a importÂncia da resiliÊncia, estresse, sÍndrome...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Josiane da Silva Ferreira A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA, ESTRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT E ABSENTEÍSMO NAS ORGANIZAÇÕES E NA SAÚDE DOS PROFISSIONAIS CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Josiane da Silva Ferreira

A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA, ESTRESSE, SÍNDROME DE

BURNOUT E ABSENTEÍSMO NAS ORGANIZAÇÕES E NA SAÚDE DOS PROFISSIONAIS

CURITIBA 2011

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Josiane da Silva Ferreira

A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA, ESTRESSE, SÍNDROME DE BURNOUT E ABSENTEÍSMO NAS ORGANIZAÇÕES E NA SAÚDE

DOS PROFISSIONAIS

Monografia apresentada a Pós-Graduação de Auditoria e Gestão em Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para obtenção do título de especialista em Auditoria e Gestão em Saúde. Orientadora: Profª Dra. Ana Maria Dyniewicz.

CURITIBA 2011

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RESUMO

A pesquisa teve como finalidade contextualizar a resiliência, discorrer sobre suas características e verificar a importância da resiliência nas organizações e na saúde dos profissionais, pois se observa alto nível de estresse, desmotivação, doenças psicossomáticas e alto nível de afastamentos nos ambientes de trabalho. Transcorre-se através de uma pesquisa bibliográfica, realizada no período de dezembro de 2010 a março de 2011, utilizando as palavras chaves: Resiliência, Estresse, Síndrome de Burnout, Organizações, Profissionais. Conclui-se que os altos níveis de cobrança nas organizações acabam gerando estresse profissional. Nesse contexto, as pessoas que não são resilientes acabam desenvolvendo doenças psicossomáticas como, por exemplo, a síndrome de burnout, que em leva ao absenteísmo e, como conseqüência, também gera prejuízos nas organizações e na saúde dos profissional. Palavras-chave: Resiliência, Estresse, Síndrome de Burnout, Organizações, Profissionais.

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ABSTRACT

The research had as objective contextualize the resilience, discuss its characteristics and verify the importance of resilience in organizations and in the professionals health, because we observe high levels of stress, discouragement, psychosomatic illnesses and high level of absenteeism in the workplace. This research occurs through a literature search, conducted from December 2010 to March 2011, using the words: Resilience, Stress, Burnout syndrome, Organizations, Professionals. We conclude that the high debt levels in the organizations generates the professional stress. In this environment, people who are not resilient eventually develop psychosomatic disorders such as burnout syndrome, that increase the absenteeism levels and, as a consequence, result in losses in organizations and in the professional health.

Key-words: Resilience, Stress, Burnout syndrome, Organizations, Professionals.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................6 1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................7 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................8 2 METODOLOGIA ....................................................................................................9 3 RESILIÊNCIA.......................................................................................................10 3.1 ORGANIZAÇÃO RESILIENTE..........................................................................13 3.2 CARACTERÍSTICAS DE PESSOAS RESILIENTES ........................................14 4 RESILIÊNCIA E SAÚDE......................................................................................16 5 RESILIÊNCIA E DOENÇA...................................................................................17 6 ESTRESSE ..........................................................................................................19 7 SÍNDROME DE BURNOUT .................................................................................22 8 AFASTAMENTOS NO TRABALHO ....................................................................24 9 CONCLUSÃO ......................................................................................................26 REFERÊNCIAS.........................................................................................................27

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1 INTRODUÇÃO

As novas configurações do mundo globalizado e seu acelerado processo de

modernização científica e tecnológica vêm demandando novas formas de

construção do conhecimento, pressionando mudanças no processo de formação de

profissionais competentes para o atendimento à população. Essa necessidade de

mudança decorre de elementos, tais como as novas modalidades de organização do

mundo do trabalho e das exigências no perfil de novos profissionais voltados para a

transdisciplinaridade na produção do conhecimento (SILVA et al., 2010).

Na era do neoliberalismo, da interdependência e da globalização, as

organizações são bombardeadas continuamente por exigências oriundas do cenário

social, econômico, político e tecnológico. A ampliação dos direitos de cidadania

reflete-se nos trabalhadores e usuários aumentando as exigências de melhoria

sobre as instituições em geral e que, por sua vez, demandam melhores produtos

oferecidos a partir do estabelecimento de novas relações da clientela e de trabalho

(BACKES et al, 2007).

Essas exigências que surgem no mundo moderno incutem em um novo

ritmo e novas demandas que, por sua vez, trazem a tona novos conflitos

(TABOADA, LEGAL e MACHADO, 2006). Devido a esse novo nível de

competitividade imposto pelo mundo moderno, pessoas resilientes se destacam no

mercado de trabalho (MINELLO, 2010). Essas pessoas resilientes apresentam como

principais características a criatividade e a inovação, pois estão sempre em busca de

novas alternativas, novas formas de lidar com a mesma situação (POETINI, 2010).

