a formao da bblia ao longo dos sculos e a importncia … · o antigo testamento liga-se à idéia...

34
A FORMAÇÃO DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS E A IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA NESTE PROCESSO. Por: Leandro Martins de Jesus 1 INTRODUÇÃO A História da Bíblia Sagrada é muito longa, pois abarca um período que compreende nada menos que 15 séculos, iniciando-se no tempo anterior a Moisés, por volta do ano 1200 a.C. (antes de Cristo), chegando até o final do primeiro século após o nascimento de Jesus Cristo (século I d.C. – depois de Cristo.). Observa-se que é um grande lapso de tempo e muitos foram os acontecimentos que sucederam - se para a formação da Palavra de Deus que temos hoje em mãos. A palavra Bíblia, vem do latim vulgar Bíblia, que por sua vez vem do grego βιβλια que não é singular mas plural de “livro” (em grego: livros). Uma vez que o plural grego de Bíblia foi adotado em latim, sua forma gramatical tanto pode ser um plural neutro, como um singular feminino. A Bíblia é em síntese um conjunto de livros canônicos que concentram em si uma certa unidade, descrevendo a Revelação Divina. Ela também é denominada como: As Sagradas Escrituras. A Bíblia divide-se em duas partes principais: O Velho Testamento e o Novo Testamento. Este termo Testamento refere-se ao contexto principal dos diversos livros da Escritura. O Antigo Testamento liga-se à idéia do pacto entre Deus e o homem, iniciado com Noé, repetido com Abraão, renovado em Israel, com a libertação do Egito e o simbolismo da Arca da Aliança. Já o Novo Testamento surge da predição do profeta Jeremias (c.f. Jer 31,31-34) que o autor da carta aos Hebreus declara realizar-se em Jesus Cristo (c.f. Heb 8,6-13;10,15-17). O termo “Novo Testamento” foi dito por Cristo na última ceia (c.f. Luc 22,20), e reivindicado por São Paulo como parte do seu ministério (cf. I Cor 11,25; II Cor 3,6). Com o passar do tempo o termo Antigo Testamento ficou designando as Escrituras Judaicas (cf. II Cor 3,14), e o Novo Testamento, os novos escritos (primeiros escritos apostólicos) que começavam a surgir. O termo hebraico berith que significa aliança, foi traduzido no Velho Testamento grego,por uma palavra grega (δ αθη×κη) que possui uma dupla significação (1º - disposição, vontade ou testamento; 2º - aliança ou pacto.). O texto da Vulgata Latina traz escrito Novum Testamentum, de onde vem a tradução atual de Novo Testamento, conservando-se apenas um dos sentidos da tradução grega da palavra hebraica. ι “Como os Evangelhos e os outros escritos apostólicos foram sendo pouco a pouco considerados como escritura, foi mister distingui-los pelo nome de “O Novo Testamento”, expressão que começou a empregar-se no princípio do terceiro século, quando Orígenes 2 fala das “Divinas Escrituras”, que são o Velho e Novo Testamento”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. 3 São Paulo.1951, p.3) 1 Discente de Pedagogia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Estudante de História da Igreja pela Escola Mater Ecclesiae e de Teologia para Leigos pelo Vicariato S. João da Diocese de Vitória da Conquista – Ba. É paroquiano da Igreja Nossa Senhora das Graças em Itapetinga-Ba. 2 Foi um dos Pais Apostólicos da Igreja Católica. Mestre de famosa Escola de Teologia em Alexandria (Egito) no séc. III. Nasceu em 184 e morreu em 254 d.C. em Cesaréia na Palestina, durante a perseguição do imperador romano Décio. 3 Livro de autor Protestante, Doutor em Teologia. 1

Upload: vuongxuyen

Post on 08-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

A FORMAÇÃO DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS E A IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA NESTE PROCESSO.

Por: Leandro Martins de Jesus1

INTRODUÇÃO

A História da Bíblia Sagrada é muito longa, pois abarca um período que compreende nada menos que 15 séculos, iniciando-se no tempo anterior a Moisés, por volta do ano 1200 a.C. (antes de Cristo), chegando até o final do primeiro século após o nascimento de Jesus Cristo (século I d.C. – depois de Cristo.). Observa-se que é um grande lapso de tempo e muitos foram os acontecimentos que sucederam - se para a formação da Palavra de Deus que temos hoje em mãos.

