a gazeta do advogado - 18

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NESTA EDIÇÃO EDITORIAL ............................................................................................... 1 VIDA INTERNA Nulidade do protocolo de Cooperação OAA/OAP ................................... 2 Eleições dos órgaõs sociais para 2012-2014 Despacho de criação da Comissão Eleitoral ..................................... 6 Calendário eleitoral para o triénio 2012-2014 .................................... 6 Programa Eleitoral da Lista Eleita (Lista A) ........................................ 7 Relatório das eleições para os órgãos sociais da OAA ................... 10 Tomada de posse dos órgãos sociais da OAA ................................ 11 6.º Curso de Formação de Advogados Estagiários Informações ...................................................................................... 12 Cerimónia de Abertura – Discurso inaugural .................................... 12 Eleição do Conselho Interprovincial do Lubango, Namibe e Cunene ... 14 Cerimónia de entrega de cédulas .......................................................... 15 Novo Cartão de Identidade do Advogado .............................................. 17 Criação das comissões permanentes e eventuais do CN ...................... 18 Criação das secções disciplinares do Conselho Nacional .................... 18 ESPAÇO UALP II Congresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesa Programa .......................................................................................... 19 Comissão de Honra .......................................................................... 20 Mensagem do Chefe-de-Estado de Angola ..................................... 21 Resolução sobre a Guiné-Bissau ...................................................... 22 Conclusões finais .............................................................................. 23 ESTUDOS E REFLEXÕES Advocacia corporativa, corporate governance e responsabilidade social ................................................................. 25 NOVIDADES LEGISLATIVAS .............................................................. 29 BIBLIOTECA .......................................................................................... 30 SADC LA Conferência anual da SADC LA .............................................................. 31 OBSERVATÓRIO Eleições gerais – Observação eleitoral .............................................. VCC N.º 18 • 2012 Julho, Agosto e Setembro Menção de Responsabilidade Ordem dos Advogados de Angola Editor Centro de Documentação e Informação / OAA Av. Ho Chi Min (Edifício da DNE) Luanda – Angola Telefone: 222 326 330 Fax: 222 322 777 Director António Joaquim Coordenação Helena Cunha Colaboradores Manuel Gonçalves Concepção Gráfica, Paginação e Produção PubliDigital (Portugal) Local de Edição Luanda ISSN 1816-3556 Depósito Legal 179/04 Tiragem 1000 ex. Publicação Trimestral Boletim da Ordem dos Advogados de Angola

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A GAzeta do Advogado - Boletim da Ordem dos Advogados de Angola

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NESTA EDIÇÃO

� EDITORIAL ............................................................................................... 1

� VIDA INTERNA

Nulidade do protocolo de Cooperação OAA/OAP ................................... 2

Eleições dos órgaõs sociais para 2012-2014Despacho de criação da Comissão Eleitoral ..................................... 6Calendário eleitoral para o triénio 2012-2014 .................................... 6Programa Eleitoral da Lista Eleita (Lista A) ........................................ 7Relatório das eleições para os órgãos sociais da OAA ................... 10Tomada de posse dos órgãos sociais da OAA ................................ 11

6.º Curso de Formação de Advogados Estagiários Informações ...................................................................................... 12Cerimónia de Abertura – Discurso inaugural .................................... 12

Eleição do Conselho Interprovincial do Lubango, Namibe e Cunene ... 14Cerimónia de entrega de cédulas .......................................................... 15Novo Cartão de Identidade do Advogado .............................................. 17Criação das comissões permanentes e eventuais do CN ...................... 18Criação das secções disciplinares do Conselho Nacional .................... 18

� ESPAÇO UALPII Congresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesa

Programa .......................................................................................... 19Comissão de Honra .......................................................................... 20Mensagem do Chefe-de-Estado de Angola ..................................... 21Resolução sobre a Guiné-Bissau ...................................................... 22Conclusões finais .............................................................................. 23

� ESTUDOS E REFLEXÕES

Advocacia corporativa, corporate governancee responsabilidade social ................................................................. 25

� NOVIDADES LEGISLATIVAS .............................................................. 29

� BIBLIOTECA .......................................................................................... 30

� SADC LAConferência anual da SADC LA .............................................................. 31

� OBSERVATÓRIO

Eleições gerais – Observação eleitoral .............................................. VCC

N.º 18 • 2012Julho, Agostoe Setembro

Menção de ResponsabilidadeOrdem dos Advogados

de Angola

EditorCentro de Documentação

e Informação / OAAAv. Ho Chi Min

(Edifício da DNE)Luanda – Angola

Telefone: 222 326 330Fax: 222 322 777

DirectorAntónio Joaquim

CoordenaçãoHelena Cunha

ColaboradoresManuel Gonçalves

Concepção Gráfica,Paginação e ProduçãoPubliDigital (Portugal)

Local de EdiçãoLuanda

ISSN 1816-3556

Depósito Legal 179/04

Tiragem 1000 ex.

Publicação Trimestral

Boletimda Ordemdos Advogadosde Angola

VC • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

PLACARD

NOTA DA REDACÇÃO

Semana do Advogado – ComemoraçõesNo preciso momento em que entregamos esta edição da Gazeta à gráfica, a Ordem está a preparar as comemorações

do Dia do Advogado (20 de Setembro), as quais se prolongam por uma semana, durante a qual a classe se encontra

em confraternização.

Sabemos que é vontade da nova Direcção da Ordem dos Advogados de Angola incluir nos festejos da efeméride re-

flexões, debates e conferên cias sobre a Advocacia e a responsabilidade da Advocacia neste nosso país que se cons -

trói dia a dia, num percurso nem sempre linear mas que se pretende seja sempre no caminho de mais Justiça, mais

Direitos, mais Garantias.

Sobre o programa da Semana do Advogado faremos registo na próxima edição, que sairá antes do fim do ano.

Interrupção da Gazeta – Explicação aos leitoresEntretanto, também queremos esclarecer (e pedir desculpa) os leitores que se habituaram a ler-nos das razões

por que a Gazeta sofreu uma interrupção significativa (a última data de Julho de 2010, n.º 17). Tal deveu-se não

à ausência de acontecimentos de relevo na vida institucional (tivemos neste lapso de tempo, entre outros, uma

grande conferência internacional, co-organizada pelas UIA/OAA, que trouxe a Luanda muitos colegas estrangeiros,

com os quais se debateram e aprofundaram ideias e experiências), mas sim a razões de ordem financeira, as quais

só agora permitiram a retoma das edições.

Nao podemos deixar de referir ainda que o Bastonário Hermenegildo Cachimbombo indagou pela vida da Gazeta e

transmitiu que fazia questão em que ela recomeçasse a circular com a devida periodicidade, uma vez que a conside -

ra um veículo e um espaço onde todos os advogados podem e devem deixar as suas opiniões, e também porque ela se

reveste de particular importância na memória institucional.

Comissão sobre Direito e Justiça na CPLPA CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa acaba de instituir uma Comissão Temática sobre Direito e

Justiça, por proposta dos Observadores Consultivos UALP - União dos Advogados de Língua Portuguesa e AULP - As-

sociação das Universidades de Língua Portuguesa.

Esta Comissão Temática foi instituída durante a VI reunião dos Observadores Consultivos da CPLP, realizada em

Lisboa, em 26 de Julho.

A Comissão agora criada tem como objectivo «o debate e o intercâmbio de informações e experiências referentes

ao Direito, Democracia, Sociedade Civil, Justiça, Liberdades, Advocacia, além da realização de eventos e projec-

tos sobre a temática».

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Dezembro • 2010 • 1

EDITORIAL

Estimados Colegas,

Respondendo positivamente ao repto quenos foi lançado por um número considerável deassociados, aceitámos o desafio de apresentara nossa candidatura para dirigir a Ordem dos Ad -vo gados de Angola (OAA) no triénio 2012-2014.

As eleições que conduziram à tomada deposse da actual direcção tiveram a particulari -dade de ter sido as primeiras na história da OAAque contaram com a participação de mais deuma lista, o que por si só representa um mar -co no processo de fortificação da democraciainterna da instituição.

Dirigimos os destinos da nossa instituiçãohá sensivelmente três meses e, no decurso des -te curto período de exercício, em face da mi -ría de de problemas a resolver, que já havía mosdiagnosticado no programa que junto dos nos -sos associados nos comprometemos a de-senvolver, reforçamos a nossa convicção deque só podemos atingir os objectivos a que nospropusemos se tivermos como ponto de par-tida o reforço do espírito de unidade da classe.

Porque assim é, uma vez mais, apelamos atodos os colegas que se aproximem à Or dem,procurando, por um lado, cumprir as ele men ta -res obrigações estatutárias e, por outro lado,dis po nibilizando as suas valências profis sio naispara a dinamização dos vários serviços que ainstituição por vocação deve disponibilizar.

Do conjunto das tarefas que de acordo como nosso programa de acção estamos vincula-dos a realizar, nesta fase inicial do nosso man -dato privilegiamos a reorganização interna, parapotenciar a melhoria dos serviços prestados aosassociados e melhor operacio nalizar a funçãoda Ordem de regulamentar o exercício da profis-são, defender os interesses, direitos e prerroga -tivas dos seus membros e, por último, exercerexclusivamente a jurisdi ção disciplinar.

Nessa conformidade, desenvolvemos umconjunto de acções onde destacamos diligên-cias juntos dos competentes órgãos do Estado

no sentido de, finalmente, vermos publicadasas Leis das Sociedades de Advogados e dosActos Próprios da Advocacia e adquirirmos umedifício para instalar a sede da instituição, o re -cadastramento dos advogados e consequen teemissão de um novo modelo de cartão de iden -tidade de advogado, a dinamização do proces-so de instituição dos Conselhos interprovinciaisda Huíla, Namibe e Cunene e do Huambo e Bié,assim como do Conselho Provincial de Cabin-da, para além de termos em marcha o proces-so de revisão do Regulamento Eleitoral.

No plano exógeno, e porque o actual mo-mento sociopolítico marcado pelas primeiraseleições a realizar após a publicação da Cons -tituição da República de 2010 o exige, a nossainstituição, como aliás tem sido prática, não dei - xou de se engajar afincadamente nos pro ces -sos de educação cívica e de observação elei -toral.

Caros colegas,

Estamos conscientes de que o caminho atrilhar para não defraudarmos a confiança queos nossos associados em nós depositaram aoeleger-nos para dirigir a Ordem no triénio 2012--2014 é longo e árduo, mas como estamos con -fiantes de que todos nós estamos engajadospara a realização de um objectivo comum, o dofortalecimento da OAA e consequente dig nifi ca -ção da advocacia angolana, temos a cer teza deque a classe triunfará – demonstrando à socie -dade que merece o estatuto constitucional deórgão essencial à administração da justiça.

Finalmente, e como uma das formas parao alcance pleno do objectivo comum, não pos -so deixar de lançar um apelo a todos os as -sociados no sentido de tornarmos a presenteGa zeta um espaço e veículo para a partilha etransmissão das nossas ideias, pelo que se rãobem-vindas todas as reflexões em prol das vir -tudes e problemas com que nos deparamos noexercício da nobre profissão que é a advocacia.

Só podemosatingir osobjectivos a quenos propusemosse tivermoscomo ponto de partida o reforço do espírito de unidade da classe.

Hermenegildo CachimbomboBastonário

Apelamos a todos os Colegas para que se aproximem da Ordem

ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLAASSEMBLEIA GERAL DE ADVOGADOS

ACTA N.º 09/2012

Aos 20 dias de Janeiro de 2012, pe las 9h00, na Faculdadede Direito da Universidade Agostinho Neto, sob a presi dên cia do

Dr. Manuel Vicente Inglês Pin to, Bastonário, reuniu extrordinaria -mente a Assembleia Geral de Advogados, que contou com apresença de advogados com inscrição em vigor e teve a se -guinte proposta de Agenda de Trabalhos:

1. Situação Interna da OAA;1.1. Organização administrativa e fun cionamento dos órgãos;

1.2. Finanças e Património;1.3. Seguro e Segurança Social;1.4. Prémio de Investigação Eugénio Fer-reira. 2. Exercício da Advocacia;2.1. Identificação do advogado e pro cu -ra doria ilícita;2.2. Revisão da Lei da Advocacia e dosEstatutos;2.3. Deveres do advogado perante a OAA,a Comunidade e o Cliente;2.4. Garantias constitucionais, legais e es -tatutárias do advogado, sua efi cácia;2.5. Tabela de Mínima de honorá rios;2.6. Ética e Deontologia. 3. Eleições para o triénio 2012-2014;4. Estado da Justiça em Angola e a suaReforma;5. Direitos fundamentais – Manifesta çõese eleições – a OAA e o ar t.º 230.º daConstituição;6. Cooperação no âmbito da União dosAdvogados de Língua Portuguesa UALPe da SADC LA – Protocolo OAA/OAP;7. II Congresso dos Advogados de Lín-gua Portuguesa – Maio 2012;8. Diversos.

Declarada aberta a assembleia, peloSr. Bastonário, no uso da palavra, propôsa alteração da Agenda de Trabalhos, su -gerindo que o ponto 6.º passasse paraponto 1 e que previamente à discussãodes te ponto fosse aprovada a Acta da úl-tima Assembleia Geral.

Dada a palavra aos presentes, houveuma convergência dos intervenientes nosentido de se optar por uma uma redu -ção significativa e substancial dos pon-

NULIDADE DO PROTOCOLODE COOPERAÇÃO OAA/OAP

VIDA INTERNA

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A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 3

tos da agenda de trabalhos, priorizando a discussão do ponto 6(Protocolo OAA/OAP), e ponto 3 (Eleições para o Triénio 2012--2014) e, ainda, o ponto 7 (II Congresso dos Advogados de Lín-gua Portu guesa); a título de contraproposta foi sugerida a in-clusão de um ponto 4 sob a denominação «Informações» queabarcas se os subpontos 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4 da pro posta inicialda agenda de trabalhos.

Submetida à votação da Assembleia a proposta e contra -proposta que acima vão referenciadas, a Assembleia, com 58votos a favor, 23 contra e 4 abstenções, aprovou a seguinte or -dem de trabalhos:

1. Protocolo OAA/OAP;2. Eleições para o Triénio 2012-2014;3. II Congresso dos Advogados de Língua Portuguesa;4. Informações;4.1. Organização administrativa e fun cionamento dos órgãos;4.2. Finanças e Património;4.3. Seguro e Segurança Social;4.4. Prémio de Investigação Eugénio Ferreira.

Passando à discussão dos pontos in sertos na ordem de tra -balhos ora apro va da, há a registar o seguinte:

1. O Sr. Bastonário tratou de informar os presentes sobreas razões que, em seu entender, sustentaram a assinatura doProtocolo de Cooperação Institucional, aos 15 de Novembro de2011, em Lisboa, entre a Ordem dos Advogados de Angola e aOrdem dos Advogados Portugueses, que, no essencial, se tra -du zem no que se segue:

– constatação pessoal da existência de Acordos de Parce-ria entre escri tórios de advogados angolanos e de portu -gueses, facto que foi aprovado em Assembleia Geral deAd vogados, e que vem permitindo uma presença massivade advogados portugueses que praticam actos próprios daadvocacia no nosso território;– necessidade de estabelecer um me lhor controlo por am -bas as institui ções do exercício da advocacia;– do ponto de vista estritamente estatutário, afastou a pos-sibilidade de falta de competência para assinatura do Proto -colo ou ainda que este tra du za uma possível inobservânciaou violação das normas legais consa gra das nos Estatu tosda Ordem dos Advogados de Angola ou na Lei da Advocacia;– reconheceu e se redimiu pessoalmente por não ter dadoinformação prévia aos membros do Conselho Na cional, oque considerou um erro e eventual factor de quebra de con -fiança no relacionamento com os co legas, e que tal poderáconstituir uma grave falha ético-deontologica e ain da moral.

Terminada a exposição das razões da assinatura do acor-do, o Sr. Bastonário propôs que a Assembleia se debruçassesobre a revisão, anulação e/ou suspensão do Protocolo.