A resiliência é definida com diversos significados. Segundo Pinheiro (2004),

resiliência é a capacidade que tem um ser humano de se recuperar

psicologicamente, quando é submetido às adversidades, como o estresse

profissional.

O estresse profissional é uma realidade que vem crescendo cada vez mais

no mercado de trabalho, observa-se que não ocorre só em grandes empresas, mas

em empresas de todos os portes e em todos os níveis hierárquicos. No mercado de

trabalho cresce cada vez mais a procura por profissionais que saibam trabalhar com

altos níveis de cobrança. Dessa forma a pessoa resiliente apresenta um grande

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diferencial. Poetini (2010) afirma que um profissional resiliente vai ao encontro do

esperado pelas empresas e instituições em termos do perfil do trabalhador.

Essa grande importância de se terem profissionais resilientes nos leva aos

instrumentos usados para medir o nível desta característica. Estudos realizados por

Belancieri (2005) mostram que há avanços na validação de instrumentos que

medem indicadores de resiliência, sendo dois deles validados no Brasil.

Um dos instrumentos para mediar resiliência é o questionário do Coeficiente

de Resiliência, também conhecido como RQ-Test. Esse questionário organiza a

resiliência em sete fatores: Regulação das Emoções; Controle de Impulsos;

Otimismo; Análise Causal; Empatia; Autoeficácia e Exposição. O questionário é

auto-aplicável e possui 56 quesitos, que visam possíveis características resilientes.

O respondente deverá, em 10 minutos, avaliar o quanto cada item é verdadeiro para

si, pontuando numa escala tipo Likert de 1 (nunca verdade) a 5 (sempre verdade)

(NIQUERITO, 2009).

O outro instrumento utilizado no Brasil usa a escala de Resiliência de

Wagnild e Yong. Este inventário, também do tipo Likert, mede os níveis de

adaptação psicossocial positiva (ANGST et al., 2009).

O trabalho do profissional tem merecido a atenção de muitos pesquisadores

na área de saúde ocupacional, destacando-se prejuízos à saúde física e mental dos

trabalhadores. A falta de resiliência dos profissionais faz com que o trabalho deixe

de significar satisfação e realização para se tornar sofrimento, exploração, doença e

morte (BARBOZA e SOLER, 2003).

Tal como citado, esta pesquisa se faz necessária, pois se observa alto nível

de estresse, desmotivação, doenças psicossomáticas e alto nível de afastamentos

nos ambientes de trabalho.

1.1 OBJETIVO GERAL

Contextualizar a resiliência, estresse, Síndrome de Burnout e absenteísmo.

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1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Discorrer sobre as características da resiliência estresse, Síndrome de

Burnout e absenteísmo, verificar a importância destas nas organizações e na saúde

dos profissionais.

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2 METODOLOGIA

Transcorre-se através de uma pesquisa bibliográfica, que segundo Dyniewicz

(2010), “se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento

disponível a partir das teorias publicadas em livros, publicações periódicas e em

outras obras científicas”. Foi realizada no período de dezembro de 2010 a fevereiro

de 2011, nas bases de dados da Bireme e Scielo, utilizando as palavras chaves:

Resiliência, Estresse, Síndrome de Burnout, Organizações, Profissionais.

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3 RESILIÊNCIA

Segundo Belancieri et al. (2010), resiliência é um termo relativamente novo

na área da saúde. Surgiu associado aos estudos da Física e da Engenharia,

referindo-se à capacidade que um material tem de absorver energia sem sofrer

deformações permanentes.

É originário da física, ciência na qual este termo é definido como a

capacidade de um material absorver energia sem sofrer deformação plástica

(POLETTO e KOLLER, 2008). Na física, Soria et al. (2009), também definem a

resiliência como a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo

deformado é devolvida, quando cessa a tensão causadora de uma deformação

elástica. No sentido figurado, o dicionário aponta o termo como "resistência ao

choque”.

Resiliência não é uma característica ou traço individual, mas processos

psicológicos que devem ser cuidadosamente examinados. Resiliência não é uma

característica fixa, ou um produto, ela pode ser desencadeada e desaparecer em

determinados momentos da vida, bem como estar presente em algumas áreas e

ausente em outras. Neste sentido, a resiliência é entendida, portanto, não somente

como uma característica da pessoa, como uma capacidade inata, herdada por

alguns “privilegiados”, mas a partir da interação dinâmica existente entre as

características individuais e a complexidade do contexto ecológico (POLETTO e

KOLLER, 2008).

