a imagem televisiva método e ferramentas de análise

67
Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Letras LET 240 Discurso da imagem Prof.ª Emília Mendes A imagem televisiva: método e ferramentas de análise Leonardo Coelho Corrêa-Rosado Doutorando POSLIN (Linguística do texto e do discurso/análise do discurso)

Upload: leonardo-correa

Post on 12-Jul-2015

398 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

Universidade Federal de Minas GeraisFaculdade de Letras

LET 240 – Discurso da imagem Prof.ª Emília Mendes

A imagem televisiva:método e ferramentas de análise

Leonardo Coelho Corrêa-Rosado

Doutorando POSLIN (Linguística do texto e do discurso/análise do discurso)

Page 2: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

Roteiro de aula (20/03/2014)

• Revisão do conteúdo

da aula anterior.

• Apresentação do

método de Melo

(2003).

• Proposta de análise.

• Pressupostos do

método.

• Categorias de análise.

• Discussão do método.

• Atividade prática.

• Retomada do

conteúdo discutido na

aula.

Page 3: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Antes de passarmos para o método e as ferramentas de análise, vamos tentar delimitar alguns conceitos que foram apresentados na aula passada, para, com isso, seguirmos adiante:

a) Televisão ou dispositivo televisivo

Diz respeito ao dispositivo que configura a situação de comunicação. Toda troca linguageira está calcada em contrato de comunicação. No caso da comunicação midiática, o contrato pressupõe um mídium, isto é, um meio (suporte) que media a troca. As características físicas do dispositivo (e também institucionais) imprimem especificidade ao contrato da comunicação midiática, o que pressupõe vários aspectos ligados a materialidade significante, a tecnologia, a organização da grade horária, etc.

Page 4: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

b) Imagem cinética

Corresponde a uma das materialidades linguageiras (substância semiológica) que o dispositivo televisivo coloca em jogo durante a mise en scène (encenação) do ato de linguagem. Logo, trata-se de um dos elementos produtores de sentido dentro desse ato.

c) Imagem televisiva

É a imagem cinética que aparece em nosso televisor (suporte da comunicação midiática televisiva)

d) Texto televisivo

É o resultado material realizado no interior do dispositivo televisivo.

Ex. um programa de televisão exibido na tela.

Page 5: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

e) Programa de televisão

Corresponde àquilo que é produzido pela instância midiática e oferecido ao telespectador.

f) Perspectiva semiótico-discursiva

Ponto de vista teórico-metodológico de compreensão da imagem televisiva que procura observar as características dos comportamentos linguageiros (o “como” diz a linguagem) em função das condições psicossociais que as restringem segundo o tipo de situação de troca (contrato).

Page 6: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• O método que vamos apresentar foi desenvolvido por Melo (2003) em sua tese de doutorado sobre a publicidade televisiva, intitulada Estratégias discursivas da publicidade televisiva.

• A pesquisadora realizou um estudo das estratégias discursivas de 25 publicidades de produtos de perfumaria (perfumes, produtos de higiene pessoal e cosméticos) no que concerne ao destinatário dessas publicidades.

• Lançou bases, com o seu trabalho, de um modelo de análise da imagem cinética que, partindo da Teoria Semiolinguística do Discurso, integra aquisições de outros campos científicos como: a) as do campo da Semiologia das Imagens; e b) as do campo da Cinematografia-fílmica.

Page 7: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• compreende a imagem como um sistema de signos, ou seja, como uma materialidade significante (materialidade que produz sentido em um ato de linguagem);

• resgata o postulado de Charaudeau (1995): textos plurisemiológicos (formados pela articulação de materialidades significantes diferentes) devem sofrer uma estratificação do objeto ao nível de análise, já que cada substância semiológica produz sentido com categorias linguageiras específicas;

a) Pressupostos

Page 8: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

“A outra posição, que é a nossa, consiste emestratificar o objeto em níveis de análiseautônomos correspondentes às diferentesdimensões semiológicas. O CAD estuda cadauma dessas dimensões (o Verbal, o Visual, oGestual) separadamente. A princípio, oobjetivo da autonomização dos estratos éproporcionar, a cada grupo depesquisadores que se dedicam a um dosestratos, a descoberta de suas própriasunidades, as do estrato, e seu modo decombinação. Num segundo momento, estudaras relações entre os estratos, as quaispodem ser de integração ou de interação(compreendendo os contrastes, asoposições, as convergências).” (CHARAUDEAU,

Page 9: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• propõe uma transposição dos modos de organização do discurso para a linguagem visual/fílmica;

• contempla, portanto, o estrato visual-fílmico de dois pontos de vista:

