a imagem e semelhança de jesus

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I I g g r r e e j j a a P P r r e e s s b b i i t t e e r r i i a a n n a a d d o o B B r r a a s s i i l l A A l l á á u u l l i i d d a a S S i i l l v v a a O O l l i i v v e e i i r r a a Aracaju 2005

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A imagem e Semelhança de Jesus:O fim da RedençãoExegese de Rm 8.28-30.

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IIggrreejjaa PPrreessbbiitteerriiaannaa ddoo BBrraassiill AAlluullii ddaa SSiillvvaa OOlliivveeiirraa A Ar ra ac ca aj ju u 2 20 00 05 5 AAlluullii ddaa SSiillvvaa OOlliivveeiirraa AA iimmaaggeemm ee SSeemmeellhhaannaa ddee JJeessuuss:: OO ffiimm ddaa RReeddeennoo Exegeseparaexamedo PresbitriodeSergipeconforme CI-IPB art. 120. A Ar ra ac ca aj ju u 2 20 00 05 5 Sumrio INTRODUO .................................................................................................................................................. 4 1DELIMITAO DA PERCOPE ............................................................................................................... 5 Anlise terminolgica ................................................................................................................................ 5 2CRTICA TEXTUAL .................................................................................................................................. 6 Versculo 28 .............................................................................................................................................. 6 3TRADUO .............................................................................................................................................. 7 3.1TEXTO DO GNT .................................................................................................................................. 7 3.2TRADUO ......................................................................................................................................... 7 4ANLISE LINGSTICO-SEMNTICA ................................................................................................... 8 4.1LXICO ............................................................................................................................................... 8 4.2ANLISE SEMNTICA ........................................................................................................................... 8 Agrupamento dos termos por afinidade de sentido .................................................................................. 8 5ESTRUTURA LITERRIA ........................................................................................................................ 9 6MENSAGEM ........................................................................................................................................... 10 a. Afirmao (v. 28): ................................................................................................................................ 10 a.1 Sabemos que (): ................................................................................................................. 10 a.2 Para os que amam a Deus... para os que so chamados segundo o seu propsito: ................... 10 a.3 Todas as coisas cooperam para o bem: ........................................................................................ 11 a.3.1 Todas as coisas cooperam:......................................................................................................... 11 a.3.2 Para o bem ( ): .............................................................................................................. 12 b. Finalidade (v. 29): ............................................................................................................................... 14 b.1 Pois os que de antemo conheceu, tambm predestinou: ............................................................ 14 b.2 Para serem conformes imagem de seu prprio Filho: ................................................................ 15 b.3 Para que ele (o Filho) seja o primognito entre muitos irmos: ..................................................... 16 c. Explicao: .......................................................................................................................................... 16 7DADOS DA EPSTOLA .......................................................................................................................... 17 7.1AUTOR ............................................................................................................................................. 17 7.2OCASIO .......................................................................................................................................... 18 7.3DESTINATRIOS ................................................................................................................................ 18 CONCLUSO .................................................................................................................................................. 20 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................... 