“Na língua portuguesa a palavra resiliência vem sendo utilizada há pouco tempo e no Brasil se restringe ao grupo limitado, muitos profissionais da área da psicologia, da sociologia ou da educação nunca tiveram contato com a palavra e desconhecem seu uso formal ou informal, bem como sua aplicação em qualquer área da ciência. Por outro lado os profissionais das áreas da engenharia, ecologia e até mesmo odontologia revelam certa familiaridade com a palavra, quando se refere a resistência dos materiais” (YUNES, 2003, p.75-84).

Na psicologia, resiliência refere-se a capacidade dos seres humanos em

enfrentar e responder de forma positiva às experiências que possuem elevado

potencial de risco para sua saúde e desenvolvimento (SILVA et al., 2005).

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Resiliência é um tema bastante atual na administração e nos negócios. O

termo resiliência é sempre abordado quando se trata da teoria de sistemas

(CHIAVENATO, 2004).

“A Teoria de Sistemas surgiu de uma percepção dos cientistas, de que certos princípios e conclusões eram validos e aplicáveis a diferentes ramos da ciência. Embuido dessa filosofia, o biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy lançou em 1937 as bases da teoria geral dos sistemas. Ela afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos separados, sistema implica um complexo interligado de componentes funcionalmente relacionados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando eles são estudados globalmente, envolvendo todas as interdependências e suas partes” (PERAZZOLO et al., 2006, p. 95-107).

Em linguagem científica, a resiliência é a capacidade de um sistema de

superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo e manter-se inalterado. As

organizações, como sistemas abertos, apresentam essa capacidade de enfrentar e

superar perturbações externas provocadas pela sociedade sem que desapareça seu

potencial de auto-organização (CHIAVENATO, 2004).

A origem do termo resiliência pode ser discutida sobre três pontos de vista: o físico, o médico e o psicológico. No primeiro, a resiliência é a qualidade de resistência de um material ao choque, à tensão, à pressão, a qual lhe permite voltar, sempre que é forçado ou violentado, à sua forma ou posição inicial - por exemplo, uma barra de ferro, uma mola, elástico etc. No segundo, a resiliência seria a capacidade de um sujeito resistir a uma doença, a uma infecção, a uma intervenção, por si próprio ou com a ajuda de medicamentos. E, no terceiro, a resiliência também é uma capacidade de as pessoas, individualmente ou em grupo, resistirem a situações adversas sem perder o seu equilíbrio inicial, isto é, a capacidade de se acomodar e reequilibrar constantemente (PINHEIRO, 2004, p. 67-75).

A definição de resiliência também é expressada por Vergara (2008) e

Belancieri et al. (2010), como sendo a capacidade de uma pessoa recuperar-se e

manter um comportamento adequado após um dano. Não é apenas a capacidade

de ultrapassar as adversidades, mas também capacitar-se a enfrentá-las e superá-

las, melhorando os aspectos positivos da vida. Assim, a resiliência é a fonte para se

alcançar os objetivos propostos.

Pesce et al. (2004), considera a resiliência como a capacidade do sujeito de,

em determinados momentos e de acordo com as circunstâncias, lidar com a

adversidade não sucumbindo a elas, alertando para a necessidade de relativizar, em

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função do indivíduo e do contexto, o aspecto de “superação” de eventos

potencialmente estressores apontado em algumas definições de resiliência. Defende

que o termo resiliência traduz conceitualmente a possibilidade de superação num

sentido dialético, o que representa não uma eliminação, mas uma re-significação do

problema.

Nos últimos tempos as pessoas vivem cada vez mais ameaçadas por

realidades externas e internas, o que gera sensações de insegurança, ansiedade e

angústia, conduzindo muitos casos a situações de desespero. De acordo com Pesce

et al. (2004), são muitos os fatores de risco, crônicos ou agudos, que estariam

afetando a capacidade de resiliência dos indivíduos. Condições de pobreza, rupturas

na família, vivência de algum tipo de violência, experiências de doença no próprio

indivíduo ou na família e perdas importantes são alguns exemplos.

Tal como citado por Poetini (2010), é com estas condições que o indivíduo

precisa aprender a lidar e conviver, sendo necessário criar e desenvolver defesas

físicas e psicológicas, hoje designadas como resiliência.

Segundo Rocca (2007), uma dessas defesas é a fé, vivida como confiança

em um Deus presente. Esta é a força que ajuda muitos a superar o sofrimento.

Ainda segundo este autor, essa forma de defesa também parece ser uma chave no

desenvolvimento das capacidades de resiliência.

A regulação das emoções e o controle dos impulsos estão intimamente

relacionados; assim, os sujeitos que são fortes no fator controle dos impulsos

tendem a ter alta regulação das emoções. Os autores ressaltam que esses dois

fatores estão embasados em sistemas de crenças similares. Assim, quando o

controle dos impulsos se apresenta abaixo da média, o sujeito aceita sua primeira

crença impulsiva como verdadeira, e age de acordo com ela, produzindo, com

frequência, consequências negativas que bloqueiam sua resiliência (BELANCIERI

et al., 2010).

