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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático Getúlio Vargas RS Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU A IMPORTÂNCIA DA ARTE EM AMBIENTES EDUCATIVOS CHAGAS, Karine¹ OLIVEIRA, Ana Carolina¹ POMPELLI, Camila¹ GRADIN, Roberta² MOTTIN, Elisandra² SPILMANN, Marvone A.² SLAVIERO, Angelice M.² ¹Acadêmicas do curso de pedagogia, faculdade IDEAU, nível IV. ²Professoras orientadoras do trabalho de teórico e prático do curso de pedagogia, faculdade IDEAU, nível IV. [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] “Toda a criança é um artista. O problema é como manter-se artista depois de adulto”. Pablo Picasso RESUMO: A importância deste artigo se refere às artes e tudo de bom que ela pode proporcionar a quem a pratica trazendo também a necessidade de adaptação da mesma com o contexto sociocultural em que as aulas irão acontecer, onde o contato direto com o material permite expressar criatividade e imaginação resgatando o interesse nas aulas de arte. O referido estudo busca entender como a arte pode ajudar idosos e deficientes mostrando que estes não são incapazes apenas aprendem de jeitos diferentes. Sendo assim, percebe-se que a arte não acontece apenas na escola, mas em diversos ambientes educativos como APAE, Lar dos idosos e até mesmo em oficinas abertas à comunidade ressaltando que a arte não é apenas pintura de desenhos impressos e sim toda manifestação de criatividade do homem que pode ser expressa de diferentes formas. Palavras-chave: adaptação, criatividade, arte, educativos. ABSTRACT: The importance of this article refers to the arts and all the goodness it can provide to those who practice it bringing also the need of adapting to social cultural concept in which the classes are going to happen, where the direct contact with the material allows the expression of creativity and imagination salvaging the interest in arts classes. The mentioned study also seeks to understand how arts can help elderly and handicapped showing that they are not incapable just learn throughout different methods. Therefore it is possible to perceive that art doesn’t happen only at school, but also in different educational environments such as APAE, Retirement Homes and even in workshops opened to communities highlighting that art is not just painting printed drawings but yet all the manifestation of creativity by humans that can be expressed in diverse forms. Keywords:adapting, creativity, arts, educational.

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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

A IMPORTÂNCIA DA ARTE EM AMBIENTES EDUCATIVOS

CHAGAS, Karine¹

OLIVEIRA, Ana Carolina¹

POMPELLI, Camila¹

GRADIN, Roberta²

MOTTIN, Elisandra²

SPILMANN, Marvone A.²

SLAVIERO, Angelice M.²

¹Acadêmicas do curso de pedagogia, faculdade IDEAU, nível IV.

²Professoras orientadoras do trabalho de teórico e prático do curso de pedagogia, faculdade

IDEAU, nível IV.

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

“Toda a criança é um artista. O problema

é como manter-se artista depois de adulto”.

Pablo Picasso

RESUMO: A importância deste artigo se refere às artes e tudo de bom que ela pode proporcionar a quem a

pratica trazendo também a necessidade de adaptação da mesma com o contexto sociocultural em que as aulas

irão acontecer, onde o contato direto com o material permite expressar criatividade e imaginação resgatando o

interesse nas aulas de arte. O referido estudo busca entender como a arte pode ajudar idosos e deficientes mostrando que estes não são incapazes apenas aprendem de jeitos diferentes. Sendo assim, percebe-se que a arte

não acontece apenas na escola, mas em diversos ambientes educativos como APAE, Lar dos idosos e até mesmo

em oficinas abertas à comunidade ressaltando que a arte não é apenas pintura de desenhos impressos e sim toda

manifestação de criatividade do homem que pode ser expressa de diferentes formas.

Palavras-chave: adaptação, criatividade, arte, educativos.

