a história de florzinha

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à 6 º,7 º, 8º 9 ° A HISTÓRIA DE FLORZINHA Projeto secretariado por Prof. Sylvia Feitosa

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Page 1: A história de florzinha

Ã

6º, 7º, 8º 9°

A HISTÓRIA DE FLORZINHA

Projeto secretariado

por Prof. Sylvia Feitosa

Page 2: A história de florzinha

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Edição: 1(2016)

Número de páginas: 32

Código: 000000036936B0011EEE

Tópicos: Literatura Infanto-juvenil, Literatura

Nacional . infanto-juvenil . CDD 869.3

Editora: Clube dos Autores

“Um livro é como uma janela. Quem não o lê é

como alguém que ficou distante da janela e só pode ver

uma pequena parte da paisagem.” (Khalil Gram)

Page 3: A história de florzinha

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O projeto de escuta e releitura envolveu os

alunos das turmas dos 6,7 e 8º anos do ensino

fundamental da E.E. Silvia Gama Balaben. Os

alunos tem permissão do autor ( Sylvia Seny) para

fazer a publicação da nova versão do Romance

Juvenil criada pelos mesmos em uma coletânea,

agora intitulado pelos mesmos “ A História de

Florzinha”.

Page 4: A história de florzinha

Capítulo 01

Carlos Will

Lá estava eu, em meu casamento com minha amada Márcia.Eu tenho uma filha chamada Florzinha,a amiga de Márcia esbarrou em Anita que derrubou o coquetel no sapato de Florzinha,Anita é amiga de Florzinha,na hora que Anita derrubou o coquetel em Florzinha,ela diz. -Ei eu sou a patinha feia do Dr. Will Florzinha não gostava de jeito nenhum de Márcia,e Florzinha não queria que eu me casasse com Márcia e ficou chorando na escada do salão, e Dayna viu Florzinha na escada e começou a conversar com ela,e também falou sobre seu pais,que a mãe morreu em um acidente de carro e seu pai morreu de AVC que significa: Acidente vascular cerebral. Enfim eu e Márcia nos casamos e Florzinha desculpou Anita e levou numa boa o meu casamento, mas ela continua a não gostar de Márcia.

Eu e Márcia fomos para lua de mel,a Florzinha ficou com o tio Roberto e sua tia Kassia. Ficamos 10 dias em lua de mel na Argentina.

Guilherme Lima do Nascimento 7°A N°11

Relato 7° ano A e B

Querido diário naquele dia no internato...

“- Anita, fique de olho, vou

descer.

- Tem certeza? De quem será essa

escada?

Page 5: A história de florzinha

- Deve ser daquele homem com pincel

na mão.

Fui descendo devagar a escada segurando a

bainha da saia, pro meu completo azar deparei com os

olhos faiscantes do diretor do colégio.

- Desça

já daí.

Fiquei paralisada. O outro diretor chegou e

tentou me acalmar, seriamente eu cogitei em pular de

onde estava.

- Calma, você consegue, olhe para mim,

desça devagar...

Eu já me sentia desengonçada aos seis anos

tropecei com os gritos do diretor de cabelos pretos e

ainda quebrei minha sandália enroscando no degrau da

escada. - Florzinha, fique na sala de leitura de castigo! Levei uma palmada humilhante e corri pra dentro

do prédio. As tias tentaram me consolar, sempre tive

muita atenção delas, desconfio que mais atenção do que as

outras internas; e guardo um livro que um homem me deu no orfanato, não tem figuras no livro, mas para mim é como um amuleto da sorte; não deixo ninguém vê-lo, principalmente depois que descobri que o livro era de minha mãe.

- Florzinha? - Estou aqui Tia

Hellen.

- Oh querida, você não quis comer? Por que

esta deitada no tapete, esta tudo bem?

- Sim, estou

sem fome.

Bem, as horas passaram e chegou à hora de dormir.

Acordei com um sexto-sentido, ainda era cedo

demais para tomar café, fui na ponta do pé até a caixa

Page 6: A história de florzinha

onde guardo meu livro. Li de novo uma carta escrita no

meio do livro: “Querido Carlos...”

Carlos. Carlos? Onde foi que vi um médico

chamado assim? Carlos! Não pode ser!

Aproveitando que eu faria exames de jejum pela

manha na clinica com Tia Hellen, passamos no

consultório do Dr. Will.

- Tia Hellen lê aquilo ali na parede pra mim, a

placa de vidro com certificado.