Semiológico → diz respeito à descrição das substâncias de que este estrato é feito;

Discursivo → concerne à organização dos signos visuais em função tanto dos modos discursivos quanto dos efeitos de sentido que o enunciador pretende provocar dentro das restrições contratuais a que ele está submetido;

Modos de organização do discurso (M.O.D)

Segundo Charaudeau (1992), os modos de organização constituem em princípios de organização da matéria

linguística em função da finalidade comunicativa que se dá o sujeito que fala/escreve: ENUNCIAR, DESCREVER,

NARRAR/CONTAR e ARGUMENTAR. Desse modo, há quatro modos de organização: a) enunciativo, b)

descritivo, c) narrativo e d) argumentativo. Cada modo é organizado em torno de uma função de base e de

princípios de organização.

Page 10: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

Relação de influência(EU→TU)

Ponto de vista do sujeito(EU→ ELE)

Retomada do que já foi dito(ELE)

Posição em relação ao interlocutorPosição em relação ao mundoPosição em relação a outros discursos

Identificar e qualificar seres de maneira objetiva/subjetiva

Organização da construção descritiva (Nomear-Localizar-Qualificar)Encenação descritiva

Construir a sucessão das ações de uma história no tempo, com

a finalidade de fazer relato

Organização da lógica narrativa (actantes e processos)Encenação narrativa

Expor e provar causalidades numa visada racionalizante

para influenciar o interlocutor

Organização da lógica argumentativaEncenação argumentativa

FONTE: Charaudeau, 1992.

Page 11: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A linguagem visual-fílmica possui suas próprias categorias linguageiras para a construção da significação discursiva e para o engendramento de efeitos de sentido no interior do ato de linguagem.

A linguagem visual-fílmica (imagem cinética ou imagem em movimento) é um

sistema de signos.

• Antes do ato de enunciação, a linguagem visual-fílmica não é senão uma possibilidade de língua (BENVENISTE, 1966).

As categorias linguageiras estão disponíveis para o locutor para que esse realize

seu projeto de fala através do processo de apropriação dessas categorias. Ao se

apropriar desse linguagem, o locutor transforma a língua em discurso.

b) Pontos importantes a considerar

Page 12: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A linguagem visual-fílmica também se organiza em modos de organização do discurso.

O sujeito enunciador utiliza as categorias fornecidas pelo sistema da linguagem

visual-fílmica para realizar certas finalidades discursivas, enunciar, descrever,

narrar e argumentar, e para engendrar efeitos de sentido no ato de linguagem

• O agenciamento dos signos visuais-fílmicos no discurso através dos modos de organização não se dá do mesmo modo que o agenciamento dos signos verbais, por exemplo.

A organização discursiva da linguagem visual-fílmica é diferente da organização

discursiva da linguagem verbal, embora as funções de base e os princípios de organização dos M.O.D. sejam os mesmos.

Page 13: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Os signos visuais-fílmicos são formas-sentido.

Possuem uma face significante (forma) e uma face significado (sentido).

Page 14: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A morfologia, sendo o estudo da forma e de sua configuração, nos fornece os principais signos que compõem o sistema visual-fílmico.

• Logo, tais signos são categorias linguageiras da linguagem visual-fílmica que são apropriadas pelo sujeito comunicante e organizadas por ele em certos princípios de organização(modos de organização), considerando seu projeto de fala e as restrições impostas pelo contrato comunicacional.

• Essa morfologia está organizada em duas grandes categorias: a) signos icônicos ou figurativos e b) signos plásticos ou não-figurativos.

Page 15: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• É um tipo de representação que, por meio de certas regras de transformação visual, permite reconhecer alguns “objetos do mundo”.

• Nesse sentido, o signo icônico mantém com o objeto que ele representa uma „similitude de configuração‟ que permite reconhecê-lo como representando tal objeto.

• Possui uma natureza semiótica.

Por um lado, ele é uma uma unidade visual operatória; por outro lado, ele

não é o objeto em si, mas uma representação realizada por meio de regras de transformação ou de reconstrução.

Page 16: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Portanto...

SIGNO ICÔNICO → signo que, de modo codificado, dá a impressão de semelhança com a realidade, jogando com a analogia perceptiva e com os códigos socioculturais herdados da tradição da representação visual (JOLY, 2010).

• Nesse morfologia, consideramos como tipos de signos icônicos:

a) formas de visualização;

b) figurinos;

c) cenários.

Page 17: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• correspondem aos modos e níveis de presença dos protagonistas na tela, referindo-se à forma de agenciamento do espaço referencial e interacional que são incorporados no espaço fílmico e reapropriados pela instância midiática (LOCHARD; SOULAGES, 1993).

