitacionais transportveis e a preos acessveis, de modo a

    popularizar o acesso a um produto essencial.

    3.1 OPORTUNIDADE DESTAQUE: HABITAO

    A questo habitacional no mundo uma grande e muito delicada oportunidade, h

    muito discutida nos meios governamentais e sociais, pois dentre os que realmente

    necessitam de uma casa, muitos esto em consies de vida sub-humana, como na

    frica e sia. Atualmente temos uma ocupao global superior a 6,1 bilhes de

    habitantes sendo este nvel atingido em 2001 (IBGE, 2001).

    Ao mensurar o processo de construir casas para abrigar todo esse contingente

    populacional notvel que uma parcela desta populao no ser atendida,

    principalmente nos pases mais pobres, como os africanos.

    As necessidades humanas possuem uma hierarquia natural, onde as necessidades

    bsicas subjugam qualquer outra que se mostra acima dela. Tal hierarquia

    demonstrada da seguinte maneira.

  • 22

    FIGURA 1 A ESCALA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW FONTE: MAXIMIANO (2004, P. 247) APUD AMATO (2007).

    Habitao corresponde a uma necessidade bsica, primria, de todo o ser humano,

    que precisa ser atendida prioritariamente, tal qual o alimento ou o descanso, pois

    trata de suas necessidades de sobrevivncia. Segundo Chiavenato (1998, p. 532)

    que fala sobre a Pirmide de Necessidades de Maslow, tais necessidades

    fisiolgicas esto relacionadas com a sobrevivncia do indivduo e com a

    preservao da espcie. [..] So as mais prementes de todas as necessidades

    humanas.

    Tal argumento justifica o investimento no setor, visto que todos, sem excesso

    precisam de casas para se proteger, dos mais ricos aos mais pobres e em todo o

    planeta, pois esta uma questo de vida ou morte.

    3.1.1 Habitao no Brasil

    Segundo o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (2008), o Brasil teria

    em 2009 uma populao estimada em 193 milhes de habitantes. O pas apresenta,

    entretanto uma baixa densidade demogrfica, com apenas 22 hab./km, inferior

    mdia do planeta e bem menor que a de pases intensamente povoados, como a

    Blgica (342 hab./km) e o Japo (337 hab./km). A maior parcela da populao est

    nas zonas litorneas, nas regies Sudeste e na Zona da Mata nordestina e na regio

    Sul. As reas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.

  • 23

    FIGURA 2 DISTRIBUIO DA POPULAO BRASILEIRA EM 2000 FONTE: IBGE (2010).

    A ocupao territorial brasileira caracterizada pela aglomerao social nas regies

    litorneas, entretanto nos deparamos com um dficit habitacional proporcional a sua

    populao. Segundo o CBIC Cmara Brasileira da Indstria da Construo (1996),

    o dficit nacional, em 1991, era de 4,99 milhes de casas, em quatro anos, em 1995,

    este nmero atingiu a cifra de 5,62 milhes, sendo que as consideradas

    inadequadas em infra-estrutura bsica somavam 8,8 milhes de domiclios urbanos,

    j as consideradas inadequadas, em adensamento excessivo, mais 2,13 milhes de

    habitantes. Em suma, os sem casa prpria, ou com residncias inadequadas

    somavam 16,55 milhes de habitantes, em 1995. A questo brasileira pode ser

    ainda mais detalhada, conforme Balza (2008).

    Cinquenta e quatro milhes de brasileiros viviam, em 2007, em residncias sem infra-estrutura adequada, o que representa 34,5% da populao urbana do Brasil, segundo a anlise do IPEA (Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada) dos dados da mais recente PNAD, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios.

    Com estes dados percebemos a real proporso da necessidade de domiclios

    adequados, apenas para o Brasil. Quase um tero da populao nacional no vive

    em condies adequadas. Para se compreender a questo o IPEIA apud Balza

    (2008) detalha o que considerada uma residncia sem infra-estrutura adequada.

    O IPEA considera inadequadas as moradias urbanas que no dispem de rede coletora de esgoto ou fossa sptica, que no possuem acesso a gua canalizada, as que se situam em favelas ou em locais que apresentam irregularidades fundirias e aquelas em que h adensamento excessivo, ou

  • 24

    seja, em que residem mais de trs pessoas por dormitrio. Tambm so classificadas inadequadas as residncias com tetos e paredes no-durveis e as que s possuem banheiro coletivo.

    O autor ainda afirma que se enquadram nestas estatsticas as casas de estrutura

    frgil, que pem em risco a vida de seus habitantes. Morais (2008, apud BALZA,

    2008) introduz sobre a deficincia estatstica no Brasil:

    A comparao feita com relao a 1992 porque a partir deste ano que a Constituio de 1988 comea a surtir efeito e a orientar as polticas pblicas, sobretudo nas questes que se referem aos direitos humanos. Alm disso, a partir desta data que temos uma uniformidade metodolgica das pesquisas.

    O tamanho do problema no Brasil s est sendo mensurado h poucos anos.

    Somente acompanhando os dados daqui para frente se possvel dizer se as polticas

    habitacionais esto surtindo efeito, ou no. que nos mostra o grfico 1, a seguir:

    GRFICO 1 PESSOAS EM ASSENTAMENTOS INFORMAIS POR TIPO DE INFORMALIDADE (EM MIL) 1992 E1997 FONTE: IPEA (2007) APUD BALZA (2008).