- Mas,

por quê?

-

Por favor! - Doutor Carlos Will- Clínico

geral e... Foi ai que tudo escureceu de vez, eu ouvi um

zumbido horrível e desmei.

De vez em quanto, ouvia vozes

sussurrarem.

“ Como isso

aconteceu?

- Eu disse Will, que você devia contar. Ela está

em choque.

- Como foi que ela

soube?

-

Ninguém sabe.

Foi assim que descobri que o bonitão implacável

era na verdade meu pai. E odiei-o por me omitir, por

não me querer, odiei-o por tudo que sofri achando ser

s ozinha

Page 7: A história de florzinha

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no mundo e agora senti-ame mais sozinha e

rejeitada que antes. Jamais o perdoaria!

Continuei no internato por mais três aos.

Esta noite aconteceu algo estranho, eu acordei

no meio da noite e vi o rosto de meu pai ao lado de

minha cama, dizendo-me: “perdoe-me, eu te amo”.

Achei que era um sonho, mas quando abri os olhos

novamente ele estava saindo. Levantei da cama bem leve

esta manhã; acordei com Anita puxando meu rabo de

cavalo, ela queria felicitar-me pelo meu décimo segundo

aniversário.

- Chie, Anita, eu não ligo

para isso.

- Tarde demais todo mundo já acordou. Vamos

pular gente.

Estávamos todas pulando quando Tia Hellen veio

fazer parte da festa.

O resto do dia foi estranho, todas, inclusive

Amanda parecia solidária. Anita me dando nos

nervos com o dever de cálculos.

- Vamos descer meninas, já é hora

do chá. Chamou Tia Hellen.

Na entrada da sala eu vi numa moça de cabelos

castanhos e o homem ao seu lado deu dois passos em

minha direção algo brilhava em sua mão.

- Te amo, filha.

Dr. Will me abraçou e me deu uma corrente de

ouro. Eu chorei demais, Dr. Roberto também me abraçou

e disse “ Bem vinda á família minha sobrinha”! E então

Amanda agora é minha prima! Tudo tão imensamente

novo!

Page 8: A história de florzinha

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Seguindo a vida

Finalmente fui morar com meu pai, Dr. Carlos

Will.

O nome da namorada de papai é Márcia, e ela

me parece bozinha, mas não poso gostar dela, esse

lugar era da minha mãe. O homem que está no portão da

casa tem algo de simpático, gostei dele, a mulher é

baixinha e risonha, tem cara de fada. - Florzinha, estes são meu pai doutor Villa e Tia

Rute, esposa dele. Estendi a mão muito

timidamente: - Prazer,

senhor...

Meu avô me puxou e abraçou apertado e assim

nasceu muita cumplicidade. Eu ainda não consigo

chamar o arrogante doutor de “papai”, parece que ele

está frustrado com o fato. O apartamento é enorme, tem

um quadro na entrada que eu não consigo tirar os olhos,

a pintura é de um cavalo branco correndo livre. Doutor

Will me deu um acorrente de ouro com as iniciais do

meu nome, me emocionei, mas ainda não consigo

perdoá-lo.

Às vezes tenho medo dele mudar de ideia e me

levar de volta ao internato, mas nunca vou admitir isso.

Meu quarto é normal, eu diria até pequeno em

comparação com o apartamento todo, ele diz que Olga

vai passar sempre metade do dia comigo, ela limpa o

apartamento e cozinha.

Pai?

Page 9: A história de florzinha

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8º ano A – Notícias

Pai!

- Olá querida, achei que fosse

dormir mais.

- Pai, você não está prestando

atenção!

- Opa! Desculpe, estou concentrado neste

documentário sobre drogas entre os jovens. Sente

aqui. O que te aflige?

Este não é o homem arrogante que conheço,

imagino em que momento ele vai mudar e começar a

gritar. Se bem que não o vi gritar muitas vezes, na

verdade não o vejo falar. Só andar de um lado para

outro dando ordens e impondo-se. Também não sei o

que me incomoda, observei-o e ele estava absorto demais

na TV, e parece que o documentário na TV absorveu-o

novamente. Cheguei mais perto e ele passou os braços

por cima de meus ombros e ficou batendo a palma da

mão distraidamente na lateral da minha perna. Prendi

os olhos na televisão, agora entendi porque ele se

distraiu tanto, a moça que está sendo

entrevistada como ex-usuária é igualzinha à mim,

aparenta ter entre 16 e

17 anos; está de costas, mas mesmo assim o

longo dos cabelos e o corpo esguio são incrivelmente

memoráveis, a voz é robótica para não identificá-la,

ela virou de perfil e a câmara não cortou; ou estou

maluca, ou seus olhos são azuis também...”