• Tais formas são obtidas através do cálculo das montantes de capitais visuais, ou seja, o cálculo dos capitais videogrâmicos que, por sua vez, se referem ao número de aparições do sujeito ou do objeto filmado na tela.

a) Formas de visualização

Protagonista na telaCapitais videogrâmicos

CAP01SEQ01 CAPnSEQn

X

Y

Z

Page 18: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• corresponde ao signo icônico que representa o conjunto de vestimentas e acessórios utilizados pelas personagens/protagonistas de um programa de televisão;

• tipo de signo icônico que caracteriza e qualifica a personagem ao distingui-la das demais;

• trata-se de um elemento de composição que deverá refletir o papel narrativo da(s) personagem(ns), sua idade, sua posição social no espaço e no tempo.

b) Figurino

Page 19: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• designa, de modo geral, o quadro físico em que evoluem as personagens/protagonistas de um programa de televisão.

• Para Cardoso (2008), o cenário televisivo constitui-se em um tipo especifico de elemento visual que, numa produção televisiva, acumula as seguintes funções:

i. cooperar com a configuração do espaço cênico;

ii. representar os espaços e tempos onde se encontram as personagens e/ou apresentadores;

iii. auxiliar na atuação do ator e/ou apresentador;

iv. funcionar como elemento de significação, transmitindo ao telespectador uma determinada mensagem.

c) Cenário

Page 20: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Seguindo a proposta de Cardoso (2008), os cenários podem ser categorizados em três tipos:

i. espaços naturais → correspondem aos ambientes da natureza ou às edificações construídas pelo homem que possuem uma função independente da gravação do programa, isto é, tais espaços não foram construídos para uma gravação, mas podem ser utilizados como cenários em programas televisivos;

ii. espaços naturais representados → dizem respeito aos cenários construídos com a finalidade de serem utilizados em um programa televisivo. Tais espaços utilizam como modelo os “espaços naturais” , porém seu objetivo é servirem à encenação;

iii. espaços imaginários → tratam-se aqui dos ambientes fantasiosos que não utilizam como referência os “espaços naturais”. Esses espaços estão presentes em programas de auditório, infantis, documentários, telejornais, etc.

Page 21: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Exemplo

Page 22: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• De modo geral, os signos plásticos correspondem aos aspectos propriamente plásticos da imagem, tais como a cor, a luminosidade, as formas, entre outros;

• mantém uma relação de circularidade com o signo icônico, já que muitas vezes os significantes icônicos e plásticos podem ser percebidos num mesmo signo visual como um continuum;

FONTE: Joly, 1994.

Page 23: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Exemplo

Page 24: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• a cor é uma informação visual, causada por um estímulo físico, percebida pelos olhos, decodificada pelo cérebro. Sendo uma informação visual, a cor desempenha funções variadas, quando aplicada com determinada intenção em determinado objeto, bem como está ligada a uma codificação cultural (GUIMARÃES, 2004).

• Nesse sentido, compreendemos cor como uma informação atualizada de um signo, sendo utilizada por um emissor, com determinada intenção, e interpretada por um receptor, que compartilha do mesmo código cultural do primeiro.

• Interpretar a cor no dispositivo televisivo é realizar um trabalho de natureza antropológica.

a) Cor

Page 25: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

FONTE: Dondis, 2007.

Page 26: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Diz respeito à intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista.

• Está relacionada à cor já que a luminosidade ou tom é uma de suas dimensões, sendo de natureza acromática (gradações tonais do claro ao escuro).

• Joly (2010) aponta que a interpretação da luminosidade, assim como da cor, é antropológica, pois sua percepção, como qualquer outra, é cultural, porém, tal como a cor, ela parece mais “natural” do que qualquer outra.

b) Luminosidade

Page 27: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Correspondem às formas propriamente ditas (círculos, quadrados, triângulos...) e também as linhas, os pontos, as superfícies.

• Tal como a cor e a luminosidade, a interpretação das formas é essencialmente antropológica e cultural.

c) Formas

Tipos de formas Significado Linhas curvas Doçura e feminilidade

Linhas retas Virilidade e Masculinidade

Linhas oblíquas ascendendo à direita Dinamismo

Linhas oblíquas descendendo à esquerda Queda

Formas fechadas ou abertasImpressão de prisão, de conforto ou de evasão

Linhas pontilhadasAgressividade

Ângulos agudos

Formas Triangulares Equilíbrio, Espera FONTE: Joly, 1994.