    A evoluo dos assentamentos informais, que so as moradias localizadas em

    favelas, cortios, sem teto e assentamentos irregulares, mostra que entre 1992 e

    2007, quase 1 milho de brasileiros passou a residir em assentamentos informais.

    Analisou-se o crescimento das favelas, principalmente nas regies metropolitanas do

    Rio de Janeiro e So Paulo, o nmero de Residentes saltou de 4.914 milhes para

    6.979 milhes, um crescimento de mais de 40% (BALZA, 2008).

    A existncia de favelas nos grandes centros econmicos do pas uma herana

    histrica da falta de um projeto de desenvolvimento nacional, que centralizou no eixo

    Rio - So Paulo o governo e as indstrias de base.

  • 25

    4 ANLISE DE NEGCIOS: HABITAO POPULAR MODULAR

    Com a ocupao atual do planeta, torna-se premente o estudo de formas de abrigar

    a populao da nao. Um problema que para empreendedores pode se apresentar

    como uma grande oportunidade de negcio. Para tanto preciso definir este

    mercado e estudar suas variantes.

    4.1 O QUE UMA HABITAO POPULAR MODULAR

    Com base em tudo o que j foi exposto acerca do quesito habitao, estabelecemos

    por base que uma habitao popular seja aquela que atenda a todas as

    necessidades de uma moradia digna, segura e barata. De modo que seja acessvel

    s classes mais baixas e reais demandadoras de casas.

    A Caixa Econmica Federal oferece financiamentos para se adquirir a casa prpria

    em at 30 anos, ou 360 meses, a juros baixos de at 5% a.a. De acordo com as

    regras da caixa econmica um financiamento no teve ultrapassar 30% da renda

    familiar. Logo uma casa popular teve ter no mximo este mesmo custo mensal para

    aquisio de um financiamento. (CAIXA, 2010)

    Casas populares recebem este nome, pois so direcionadas s pessoas de baixa

    renda, so padronizadas e baratas. Neste estudo abordamos um tipo especfico de

    habitao popular, so as habitaes modulares, ou seja, pr-fabricadas em

    mdulos transportveis, que agilizem a construo por meio da montagem in-loco de

    peas previamente produzidas.

    4.2 PRINCIPAIS MODELOS E SUAS CARACTERSTICAS

    O mercado brasileiro est repleto de opes para aqueles que almejem uma casa

    prpria. Excluindo os apartamentos e casas de complexos residenciais, construdos

    por grandes corporaes, que so facilmente encontrados e financiados por bancos

    comerciais, analisamos outros tipos de construo, criados como alternativas ao

    modo padro de se construir no Brasil.

  • 26

    Destacamos a seguir alguns modelos encontrados no mercado:

    Casas pr-fabricadas em madeira;

    Casas com paredes de placas cimentcias;

    Alvenaria convencional com estrutura metlica;

    Adaptao de contineres.

    As casas pr-fabricadas em madeira so comumente comercializadas em kits de

    montagem. Suas plantas so as mais variadas possveis, pois se baseiam em um

    padro de pr-fabricao dos elementos que so por fim encaixados uns nos outros

    e fixados. composta de elementos padronizados, organizados em colunas, com

    sulcos verticais, que recebem tbuas horizontais.

    So frequentemente encontradas em locais de clima mais frio, como em regies

    montanhosas, por exemplo. Entretanto hoje em dia comum encontrar este tipo de

    construo nas reas metropolitanas. Pois, tem um preo atrativo, so rpidas na

    montagem e tem belo acabamento.

    Outro modelo de grande apelo popular a casa com fechamento em placas

    cimentcias. Ela segue o padro das casas pr-fabricadas de madeira, com colunas

    com encaixes para placas slidas de concreto armado. Ambos os elementos pr-

    fabricados e apenas montados no canteiro obra. Tem um preo atrativo, montagem

    rpida e aspecto mais bruto. Grandes conjuntos habitacionais populares foram

    erguidos com esta tcnica no Brasil.

    Neste caso, com uma laje macia como fundao, vigas de ao so parafusadas e

    chumbadas diretamente no concreto, permitindo assim a instalao de colunas e

    tesouras logo em seu segundo estgio. Em sequncia o teto instalado e os

    trabalhadores e materiais de construo ficam protegidos das intempries. Por fim,

    paredes podem ser erguidas de forma fcil e rpida no prumo, pois cada coluna

    serve de guia para a instalao (USIMINAS, 2006).

    O sistema simples, exigindo apenas uma base firme e estabilizada, como uma

    fundao do tipo Radier, que se assemelha muito com uma laje convencional. No

    esquema abaixo, fornecido pela prpria Usiminas, vemos a simplicidade da

    montagem, que pode ser montada em menos de 12 horas de trabalho.

  • 27

    Abaixo apresentamos este modelo:

    FIGURA 3 ETAPAS DA MONTAGEM DO KIT METLICO ESTRUTURAL DAS CASAS FONTE: USIMINAS (2006).

    Neste sistema construtivo, as bases e estruturas so padronizadas, simples para

    se erguer um grande nmero de casas no regime de mutiro, onde os prprios

    donos das casas as constroem com ajuda da comunidade e o mesmo ajuda a

    comunidade a erguer outras. Abaixo, est representado o fechamento externo da

    casa em lajotas convencionais. Este modelo pode ser entregue, pronto para morar, a

    partir das fundaes, em apenas 7 dias.