Passada a palavra à Assembleia, to das as intervençõesconvergiram no sen tido de que o Protocolo em nada beneficiaos interesses da classe de advogados angolanos e que o mes -mo traduz ou re presenta a assunção de eventual incompetênciae irresponsabilidade dos advoga dos angolanos no exercício dapro fis são, o que levou alguns dos presentes a propor que seaprovasse uma moção de cen sura ao Bastonário, outros a ins -taura ção de um processo disciplinar e alguns chegaram mesmoa propor a demissão deste, a seu pedido, perante a Assembleia.Como resultado das amplas e acesas discussões, por unani -midade, a Assembleia deliberou considerar o Protocolo nulo esem qualquer efeito, recomendando o Sr. Bastonário a desen-cadear os pro cedimentos para a concretização do acor do revo-gatório do citado Protocolo, ao qual se deve dar publicidade namedida da que foi dada ao Protocolo.

A Assembleia, ponderadas as circuns tâncias, designada-mente a preservação da imagem institucional da Ordem dosAdvogados e o facto de o mandato do actual Bastonário estarno fim, deliberou por unanimidade considerar que a manifes-tação no sentido da nulidade do Protocolo, em si mesma, con-tém implicitamente uma censura ao Sr. Bastonário pelo acto poreste praticado.

Os presentes, por unanimidade, deliberaram que, de futuro,a discussão e aprovação das matérias insertas no Protocoloconsiderado nulo, sejam previamente levadas à Assembleia Ge -ral dos Advogados, que se reserva o direito de as tratar e tomarposição, afastando, assim, a possibilidade de qualquer outroórgão da Ordem dos Advogados tomar qualquer deliberaçãosobre as mesmas.

A Assembleia registou com particular interesse as informa -ções sobre a evo lução das negociações e concertações sobreo comércio internacional de servi ços em que Angola, através doMinisté rio do Comércio e também da Indústria, Geologia e Mi -nas, tem participado no âmbito da Organização Mundial do Co -mércio (OMC) e reconheceu a necessidade de manter um acom -panhamento sobre tais concertações.

Ficou ainda registada pela Assembleia a necessidade de aOrdem incessantemente buscar e procurar todo o tipo de solu -ções possíveis para impedir a entrada de advogados estran -geiros, sobretudo portugueses, para praticar, de for ma ilícita,ac tos de advocacia em Angola.

Finalmente, dentro deste ponto, o Bastonário fez uma de-claração de voto: «Depois da votação que tornou nulo e semnenhum efeito o Protocolo, o Bas to nário reafirma que o seupropósito foi o de, de forma institucional, afastar a prá tica deactos de advogados estrangeiros em Angola, nomeadamenteportugueses, e que, ao longo do texto, procurou salva guardarque o modus operandi estivesse dependente dos órgãos dasrespectivas Ordens».

2. Neste ponto, os presentes previamente foram informadosdos últimos desenvolvimentos ocorridos no processo elei toral,

triénio 2012-2014, consubstanciados em duas delibera ções doConselho Nacional («CN») da OAA, de 13 e 20 de De zembro de2011, respectivamente, to madas na sequência de um recursoapre sentado pela «Lista B» face ao indeferimento da apresen-tação da candidatura desta pela Comissão Eleitoral, nos termosdas quais (deliberações), por um la do, foi declarado nulo todo oprocesso eleitoral então em curso e constituída uma co missãopara elaboração do projecto de Regulamento Eleitoral e calendá -rio elei toral, e, por outro lado, foi aprovado um novo Regulamen -to e calendário eleitoral e reconduzida a Comissão Eleitoral.

Na base das deliberações atrás re feridas, segundo escla re -cimentos prestados pelo Dr. Sérgio Raimundo, membro do Con-selho Nacional da Ordem e que in tegrava a mesa da presidência,está o propósito de emprestar ao processo maior transparência,rigor e democraticidade, uma vez que, em seu entender, aoanali sar o recurso, os membros do CN che garam à conclusãode que não existe Re gu lamento Eleitoral, porquanto o actual -mente vigente era exclusivamente aplicável à primeira eleiçãodos órgãos de Direcção da Ordem e do Conselho Provincial deLuanda, realizadas em 1996, facto que, embora já se ache ul-trapassado o prazo estatutarimente fixado para apresentar as can -didaturas – 31 de Outubro do ano anterior ao início do triénio –justifica a nulidade de todo o processo então em curso, porconsiderar que as nulidades são de conhecimento oficioso,dando, assim, a possibilidade de, com o estabe lecimento deum novo calendário elei to ral, serem apresentadas novas candi -

daturas, em conformidade com o novo Regulamento Eleitoralentretanto aprovado pelo CN. Acrescentou ainda o Dr. SérgioRaimundo que, tal como hoje estão consagradas as disposi -ções estatutárias sobre o processo eleitoral, há um hiato con si -derá vel de tempo entre o momento da apresentação de candi-daturas e o mo mento até ao qual é possível realizar as eleições– 31 de Outubro do ano anterior e 30 de Abril do ano seguinte,respectivamente.

Dada a palavra aos presentes, estes começaram por ques-tionar o facto de as deliberações, tomadas em sede da aprecia -ção de um recurso, extrapolarem o âm bito do recurso ou seja oobjecto des te, pois as referidas deliberações contêm matériassobre as quais não foi pedido qualquer pronunciamento. Alémdis so, os presentes indagaram sobre a compe tência do CN emaprovar um Regulamen to Eleitoral, em face das disposiçõescon sagradas nos Estatutos da Ordem dos Advogados de Ango-la e, finalmente, foi levantada a questão de saber se, em face dareclamação de precedência obriga tória, entretanto apresentadapela «Lista B» na sequência das deliberações do CN acima in-dicadas, a presente Assembleia Geral tem competência para de - liberar.

No uso da palavra, a mesa propôs à Assembleia que se de-liberasse sobre a sua competência para se pronunciar so bre oprocesso eleitoral, tendo-se esta por unanimidade declarado, en -quanto ór gão máximo representativo da institui ção, competentepara o efeito.

4 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

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Seguidamente, a mesa propôs que a Assembleia fizesse umpronunciamento sobre a validade ou não das deliberações doCN de 13 e 20 de Dezembro de 2011, tendo um dos presentessuscitado opo sição a esta proposta da mesa, apresentando umacontraproposta no sentido de a Assembleia reco mendar ao CNque se debruce nos estritos limites sobre o que foi solicitado norecurso apresentado pe la «Lista B».

Submetida à votação a contraproposta, com 54 votos afavor, 12 contra e 10 abstenções, a Assembleia recomendouque o CN, com a máxima urgência, se debruce dentro e nos es-tritos marcos e limites do que foi solicitado em sede de recursoapresentado pela «Lista B» em face à decisão de indeferimentoda Co missão Eleitoral.

3. Neste ponto o Sr. Bastonário tratou de informar os pre-sentes que o nos so país acolhe a organização do II Congressode Advogados de Língua Por tuguesa, a decorrer em Luanda,entre os dias 24 e 26 de Maio de 2012, no Hotel Conven ção deTalatona – HCTA.

Estima-se que o Congresso conte com a presença de 320delegados e 20 convidados. Entre os delegados prevê-se a pre-sença de 150 advogados angola nos.

Informou ainda que o orçamento estimativo para a organi-zação do Congresso está fixado no montante equivalente a USD436.000,00 (quatrocentos e trinta e seis mil dólares) e que aOrdem conta, mediante a solicitação de patrocínios a entidadessingulares e colectivas priva das e públicas, e ainda com o valordas inscrições dos advogados obter o montante acima indicado.

Por fim, mas não por último, informou que já está consti -tuída a Comissão Organizadora Executiva do Congresso, por elepresidida, enquanto Bastonário do país que acolhe o evento,sendo que além desta comissão existe uma outra que é a Co -missão Organizadora, presidida pelo Dr. Ophir Cavalcante, Pre -sidente da Ordem dos Advogados do Brasil, que actualmen te pre -side à União dos Advogados de Lingua Portuguesa – UALP, e,por último, apelou a todos os advogados angolanos a participa -rem massivamente no evento e comprometeu-se a disponibili zaraos advogados, na semana seguinte, o Programa e o Re gu la - mento do Congresso.

4.1. O Bastonário fez breve referência a algumas insufiên-cias que se registam ao nível da organização administrativa efuncionamento dos órgãos, designadamente, no que se refere àorganização administrativa, a pouca qualificação dos recursoshumanos;

4.2. Apontou a débil ou deficitária situação financeira da ins -tituição, tendo em conta os seguintes dados:

– Receitas anuais da Ordem em 2011 foram: quotas =USD 264.960 (em dívida USD 129 120)– 552 advogados que pagaram as suas quotas em 2011:(552 x 40 USD x 12 meses = 264.960)

– 269 advogados que devem o total ou parte do ano de2011: (dívida per faz USD 129.120)

As receitas anuais de quotas devem ser:

– 821 advogados x 40 USD x 12 me ses = USD 394.080– Receitas anuais do OGE = USD 163.520 – Assistência Judiciária anual = USD 145.375 – Vendas de Legislação = USD 197.300– Valor real e efectivo da dívida por quotas = USD 448.520

No que ao património diz respeito, referiu-se à não obten çãoaté ao momen to de uma sede para a Ordem, acrescentando quefoi dirigido um pedido ao Pre sidente da República, tendo o mes -mo sido remetido ao Ministério das Finanças para o tratamentoadequado e está a me recer o acompanhamento de um colegade profissão que é funcionário do minis tério atrás refe ren ciado.

No que concerne ao terreno atribuído à Ordem e que sesitua na Rua Amílcar Cabral, informou que foram ensaia das al-gumas parcerias para a construção de um edifício que não re-sultaram e que, presentemente, se está a trabalhar para lograr acorrecção de alguns aspectos da escritura de atribuição do Di-reito de Superfície que inviabilizaram o registo predial da mesma.Para o efeito, agendou uma reunião com o anterior Governadorda Província de Luanda, José Ma ria dos Santos, que não che -gou a acon tecer e, actualmente, estão a ser desencadeados con -tactos para a realização de uma reunião com o Governador Ben -to Bento.

Ainda no que concerne ao patrimó nio, o Bastonário infor-mou que a Ordem beneficiou da atribuição de uma residênciaem Cabinda e que foram feitos contactos para a obtenção deter renos nas províncias de Huambo, Bié, Moxico, Huíla, Uije,Kwanza Norte e Lundas Norte e Sul e que tais se destinam àconstru ção de sedes dos conselhos e delega ções provinciaisda Instituição.

4.3. Os presentes tomaram conheci mento de que actual-mente já 4 (quatro) dezenas de advogados manifestaram a pre-disposição de aderir ao pacote oferecido pela seguradora Ensae que estão a ser preparadas outras acções que visam a con-cretização e implementação de previdência e protecção socialdos advogados.

4.4. Finalmente, os presentes toma ram conhecimento queestão em curso contactos para o arranque da implementaçãodo denominado «Prémio de Investigação Jurídica Eugénio Fer-reira», que se traduzem na obtenção de patrocínio para finan-ciar o pagamento dos concorrentes e a publicação em livro dotraba lho que vier a mercer a premiação.

Nada mais havendo a tratar, a Assembleia foi encerrada porvolta das 14h50, dela se lavrando a presente Acta, que será sub -metida a aprovação da próxima Assembleia Geral.

A Assembleia

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 5

CALENDÁRIO ELEITORAL PARA O TRIÉNIO 2012-2014

• Apresentação de candidaturas – de 23 de Fevereiro a 23 deMarço de 2012

• Apreciação, aprovação e divulgação das listas candidatas pelaComissão Eleitoral – de 24 a 28 de Março de 2012

• Apresentação de reclamações e recursos – de 29 de Março a3 de Abril de 2012

• Apreciação e decisão das reclamações e dos recursos – de 3a 7 de Abril de 2012

• Campanha eleitoral – de 8 a 24 de Abril de 2012• Dia de reflexão – 25 de Abril de 2012• Assembleia Geral (acto eleitoral) – 26 de Abril de 2012

Luanda, aos 20 de Dezembro de 2012,O Presidente do Conselho Nacional, Manuel Vicente Inglês Pinto

6 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

VIDA INTERNA

ELEIÇÕES DOS ÓRGÃOS SOCIAISPARA 2012-2014

Ordem dos Advogados de AngolaGabinete do Bastonário

Despacho n.º 09/OA-B/2011

1. Apresentando-se o período para arealização do pleito eleitoral referente ao trié -nio 2012-2014, que terá lugar dia 30 de No -vembro do ano em curso, quarta-feira, das9h00 às 17h00, urge a necessidade de seconstituir a Comissão Eleitoral, com o pro -pósito de se dar cumprimento ao dispostono art.º 8.º do Regulamento Eleitoral da Or -dem dos Advogados de Angola.

2. Assim, usando da faculdade que meé conferida pela alínea k) do art.º 33.º, res -pectivamente, dos Estatutos da Ordem dosAdvogados de Angola, aprovados pelo Dec.n.º 28/96, de 13 de Setembro, determino:

É criada a Comissão Eleitoral com a se -guinte composição:

Dr. Aníbal Espírito Santo – Coordena dorDra. Pulquéria Van-Dúnem Bastos

– Co ordenadora AdjuntaDra. Augusta RodriguesDr. Alexandre PegadoDra. Catarina CunhaDr. Yello JorgeDr. Walter dos Santos

O presente despacho entra imediata -men te em vigor.

Gabinete do Bastonário, em Luanda, aos09 de Setembro de 2011

O Bastonário, Manuel Vicente Inglês Pinto

PROGRAMA DE CANDIDATURA AOS ÓRGÃOS SOCIAIS

DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA

Outubro de 2011

Porquê esta candidatura?

• A presente candidatura tem como lema «A OAA somosnós, Advogados e Advogados Estagiários».

• Porque é consenso que a OAA está no momento maisdecisivo da sua história, ao ver reconhecido na Constituição oseu papel de órgão essencial à administração da justiça, conse -quentemente impõe-se reforçar a unidade, a organização e a dig-nificação da classe para a prossecução das atribuições que asociedade espera dela.

• Nas linhas gerais deste programa trazemos ideias que,com a participação activa de todos os associados, a classe tor -nar-se-á mais forte, unida, organizada e dignificada.

Quem é Hermenegildo Cachimbombo?

• Hermenegildo Cachimbombo representa a novel geraçãoda advocacia, inserida na nova realidade social, económica e po -lítica de Angola, e acérrimo defensor da consolidação do Esta-do de Direito Democrático.

• É Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Univer-sidade Agostinho Neto (FDUAN).

• Em 1998, concluiu a Licenciatura em Direito em Luandapela FDUAN, onde muito cedo se destacou como um dos melho -res alunos da sua turma, o que lhe valeu a indicação para As-sistente Estagiário da disciplina de Direito Processual Civil II.

• Docente da FDUAN com a categoria de Assistente da dis-ciplina de Direito Processual Civil I e II desde o ano de 2000, sen -do actualmente Prof. Regente da disciplina de Direito ProcessualCivil I.

• Em 1998 inscreveu-se na OAA como Advogado Estagiá -rio, e em 2000 concluiu o estágio e tornou-se Advogado, titularda Cédula Profissional n.º 372.

• Em 1998 iniciou o exercício da advocacia no escritório dasconceituadas Advogadas e Professoras Universitárias PauletteLopes e Teresinha Lopes, onde permaneceu até 2008.

• Actualmente é sócio do escritório «CK Advogados».• Livros e artigos publicados: Influência do Sistema de Re-

cursos na Falta de celeridade Processual, e vários ar tigos deopinião na Revista e Gazeta da OAA e na RDA (Revista Angolanade Direito).

Quem é quem nesta Lista de Candidatura:

PARA BASTONÁRIO

Hermenegildo CachimbomboAdvogado, Sócio da «CK Advogados» e Do cente Universitário

PARA MEMBROS DO CONSELHO NACIONAL

António PenelasAdvogado e Sócio da «António Penelas e As -sociados»

Clotilde Melo PintoAdvogada

Djamila Pinto de AndradeAdvogada e Sócia da «FBL Advogados»

Evaristo SolanoAdvogado e Docente Universitário

Henriqueta SilvaAdvogada

Jacinto UcuhambaAdvogado

Jayr FernandesAdvogado e Sócio da «Fátima Freitas Advo -gados»

Luís Paulo MonteiroAdvogado

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 7

PROGRAMA ELEITORAL DA LISTA ELEITA

Quais os Pontos Fortes do Programa?