22 A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 4 Introduo ApercopetratadanestaexegeseumadasmaispopularesdasEscrituras Sagradas.Estapopularidadedeve-se,principalmente,aocarterconfortantequelhe atribumos. Ela particularmente usada naqueles momentos de desesperana, nos quais tudoparecefugirao controle.Todosns,algum dia, confortou algum oufoi confortado com estas palavras: todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Contudo,creioque,nopoucasvezes,pensamosnestetextodeforma equivocada.umreducionismoaplicarmostodasascoisascooperamparaobem daqueles que amam a Deus somente s adversidades cotidianas, como se o nico bem quenospropostofossecircunstancialetemporal,ouseja,limitadonossabreve existncia.Quandoolhamosparaestetexto,circunstancialetemporalmente,podemos nos confundir, porque nem sempre os reveses da vida produzem um bem que possamos mensurar. Como resultado, ento, seremos tentados a duvidar da bondade de Deus e da veracidadedasuaPalavra.Porisso,nodevemosreduzirtodasascoisascooperam para o bem daqueles que amam a Deus esfera do tempo e das circunstncias. No quero negar que Rm 8.28, de certa forma, abrange tambm o circunstancial e temporal.Todavia,oquepretendocomestaexegesebuscarasverdadesespirituais queestocontidasnapartemaisprofundadotexto.Porqueumolharmaisacuradoe detido nesta percope nos revelar verdades ainda mais confortantes e animadoras, com as quais, poderemos fortalecer nossa esperana em Cristo Jesus. Asprincipaisperguntasquetentorespondernestetrabalhoso:a)quemsoos que amam a Deus? b) Qual o bem para o que todas as coisas cooperam? Respondendo estasperguntaschegaremosaumavisomaisapropriadadotextobblico.Assim, saberemos como a soberania e a providencia divinas conspiram para que os que amam a Deus alcancem o verdadeiro bem. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 5 1Delimitao da Percope Apercope proposta estcontida no contexto maior do captulo oito de Romanos. Porsetratardeumtextoargumentativo,suadelimitaotorna-sebastantedifcile subjetiva. Contudo, alguns critrios podem ser observados de modo a facilitar o trabalho de delimitao da percope. Aqui usaremos principalmentea anlise terminolgica visto queestaaquemelhorseaplicaatextosargumentativosparadeterminarondese inicia e onde termina a percope. Anlise terminolgica O tema principal do captulo oito o Esprito Santo e sua obra na vida dos filhos de Deus.Aspercopesdentrodestecaptuloapresentampequenasvariaesdoassunto principal. Ainda que haja conjunes de natureza conclusiva, o que se observa que no texto h algumas pausas, mas no propriamente concluses. O verso doze comea com a expresso xcx cu que uma construo peculiar do apstoloPaulo.Estatemsentidoconclusivoetambmexpressaconseqncia,mas, embora ela conclua o pensamento que comea no versculo um, a mesma no pe fim ao assunto que continua nos prximos versculos. Damesmaforma,em8.18encontra-seaconjunoxcqueoriginalmente conclusiva, mas que aqui funciona como explicativa, ou seja, serve para esclarecer o que foiditoanteriormente.ConformeoThayersGreekLexiconotermorefere-sea ouc,xoa.:1presentenoversculoanterior.Pode-sedizerqueosversos18-25no trazem uma mudana com relao ao assunto, parcialmente concludo nos versculos 12-17, mas prope uma explicao do mesmo. O mesmo acontece a partir de 8.26 onde o uso da expresso : -xi(mas tambm, etambm)servepararetomaroassuntoEspritoSantodoqualapercopeanterior

1 Referente natureza da glria que os filhos de Deus compartilharo quando ela se manifestar. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 6 (18-25) havia se afastado para trazer uma explicao sobre a glria que os filhos de Deus recebero. Contudo, a partir de 8.28 h uma mudana de sujeito. At o verso vinte seis Paulo fala sobre o Esprito Santo, porm deste ponto e at o finaldo captulo o sujeito Deus. Nota-se tambm a conjuno coordenativa :.. Esta conforme o Thayers Greek Lexicon, uma metbase, ou seja, serve de passagem de uma idia para outra. E, de fato, Paulo, que na percope anterior (26-27) fala sobre a intercesso do Esprito Santo, passa a falar da providncia de Deus em favor dos seus filhos. Em 8.31a expresso:icu:ccu.:,bastantefreqente no livro deRomanos, usadaparadizerqueumacoisanecessariamentesegueoutra,emoutraspalavras, expressaumarelaoinexorveldecausaeconseqncia.Contudo,aindaqueo assuntointroduzidonosversculosanterioressejaomesmo,percebe-sequeoobjeto outro. Em 8.28-30, Deus e sua providencia, mas em 8.31ss a obra de Deus, sua graa e amor em favor dos seus filhos. Portanto,combasenoexpostoacima,prope-sequeapercopeemquesto compreende os versculos 28-30. 2Crtica Textual Versculo 28 ou:c:i/ (Coopera): Presentedoindicativoativodoverboou:c:a:fazercom,trabalharjuntocom, cooperar com, ajudar. Texto tido como original, mas com certo grau de dvida. apoiada por: Unciais: (IV); C(V); D(V); F (IX); G(IX); c(VIII/IX). Minsculas: 6(XIII); 33(IX); 104(1087); 256 (XI/XII); 263(XIII); 424(XI); 436(XI); 459(1092);1175(XI);1241(XII);1319(XII);1506(1320);1573(XI/XII);1739(X); 1852(XIII);1881(XIV);1912(X);1962(XI);2127(XII);2200(XIV);2464(IX);Byz [K L P](VI). A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 7 Lacionrios: Lect(III). Verses:it(IV)b(V);d(V);f(VI);g(IX);mon(X);o(VII);vg(405);syrp(V);h(VIII); Copbo(XIII); arm(V); geo(V); slav (IX). PaisdaIgreja:Clemente(II/III);Orgenes(I);Eusbio(IV);Cirilode Jerusalm(IV);Teodoro(IV);DidymusMacarius(I);CyrilHesychius(444); Theodoreto(466);LciferAmbrosiato(370/371);Ambrsio(IV);Jernimo(); Pelagio(418); Agustinho(IV). ou:c:i/ c :cc (Deus Coopera): apoiada por: Papiros: p46(III). Unciais: A(V); B(IV). Minsculas: 81(1044). Verses Latinas:Copsa(IV); eth(VI). Segundo os critrios internos de avaliao as variantes se equivalem. Contudo, no que se refere aos critrios internos a varianteou:c:i/ preferida por ser a leitura mais difcil e mais curta. Sendo assim, adotaremos o texto do GNT na integra. 3Traduo 3.1Texto do GNT 28cix.: : c:i :cic xxraoi :c :c rx :x ou:c:i :ic x xc, :cic -x:x rcc:oi -n:cic cuoi 29c:i cuc rcc:a, -xi rccacio: ou..cc1cuc :nc :i-ccc :cu uicu xu:cu, :ic :c :ixi xu:crca:c:c-c:rccicx :1cic 30cuc:rccacio:,:cu:cuc-xi:-x :o:-xicuc :-x :o:, :cu:cuc -xi :i-xiao: cuc : :i-xiao:, :cu:cuc -xi :c,xo:. 3.2Traduo 28Sabemos que, para os que amam a Deus, todas as coisas cooperam para o bem, para osquesochamadossegundoseupropsito. 29Poisosquedeantemoconheceu, tambm predestinou para serem conformes2 a imagem de seu prprio Filho, para que ele seja o primognito entre muitos irmos. 30e aos que predestinou, a esses tambm chamou eaosquechamouaessestambmjustificou,aosquejustificouaessestambm glorificou.