Page 10: A história de florzinha

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8ºano- Narração descritiva, argumentativa.

Parou a narrativa, a estranha conversa com o

diário então constatou que desde o dia em que nasceu,

por toda sua vida, girou em torno de sua mãe, isso

mesmo. Entretanto sua mãe estava morta e ela não!

Florzinha queria viver, e viver o amor, além do limite

imposto pelo pai, queria conhecer, saber decidir. Fechou

o diário, olhou o relógio de cabeceira, já era madrugada,

deitou cama e adormeceu.

Quem sabe essa teimosia não fosse amor,

fosse capricho. Um capricho?

Despertou assim amarfanhada, pensativa,

lembrou-se das páginas lidas no diário, uma história

bonita, porém não era a verdade, ninguém em sã

consciência registraria suas fraquezas em manuscrito!

Era mesquinha, tediosa, orgulhosa e infelizmente não

sabia perder.

Era exatamente isso que Will estava pensando

sobre ela, Todavia, não era mais uma criança e em breve

seria uma mulher, imatura, amarga, ingrata.

. Seu medo era que para o jovem Paulo também

era uma questão de honra, de vencer o pai da moça, e

nesta disputa todos sairiam machucados, ninguém tanto

quanto Florzinha.

A figura comum no espelho, empoleirada na

grade da cama, tinha a feição irritadiça, tardiamente

percebeu que já não era tão alta, nem tão esbelta,

tirando a beleza clichê da cor dos olhos, agora era uma

adolescente quase rechonchuda e sua imagem era

patética.

Page 11: A história de florzinha

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Tão sem graça quanto a figura no espelho era a

personalidade apagada da moça.

Chegou o aniversário da Amanda,a Amanda me chamou,e a Florzinha para o aniversário dela,caiu a noite e foram para o aniversário.Florzinha se deparou com uma pessoa que ela não esperava que estava lá o Paulo com Anita.

Florzinha ficou chateada teve a dança,Florzinha aproveitou que Anita foi no banheiro dançou com Paulo,só que Anita voltou no meio da dança e fala :

- agora é a minha vez. Pega o Paulo e começa a dançar com ele,ai eu

cheguei e chamei Florzinha para dançar comigo e ela aceitou.

Gustavo Reis Quaglia 7°A N°12

Amanda - O Hacker ( narrador-personagem) Gustavo Bezerra de Andrade N:6 7B Estava falando no telefone com Florzinha e ela me

pediu que entrasse no Facebook de Anita , e falasse com Paulo e marcasse um encontro, só que vez de encontrar Anita, ele iria se encontrar com Florzinha.

Mas o que nós não sabíamos é que Paulo sabia de tudo.Nossos pais acabaram descobrindo, pois, Florzinha tinha bobeado e deixou os pais dela ouvir tuda a nossa conversa.

Mas depois disso tudo pelo que fiquei sabendo Florzinha ficou doente e por conta disso O meu tio, Pai de florzinha decidiu-se se mudar para Poá bem longe de Paulo pois segundo o meu tio "Ela só esta assim pois se encontrou com aquele garoto".

Page 12: A história de florzinha

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Florzinha salva família- Narração Logo depois que Will, Márcia e Florzinha

chegaram a Poá, eles fora conhecer a casa. Florzinha

adoro o seu quarto, mas preferia o seu quarto antigo.

Ela pediu para o seu pai para poder ir passear

pelo Bairro, ele deixou mas disse pra tomar cuidado

onde anda.

Quando ela passeava, ela viu um menino e seu

nome era David. Ela começou a conversar com ele e

pediu pra ele vir na casa dela:

- David , vamos na minha casa pra você conhecer

o meu pai a minha madrasta?

- Claro porque não!!!!!

Chegando lá, eles se conheceram melhor. Quando

o André veio buscar o David, Will viu o André, ele o

reconheceu e falou:

- Você é André de Lima?

- Sim, sou eu mesmo, por quê?

- Lembra de mim? Sou eu Will! Ex – namorado

de Jéssica.

- Sim me lembro.

André convidou Will para ir jantar em sua casa e

Will aceitou o convite.