Page 28: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A moldura é a borda da imagem, sua fronteira material e tangível.

• Segundo Aumont (2011), a moldura é o signo plástico que manifesta o circundamento da imagem, sendo o limite sensível da imagem, isto é, sua moldura-limite.

• Essa moldura-limite define o domínio do que é imagem e do que não é imagem. Assim, ela separa o espaço do espectador com o espaço plástico que é a própria imagem.

d) Moldura

Page 29: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A escala de planos é o signo plástico que dá conta do vínculo variável entre a distância da câmera ao objeto filmado e o tamanho aparente desse objeto (AUMONT; MARIE, 2010).

• Nesse sentido, a escala de planos corresponde ao posicionamento do objeto que se quer registrar no visor da câmera e o tamanho que esse objeto adquire, sendo tal posicionamento e tamanho variáveis, o que garante uma escala.

• Como ressaltam Aumont e Marie (2010), a tipologia da escala de planos é bastante flutuante de uma língua para outra.

e) Escala de planos

Page 30: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

Nome do planoDefiniçãoIlustração

Nome do plano

Definição Ilustração

Plano Superdet.

Designa-se oenquadramento depequenos pormenores docorpo da personagem oude algum objeto.

Plano Close-up

Nesse plano, somente acabeça do ator aparece natela, causando um efeitode dramaticidade à cena.

Primeiroplano

As personagens sãomostradas dos ombros paracima, evidenciando suasexpressões faciais. Ocenário, nesse plano,praticamente não aparece,fazendo o espectadorconcentrar sua atençãosobre a personagem.

Plano próximo

O enquadramento daspersonagens se dá dametade do tórax paracima.

Nome do plano

Definição Ilustração

Plano médioAs personagens aparecem dacintura para cima, ocupando amaior parte da tela.

Plano americano

O enquadramento daspersonagens se dá com essasaparecendo do joelho paracima.

Plano conjunto

As personagens aparecem decorpo inteiro na tela. Tambémse observa boa parte docenário.

Plano geral

Nesse plano, é possívelvisualizar complemente ocenário em que aspersonagens aparecem, bemcomo as própriaspersonagens. É geralmenteusado para realizar umalocalização espacial dasequência, ou seja, indicaronde a ação se desenrola.

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 31: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Aumont e Marie (2010) apontam que, embora variáveis, as nomenclaturas da escala de planos partem de uma ideologia antropocêntrica: elas tomam por base o tamanho de uma personagem filmada em pé de maneira que sua cabeça esteja dentro do quadro.

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 32: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• O ângulo de filmagem diz respeito ao posicionamento da câmera em relação ao sujeito ou objeto filmado (GOLIOT-LÉTE et al., 2011).

• Dessa maneira, ele depende do ângulo formado pelo eixo óptico da objetiva com a horizontal e do ângulo formado pelo horizontal do quadro com o horizonte.

f) Ângulos de filmagem

Page 33: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Angulação Definição Ilustração

Contre-plongée

A câmera se encontra abaixo do nível normal do olhar.

Dessa forma, o sujeito é filmado de cima para baixo.

Cria-se geralmente com esse ângulo uma impressão de

superioridade, de exaltação, já que tal recurso fílmico

tende a enaltecer o personagem focalizado.

Plongée

A câmera se encontra acima do nível do olhar. Diante

disso, o sujeito é filmado de cima para baixo, tendendo

a minimizá-lo.

Horizontal

A câmera se encontra na altura do olhar do sujeito

focalizado. Através do ângulo horizontal, pode-se obter

uma tomada frontal (sujeito visto de frente), ou uma

tomada lateral (sujeito visto de lado).

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 34: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• As variáveis proxêmicas correspondem a uma classificação proposta por Lochard e Soulages (1993) para referir-se ao cruzamento entre a escala de plano e as relações do estudo das distâncias interpessoais propostas pela proxêmica, representada pelo trabalho de Hall, La dimension cachée.

i. Distância íntima: corresponde ao plano de superdetalhe e ao plano close-up.

ii. Distância pessoal: diz respeito ao primeiro plano e ao plano próximo.

iii. Distância social: refere-se ao plano americano e ao plano geral.

iv. Distância pública: corresponde ao plano conjunto e ao plano geral.

g) Variáveis proxêmicas

Page 35: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Page 36: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A imagem televisiva é móvel. E ela é móvel não só porque percebemos os movimentos internos à moldura/quadro (os movimentos das personagens, por exemplo), mas também porque percebemos os movimentos da moldura/quadro com relação ao campo da imagem, isto é, os movimentos que a própria câmera realiza no momento da produção, os chamados movimentos de câmera.