Taboada, Legal e Machado (2006), aponta que é de grande importância para

se compreender a resiliência, conhecer o modo como as características protetoras

se desenvolveram e como modificaram o percurso do indivíduo. O equilíbrio

existente entre fatores de risco e proteção contribui para o desenvolvimento da

resiliência. A proteção é definida como o conjunto de influências que modificam e

melhoram a resposta de um indivíduo quando este está exposto a algum perigo que

predispõe a um resultado não adaptativo.

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Para a compreensão dos mecanismos facilitadores dos processos de

resiliência, através da observação da interação entre as características individuais e

ambientais, torna-se essencial a identificação de fatores de risco e particularmente

os de proteção, tanto pessoais como interpessoais. Esta relação entre estes fatores

de risco e proteção é um aspecto necessário para se chegar ao conceito de

resiliência, sendo importante destacar o binômio risco-proteção (BIANCHINI et al.,

2010).

3.1 ORGANIZAÇÃO RESILIENTE

Para os autores Pereira (2001) e Pinheiro (2004), uma organização resiliente

é uma organização inteligente, reflexiva, onde todas as pessoas são inteligentes,

livres, responsáveis, competentes, e funcionam numa relação de confiança.

Entre as características de uma organização resiliente está a liderança que

começa quando a administração da empresa estabelece prioridades, aloca recursos

e assume os compromissos para estabelecer resiliência organizacional ao longo da

empresa. A liderança precisa alcançar uma balança entre assumir risco e conter

risco para assegurar a inovação, dentro de um contexto de prudente minimização

dos riscos. O segundo componente da resiliência organizacional é a cultura

organizacional. Uma cultura resiliente é construída sobre princípios de

empowerment das pessoas, propósito e confiança. Redes de pessoas que se auto-

organizam em comunidades de prática da aprendizagem e mentoring e que são

empoderadas para participar, liderar e organizar equipes virtuais. (CHIAVENATO,

2004).

A resiliência do ambiente de trabalho é alcançada através da distribuição do

local de trabalho em ambientes múltiplos e dispersos. As técnicas alternativas como

office hoteling, telecommuting e desk sharing proporcionam o nível de flexibilidade

do ambiente de trabalho e a agilidade é essencial para reduzir o risco de incidentes

catastróficos em uma empresa. Todavia, não é suficiente criar um ambiente

altamente distribuído e conectado. É essencial avaliar constantemente a segurança

e conforto do local de trabalho (CHIAVENATO, 2004).

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3.2 CARACTERÍSTICAS DE PESSOAS RESILIENTES

Diversos autores descrevem as principais características dos sujeitos

resilientes. Sapienza e Pedromonico (2005), caracteriza as pessoas resilientes como

tendo um bom funcionamento intelectual, sociabilidade e expressão adequada, auto-

eficácia, autoconfiança e auto-estima elevada, talentos e fé. Já para Belancieri et al.

(2010), para que o sujeito seja considerado resiliente, é necessário que exista um

equilíbrio, ou uma combinação entre os fatores de risco e de proteção. Os fatores de

proteção estão associados às condições do próprio indivíduo, como autoestima

positiva, temperamento fácil e maleável, ou seja, flexibilidade diante das

adversidades.

Pessoas resilientes apresentam grande capacidade de adaptação, o que as

permite realizar uma mudança significativa nas atitudes e na qualidade de vida

diante do caos do dia-a-dia, das cobranças, prazos, pressões e estresse acumulado.

Isso não significa ausência de dores emocionais, a diferença consiste na forma de

vivenciá-las (BELANCIERI et al., 2010).

O novo cenário global exige um novo perfil de profissional, este deve ser

pró-ativo, flexível e criativo e que se adapte às mudanças e às exigências do mundo

do trabalho (POETINI, 2010).

Para Poetini (2010) a resiliência nas pessoas e nas organizações revelou

que ela não é uma qualidade única e extraordinária, a resiliência é, antes de tudo, a

resultante de qualidades comuns que a maioria das pessoas já possui, mas que

precisam estar desenvolvidas. Poetini ainda afirma que é possível reconhecer uma

pessoa resiliente pela forma como esta pensa, comunica-se e comporta-se diante de

uma adversidade, uma vez que os indivíduos resilientes são autoconfiantes e

acreditam no que são capazes de fazer, possuem baixa ansiedade e alta

extroversão. Para o ser resiliente é aquele que decide interpretar a adversidade

como uma circunstância e um aprendizado da vida, e que escolheu a inteligência e a

esperança em vez da vitimização e do desespero.

Uma pessoa resiliente apresenta características especificas como auto

confiança, crença na própria capacidade pessoal, habilidade de resolver problemas

(ANGST et al., 2009).