• O reforço da unidade da classe.• O respeito dos direitos e garantias do advogado.• O cumprimento rigoroso e escrupuloso das regras que

re gulam o exercício da advocacia.• O envolvimento total da OAA no processo de edificação

de um Estado Democrático de Direito.• O apoio social aos Advogados.• A dignificação da Justiça.

E os Objectivos?

1. Acesso à Advocacia.2. Reforço institucional da OAA.3. Regulação do Exercício da Advocacia.4. Dignificação da profissão de advogado.5. Defesa dos Direitos Fundamentais dos Cidadãos.

6. Dignificação da Justiça.7. Engajamento no processo de edificação do Estado De mo -

crático e de Direito.8. Apoio aos Advogados em geral, em especial ao jovem

Advogado.

1. Acesso à Advocacia

a) Dar maior atenção ao processo de inscrição e rigor nocumprimento do estabelecido na lei, estatutos, regulamento e de - mais legislação, no que se refere à verificação dos requisitos aca -démicos, idoneidade moral, incompatibilidades e realização deestágios profissionais;

b) Reformulação dos pressupostos e dos procedimentos ine - rentes ao estágio profissional;

c) Implementar maior rigorosidade e fiscalização ao exercícioilegal da profissão, desenvolvendo mecanismos de coope ra ção

Mariza Sequeira – PresidenteAdvogada

António JoaquimAdvogado e Sócio da «CK Advogados»

Evaristo António ManecoAdvogado

Anabela SilvaAdvogada e Sócia da «Fátima Freitas Advoga-dos»

Aldemiro MoraisAdvogado

Dejanine Sousa SantosAdvogada

Flaviano MafilóAdvogado

Gracione PauloAdvogado

Helena PrataAdvogada e Docente Uni ver sitária

Leniza SampaioAdvogada

Idalett SousaAdvogada e Sócia da «Fátima Freitas Advo-gados»

Luís LungaAdvogado

8 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

VIDA INTERNA

PARA MEMBROS DO CONSELHO PROVINCIAL DE LUANDA

com as demais entidades envolvidas na administração da jus ti -ça, nomeadamente, mas sem a isso se limitar, Tribunais, Pro -cura dorias, Órgãos Policiais, Conservatórias, e Cartórios No ta -riais.

2. Reforço Institucional da OAA

a) Intensificar os esforços tendentes à obtenção da sede na - cional da OAA, e dos Conselhos Provinciais e Delegações;

b) Promover a expansão do exercício da advocacia em to -das as províncias do país, incentivando e apoiando a instalaçãode Escritório de Advogados, primordialmente nas províncias on -de não se regista a presença de Advogados, apoiando a abertu -ra de escritórios de advogados;

c) O reforço institucional da classe pressupõe necessaria-mente o reforço da unidade da classe, e para o efeito propõe-seintensificar a promoção de acções que contribuam para umamaior convivência dos Advogados e Advogados Estagiários;

d) Promoção de debates sobre questões profissionais e dosistema de justiça em geral;

e) Desenvolver campanhas de divulgação sobre o papel so-cial do advogado junto das comunidades;

f) Reforçar o processo de informatização dos sistemas degestão administrativa;

g) Incentivar a formação académica do pessoal afecto aoquadro administrativo da OAA, e promover a realização decur sos de formação profissional, por forma a melhorar a qua -lidade dos serviços prestados aos Advogados e AdvogadosEstagiá rios, entidades pu ́blicas e privadas, e aos cidadãos emgeral;

h) Dinamizar a actividade e alargar o âmbito de intervençãodo Centro de Estudos, passando a abarcar a realização de es-tudos judiciários;

i) Reforçar o apoio ao Centro de Documentação e Bibliote-ca da OAA;

j) Divulgar e disponibilizar toda a informação sobre as acti -vidades desenvolvidas pela OAA, incluindo a publicitação da ju -risprudência dos órgãos disciplinares, o que contribuirá para aformação deontológica dos membros;

k) Assegurar a continuidade e periodicidade das publica -ções da OAA (A Revista, A Gazeta, e Colectânea de Legisla ção).

3. Regulação do Exercício da Advocacia

a) Incentivar e assegurar o cumprimento dos deveres dosadvogados e advogados estagiários para com a OAA, nomea da - mente, o dever de pagar pontual e regularmente as quotas;

b) Pugnar por uma acção disciplinar efectiva contra os Ad-vogados e Advogados Estagiários inadimplentes, do ponto devista deontológico, mormente em relação aqueles que violem osseus deveres para com os cidadãos que neles confiaram e lhesoutorgaram o mandato forense;

c) Mobilizar a classe para intensificar o processo de apro -vação da Lei das Sociedades de Advogados, e a Lei dos Actospróprios do exercício da advocacia;

d) Promover maior divulgação dos instrumentos normati -vos que regulam o exercício da advocacia, designadamente osEstatutos, o Regulamento de disciplina, e de estágio e eleitoral,o Código de Ética, etc.;

e) Revisão do Regulamento e do estágio.

4. Dignificação da profissão de Advogado

a) Pugnar pelo respeito dos direitos e garantias do advogado;b) Pugnar pela boa aplicação das leis e pela rápida admi -

nis tração da justiça;c) Pugnar pela probidade, isenção e independência do ad-

vogado;d) Incentivar e promover o bom relacionamento com os Ma -

gistrados e demais agentes da administração da justiça, semprejuízo da independência e firmeza do advogado;

e) Assegurar tratamento compatível com a dignidade da ad -vocacia e condições adequadas para o cabal desempenho domandato;

f) Assegurar a protecção da OAA na defesa de interesses le -gítimos dos advogados e advogados estagiários, incluindo a suaintervenção autónoma como assistente nos processos penaisem que o advogado, como tal, seja ofendido;

g) Realização de sessões de homenagem para advogadoscom mais de 30 anos de profissão.

5. Defesa dos Direitos Fundamentais dos Cidadãos

a) Melhoria e aperfeiçoamento dos mecanismos de presta -ção de assistência judiciária;

b) Solicitar ao Governo a actualização da tabela dos hono -rários no âmbito da assistência judiciária;

c) Cooperação com os demais operadores judiciários naprotecção dos direitos fundamentais dos cidadãos;

d) Colaboração com as Universidades e Centros de Estu-dos Judiciários na formação dos Advogados em matéria de di-reitos humanos.

6. Dignificação da Justiça

a) Dignificação da justiça e defesa da independência do po -der judicial;

b) Reforço da cooperação da Ordem com os demais ór gãosda justiça (Tribunais, PGR, Governo e Polícias) na melho ria da ad -ministração da Justiça, o que passará pela realização de encon -tros regulares com os referidos órgãos, incluindo os ConselhosSuperiores da Magistratura Judicial e do Ministério Pub́lico;

c) Cooperação para a reforma do sistema judiciário;

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 9

d) Contribuição para moralização das instituições judiciá rias;e) Dinamização da criação dos Sistemas alternativos de Jus -

tiça, designadamente Tribunais e Centros de Arbitragem, e Cen -tros de Conciliação.

7. Engajamento no processo de edificação do Estado De -mocrático e de Direito

a) Pugnar pela boa aplicação e respeito da Constituição;b) Maior engajamento nas acções de divulgação e escla re -

cimento das normas constitucionais;c) Empenho e cooperação nos processos de revisão das leis;d) Aperfeiçoamento das relações de cooperação com a so-

ciedade civil e organizações congéneres;e) Publicitar os fundos recebidos de Associações privadas

e de Fundações, bem como os fundos recebidos do Estado;f) Assegurar a participação activa da OAA nas organiza-

ções internacionais de que é parte ou que sejam congéneres, taiscomo:

• Associação dos Advogados da SADC;• Associação dos Advogados da CPLP;• Organização de Juristas e Advogados Africanos;• UIA – International Bar Association;• UIABA – União Ibero-Americana de Ordens de Advogados;• CCBE – Conselho das Ordens de Advogados da Comuni -dade Europeia.

8. Formação do Advogado em geral, em especial do Jo -vem Advogado

a) Celebrar parcerias com instituições de formação profis-sional, com instituições congéneres, empresas com interesse empromover a formação de Advogados e Advogados Estagiáriosnuma área específica;

b) Contratar com especialistas para, através de cursos de for -mação e de especialização, promover a formação especiali zadados Advogados e Advogados Estagiários;

c) Ampliar o papel da OAA na formação académica dos ju-ristas, denunciando e exigir o encerramento dos cursos que nãoestejam em condições de fornecer uma formação jurídica como mínimo de qualidade;

d) Forte e efectiva participação nos mecanismos de avalia -ção dos cursos de direito.

9. Apoio aos Advogados, em especial ao Jovem Advogado

a) Criação de um sistema de segurança social para os Ad-vogados e Advogados Estagiários;

b) Implementação do seguro de responsabilidade civil; c) Criar a Caixa de Previdência dos Advogados;c) Prestar o apoio e assistência necessários aos jovens li-

cenciados na procura de patronos e realização de estágios;d) Fiscalizar as condições de realização de estágios;e) Promover a realização de debates sobre as condições de

realização do estágio.

VIDA INTERNA

Aos vinte e seis de Abril de dois mil e doze, na sede da Ordemdos Advogados de Angola, realizou-se a Assembleia Geral da Or -dem dos Advogados de Angola con vocada por aviso publi cado naedição de 31 de Dezembro de 2011 do Jornal de An gola, para efei -to da eleição dos corpos so ciais para o triénio de 2012-2014.

Foram constituídas três mesas de vo to, integradas pelos se -guintes elementos:

Mesa A-C: Dras. Pulquéria Van-Dú nem Bastos, Wilma Fran-co e Edna Costa;Mesa D-I: Drs. Aníbal Espírito Santo e Maria América Santos; Mesa J-Z: Dras. Catarina Vieira Dias da Cunha, Sheila Fon-seca e Sílvia Lou renço.

As Dras. Wilma Franco, Maria América Santos, Edna Costa,Shei la Fonseca e Síl via Lourenço eram delegadas da Lista A.

O Dr. António Afonso de Sousa era delegado da Lista B.A votação teve início às 09h00 e terminou às 18 horas, em

virtude de os mem bros das mesas, por acordo e face a um even-tual atraso por motivo de trânsito te rem decidido prolongar a vo -tação até às 18 horas.

Exerceram o direito de voto 294 elei tores, tendo-se verifica-do o seguinte resul tado: Para o Conselho Nacional – na Lista A,226 votos (duzentos e vinte seis); na Lista B, 37 votos (trinta esete). Houve 11 votos em branco e 8 votos nulos para o Conse -lho Nacional e 12 em branco e 7 votos nulos para o Con selho Pro -vincial de Luanda.

Para o Conselho Provincial houve 215 (duzentos e quinze)vo tos para a Lis ta A e 44 (quarenta e quatro) para a Lista B.

Não houve reclamações quanto ao an da mento dos trabalhose dos resultados verificados.

Em conformidade, é considerada elei ta a Lista A, por maio riarelativa.

O coordenador da Comissão eleito ral, Aníbal Espírito SantoA coordenadora-adjunta, Pulquéria Van-Dúnem BastosYello Jorge de Morais JoséMandatário da Lista A: Manuel Antó nioPelo mandatário (delegado da Lista B): António Afonso deSousa, Cédula n.º 269.

RELATÓRIO DAS ELEIÇÕES AOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA ORDEM

PARA O TRIÉNIO 2012/2014

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TOMADA DE POSSE DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA

Discurso de tomada de posse do Bastonário

HermenegildoCachimbombo.

Em cima: Entrega de pastas e do bastão. Em cima: Os recém-eleitos órgãos sociais da OAA.

Bastonário recebe cumprimentos dos convidados ao II CIALP. Convidados felicitam o Bastonário empossado.

Os novos órgãos eleitos tomaram a sua posse no final dos traba -lhos do II Congresso dos Advogados de Língua Portuguesa, na presen -ça de muitos advogados e convidados que participaram no referido even -to e de quem receberam cumprimentos e desejos de um bom mandatoInstitucional. Aqui ficam algumas fotos que registam o momento.

VIDA INTERNA

12 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

VIDA INTERNA

6.º CURSO DE FORMAÇÃO DE ADVOGADOS

ESTAGIÁRIOS– Informações –

Teve início no dia 2 de Julho de 2012 o 6.º curso de forma -ção destinado a advogados estagiários, com a realização da ce -ri mónia de abertura no Anfiteatro da Faculdade de Direito daUniversidade Agostinho Neto, presidida pelo Bastonário da OAA,Sr. Dr. Hermenegildo Cachimbombo, ladeado pelo actual Direc-tor do Centro de Estudos e Formação, Sr. Dr. Jayr Fernandes, epelos Formadores CEF, Dra. Nélia Dias e Dr. Amorbelo Sitongua.

A cerimónia de abertura contou com a presença de váriosconvidados, entre os quais Advogados, decanos das Faculda -des de Direito das várias Universidades sediadas em Luanda eprofessores de direito.

O discurso de abertura foi proferido pelo Director-Geral doCEF, no qual reiterou o compromisso assumido pelo ConselhoNacional eleito para o triénio 2012-2014, de promover e incen-tivar a formação e capacitação dos nossos associados, comparticular atenção durante o período de estágio. Realçou que o re -gime de acesso à profissão – aquando do estágio –, é o pri mei -ro momento em que os Advogados Estagiários, que pretendemtornar-se Advogados, irão ter contacto com as normas deon toló -gicas e reconhecer a sua importância para a formação do Ad-vogado e para a dignificação da classe, e é fundamental que nes -ta fase do estágio, assumam como divisa para o futuro que, umaboa e adequada formação técnica e deontológica é uma garantiade confiança e credibilização do Advogado em face dos cida dãose instituições cujos direitos, liberdades e legítimos interesses,são chamados a defender, e por via disso, assegurar o reconhe -cimento permanente da elevada função social do Advogado.

Na sua intervenção, o Bastonário da OAA, tratou de relem-brar aos formandos que devem interiorizar que a boa e adequa -da formação técnica e deontológica do Advogado, baseada emconstante formação e capacitação, coloca-nos em melhorescon dições para enfrentar os desafios que nos apresenta, cadavez mais e com maior agressividade, a chamada globalizaçãoou internacionalização dos serviços de advocacia. Acrescentouque, a OAA dará particular atenção ao sistema de estágio quecarece de ser aperfeiçoado de modo a garantir ao estagiáriouma efectiva e adequada formação técnica e deontológica.

O 6.º curso conta com 142 formandos (85 mulheres e 57homens), dos 85 antes previstos, tem a duração de 6 meses, edecorre na Sala 1 da Faculdade de Direito da Universidade Agos -tinho Neto, todas Terça-feira e Quarta-feira, das 17:00 horas às20:00 horas, perfazendo um total de 12 horas mensais. O seuencerramento está previsto para o final do mês de Dezembro docorrente ano.

DISCURSO INAUGURAL

Exmo. Senhor Bastonário,Caros Colegas Membros do Conselho Nacional,Exma. Senhora Presidente,

e Colegas do Conselho Pro vincial de Luanda,Caros Convidados,Caros Formadores e Formandos,Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Visando a materialização do compromisso que assumiu noseu programa eleitoral, de promover e incentivar a formação ecapacitação dos nossos associados, com particular atençãodurante o período de estágio, a actual direcção da OAA criou nasua estrutura organizativa uma Comissão que se encarregaráda formação e revisão do modelo de estágio, e agregou às tare-fas do Coordenador desta Comissão, a pessoa que vos fala, aresponsabilidade de dirigir o nosso Centro de Estudos e Forma -ção. Por força dessa responsabilidade, fui sancionado com odever de preparar o discurso de boas-vindas aos formandos do6.º Curso, o que para mim, mais por falta de hábito do que qual -quer outra razão, foi e está a ser uma tarefa muito mais difícil doque preparar alegações.

Pensamos nós que, com a criação do Centro de Estudos eFormação, a OAA procurou e continua a procurar dar respostaà sua preocupação, e da sociedade de uma forma geral, com oaperfeiçoamento do exercício da advocacia nas suas vertentesdeontológica, científica e tecnológica.