    Por fim, uma nova conscincia surge no mundo, as casas verdes, que poluem

    pouco, ou nada, preservam energia e contribuem para a reduo das emisses de

    gases causadores do efeito estufa. Esta uma tendncia mundial.

    Na Eslovnia, no Leste Europeu, iniciou-se a utilizao de um refugo da logstica

    internacional para a moradia, o continer. Esta nova modalidade de habitao se

    utiliza da medida padronizada do continer martimo para otimizar ao mximo a

    oferta de residncias. O projeto, chamado de Conhouse, tem por objetivo oferecer

    casas a preos baixos e que possam ser transportadas com simplicidade, de

    preferncia para pases de baixa renda (CONHOUSE, 2009).

  • 28

    FIGURA 4 DESIGN MODERNO DE CASA EM CONTINERES E DETALHE PARA O TRANSPORTE DOS MDULOS FONTE: CONHOUSE (2009).

    O impacto de transformar um continer em uma habitao est de acordo com os

    princpios de preservao do meio ambiente, pois d destino nobre a um elemento

    que seria descartado, o continer, que feito de ao pode ser reciclado e forte para

    ser empilhado e criar andares, resistente o suficiente para resistir fora do tempo

    e pode receber qualquer material para revestimento ou acabamento interno e

    externo, bem como acessrios como varandas, coberturas e sacadas.

    FIGURA 5 PLANTA DE CASA EM CONTINERES COM DOIS ANDARES E DOIS QUARTOS FONTE: CONHOUSE (2009).

    Com este modelo de adaptao conteineres, imediatamente perde-se a necessidade

    de fundaes, colunas, paredes e tetos, o que barateia consideravelmente o

    processo. 100% pr-fabricado, sendo apenas instalado no local, o que diminui o

    tempo de liberao da moradia de dias, para horas. Mesmo que a unidade

    habitacional seja maior e possua um continer ou mais, como no exemplo acima que

    montado com quatro unidades de 20 ps.

  • 29

    4.3 ANLISE COMPARATIVA DOS MODELOS

    importante um estudo comparativo dos quatro sistemas construtivos, levando em

    considerao: o preo final por m, tempo de construo, tecnologia empregada,

    impacto ambiental, peso final e mobilidade. Os dados originais foram obtidos de

    acordo com o Rei das Casas, Santana, Usiminas e Conhouse (2009).

    TIPO / VALOR

    PREO FINAL

    M CONSTRUO TECNOLOGIA

    IMPACTO AMBIENTAL

    PESO (KG)

    MOBILIDADE

    Madeira pr-fabric.

    Alto Semanas Baixa Alto Mdio 50%

    Placas Concreto

    Mdio Semanas Baixa Mdio Alto 0%

    Estrutura Ao

    Baixo Dias Mdia Mdio Alto 0%

    Continer Baixo Horas Alta Baixo Baixo 100%

    QUADRO 11 COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Casas de madeira pr-fabricada tm um altssimo impacto ambiental, devido ao

    desmatamento exigido para extrao da madeira, baixa tecnologia e um preo final

    superior aos demais, porm devido a seu peso e estrutura pode at ser movida,

    desde que ela tenha sido montada com esta finalidade.

    Casas em placas de concreto tm comportamento semelhante s casas de madeira,

    entretanto com menos impacto, j que no envolvem necessariamente o

    desmatamento de rvores, porm mais pesada e sem nenhuma mobilidade.

    Casas com uma estrutura de ao so de construo rpida, tecnologia considervel

    e conseqentemente um preo final inferior, mas devido ao peso e estrutura no

    pode ser movida sem sua demolio.

    Casas baseadas em contineres, por se aproveitar de um refugo de outra indstria,

    tem um preo final inferior, sua construo passa a ser uma instalao que leva

    algumas horas, exige alta tecnologia na adaptao, no transporte e no instalao,

    baixo impacto ambiental e 100% de mobilidade.

  • 30

    5 PLANO DE NEGCIOS: CONCASA

    Com base no exposto, evidenciamos a oportunidade econmico-financeira de se

    introduzir no mercado uma nova unidade de medida para a construo civil modular,

    o continer. Analisando o sucesso do comrcio global evidenciamos que grande

    parte deste deve-se a padronizao desta embalagem de transporte, que hoje est

    apta a ser transportado em todos os modais existentes, sejam martimos ou

    terrestres.

    Visualizando a demanda latente de moradias, bem como as questes ambientais

    pertinentes no mundo moderno, podemos supor que o fator sustentabilidade do

    setor da construo civil no mundo ser crucial para os novos mercados

    emergentes. Utilizar materiais e insumos, pensando em seu destino final antes

    mesmo deste ser levado ao canteiro de obras, acarretar em preservao ambiental

    e visibilidade social que consequentemente ser a base para o sucesso comercial.

    Mesmo que este modelo seja uma unidade habitacional popular.

    Com o intuito de vislumbrar como se d a transposio de uma idia para o mundo

    real, foi proposto um estudo de caso sobre uma empresa que faria a adaptao de

    contineres para habitaes populares moduladas. Da fuso dos conceitos continer

    e casa, surgiu o termo hipottico CONCASA1, que ser utilizado como nome fantasia

    da empresa. O estudo completo ser apresentado a seguir.