• Soulages (1999) observa que os movimentos de câmera podem assumir várias funções distintas, tais como:

i. função descritiva de identificação-localização, cujos exemplos mais evidentes são as panorâmicas sobre as paisagens;

ii. função de localização-identificação, cujos zooms sobre objetos e personagens e faces são bons exemplos dessa função;

iii. função de seguir a ação ou de acompanhamento dos atores, evidenciada a partir de travellings sobre a ação das personagens;

iv. função pontuativa,

h) Movimentos de câmera

Page 37: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Movimento Definição Ilustração

Panorâmica horizontal

(PAN-H)

A PAN-H é um movimento horizontal da câmera sobre sua base, seja para a

esquerda ou para a direita, sem deslocamento do aparelho. É comumente usado

para seguir o sujeito focalizado, na medida em que ele se move.

Panorâmica vertical (PAN-

V) ou tilt

Corresponde ao movimento vertical, da câmera sobre sua base. Como na PAN-H,

não há deslocamento do aparelho, sendo o movimento realizado pelo eixo

vertical do mesmo, que pode mover-se para cima ou para baixo.

Dolly

Diz respeito ao movimento total da câmera em direção ao sujeito focalizado,

aproximando-se ou afastando-se dele. Quando a câmera se desloca em direção

ao sujeito, fala-se de dolly-in, quando a câmera afasta do sujeito focalizado, fala-

se de dolly-out.

Travelling ou truck

Corresponde ao movimento completo da câmera em qualquer direção que não

seja de aproximação ou afastamento em relação ao objeto de cena. Trata-se,

literalmente, de um ‘passeio’ de câmera, como o próprio nome travelling sugere.

Esse movimento é geralmente usado para seguir os atores através do cenário,

mantendo-se uma distância constante deles.

Zoom

O zoom não é, propriamente, um movimento de câmera, mas um efeito óptico

de movimento. Ele é obtido pela variação da distância focal das lentes, dando um

efeito de aproximação (zoom-in) ou de afastamento (zoom-out) do sujeito ou

objeto filmado. Embora tanto o zoom quanto o dolly aproximem ou afastem o

sujeito focalizado, o resultado visual de cada um desses movimentos é diferente.

O movimento em dolly muda a relação do primeiro plano com o plano de fundo

do quadro, enquanto que com o zoom isso não ocorre. Por exemplo, quando é

feito um dolly através de uma porta, os batentes parecem mover-se para as

laterais e o interior da sala torna-se gradualmente visível; já o zoom traz a cena

inteira para frente, sem revelar nada mais da sala em frente. FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 38: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Qualquer programa de televisão utiliza um conjunto de tomadas para constituir o todo unificado que é o programa, uma vez que a tomada é a unidade básica da televisão.

• Tomada → aquilo que aparece na tela da TV num dado instante, ou seja, aquilo que é visto no vídeo desde o momento em que uma câmera é posta no ar, até ser substituída por outra (STASHEFF et al., 1978).

• Transição entre tomadas → correspondem aos elementos visuais que permitem que se passe de uma tomada para a outra de forma a constituir a sequência narrativa, e consequentemente, o texto audiovisual, garantindo, com isso, a continuidade do programa.

i) Transição entre tomadas

Page 39: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Essas transições assumem funções variadas, como:

i. podem indicar que certa parte do programa está terminada e que uma nova está para começar;

ii. podem também introduzir uma outra face da realidade filmada;

iii. podem mostrar a continuidade de uma ação sob um outro ponto de vista;

iv. podem indicar passagem de tempo ou mudança de lugar.

Page 40: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Formas Definição

Corte direto Constituído pela mudança instantânea de uma tomada para outra.

FusãoDissolução da imagem, isto é, a imagem vai se extinguindo lentamente dando lugar a

uma outra imagem que aparece já definida ou vai se definindo gradualmente.

FlouEnvolve a cena numa leve camada de gaze atenuando os contrastes tonais da imagem

e evocando a atmosfera dos sonhos.

ClareamentoÉ o aparecimento progressivo da imagem desde o preto total até sua completa

nitidez.

Escurecimento É o inverso do clareamento.

Congelamentovisa transmitir visualmente o ato de tirar uma fotografia: é usado para determinar o

encerramento de uma sequência e o início de outra em um plano já em movimento

Cortinauma imagem nítida muda para outra igualmente nítida como se a segunda imagem

empurrasse a primeira

Flashessão pequenas e rápidas tomadas em sucessão montadas por corte direto ou por

flashes interligadas informando um resumo da ação.