O regime de acesso à profissão – aquando do estágio –, éo primeiro momento em que os nossos Colegas Advogados Es-tagiários, que pretendem tornar-se Advogados, irão ter contac-to com as normas deontológicas e reconhecer a sua importân-cia para a formação do Advogado e para a dignificação da clas se,e é fundamental que nesta fase do estágio, os Colegas enten-dam e assumam como divisa para o futuro que, uma boa e ade -quada formação técnica e deontológica é uma garantia de con-fiança e credibilização do Advogado em face dos cidadãos eins tituições cujos direitos, liberdades e legítimos interesses, so -

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 13

mos chamados a defender e, por via disso, assegurar o reco nhe -cimento permanente da elevada função social do Advogado.

Por outro lado, devemos interiorizar que a boa e adequadaformação técnica e deontológica do Advogado, baseada em cons -tante formação e capacitação, coloca-nos em melhores condi -ções para enfrentar os desafios que nos apresenta, cada vezmais e com maior agressividade, a chamada globalização ou in-ternacionalização dos serviços de advocacia.

Caros Colegas,

Julgamos que é completamente errado olhar para o Cursode Formação ministrado no nosso Centro de Estudos e Forma -ção apenas como um caminho que têm de percorrer obrigato-riamente para obterem a carteira profissional de Advogado.

Na verdade, o curso aqui ministrado tem por finalidade capa -citar os candidatos a advogados com a prática judicial e deon-tológica profissional de modo a termos profissionais competen -tes na área da administração da justiça.

Para o presente curso, cuja abertura oficial aqui presencia -mos, a direcção do Centro decidiu manter os moldes anteriores,cingindo a formação em formas de processos comuns, casospráticos de processo civil e processo penal, ética e deontologiaprofissional, resolução de casos de natureza multidisciplinar, enoções de notariado, onde se tratarão matérias como a inter-venção notarial dos advogados.

No entanto, com a ajuda dos nossos sempre disponíveis for -madores e parceiros, e aqui destaco as Faculdades de Direi to,

preconizamos a realização de um diagnóstico para avaliar ascondições, o programa curricular do curso e outras envolven -tes, por forma a tornarmos o curso mais rico e abrangente rela -tivamente ao seu conteúdo.

Aos formandos deste 6.º Curso recomendo muita dedica -ção, empenho, assiduidade e rigor, e asseguro que podem con-tar com a direcção deste Centro, que é nosso, isto é, de todos osadvogados e advogados estagiários, para, na medida das nos-sas disponibilidades, vos ajudar sempre que necessitarem.

Não posso terminar sem expressar, em nome da direcçãodo Centro de Estudos e Formação, com a permissão do SenhorBastonário em nome do Conselho Nacional da OAA, e em meupróprio, sinceros agradecimentos aos nossos 3 formadores, Dr.Cícero, Dra. Nélia Dias e o meu amigo Dr. Amorbelo Vinevala Si -tongwa, que, demonstrando impagável disponibilidade e pro fis -sionalismo, nos ajudaram a vencer os receios que ensombra rama abertura deste Curso, e incentivaram-nos a enfrentar os cons -trangimentos que dificultam o funcionamento do Centro com anormalidade desejada.

Caros Formandos, com a dimensão profissional e experiên -cia que se reconhece aos nossos Formadores, vocês não pode-riam estar em mãos melhores, por isso só me resta dizer-vos: se -jam bem-vindos.

Muito obrigado.

Jayr Fernandes, Director do Centro de Formação

CERIMÓNIA DE ABERTURA DO 6.º CURSO DE FORMAÇÃO DE ADVOGADOS ESTAGIÁRIOS

VIDA INTERNA

ELEIÇÃO DO CONSELHO INTERPROVINCIAL DA ORDEM DO LUBANGO, NAMIBE E CUNENE

14 • A Gazeta do Advogado • n.º 18

ADVOGADOS

Alexandre Magno Ferreira RodriguesAdalgisa Brás da Cruz Alberto Samy Guimarães Alexandra Patrícia do Nascimento Gon -

çal ves Alzira Laurinda I. Capusso Luacuti Anette Gearia Tati Sambo António Francisco Pereira António José Caxito Marques António Miguel M. Capitango Ariana Patrícia Dungo da Silva Armando António Ribeiro Artur Bunga Canga Bruno Emanuel Lages SerejoCandice Tchimbo Sousa Saraiva Cândida Tchissole Duarte Pimentel Carla Patrícia Paulo de Jesus Lemos Catarina Manuela BernardoCatarina Martins Neto Fernandes Claudemiro Laurindo António Mateus Deolinda Lucas Cardoso Santana Djamila Esperança do N. Gonçalves Al ves

do NascimentoDomingas Francisco Gaspar Queta Domingas Lídia Adriano Domingos Valente Morais Edgar Sonhi Barros da Fonseca Edna Juliana Kalupeteka SozinhoEdson Kipunco Carlos Afonso Eduardo Jorge C. F. de Campos Ferreira Elisandra Mónica Rodrigues Coelho Engrácia Pascoal

Esteves Cambundo Francisco de OliveiraFernando Paulo Ascenção Fulgêncio Missua Gaspar Manuel Gervásio de Carvalho MonizGisela Patrícia da Silva Veloso Henrique Jorge Pires dos Santos NetoHernâni Lúcio André CambindaItweva Márcia da Costa Lelessa NogueiraJailos João Barros Jeanine Suraia Etosi Isaías Jorge Bráulio de Almeida Sango Julieta Quizala de Carvalho Alberto Leandra Augusto Sumbo de Almeida Go -

mes Luiana Monteiro de Sousa Luís Borges Gonçalves NetoLuís José Dambi Magda Isabel Pegado Muginga Caetano Manuel Júnior Katendi Márcia Prazeres de Lima Rodrigues Marla Rosa da Silva Brás Marlene de Jesus Pedro Cardoso Marta Maria Tomé António Maymona Kuma FatatoNayr da Assunção da Silva Veloso da Cos -

ta Níria Suelly dos Santos Pinto de AndradeOsvaldo Adolfo de Carvalho ChipendaPatrícia Milonga B. S. Rocha Buchartts Patrícia Nayole da Cruz Campos Dinis Paula Gabriela Vieira RodriguesPaula Inês das Neves Fernandes Samuel Seliya Sandra Fernanda Franco Montenegro

Sousa António da Silva Ferramenta Titã Gonçalves Faria Tobias Miguel Queta Sacavumbi Walker Marcolino dos Reis Garcia Zinália Alexandra Torres Canumbila

ADVOGADOS ESTAGIÁRIOS

Alexandre Simões JanotaAlice Iracelma QuilongoAmor de Fátima Francisco MateusAna Paula da Silva Marques AirosaAnabela Gomes CarvalhoAndreia Larcher Campinos CostaAntónia Maria Dias dos SantosAntónio Correia RochaAntónio João Godinho MonizAntónio MoisésAntónio Pinduka de Melo MarquesArmindo Leitão Sá SilvaAurélia Stefany Almeida d’Alva TeixeiraCarla Deolinda da Costa do Amaral Gour -

gel AssisCatarina Isabel Baptista BucaCatarina Martins Neto FernandesCidânia Inês Guerreiro CagilaCristiano João Chiqueta Netande ValérioCustódio Joaquim Jermano Silva Cani veteDalvan Alílio Herculano da CostaDavid Gabriel Kamakundi CamgombeDavid Moisés CanjariDilma Tatiana Rodrigues da Costa

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 15

VIDA INTERNA

CERIMÓNIA DE ENTREGA DE CÉDULASDecorreu, no dia 22 de Março, no Anfiteatro José Teixeira Martins da Faculdade de Direito da UAN

mais uma Cerimónia de Entrega de Cédulas a novos profissionais da Advocacia.A todos a Gazeta exprime os votos dos maiores sucessos profissionais e a todos convida para

participarem neste espaço aberto que é a Gazeta, com trabalhos e opiniões.

Dinamene Patrícia Borges da SilvaDiógenes Pascoal Martins PintoDomingas Gaio GuimarãesDomingos António GongaDomingos ZecaDulma Ariete Comandante Inglês PintoEdgar Inácio CassangeEdilson das Dores Ebo MuangalaEdir Jorge Rodrigues SecaElsa Chocuvala SaluevaElsa Eyala LutucutaEmília João CarmonaEmilio João NkaiEsperança Manuel Júnior GomesEstefânia Vuva Rómulo TonhaEugénio Fonseca MulikitaEugénio Salesso Ribeiro da SilvaFaustina Marisa Cardoso NetoFaustino Martins CorreiaFelizardo Frederico da Costa CamposFormosa Rosa Fernandes de OliveiraFrancisco José Policarpo BaptistaGastão Maria MuacassanjeGeorgina da Conceição Miguel Sebastião

RibeiroGeraldo de Almeida de Oliveira MoraisGil Minguês de OliveiraHernâni Pedro JorgeHersília Seomara dos Santos Ferreira Sei -

xas TeixeiraIlona Solange Chaves CanhangaIrina Coimbra Nascimento dos Santos

Isabel Cavava CelestinoJoana Maria Ribeiro RodriguesJoão Eduardo ThinhamaJoão Miguel Duarte Leitão Ferreira Bran dãoJoaquim Domingos MuhongoJosé Cesaltino Victorino ManuelJosé Correia Gonçalves BaptistaJosé Lemos ToméKidi Nascimento Domingos PimentelLaurindo Quintas Ambriz FranciscoLisender Augusto Vicente CabralLizângela da Silva FurtadoLuandina Marinela Machado FragosoLuciana Madalena Gomes da CostaLuiana dos Prazeres Pascoal GarciaManuel Dinis CuigicuenhiManuel Domingos ConstantinoManuel Patrício SilvestreManuel VuembaManuela Matilde Machado VictorMárcia de Fátima Resende EstimaMárcia Reparação Alfredo MendesMaria Adelaide Marques da Silva Santos

BhanjiMaria Anjei KaholoMaria Antónia Gaspar Pereira de LemosMaria do Rosário Capindissa NobreMaria Zilda Finha ChidundoMarinela Francisco Miguel AugustoMarinela Gonçalves Ramos FerreiraMário Pascoal AntónioMateus José Gaspar da Silva

Mónica Hadel SawekaMiguel Vita PauloNeusa Carmelino de Paiva Leite Ferreira

do NascimentoNzinga Cidrihte JuslainNzinga Essandjo Henriques de MacedoPaula Cristina Monteiro de Almeida e Men -

desPaulino JoaquimPedro Baptista HilárioPedro Finiasse BentoPedro Francisco GonçalvesPedro Hélder SassondePedro Miguel dos Santos Duro LopesQuintinho VieiraRoque Samuel LupimRosalina Priscila de Carvalho ChiqueteRossana Alexandra M. Bastos MartinsRui Agnelo da Rosa BatalhaSantos Mendes GarciaSatchimuma Severino KapussuSebastião Bamba DomingosSebastião Lau SenganiSebastião Lourenço Gaspar MicandaSelma Helena Casimiro SimbaSílvia Etelvina Ricardo GomesSténio Manuel Firmino MacedoValódia Francisco de AlmeidaVanda Lia d’Almeida Vasconcelos Soares

dos SantosWilma Gizela da Cruz FrancoYolanda Vicência Fernandes dos Santos

VIDA INTERNA

16 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

COMUNICADO DE IMPRENSA

CARTÃO DE IDENTIDADE DE ADVOGADO

Reunido no passado dia 05 de Junho de 2012, o Conse -lho Nacional da Ordem dos Advogados, tendo em vista umafiscalização ao Quadro Geral dos Advogados inscritos, comoé sua obrigação estatutária, e a modernização e a segurançana identificação dos Advogados, aprovou um novo modelo deCartão de Identidade de Advogado, de modo a garantir umamaior invulnerabilidade à falsificação e, consequentemente,um melhor combate ao exercício ilícito da advocacia em An-gola, sem prejuízo da adopção das medidas adicionais que seimpuserem.

O novo Cartão de Identidade de Advogado, com a valida -de de dois anos a partir da data da sua emissão, vem exigir,por outro lado, o conhecimento do Número de Identifica çãoFiscal. O processo de mudança do modelo dos cartões estájá em curso e os advogados poderão, junto da Secreta ria-Ge -ral da Ordem, fazer a troca, mediante entrega do cartão anti-go. Este novo Cartão de Identidade de Advogado é obri ga tó -rio na identificação do advogado a partir de 01 de Ou tubrode 2012. Até esta data coexistirão os dois cartões.

Luanda, 19 de Junho de 2012

O Bastonário,Hermenegildo Cachimbombo

CIRCULAR N.º 1/2012

Por esta se comunica a todos os Advogados que o Conselho Nacional da Ordem, na sua sessão de 5 de Junho de 2012, noâmbito da sua obrigação estatutária de proteger e fiscalizar a classe, abordou a necessidade de se proceder à alteração do mode-lo dos Cartões de Identidade dos Advogados e tendo em vista a sua segurança, a sua modernização e também uma nova filosofiade emissão que contribua para uma melhor articulação entre a Associação e os seus Associados.

O processo de mudança de cartões está já em curso e os advogados poderão, junto da Secretaria-Geral da Ordem, fazera troca mediante entrega do cartão antigo.

O novo Cartão de Identidade de Advogado exige o conhecimento do Número de Identificação Fiscal. O novo Cartão de Identidade de Advogado tem a validade de dois anos a partir da data de emissão. O novo Cartão de Identidade de Advogado torna-se obrigatório em 01 de Outubro de 2012.

Luanda, 24 de Julho de 2012

O Bastonário, Hermenegildo Cachimbombo

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 17

NOVO CARTÃO DE IDENTIDADE DO ADVOGADO

VIDA INTERNA

18 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

VIDA INTERNA

O Conselho Nacional, na sua sessão de 5 de Junho de2012, a 1.ª após ser eleito, elegeu, sob proposta do Basto -ná rio, Dr. Hermenegildo Cachimbombo, para os cargos de

Vice-Presidente da Ordem: Dra. Henriqueta de Sousa da Silva

Secretário do Conselho Nacional: Dra. D’Jamila Pinto de Andrade

Tesoureiro do Conselho Nacional: Dr. Evaristo Solano

Secretária-Geral da Ordem: Dra. Zulmira Pinto

Ainda no decorrer desta sua primeira sessão, foram cria -das, ao abrigo do art.º 33.º da al. j) dos EOA, 4 ComissõesPermanentes, a saber:

Comissão dos Direitos Humanos e ConexosCoordenadora: Dra. Henriqueta Silva

Comissão para as Questões Judiciais, das Garantias

dos Direitos e Prerrogativas dos Advogados e do Com -bate ao Exer cício Ilegal da Advocacia

Coordenador: Dr. Luís Paulo MonteiroComissão para Estudos e Elaboração de Diplomas Le -gais e Regulamentares

Coordenador: Dr. Vasco Grandão RamosComissão para Formação e Revisão do Modelo de Es-tágios

Coordenador: Dr. Jayr Fernandes

Foram ainda constituídas as seguintes Comissões Eventuais:

Comissão de Superintendência do Processo de Consti-tuição e Eleição dos Conselhos Provinciais e Interpro -vinciais

Coordenador: Dr. Jacinto Pedro UcuahambaComissão de Superintendencia do Processo de Revi sãoe introdução de Modelos de Gestão Informática

Coordenador: Dr. Antonio Penelas

DESPACHO N.º02/OA-B/2012

Nos termos da al. k) do art.º 33.º dos Estatutos da Or -dem dos Advogados, o Conselho Nacional, reunido aos 05 deJunho de 2012, deliberou:

1. Criar 3 (três) Secções Disciplinares do Conselho Nacio -nal designadas 1.ª Secção 2.ª Secção e 3.ª Secção, coma competência disciplinar prevista no n.º 2 do art.º 77.ºdos Estatutos da Ordem dos Advogados;2. Cada secção será formada por três membros;3. Em cada sessão deliberativa intervirão os três mem-bros, um dos quais presidirá;4. A qualidade de presidente será rotativa;5. Em caso de impedimento insuprível de um dos mem-bros das Secções, cada Secção poderá integrar mem-bros da outra secção;6. Composição da 1.ª Secção:

– Dr. Rufino Narciso

– Dr. Mariza Sequeira– Dr. Evaristo Solano

7. Composição da 2.ª Secção:

– Dra. Idalinda Rodigues– Dr. Evarito Solano– Dr. Luís Paulo Monteiro

8. Composição da 3.ª Secção:

– Dr. Albino Sinjecumbi– Dra. Clotilde Pinto– Dra. Djamila Pinto de Andrade

O Presente despacho entra imediatamente em vigor.