ABSTRACT: The importance of this article refers to the arts and all the goodness it can provide to those who

practice it bringing also the need of adapting to social cultural concept in which the classes are going to happen,

where the direct contact with the material allows the expression of creativity and imagination salvaging the interest in arts classes. The mentioned study also seeks to understand how arts can help elderly and handicapped

showing that they are not incapable just learn throughout different methods. Therefore it is possible to perceive

that art doesn’t happen only at school, but also in different educational environments such as APAE, Retirement

Homes and even in workshops opened to communities highlighting that art is not just painting printed drawings

but yet all the manifestation of creativity by humans that can be expressed in diverse forms.

Keywords:adapting, creativity, arts, educational.

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O referido artigo apresenta uma proposta para a construção do projeto de

aperfeiçoamento teórico prático da faculdade IDEAU, iniciando com um breve hitórico da

arte, que percorreu um longo caminho até ser reconhecida conforme a lei nº: 9394/96 como

um componente curricular obrigatório. Este também tem por objetivo constatar a grande

importância que a arte exerce em ambientes educativos, pois ela se insere no desenvolvimento

da criança, jovem e adulto e até com idosos nos aspectos cognitivo, social, afetivo e motor. A

arte em espaços educativos deve ter uma atenção especial, para que não exerça apenas o

sentido de uma prática divertida e de lazer.

Ela pode ser trabalhada como um objeto facilitador dos conteúdos trabalhados em sala

de aula. Também exerce a função terapêutica onde se insere a arte como pintura, mas também

como forma sonora para uma reflexão mais calma. A arte como método pedagógico busca a

ação entre o pensar, o sentir e o agir.

Trazendo também, a ideia de que a arte deve estar inserida em espaços como APAE e

Lar dos idosos, pois além de proporcionar diversão, a arte tem o poder de despertar a

imaginação e sensibilidade, fazendo assim com que em especial idosos e pessoas portadoras

de nessidades especiais despertem dentro de si mesmas algo que as levem para além de sua

rotina. Ela abre um amplo campo de atividades, trabalhando com as emoções, com os

sentidos, e não necessita de um ambiente formal e específico para que isso aconteça.

2 HISTÓRIA DA ARTE

Segundo Barros (2009), as históricas produções artísticas e confecção de instrumentos

do homem, podem simbolizar a sua vida e o domínio sobre a natureza, com marcas deixadas

nas paredes de cavernas deu-se início à arte.

A arte se integra – como uma técnica peculiar – na luta do homem pré-histórico para

substituir, defender-se ou conseguir alimento. Como a técnica material – e

precisamente para suprir a debilidade dela – serve de mediadora entre o homem e a

natureza. Com a representação pictórica, o pintor caçador pretende antecipar ou

facilitar o que materialmente, com suas armas e instrumentos reais, não pode obter.

Seu interesse, como artista, concentra-se no mesmo que o interessa como caçador na

vida real, por isso pinta, sobretudo, os animais de caça ou os que lhe inspiram temor,

e também por isso é que só raras vezes traça figuras de homens, plantas ou pássaros.

(VÁZQUEZ, 1978, p. 79).

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Conforme os talentos relacionados à sensação, percepção, habilidade visual e motora

se desenvolviam e aprimoravam-se a arte tornava-se uma prática de expressão da inteligência

humana.

Considera a perspectiva sócio-histórica, portanto, que na evolução das sociedades,

os homens foram elaborando objetos, convenções, signos, como forma registrar e

transmitir determinadas informações no processo de trabalho. (OLIVEIRA, 1995, p.

54).

Barros afirma que a expressão artística possibilitou ao homem desenvolver condições

psíquicas que atingissem elevados níveis do pensamento de racionalização e abstração. Esses

que podem ser apurados através das criações que redimensionam a forma como o homem age

no mundo, desse modo para Vigotski (2001, p. 315), “a arte é o social em nós”, e assim sendo

para entendê-la é fundamental compreender a si mesmo por meio do método criativo e

expressivo.

2.1 O ENSINO DE ARTES COM MATERIAIS ALTERNATIVOS

Segundo Valério (2011), o ensino de artes é de extrema importância para o processo

de aprendizagem dos alunos desenvolvendo sua sensibilidade, imaginação e criatividade,

além de ajudar na interação e cooperação com o grupo de trabalho, tornando-os mais sensíveis

dentro de suas especificidades, habilidades e dificuldades. Para entender o ensino de artes

dentro da escola é preciso antes saber o que significa arte e o que ensinar. Não se ensina arte

sem ter contato com a mesma é preciso ter sensibilidade artística.