    5.1 SUMRIO EXECUTIVO

    O investimento inicial previsto de R$ 557.000,00 (quinhentos e cinquenta e sete

    mil reais). Os resultados apontados pelos clculos financeiros com relao ao

    retorno do investimento so animadores. Com lucro liquido do exerccio de R$

    338.568,41 (trezentos e trinta e oito mil quinhentos e sessenta e oito reais e

    quarenta e um centavos) no perodo de 1 (um) ano, com um Valor Presente Liquido

    (VPL) positivo de R$ 4.574.090,43 (quatro milhes quinhentos e setenta e quatro mil

    noventa reais e quarenta e trs centavos) superior ao investimento inicial.

    _______________________________________________________________________________ 1 - Concasa uma marca/nome hipottico, sem registro legal, utilizado unicamente como nome fantasia neste estudo acadmico (o autor).

  • 31

    Tendo ainda uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 145%, superior ao custo de

    capital, e um prazo de retorno sobre o investimento (Pay Back Simples) de 17

    meses, tornam o empreendimento atrativo para o cenrio apresentado.

    5.2 O NEGCIO

    Definimos o negcio da empresa como sendo o oferecimento sociedade de uma

    opo vivel de moradia de baixo custo e elevada mobilidade, que atenda s

    necessidades das pessoas, no que se refere a segurana, proteo e conforto. O

    empreendimento atuar no setor industrial e comercial de residncias pr-fabricadas

    em mdulos transportveis, que podero ser vendidos em unidades ou grandes

    lotes, para pessoas fsicas ou jurdicas. Para tanto apresentaremos a organizao da

    empresa da seguinte forma.

    Identificao: Concasa Casas moduladas baseadas em Contneres

    Local de Instalao: Grande Vitria, no estado do Esprito Santo

    FIGURA 6: LOCALIZO DO EMPREENDIMENTO Fonte: GOOGLE (2010)

    Objetivo: Suprir a demanda por casas populares, oferecendo um modelo que

    seja digno, seguro e confortvel e facilmente transportado e instalado

    Vantagem Competitiva: Produto inovador, sem concorrncia direta, moderno

    e que atende a um grande nmero de tendncias como reaproveitamento,

    reciclagem e mobilidade.

    Estrutura Organizacional: grupo coeso de 30 pessoas capacitadas, sendo:

    ITENS DESCRIO DA FUNO EMPRESARIAL QUANTIDADE

    1 Diretor administrativo 1

    2 Gerente comercial 2

  • 32

    3 Gerente de marketing 1

    4 Gerente de RH 1

    5 Gerente de Produo 2

    6 Operrios 30

    QUADRO 12 DESCRIO DAS FUNES EMPRESARIAIS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Estrutura hierrquica: com organizao simples e funcional, propiciando a

    facilidade de comunicao e aumentando a eficincia, da seguinte forma:

    FIGURA 7: ORGANIZAO HIERARQUICA FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Com uma organizao simples acredita-se que ser possvel uma administrao

    mais dinmica e ativa, o que corresponde diretamente ao perfil da empresa.

    5.3 PRODUTOS

    Os produtos desta empresa sero lares, espaos habitveis, confortveis e com

    segurana. Construdas como casas moduladas, pois podero ser transportadas e

    instaladas nas mais diversas localidades e condies, atravs de um modelo

    baseado nas medidas padro de um continer martimo normal.

    5.4 ANLISE DE MERCADO

    Para uma real avaliao mercadolgica do negcio proposto necessrio

    executarmos uma anlise cuidadosa do mercado proposto, de modo a conhecermos

    com maior segurana os pontos positivos e negativos, ameaas e oportunidades

    Diretor Administrativo

    Gerentes Comerciais

    Gerente de Marketing

    Gerentes de Produo

    Operrios

    Gerente de RH

  • 33

    encontradas. Esta informao ser crucial para a tomada de deciso final sobre a

    implantao do negcio.

    5.4.1 Caractersticas do Setor

    Os fundamentos da economia mostram que, numa perspectiva conservadora,

    possvel sustentar uma taxa mdia de crescimento de 4% ao ano entre 2007 e 2030,

    conforme projees de cenrios da Fundao Getlio Vargas (FGV).

    O Brasil poder, em 22 anos, acabar com as favelas e o dficit habitacional de 7,9 milhes de moradias caso mantenha os ndices atuais de investimentos no setor. Estudo realizado pela Fundao Getlio Vargas (FGV) e pela consultoria Ernest & Young projeta investimentos de R$ 446,7 bilhes na rea at 2030. Para zerar o dficit, composto por moradias inadequadas e coabitao (mais de uma famlia na mesma casa) e atender a demanda que surgir com o aumento da populao, o estudo projeta a construo de 37 milhes de novas residncias. O crdito para financiamentos chegar a R$ 290,4 bilhes no perodo. [...]as projees do estudo levam em conta o crescimento anual de mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). (FGV, 2008)

    Daqui a duas dcadas, o pais ter um contingente de mais de 230 milhes de

    pessoas e cerca de 95 milhes de famlias. Nesse percurso, 37 milhes de moradias

    sero construdas em todo o pais, uma mdia de 1,6 milho por ano.

    Isso implica um vasto horizonte de negcios. Ao atender essa demanda, o

    faturamento das construtoras, por exemplo, saltar de R$ 53,5 bilhes, em 2007,

    para R$ 129,6 bilhes, em 2030. Em razo da expanso habitacional, as vendas das

    indstrias de materiais de construo devem crescer 4,8% ao ano em mdia no

    perodo considerado. A maior parte das moradias ser destinada a famlias com

    renda mensal de R$ 2 mil a R$ 4 mil [...] por isso haver menor necessidade de

    habitaes para faixas salariais de at R$ 1 mil. (FGV, 2008)

    5.4.2 Oportunidades

    No existe no Brasil uma empresa que oferea casas moduladas com base em

    contineres. Isso j determina uma oportunidade mpar na implanto do negcio.