A palavra Bíblia, vem do latim vulgar Bíblia, que por sua vez vem do grego βιβλια que não é singular mas plural de “livro” (em grego: livros). Uma vez que o plural grego de Bíblia foi adotado em latim, sua forma gramatical tanto pode ser um plural neutro, como um singular feminino.

A Bíblia é em síntese um conjunto de livros canônicos que concentram em si uma certa unidade, descrevendo a Revelação Divina. Ela também é denominada como: As Sagradas Escrituras.

A Bíblia divide-se em duas partes principais: O Velho Testamento e o Novo Testamento. Este termo Testamento refere-se ao contexto principal dos diversos livros da Escritura. O Antigo Testamento liga-se à idéia do pacto entre Deus e o homem, iniciado com Noé, repetido com Abraão, renovado em Israel, com a libertação do Egito e o simbolismo da Arca da Aliança. Já o Novo Testamento surge da predição do profeta Jeremias (c.f. Jer 31,31-34) que o autor da carta aos Hebreus declara realizar-se em Jesus Cristo (c.f. Heb 8,6-13;10,15-17). O termo “Novo Testamento” foi dito por Cristo na última ceia (c.f. Luc 22,20), e reivindicado por São Paulo como parte do seu ministério (cf. I Cor 11,25; II Cor 3,6).

Com o passar do tempo o termo Antigo Testamento ficou designando as Escrituras Judaicas (cf. II Cor 3,14), e o Novo Testamento, os novos escritos (primeiros escritos apostólicos) que começavam a surgir. O termo hebraico berith que significa aliança, foi traduzido no Velho Testamento grego,por uma palavra grega (δ αθη×κη) que possui uma dupla significação (1º - disposição, vontade ou testamento; 2º - aliança ou pacto.). O texto da Vulgata Latina traz escrito Novum Testamentum, de onde vem a tradução atual de Novo Testamento, conservando-se apenas um dos sentidos da tradução grega da palavra hebraica.

ι

“Como os Evangelhos e os outros escritos apostólicos foram sendo pouco a pouco considerados como escritura, foi mister distingui-los pelo nome de “O Novo Testamento”, expressão que começou a empregar-se no princípio do terceiro século, quando Orígenes2 fala das “Divinas Escrituras”, que são o Velho e Novo Testamento”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.3São Paulo.1951, p.3)

1 Discente de Pedagogia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Estudante de História da Igreja pela Escola Mater Ecclesiae e de Teologia para Leigos pelo Vicariato S. João da Diocese de Vitória da Conquista – Ba. É paroquiano da Igreja Nossa Senhora das Graças em Itapetinga-Ba. 2 Foi um dos Pais Apostólicos da Igreja Católica. Mestre de famosa Escola de Teologia em Alexandria (Egito) no séc. III. Nasceu em 184 e morreu em 254 d.C. em Cesaréia na Palestina, durante a perseguição do imperador romano Décio. 3 Livro de autor Protestante, Doutor em Teologia.

1

COMO E QUEM DEFINIU QUAIS SERIAM OS LIVROS DA BÍBLIA

“Quanto ao Antigo Testamento, temos três idiomas originais. A maior parte foi escrita e chegou até nós em língua hebraica. Alguns capítulos dos livros de Esdras e Daniel, e um versículo de Jeremias estão em aramaico, que foi o idioma falado na Palestina depois do exílio babilônico (séc. VI a.C.). Dois livros, o segundo dos Macabeus e a Sabedoria, foram escritos originalmente em grego. Dos livros de Judite, Tobias, Baruc e Eclesiástico, e parte também de Daniel e Ester, perdeu-se como no caso do Evangelho de Mateus, o texto original hebraico ou aramaico, sendo substituído pela versão grega. Essas diferenças lingüísticas não deixavam de exercer a sua influência sobre a extensão do cânon dos livros sagrados. Enquanto os Judeus disseminados no mundo greco – romano não tinham dificuldade em introduzir os livros redigidos em grego, os judeus da palestina não queriam conformar-se com isso.”(Bíblia Sagrada.São Paulo.1982, p.8)

