a ideia de infância

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A IDEIA DE INFÂNCIA Prof. Fernanda

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psicologia

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A IDEIA DE INFÂNCIA

Prof. Fernanda

• O ser humano, como ser em desenvolvimento, apresenta uma complexidade de aspectos em sua constituição biológica, psíquica e social em constantes mudanças que tem sido investigada por diversos estudiosos ao longo dos tempos.

• Estes estudos sobre o desenvolvimento humano, em especial os que tratam da criança, vêm se desenvolvendo a partir do final do século XIX, sendo, portanto, recentes em relação à história dos homens.

• A idéia de infância é um fenômeno histórico, isto é, cada sociedade produz e assume como sua um conjunto de idéias sobre a infância, que passam a alimentar a relação social que se trava entre a criança e a sociedade.

• Assim, a questão de se definir um conceito de infância varia com a duração histórica e com a definição institucional da infância dominante em cada época, ou seja, são as razões históricas e sociais vivenciadas num momento específicos que poderão ser determinantes na escolha de critérios para caracterizar o que seja infância

•Ser criança varia entre sociedades, culturas e comunidades, mas também varia de acordo com as circunstâncias históricas.

• A infância que conhecemos é uma invenção da modernidade, pois foi somente a partir do século XVI que as crianças começaram a se tornar objetos de relevância social e política

• Até o século XVII, as crianças eram tratadas como pequenos adultos que recebiam cuidados especiais no início de suas vidas e que, posteriormente, ingressavam na sociedade assim que adquirissem certa independência;

• Aos poucos, a criança foi sendo percebida e valorizada como alguém que, por sua “ingenuidade, gentileza e graça, se tornava fonte de distração e de relaxamento para o adulto”.

Arte Medieval

• Por volta do século XIII surgiram alguns tipos conceituais de criança um pouco mais próxima do sentimento moderno: o primeiro se deu com a representação dos anjos (representado sob a aparência de um rapaz adolescente); o segundo foi o menino Jesus e a Nossa Senhora menina (modelo e o ancestral de todas as crianças pequenas da história da arte), o terceiro tipo foi a representação da criança nua (fase gótica), antes o Menino Jesus quase nunca era representado despido, e no final da Idade média ele se desnudou

• No século XV surgiram dois novos tipos de representação de infância: o retrato e o putto. O putto era a criancinha nua, vista a princípio nas esculturas. Mas tarde essa nudez decorativa seria aplicada aos retratos de criança. No século XVII, a criança era representada sozinha e por ela mesma

Trajes

• Até o século XIII a criança saia de cueiros e era vestida como homem ou mulher (a roupa servia apenas para deixar evidente os degraus da hierarquia social). Portanto, a partir do século XVII, começa-se a perceber uma diferenciação no modo de vestir das crianças, começando pelos meninos, onde estes eram deixados mais livres do que as meninas . As meninas eram encerradas em corpinhos e outros aparatos para moldar seus corpos, no sentido de ajustá-las às formas femininas

• Aos setes anos a criança passava a conviver diretamente com os adultos, compartilhando do trabalho e dos jogos, em todos os momentos. A aprendizagem de valores e costumes se dava, principalmente, a partir do contato com os adultos: a criança aprendia ajudando aos mais velhos. Logo, a socialização acontecia no convívio com a sociedade, não sendo determinada ou controlada pela unidade familiar. Nesta forma coletiva de vida se misturavam idades e condições sociais distintas, não havendo lugar para intimidade e a privacidade.

• A família moderna, que se estabeleceu na burguesia a partir do século XVIII, veio instalar a intimidade, a vida privada, o sentimento de união afetiva entre o casal e entre pais e filhos;

• Pode-se afirmar que no século XVII, a criança começa a existir como objeto próprio de conhecimento e afeto

• A partir do final do século XVII, houve uma substituição da convivência informal da criança com os adultos para um processo de aprendizagem melhor estruturado, onde a criança deveria passar por aprendizagens específicas que a tornariam um adulto. Assim, a aprendizagem social vai deixando de se realizar através do convívio direto com os adultos, sendo substituída pela educação escolar

• Este interesse por um novo modelo de educação fez nascer uma nova concepção de infância que perdurou até o século XIX;

• A infância e a criança deveriam ser conhecidas e compreendidas pelos adultos, a fim de que pudessem ser melhoradas sua formação moral e as práticas educativas infantis.

• Em decorrência dessas mudanças, houve um avanço na compreensão do processo de desenvolvimento e educação das crianças. Embora se buscasse a preparação para a vida adulta, era necessárias organização, cuidados e fases estruturadas do conhecimento para que isso acontecesse. Esta concepção perdurou até boa parte do século atual

• A infância tornou-se uma descrição de um nível de realização. “O primeiro estágio da infância terminava no ponto que o domínio da fala era alcançada. O segundo começava com a tarefa de aprender a ler”, ou seja, tendo na escola seu marco determinante.

• Falar de infância é se reportar às lembranças do passado, não como estas de fato ocorrem, mas um passado que é, então, recontando a partir do crivo do presente e que se projeta prospectivamente.

• Rousseau via na infância um período de ensaio do homem futuro, indispensável à sua formação. Este foi o primeiro que insistiu na necessidade de se procurar conhecer mais profundamente as características para educar a criança

• Rousseau chamou “atenção para as necessidades das crianças em cada fase do seu desenvolvimento, as condições que lhes são favoráveis, propondo o respeito ao ser na sua individualidade”