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 41: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A montagem é a organização das tomadas em certas condições de ordem e tempo.

• Ela é criadora não só do movimento e do ritmo, mas também da ideia, ou seja, ela não possui um papel descritivo ou narrativo, mas também um papel explicativo.

• Há duas formas de montagem:

i. Montagem por continuidade → é própria de sequências narrativas, já que nesse caso os cortes não comprometem as ações do filme, que fluem normalmente, havendo, em geral, uma ação principal e ações secundárias ligadas entre si;

ii. Montagem por compilação → não há sequência narrativa, mas as imagens apresentadas servem para ilustrar o texto em off

j) Montagem

Page 42: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• A produção de um programa televisivo, seja ele ficcional ou não, está calcada em um roteiro, que, de um modo geral, pode ser compreendido como a “(...) forma escrita de qualquer espetáculo áudio e/ou visual.” (COMPARATO, 1983, p. 15).

• Conforme nos aponta Zettl (2010), o roteiro está presente nas diversas fases de produção de um programa de televisão, já que ele é o principal meio de comunicação entre os diversos agentes técnicos que produzem o programa (diretores, atores, operadores de câmera, iluminadores, etc.), revelando a natureza do programa, quem faz parte dele, as falas de cada pessoa, o que deverá acontecer no decorrer do programa e até mesmo como o público deve ver e ouvir o evento televisivo.

k) Parâmetros de roteiro

Page 43: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Como um elemento de análise, o roteiro pode nos oferecer parâmetros que nos possibilitam compreender, de maneira geral, o todo (ou as partes) de um programa televisivo.

• Melo (2003) distingue os seguintes parâmetros:

i. externa/interna;

ii. visuais/dialogadas;

iii. íntimas/coletivas/públicas;

iv. com um personagem/com dois personagens/de grupo.

Page 44: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Pensar numa sintaxe da linguagem visual-fílmica é pensar na disposição das partes desse sistema e das relações entre as partes.

• Nossa proposta baseia-se na grande sintagmática da banda-imagem de Metz (1972), porém a adaptamos aos postulados da Teoria Semiolinguística (TS) de Patrick Charaudeau (1983, 1992, 2008).

• Nessa perspectiva, a sintaxe é um dos meios (uma categoria linguageira) de engendrar efeitos discursos na mise enscène do ato de linguagem.

Page 45: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 46: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• configuração visual estável definida pela continuidade dos parâmetros de criação de imagens e/ou dos sujeitos/objetos filmados (LOCHARD, SOULAGES, 1993).

a) Videograma

Page 47: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

b) Tomada

• sintagma que corresponde a imagem fílmica unitária, ou seja, qualquer segmento de filme compreendido entre duas mudanças de tomada/plano (AUMONT, MARIE, 2010).

c) Cena

• sintagma que oferece um conjunto tempo-espaço apreendido como não tendo falhas, ou seja, como não tendo efeitos repentinos de aparição/desaparição de objetos/sujeitos, assemelhando-se com a cena de teatro ou mesmo com a vida cotidiana. A cena reconstitui um lugar, um momento, uma pequena ação determinada e concentrada (METZ, 1972).

Page 48: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• conjunto de cenas conectadas por uma única ideia, formando um bloco do texto audiovisual que possui início, meio e fim (FIELD, 2001).

d) Sequência

e) Texto

• resultado material do ato de linguagem (CHARAUDEAU, 1992).

f) Situação de comunicação (gênero e contrato)

• é definida por um contrato de comunicação –correspondente a um conjunto de restrições situacionais que determinam a troca linguageira.

Page 49: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Helen Palmer em Correio Feminino (série) – Fantástico, domingo, 27/10/2013.

Page 50: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• O videograma, como menor unidade da sintaxe visual-fílmica, corresponde a uma espécie de enunciado desse sistema. Como aponta Metz (1972), seria errado afirmar que o plano (aqui entendido como videograma) equivale ao enunciado linguístico, uma vez há diferenças entre essas duas unidades. O correto, na visão de Metz, é afirmar que o plano/videograma se parece com o enunciado ou ainda: “[a] única coisa que se pode afirmar, portanto, é que um plano difere menos de um enunciado do que de uma palavra, sem por isso ser parecido com um enunciado.” (METZ, 1972, p. 139).

• A sintaxe, ao mesmo tempo que demonstra como um filme narrativo se organiza, também corresponde a uma metodologia para “decomposição” e análise desse estrato.

Pontos importantes a considerar:

Page 51: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Os modos de organização do discurso constituem-se como princípios de organização da matéria linguística que dependem da finalidade comunicativa do sujeito falante (CHARAUDEAU, 1992).