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Os sujeitos considerados resilientes são otimistas, uma vez que acreditam

que as coisas podem sempre melhorar. Assumem o controle e a direção de suas

vidas e têm esperança no futuro. Conforme centenas de estudos controlados, os

otimistas são fisicamente mais saudáveis, têm menos probabilidade de sofrer de

depressão e são mais produtivos no trabalho que os pessimistas (BELANCIERI et

al., 2010).

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4 RESILIÊNCIA E SAÚDE

Para se ter saúde são necessários requisitos como paz, abrigo, segurança

social, alimento, e respeito aos direitos humanos (NORONHA et al., 2009).

Uma velhice bem sucedida, aliada a um percurso resiliente, significa a

ausência de doença ou pelo menos de invalidez, um elevado nível de funcionamento

mental e psicológico e a inserção social por meio de atividades e relações

interpessoais (LARANJEIRA, 2007).

Segundo Barlach et al. (2008), o processo da resiliência e é o enfrentamento

mesmo da situação adversa que possibilita o crescimento psicológico do indivíduo,

promovendo benefícios à saúde mental. Esses benefícios levam os indivíduos a

desfrutarem de uma melhor qualidade de vida, como foi estudado por Roncato

(2007). Segundo seus estudos realizados na última década, a melhoria na qualidade

e quantidade do lazer promove a resiliência e também o aumento na qualidade de

vida. Com esta idéia em mente, segundo Silva et al. (2005), falar de resiliência

significa falar de produção de saúde em contextos adversos.

Nas formas de cuidado com a saúde, pode se dizer que é inverstido nas

atividades religiosas, na família e atividades sociais, no lazer, atividades físicas,

realizam mudanças no que é possível no trabalho como: diminuição de carga

horária, não realização de horário extraordinário, redução da carga de trabalho,

evitar se expor ao estresse, controlar a agitação e não realizar plantão noturno

(TEIXEIRA e MANTOVANI, 2009). Qualidade de vida tem sido objeto de pesquisas

em vários campos, principalmente nos estudos associados à condição de trabalho. É

por meio do trabalho que o homem interage na sociedade produtiva, ou seja, o

trabalho é entendido como parte integrante e essencial de sua vida. Desta forma,

podemos dizer que o trabalho passou a ocupar um lugar central na vida humana e,

dependendo da forma como está sendo executado, pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores dos processos saúde-doença (FOGAÇA et al.,

2010).

Acredita-se que, diante das características desfavoráveis à saúde no

trabalho, o trabalhador desenvolve defesas, estratégias de enfrentamento, as quais

permitem que o sofrimento não seja instalado ou não venha a causar adoecimento

(PAI e LAUERT, 2009).

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5 RESILIÊNCIA E DOENÇA

Estudos mostram que as condições de trabalho e vida dos trabalhadores

em muita das vezes são colocados à mercê de riscos provenientes de condições

precárias de trabalho, aos quais são responsáveis pelo aparecimento de doenças

(SILVA e MARZIALE, 2000).

Entretanto, ao longo da história, o trabalho, para a maioria da humanidade,

tem representado dor, adoecimento e morte, fruto das diferentes formas de

exploração a que os homens têm sido submetidos ao longo dos séculos e que, nos

primórdios do século XXI, têm se intensificado (BRAGA, 2007).

O conceito de resiliência foi definido inicialmente como um conjunto de

traços de personalidade e capacidades que tornavam invulneráveis as pessoas que

passavam por experiências traumáticas e não desenvolviam doenças psíquicas,

caracterizando, assim, a qualidade de serem resistentes (REGALLA et al, 2007).

A princípio e, principalmente, em virtude da transposição desse conceito da

física para a psicologia, a definição do termo resiliência esteve muito relacionada à

idéia de "invulnerabilidade" (resistência absoluta ao estresse) e de "adaptação"

(CARVALHO et al., 2007).

Segunda a revista VOCÊ S/A (2011), muitas profissões estão sujeitas a

estresses diários e conseqüente surgimento de doenças relacionadas ao mesmo.

Até mesmo o ambiente de trabalho pode comprometer o nível de resiliência do

profissional e promover o surgimento de doenças. Essa idéia pôde ser confirmada

com o estudo que utilizou-se da enfermagem para confirmá-la. Segundo o estudo, o

ambiente de trabalho da enfermagem constitui-se de inúmeros elementos

estressores e estes podem comprometer a saúde e a qualidade de vida dos

trabalhadores. Ainda segundo seu estudo, a enfermagem é classificada pela Health

Education Authority como a quarta profissão mais estressante do mundo. Foi

evidenciada a relação da resiliência e do comprometimento da saúde. Segundo eles,

os desajustes emocionais, que são características de indivíduos que não

apresentam resiliência, são fatores que contribuem significamente para o surgimento

de enfermidades.

Estas relações anteriormente citadas, entre resiliência e surgimento de

doenças, apresentam um crescente interesse atualmente, crescimento este que é

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reflexo da necessidade de prevenção de problemas e promoção da saúde mental

(REGALLA et al, 2007).