  • 34

    uma opo que possibilita o oferecimento de moradias industrializadas, com uma

    produo em linha bem definida, oferecenedo um maior nmero de unidades em

    menor tempo. Vendido pronto para ser habitado.

    H ainda o crescimento previsto para a populao e na economia, bem como o

    investimento pblico, subsidiado ou no, que melhore o acesso ao crdito.

    Formalizar outras parcerias slidas com fornecedores e bancos privados coloca o

    produto como potencial soluo para a falta de moradias.

    5.4.3 Ameaas

    O custo final ser superior ao previsto, impedindo o acesso aos que realmente

    precisam. A falta do aporte de um banco ou financeira que apoie a ideia. O lobby da

    construo civil nacional. A falta de cultura da populao que criticar o produto sem

    conhec-lo, formando um marketing negativo inicial. Falta de apoio e m

    administrao.

    5.5 PLANOS DE MARKETING

    O mercado potencial inicial ser o estado do Espirito Santo, em sequncia toda a

    regio sudeste, atingindo diretamente as classes sociais C, D e E. O foco sero as

    pequenas famlias brasileiras em estado emergencial de moradia. Nossos principais

    clientes sero o Estado e instituies de assistencia humanitria e social.

    O produto atende aos quesitos de uma casa convencional e agrega ainda outros

    benefcios, portanto estes itens extras sero enfatizados nas campanhas de

    marketing, de modo que o consumidor conhea o produto.

    O preo ser o mais baixo possvel, respeitando sempre as contas da empresa, de

    modo que o investimento realizado se pague e se sustente sozinho. O preo

    sugerido neste plano de negcios de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) por

    uma unidade composta por 02 (dois) contineres de 40 ps, padro dry,

    sobrepostos, com re til total de 68,38m, sendo 56,54 m de rea interna e

    11,84m de rea externa.

  • 35

    Em 2009 durante a Feira Construir, no Rio de Janeiro, o arquiteto Leonardo

    Gandolfo apresentou um prottipo de casa baseada em contineres, em entrevista

    ao jornal O Globo ele afirmou que o custo da Casa Continer ser de at um quarto

    do custo de construo de uma casa de alvenaria. Alm disso, ela pode ser

    construda em apenas dez dias. Utilizando as tecnologias disponveis hoje no

    mercado, desenvolvemos um sistema que no permite que o imvel esquente. O

    sistema modular permite ainda ampliar a casa de acordo com as necessidades de

    casa cliente (O Globo, 2009).

    5.6 PLANO OPERACIONAL

    Dentro das questes operacionais previu-se o seguinte plano de vendas. No

    primeiro ano, de estabilizao da empresa, foi considerado um padro de vendas

    inicial de apenas 10 unidades por ms, sendo que ao fim do perodo as vendas

    teriam um acrscimo de 50%, como mostra o quadro 14, a seguir:

    ITENS PRODUTO 3 PRIMEIROS

    MESES DO 4 AO 6 MS

    DO 7 O 9 MS

    DO 10 O 12 MS

    A PARTIR DO 13 MS

    1 Casa 2x40-1h 10 11 12 14 15

    QUADRO 13 PROJEO MDIA DAS VENDAS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Desta forma considerando as provveis instabilidades econmicas e financeiras que

    possam ocorrer. Transformando estes nmeros em receita encontramos os

    seguintes valores:

    ITENS PRODUTO PERODO I

    2010 2011

    PERODO II 2011 - 2012

    PERODO III 2012 -

    2013

    PERODO IV 2013 - 2014

    PERODO V 2014 2015

    1 Casa 2x40-1h R$

    528.750,00 R$

    675.000,00 R$

    675.000,00 R$

    675.000,00 R$

    675.000,00

    QUADRO 14 PROJEO DAS RECEITAS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Por se tratar de um trabalho acadmico, as repeties de valores pra a receita so

    aceitveis. O quadro apresenta a mdia prevista para as receitas. Abaixo a previso

    do faturamento acumulado anual:

  • 36

    GRFICO 2 PROJEO DAS RECEITAS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    O grfico apresenta a evoluo das receitas e sua estabilizao conceitual a partir

    do 2 ano. A quantia no 1 ano de 6,345 milhes de reais representa um faturamento

    de 141 casas, vendidas a 45 mil reais, partir do 2 ano o nmero de casas vendidas

    passa para 180, ou seja, 15 por ms, o que representa uma receita de 8,100 milhes

    de reais. Est ser a receita lquida do plano de negcios.

    5.7 PLANO FINANCEIRO

    Neste tpico abordaremos exclusivamente as questes financeiras concernentes ao

    projeto, os custos dos investimentos, com mo-de-obra e um demonstrativo de

    resultados. Financeiramente, esta a parte mais importante do plano de negcios,

    pois ele ir mostrar claramente a viabilidade do projeto.

    5.7.1 Investimentos

    Todos os investimentos a serem realizados foram analisados com base nas

    informaes coletadas pelo empreendedor.