Gustavo Cassiano Nogueira ( Crônica em 3ª pessoa)

Page 13: A história de florzinha

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Dois dias depois....

Will foi para casa de André, e chegando lá, eles

começaram a Jantar, Will estava se recordando do

passado e ele lembrou que André também gostava de

Jéssica e ele falou com si mesmo, vou começar a olhar

pra Gabriela. Ele começou a olhar pra ela, mas Márcia(

esposa de Will) percebeu o comportamento de Will e

ficou muito triste.

Chegando em casa, Will subiu pro seu quarto

para dormi pois estava muito cansado, Márcia e

Florzinha ficaram na sala e Márcia começou a chorar e

Florzinha perguntou:

- Márcia porque você esta chorando?

- Porque seu pai não gosta mais de mim!!!

- Porque você está dizendo isso?

-Porque seu pai estava olhando pra Gabriela como

se gostasse dela.

- Amanhã eu vou falar com ele Márcia, eu

prometo.

Depois da conversa de Márcia e Florzinha, elas

foram dormir. E no dia seguinte, Florzinha foi fala com

Will e ela disse:

- Pai porque você estava olhando daquele jeito pra

Gabriela?

- Porque filha no passado André também gostava

de sua mãe

- Mas pai isso é passado, agora você ama Márcia

e ele ama Gabriela. Com isso você o senhor pode

acabar a família.

- Filha você tem razão, vamos esquecer isso.

Page 14: A história de florzinha

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Márcia

-Will?

Querido?

- Olá, eu estava aqui matutando no

comportamento insolente de sua enteada.

- Deixe-a querido, no fundo ela está

enciumada, a semana toda nós só falamos sobre o

bebe , é muito

natural ela querer chamar a atenção, até pensei

que seria bem pior.

- Pela primeira vez acho eu é algo mais que isso...

Instintivamente Will abraçou a barriga da esposa.

Surpresa Marcia desfrutou o momento afagando os

cabelos de Will, um breve momento de paz familiar. O

sexto-sentido de Márcia já a alertara da cobrança

inconsciente que Will sofria por Jéssica ter passado toda

gestação sozinha.

Will beijou o ventre de Márcia e a barriga

estremeceu com o movimento do bebe.

- Ei garotinho, Vê se você me dá menos trabalho

que sua irmã, a coisa aqui fora está difícil meu chapa!

Rindo a jovem mãe enxugou uma lágrima de

emoção, era a primeira vez que Will se aproximava

sinceramente desde que descobriram a gravidez.

Na manhã seguinte Dr. Carlos Will

foi para o consultório e Márcia convidou a enteada para

comprar peças de enxoval para o bebe.

- Acho que não serei boa

companhia.

- Bobagem; garanto que vai mudar de ideia assim

que percorrer as lojas, e a lista é imensa, preciso de

sua ajuda.

Page 15: A história de florzinha

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- Sendo assim...

Começaram por babadores coloridos e

terminaram em mini camisetas com motivos

evangélicos, já exaustas depois de quatro horas

resolveram parar para um lanche. Com muito jogo de

cintura e sensibilidade, a madrasta abordou o assunto

delicado:

- Agora que você esta um tanto relaxada e já

que estamos a sós sem a interferência de seu pai, eu

quero saber o que foi aquela avalanche emocional de

ontem? Florzinha retraiu-se, depositou os pacotes sobre a

mesa e recostou-se de olhos fechados no assento.

- Vamos lá, também sou mulher, e mais

experiente. Confie em mim.

- Vou tentar.

E suspirando iniciou o relato.

- Paulo parou o carro há poucos metros do

condomínio, desligou o motor e como parecia não

ter pressa, passamos a divagar a respeito do nosso

futuro, parecia tão irreal ouvi-lo me incluir em seus

projetos, tudo parecia tão encantador, tão mágico, tão

sedutor...

E quando o beijo veio, eu me esqueci de tudo,

todos os valores, preceitos e preconceitos... As

sensações que senti foram novas e no momento eu não

me envergonhei, mas...

Page 16: A história de florzinha

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- Seja mais clara, o que de fato

aconteceu?

- Você quer

detalhes?

- Prefere dá-los ao seu pai?

- Isso não

é justo.

- Você não viu nada mocinha, agora

continue!

- Bem... naquele exato momento olhei para o

espelho retrovisor e vi o carro do meu pai passando. Foi

como um raio caindo do céu! Desci correndo do carro e

disse que não queria ir mais longe do que os beijos.