2 ou..cc1cuc: ter a mesma forma; compartilhar a semelhana. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 8 4Anlise Lingstico-Semntica Romanos 8.28-30 NomesVerbos v. 28. Sabemos que, para os queamam a Deus, todas as coisascooperam para o bem, para os queso chamados segundo seu propsito. v.29 Pois os que de antemoconheceu, tambm predestinou para serem conformes a imagem de seu prprio Filho, para que Eleseja o primognito entre muitos irmos. v. 30 E, aos quepredestinou, a esses tambmchamou e aos quechamou a esses tambmjustificou, aos quejustificou a esses tambmglorificou. 4.1Lxico a.Nomes: i.os que: v. 28, 29, 30. ii.Deus: 28. iii.Filho, Ele, primognito: 29. b.Verbos: i.Saber: v. 28. ii.Amar: v. 28. iii.Cooperar: v. 28. iv.Chamar: 28, 30. v.Conhecer: v. 29. vi.Ser: v. 29. vii.Predestinar: v. 29, 30. viii.Justificar: v. 30. ix.Glorificar: v. 30. 4.2Anlise Semntica Agrupamento dos termos por afinidade de sentido Verbos: c.Referentes ao de Deus: Conhecer, predestinar, chamar, justificar, glorificar. d.Referente ao do homem: A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 9 Amar. e.Referente ao das coisas: Cooperar. f.De finalidade: Ser. 5Estrutura literria a. v.28: Afirmao: os que amam a Deus so os que so chamados segundo e seu propsito. Para esses toda as coisas cooperam a favor. b.v.29:Finalidade:Osqueforamchamados,antesforamconhecidose predestinados para serem conformes a imagem do Jesus Cristo, o Filho de Deus. a.v.30:Explicao:osqueporDeusforamchamadostambmforam predestinados, justificados e glorificados. Aestrutura,baseadanaanlisesemnticaenolxico,verificaqueoverbo chamar(-x:a)juntamentecomoadjetivochamado(-n:cc)doaorientaodo texto.No uso dessestermos o apstoloPaulo qualifica os chamados comoaqueles que amam a Deus(v. 28) e estes contam comobenefcioda providnciadivina quearticula todas as coisas para o bem deles. Contudo, o chamado alm dos benefcios traz consigo responsabilidades: porque os que so chamados o so para serem conformes imagem do Filho de Deus, Jesus Cristo (v. 29). Embora nem o verbo -x:a nem o adjetivo -n:cc estejam presentes no verso 29, pode-seinferirosentidodestesnoreferidoversculoporcausadaexplicaodadano verso 30. Ou seja, aos que Deus predestinados (rccccia), verbo que aparece tambm noverso29juntocomconhecerdeantemo(rcciao-a),aessestambmchamou, justificou e glorificou. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 10 6 Mensagem a. Afirmao (v. 28): Sabemos que, para os que amam a Deus, todas as coisas cooperam para o bem, para os que so chamados segundo seu propsito. a.1 Sabemos que (cix.:): Paulo usa seis vezes este termo na carta aos Romanos3. Em apenas uma delas o termousadoemsentidonegativo(cf.8.26)quandooapstolodizquenosabemos orarcomoconvm.Foraestecasoespecfico,todasasoutrasvezescix.:usado pelo escritor da carta para afirmar uma idia lgica, ou uma verdade de domnio universal, ou ainda a nica concluso possvel diante do que fora exposto anteriormente. Paulo usa cix.: para mostrar algo que faz parte da vivncia ou experincia dos crentes e que tem a ver com o ensino anteriormente ministrado pelo apstolo. a.2 Para os que amam a Deus... para os que so chamados segundo o seu propsito: O apstolo Paulo chama a ateno para o alvo para o qual se direciona todo favor deDeus:osqueoamam.Oartigodefinido:cicrevelaoobjetodoverboou:c:a (cooperar). Ambas as frases comeas com :cic que est no acusativo, ambas so objeto indireto do verbo. Significa que o que se segue ao artigo sofre a ao verbal, no caso: os que amam a Deus e os que so chamados segundo o seu propsito. Entretanto,osqueamamaDeuseosquesochamadossegundooseu(de Deus) propsito no so alvos diferentes do favor de Deus. Ao contrrio, so do mesmo grupo de pessoas, ou seja, os que amam a Deus so os que foram chamados segundo o propsitodeste.Noapenasumameraexplicaoarespeitodequemsoosque amamaDeus,massimumarelaodecausaeconseqncia,qualseja:osqueso chamados (-n:cic) segundo o propsito de Deus o amam. Pauloamarratodasuaargumentaonessestrsversculosusandooverbo -x:a e o adjetivo -n:cc. A idia de chamamento da parte de Deus patente em toda percope: (v. 28) os chamados amam a Deus; (v. 29) o fim do chamamento para que o chamado seja a imagem do Filho de Deus; (v. 30) o chamado predestinado, justificado e