    R$ 0,00

    R$ 1,00

    R$ 2,00

    R$ 3,00

    R$ 4,00

    R$ 5,00

    R$ 6,00

    R$ 7,00

    R$ 8,00

    R$ 9,00

    Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

    R$ 6,35

    R$ 8,10 R$ 8,10 R$ 8,10 R$ 8,10

    Milhes (R$)

  • 37

    DESCRIO VALOR VIDA TIL

    DEPRECIAO /

    ANO

    DEPRECIAO / MS

    a) Obras civis, instalaes etc R$ 27.000,00 10 anos R$ 2.700,00 R$ 225,00

    b) Mquinas e Equipamentos R$ 200.000,00 10 anos R$ 20.000,00 R$ 1.666,67

    c) Mveis e Utenslios R$ 10.000,00 10 anos R$ 1.000,00 R$ 83,33

    d) Equipamentos de informtica R$ 20.000,00 05 anos R$ 4.000,00 R$ 333,33

    e) Veculos R$ 100.000,00 05 anos R$ 20.000,00 R$ 1.666,67

    f) Capital de Giro R$ 200.000,00

    g) Terrenos R$ 0,00

    QUADRO 15 QUADRO DE INVESTIMENTOS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Foi previsto um investimento inicial de R$ 557.000,00 (quinhentos e cinquenta e sete

    mil reais), onde, segundo o empreendedor sero realizados com recursos de

    terceiros. Para efeito de anlise financeira e econmica foi considerada a aquisio

    de um capital de giro com carncia de 12 (doze) meses, sendo o saldo devedor

    pago em 48 (quarenta e oito) parcelas, totalizando 60 (sessenta) meses, com uma

    taxa de juros de 8,25% ao ano. (BANDES, 2010)

    5.7.2 Mo-de-Obra

    Com relao s funes empresariais e suas respectivas remuneraes,

    apresentamos o quadro a seguir, que detalha a questo financeira, que muito

    importante para a tomada de deciso. Esta ser a estrutura inicial dos recursos

    humanos da empresa.

    ITENS DESCRIO DOS

    CARGOS FUNIONAIS QUANT. SALRIO

    BASE VALOR EM R$

    MENSAL ANUAL

    1 Diretor Administrativo 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 72.000,00

    2 Gerente Comercial 2 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00 R$ 72.000,00

    3 Gerente de Marketing 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 24.000,00

    4 Gerente de RH 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 24.000,00

    5 Gerente de Produo 2 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00 R$ 72.000,00

    6 Operrios 30 R$ 750,00 R$ 22.500,00 R$ 270.000,00

    Soma 37 R$ 44.500,00 R$ 534.000,00

    Encargos Sociais R$ 30.340,10 R$ 364.081,20

    Benefcios 0 0

    Comisso 0 0

    Total R$ 74.840,10 R$ 898.081,20

    QUADRO 16 QUADRO DE DISTRIBUIO SALARIAL FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

  • 38

    5.7.3 Demonstrao de Resultados (DRE)

    Ao se analisar a DRE verifica-se que os resultados so suficientes para saldar as

    obrigaes, esta situao pode ser verificada com o atendimento das obrigaes no

    primeiro ano com um resultado operacional lquido positivo de R$ 95.869,15

    (noventa e cinco mil e oitocentos e sessenta e nove reais e quinze centavos), tendo

    nos anos seguintes um lucro crescente de R$ 617.569,80 (seicentos e desessete mil

    mil quinhentos e sessenta e nove reais e oitenta centavos), fato este observado do

    segundo ao quinto ano, pois apresentam os mesmos valores. Entretanto o quinto

    ano no fora representado por uma questo espacial, de modo a no comprometer a

    estrutura visual do trabalho.

    Valores: R$ 1,00

    Perodo I 2010 -

    2011

    Perodo II 2011

    - 2012

    Perodo III

    2012 - 2013

    Perodo IV

    2013 - 2014

    1

    R$ 6.345.000,00 R$ 8.100.000,00 R$ 8.100.000,00 R$ 8.100.000,00

    R$ 6.345.000,00 R$ 8.100.000,00 R$ 8.100.000,00 R$ 8.100.000,00

    2

    PIS R$ 41.242,50 R$ 52.650,00 R$ 52.650,00 R$ 52.650,00

    Cofins: R$ 190.350,00 R$ 243.000,00 R$ 243.000,00 R$ 243.000,00

    ISS R$ 317.250,00 R$ 405.000,00 R$ 405.000,00 R$ 405.000,00

    R$ 548.842,50 R$ 700.650,00 R$ 700.650,00 R$ 700.650,00

    3 R$ 5.796.157,50 R$ 7.399.350,00 R$ 7.399.350,00 R$ 7.399.350,00

    4 R$ 4.620.860,15 R$ 5.646.219,00 R$ 5.646.219,00 R$ 5.646.219,00

    5 R$ 1.175.297,35 R$ 1.753.131,00 R$ 1.753.131,00 R$ 1.753.131,00

    6

    R$ 898.081,20 R$ 898.081,20 R$ 898.081,20 R$ 898.081,20

    R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00

    R$ 910.081,20 R$ 910.081,20 R$ 910.081,20 R$ 910.081,20

    7 R$ 265.216,15 R$ 843.049,80 R$ 843.049,80 R$ 843.049,80

    8 R$ 169.347,00 R$ 225.480,00 R$ 225.480,00 R$ 225.480,00

    R$ 75.330,00 R$ 97.200,00 R$ 97.200,00 R$ 97.200,00

    R$ 26.220,00 R$ 40.800,00 R$ 40.800,00 R$ 40.800,00

    R$ 67.797,00 R$ 87.480,00 R$ 87.480,00 R$ 87.480,00

    9 R$ 95.869,15 R$ 617.569,80 R$ 617.569,80 R$ 617.569,80Lucro / Prejuizo lquido

    do Exerccio

    Total Custos Fixos /

    Despesas Operacionais

    Resultado Operacional

    Lquido (5 - 6)