Depois disso ele desapareceu, eu liguei algumas vezes e

ele disse que gostava de mim, mas era melhor manter

um pouco de distancia, será que não quer um

compromisso?

- É querida, a segunda opção está mais óbvia,

porém, é preciso ouvir as razões dele, ao menos para não

juízo temerário, e é normal que todos nós fiquemos

vulneráveis diante de novas sensações e experiências,

mas precisamos ser firmes, agir com integridade e

decência e ter coragem para dizer não no momento

oportuno. Já ouviu aquele ditado que a ocasião faz o

ladrão? Então fuja de situações que não pode controlar,

entendeu?

Page 17: A história de florzinha

Com muita firmeza Márcia impôs uma autoridade

surpreendentemente que deixou Florzinha desconcertada

e sem palavras.

- Entendi, entretanto o pior foi ter esperado

por ele a vida inteira, é uma grande decepção.

- Sua vida inteira tem apenas 17 anos! E é

preferível uma decepção agora a descobrir após um

compromisso mais serio como casamento por exemplo.

Vamos esquecer isso e seguir em frente querida, você

esta começando a amadurecer.

- Sim, mamãe eu entendi, não vou mais me

colocar nesse tipo de situação.

6º ano – Narrador- observador

Já no final da tarde depois de descansarem um

pouco, decidiram abrir os pacotes e se deliciaram com o

enxoval adquirido. Tão absortas ficaram na tarefa de

conferir as roupinhas delicadas que o clima de

cumplicidade absorveu-as, falavam tão baixo venerando

o momento que não perceberam quando Will abriu a

porta e ficou a contemplando a esposa e a filha amada. O

encanto foi quebrado pela voz de Florzinha, que

negligentemente embalada pela angustia que ainda sentia

afirmou:

- Poxa Márcia, quase que pelo meu

orgulho e ingenuidade esse enxoval seria para seu neto

e não para seu filho. O volume foi alto o bastante para chegar aos

ouvidos de Will e abalar sua paz e sua estrutura. Num grito de espanto e fúria Will fez-se perceber.

- O que?

A toalha bordada que Florzinha tinha nas mãos

parecia chumbo e quando finalmente encarou o pai

saiam-lhe faíscas dos olhos, o maxilar rijo e uma

Page 18: A história de florzinha

expressão de dor e acusação bombardearam a paz já

fugida.

- Repita o que acabou

de dizer!

Florzinha permaneceu muda e

petrificada.

- Vamos! As duas; estou

esperando!

- Calma, Will. Foi só uma má colocação, uma

expressão errada, não está acontecendo nada...

- Márcia, acha mesmo que sou idiota! Minha

conversa é com essa garota leviana, vamos, repita!

-Pai! Como ousa me chamar de leviana? Como

ousa! Você não é um santinho, acho que nem é meu pai!

- Sua insolente, acredita que nasci ontem, que

não percebi o quanto você esta diferente, então é isso,

não é?

A desavença estava feita, em poucas

palavras uma guerra travada, uma guerra sem

vencedores, porque a incompreensão no lar só divide,

destrói, separa, jamais soma, jamais acresce bem algum,

uma única frase e uma fatalidade á porta, o mal á espreita

esperando brechas pra agir no orgulho, na irreverência,

no desrespeito; forças que desarraigam a paz, quantas

situações diferentes e em consequências e peso tão

parecidas? Você pode mudar o desfecho, lembre-se disso

no porvir!

- Chega Dr. Will! Eu odeio você, não fico nem

mais um minuto nessa casa.

Com apenas duas passadas Will alcançou a

garota, mas, qualquer que fosse a intenção dele foi

removida pelo grito agudo da esposa. - Parem!

Eu... Aí! -

Márcia!

Will largou Florzinha e correu para junto da

esposa que gritava de dor com as mãos sobre o ventre.

Page 19: A história de florzinha

Tremula ao olhar em direção da madrasta

Florzinha avistou uma pequena poça de sangue no tapete.

- Meu Deus! Meu Deus! Eu fiz isso! Eu

fiz isso!

E gritando em desespero Florzinha saiu correndo

rumo ao elevador e esvaiu-se do recinto. Will não sabia a quem socorrer primeiro, Márcia

se contorcia de dor. - Vou leva-la ao

hospital. - Não precisa vai passar, quero vá atrás

de Florzinha.