É preciso explorar mais a criatividade e a imaginação dos alunos, levando em

consideração que estes estão acostumados a receber desenhos impressos apenas para pintá-

los, pois foram acostumados a pensar que arte é apenas isso, porém esse tipo de pensamento

deve ser revisado levando em consideração a situação sociocultural do ambiente educacional

e dos alunos onde a oficina acontecerá, para que conheçam e trabalhem com artes,

envolvendo-se tanto com o processo criativo, quanto com a teoria. Todo trabalho deve

apresentar uma parte explicativa de teoria para depois ingressar na prática. Esse tipo de

atividade contribui para o crescimento do universo criativo do aluno, fazendo-o esquecer de

sua rotina cansativa, de aulas e tarefas, favorecendo a metodologia pedagógica das artes e

proporcionando o bem estar dos participantes da oficina.

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A arte tem assim uma função que poderíamos chamar de conhecimento, de

aprendizagem. Seu domínio é o do não racional, do indizível, da sensibilidade: domínio sem fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica, da

teoria. Domínio fecundo, pois nosso contato com a arte nos transforma. Porque o

objeto artístico traz em si, habilmente organizados, os meios de despertar em nós,

em nossas emoções e razão, reações culturalmente ricas, que aguçam os

instrumentos dos quais nos servimos para aprender o mundo que nos rodeia. (COLI,

1995, p. 109).

Com o objetivo de apresentar aulas diferentes na disciplina de Arte, e sabendo da

dificuldade de encontrar materiais para estas produções, no ambiente Escolar, surgiu a

necessidade de trabalhar com materiais alternativos, tornando as aulas de artes mais atrativas

e econômicas, que podem ser transformados em arte educativa, cultural e social, desde que se

utilizem os métodos corretos. Estes materiais podem ser: vidros, tecidos, EVA, papelão,

caixas, cola e até mesmo madeira de demolição, utilizados para confeccionar objetos e

enfeites para decoração, utensílios e ornamentos domésticos, incluindo decorações de

materiais escolares ou de uso pessoal. Além de pinturas em tecido e outros objetos recicláveis,

reaproveitar materiais descartáveis, até então considerados lixo, e utilizá-los como material

para trabalhos artesanais, este uso traz muitas vantagens, além de utilizar estes recursos que

antes seriam descartados no meio ambiente ajuda a criança a entender a importância do

descarte correto do lixo.

Segundo Weiss (1993, p, 21.), “Trabalhar com materiais é um modo de construir o

mundo na mente do homem. A criança constrói para si mesma a realidade da sociedade: o

artista constrói novas realidades para a sociedade”. Essas oficinas também podem ajudar

muito alunos descontentes com a escola contribuindo para a diminuição da evasão escolar,

pode ser uma forma de incentivar os alunos para que frequentem o ambiente antes visto antes

com olhos de cobrança como um lugar de prazer e cultura, livres para que possam dessa

forma expressar seus sentimentos.

2.2 A IMPORTÂNCIA DA ARTE EM ESPAÇOS EDUCATIVOS

A importância de se trabalhar as artes visuais em ambientes educativos tem percorrido

um longo caminho identificando e mostrando como a criança desenvolve seus aspectos

cognitivo, afetivo e motor através das diversas linguagens artísticas. Em uma perspectiva

histórica a arte pode ser identificada como uma ciência, mas para ter seu reconhecimento

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institucional vem atravessando um longo caminho. A arte ocupa apenas um lugar de

relaxamento e lazer, sendo ignorada como área de conhecimento pelas escolas. Com a nova

LDB (lei nº 9394/96), é extinta a Educação Artística e entra em campo a disciplina Arte,

reconhecida oficialmente como área de conhecimento.

§ 2º. O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá

componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. (LDB, 2013, p. 31)

Desde muito pequena a criança se interessa pelo mundo de uma forma um tanto

peculiar. Movimentando o corpo, “rabiscando” as paredes da casa, emitindo sons, sem

precisar de estímulo para isso ela acaba interagindo com o mundo.

Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar, interpretar e reformar, mostra como

pensa, como sente e como vê. A criança representa a criação artística o que lhe

interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios evolutivos. Uma obra de

arte não é a representação de uma coisa, mas a representação da relação do artista

com aquela coisa (...). Quanto mais se avança na arte, mais se conhece e demostra

autoconfiança, independência, comunicação e adaptação social (ALBINATTI, 2008,

p.4).

Sendo assim, a arte proporciona à criança pôr em prática sua criatividade, expressando

suas ideias e sentimentos, realçando assim o seu lado afetivo. Voltando isso para o ambiente

escolar, pode-se ver nitidamente como as artes visuais são indispensáveis na interação social

da criança e como os professores podem usufruir desse recurso. Além disso, se for bem

trabalhada ajuda na motricidade infantil para que futuramente ela possa sentir a diferença

desse recurso tanto na vida pessoal e escolar, quanto na profissional.

(...) a criança desde bebê mantém contato com as cores visando explorar os sentidos

e a curiosidade dos bebês em relação ao mundo físico, tendo em vista que, nesse

período, descobrem o mundo do conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos

que eles têm possibilidade de interagir. (CUNHA, 1999, p. 18).

2.3 A ARTE EM DIFERENTES AMBIENTES

A arte também pode ajudar pessoas com deficiência, pois ela é de extrema importância

no processo de educação tanto no ensino regular como na educação inclusiva, ensinando os

alunos sobre o respeito e ajudando com a interação, não só na arte como na vida. A partir das

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oficinas de pintura, modelagem, dança ou outros tipos de artes, o participante tem uma

maneira para expressar seus sentimentos, emoções, angústias, e desse modo fazer arte em

momentos que antes seriam muitas vezes preenchidos por ansiedade. Nos atos de desenhar,

pintar, modelar e dançar estão presentes processos de organização de espaço, o ensino da arte

pode ser interpretado como resultado entre fazer e conhecer. “A deficiência deve ser enfocada

como um processo de desenvolvimento e não vinculada aos processos patológicos”, Vygotsky

(1989). Dessa forma considera que a criança deficiente não é menos desenvolvida ou

incapaz, mas simplesmente se desenvolve de maneira diferente.

Segundo Antunes (2007) ao conhecer e ter acesso à arte, o indivíduo com necessidades

especiais pode sentir-se mais presente na sociedade em que está inserido, podendo a arte ser

usada com um recurso facilitador de desenvolvimento e aprimoramento das capacidades e

habilidades da pessoa com deficiência mental, estas pessoas possuem maiores dificuldades na

capacidade de desenvolvimento do domínio motor. Nesse sentido, a arte como atividade

educacional especial desenvolve habilidades, pois permite a liberdade de expressar

conhecimentos e sentimentos, de experimentar e explorar, diferentes linguagens artísticas. A

existência de uma deficiência cognitiva não deve ser compreendida como limitadora no

campo da arte, afinal deficiência não é sinal de incapacidade. A arte também pode ajudar de

forma significativa a terceira idade.

A arte como terapia se torna uma excelente aliada para os idosos, principalmente

quando eles estão deixando o mercado de trabalho, pois este é um momento delicado que gera

muita insegurança, medo e ansiedade. Trata-se de fazer com que ele expresse o que está

sentindo para que isso auxilie na superação de seus traumas, medos e dificuldades, e não em

fazê-los criar obras de arte. Uma das formas de melhorar a qualidade de vida é através da arte

em que o idoso pode se libertar expressivamente, preservando assim sua saúde mental e física.

Para manter ativa a cooperação, a vitalidade e a comunicação, através da arte podem-

se buscar várias estratégias e trabalhar com diversos materiais para estimular a criatividade e a

valorização pessoal, fazendo com que eles expressem seus sentimentos de forma artística.

Muitas vezes o fato de as pessoas acharem que não têm talento, acaba por inibir sua

criatividade e uma das fases da vida onde as mudanças mais profundas acontecem é na

velhice.