    Proviso para IRPJ CSLL

    IRPJ

    IRPJ Adicional

    CSLL

    Custos Variveis

    Lucro Bruto/Margem

    Contribuio(3-4)

    Custos Fixos / Despesas

    Operacionais

    Despesas Gerais e

    Administrativas

    Outras Despesas

    Operacionais

    Receita Lquida (1 - 2)

    Descrio

    Receita Bruta

    Servios / Produtos

    Total da Receita Bruta

    Dedues

    Previsto

    0,65%

    3%

    5%

    Total das Dedues

    QUADRO 17 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

  • 39

    Para este projeto o Ponto de Equilibrio, ou seja, a receita mnima mensal para no

    se ter prejuzo de R$ 6.249.130,85 para o primeiro ano e R$ 7.482.430,20 para o

    2, 3 e o 4 ano.

    5.7.4 Fluxo de Caixa / Capacidade de Pagamento

    Observa-se que com a realizao do investimento inicial por parte do empreendedor

    o fluxo de caixa demonstra que o empreendimento tem uma capacidade de gerar um

    caixa positivo a curto, mdio e longo prazo e, portanto, apresenta estabilidade no

    perodo de projeto.

    No segundo exerccio, se as projees se confirmarem, a situao se repete, a

    empresa continua a demonstrar uma boa de capacidade de pagamento e

    consequentemente uma rentabilidade satisfatrio, o mesmo cenrio ser repete para

    todos os anos analisados.

    Descrio Previsto Valores: R$ 1,00

    Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V

    1 Saldo Inicial R$ -

    R$ 219.263,65

    R$ 877.110,95

    R$ 1.534.957,25

    R$ 2.192.802,55

    Investimentos Realizados

    R$ 557.000,00

    R$ -

    R$ -

    R$ -

    R$ -

    2 Entradas ( +) R$

    5.796.157,50 R$

    7.399.350,00 R$

    7.399.350,00 R$

    7.399.350,00 R$

    7.399.350,00

    Receita Lquida de Vendas

    R$ 5.796.157,50

    R$ 7.399.350,00

    R$ 7.399.350,00

    R$ 7.399.350,00

    R$ 7.399.350,00

    3 Sadas ( - ) R$

    6.133.893,85 R$

    6.741.502,70 R$

    6.741.503,70 R$

    6.741.504,70 R$

    6.556.300,20

    Pagamento dos Investimentos

    R$ 557.000,00

    R$ -

    R$ -

    R$ -

    R$ -

    Custos Fixos - Depreciao

    R$ 910.081,20

    R$ 910.081,20

    R$ 910.081,20

    R$ 910.081,20

    R$ 910.081,20

    Custos Variveis

    R$ 4.620.860,15

    R$ 5.646.219,00

    R$ 5.646.219,00

    R$ 5.646.219,00

    R$ 5.646.219,00

    Pagamento de Dvidas

    R$ 45.952,50

    R$ 185.202,50

    R$ 185.203,50

    R$ 185.204,50 (Emprestimo:

    juros 8,25% a.a.)

    4 Saldo Lquido do Caixa

    R$ 219.263,65

    R$ 657.847,30

    R$ 657.846,30

    R$ 657.845,30

    R$ 843.049,80

    5 Saldo Acumulado do Caixa

    R$ 219.263,65

    R$ 877.110,95

    R$ 1.534.957,25

    R$ 2.192.802,55

    R$ 3.035.852,35

    QUADRO 18 FLUXO DE CAIXA FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

  • 40

    Aps a anlise da evoluo do caixa da empresa, torna-se claro que todos os

    periodos mantm um nvel satisfatrio nos cenrios analisados, as projees

    demonstram lucro, e este indicador sinaliza a viabilidade do negcio.

    GRFICO 3 EVOLUO DA PROJEO DO FATURAMENTO FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    O fluxo de caixa se mostra bastante atrativo ao investimento, pois o que puder ser

    economizado nos custos variveis elevar imediatamente a margem de lucros,

    melhorando ainda mais o ndice de lucratividade ora apresentado.

    O Fluxo de Caixa Relevante (FCR) parte da premissa de que o patrimnio da

    empresa vale aquilo que ela consegue gerar de caixa no futuro, logo analisando este

    parametro pode-se ter uma viso de que a empresa poder gerar um fluxo

    satisfatrio nos periodos analisados.