O Antigo Testamento nos foi legado pelos Hebreus, tínhamos no início do Cristianismo, duas versões, uma Palestina (Cânon restrito) composta por 39 livros que foram escritos na Terra Santa, em hebraico, divididos em: A lei (Torá), Os profetas e os Escritos (Hagiógrafa) e uma Alexandrina (Cânon completo), composta de 46 livros, que é uma tradução grega, da versão Palestina, feita na cidade de Alexandria entre 250 a.C e 100 a.C, através de setenta sábios judeus (ou setenta e dois, segundo tradições), fato este que originou o termo versão dos Setenta (LXX) ou Alexandrina. Os sete livros que só figuram na versão dos Setenta ou Alexandrina são: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico ou Sirácida, I e II Macabeus, além dos fragmentos de Ester 10,4-16, 24, Daniel 3,24-20; e os capítulos 13 e 14.

No ano 100 d.C. (séc. I d.C.), época em que se difundia o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos que surgiam, (que os judeus não acreditavam nem aceitavam) os Doutores da Sinagoga (rabinos judeus) realizaram um Sínodo (Conselho de Jâmnia) na cidade de Jâmnia (ou Jabnes), perto de Jafa, na Palestina, para definir quais seriam os livros da Bíblia (somente o Antigo Testamento em que eles acreditavam) e definiram como critério para isso os seguintes itens como assevera o teólogo Felipe Aquino:

1. Deveria ter sido escrito na Terra Santa; 2. Escrito somente em hebraico, nem aramaico nem grego; 3. Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.); 4. Sem Contradição com a Torá ou Lei de Moisés. “Esses critérios eram racionalistas mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia Judaica da Palestina os livros que não constam na Bíblia protestante”. (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.32)

“(...) foi - se formando (...) a opinião de que depois de Esdras (séc. IV a.C.) faltando ou sendo incerto o dom profético (cf. I Mac 4,46;14,41) nem sequer admitiam pudessem ser escritos livros inspirados por Deus. Por isso quando nos fins do séc. I d.C. os Doutores da Sinagoga fixaram o cânon das sagradas escrituras, foram excluídos até os livros escritos em hebraico depois daquela época, como o Eclesiástico. Daí resultou o cânon hebraico em que faltam sete livros”. (Bíblia Sagrada. São Paulo.1982, p.8)

2

A definição do Cânon Bíblico para os cristãos partiu da autoridade apostólica da Igreja Católica4, tanto para os livros do Velho Testamento, quanto para os livros do Novo Testamento, como pode ser evidenciado histórica e teologicamente. No que diz respeito ao Antigo Testamento, os Judeus nos legaram as duas versões acima descritas (Palestina e Alexandrina ou dos LXX), e a Igreja após dirimir suas dúvidas através da análise teológica dos livros, juntamente com o discernimento do Espírito Santo optou pelo Cânon completo da versão dos LXX (Alexandrina).

“A palavra cânon é grega e significa literalmente uma regra ou medida, ou varinha direita. No seu principal sentido metafórico de regra de fé aparece a palavra cânon no Novo Testamento:“a todos quanto andarem nesta regra, paz e misericórdia sobre eles” (cf. Gal 6,16). Parece ter sido neste sentido na verdade muito apropriado que no quarto século a palavra cânon principiou a ser aplicada às Escrituras, que continham a regra autorizada pela qual deve ser moldada a vida do homem. Mas foi a Igreja5, que guiada por Deus formou o Cânon, determinando depois de largos debates, que livros deveriam ter sido recebidos como sagrados e quais deveriam ser rejeitados. A Igreja, pois é que primeiramente canonizou os livros santos, que ficaram sendo canônicos, isto é, conforme o cânon à regra.” (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.6)

Os protestantes após a “reforma luterana” começaram a rejeitar os sete livros acima citados, da versão dos LXX e em meados dos séculos XIX os retiraram de suas Bíblias, como afirma o teólogo Felipe Aquino:

“Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Bíblicas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia” (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.34)

“Os protestantes só admitem como livros sagrados os 39 livros do cânon hebreu (de Jâmnia). O primeiro que negou a canonicidade dos sete deuterocanônicos foi Carlostadio (1520), seguido de Lutero (1534) e depois Calcino (1540)”. (Como a Bíblia foi escrita. A.C.I. Digital. 2004)

Historicamente se comprova que os primeiros cristãos utilizavam o Antigo Testamento

da versão dos LXX (Alexandrina), portanto com os sete livros rejeitados pelos judeus e protestantes.