Costumes negativos de vida e, quando presentes, aumentam a

probabilidade de a pessoa apresentar problemas físicos, sociais ou emocionais

(POLETTO e KOLLER, 2008).

Segundo uma pesquisa realizada no Brasil pela International Stress

Management Association (Isma-Brasil), 83% das pessoas não podem ser

consideradas resilientes. Ainda de acordo com o estudo, 80% desses entrevistados

têm mais chances de desenvolver problemas emocionais como depressão e

ansiedade; 75% de apresentar sintomas físicos como dores de cabeça e

musculares, azia e alergias; e 72% de ter desvios comportamentais como

agressividade, passividade e dependência química. Ser resiliente, portanto, faz com

que a pessoa não se estresse tanto. Ana Maria Rossi, presidente da Isma-Brasil, diz

que isso, por si só, já deveria ser suficiente para que as pessoas se

conscientizassem da necessidade de ser mais flexíveis. "Nem todo mundo que é

resiliente consegue alcançar o sucesso que sonhava", diz. "Mas o que realmente

está em jogo não são os resultados que a pessoa obterá no futuro, e sim o preço do

desgaste físico e emocional." Para se tornar uma pessoa resiliente não é preciso

estudar nenhuma técnica (SENIOR, 2011).

As doenças crônicas provocam mudanças na vida das pessoas, não só na

estrutura e funcionamento do organismo, mas também nas condições e qualidade

de vida, com o desenvolvimento da necessidade de novos hábitos, revisão de

papéis sociais e da incorporação da doença em seu processo de viver, fato que

pode ser evidenciado neste estudo porque os enfermeiros modificaram hábitos,

realizaram alterações no trabalho como evitar situações estressoras e modificaram

atitudes que agravavam suas enfermidades (TEIXEIRA e MANTOVANI, 2009).

Segundo Pawlina (2007), a precarização do trabalho tem sido responsável

pela piora das condições de saúde e pela mudança do perfil epidemiológico de

adoecimento dos trabalhadores, com destaque para o aumento das doenças

relacionadas ao trabalho ou atípicas e, entre elas, dos transtornos mentais.

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6 ESTRESSE

O estresse é um dos causadores de doenças psicossomáticas nos

profissionais. Segundo Mangolin et al. (2003), os enfermeiros, os bancários, os

empresários e policiais são os mais expostos a fatores desencadeantes de estresse,

o que conseqüentemente leva ao consumo elevado de café, álcool, tabaco. Esse

fato é favorecedor de doenças circulatórias, imunológicas, metabólicas e até

emocionais.

O conceito de risco está diretamente relacionado com eventos negativos de

vida, que, quando presentes, aumentam a probabilidade de o indivíduo apresentar

problemas (YUNES e SZYMANSKI, 2001).

Ao se encontrar diante de adversidades, muitas vezes causadoras de

estresse ou trauma, o indivíduo se torna suscetível à vulnerabilidade e ao

desequilíbrio. Entre alguns dos fatores de risco, pode-se citar a desorganização

familiar, perdas precoces significativas, violências física e psicológica, doenças

(BIANCHINI et al., 2007).

Esses dois fatores somados, o desgaste físico e mental, resultam no

surgimento do estresse. Para Mazon, Carlotto e Cãmara (2008), o estresse é

resultado da interação entre indivíduo e ambiente, em que a pessoa percebe uma

discrepância, real ou não, entre as demandas situacionais e os recursos dos seus

sistemas biológico, psicológico ou social. O estresse é também entendido como uma

avaliação que o indivíduo faz das situações as quais é exposto, como sendo mais ou

menos desgastantes. O estresse identificado como uma situação negativa, de difícil

enfrentamento (PRETO e PEDRAO, 2009). Além de ser negativa, a situação de

estresse pode afetar a qualidade do trabalho e também a qualidade de vida

(RONCATO, 2007)

Os profissionais atuantes na área da saúde entram em contato contínuo com

situações de enfrentamento, que colaboram para a ocorrência de estresse e

depressão relacionados à dor e a perda (SORIA, et al.,2009). No estresse ocorre

um sentimento de fracasso e exaustão, causados por um excessivo desgaste de

energia e recursos que acomete, geralmente, os profissionais que trabalham em

contato direto com pessoas (SANTOS, PEREIRA e CARLOTTO, 2010).

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Blum (1997) considera que o estresse é uma experiência universal. A

maneira pela qual o indivíduo reage ao estresse diário não depende tanto dos

agentes estressantes, mas dos recursos disponíveis para lidar com eles.

Um evento estressor é caracterizado como estímulo que ameaça o

organismo gerando como conseqüência um padrão de respostas físicas que o corpo

utiliza para evitar ou escapar de uma condição avaliada como adversa (BUSNELLO

et al., 2009).