    GRFICO 4 FLUXO DE CAIXA RELEVANTE ESPERADO FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Este grfico resume a sade financeira do empreendimento, exprimindo apenas os

    dados de interesse econmico. No perodo 1, o momento do endividamento com a

    capitalizao da empresa por meio dos emprstimos necessrios para os

    investimentos. No momento 2, a quantia captada para o empreendimento

    R$ -

    R$ 500.000,00

    R$ 1.000.000,00

    R$ 1.500.000,00

    R$ 2.000.000,00

    R$ 2.500.000,00

    R$ 3.000.000,00

    R$ 3.500.000,00

    1 2 3 4 5

    Saldo Lquido do Caixa

    Saldo Acumulado do Caixa

    -R$ 1.000.000,00

    R$ -

    R$ 1.000.000,00

    R$ 2.000.000,00

    R$ 3.000.000,00

    R$ 4.000.000,00

    1 2 3 4 5 6 7

  • 41

    implementada e a empresa passa a operar. O estgio 3 e simultneo com o estgio

    2, e no grfico exprime apenas o lucro que fora alferido no fiim do primeiro perodo

    de atividades. Do 4 ao stimo perodos que representam o espao de tempo entre o

    2 e o 5 ano da empresa encontramos uma curva ascendente de lucratividade para

    o empreendimento, o que representa sua sustentabilidade no passar do tempo.

    5.7.5 Capital de Giro

    O Capital Circulante Lquido (CCL) positivo de R$ 45.044,38 (quarenta e cinco mil

    quarenta e quatro reais e trinta e oito centavos) no primeiro ano indica que a

    empresa no ter dificuldades no que se refere sua capacidade de cumprir com

    suas obrigaes de curto e mdio prazo.

    Discriminao Valor no Ano 01

    1 Usos R$ 610.315,91

    Caixa e Bancos R$ 340.315,91

    Estoque de Material de Consumo R$ 270.000,00

    Financiamento das Vendas R$ -

    2 Fontes R$ 565.271,53

    Emprstimo a Pagar (Financiamento) R$ 185.202,50

    Fornecedores R$ 270.000,00

    Descontos e Recebveis R$ -

    Impostos e Contribuies R$ 30.458,33

    Salrios e Encargos a pagar R$ 79.610,70

    3 Capital de Giro - CCL (1 - 2) R$ 45.044,38

    QUADRO 19 CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO - CCL FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    Para fins de clculo da Necessidade de Capital de Giro (NCG), levou-se em conta a

    aquisio dos estoques iniciais e demais insumos utilizados no primeiro ano; bem

    como a mo de obra e encargos sociais; alm dos impostos e uma margem de

    segurana, considerando possveis sazonalidades, ou fatores inesperados que

    possam ocorrer.

  • 42

    5.7.6 Indicadores Econmicos e Financeiros

    Seguindo as projees, no primeiro ano a empresa apresenta uma lucratividade

    positiva de 8,86%, portanto a empresa ter condies, por si s de arcar com todas

    as suas despesas. importante observar que a partir do segundo ano a situao

    teve uma melhora em relao ao perodo anterior. A lucratividade retrata a

    proporo do lucro lquido em relao receita bruta de vendas.

    Discriminao Perodo I

    2010 - 2011 Perodo II 2011

    2012 Perodo III

    2012 - 2013 Perodo IV

    2013 - 2014

    Perodo V 2014

    2015

    1 Lucratividade Lquida 1,51% 7,62% 7,62% 7,62% 7,62%

    2 Rentabilidade do Ativo 39,37% 84,75% 45,87% 31,44% 30,65%

    3 Investimento (Pay Back Simples)

    17

    4 Valor Presente Lquido

    R$ 1.266.829,09

    5 Taxa Interna de Retorno

    77%

    QUADRO 20 INDICADORES FINANCEIROS FONTE: ELABORADO PELO AUTOR.

    A lucratividade lquida, obtida atravs da razo entre o lucro lquido e a receita bruta

    expressa no Demonstrativo de Resultados, apresenta um valor de 1,51% no 1 ano,

    mas se estabiliza a partir do 2 ano em 7,62%. Estes valores se justificam pelo

    montante investido no projeto, R$ 557.000,00 (quinhentos e cinquenta e sete mil

    reais), que exerce grande impacto no inicio dos trabalhos.

    A mesma flutuao visvel na anlise de rentabilidade do ativo, que d um salto no

    do 1 para o 2 ano e depois se estabiliza na casa dos 30%, presupondo-se que as

    receitas e despesas permaneam constantes. No 5 ano ocorre o fim do pagamento

    pelo financiamento e est a nica alterao no fluxo de caixa previsto neste Plano

    de Negcios para o ltimo perodo analizado.

    O retorno do capital investido aos acionistas, o Pay Back, de 17 meses, o que

    bastante atrativo.

    Um investidor busca saber a viabilidade de um investimento atravs de duas

    ferramentas principais, o Valor Presente Lquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno

    (TIR). O VPL determina a o valor do dinheiro futuro em uma data presente, se o

  • 43

    resultado for negativo, o investimento no rentvel, e considerado rentvel e

    passvel de investimento em caso positivo. No caso deste Plano de Negcios, da

    empresa fictcia Concasa, o VPL de R$ 1.266.829,09 (um milho duzentos e

    sessenta e seis mil oitocentos e vinte e nove reais e nove centavos) positivos e

    considerando uma taxa de desconto de 15%.

    A Taxa de Retorno, utilizada no clculo do VPL um ndice que se referencial ao

    mercado, ou seja, ela representa a opo que o mercado oferece ao investidor em

    detrimento ao empreendimento proposto, seja uma aplicao bancria ou outro

    projeto qualquer. Em essncia a Taxa Interna de Retorno (TIR) exatamente o valor

    deste ndice, capaz de trazer o VPL zero. Este ponto considerado o limiar entre a

    certeza do investimento e a dvida por outras opes.No caso da Concasa a TIR

    de 77%, ou seja, para outro empre