3 Rm 2.2; 3.19; 7.14; 8.22; 8.26; 8.28. Das seis vezes que o termo aparece em Romanos, trs destas ocorre no captulo oito. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 11 glorificado.Porisso,aafirmaodequeosqueamamaDeusofazemporqueforam chamados por Ele. Essaafirmao doapstolo significativaquandoseobserva o contexto dacarta osRomanos,sobretudooscaptulosanterioresaooitavo.Desdeocaptuloprimeiro, Pauloargumentaquenanovadispensao,inauguradaporJesus,ojudeunotem vantagemsobreogentio.PrincipalmentenoquedizrespeitoLei,umavezqueesta colocatodosnamesmacondiodepecadoreseaningumjustifica,aocontrrio, condena4. Conforme Dunn (1988, p. 480, traduo nossa) aqueles que amam a Deus uma autodesignao caracterstica do judeu piedoso5. A sentena aqueles que amam a Deus e guardam seus mandamentos usada no AT para descrever o tipo de pessoa que alvodamisericrdiadeDeus6.DunnacreditaquePaulotomaocuidadodeomitira segundaclusuladasentenaporquepretendiaevocarocristianismodosjudeusao mesmo tempo em que o separava da sua devoo Torah. OsqueamamaDeusumaexpressoqueemPaulotornou-semais abrangente.Elanoselimitamaisaosjudeus,masalcanaatodososqueforam chamados segundo o propsito de Deus. Por meio do evangelho, Deus no s manifesta suajustiaepodersalvficoemJesusCristo,mastambmrevelaseupropsito,seu plano de salvao, destina todo cristo justificado para compartilhar de sua glria em sua presena.7(Fitzmyer,1992,p.521,traduonossa).Destamaneira,osqueamama Deus tornou-se a definio de Paulo para cristos8 (Fitzmyer, 1992, p. 522). a.3 Todas as coisas cooperam para o bem: a.3.1 Todas as coisas cooperam: Humadiscussoentreoscomentaristasquantoaosujeitodestasentena Champlin(1986,p.723),porexemplo,noconcordaemquetodasascoisassejao sujeito nesta orao, mas entende que a frase faz uma aluso a Deus fazendo-o sujeito que referido no v. 27 como aquele que sonda aos coraes. Segundo Cranfield (1992, p. 195), so quatro as dificuldades para que se defina o sujeito neste versculo: a) h uma leitura variante que inclui Deus (c:cc); b) todas as coisas (rx:x) neutro plural e pode ser tanto nominativo quanto acusativo; c) no grego

4 Rm 3.19, 20. 5 Those who love God is a characteristic self-designation of Jewish piety. 6 Ex 20.6; Dt 5.10; Dn 9.4 e outros. 7 through the gospel God has not only manifested his uprightness and salvific power in Christ Jesus, but even reveals how his purpose, his plan of salvation, destines all justified Christian for a share of glory in his presence. 8 1Co 2.9; 8.3; Ef 6.24. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 12 noraroacontecerdeumsujeitoneutropluralusarumaverbosingulared)overbo empregadopodetervariedadedesignificados.Entretanto,emsuaanlisedaquesto, defendeque,considerandoasidiossincrasiasdalnguagregaeateologiadePauloa respeito da soberania de Deus, a opo mais fiel seria considerar todas as coisas como osujeitodasentena.CranfieldeChamplinconcordamqueapresenadec:ccem leituras variantes trata-se de insero ou glosa. Aceitartodasascoisascomosujeitodasentenanotraznenhumprejuzo compreensodoqueoapstoloPauloestexpondoetambmnoseconfiguraem nenhuma heresia. Ainda que os comentaristas divirjam quanto ao sujeito, eles concordam no fato deque o Deus Soberanoque age em todas as coisas visando o bem dos que so chamadossegundo o seu propsito.Defato, no hdvidas que sejajustamente a soberania de Deus que Paulo tem em mente quando diz que todas as coisas cooperam para o bem. Qual,ento,osignificadodestaafirmaodoescritoraosromanos?Deus soberanamentecoordenatodasascoisasdemodoquenadapossaprejudicarosque amamaDeus,emboratudolhespossaacontecer.Entendemos[...]quenadapode realmente prejudicar [...] os que verdadeiramente amam a Deus, mas que todas as coisas lhepodemacontecer,incluindocoisastoangustiosascomosemencionamnov.35 (Cranfield, 1992, p. 197). OagirsoberanodeDeus em todascoisastem umfim, qual seja,obemdos que so chamados segundo seu propsito. a.3.2 Para o bem (:ic xxc): Afrasenoacusativonodeixadvidasdequesejaoobjetodiretodoverbo ou:c:a. Assim, est indicado o propsito para o qual Deus soberanamente faz com que toda as coisas cooperem: o bem daqueles que o amam, dos que so chamados segundo o seu propsito. Desta forma, convm uma anlise a respeito da natureza deste bem para o qual todas as coisas convergem. Primeiro, h um sentido mais amplo que trata este bem numa esferaterrenaetemporal.Sendoassim,eleentendidocomooesforodeDeuspara fazercomquetodasascoisas,mesmosasmaistrgicas,promovamobem-estar daquelesque o amam. Sem dvidaesteentendimento vlido,porque,defato,tanto a Bblia quanto a experincia crist mostram que todas circunstncias da vida, quer sejam boasouruins,servemparaocrescimentoeamadurecimentodocrente,parao