4 As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito nas Sagradas Escrituras e nesta se nos oferecem, foram consignadas sob influxo do Espírito Santo. Pois a Santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica tem como sagrados e canônicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, por que, escritos sob a inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20,31; II Tim 3,16; II Ped 1,19-21; 3,15-16), eles tem em Deus o seu autor e nesta sua qualidade foram confiados a Igreja. (Dei Verbum 11). 5 Trata-se da Igreja Católica Apostólica Romana. A primeira vez na História que aparece o termo “Igreja Católica” foi em uma carta de Inácio de Antioquia (†110), à comunidade de Esmirna (atual Izmir, Turquia) que dizia: "Onde está o Cristo Jesus está a Igreja Católica" (Carta aos Esmirnenses 8,2). Inácio foi o terceiro bispo da comunidade de Antioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João (evangelista). Foi preso e conduzido a Roma por ordem do imperador Trajano, sendo martirizado no Coliseu, nos dentes dos leões. A caminho de Roma escreveu cartas às comunidades de Éfeso, Magnésia, Filadélfia, Esmirna, Trales e ao bispo de Esmirna, São Policarpo. Na Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais (da revista "Isto é"), página 259, tópico Igreja Católica, vemos a seguinte afirmação: "Roma foi a única Igreja ocidental fundada por um apóstolo (São Pedro). Da Irlanda aos Cárpatos, os cristão passaram a reconhecer o bispo de Roma como o Papa (do latim vulgar papa, "pai") e usavam o latim nos serviços religiosos nas leituras das escrituras e na teologia (...)."

3

“Tem – se dito que a Bíblia dos Apóstolos, aquela que habitualmente citam é a septuagentina6, e que esta versão contém os livros apócrifos. Que eles usavam a versão dos setenta não sofre dúvida”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.15) “Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os livros rejeitados em Jâmnia (ou Jabnes). Ao escreverem o Novo Testamento usaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego,“dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos cristãos”.(Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.32)

Quanto às dúvidas surgidas no seio da Igreja durante o processo de definição do Cânon das sagradas escrituras, nota-se o debate teológico dos grandes Pais Apostólicos da Igreja e a colaboração do Espírito Santo para a chegada em um consenso.

“Alguns Padres da Igreja denotam certas dúvidas nos seus escritos, por exemplo, Atanásio7 (373), Cirilo de Jerusalém8 (386), Gregório Nazianzeno9 (389), enquanto outros mantiveram como inspirados também os deutero-canônicos, por exemplo, Basílio10 ( 379), Santo Agostinho11 (430), Leão Magno12 (461). A partir do ano 393 diferentes concílios, primeiro regionais e logo ecumênicos, foram fazendo precisões à lista dos Livros "canônicos" para a Igreja”. (Como a Bíblia foi escrita. A.C.I. Digital. 2004).

“Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deuterocanônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma13, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas14, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do II Macabeus; Santo Hipólito15 (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como

6 Forma como também é conhecida a versão dos LXX (setenta). 7 S. Atanásio (295-373 d.C.), é considerado doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, tornou-se diácono e junto com o Bispo Alexandre destacou-se no Concílio de Nicéia (325 d.C.) combatendo o arianismo que negava a divindade de Cristo. 8 É considerado doutor da Igreja, foi Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada no concílio de Nicéia (325 d.C.), é autor da obra Catequeses Mistagógicas, esteve no concílio Ecumênico Constantinopla I (381 d.C.).Morreu em 386 d.C. 9 É considerado Doutor da Igreja, nasceu em 329 d.C. em Naziano na Capadócia e morreu em 389 d.C. Lutou contra o arianismo, sua doutrina sobre a Santíssima Trindade lhe rendeu o título de teólogo, confirmado no Concílio de Calcedônia em 481 d.C. 10 É considerado Doutor da Igreja, nasceu em 330 d.C. e morreu em 369 d.C., foi Bispo. 11 Foi Bispo e Doutor da Igreja, nasceu em Tagaste na Tunísia, viveu de 354 d.C. a 430 d.C. , se converteu em Milão, ouvindo as pregações do Bispo S. Ambrósio.Tornou-se Bispo de Hipona aos 42 anos de idade, combateu o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo, heresias do seu tempo. 12 Foi Papa (440 – 461 d.C) e Doutor da Igreja, viveu de 400 d.C. a 461 d.C. Deixou 96 sermões e 173 cartas, participou do Concílio da Calcedônia combatendo o monofisismo. 13 Foi o terceiro sucessor de São Pedro, quarto Papa da Igreja (88 – 97 d.C.), nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e Trajano (92 – 102 d.C.). Segundo S. Irineu “ele viu os apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento” (Contra as heresias). (cf. Fil 4,3). 14 Era irmão do Papa São Pio I (140 – 155 d.C.). Escreveu a obra Pastor, de visão apocalíptica, morreu em 160 d.C. 15 S. Hipólito de Roma (160 – 234 d.C.), foi discípulo de S. Irineu (140 – 202 d.C.), foi célebre na Igreja de Roma, sendo sua pregação ouvida por Orígenes (184 – 254 d.C.). Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos e a obra Tradição Apostólica, em que relata os costumes da Igreja no século III.