Gabinete do Bastonário, em Luanda, aos 04 de Junho de2012

O Bastonário, Hermenegildo Cachimbombo

CRIAÇÃO DAS COMISSÕES PERMANENTESE EVENTUAIS DO CN

CRIAÇÃO DAS SECÇÕES DISCIPLINARES DO CONSELHO NACIONAL

II CONGRESSO INTERNACIONAL DOS ADVOGADOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

«Advocacia, Estado de Direito e Desenvolvimento»

PROGRAMA

24 DE MAIO DE 2012, QUINTA-FEIRA

18h00 às 20h00 – Sessão Solene de Abertura

Presidida pelo Senhor Vice-Presidente da República deAn gola

Mensagem de Boas-Vindas proferida pelo Sr. Bastonáriode Angola, Dr. Manuel Vicente Inglês Pinto

Discurso de Abertura proferido pelo Sr. Presidente da UALPe Bastonário do Brasil, Dr. Ophir Cavalcante Júnior

Mensagem do Chefe-de-Estado de Angola, proferida peloSr. Vice-Presidente da República de Angola, Dr. Fernando daPiedade Dias dos Santos

20h00 – Coquetel

25 DE MAIO DE 2012, SEXTA-FEIRA

07h30 – Credenciamento08h15 – Introdução ao Congresso

Mesa da Presidência: Presidente da UALP, Dr. Ophir Ca -valcante e Bastonário da Ordem de Angola, Dr. Manuel Vicen -te Inglês Pinto, e Presidente da Associação dos Avogados deMacau, Dr. Jorge Neto Valente

• «A Advocacia nas Constituições dos Países de LínguaPortuguesa» – Prof. Bacelar Gouveia• «O Sistema da Commonwealth e a cooperação com aAdvocacia de Língua Portuguesa» – representante daSADC LA• «Apresentação da OHADA (Organização para a Harmo -nização do Direito de Negócios em África)» – Drs. Do min - gas Baião e Alain Féneon

9h00 às 12h30 – Sessão Plenária 1 – A ADVOCACIA E O ESTADO DEMOCRÁTICO

DE DIREITO

Presidente: Dr. Arnaldo Silva, Bastonário da Ordem dos Ad -vogados de Cabo Verde

Secretário: Representante de AngolaRelator: Dr. Ricardo Jorge Marques Candeias – Vogal do

Conselho Geral da OAP

• «A advocacia e a Reforma do judiciário» – Dra. SofiaVeiga, Cabo Verde, 20 min.• «Prerrogativas do advogado – direito do cidadão» – Dr.Filipe Sebastião Sitói, Moçambique, 15 min. • «Advocacia, Magistratura e Ministério Público – Equilí -brio necessário» – Dr. Roberto Busato, Membro Honorá -rio Vitalício da Ordem dos Advogados do Brasil, 15 min.

10h00 às 10h15 – Pausa

• «A Advocacia e o ensino do direito – qualidade e opor-tunidades» – Prof. dr. Raúl Araújo, Angola, 15 min.• «O sigilo profissional, relação de confiança advogado--cliente e os crimes de branqueamento de capitais e fi -nan ciamento ao terrorismo» – Dr. Sérgio Ferraz, Ordemdos Advogados do Brasil, 20 min.

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 19

UALP

Eng.º José Eduardo dos Santos, Pre -sidente da República de Angola

Dr. Reinaldo Óscar de Castro, Ordemdos Advogados do Brasil (2000)

Dr. Rubens Approbato Machado, Or -dem dos Advogados do Brasil (2001)

Dr. Manuel Gonçalves, Ordem dosAd vogados de Angola (2001)

Dr. Abdú Mané, Ordem dos Advoga-dos da Guiné-Bissau (2002)

Dr. Rubens Approbato Machado, Or -dem dos Advogados do Brasil (2003)

Dr. Armando Mango, Ordem dos Ad-vogados da Guiné-Bissau (2004)

Dra. Lígia Dias Fonseca, Ordem dosAdvogados de Cabo-Verde (2004)

Dr. Carlos Veiga, Ordem dos Advoga -dos de Cabo-Verde (2005)

Dr. Jorge Neto Valente, Associaçãodos Advogados de Macau (2006)

Dr. Carlos Alberto Cauio, Ordem dosAdvogados de Moçambique (2007)

Dr. Rogério Alves, Ordem dos Advo-gados Portugueses (2007)

Dr. Cézar Britto, Ordem dos Advoga-dos do Brasil (2008)

Dr. Manuel Inglês Pinto, Ordem dosAdvogados de Angola (2009-2010)

Dr. Ophir Cavalcante Júnior, Ordemdos Advogados do Brasil (2011-2012)

20 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

UALP

• «A inserção da Advocacia no mundo globalizado e naCPLP» – Dr. Cézar Britto, Presidente da Comissão Na-cional de Relações Internacionais da Ordem dos Advoga -dos do Brasil, 15 min.• «A actuação do advogado na mediação e na arbitra -gem» – Dr. Miguel Cançado, Director Tesoureiro da Ordemdos Advogados do Brasil, 15 min.

11h30-12h30 – Debate 12h30 às 14h30 – Almoço

14h30 às 19h00 – Sessão Plenária 2 – A ADVOCACIA E O DESENVOLVIMENTO

Presidente: Jorge Neto Valente, Presidente da Associa çãodos Advogados de Macau

Secretário: Roberto Indeque, Guiné-BissauRelator: Celiza Deus Lima, São Tomé e Príncipe

• «Advocacia, reforma e justiça fiscal» – Dr. Ricardo Jor -ge Marques Candeias, Vogal do Conselho Geral da OAP,20 min.• «Advocacia corporativa, corporated governance e res -pon sabilidade social das empresas» – Bastonário Ma nuelGonçalves e Prof. José Octávio Serra Van-Dúnem, Ango-la, 20 min.• «Contrato de trabalho, conflitos laborais e personalida -de nas relações laborais» – Dr. Nuno Sardinha da Mata,Macau, 20 min.• «Exigibilidade judicial dos direitos económicos e so -ciais» – Prof. Eugênio Moreira, Guiné-Bissau, 20 min. • «Defesa da propriedade, desapropriação e actuação dos

poderes públicos» – Dr. Guilherme Posser da Costa, SãoTomé e Príncipe, 15 min. • «A Advocacia e a protecção do ambiente» – Prof. Dou -tor Teodoro Waty –Moçambique, 15 min.

16h45 às 17h – Pausa17h00-19h30 – Tribuna Livre: Perspectiva sobre advoca-

cia de Língua Portuguesa

26 DE MAIO DE 2012, SÁBADO

9h30 às 10h30 – Continuação dos debates

Presidente: Roberto Busato, Membro Honorário Vitalícioda Ordem dos Advogados do Brasil

Secretário: Dra. Djamila Gonçalves, Representante de An -gola

Relator: Dr. Tomás Timbane, Moçambique

10h30 às 11h00 – Pausa11h00 às 11h40 – Conferência de Encerramento

• «O Controle Difuso da Constitucionalidade» – Sérgio Fer -raz, Doutor em Direito Público pela Universidade Federaldo Rio de Janeiro

11h40 às 12h30 – Leitura e votação das Conclusões13h00 – Sessão de Encerramento e Tomada de Posse dos

Novos Órgãos Sociais da OAA14h30 – Almoço-Convívio17h00 às 18h30 – Reunião da União dos Advogados de

Língua Portuguesa (UALP)

COMISSÃO DE HONRARegulamento do II Congresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesa: «Artigo 5.6 – A Comissão de Honra é constituída pelos antigos Presiden tes da UALP

e pelo Chefe-de-Estado do país anfitrião, ou seu representan te, que a preside».

Excelentíssimos Senhores Basto ná -rios das Ordens dos Advogados de Ango -la, Brasil, Cabo-Verde, Moçambique e SãoTomé e Príncipe,

Ilustres Convidados,Prezados Congressistas,Minhas Senhoras e meus Senhores,

Permitam-me em primeiro lugar, emnome de Sua Excelência o Presidente daRepública de Angola, Engenheiro JoséEduardo dos Santos, e em meu nomepessoal, saudar as delegações de advo-gados dos Países de língua portuguesaque acederam ao convite da Ordem dosAdvogados de Angola para virem a Luan -da participar neste II Congresso Interna-cional dos Advogados de Língua Portu -guesa, que se desenrola num momentohistórico particularmente importante paraa vida dos angolanos, em geral, e dos ad -vogados, em particular.

Com efeito, a celebração dos Acor-dos de Paz em 2002 e a sua implemen-tação fomentaram um clima de estabili-dade em Angola, que permitiu que fossemcriadas as condições e premissas paraum rápido desenvolvimento do País em to -dos os ramos de actividade, incluindo oda justiça e, consequentemente, o da ad -vocacia.

É neste quadro que se assiste a umaexpansão do ensino do direito em Ango-la, com a criação de várias Faculdadesde Direito, das quais cinco são públicas,cobrindo uma grande parte do territórionacional. O Executivo angolano encaracom grande empenho e seriedade a for-mação de angolanos em todas as áreasde actividades e do saber, porque temconsciência que a formação dos seusquadros nacionais é um instrumento fun-damental no combate ao subdesenvolvi-

mento, no quadro da construção de umEstado Democrático de Direito e de umasociedade mais próspera e justa para to -das as angolanas e angolanos.

No domínio do Direito, paralelamen -te a este esforço permanente de forma -ção, o Executivo também iniciou um am -plo e abrangente movimento de revisão ereforma legislativa que, como não podiadeixar de ser, vai ter incidência sobre aprática da advocacia e sobre a vida dosadvogados angolanos.

Marco fundamental desse movimen-to foi a aprovação e entrada em vigor, em2010, da Constituição da República de An -gola que, no contexto da administra ção dajustiça:

(I) consagra a advocacia como umainstituição essencial à administra çãoda justiça;(II) considera os advogados comoser vidores da justiça e do direito;(III) dá competência à Ordem dosAd vo gados de Angola para regular oacesso à advocacia e para disciplinaro seu exercício em território nacio nal;(IV) estabelece as garantias de quego zam os advogados no exercício dasua profissão.

Presentemente, encontram-se em fa -se de discussão pública o novo CódigoPenal e o novo Código de Processo Pe nalda República de Angola, e estão em cursotrabalhos já bastante adiantados pa ra areforma da Organização Judiciária, a ins -tituição dos Julgados da Paz e o estabele -cimento da instituição da Defesa Pública.

Numa fase menos avançada, mas jáiniciada, devemos assinalar também ostrabalhos respeitantes à reforma do Có -digo Civil e do Código de Processo Civil.

Trata-se de ingentes tarefas de refor-ma legislativa, de grande complexidade,já que incidem sobre corpos normativosestruturantes de todo o ordenamento ju-rídico do Estado, vindo substituir os anti-gos e ultrapassados códigos do tempocolonial.

Reconhecendo o muito que já foi fei -to, não podemos deixar de sublinhar quemuito há ainda por fazer. É por isso detodo urgente que, na sequência da con-sagração constitucional da advocacia, co -mo «instituição essencial da Justiça», seavance rapidamente para a revisão dasleis que regulam o seu exercício em An-gola e se proceda à aprovação de umalei que regule a criação e funcionamentodas sociedades de advogados.

Distintos Convidados,Caros Congressistas,

Este Congresso dos Advogados deLíngua Portuguesa vai discutir dois te masmuito importantes: «A advocacia e o Es-tado Democrático de Direito» e «A ad vo -ca cia e o Desenvolvimento».

Relativamente ao primeiro tema, énosso entendimento que a consolidaçãoda democracia e do direito nas socie da -des passa também pela consolidação daadvocacia. Sem advogados, dificilmentese realizariam a justiça e o acesso efec-tivo à justiça por parte dos cidadãos, queé hoje um princípio universalmente acei -te e plasmado em quase todas as cons -ti tuições do mundo.

Porém, para que a advocacia cum -pra o seu desiderato de constituir um pi -lar do Estado Democrático de Direito, nãobasta o seu reconhecimento ao nível daConstituição. É também necessário queo exercício da advocacia esteja adequa -

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 21

UALP

II Congresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesa

MENSAGEM DO CHEFE-DE-ESTADO DE ANGOLAproferida pelo Senhor Vice-Presidente da República de Angola,

Dr. Fernando da Piedade Dias dos Santos

RESOLUÇÃO SOBRE A GUINÉ-BISSAUO Congresso dos Advogados dos Países de Língua Portuguesa, reunidos em Luanda, de 24 a 26 de Maio, constatou, com preo -

cupação, a ocorrência do golpe de estado na Guiné-Bissau perpetrado pelos militares em 12 de Abril de 2012.O Congresso considera que o golpe de Estado violou a legalidade constitucional prevalecente na Guiné-Bissau e que a situação,

a manter-se, inviabilizará a sedimentação do Estado Democrático naquele País irmão.Tendo o Congresso tomado conhecimento da detenção, no Senegal, do colega Fernando Gomes, advogado da Guiné-Bissau, exi -

ge às autoridades do Senegal o respeito pela sua integridade física e a sua libertação imediata.O Congresso manifesta a sua solidariedade aos advogados guineenses, apoiando-os e incentivando-os na intransigente defesa

da legalidade democrática na Guiné-Bissau.Finalmente, o Congresso insta a Comunidade Internacional para que influencie de forma inequívoca na reposição da legalidade

constitucional na Guiné-Bissau.

Luanda, 26 de Maio de 2012,O Congresso

UALP

22 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

damente regulado e que a liberdade ne -cessária e fundamental ao seu exercícioseja balizada por normas deontológicasclaras, devendo os advogados ser os pri -meiros intransigentes defensores e apli ca -dores do seu Código Deontológico.

Por outro lado, a consagração da ad -vocacia como instituição essencial à ad-ministração da justiça leva à imposiçãode normas de cooperação com os outrosoperadores da justiça, nomeadamente osMagistrados do Ministério Público e osMagistrados judiciais, mas vai para alémdessa cooperação que se desenvolve noforo. Deve também traduzir-se no impe -ra tivo de uma estreita cooperação dos ad -vogados com a administração pública eseus agentes, sem prejuízo da sua pos -tura autónoma e de independência, e, so -bremaneira, deve concretizar-se numa em -penhada cooperação com os cidadãos ea sociedade em geral.

Para além disso, sendo os advoga-dos também servidores da justiça e dodireito por imperativo constitucional, issosignifica necessariamente que sobre elesimpende o dever de defenderem a Cons -tituição e demais leis e de pugnarem peloacesso efectivo ao direito e à justiça porparte dos cidadãos.

No passado, os advogados eram fun -damentalmente consultores ou mandatá -rios que dirimiam conflitos entre as par tes

na sua área de influência. Com a evolu -ção das sociedades e da economia au-mentaram também de forma exponencialas relações entre agentes económicos si -tuados em diferentes países e re giões, po -rtadores de diferentes culturas e falandolínguas diferentes.

Este incremento das relações econó -micas, comerciais e sociais teve comoconsequência o surgimento da necessi-dade da utilização de intermediários, nãosó para prepararem, a montante, os acor -dos e contratos, cada vez mais comple -xos e muitas vezes regulados por váriasjurisdições, mas também, a jusante, paradirimirem os conflitos resultantes dessasrelações. Assim, passando a desenvol -ver a sua actividade em áreas ou secto -res que não faziam parte do objecto daadvocacia tradicional, os advogados co -meçaram a dar consultoria na área dosnegócios e das finanças e do meio am -biente, bem como a assessorar movimen -tos cívicos e religiosos, transformando--se deste modo em importantes actorese pro motores do desenvolvimento.

Para responderem a esse desafio, éimportante que os advogados, por um la - do, aumentem a sua formação, que de veser cada vez mais abrangente, para lhespermitir uma prática cada vez mais eficaze responsável; e, por outro lado, é tam-bém necessário que se organizem quer

ao nível nacional, quer ao nível regional einternacional, para identificarem modelose porem em prática modelos de coopera -ção mutuamente vantajosos.