A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 13 fortalecimento de sua f, para o seu conhecimento de Deus e tambm para o seu gozo. Todas essas coisas promovem o bem dos que amam a Deus enquanto neste mundo e no tempo presente. Contudo, este primeiro entendimento se ressente deuma perspectiva futura e que torne o bem incontestvel. Isso leva a um segundo entendimento a cerca de o bem: a redenodaquelesqueamamaDeus.Observandoocontextoemqueapercopese encontra,sobretudoocaptulooito,nota-sePaulofazendocomqueaquelescrentesde Roma colocassem seusolhosnofuturo,qualseja,aglriadeCristodaqualoscrentes soparticipantes(v.17).Porm,antesdestecaptulo,oapstolo,noqueserefere justia,redenoereconciliaocomDeus,anulaaLeiecolocatodososmritosno Senhor Jesus Cristo. A partir do captulo cinco, Paulo trata da obra sacrificial e vicria de Cristo e seus efeitos na vida dos crentes. nocaptulocincoquePaulointroduzatensoentreaglriafuturaeas tribulaesdopresente.EledizquemedianteafemJesusoscrentesentramnuma relaodejustiaepazcomDeus,tmacessograaepodemseregozijarna esperanadaglriadeDeusetambmnastribulaesdopresente(v.1-3).Soestas tribulaes que geram uma esperana queno causa vergonha ou que no decepciona9 (v.5).Maisainda,oscrentespodemestarcertosquantosuaredenoporqueDeus prova o seu prprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns aindapecadores(v.8).EntoPauloconclui:Porque,sens,quandoinimigos,fomos reconciliadoscomDeusmedianteamortedoseuFilho,muitomais,estandoj reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Paulo assim faz os de Roma olharem para o futuro,pois,aindaqueopresentesejacheiodetribulaes,porcausadeJesusCristo, ns temos uma glria futura que nos traz regozijo. Voltandoacaptulooito,semperderaperspectivadosacrifciodeJesuspelos crentes,Paulofala sobrea adoo comofilhos daquelesquecremno Filho de Deuse que testificada pelo Esprito Santo (v. 14; 16. Cf. 5.5). O escritor da carta, tendo como panodefundoaadoo,explica:Ora,sesomosfilhos,somostambmherdeiros, herdeirosdeDeuseco-herdeiroscomCristo;secomelesofremos,tambmcomele seremos glorificados. Mais uma vez exposta a tenso entre o sofrimento presente e a glriafutura.Ov.18,conformeexplicadonoitemdelimitaodapercope,refere-se glriaditanov.17.Estafuturapoisserreveladaenocomparvelaos sofrimentos do tempo presente.

9 kataiscu,nw: envergonhar, humilhar, desgraar; decepcionar. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 14 Neste contexto, Paulo afirma que tanto a natureza, quanto os crentes aguardam a redeno.AnaturezaaguardaarevelaodosfilhosdeDeusparaserredimidada corrupoeparaaliberdadedaglriadosfilhosdeDeus(v.21).Oscrentes,porsua vez,aguardam a adoo defilhos que aredeno docorpo(v. 23).Assim, o apstolo faz uma exortao a que se conserve a esperana no que no se v (v. 25). Neste contexto, fica claro que o apstolo Paulo tinha em mente no v. 28 muito mais que as circunstncias terrenas e temporais. O bem para qual todas as coisas cooperam aredenodaquelesqueamamaDeus.Emoutraspalavras,Deusfazcomqueo universoconspireemfavordaredenodosqueforamchamadossegundoeseu propsito. Uma olhada no v. 30 fortalece ainda mais esta idia:e aos que predestinou, a esses tambm chamou e aos que chamou a esses tambm justificou, aos que justificou a esses tambm glorificou. Percebe-se aqui um plano, na perspectiva divina, j realizado e quenahumanatemseuencerramentonaglorificaodaquelesqueforamchamados segundo o propsito de Deus. Champlin (1986 p. 723) expe desta maneira: OprprioDeusoperatodasascoisas,visandoaonossobem.FoiDeus quem traou o plano de redeno e quem enviou tanto a Deus Filho como a Deus Esprito Santo para execut-lo. Portanto, ele rene todos os esforos e oscoordena,visandoograndepropsitodecumpriratotalredenodos eleitos, de modo que venham aparticipar da natureza moral e metafsica do prprioCristo.