4

Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, I e II Macabeus. Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto, os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870)”. (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.33)

Os livros rejeitados pelos protestantes são por eles chamados de apócrifos, os católicos não adotam este termo para tratar os referidos sete livros, considerando-os deuterocanônicos, ou seja, aqueles livros que do século II d.C. ao século IV d.C. a Igreja não tinha ainda ratificado a sua canonicidade e eram motivo de estudo e discernimento do Sagrado Magistério da Igreja16.

“Chegou-se a fazer distinção entre “livros reconhecidos” (homologúmenos), admitidos por todos (os do cânon hebraico) e “livros controversos” (antilogúmenos), não admitidos por todos (...) os primeiros se chamam protocanônicos e os segundos deuterocanônicos, ou seja, canônicos de primeira e segunda época. Compreende-se que os hebreus rejeitem, em sua totalidade o Novo Testamento, alem dos deuterocanônicos do Antigo. Os protestantes ocupam uma posição de meio termo. No novo testamento depois das primeiras incertezas de seus fundadores admitiram integralmente e sem distinção o Cânon Católico. No Antigo Testamento, ao invés, seguindo o cânon mais restrito dos hebreus, rejeitam como fora da série dos livros sagrados, sob o nome de “apócrifos”, os que nós chamamos deuterocanônicos.” (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.8)

Para se chegar ao Novo Testamento que temos, a Igreja Católica teve de rejeitar diversos livros que não eram inspirados por Deus, e através de sua autoridade apostólica17 definir o Cânon das Escrituras.Os livros abaixo citados são os que os católicos consideram apócrifos, ou seja, livros não revelados pelo Espírito Santo e que muitas vezes continham heresias, a Igreja os considera importante para o estudo, visto que alguns deles podem conter verdades históricas.Através da quantidade de livros observa-se como a Igreja teve de ser criteriosa, inspirada e dirigida pelo Espírito Santo, para retirar o joio do meio do trigo. Sem a autoridade da Igreja não teríamos como saber quais seriam os livros divinamente inspirados por Deus para a composição da Revelação Escrita – As Sagradas Escrituras.

16 Advém da Sucessão Apostólica. É formado pelo Papa (sucessor de Pedro) e Bispos (sucessor dos Apóstolos), com a missão de conservar o “depósito da fé” (I Tim.1,10; Luc.10,26;), ensinando a verdade extraída da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição Apostólica. 17 Em sua extrema benignidade, Deus tomou providencias a fim de que aquilo que Ele revelara para a salvação de todos os povos se conservasse inalterado para sempre e fosse transmitido a todas as gerações (...). Mas para que o Evangelho sempre se conservasse vivo e inalterado na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, a eles “transmitindo o seu próprio encargo do Magistério” (S. Irineu in: Adv. Haer., III, 3,1). Portanto, esta Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura de ambos os testamentos são como o espelho em que a Igreja peregrina na terra contempla a Deus de Quem tudo recebe, até que chegue a vê-lo face a face como é ( cf. I Jo 3,2).(Dei Verbum, 7). O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante dessa tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja que crê e ora. Pela mesma Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados (...). E assim o Deus, que outrora falou, mantém um permanente diálogo com a esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo, leva os fieis à verdade toda e faz habitar neles abundantemente a palavra de Cristo (cf. Col 3,16). (Dei Verbum, 8).