- A prioridade agora é você, ela ficará bem,

assim espero, ela não deve ter ido muito longe.

Intimamente Will temia, não estava certo de

que amenina ficaria bem, não estava certo de que Márcia

ficaria bem, ele mesmo queria abrigar-se nos braços de

alguém, também precisava de ajuda, mas, precisa ser

forte, tudo aquilo passaria, o momento era de ter

controle, ajudou Márcia a chegar até o estacionamento

do prédio, acomodou-a no banco do passageiro e pôs a

caminho do hospital.

Will tinha razão, Florzinha não foi muito longe,

longe em distancia do apartamento. Correrá

vorazmente com o coração apertado, num frenesi

louco, imaginando que Márcia perdera a criança ou

coisa pior. Na noite anterior havia sonhado com o bebe,

impulsivamente precisava saber se Márcia estava bem,

contudo não tinha coragem de voltar, ainda vagando no

desespero colocou a mão no bolso da bermuda, constatou

que saíra sem o celular, alisando o cabelo num gesto

automático avistou na esquina um telefone publico rente

ao cruzamento, não levou em conta a sinalização do

semáforo. Um momento... Segundos... A voz de Will...

Marcia trajando vestido de noiva... Paulo sorrindo,

Amanda provocando-a na sala de vídeo do internato...

Tia Hellen... Anita! Buzinas... Gritos... Sangue!

Page 20: A história de florzinha

- Querida aguente firme, o transito esta

interrompido.

- Tudo bem, foi só um susto, um sinal, as dores

já não são intensas, fique calmo. Márcia mentia e deliberadamente puxava

conversava pra distrair-se das dores. - Olhe, parece um acidente com

motociclistas. - Esses garotos gostam de aventurar-se no

transito, você esta realmente bem? Vou ver se posso

auxiliar.

- Ficarei

no carro.

Ao aproximar-se do local do acidente a visão de

três jovens feridos junto ao meio fio era angustiante.

- Com licença, sou

médico.

Will atravessou a multidão que aglomerava-se

onde um pedestre narrava que um casal de moto

atropelou uma jovem no cruzamento.

Desesperadamente o coração de Will saltava no

peito. Queria que não fosse, não podia ser...A jovem de

bruços, a pele clara, os cabelos negros...Florzinha!

Correu. Levou as mãos á cabeça, ajoelhou-se

junto ao corpo inanimado. A agir, pegou o radio e

chamou.

- Roberto venha até a Av. Treze com a

Av. Rosa Dumond..

- O que aconteceu

por aí?

- Você precisara levar Márcia ao hospital, ela

entrou precocemente em trabalho de parto...

- E você onde está? Há

algo mais?

- Roberto! É Florzinha, ela está envolvida em um

acidente grave aqui na avenida, Márcia está no carro não

sabe ainda.

Page 21: A história de florzinha

- Chego aí em cinco minutos!

Depois de Roberto, a ambulância e os

paramédicos chegaram a seguir, a garota foi entubada

dentro da UTI móvel, um desfibrilador reanimou-a da

primeira parada cardiorrespiratória. Á seu lado um

medico sussurrava:

- Não se deixe vencer, você é forte, filha eu

preciso de você. Ninguém jamais a substituirá, lute!

Lute estou aqui.

Ficção 7º ano

As flores brancas num vai e vem flutuante, o som

do vento em meus ouvidos, magnífica paisagem,

quanta paz! As nuvens tão alvas num céu azul

esplendoroso; sinto-me flutuar, é um voo, sim um voo

gostoso... Tem um lago bem á frente, quantos peixes

coloridos. Parece um lugar irreal, está m ouvindo

papai? Quem é esta moça linda neste vestido cor de

luz? É azul, papai os olhos dela são azuis como os

meus... Pai? Pai, você me chamou? Ela esta me

chamando, não conseguirei atravessar o rio, o que tem do

outro lado? Pai, eu estou ouvindo você, onde você está?

Não vou demorar, preciso atravessar o rio, preciso vê-la

de perto. A água é puro, cristalina, será que posso passar?

- Florzinha! Tente, lute filha! Lute, não ceda ao

coma, lute!

Já dentro da terapia intensiva no CTI, ocorre a

segunda parada cardíaca, sentindo esmorecer sua

esperança pelo choque da fatalidade Will permanece

chamando por ela e clamando a Deus.

- Resista querida, Resista!

- Vou tocar a água, meus pés estão sujos de

sangue...