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3 A ARTE NA PRÁTICA

Oficina de arte no Lar dos idosos

As oficinas realizadas são uma proposta do projeto de aperfeiçoamento de

teórico prático das acadêmicas do curso de pedagogia da faculdade IDEAU, que tem como

objetivo unir teoria e prática. No dia 23 de setembro de 2015 foi realizada a oficina de arte no

Lar dos idosos de Getúlio Vargas, uma instituição sem fins lucrativos que atende a 33

pessoas, entre elas idosos e indivíduos com leve grau de deficiência, as acadêmicas foram

acompanhadas pela psicóloga a senhora Aniela Maas que deu total liberdade ao trabalho

disponibilizando seu tempo e sempre disposta a ajudar. A oficina teve duração de

aproximadamente duas horas e meia, iniciando com uma conversa informal com o objetivo de

deixar o ambiente mais descontraído.

Imagem: Momento da conversa.

Fonte: As autoras.

Em seguida foi desenvolvida a atividade com uma maquete dos sentidos, produzida

com diversos materiais como: algodão, bombril, pipoca, galhos de árvore, copos descartáveis

e açúcar, sendo os participantes tocavam-nos e poderiam dizer o que era e o que aquele

material lembrava com sensação ou situação vivenciada, neste momento surgiram vários

comentários como: “Esse é de lavar a louça, eu não gosto de lavar louça”. O que os deixou

bastante intrigados foram os pequenos galhos, todos deram seu palpite de qual seria o nome

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da planta. Muito contentes e receptivos tocavam todos os espaços na maquete que foi levada

até cada um, pelo fato de alguns possuírem dificuldade de locomoção.

Imagem: Senhora Josephina no momento da prática com a maquete dos sentidos.

Fonte: As autoras.

Em seguida foi realizada a atividade de adivinhar os cheiros, foram passados em

pequenos potes alguns aromas como: café, canela, cravos, casca de laranja e sálvia. Neste

momento um dos idosos que participava da oficina se retirou por alguns minutos voltando

com dois potes desafiando as acadêmicas a descobrir o que havia em cada um deles. Foi nesse

momento que se percebeu que eles estavam entendendo muito bem qual era o objetivo do

trabalho. A oficina seguiu para um momento de atenção auditiva, todos deveriam imaginar o

lugar em que os sons aconteciam como: uma cidade barulhenta, ou uma pracinha com

crianças brincando e também uma floresta. Para finalizar houve uma degustação de doces e

salgados, com pastéis e brigadeiros e para a surpresa das acadêmicas, que tinham o lar dos

idosos com um lugar de calma e silêncio, aquele momento foi de muita conversa e diversão.

Pôde-se perceber claramente a carência dos idosos que relataram não receber muitas visitas e

que gostam muito quando trabalhos semelhantes são realizados no local. Percebeu-se também,

o gosto por algumas atividades como tricô, crochê e leitura, gosto este limitado, pelos poucos

livros disponíveis no local.

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Imagem: Parte do grupo de participantes da oficina.

Fonte: As autoras.

Oficina de arte na APAE

No dia 30 de setembro de 2015 foi realizada a oficina de arte na APAE, onde as

acadêmicas tinham como objetivo trabalhar as formas geométricas com as duas turmas de

EJA, para isso fizeram uso de uma história ampliada em cartolinas para melhor visualização

de todos os presentes, história que foi contada a todos os alunos da escola.

Imagem: Alunos, professores e acadêmicas.

Fonte: As autoras.

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Em seguida na sala já com as duas turmas foram relembradas as formas geométricas e

desenhadas no quadro, então foi realizada a atividade com caixas de papelão pintadas com

tinta guache. Nelas havia algumas aberturas com as formas, onde os participantes da oficina

deveriam encaixar cada forma como: quadrado, retângulo, círculo e triângulo, nos respectivos

espaços da caixa. Após outra atividade foi proposta aos alunos, eles iriam receber tintas e

pincéis para fazer um desenho utilizando as formas; este momento fez muito sucesso, pois se

percebeu que todos adoram pintar com tinta.