5

Apócrifos referentes ao Novo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:

1. Evangelho segundo os Hebreus (gnóstico) – Fim do Séc I d.C. 2. Proto – Evangelho de Tiago. 3. Evangelho do Pseudo Tomé. 4. O Evangelho de Pedro – Meados do Séc II d.C. 5. O Evangelho de Nicodemos. 6. O Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos – Meados do Séc II d.C. 7. Evangelho segundo os Egípcios – Meados do Séc II d.C. 8. Evangelho de André – Séc II/III d.C. 9. Evangelho de Felipe – Séc II/III d.C. 10. Evangelho de Bartolomeu – Séc II/III d.C. 11. Evangelho de Barnabé – Séc II/III d.C. 12. O drama de Pilatos. 13. A morte e assunção de Maria. 14. A Paixão de Jesus. 15. Descida de Jesus aos Infernos. 16. Declaração de José de Arimatéia. 17. História de José o garimpeiro. 18. Atos de Pedro. 19. Atos de Paulo. 20. Atos de André. 21. Atos de João. 22. Atos de Tomé. 23. Atos de Felipe. 24. Atos de Tadeu. 25. Epístola de Barnabé. 26. III Epístola aos Coríntios – Séc. II d.C. 27. Epistola aos Loadicenses – Fim do Séc. II d.C. 28. Carta dos Apóstolos – 180 d.C. 29. Correspondência entre Sêneca e São Paulo – Séc. IV d.C. 30. Apocalipse de Pedro – Meados do Séc. II d.C. 31. Apocalipse de Paulo – 380 d.C. 32. Sibila Cristã – Séc. III d.C.

Também em relação ao Antigo Testamento a Igreja Católica, rejeitou diversos livros como apócrifos, utilizando-se mais uma vez de sua autoridade para a delimitação do Cânon Bíblico.

Apócrifos referentes ao Antigo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:

1. A vida de Adão e Eva. 2. I Henoque. 3. II Henoque. 4. Apocalipse de Abraão. 5. Testamento de Abraão. 6. Testamento de Isaac. 7. Testamento de Jacó. 8. Escada de Jacó. 9. José e Asenet. 10. Testamento dos Doze Patriarcas.

6

11. Assunção de Moisés.18 12. Testamento de Jô. 13. Salmos de Salomão. 14. Odes de Salomão. 15. Testamento de Salomão. 16. Apocalipse de Elias. 17. Ascensão de Isaías. 18. Paralipômenos de Jeremias. 19. Apocalipse Siríaco de Baruc. 20. Apocalipse de Sofonias. 21. Apocalipse de Esdras. 22. Apocalipse de Sedrac. 23. III Esdras. 24. IV Esdras. 25. Sibilinos. 26. Pseudo-Filemon. 27. III Macabeus. 28. IV Macabeus. 29. Salmos 151-155. 30. Oração de Manasses. 31. Carta de Aristeu. 32. As Dezoito Bênçãos. 33. Ahigar. 34. Vida dos Profetas. 35. Recabitas.

Relação de citações implícitas dos livros deuterocanônicos nos escritos do Novo Testamento:

Deuterocanônico Protocanônico Antigo Testamento Novo Testamento

Sabedoria 13,1 – 9 Romanos 1,19 – 32 Sabedoria 6,1 – 4 Romanos 13,1 Sabedoria 2,13.18 Mateus 27,43 Eclesiástico 4,34 Tiago 1,19 Eclesiástico 27,30 – 28,1-7 Lucas 11,4; Mateus 6,15 Eclesiástico 31,1–11 Lucas 18,24 – 25 Eclesiástico 35,11–24 Lucas 18,1– 8 I Macabeus 2,29 – 48 Marcos 2,27 II Macabeus 6,18 – 7,42. Hebreus 11,34 – 40 Tobias 12,15 Apocalipse 8,2 Tobias 12,1 – 22 Mateus 6,1 – 18 Tobias 13,11 – 18 Apocalipse 21,1 – 22,1 – 5

18 Na Epístola de S. Judas (canônica), há uma alusão deste apócrifo, citando uma antiga tradição hebraica – A ascensão de Moisés.(cf. Judas v.9).E uma citação do apócrifo de Henoque (cf. Judas v. 14-15).