• São procedimentos de ordem linguageira que consistem no uso de certas categorias de língua, ordenando-as em função das finalidades discursivas do ato de linguagem.

• Estão agrupados em quatro modos: enunciativo, descritivo, narrativo e argumentativo.

Page 52: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

Relação de influência(EU→TU)

Ponto de vista do sujeito(EU→ ELE)

Retomada do que já foi dito(ELE)

Pontos de vista organizadores (jogos escópicos)

Ângulos de filmagemVariáveis proxêmicasEscala de Planos

Jogos escópicos

Identificar e qualificar seres de maneira

objetiva/subjetiva

IdentificaçãoLocalização-situaçãoQualificação

Signos icônicos (formas de visualização, cenário, figurino)Signos plásticos (cor, luminosidade, forma)Movimentos de câmera

Construir a sucessão das ações de uma história no

tempo, com a finalidade de fazer relato

Actantes (figura actorial)ProcessosSequências

Signos icônicos (formas de visualização)Movimentos de câmeraTransição de tomadasEscala de planosÂngulos de filmagemMontagemParâmetros de roteiro

Page 53: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Lochard e Soulages (1991) explicam que o enunciado televisual fixa pontos de vistas múltiplos e variados, mas logicamente agenciados, atualizando ou não a figura do destinatário visual.

a) Ponto de vistas organizadores (jogos escópicos)

Page 54: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Os pontos de vistas podem ser:

atribuíveis :

ao parceiro da comunicação televisual, solicitado e designado como tal pelo endereçamento do olhar de um ator midiático à câmera;

a um protagonista identificado;

a um protagonista não ainda identificado, mas identificável;

a um protagonista não identificado.

não-atribuíveis :

correspondendo a essas imagens compósitas, na qual a heterogeneidade de sua composição anula a impressão de realidade gerada pela composição monocular assimilada a um ponto de vista humano.

Page 55: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Tipologia do ponto de vista organizadores

Ponto de vista direcionado

(endereçamento visual)

um ator midiático interpela explicitamente o destinatário visual, instala neste último umestatuto de ‘parceiro’, sublinhando o projeto comunicacional que ele é o suporte. Logo, há umendereçamento do olhar do ator midiático ao sujeito-telespectador.

Ponto de vista não-direcionado

na qual o ator midiático não interpela o destinatário televisual, colocando esse último em umaposição de observador-testemunha

O ponto de vista personalizado

o sujeito-observador é levado a assumir a visão de um protagonista inscrito dentro dadinâmica interacional do debate. Ele pode ser:

Explícito: na imagem aparece o lugar do protagonista-suporte do olhar (apresentado,inicialmente, de costas ou ¾ de costas);

Implícito: o protagonista-suporte do olhar, bem como seu traço de afeição, são apagadosda encenação visual

O ponto de vista anônimo

Aparenta-se, por suas coordenadas espaciai,s ao ponto de vista personalizado na medida emque ele poderia ser atribuído a um protagonista da cena televisiva. A diferença nesta última éque o protagonista não pode ser identificado.

O ponto de vista “surreal”

corresponde aos pontos de vistas atípicos (plongées ou contre-plongées acentuados) queproíbem qualquer atribuição aos sujeitos integrados na cena televisiva.)

O ponto de vista “irreal”

O qualificativo que foi usado aqui traduz o efeito de ‘desrealizador’ induzido por essas imagenscompósitas e plurifocalizadas, incluindo vários planos no quadro, fragmentando-o.

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 56: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Água Viva (telenovela) – Rede Globo, 1980.

Page 57: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

Senhora dos absurdos (Esquete) – 220 Volts, Multishow.

Page 58: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

O Astro (telenovela) – Rede Globo (2011).

Page 59: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh• Devemos delimitar e constituir o corpus de maneira clara e

precisa.

• Ao delimitar, devemos definir critérios que permitam constituir o corpus e, consequentemente, analisa-lo

• O corpus pode ser constituído de maneiras variadas: podemos analisar exibições de um determinado programa televisivo (telejornal, por exemplo) durante um certo período; podemos analisar a constituição de um gênero televisivo ao longo do tempo, etc.

a) Etapa de constituição do corpus

Page 60: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Ao trabalhar com um material audiovisual, é necessário (porém nem sempre) transcrever esse material, de forma a viabilizar nossa análise.

• A transição deve seguir as seguintes orientações:

reprodução do estrato verbal, isto é, dos enunciados orais ou escritos que se apresentam no interior do texto audiovisual.

congelamento e reprodução das imagens quadro a quadro, a partir de processos digitais e composição dos videogramas.

b) Etapa de transcrição

Page 61: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

FONTE: Corrêa-Rosado, 2010.