Imagem: Alunos pintando com tinta.

Fonte: As autoras.

Com as pinturas prontas é chegada a hora da confraternização e, para este momento,

foram levados sanduíches cortados em forma de quadrados. Esta oficina deixou as acadêmicas

muito satisfeitas, os alunos foram muito educados e participaram com muita alegria e prazer

de todas as atividades propostas. Com as oficinas realizadas, pôde-se perceber que todas as

informações obtidas no referencial teórico são de extrema importância para o

desenvolvimento cultural e emocional de todos os indivíduos que se envolvem com a arte

sendo eles crianças ou adultos com ou sem deficiência.

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Imagem: turmas do Eja e acadêmicas. Fontes: As autoras.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscou-se no decorrer deste artigo despertar análises e reflexões, oferecendo

informações, com a intenção de compreender melhor a forma como ocorre o ensino da

aprendizagem da arte em ambientes educativos. Aponta-se no decorre deste artigo a

importância de se trabalhar a arte com os idosos e com deficientes, desenvolvendo uma

prática pedagógica que valorize a arte, seus procedimentos e o desenvolvimento da

criatividade.

A arte no ambiente educativo é de extrema importância, pois ela contribui para o

desenvolvimento psicomotor e cognitivo, expandindo a capacidade crítica e reflexiva visto

que nesses casos o objetivo da arte não é formar artistas, e sim indivíduos aptos,

conscientes e capazes de exercer sua cidadania, um dos maiores presentes que se tem é a

capacidade de pensar, elaborar e criar.

Por isso estimular sempre a criação, invenção, construção e a reconstrução é muito

importante, através da arte as pessoas podem manifestar sua realidade, seus conflitos,

medos, desejos e criatividade, isso pode contribuir muito para o crescimento do indivíduo

ajudando a expor seus sentimentos.

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Através desse trabalho é possível descobrir que existem inúmeras atividades, que

através da arte podem ser desenvolvidas tais como: pintura com diversos materiais como

tinta, giz de cera, lápis de cor, danças, músicas e muitas outras manifestações de

criatividade. Cabe ao orientador da oficina buscar as melhores formas de atrair os

participantes.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBINATTI, Maria Eugenio Castelo Branco. Artes visuais. Artes II. Belo Horizonte. 2008.

ANTUNES - Acadêmica Pedagogia/UEM. Londrina 2007. Acessado no dia 26 de setembro:

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http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/021.htm

BARROS, Gabriela De Angelis. et al. Seminário de pesquisa do PPE. A função educativa da

arte. 2009. Disponível em

http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2009_2010/pdf/2009/04.pdf

Acesso em: 16 de setembro de 2015.

COLI, Jorge. O que é arte? 15. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.

CUNHA, Suzana Rangel Vieira. Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e

dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 1999.

D’EVECQUE, Thiago http://pequenosdeuses.com.br/deuses-da-inspiracao-4-pablo-picasso-e-

a-crianca-artista/. Acessado em 24 de setembro de 2015.

LDB, Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei 9394/96.3, editora Juruá. 3°Edição,

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OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Interações sociais e desenvolvimento: a perspectiva

sócio histórica. Implicações Pedagógicas do modelo histórico cultural, São Paulo: papiros, n.

35, p. 51-63, 1995.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. Sucata vira brinquedo. Porto Alegre, 1995. Editora: Artes

médicas.

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VALÉRIO, Daniele Mees. Refletindo sobre o ensino da arte na educação infantil disponível

em: http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2011/10/REFLETINDO-SOBRE-O-ENSINO-DA-

ARTE-NA-EDUCACAO-INFANT. Acesso em: 18 de setembro de 2015. Curitiba 2011.

VÁZQUEZ, Adolfo Sanchéz. As ideias estéticas de Marx. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: paz e terra,

1978.

VIGOTSKI, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. 6. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

WEISS, Luise. Brinquedos e Engenhocas: atividades lúdicas com sucata. 2ªEd. São Paulo:

Scipione, 1993. (Série Pensamento e Ação no Magistério)