[...]EsteobemqueordenadoecontroladoporDeus,o elevadodestinodoshomens.Portanto,emnossapopularizaodo versculonodevemosolvidarqueocontextoserefere,especialmente, glria celeste, pois esse o grande bem para todos os homens que crem. b. Finalidade (v. 29): Pois os que de antemo conheceu, tambm predestinou para serem conformes imagem de seu prprio Filho, para que ele seja o primognito entre muitos irmos. b.1 Pois os que de antemo conheceu, tambm predestinou: Oadjetivo-n:cc(chamado)eoverbo-x:a(chamar)soasexpressesque formam o fio da meada desta percope. No v. 28, todas as coisas cooperam para o bem daqueles que so chamados segundo o propsito de Deus. No v. 30, os chamados foram tambm predestinados, justificados e glorificados. Como visto anteriormente a glorificao ou redeno bem maior para o qual todas as coisas cooperam. Contudo, no v. 29, nem -n:cc , nem -x:a so usados pelo apstolo Paulo. No obstanteaisso,aidiadechamamentocontinuapatente.Osdoisverbosdesta expresso,rcciao-a(conhecerde antemo)erccccia(predestinar), mostram que A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 15 o escritor ainda tinha os chamados em seu pensamento. uccccia aparece tambm no v.30 juntamente com -x:a. Ambos esto numa lista de verbos que se refere quele que foichamado.Destaforma,emborachamarechamadosnoapareamnov.29,o contextonospermiteinferirqueosquedeantemoconheceu,tambmpredestinou refere-se aos chamados segundo o propsito de Deus. b.2 Para serem conformes imagem de seu prprio Filho: O adjetivo ou..cc1cc (ter a mesma forma) no acusativo indica a primeira de duas finalidades para as quais Deus chamou aqueles que de antemo conheceu e predestinou: serem conformes imagem de seu prprio Filho. Ento, do chamado espera-se que ele seja igual a Cristo. Pela observao do contexto, no fica difcil concluir que neste ponto exatamente que Paulo quer chegar: a santificao dos que foram chamados segundo o plano eterno deDeus.PauloexplicaqueoplanoeternodeDeusvisaredenodopecadore realizado por Jesus o Filho de Deus por meio de sua morte e ressurreio10. Por meio do sacrifcio de Cristo o pecador justificado (v. 5.1) e tambm libertado da escravido do pecado e feito servo da justia (v. 6.6, 18). Portanto, aquele que cr no Filho de Deus no serve ao pecado, mas justia. AindamerecenotaaquestodauniocomCristo.Pauloafirmaqueopecador remido se une a Cristo tanto na semelhana de sua morte quanto na semelhana desua ressurreio. Qual o significado disso? Na morte do Filho de Deus, foi crucificado o velho homem,emoutraspalavras,oremidomorreparaopecado(v.6.6).Quanto ressurreio, o remido ressuscita para uma nova vida em Deus. O apstolo explica desta maneira:Pois,quantoatermorrido,deumavezparasempremorreuparaopecado; mas,quantoaviver,viveparaDeus.Assimtambmvsconsiderai-vosmortosparao pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus (v. 6. 10,11). Aps expor o plano redentor de Deus que, por meio de seu Filho, liberta o pecador do pecado e o faz servo da justia. O escritor aos romanos faz exortaes a que se siga a justia cujo fim a santificao(v. 6.19).Paulo encerra o captulo seisadmoestando os crentes a terem como propsito de suas vidas a santificao e em ultima instncia a vida eterna. Agora, porm, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vossofruto para a santificao e,por fim,avida eterna;porque o salrio dopecado a morte, mas o dom gratuito de Deus a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

10 Conferir captulos 5-8. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 16 O v. 29, sob a luz do contexto que se apresenta, entendido como uma exortao santidade. Serem conformes imagem de seu Filho ser santo. Quando Paulo faz a comparaoentreJesuseAdo(v5.12-20),eleestabelecealidoismodelos:1)Ado, modelo de desobedincia que seguido pelos que no amam a Deus, ou seja, no foram chamadossegundooseupropsito;2)Cristo,modelodeobedinciaincondicionalque deve ser o modelo de todos os que foram chamados por Deus. Deus conheceu de antemo e predestinou os chamados para que eles no sirvam mais ao pecado, mas para que busquem ser iguais ou conformes imagem de seu Filho. Isto se d por meio da santificao. b.3 Para que ele (o Filho) seja o primognito entre muitos irmos: Comentaristas como Champlin e Cranfield afirmamque o outro propsito de Deus em seu plano eterno de predestinar os eleitos no deixar seu Filho Primognito sozinho no gozo dos privilgios da filiao. Mas fazer dele o Cabea de uma multido de irmos. (Cranfield, 1992, p. 199). Isto se confirma no fato de que Deus faz doremido co-herdeiro comCristopormeiodaadoo.EmadioaesseentendimentodizDunnCristo ressuscitado o primeiro de uma nova humanidade de ultima gerao, o primognito (dos mortos)danovaraadopovoescatolgiconoqualodesgniodeDeusdoinicioda criao se realiza (1988, p. 484, traduo nossa)11. SemdvidasasafirmaesdePaulonov.29eemtodapercopetmfundo escatolgico o que se confirma nos captulos seguintes ao oitavo. c. Explicao: Eaosquepredestinou,aessestambmchamoueaosquechamouaesses tambm justificou, aos que justificou a esses tambm glorificou. Paulo conclui a percope retornando claramente a questo do chamado. Todos os verbos neste versculo esto no aoristo o que determina ao pontual e acabada: predestinou, chamou, justificoueglorificou.O sujeito da aoverbal Deuse os que a sofrem so os chamados. Partindodaperspectivadivinaasquatroaesacontecemaomesmotempo,de uma s vez. O significa que o plano de Deus para o chamado j est realizado e acabado. Mas numa perspectiva humana este mesmo plano segue uma cronologia: Deus conheceu