Page 62: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Com o corpus constituído e transcrito, procedemos à descrição das formas semiológicas, considerando os objetivos traçados e o ponto de vista que adotamos no trabalho.

• Decomposição do corpus nos modos de organização do discurso → na Semiolinguística, os M.O.Ds. correspondem não somente aos princípios de organização da matéria linguageira, mas também a uma metodologia de descrição e análise.

• Antes da decomposição e da análise, devemos proceder à descrição e à configuração do contrato comunicacional da situação de comunicação (gênero) que estamos analisando.

c) Etapa de descrição

Page 63: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• Cruzamos os dados situacionais (advindos da descrição do contrato comunicacional) com os dados discursivos e linguageiros (descrição das formas linguageiras e decomposição dos modos de organização do discurso).

• Interpretamos segundo um ponto de vista interdisciplinar, considerando os dados arrolados (sempre segundo os objetivos e perguntas de pesquisa) com conceitos e contribuições advindas de outros campos, tais como a História, a Antropologia, a Psicanálise, aComunicação, a Psicologia Social, a Filosofia, entre outros.

d) Etapa de interpretação

Page 64: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• AUMONT, Jacques. A imagem. Trad. Estela dos Santos Abreu e Cláudio C. Santoro. 16. ed. Campinas/SP: Papirus, 2011.

• AUMONT, Jacques; MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico de cinema. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. 5. ed. Campinas/SP: Papirus, 2010.

• BENVENISTE, Émile. O aparelho formal da enunciação. In._____. Problemas de linguística geral II. Campinas/SP: Pontes, 1989.

• CARDOSO, João Batista Freitas. A semiótica do cenário televisivo. São Paulo: Annablume, 2008.

• CHARAUDEAU, Patrick. Langage et discourse – éléments de sémiolinguistique (théorie et pratique). Paris: Hachette, 1983.

• CHARAUDEAU, Patrick. Une analyse sémiolinguistique du discours. Langages, v. 29, n. 117, p. 96-111. Paris, 1995.

• CHARAUDEAU, Patrick. Grammaire du sens et de l’expression. Paris: Hachette, 1992.

• CORRÊA-ROSADO. Sorrir ou chorar? A patemização na telenovela brasileira, um estudo de O Astro. 260f. Dissertação (Mestrado em Letras). Departamento de Letras/UFV, Viçosa, 2013.

• COMPARATO, Doc. Roteiro: arte e técnica de escrever para cinema e televisão. 5. ed. Rio de Janeiro: Nórdica Editorial, 1983.

Page 65: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• COSTA, Francisco Araujo da. O figurino como elemento essencial da narrativa. Sessões do Imaginário, v. 2, n. 8, p. 38-41. Porto Alegre/RS, 2002.

• DONDIS, Donis. A. Sintaxe da linguagem visual. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

• FIELD, Syd. Manual de roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Trad. Álvaro Ramos. 14. ed. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001.

• GOLIOT-LÉTÉ, Anne et al. Dicionário da imagem. Lisboa: Edições 70, 2011.

• GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores. 3. ed. São Paulo: Annablume, 2004.

• JOLY, Martine. L’image et les signes. Paris: Nathan, 1994.

• LOCHARD, Guy; SOULAGES, Jean-Claude. Faire voir la parole. In. CHARAUDEAU, P. La télévision, les débats culturels « Apostrophes ». Paris: Didier, 1991. p. 141-167.

• LOCHARD, Guy; SOULAGES, Jean-Claude. La ritualisation visuelle de “Ciel mon mardi!”. In. CHARAUDEAU, P. L’etude d’um genre televisuel: le “talk show” – Rapport scientifique des equipes du CAD. Paris : Université de Paris XIII, 1993.

• MELO Mônica Santos de Souza. Estratégias discursivas em publicidades de televisão. 2003. 302f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). FALE - UFMG, Belo Horizonte, 2003.

• METZ, Christian. Significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 1972.

• SOULAGES, Jean-Claude. Les mises en scène visuelles de l’information: étude comparée France, Espagne, États-Unis. Paris: Nathan, 1999.

Page 66: A imagem televisiva   método e ferramentas de análise

hhh

• STASHEFF, Edward et al. O programa de televisão: sua direção e produção. Tradução de Luiz AntonioSimões de Carvalho. São Paulo/SP: EDU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1978.

• ZETTL, Herbert. Manual de produção de televisão. Trad. All Tasks. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.