Distintos Congressistas,

Tenho a firme convicção de que ostemas propostos para este Congressoirão proporcionar um debate animado eenriquecedor, do qual sairão soluções queajudarão as vossas Ordens a contribuirpara as mudanças necessárias nos nos-sos ordenamentos jurídicos, para a con-solidação do Estado Democrático de Di-reito e para o desenvolvimento, progressoe bem-estar dos nossos Países.

Certamente que esses contributos re -presentarão uma peça importante no en-riquecimento e aprofundamento das es-treitas relações de cooperação, tambémneste domínio, entre os Estados mem brosda nossa Comunidade dos Países de Lín -gua Portuguesa.

Permitam-me desejar-lhes uma agra -dável estadia na nossa capital.

Aceitem o meu desejo sincero debons resultados no final da vossa jorna-da de trabalhos.

Declaro aberto o II Congresso Inter-nacional dos Advogados de Língua Por-tuguesa.

II Congresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesa

CONCLUSÕES FINAIS

UALP

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 23

Realizou-se em Luanda, de 24 a 26 de Maio de 2012, o IICon gresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesasubordinado ao lema: «Advocacia, Estado de Direito e Desen-volvimento».

Presidiu à cerimónia de abertura Sua Excelência Dr. Fernan -do da Piedade Dias dos Santos, Vice-Presidente da Repúblicade Angola, em representação de Sua Excelência Sr. Presidenteda República de Angola, Eng.º José Eduardo dos Santos, e con-tou com a presença de ilustres convidados, nomeadamenteVe nerandos Juízes Conselheiros de Tribunais Superiores da Re -pública de Angola, bem como Sua Excelência, o Sr. Procurador--Ge ral da República e o Provedor de Justiça.

No início dos trabalhos, o Bastonário da Ordem dos Advo-gados de Angola endereçou aos congressistas uma mensagemde boas-vindas.

De seguida, o Presidente da UALP, Dr. Ophir Cavalcante Jú -nior, realçou a oportunidade do lema do presente Congresso,ten do em conta o fenómeno de crise económica e financeira glo -bal, que atinge, sobretudo, os países ocidentais.

Defendeu a necessidade de uma verdadeira promoção dosadvogados de língua portuguesa que, obviamente, respeite asdiferenças, compreenda as particularidades, mas que conheçamelhor a realidade de uma profissão que tem muito a contribuirpara o desenvolvimento das instituições democráticas, dos paí -ses da UALP, enfatizando o facto de o número de advogados exis -tentes em cada um dos países representados na UALP, constituir25% (vinte cinco por cento) dos advogados de todo o pla neta ereforçou que a diversidade geográfica, longe de constituir em-pecilhos, assinala uma identidade marcada pela língua e pelodireito, em defesa de ideais comuns.

Ao encerrar os trabalhos do primeiro dia, Sua Excelência oSr. Vice-Presidente da República, destacou a consagração cons -titucional da Advocacia como essencial à administração da jus -

tiça, conferindo à Ordem dos Advogados de Angola competênciapara regular o acesso à advocacia e disciplinar o seu exercícioem território nacional e estabelecendo garantias para os advo-gados no exercício da sua profissão.

Referiu ainda a necessidade de cooperação dos advogadoscom os outros operadores da justiça, nomeadamente Magis tra -dos Judiciais e Magistrados do Ministério Público, defendendoque esta cooperação não se deve apenas cingir ao foro.

Finalmente, ainda no âmbito da necessidade de coopera ção,apontou como sendo imperativo que esta abarque os órgãos daadministração pública e seus agentes, sem prejuízo da autonomiae da independência dos advogados, concretizando-se numa em-penhada cooperação com os cidadãos e a sociedade em ge ral.

O Congresso desdobrou-se em duas sessões plenárias, de -signadamente «A Advocacia e o Estado Democrático de Direi -to» e a «Advocacia e o Desenvolvimento», as quais foram prece -didas por uma «Introdução ao Congresso» com a apre sentaçãode dois temas, nomeadamente «A Advocacia nas Constitui çõesdos Países de Língua Portuguesa», proferido pelo Professor Dou -tor Bacelar Gouveia; «O Sistema da Commonwealth e a Coope -ração com a Advocacia de Língua Portuguesa», apresentadopela representante da SADC LA e a apresentação da OHADA –Organização para a Harmonização do Direito de Negócio em Áfri - ca, pela Dra. Domingas Baião.

O Congresso formulou as seguintes Conclusões:

1. Os advogados devem ter a iniciativa de suscitarem pro -cessos de fiscalização da constitucionalidade;2. Necessidade de as Constituições consagrarem uma pro -tec ção efectiva ao advogado no exercício das suas fun -ções;3. Promoção activa do respeito pelos direitos fundamentais,separação dos poderes e pela legalidade constitucio nal;

4. Conjugação de normas que possibilitem a instituição deuma quota para o preenchimento por advogados de lugaresde Juízes nos tribunais superiores;5. Necessidade de adopção um Estatuto Comum dos Advo -gados de Língua Portuguesa em matéria de acesso à pro -fissão e de poderes disciplinares.

Na discussão do tema «A ADVOCACIA E O ESTADO DE MO - CRÁTICO DE DIREITO», o Congresso chegou às seguintes con-clusões:

1. A eficácia imediata dos preceitos constitucionais consa -gradores dos direitos, liberdades e garantias, nem sempreimplica a exequibilidade imediata desses preceitos;2. Muitos direitos, liberdades e garantias precisam de umaoptimização legal e outros pressupõem dimensões institu-cionais, procedimentais e organizatórias criadas ou a criarpelo legislador;3. Os advogados da UALP devem agir com justiça e ge -ne rosidade e pautar a sua actividade por atitudes de rigorético; 4. As prerrogativas, na realidade, pertencem ao cidadão eapenas são exercidas pelo profissional que o representa nadefesa de seus direitos. As prerrogativas do advogado ser -vem para garantir um exercício mais eficaz, independente eautónomo da advocacia;5. Deve ser preservado em todos os países o princípio docontraditório;6. Deve ser preservado o equilíbrio entre as partes;7. A indispensabilidade da presença do advogado no pro -ces so de arbitragem;8. O sigilo profissional é um dever do advogado e uma ga -rantia para o cliente, e desse dever não está isento nem quan -do autorizado pelo cliente;9. A infracção a esse dever constitui um ilícito disciplinar,além de constituir ilícito civil e penal;10. O sigilo profissional e a inviolabilidade dos documentosdo advogado constituem instrumentos de protecção docliente.

Na discussão do tema «A ADVOCACIA E O DESENVOLVI-MENTO», o Congresso chegou às seguintes conclusões:

1. A responsabilidade social consiste na decisão voluntáriadas empresas de contribuir para uma sociedade mais justae um ambiente mais limpo;2. As sociedades comerciais não devem visar exclusiva-mente a obtenção do lucro; podem visar também um bemsocial, um bem comum;3. Os advogados que patrocinam sociedades comerciaisdevem impeli-las para terem responsabilidade social. O ad-vogado, como um dos principais conselheiros e assesso -res do comerciante pode e deve sensibilizá-lo para assumiruma responsabilidade proactiva para com o ambiente;4. Os profissionais do direito devem ter uma atitude proac-tiva, de forma a contribuir para a mitigação de conflitos deinteresse e a prevalência da ética e legalidade;5. O advogado ambiental é um indivíduo do mundo que de -ve sempre procurar soluções que se coadunam com a le -gislação internacional;6. Pugnar para que a reforma do sistema da justiça devaser entendida como justiça para o cidadão;7. Defender uma reforma da justiça que abranja a reformadas leis, das instituições e dos servidores da justiça;8. Não é suficiente que os advogados da UALP só respei -tem as leis. Devem agir com justiça e generosidade, pautan -do-se com atitudes de elevado rigor ético;9. Não permitir o acesso à magistratura logo após a ob ten -ção da licenciatura;10. Pugnar pelo fortalecimento do Conselho Nacional daJustiça e do Conselho Nacional do Ministério Público;11. Repensar os planos curriculares dos cursos de direitoten do em vista aumentar a qualidade do ensino universitá rio;12. Que os advogados assumam um papel essencial no âm -bito da mediação e da arbitragem.

Feito em Luanda, aos 26 de Maio de 2012

O Congresso

UALP

24 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

ADVOCACIA CORPORATIVA, CORPORATE GOVERNANCE

E RESPONSABILIDADE SOCIALPalestra proferida no II CIALP

ESTUDOS E REFLEXÕES

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 25

� Manuel GonçalvesAdvogado

PARTE I ― lntroduçāo

Foi com gosto que recebi o convitepa ra intervir neste II Congresso lnterna-cional de Advogados de Lingua Portu -guesa, que muito me honrou. Mais mehon ra – e deve honrar todos os angolanos– a oportunidade de ele se realizar emLuanda. Como é hoje internacional e trans -versalmente reconhecido, trata-se de umaterra de grandes e renovadas oportuni -da des; e, consequentemente, de grandesde sa fios e responsabilidades. Designa da -men te para as empresas, para os co mer -ciantes e para os seus advogados.

Num quadro global caracterizado porum ciclo economico desfavorável e amais lenta recuperação desde a II GuerraMundial, com desalavancagem na Euro -pa, em particular nos seus países perifé -ricos, queda da produção e aumento dodesemprego, o crescimento do PlB nosEUA fortemente pressionado pela redu çãoda poupança e o desemprego, aumentodo controlo das flutuações monetárias de -vido à elevação do custo das mercado-rias na América Latina e esforço intensivode reconstrução e consequente expansãodo PIB em alguns países da Ásia, o con-tinente africano observa um crescimentorobusto e sustentável.

Muito longe, porém, dos índices dedesenvolvimento humano reclamados porníveis pouco exigentes de dignidade.

Angola, no plano da macroeconomia,regis ta um crescimento significativo do

seu PIB, com uma tendência decrescentedo peso do sector petrolífero, contri buin -do pa ra isso uma balança comercial su -pe r avi tária e o incremento das reservasinternacionais. Verifica-se, por outro lado,a estabilização dos principais índices dereferência, como o deficit público, as ta -xas de inflação e de câmbio e a reduçãoda taxa de juros do crêdito, o investimen -to directo estrangeiro aproxima-se, emter mos líquidos, dos valores pré-crise eassiste-se a um aumento relativamentees tável dos níveis de produtividade.

Nesse contexto de variáveis externase internas, a contracção da economia glo -bal induz a redução do comércio interna-cional, aumenta o nível de supervisão dasentidades reguladoras e emerge nova re -gulação das regras de concorrência, so -fis tica-se o sistema empresarial e bancá -rio pressionando a regulação das relaçõeseconómicas entre os players do merca-do, ao mesmo tempo em que o Estado euma sociedade cada vez mais plural sãoprotagonistas de reivindicações de elimi -nação de desajustamentos estruturais,de iniquidades geográficas e sociais, quepres supõem a consolidação do EstadoDe mocrático de Direito e a afirmação dosdireitos políticos, económicos, sociais eculturais.

Enquanto advogados, sentimo-nospar te deste desafio!

Justifica-se, por isso, que proponhauma reflexão em torno do tema: Advoca-cia Corporativa, Corporate Governance eResponsabilidade Social. O que adiantese exporá depende de uma pré-compre -ensão de certos conceitos. Vou passar aintroduzi-los, correndo o risco de lapalis-

seanas afirmações ao referir o que já ésobejamente conhecido por todos vós.

Numa das suas definições possí veis,empresa é uma realidade humana com-plexa com uma organização que integra,designadamente, instalações, equipamen -to, créditos ou sinais distintivos, incluindoas marcas dos seus produtos ou serviços.Todos eles funcionalmente integrados parao fim do exercício de uma actividade co -mercial.

Mas não se pense – como durantemuitos anos se pensou – que as empre -sas visam exclusivamente a obtenção dolucro. Actualmente podem e devem visartambém um bem social, um bem comum.Algo que possa retribuir à comunidade oque ela eventualmente tenha contribuídopara a empresa. Em poucas palavras sedirá que as empresas, hoje, podem e de -vem ter responsabilidade social.

Ora, a empresa/organização tem umtitular, um responsável. Ou, se assim qui -serem, um «dono». Este «dono» é o co -merciante. E o comerciante poderá sê-loem nome individual (corresponderá, as -sim, a uma pessoa física) ou poderá seruma pessoa colectiva (correspondendo,assim, a uma sociedade comercial).

As sociedades comerciais, em certosentido, são meras ficções jurídicas. Nãoexistem no mundo físico. Ainda assim oDireito fá-las intervir nesse mundo comotitulares de direitos e obrigações, quasetal como uma pessoa física. Daí que associedades comerciais possam ser, porexemplo, proprietárias, credoras ou de ve -doras em nome próprio e independente-mente dos seus sócios.

É dos sócios que nasce a vontade so -

cial e, assim, a intervenção juridicamen -te relevante da sociedade comercial. Essavontade tem de ser formada (o mais dasvezes por votação em assembleia geralde sócios) e executada. Cabe a execu çãoà administração da sociedade co mer -cial – organizada na forma de gerênciaou conselho de administração, consoan -te o tipo societario adoptado, podendo osgerentes/administradores ser ou não só-cios.

No tipo mais complexo de sociedadecomercial – que corresponderá ao da so-ciedade anónima –, pontuam outros ór -gãos sociais: o presidente e o secretárioda mesa da assembleia geral (a quem,grosso modo, compete o tratamento se -mi burocrático dos respectivos trabalhos)e o conselho fiscal (ao qual, também gros -so modo, compete a fiscalização do cum -pri mento dos direitos e obrigações so -ciais).

Fala-se, a propósito de paradigmasorganizacionais das sociedades, de ummodelo monista, de um modelo dualistae de um modelo anglo-saxónico.

Ou, noutra óptica, de duas grandescor rentes de sistemas: o anglo-america -no e os sistemas alternativos como o ja -po nês e o alemão.

Mas traduzindo, ambos, a coexis tên - cia natural de dois tipos de sistemas, sen -do um mais assente no controlo externoe outro no controlo intra-societário.

No fundo, trata-se aqui do chamado«governo das sociedades», no sentido deque estas necessitam de ser organizadas,encaminhadas, geridas, supervisionadaspor órgãos sociais integrando membros.É um conceito de etimologia anglo-saxó -nica – corporate governance –, muito emvoga no auge e na ressaca dos recentesgrandes escândalos financeiros mundiais,que tende a substituir o business mana -gement, registando um alargamento geo -gráfico crescente para reposição da se-gurança e da confiança nos mercados.Tiveram essas ocorrências financeiras,pe lo menos, o mérito de colocar a nu queas sociedades, os membros dos seus ór -gãos sociais e o modo como ambos in-teragem entre si e com terceiros, não são

– nem podem ser – indiferentes à comu -ni dade. É também, de certa forma, umaquestão de responsabilidade social.

A ética na vida económica e empre-sarial já não se compatibiliza com o al-cance dos mínimos consubstanciados emevitar o mal à sociedade e perdas nas em -presas. Essa ética aspira a muito mais.Aspira à excelência na gestão, com aadopção de boas práticas de governaçãoque devem ser aplicáveis a todas as so-ciedades comerciais, apesar de, em re -gra, voltadas para as sociedades cota dasna bolsa.

Essas práticas conduzem à melhorfor ma de organização dos processos dedecisão e controlo, à optimização do de-sempenho económico e financeiro dasempresas, e o favorecimento de todos osstakeholders interessados – investidores,credores e trabalhadores – passa a ser oobjectivo essencial a alcançar.

Se me permitem, e com tudo somadoate à data, distinguiria as 5 preocupa -ções que hoje se devem ter como fun-dantes de qualquer modelo de corporategovernance, em qualquer jurisdição:

1.° Preservação dos direitos e do tra -tamento equitativo dos sócios;2.° Tomada em conta dos interessesde terceiros que se relacionam coma sociedade;3.° Funções e responsabilidades daadministração;4.° Integridade e comportamento éti - co;5.° Prestação de informações e trans -parência.