11resurrectedChristasthepatternofthenewhumanityofthelastage,thefirstborn(ofthedead)ofanewraceof eschatological people in whom Gods design from the beginning of creation is at last fulfilled. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 17 deantemoeentopredestinou;numdeterminadotempohistricoDeuschama eficazmente aquele a quem predestinou; e a este tambm justifica e por fim glorifica. Quandoasduasperspectivasseunempercebe-sequeesteumplanoinfalvel. Uma vez que para Deus est acabado e para o chamado de realizao inevitvel. Cada uma dessas etapas ir inevitavelmente se cumprir a seu tempo na histria daquele que foi chamado segundo o propsito de Deus. Sendo assim, para o chamado o plano de Deus lhe revelado no momento do seu chamamento,aquelelherespondepositivamentepelafemCristo.Pormeiodesta,o chamado entra numa relao de justia com Deus e assim reconciliado com seu Criador (v.5.1,11).Porfim,osupremoanelodetodoaquelequeamaaDeusserealizar,a redeno completa, a glorificao, sempre numa perspectiva futura. Aoolharparaov.30sobaluzdov.29,percebemosqueaglorificao,mesmo sendo futura, se inicia no momento do chamamento. O propsito deste que o chamado sejaconformeaimagemdoFilhodeDeusou,comovistoanteriormente,santificao. Paulo em8.23-25faladaesperananaqual ocrente salvo: aredenodo corpo.Ou seja,atotallibertaodacorrupodacarneparaaplenitudedeumanovanatureza incorruptvel que a glorificao12. A redeno uma nova criao que comeou com a ressurreiodeCristodeentreosmortos,sendoeleoprimeirodemuitosirmos chamadosaseremconformessuasemelhana,seremsantos.Oprocessede santificaoatingesuaplenitudequando,semelhanadeJesus,oremidoressuscita glorificado para viver eternamente no novo cu e na nova terra. 7Dados da epstola 7.1Autor NohduvidasdequePaulooautordacartaaosromanos(1.1).Asidias discordantessotoraraseinfundadasqueno sodignasdenotas.Sabe-se,porm, que na igreja primitiva era unnime a opinio de que a carta aos Romanos era de autoria doapstolo(BERKER,2003,p.1917).Tambmnosc.II,acartajeracitadae catalogada tendo Paulo como autor (BBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA, 1999, p. 1316). Murrey(2003,p.11)afirmaquedevemosreconheceraimportnciadaautoria paulina, quando a relacionamos ao contedo da carta. Os assuntos tratados na epstola serevestemdeautoridadeaindamaiorporqueDeus,emsuaprovidncia,iluminouo

12 Ver 1Co 15.35-58. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 18 apstolo Paulo para ser o escritor de Romanos. Murrey (2003) destaca alguns fatores que fazemorelacionamentoentreoautorecontedodaepstolacrucialparaobom entendimento do texto. Oprincipaldessesfatoresanfasenagraaenajustificaopelefsomente. Paulo era um fariseu que buscava por meio do zelo religioso ser aceito diante Deus. Em Romanos, o apostolo nega sua religio e proclama o evangelho da graa. Paulo faz isso como algum que conhecera plenamente, nas profundezas de sua prpria experincia e devoo, o carter daquela piedade que agora, na qualidade de servo de Jesus Cristo, se via obrigado a caracterizar como religio do pecado e da morte (MURREY, 2003, p. 12). A anttese graa e lei, f e obras foi vivida pelo prprio apstolo e a estrada de Damasco foi o divisor de guas que o levou da lei para graa e das obras para a f. 7.2Ocasio Conformeasevidnciasescritursticaseaopiniodevrioscomentaristascomo Murrey,Berker,Champlineoutros,PauloescreveuacartaaosromanosemCorintona segunda metade da dcada de 50 d.C. A opinio mais comum que o apstolo a tenha escrito na primavera de 58 d.C. quando Paula estava em sua terceira viagem missionria. 