Page 22: A história de florzinha

-Florzinha!

- Pai?

Uma voz esganiçada com muito esforço faz-se

ouvir no CTI.

- Papai...

- Oh Deus! Florzinha...

Oh meu Deus!

Will ouve aquele fio de voz como uma

canção de adeus. Os paramédicos alertam sobre a

melhora repentina possivelmente seguida por óbito. Poli traumatismo craniano, hemorragia interna,

coração frágil, arritmia... -Tente,tente!

Logo depois embarca numa viagem quase

impossível de retornar, o coma.

Cruelmente na sala obstétrica, Márcia esta

prestes a dar á luz prematuramente.

- Roberto! Estou com medo. Will jamais me

deixaria sozinha. O acidente, o que aconteceu, ainda

estão lá?

- Sinto muito, uma jovem está entre a vida e a

morte, embora não seja a especialidade de Will a mais

necessária, ele precisa ajudar os demais médicos. Sei que

é imperdoável que ele não esteja aqui numa hora dessas,

mas você que ele é médico, compreenda, por favor, e

seja forte minha amiga. - Roberto... O bebe

está bem? - Sim! Está ótimo e muito saudável, só vai

antecipar sua chegada á este mundo de tantos desafios.

- Me diga então o que há de errado? Se não é

comigo é com Will, eu sinto. Will está bem?

- Não se preocupe você já vai ser preparada para

o parto cesariana. - Me diga se não é Will... É Florzinha! Onde

está minha filha? Onde está Florzinha? Roberto olhe para mim!

Page 23: A história de florzinha

- Droga Márcia, sou um médico não um robô! Minha alma esta em pedaços e a de Will também. Sinto muito...

- Roberto... A tal moça do acidente... Não! Não!

Neste momento em que os dois abraçaram-se

tentando aplacar o desespero, as contrações intensificam-

se e Márcia é levada em pranto para o centro cirúrgico.

Florzinha continua inconsciente, porém a

hemorragia interna foi controlada.

Foram horas intermináveis, dias longos escuros,

a proporção da tragédia entre o nascimento e a morte

abalou o emocional até do mais eficiente profissional.

Naquele prédio inteiro, pacientes, funcionários de todo

escalão, médicos, enfermeiros, familiares, visitantes...

Todos tinham o nó de um grito sufocado. Gabriel nasceu

lindo e cheio de vida.

Page 24: A história de florzinha

8º ano- Contextualizando enredo e

notícia. As duas semanas que se seguiram foram noites

escuras e sem consolo, noites que Will jamais suportaria.

O

Caso “ família Will” repercutiu pela mídia e em

todos os jornais. A população ficou perplexa com o

drama vivido por aquelas pessoas da alta sociedade que

não escaparam nem da fatalidade, nem da morte. Como

todo mortal os tantos “por quês” sempre estariam no ar,

nas lágrimas e nas frases contidas. A árdua tarefa de ler o testamento naquele

Setembro foi fúnebre e dispendiosa. Ele sentia-se ainda impotente, traído pela vida, vulnerável e só.

Olhando todos á sua volta naquele salão de tortura, ficou em pé e com voz embargada começou a ler como se fosse parte de um ritual...

Aos dezenove de Setembro... Estando presentes

neste recinto determinado... Os bens constituídos por um apartamento, dois carros da marca... A rede de clínicas fixadas no exterior com sede na cidade de Veneza tendo como sócio o Dr. André de... Ficando assim, 50% de posse dividida para a Sra. Márcia C. Will e seu filho Gabriel Will e o restante os bens por vontade própria do autor do testamento para a menor Florzinha Will, que passará a assumir a direção das clinicas no prazo de oito meses quando completar dezoito anos, e por determinação...

Terminada a leitura desta parte do testamento,

não foi mais possível para Roberto continuar, sua

estrutura acabara ali. Ele perdeu no dia do nascimento do

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sobrinho, seu melhor amigo, seu sócio, seu

irmão! E junto com ele também a melhor parte da

história de sua vida. Enquanto Florzinha lutava com o

coma, um infarto fulminante não deu sequer uma

segunda chance para Will que partiu no CTI segurando

as mãos da filha.

