a guerra colonial
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A guerraCOLONIAL
Em Angola, depois de várias acções repressivas e violentas da PIDE sobre grupos de trabalhadores africanos, que pediam melhores condições de trabalho, o MPLA ataca a prisão de Luanda. No norte do território a UPA desencadeia vários ataques sobre a população branca e trabalhadores de fazendas. Estas acções guerrilheiras dão o início da
Guerra Colonial que irá durar 13 anos.
4 de Fevereiro e 13 de Março de 1961
Agostinho Neto -MPLA
Holden Roberto- FNLA
Para Salazar e para a Ditadura do Estado Novo o império era o pilar fundamental. Por isso, era preciso defendê-lo a todo o custo. Defendê-lo das pressões e oposições internas e externas. Salazar sabia que não havia ajudas externas, até mesmo as internas estavam rebeldes. “Estamos orgulhosamente sós”- dizia. E após o golpe de estado de Abril decide assumir a pasta da Defesa e na frase que ficou célebre « Para Angola rapidamente e em força» dá início ao envio de tropas para as colónias.
• 17 de Dezembro de 1961A União Indiana ataca e anexa Goa, Damão e Diu, possessões portuguesas em território indiano.
• Tinham durante alguns anos tentado negociar essa entrega de terras que entendiam pertencer à índia mas Salazar sempre se recusara.
• Começava assim a queda do império colonial português.
Nehru, primeiro ministro da Índia, na altura.
• Em Abril de 1963a luta armada estende-se à
Guiné.A luta armada é conduzida
pelo PAIGC, liderado por Amilcar Cabral
A 25 de Setembro de 1964
É a vez do início da luta armada em Moçambique, com a Frelimo liderada por Eduardo Mondlane.
Durante treze anos travou-se uma luta de guerrilha, desgastante, em três frentes
ao mesmo tempo.
O exército português procurava destruir as bases dos guerrilheiros e capturar os
seus chefes.
Nesta guerra perderam a vida mais de oito mil
soldados portugueses, cerca de vinte e oito mil
ficaram feridos ou mutilados.
Do lado dos guerrilheiros nem se
sabe ao certo os números de mortos,
feridos ou mutilados.
O apoio internacional à luta pela independência dos territórios africanos sob controlo português era cada vez mais forte.
Até mesmo o papa Paulo VI o faz abertamente, visitando a Índia, a ONU e recebendo os chefes militares das guerrilhas de Angola, Guiné e Moçambique.
O povo português à medida que os anos passavam estava cada vez
mais descontente e cansado da guerra mas oGoverno continuava a rejeitar o diálogo com os guerrilheiros.A guerra só veio a terminar com o 25 de Abril de 1974.
• A 16 de Agosto de1971Numa tentativa de aparentar
uma certa abertura do regime, a Assembleia Nacional aprova uma resolução constitucional em que se preconiza "maior autonomia para as Províncias Ultramarinas".
Entretanto Portugal continuava a ignorar as recomendações da ONU relativamente aos territórios africanos sob governo português, pois continuava a manter a guerra e não negociava com os contendores.
A 16 de Dezembro de 1972• O Exército Português
desencadeia uma operação militar sobre a população indígena em Wiriyamu (Moçambique). Mais tarde a imprensa internacional irá denunciar esta acção e o caso tornar-se-á tristemente célebre sob a designação de Massacres de Wiriyamu.
A luta radicaliza-se.
A oposição radicaliza-se também.
A solução para a guerra é política, não é possível
vencê-la militarmente, já todos sabem isso.
Mas a guerra toma um rumo desesperado.
Aumentam-se os efectivos militares para fazer face às cada vez maiores exigências da guerra.
Há muito que os oficiais de quadro não chegam.
Recorrem aos milicianos, oficiais sem a formação da academia e logo sem segurem o quadro.
Surge uma reacção de defesa de direitos dos militares de carreira, uma reacção corporativa.
Mas se a revolta militar começou assim, rapidamente passou para a fase conspirativa e altamente politizada.
Era preciso acabar com a guerra e negociar a paz e , para tal, o regime só deixava uma hipótese - tinha que ser derrubado.
A 24 de Setembro de 1973Nas regiões libertadas, reunida a Assembleia Popular, é proclamada unilateralmente a independência do Estado da Guiné-Bissau.
• A 22 de Fevereiro 1974
Faz-se a publicação do livro Portugal e o Futuro do General António de Spínola, em que este defende que a solução para a guerra colonial deverá ser política e não militar.
Tudo, de repente, se acelera.
Esta guerra durou treze anos.
Foi uma guerra de guerrilha.
Não foi resolvida militarmente.
Só terminou com acordos políticos e a concessão das principais prioridades dos beligerantes.