7.3Destinatrios NosesabecomosurgiuaigrejaemRoma.Umadaspossibilidadesmais celebradas que por ocasio do Pentecostes (At 2) muitos dos que creram eram oriundos da capital do imprio. Estes, por professarem a mesma f, reunirem-se formando a igreja crist em Roma. Uma outra possibilidade que, por causa da perseguio em Jerusalm, muitosjudeusconvertidostenhamfugidoparaRoma.Sendoestaumametrpole populosa a f crist poderia ser professada sem maiores problemas. OquesepodeafirmarqueaigrejaemRomaformadaporjudeusegentios convertidos. Provavelmente, os judeus tenham sido os pioneiros e os disseminadores do evangelhonaquelacidade, contudo ensinavamtambm quea Lei deveria ser guardada. Da,jnosprimeiroscaptulos,Paulotratarjustamentesobrejustificaopelagraa mediante a f somente. Pelocontedodacarta,sobretudoapartirdocaptulosete,percebemosqueos irmos de Roma passavam por momentos de grande aflio. Notamos tambm que Paulo trabalha uma relao entre o sofrimento presente e a glria porvir (Rm 8.17, 18 e outros). Estas so evidncias de que o momento ento vivido pela a igreja em Roma era difcil e angustiante. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 19 Apercopetratadanestaexegeserevela-se,nocontextodacarta,comoum renovardaesperanaeumalentoparaaquelesque,porcausadaf,estavamsendo perseguidos e mortos. A esperana que Rm 8.28-30 naquilo que est por vir: a glria a ser revelada em ns. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 20 Concluso A verdade revelada no texto de Rm 8.28-30 extremamente confortadora para os crentes:tantoosdeRoma,quantoparaosnossosdias.Diferentementedoquemuitos falsos profetas do neo-pentecostalismo pregam, o texto sagrado nos enche de esperana, masnonosdeixailudidos.Paulo,comoautorsagradoinspiradopeloEspritoSanto, buscaencherosirmosdeRoma,nodefalsasesperanas,masdeumaesperana verdadeira ou, como diz o apstolo Pedro, uma viva esperana (1Pe 1.3). A esperana a que Paulo se refere afirmada quando ele diz: Sabemos que todas ascoisascooperamparaobemdaquelesqueamamaDeus.Oapstolonoest afirmando de maneira alguma que os crentes no passam por dificuldades. Muito menos Pauloest,comestaafirmao,dandoumarespostaparaoproblemadosofrimento. Mas, o que o autor sagrado est ensinando igreja de Cristo de todos os tempos isto: Deus agesoberanamenteem todas as coisas, inclusive naquelasquenos fazem sofrer, parapromoverobemdaquelesqueoamam.Aesperanaverdadeiraporqueest posta, no nas situaes ou no homem, mas naquele que o Senhor da histria humana comoumtodo,mastambmdahistriadecadapessoaindividualmente.ODeusque est assentado no trono, o soberano Senhor de toda a terra tem um plano eterno. Neste, aprouveaelefazerbemquelesqueoamam.Nsoamamosporqueelenosamou primeiro (1Jo 4.19). ObemreservadoaosqueamamaDeusmaiorquequalquerbnoque possamosgozarnestemundo.Obemquenosestpropostoeparaoqualtodasas coisas cooperamdesdea fundaodo mundo a redenodosqueforam amados por Deusequeagoratambmoamam.Overdadeirosignificadodaredenoestno versculo29destapercope:Porquantoaosquedeantemoconheceu,tambmos predestinouparaseremconformesimagemdeseuFilho,afimdequeelesejao primognitoentremuitosirmos.Esteoversculoeaidiacentralemtodocaptulo oito. Tudo que tem acontecido no mundo e na vida dos crentes proporciona que, ao final, estes sejam igual a Cristo. Esta a glria que nos est reservada. Este o bem que nos est preparado. Esta a recompensa para os que amam a Deus: ser tal qual Cristo . Em outras palavras, seremos novamente a imagem e semelhana de Deus e viveremos num mundo tambm redimido. O apstolo Joo descreve assim onde os redimidos vivero: Vi novo cu e nova terra, pois o primeiro cu e a primeira terra passaram, e o mar jno existe. Vi tambm a cidade santa, anova Jerusalm,que descia do cu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 21 Ento,ouvigrandevozvindadotrono,dizendo:EisotabernculodeDeus com os homens. Deus habitar com eles. Eles sero povos de Deus, e Deus mesmo estar com eles. E lhes enxugardos olhostoda lgrima, e a morte j no existir, j no haver luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aqueleque est assentado no trono disse: Eisque fao novastodasascoisas.Eacrescentou:Escreve,porqueestaspalavrasso fiis e verdadeiras (Ap 21.1-5). ComestarealidadeemmenteoscrentesqueamamaDeuspodemdescansar, poisnadaaconteceaoacasoouporumcaprichododestinoouporque,podempensar alguns,Deussejaumsdicoquesenteprazeremnossossofrimentos.Mastodasas coisasso soberanamente ordenadas pelonossoPaiCelesteparaonossobem,nossa redeno. Nenhum fim seria mais nobre para a criao e, principalmente, paraos eleitos Deus do que a gloria dele mesmo. A A i im ma ag ge em m e e s se em me el lh ha an n a a d de e J Je es su us s: : o o f fi im m d da a R Re ed de en n o o 22 Bibliografia BERKER, Kenneth (Org.). Bblia de Estudo NVI. So Paulo: Vida, 2003. 2424 p. BIBLE WORKS for Windows. Version 5.0.038s: BibleWorks, LCC, 2001. 1 CD-ROM. BBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. 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