Sete dias depois do coma Florzinha

despertou para descobrir que estava órfã pela e

ironicamente tinha um irmão. Sua dor jamais poderá

ser descrita, não viu seu pai pela ultima vez, não

participou do velório, não conseguia assimilar a perda

irreparável, ele se foi. “O vento assoviava uma canção

incógnita...” E ele havia partido, ela já não era uma criança,

abandonou o curso de Letras e breve ingressaria em

medicina, em poucos dias assumiria o gerenciamento das

ações das clinicas no exterior.

No aeroporto, as luzes brilhavam.

-

Veneza então.

Um abraço dolorido em Márcia, um beijo

no irmãozinho que reivindicava correr entre o embarque

e desembarque.

- Adeus

Márcia.

- Adeus Florzinha. - Até Maio,

querida. -

Até... Maio.

As lágrimas corriam, junto com elas, sua vida, seu

mundo, a família que conheceu. . . Deixava tudo

agora para fazer aquilo que Will acreditou que ela fosse

capaz, tomar conta do patrimônio que ele construiu ao

longo da

Page 26: A história de florzinha

vida. Seus avos não puderam comparecer ao

aeroporto, com a perda do filho único, Dr. Villa ficou

debilitado e tia Rute se ocupava em confortar e cuidar do

esposo, muito embora sua dor fosse impagável.

Passageiros do voo internacional 467,

dirijam-se ao portão de embarque.

Com um aceno a moça de olhos tristes

embarcava em uma viagem sem volta.

Rádio- TV- Internet

Noticia urgente

“Air planes da empresa Tour , voo 467,

apresentou falha nas turbinas meia hora após a

decolagem. Há esperança de encontrar sobreviventes na

floresta botânica caso o avião tenha feito um pouso

emergencial. Fazem três horas do ultimo contato coma

a torre, momento em que o piloto comunicou o defeito,

infelizmente os radares não detectaram mais a aeronave

no espaço aéreo brasileiro. Sejamos confiantes ,pois,

ainda não existe a confirmação de queda ou explosão”.

Pedro Matheus

Jornal A Português escolar.

Page 27: A história de florzinha

Desfecho

Esperando Will ligar, Florzinha e sua

madrasta grávida no shopping... - Florzinha! Oh céus, fale comigo!

- Mamãe? Mamãe!

- Eu querida. Você ficou em transe, já faz

quase uma hora que apagou, já chamei seu pai. - Meu pai? Papai! - Claro que o chamei você queria que eu a

deixasse sozinha aqui na enfermaria do shopping, ou

carregasse você com essa minha barriga enorme e os

pacotes?

- Oh, Márcia!

Emocionada Florzinha abraçou a barriga de

Márcia e chorou demoradamente.

- Florzinha em que galáxia ou dimensão você

esteve?

- Melhor você nem saber, mas amo estar aqui agora!

Com a chegada de Will que trazia a preocupação

estampada no rosto, a garota pendurou-se ao pescoço do

pai beijando-o e chorando num arroubo de alegria

indescritível.

- Amo você, pai! Amo você! Prometa-me que

vivera muito.

- Vim assim que pude, Mais que surpresa! O que

foi que aconteceu por aqui? Algum terremoto? Claro

que prometo que não vou morrer antes de casar você com

algum santo, quem sabe este tal Paulo?

- Prometa-me direito!

Page 28: A história de florzinha

Rindo Will tentava decifrar o motivo de tão

brusca mudança de comportamento.

- Oh! Assim que você me soltar

querida. Relutante a menina afastou-se

um pouco.

- Vou viver tanto quanto Matusalém, está em

assim?

Pai e madrasta caíram na risada e Florzinha

cedeu á alegria. A garota entrou no carro assobiando

uma canção.

“Antes eu te conhecia de ouvir falar, mas agora

te veem os meus olhos...”

Os pais

entreolharam-se.

- Florzinha, no decorrer da semana eu fiz

o ultrassom morfológico, quer saber como é seu irmão?

- Ele terá cabelos ruivos e olhos claros como

os seus.

- Hã? Já tinha visto o

ultrassom?

- Não. Foi apenas um sexto-

sentido.

- Florzinha, és uma verdadeira caixinha de

surpresas, agora segure esses pacotes e deixe-me guiar.

- Sabe querido, já disse que você esta

lindo hoje?

- Oh lá lá! Quanta surpresa! Minha esposa

barrigudinha está apaixonada.

- Dr. Carlos Will, o senhor é intolerável as

vezes!

- Sabe de uma coisa garotas, e você

garotinho aí da barriga? Vocês são as três coisas que

mais preciosas que Deus me deu. Meu maior presente é

viver...