Se não há alívio do estresse por meio da remoção dos estressores ou pelo

uso de estratégia de enfrentamento, o estresse atinge sua fase final quando

doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis. A partir deste ponto

podem ocorrer enfarte, ulceras, depressões entre outros (RONCATO, 2007).

“Estudo realizado com 300 trabalhadores da área da enfermagem, visando à identificação dos fatores e dos níveis de estresse, bem como dos transtornos psicossomáticos autoatribuídos, evidenciou os seguintes resultados: 100% dos trabalhadores participantes do estudo apresentavam estresse em algum nível; em relação aos fatores desencadeadores de estresse, observou-se o controle excessivo por parte da instituição; dificuldades nas relações interpessoais; inobservância da ética pelos colegas; atividades rotineiras e repetitivas; excessivo número de pacientes; clima de sofrimento e morte; salários insuficientes; falta de lazer; falta de apoio e reconhecimento pela instituição, entre outros. Os sintomas psicossomáticos predominantes foram cansaço, tensão muscular, nervosismo, irritabilidade, dor lombar, ansiedade, tensão pré-menstrual, cefaleias, problemas de memória, depressão, entre outros” (BELANCIERI et al. 2010, p. 75-84) .

A resposta hormonal do organismo aos agentes estressores é complexa e

engloba praticamente todos os hormônios e neuropeptídeos. A mobilização do

organismo e a conseqüente ativação fisiológica frente a uma situação definida como

ameaçadora inicia-se via hipotálamo, onde é ativado um dos três eixos de resposta

ao estresse (LAUTERT et al.,1999).

Na atividade profissional diversos fatores são indutores de estresse, alguns

vinculados a natureza da função outros relacionados com a cultura da organização.

Estes fatores, quando persistem durante muito tempo, resultam na Síndrome de

Burnout (POETINI, 2010).

Na década de 90 especialistas japoneses detectaram pessoas apresentando

sintomas muito parecidos com o estresse, porém estudos mais detalhados indicaram

que esses sintomas ficavam restritos ao ambiente de trabalho. Essa nova

sintomatologia recebeu o nome de Burnout. É importante esclarecer que estresse é

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diferente Burnout em vários aspectos. Abaixo apresentam-se as sintomatologias de

cada uma dessas doenças, deixando claro suas características:

Estresse caracteriza-se pelo super envolvimento, as emoções tornam-se

hiper-reativas, a exaustão afeta a energia física, produz desintegração, como uma

perda de combustível e energia, a depressão é causada pela necessidade do

organismo de se proteger e conservar energia produz uma sensação de urgência e

hiperatividade, produz desordens associadas ao pânico, fobias e ansiedades

(PAWLINA, 2007).

A exposição a estressores e a experiência de estresse desempenham um

importante papel como componentes mediadores para a surgimento ou

agravamento de uma ampla variedade de patologias, dentre elas a Síndrome de

Burnout (CARLOTTO e CAMARA, 2008).

Burnout é uma defesa caracterizada pela desistência, as emoções tornam-

se embotadas, o principal dano é emocional, a exaustão afeta a motivação e a

iniciativa, produz desmoralização, pode ser mais bem entendido como uma perda de

ideais e esperança, a depressão é causada pela mágoa engendrada pela perda de

ideais e esperança, produz uma sensação de abandono e desesperança, produz

paranóia, despersonalização e desligamento.Não mata, mas pode fazer com que

uma vida longa pareça não valer a pena ser vivida (PAWLINA, 2007).

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7 SÍNDROME DE BURNOUT

O ser humano se ve diante de inúmeras situações as quais precisa adaptar-

se, sendo constantemente chamado a lidar com novas informações. Há uma busca

constante pela perfeição, uma corrida contra o tempo em busca do melhor

desempenho.

O homem moderno vive em estado de ansiedade contínua. A ansiedade,

estado benéfico em motivar o indivíduo as suas atividads diárias, quando contínua e

excessiva torna-se maléfica, podendo ser encarada como patológica. O estresse é

uma reação do organismo a uma situação ameacadora. No ambiente de trabalho o

indivíduo é exposto a uma série de estressores e a discrepância entre o grau de

exigências no trabalho e os recursos disponíveis para gerenciá-lo são determinantes

do estresse profissional. As doenças como por exemplo, o esgotamento, surgem

quando o estímulo estressor for muito intenso ou muito persistente. E o custo mental

e biológico do esforco adaptativo. Cada órgão ou sistema envolvido e apenado pelas

alterações fisiológicas continuadas do estresse, de início apenas como alterações

funcionais e depois, como lesões tambem anatômicas, dando origem as chamadas

doencas psicossomáticas. O médico do trabalho deve estar apto a reconhecer não

somente as doenças associadas ao estresse, mas também os ambientes que o

fazem existir. Além disso, deve ser capaz de minimizar seu efeitos promovendo

saúde (SALES, 2005).