Desses princípios decorre que o go -verno da sociedade, longe de ser realiza-do em função de interesses individuais oude determinados grupos de accionis tascom eventuais relações comerciais pre -ferenciais ou ainda dos interesses de ele -mentos da administração ou outros ór -gãos sociais, deve beneficiar todos osaccionistas e os credores sociais; umaadequada politica de corporate governan -ce deve assegurar o acesso à informa -ção para alcançar transparência; respon-

sabilizar os gestores por incumprimentosde objectivos e violações à lei; não impe -dir a maximização de performance; serconforme aos standards internacionais eajustada às realidades nacionais.

Do conjunto dos mencionados prin -cípios, resulta à evidência a obrigação deevitar conflitos de interesses entre mem-bros dos órgãos da administração e aso ciedade, pelo que a definição de regrasao nível das administrações, de reparti -ção de competências e específicas nor-mas sobre as principais obrigações resul -tantes de deveres de diligência, leal dadee confidencialidade, são essenciais de -signadamente para evitar a indevida uti li -zação de oportunidades negociais e debens societãrios.

Esse tema do conflito de interessesé um dos de maior relevância subjacenteao governo das sociedades comerciais ecruza-se com o do controlo interno de ris -cos como o operacional e o compliance,ou o controlo externo pelas agências desupervisão e instituições de tutela, tor-nando as sociedades comerciais maistrans parentes e êticas e mais capazes deproduzir resultados e combinar rentabili-dade com responsabilidade social.

E os profissionais do Direito não po -dem, na sua actividade consultiva, pre-ventiva ou reactiva, deixar de ser proacti -vos, devendo contribuir para a mitigaçãoou eliminação de perniciosos conflitos deinteresses e a prevalência da ética e dalegalidade.

Neste prisma tem especial relevânciao jurista: conceito suficientemente am -plo para abarcar tanto o advogado inde-pendente/externo, como o consultor jurí -dico interno. O primeiro é contratado pelasociedade comercial enquanto profissio -nal independente ao abrigo de um man -da to. O segundo é contratado pela socie -dade enquanto trabalhador por conta deoutrem ao abrigo de uma relação laboral.É no primeiro que vamos doravante fazerinci dir a nossa atenção.

Cremos que o termo – algo pompo -so – de advogado corporativo (mais umanglo-saxonismo) suscita uma maiorcom plexidade. Aqui, o advogado já não

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ESTUDOS E REFLEXÕES

patrocina meramente o comerciante físi-co ou a sociedade comercial. Patrocinaas organizações constituídas contratual-mente entre comerciantes, quantas vezescom interesses antagónicos. Patrocina osconsórcios, patrocina os empreendimen -tos conjuntos (joint-ventures), patrocinaos grupos de sociedades. E, o mais dasvezes, dentro desta complexidade de ac-tores e interesses, o advogado vê-se nacontingência de patrocinar todos e nin -guém.

Afinal, o Advogado também está su-jeito ao mesmo risco a que se expõemos representantes das sociedades suasClientes: o do conflito de interesses comrespeito às sociedades comerciais, aosmembros dos órgãos sociais dessas so-ciedades e às organizações contratuaisconstituídas entre as sociedades.

Conflito de interesses que ganha di-mensão deontológica, sob o olhar recí -pro co dos advogados e das empresas en -volvidas mas que é igualmente relevantena perspectiva das boas praticas de go -verno societário.

O artigo 67.° do Estatuto da Ordemdos Advogados de Angola inclui uma es -tipulação que, segundo presumo, é co -mum a todos os estatutos das Ordens dospaíses de língua oficial portuguesa, pelomenos no seu sentido essencial:

«Nas relações com o cliente, cons ti -tuem deveres do Advogado:– Recusar mandato, nomeação ofi -cio sa ou prestação de serviços emques tão em que já tenha intervindoem qual quer outra qualidade ou sejaco ne xa com outra em que represen -te ou tenha representado a parte con - trária;– Recusar mandato contra quem nou -tra causa seja seu mandante;– Não celebrar, em proveito próprio,contratos sobre o objecto das ques -tões confiadas ou, por qualquer for -ma, solicitar ou aceitar participaçãonos resultados da causa».

Encontraremos derivações mais oume nos relacionadas com estes princípios

noutras disposições estatutárias, nomea -da mente ao nível da salvaguarda do se -gredo profissional.

Aqui chegados, perguntemos então:qual é a actual dimensão dos desafiosdo advogado no sentido de evitar oscon flitos de interesses:

1.° Nas relações com os sócios daso ciedade comercial;2.° Nas relações com os membrosdos orgãos sociais da sociedade co -mercial;3.° Nas relações com as sociedadescomerciais do mesmo grupo ou ou -tra forma de organização contratualdos parceiros comerciais;4.° Nas relações com os acima refe -ridos, quando o advogado seja tam-bém sócio e/ou membro dos órgãossociais;5.° E como se integra o referido nu madimensão de responsabilidade so cial?

PARTE II – Desenvolvimento

O mandato ao abrigo do qual inter-vém o advogado é um contrato. Um con -trato com duas partes: o advogado e ocliente. Na posição do advogado poderãoestar vários: é o caso da contratação deuma sociedade de advogados, nos orde-namentos em que elas existem ou mes -mo da pluralidade de advogados contra ta -dos. Na posição de cliente poderão estarvárias pessoas físicas ou colectivas: é oque pode suceder no caso do litisconsór -cio processual ou no patrocínio de umcon junto de investidores.

O contrato de mandato fixa, num mo -mento inicial, a equação do dever depre venção de conflitos de interesses. Porexemplo, quando os serviços jurídicossão contratados por uma sociedade co -mercial, é esta que o advogado represen -ta. O mesmo é dizer: o advogado não re -presenta os trabalhadores da sociedadecomercial, os membros dos órgãos so-ciais, nem sequer os sócios (embora talpossa suceder reflexamente apenas). Oadvogado defende os interesses da so-

ciedade comercial, como pessoa jurídi-ca autónoma que é em relação aos seustrabalhadores, membros dos órgãos so-ciais ou sócios.

A experiência mostra que isto por ve -zes pode ser insuficientemente pondera-do, ser esquecido ou mesmo ignorado.O advogado pode tender a representar osócio maioritário contra os demais, quan -do o mandato lhe foi conferido pela so-ciedade. Ou representar um administra dorem assuntos que o podem opor aos inte -resses da própria sociedade. Ou, pior ain -da, representar interesses de terceiros con -cor rentes contra os da própria sociedade.

A fórmula contida no referido artigo67.° do Estatuto da Ordem dos Advoga-dos de Angola vai claramente contra es -tes comportamentos. Seja por vedar oenvolvimento do advogado em causa re -lacionada com outra que tenha tratado pa -ra outro cliente. Seja por pedir-lhe que re -cuse mandato em causa contra outro seumandante.

Mas frequentemente sucedem-secir cuns tâncias ambíguas. Por exemplo,quando um advogado, num primeiro mo -mento, é mandatado por diversas pes-soas para constituir entre si uma so-ciedade comercial, sendo o mandatoexercido numa segunda fase com vín-culo a esta sociedade, já constituída.Parece-me que nada obsta à aceitaçãodesse segundo mandato porque ele deri-va de uma previa manifestação de von-tade conjunta (a dos «pré-sócios», numafase de «pré-vida» societária) já funcio -nal mente aparente à de uma sociedade.Mas já choca o inverso: o patrocínio dasociedade contra um dos sócios que con -feriu o primeiro mandato ou o patrocíniodesse sócio contra a sociedade. Pode ex -trapolar-se o mesmo raciocínio, com su -ces so, para a relação tripartida entre oadvogado, a sociedade e os membros dosórgãos sociais.

Porém, como já vimos, a actuaçãoda sociedade resulta de uma necessáriaformação da vontade social. Esta vonta -de resulta de deliberações dos sócios oudos membros dos órgãos sociais – mor-mente dos órgãos de administração da

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 27

sociedade compostos por gerentes ou ad -ministradores. Que sucede então quan-do os sócios ou os órgãos sociais de-liberam algo contrário aos interessesda sociedade que cabe ao advogadoexecutar, sendo a própria sociedade oseu cliente? Se o advogado não execu-ta a deliberação, irá contra a vontade doseu cliente. Se executa a deliberação, irácontra os interesses do seu cliente.

Ganha então aqui especial relevân-cia, designadamente, o artigo 67.°, n.° 1,c), do dito Estatuto: deve o advogado darao cliente (ou seja, à sociedade e a quema vincula) a sua opinião conscienciosasobre o merecimento do direito ou preten -são que este invoca. Bem como, aliás, oartigo 62.°, b) e c): ele não pode advo garcontra lei expressa, usar de meios ou ex-pedientes ilegais ou promover diligênciasreconhecidamente dilatórias, inúteis oupre judicais para a correcta aplicação dalei ou a descoberta da verdade, recusan-do o patrocínio a questões que consideremanifestamente injustas.

Saltamos para outro nível de dificul-dade. Trata-se do caso em que o advoga -do, mandatado por um grupo de socie -dades, se vê na contingência de agircontra uma delas em proveito das de-mais. Por exemplo, quando um grupo desociedades imputa numa delas todos oscustos provindos das outras, e não quais -quer proveitos, condenando-a à falência.Neste caso, o advogado pode ter de vir aexercer o mandato contra os interessesdo seu cliente (ou seja, a sociedade preju -dicada), por instruções de outros clientes(ou seja, as demais sociedades do grupoque igualmente o mandataram). Com queconsequências estatutárias?

Relembre-se o artigo 62.°, b) e c): oadvogado não pode advogar contra lei ex -pressa, usar de meios ou expedientes ile-gais ou promover diligências reconheci-damente dilatórias, inúteis ou prejudicaispara a correcta aplicação da lei ou a des -coberta da verdade, recusando o patro -cínio a questões que considere manifes-tamente injustas. Ora, uma sociedade éconstituída para ser viável e não para serinstrumentalizada com prejuízo eventual

para terceiros (o que sucede frequente -men te nos casos das falências induzidas).

Analisem-se agora, e por fim, os ca -sos em que o advogado é ele própriono meado como membro dos órgãos so-ciais da sociedade sua cliente, acei -tando -o. Vejamos caso a caso.

A Lei das Sociedades Comerciais an -golana dispõe que os trabalhadores quesejam nomeados gerentes ou adminis tra -dores da respectiva sociedade comercialvejam suspenso automaticamente o seucontrato de trabalho. Pretende-se assim,segundo julgo, tor ná-los independentes noseu discerni mento e capacidade de de-cisão para uma gestão independente (aoinvés de subjugados ao poder decisórioe disciplinar do empregador).

Permitam-me que refira que esta de-terminação legal tem sido amiúde omiti-da pelas entidades migratórias ao exigir,afinal contra lei expressa, que os mem-bros estrangeiros dos órgãos de admi -nistração das sociedades angolanas es-tejam vinculados a contrato de trabalho eobtenham visto de trabalho, dificultandoo funcionamento do corporate governan -ce quando esses membros não são resi -dentes no país como pode ocorrer comos administradores, executivos ou não,criando acrescidos desafios exegéticosaos advogados e dificuldades na práticadas instituições, particularmente nas fi -nan ceiras bancárias.

Extrapolando para a situação do ad-vogado nomeado gerente ou administra -dor, similarmente a acumulação dos seusdeveres profissionais deontológicos,con feridos por mandato eventualmen -te forense, com os da gestão indepen-dente da sociedade, conferidos porman dato comercial, suscita cautelas par -ticulares, decorrentes de outro eixo éti co--deontológico. Por exemplo, nessa posi -ção, ele não poderá preterir a prossecu çãodos interesses sociais a favor dos interes -ses de certo sócio, mesmo que ele tenhasido antes o seu primeiro cliente e contraele não possa agir por imperativo das re-gras deontológicas. E não podendo, obvia -mente, agir contra o sócio, creio que sóresta a solução do afastamento da causa.

O mesmo quando o advogado sejano meado membro dos órgãos da assem -bleia geral ou do conselho fiscal. Terá odever de ponderar aceitar a nomeação queo coloque na contingência de ter de agircontra os interesses de sócio seu cliente.Havendo quem defenda a obrigação derenunciar à função que exerça na socie -dade sempre que se coloque tal conflitode interesses, entendo que, no míni mo,o advogado deve abster-se de patrocinarqualquer uma das partes.

Afinal, como já se disse e não serádemais relembrar, deve o advogado recu -sar mandato em questão em que já tenhaintervindo em qualquer outra qualidadeou seja conexa com outra em que re -presente ou tenha representado a partecontrária.

Uma última nota sobre a dimensão doconflito de interesses no domínio das so-ciedades de advogados: esperamos que,em breve, objecto de acto legislativo inau -gural em Angola. Por vezes, quando es -sas sociedades de advogados atingemuma dimensão que eu diria de «indus -trial», agregando muitas dezenas de ad-vogados debaixo de um só tecto, certoseu departamento de direito societáriopoderá desconhecer que patrocina in-vestidor com interesses contraditóriosem relação a outro cliente do tambémseu departamento de contencioso. Po -rém, fá-lo-á sempre com culpa. Cumpreao corporate governance das socieda desde advogados criar mecanismos para pro -mover a circulação de informação e pre-venir os conflitos de interesses. Faz par - te do seu dever de cuidado, faz parte dasua prudência jurídica.

E não se pense que as chamadas chi -nese walls, actualmente muito em voga,resolvem o problema. Estas são muralhasimaginárias entre departamentos e advo-gados da mesma sociedade com o acor-do dos próprios clientes e com a supos-ta garantia de independência entre essesmesmos departamentos e advogados notratamento de interesses cruzados. Tenhopara mim que as chinese walls nada maisse tratam do que artifícios para justificaro injustificável: o patrocínio de interes ses

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ESTUDOS E REFLEXÕES

LEGISLAÇÃO

conflituantes entre clientes dos mesmosadvogados.

PARTE III – Conclusões

Chegados até aqui, proponho que ter -minemos como começámos, indagandoo que é feito da responsabilidade socialem tudo isto.

Conceito amplo, podendo ser enten-dido ou denominado como cidadania cor -porativa, crescimento sustentável, filan -tropia empresarial, marketing social ouactivismo social, a responsabilidade so-cial consiste na decisão voluntária das em -presas de contribuir para uma socie da demais justa e um ambiente mais limpo.

No plano interno, o conceito relacio -na-se, genericamente, com todas as par -tes interessadas, como os trabalhadores,fornecedores ou accionistas, que podemser afectadas pela empresa e, ao mesmotempo, exercer uma acção de retorno so -bre ela influenciando os seus resultados.

Mas há, igualmente, variáveis exter-nas da responsabilidade social. E numcon texto de globalização e de mutaçãoindustrial em larga escala, de célere evo -lução das ciências e das tecnologias, es-pecialmente as de informação e comuni-cação, a actividade empresarial tende aser mais facilmente observada e contro-lada e os cidadãos e instituições progres -sivamente adoptam critérios sociais nassuas decisões. Passam a consumir pro-dutos com rótulos sociais e ambientais ea exigir a adopção de medidas legais eadministrativas mais protectoras. E comisso perdem as empresas com acçõesconsideradas socialmente negativas e asque estiverem socialmente comprometi-das ganham reputação, imagem e agrega -ção de valor.

Tudo porque, como já frisei, as socie -dades comerciais não visam afinal exclu-sivamente a obtenção do lucro e po deme devem visar também um bem social, umbem comum. Estou firme na convicção deque o advogado que as patrocina deve im -peli-las para ter responsabilidade social.

Tenho para mim que a responsabi -

lidade social do advoqado não se devecingir apenas ao cumprimento dos seusdeveres deontolóqicos para com a co-munidade.

E muito menos à obrigação de ma -nusear os procedimentos de direito tribu -tário para garantir a dedução fiscal nosimpostos dos custos associados às acti -vi dades realizadas no âmbito da respon-sabilidade social empresarial, como re-centemente a Lei do Mecenato angolanapassou a permitir.

Acredito firmemente que o advoga-do, como um dos principais conselhei -ros e assessores do comerciante, podee deve sensibilizá-lo para assumir umaresponsabilidade pro activa para como ambiente. Para com a educação e for -mação. Para com a cidadania individuale colectiva. Para com a preservação epromoção da cultura. Para com o de-senvolvimento das comunidades. Paracom a efectiva inclusão social. Para comaqueles que menos têm, sem culpa.