Pode-se definir o burnout como um transtorno adaptativo crônico associado

às demandas e exigências laborais, cujo desenvolvimento é insidioso e

freqüentemente não reconhecido pelo indivíduo, com sintomatologia múltipla,

predominando o cansaço emocional (MOREIRA et al., 2009).

A síndrome da estafa profissional burnout constitui um quadro bem definido,

caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e ineficácia. A exaustão

emocional representa o esgotamento dos recursos emocionais do indivíduo. É

considerado o traço inicial da síndrome e decorre principalmente da sobrecarga e do

conflito pessoal nas relações interpessoais (TIRONI et al., 2009).

O Ministério da Saúde brasileiro (BRASIL, 2001) reconhece a “Síndrome de

Burn-out” ou “Síndrome do Esgotamento Profissional” como um tipo de resposta

prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho, que afeta

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principalmente profissionais da área de serviços ou cuidadores, quando em contato

direto com os usuários, como os trabalhadores da educação, da saúde, policiais,

assistentes sociais, agentes penitenciários, entre outros.

O Burnout pode ocorrer em diferentes profissionais e em qualquer faixa

etária, porém algumas atividades profissionais estão mais propensas a o

desenvolverem (RONCATO, 2007).

Segundo Pereira (2002), profissionais que trabalham com alta exigência

apresentam 10 vezes mais burnout que aqueles que trabalham com baixa exigência.

A síndrome de burnout, atualmente vem sendo considerada um sério

processo de deteriorização da qualidade de vida do trabalhador, tendo em vista suas

implicações para a saúde física e mental (SANTOS, 2010).

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8 AFASTAMENTOS NO TRABALHO

Usualmente, a ausência ao trabalho é denominada absenteísmo, que tem

como definição, "o hábito de não comparecer, de estar ausente" (BARBOZA e

SOLER, 2003).

No contexto das organizações, as atividades dos profissionais são

freqüentemente marcadas por divisão fragmentada de tarefas, rígida estrutura

hierárquica, normas e dimensionamento qualitativo e quantitativo insuficiente de

pessoal. Estas situações de exercício profissional tem repercutido em elevado

níveis de absenteísmo e afastamentos por doenças (BARBOZA e SOLER, 2003).

O absenteísmo apresenta-se como um obstáculo para as chefias manterem

a qualidade do trabalho, pois este sobrecarrega toda a equipe, principalmente em

atividades que necessitam um esforço físico maior. Desta forma, uma equipe que

apresenta profissionais com um alto nível de resiliência está sempre sujeita

apresentar um nível menor de absenteísmo (SILVA e MARZIALE, 2000).

Um aspecto importante a ser considerado é que as causas do absenteísmo

nem sempre estão no trabalhador, mas na empresa. Fatores que contribuem para o

aumento deste índice são a deficiência da organização e da supervisão, a

repetitividade do trabalho, as condições desfavoráveis de ambiente de trabalho e a

precária integração entre empregados e liderança, que muitas vezes não visam uma

visão prevencionista e humanista. Todos estes fatores somados levam a uma

desmotivação e desestímulo, o que aumenta o absenteísmo (SILVA e MARZIALE,

2000).

Além dos fatores acima citados, outro item que contribui para o aumento no

absenteísmo é o surgimento de doenças relacionadas ao trabalho, que podem ser

de natureza física ou psicológica. Estas doenças podem gerar transtornos

alimentares, de sono, de eliminação, fadiga, agravos nos sistemas corporais,

diminuição do estado de alerta, estresse, desorganização no meio familiar e

neuroses. Estes fatos muitas vezes levam o funcionário a se ausentar do trabalho

(BARBOZA e SOLER, 2003)

Como conseqüência das condições de trabalho nas organizações, o

absenteísmo e os afastamentos por doenças, tem dificultado as organizações em

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diversos setores e, conseqüentemente, tem afetado a qualidade do trabalho

prestada (BARBOZA e SOLER, 2003).

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9 CONCLUSÃO

Verificou-se que o termo resiliência é definido como a capacidade de uma

pessoa recuperar-se e manter um comportamento adequado após um dano.

Pessoas resilientes apresentam grande capacidade de adaptação o que permite

mudanças significativas. A resiliência está se tornando cada vez mais importante

nas organizações, pois os altos níveis de cobrança nas organizações acabam

gerando estresse profissional. Nesse contexto, as pessoas que não são resilientes

acabam desenvolvendo doenças psicossomáticas como, por exemplo, a síndrome

de burnout, que em leva ao absenteísmo e, como conseqüência, também gera

prejuízos nas organizações e na saúde do profissional. Como sugestão de trabalhos

futuros, posso citar o estudo da possibilidade dos profissionais que não são

resilientes se tornarem resilientes no durante a vida profissional.

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