Que é isto senão, afinal, o concre ti -zar prático de duas das preocupa çõesdo corporate governance que comeceipor referir?:

– tomada em conta dos interesses deterceiros que se relacionam com asociedade;– integridade e comportamento ético.

E, se me permitem o remate comuma frase do Estatuto da Ordem dos Ad-vogados de Angola (no seu art. 60.°, n.°1), diria: «O advogado deve, no exercícioda profissão e fora dela, considerar-se umservidor da justiça e do direito e, comotal, mostrar-se digno da honra e das res -ponsabilidades que lhe são inerentes».

E assim se entrecruzam temas apa -rentemente tão díspares como os da «ad -vocacia corporativa», «corporate gover-nance» e «responsabilidade social».

Esta, pois, a reflexão, bem como osdesafios, que deixo à consideração dosilustres Colegas aqui presentes e dos de-mais a quem os mesmos possam chegar.

Muito obrigado.

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LEGISLAÇÃO RELEVANTE PUBLICADA NO ANO 2012

ATÉ À EDIÇÃO DESTA GAZETA

23/12 – Lei de Alteração do artigo56.º Código de Processo Penal.

22/12 – Lei Orgânica da Procuradoria--Geral República e do Ministério Público

21/12 – Lei da Pessoa com Deficiên cia20/12 – Lei que autoriza o Banco Na-

cional de Angola a emitir e a pôr em cir-culação uma nova família de notas e moe -das metálicas denominada «série 2012».

19/12 – Lei das Sociedades Unipes-soais.

18/12 – Lei Orgânica de Alteração àLei n.º 36/12, de Dezembro – Lei Orgâni-ca Sobre as Elei ções Gerais.

17/12 – Lei Orgânica que aprova oestatuto do Deputado.

16/12 – Lei que aprova o Código deÉtica e De coro Parlamentar.

15/12 – Lei de Autorização Legislativasobre o Ajustamento do Regime FiscalAplicável ao Projecto Angola LNG.

14/12 – Lei da Mediação Imobiliária.13/12 – Lei Orgânica que aprova o

Re gimen to da Assembleia Nacional.12/12 – Lei Orgânica Sobre a Orga-

nização e o Funcionamento da ComissãoNacional Eleitoral.

11/12 – De Observação Eleitoral.10/12 – Do Financiamentos aos Par-

tidos Po lí ticos.9/12 – De Autorização Legislativa so -

bre a Atri buição de Incentivos às Empre-sas Angolanas que Realizam OperaçõesPetrolíferas.

8/12 – Do Mecenato.7/12 – Do Cinema e do Audiovisual.6/12 – Das Associações Privadas.5/12 – De Delimitação dos Municí-

pios da Pro víncia de Luanda.4/12 – De Delimitação dos Municí-

pios da Pro víncia do Bengo.3/12 – Lei de Bases das Associa ções

Públicas.2/12 – Lei sobre o Regime Cambial

Aplicável ao Sector Petrolífero.1/12 – Lei sobre a Designação e Exe -

cução de Actos Jurídicos Internacionais.

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BIBLIOTECA

LUKAMBA, Paulino – Direito Internacio -nal Penal e Princípios Fundamentais,Escolar Editora, Lobito, 2012

LUKAMBA, Paulino e BARRACHO Car-los – História das Ideias Políticas, Es -colar Editora, Lobito, 2012

FREITAS, Fátima, e ASSOCIADOS, Mi -ran da Correia Amendoeira – Colec -tâ nea de Legislação Petrolífera Ango -lana, Texte Editores, Luanda, 2011

MEDINA, Maria do Carmo – Direito deFamília, Escolar Editora, Lobito, 2011

LUKAMBA, Paulino – Direito Internacio -nal Público, Escolar Editora, Lobito,2011

DIAS, Nélia Daniel – Código de Proces-so Civil e Legislação Conexa, TexteEditores, Luanda, 2011

PACA, Cremildo – As Autoridades Admi -nistrativas Independentes e o Pro ve -dor de Justiça no Direito Angolano,Edições Maianga, Luanda, 2011

LUPÉDIA, Pedro Dembue – História e De -senvolvimento da Criminalistica emAngola, Edições de Angola, Luanda,2011.

NUNES, Elisa Rangel – Lições de Finan -ças Públicas e de Direito Financeiro,Luanda, 2011

DIAS, Nélia Daniel – Código Civil e Legis -lação Conexa, Texte Editores, Luan-da, 2011

SOLANO, Evaristo – Processo ExecutivoAngolano, Copyright(c) 2011.

LOPES, Marcy – Estudos de Direito Pú -blico, Coimbra Editora, Coimbra,2011

NUNES, Elisa Rangel – Orçamento Ge -ral do Estado: Contribuições para aTrans parência Orçamental em Ango-la, Luanda, 2011

BONIFÁCIO, Israel – O estado do Esta-

do: O Poder Político em Angola, Edi-juris, Luanda, 2011

MACHADO, Jónatas E. M., e COSTA,Paulo Nogueira – Direito Constituti-cional Angolano, Coimbra Editora,Coimbra 2011

MAGALHÃES, Carlos – Defesa do Con-sumidor: A responsabilidade civil dofornecedor, Escola Editora, Lobito,2010

LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes– Direito do Trabalho de Angola, Edi - ções Almedina, Coimbra, 2010

HILÁRIO, Carlos Esteves, e Webba, Mi -chae la Neto – A Constituição daRe pú blica de Angola – Direitos Fun -da mentais, a sua promoção e pro tec - ção: avanços e retrocessos, OPENSO CIETY, Luanda, 2011

OPEN SOCIETY – Relatório Segurança Pú -blica em Angola, OS, Luanda, 2011

ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA– II Conferência Nacional de Advoga -dos: A Advocacia Direito e Justiça = III Conferência Nacional de Advo-gados: A Advocacia e o Estado de Di -reito, CDI, Luanda, 2011

POULSON, Lazarino – As parcerias pú bli -co-privadas na arte de governar, Ca -sa das Ideias, Luanda, 2011

ANGOLA. Leis, decretos, etc. – RegimeJurídico da Contratação Pública, Ca -sa das Ideias, Luanda, 2011

ABRANTES, Maria Luísa Perdigão Abran -tes – A privatização do sector em-presarial do Estado em Angola, [s.n.], Luanda, 2011

CORTEZ, Francisco – Manual de DireitoCostumeiro dos povos de Angola,Ma yamba Editora, Luanda, 2010

PINTO, Carlos Eduardo Ferraz – O Di -rei to à Indemnização de clientela no

con trato de franquia (franchising), emAngola, Coimbra Editora, Coimbra,2010

PAHULA, Ovídio – A evolução da Consti-tuição Económica Angolana: Disser-tação de Mestrado, Casa das Ideias,Luanda, 2010

ANGOLA. Leis, decretos, etc. – Legisla çãoe Normas sobre Comunicação Socialem Angola, Casa das Ideias, Luanda,2010

ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA– O Sistema de Advocacia em Ango-la: Documentos, CDI, Luanda, 2010

MEDINA, Maria do Carmo – Direito Infan -to-Juvenil, Edições de Angola, Luan-da, 2010

VENTURA, António José – Da indepen -dência do Poder Judicial na Consti-tuição da República de Angola: Subsí -dios para a compreensão, Almedina,Coimbra, 2010

MARQUES, Pedro, e outro – Manual prá -tico de Direito do Trabalho e de Segu -rança Social, Casa das Ideias, Luan-da, 2010

LUÍS, Alcíneo Cristóvão – Juízes e Advo -gados sujeitos ao mesmo destino,Edi ções Loyola, São Paulo, 2010

EDIÇÕES JURÍDICAS

BIBLIOGRAFIA JURÍDICANACIONAL

Período: 2010 a Junho 2012

Sob o lema «Em Defesa da Independência Judicial na Erade Revisão Judicial na Região da SADC», a Associação dosAdvogados dos países da SADC – SADC LA – reuniu a sua Con-ferência anual nos dias 23 a 26 de Agosto, no Royal Swazi Spa,na cidade de Ezulwini, na Swazilândia.

Foi a primeira vez que a Conferência Anual dos Advogadosda SADC LA reuniu neste país e a organização do Encontro re -feriu que os delegados tiveram a oportunidade de desfrutar, àmar gem dos trabalhos, em Ezulwini Valley, a beleza ímpar da na -

tu reza, dos monumentos ancestrais, dos museus e das mani fes -tações da cultura swazi, bem como usufruir dos magníficos esofisticados hotéis que a cidade oferece.

A Ordem de Angola fez-se presente com uma delegação en -cabeçada pelo Bastonário, Dr. Hermenegildo Cachimbombo e in -tegrando os drs. Jayr Fernandes, Guilherme Mufuato, AlexandrePegado e António Joaquim.

Sobre os trabalhos, daremos mais informação na próximaGazeta.

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • 31

SADC LA

CONFERÊNCIA ANUAL DA SADC LA(Southern African

Development Community – Lawyers Association)

23 a 26 de Agosto | Ezulwini, Swazilândia

PROGRAMA DA CONFERÊNCIA

SOBRE A SADC LAA Associação dos Advogados da SADC é a associação re -

presentativa dos advogados, associações de advogados e dasordens de advogados dos países membros da SADC.

Foi criada em Maputo, Moçambique, em 1999, durante umencontro inaugural de advogados da região SADC. A sua missãoé a de proteger e defender, por todos os meios, a lei.

Angola foi escolhida para acolher a primeira reunião do Con -se lho da Associação, o que se concretizou em 26 de Fevereirodo ano de 2000. Desse encontro saiu a «Declaração de Luan-da» onde, entre outras, o Conselho assume o compromisso de

promover uma cultura democrática e os valores do Estado deDireito e o respeito pelos Direitos Humanos na região austral doContinente Africano (ponto 2) e trabalhar com vista a uma har-monização da ética profissional e dos sistemas jurídicos da re -gião (ponto 3).

Aquando da sua instituição, a sede da Associação ficou naÁfrica do Sul, nas instalações da Associação dos Advogados des - te país. Em 2003 a sede foi para o Botswana e aqui a Associa -ção foi registada legalmente.

A sede da SADC LA passou, em 2011, para Pretória, na Áfri -ca do Sul, por uma resolução tomada na sua Conferência Anualde 2009, que decorreu em Livingstone, na Zâmbia.

32 • A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012

LEGISLAÇÃO DA III SÉRIE DO DIÁRIO DA REPÚBLICA DE 1994 A 2012

Depois da I Série, a Ordem dos Advogados ja está em condições de dis ponibilizar, em DVD e por acesso net, a legislação da IIIsérie do Diário da República, de 1994 a 2012. Estamos a falar de um total de mais de 52.000 certificados de escritura de consti-tuição de sociedades, de certificados de alteração de sociedades, certidões de registo comercial, etc., através dos quais pode teruma visão completa do mundo e da vida das empresas cons tituídas no nosso país.

Contacte os Serviços de Legislação da Ordem e faça já uma aquisição e uma subscrição de acesso a esta legislaçao da III Série doDiário da Re pública. Não hesite, pois pode ter a certeza de que se trata de um produto que lhe faz falta na sua vida profissional.

Nunca é de mais lembrar aos senhores advogados que a I Série está também disponível, com toda a legislação desde a Inde-pendência Nacional, incluindo, claro, a legislação colonial em vigor.

SADC LA

A Ordem dos Advogados de Angola é uma das 54 organi-zações da sociedade civil angolana que integra o ObservatórioEleitoral Angolano (OBEA). O OBEA foi constituído em Outubrode 2011, e tem por objecto desenvolver a actividade de observa -ção eleitoral, isto é, participar na verificação da regularidade dosprocessos eleitorais a serem realizados no país.

No quadro da sua participação nas eleições gerais de 31 deAgosto de 2012, a OAA participou nas reuniões, conferências eacções de formação promovidas pelo OBEA, destinadas a ca-pacitar os membros das associações que o integram sobre ma -térias relacionadas com a educação cívica e a observação elei -toral.

Com o objectivo de mobilizar e incentivar a participação ac -tiva da classe no processo eleitoral em curso, a OAA realizou nopassado dia 25 de Julho de 2012, no Auditório Maria do CarmoMedi na, da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Ne -to, uma palestra sob o tema do pacote legislativo eleitoral. A pa -lestra foi proferida pela Sra. Dra. Eufrazina Teodoro Paiva, advo -

gada estagiária, e participaram cerca de 50 advogados e advo-gados estagiários. A referida palestra contou com a presençado Bastonário da OAA, Dr. Hermenegildo Cachimbombo, e da Vi -ce-Presidente da OAA, Dra. Henriqueta Silva.

Ainda neste âmbito, a Ordem fez divulgar massivamente umComunicado de Imprensa onde o Conselho Nacional reite rou oengajamento e a participação da instituição, atento ao factode isso traduzir e concretizar o cumprimento de uma das suasatribuições estatutárias, designadamente a de pugnar pe la defe-sa do Estado Democrático e de Direito, dos direitos, liberdadese garantias dos cidadãos, e de promover o acesso ao co nhe -ci mento e aplicação do direito, contribuindo para o desenvol -vimento da cultura jurídica dos cidadãos e de pugnar pe lo cum -primento estrito dos deveres e exercício dos direitos plas madosna Lei de Orgânica sobre as Eleições Gerais, na Lei da Obser -vação Eleitoral e na Lei de Imprensa e Código de Conduta Elei -toral.

Para que fique o registo, transcrevemo-lo na íntegra:

COMUNICADO DE IMPRENSA SOBRE O PROCESSO ELEITORAL

Reunido em mais uma sessão ordinária, no passado dia 08 Agosto do ano corrente, entre outros assuntos em pau ta, o Con-selho Nacional da Ordem dos Advogados de Angola debruçou-se sobre a sua participação nas actividades relacionadas com oprocesso eleitoral em curso no pais, de signadamente a observação eleitoral nacional, nos termos legais, iniciada com a campa -nha eleitoral, e as actividades de educação cívica.

No concernente à observação eleitoral, em estrita observância ao previsto na legislação para o efeito, o Conse lho reiterouo engajamento e a participação da Ordem, atento ao facto de isso traduzir e concretizar o cumprimento de uma das suas atri -buições estatutárias, designadamente a de pugnar pela defesa do Estado Democrático e de Direito, dos direitos, liberdades e ga -rantias dos cidadãos, e de promover o acesso ao conhecimento e aplicação do direito, contri buindo para o desenvolvimento dacultura jurídica dos cida dãos.

Enquanto agente eleitoral e cônscia das suas obriga ções, a Ordem dos Advogados assume o compromisso de pugnar pelocumprimento estrito dos deveres e exercício dos direitos plasmados na Lei de Orgânica sobre as Eleições Gerais, Lei da Obser-vação Eleitoral, Lei de Imprensa e Código de Conduta Eleitoral.

Nesse conspecto, o Conselho apela a todos os seus as sociados – advogados e advogados estagiários – enquanto artíficesda realização dos direitos fundamentais dos cida dãos, a não pouparem esforços no sentido de, sempre que solicitados, tudofa zerem para o necessário encaminha men to dos casos que lhes vierem a ser confiados às instâncias competentes, designada-mente à Comissão Nacional Eleitoral e aos órgãos judiciais.

Como todos os agentes eleitorais, a OAA pugna por que as eleições de 31 de Agosto de 2012 decorram num am bien te fra -terno e salutar, pelo que todos os seus membros, enquanto profissionais do direito, devem assumir um engajamento para quehaja efectiva observância, por parte dos agentes eleitorais, do respeito pelas instituições engajadas di recta ou indirectamente noprocesso eleitoral e pelos prin cí pios e regras disciplinares de conduta dos agentes eleitorais.

Conselho Nacional da Ordem dos Advogados, em Luan da, aos 08 de Agosto de 2012.

O Bastonário, Hermenegildo Cachimbombo

Eleições Gerais, 31 Agosto 2012

OBSERVAÇÃO ELEITORAL

A Gazeta do Advogado • n.º 18 • Julho-Setembro • 2012 • VCC

OBSERVATÓRIO