7

VERSÕES DO VELHO TESTAMENTO

• Pré – Massorético e Massorético – É um trabalho que surge do fim do primeiro século em diante, transmitindo o texto hebraico livre de corrupção. O texto do Velho Testamento fixou-se pela tradição, e a versão massorética trazia as variantes anotadas na margem. O hebraico era escrito sem o uso das vogais até o século VII. Entre os séculos VII a X os doutores judeus colocaram as vogais no texto.

• Semíticas:

1. Em primeiro lugar se coloca os Targuns, devido a utilizar linguagem que mais se aproxima do original hebraico. Após a volta dos Judeus do cativeiro da Babilônia, em grande parte haviam perdido o uso da própria língua, sendo-lhes necessário não só ler ás escrituras no original como dar-lhe a verdadeira significação. Dessa forma era feita a tradução parafraseada numa série de targuns (interpretações) na língua caldéica ou no dialeto oriental aramaico. Os targuns eram numerosos e os que chegaram até nos eram da era cristã. Os mais antigos são os da Lei e dois referentes ao Pentateuco anteriores ao sétimo século.

2. O Pentateuco Samaritano - Foi escrito num dialeto da família hebraica, utilizando caracteres do antigo hebraico. Eusébio de Cesaréia e Cirilo de Jerusalém fazem referencias a cópias deste manuscrito. Por muito tempo pensou-se que tudo havia sido perdido, mas no princípio do século XVII foi enviada uma cópia de Constantinopla a Paris. O valor dessa obra chegou a ser superestimado, mas já não se julga superior ao texto hebraico. A cópia samaritana é valorosa para a determinação da história das vogais hebraicas.

• Versões Gregas:

1. A septuagentina – A versão chamada dos LXX (setenta) ou Septuagentina ou ainda Alexandrina, foi feita no Egito por judeus de Alexandria. Aristeas, um escritor da Corte de Ptolomeu Filadelfo19 II (285-247 a.C.) conta em uma pseudocarta, que esta versão foi feita por setenta e dois judeus (seis de cada tribo) mandados a Alexandria no ano de 285 a.C. por Eleazer a pedido de Demétrio Falário, o bibliotecário do rei e completada em setenta e dois dias. Não se pode precisar que se tenha ocorrido verdadeiramente dessa maneira que a história nos chega. Quanto ao tempo em que se completou, não existe prova alguma. Uma análise crítica da obra mostra que esta contém muitas palavras greco-egípcias, e que o Pentateuco está traduzido com maior exatidão do que os outros livros.

19 Rei egípcio de Alexandria no século II a.C, que se orgulhava de possuir em sua rica biblioteca todos os “livros do mundo”.

8

2. A Hexapla de Orígenes – Na primitiva Igreja Cristã20 a versão dos LXX era de grande estima, embora certos escritores buscassem o texto hebraico para confirmar seu texto. No intuito de corrigi-la, Orígenes (185-254), um dos grandes teólogos da Igreja Católica do século III, compôs a sua Hexapla ou Versão das seis colunas (em meados de 228 d.C.). Esta versão continha além da Versão dos LXX, as traduções gregas do Antigo Testamento feitas por: Áquila do Ponto (130 d.C.); Teodoto de Éfeso (160 d.C.) e Símaco um samaritano (218 d.C.). As duas colunas restantes continham o texto hebraico e a sua tradução em caracteres gregos. Esta obra era constituída de cinqüenta volumes e perdeu-se provavelmente no saque de Cesaréia, feito pelos sarracenos em 653 d.C. Eusébio21 de Cesaréia (260-339) havia copiado a coluna formada pelo texto da versão dos LXX, com as correções ou adições dos outros tradutores aos quais Orígenes havia recorrido. O texto hexaplariano como é conhecido, foi publicado em Paris no ano de 1714. Os principais códices manuscritos dos LXX são: o Vaticano (B); o Sianaítico; o Alexandrino (A) e os fragmentos do Códice Efraimita (C). Entre as edições impressas dos LXX, pode-se citar a Complutensiana (1517), que segue em muitos trechos a versão hebraica massorética e a Hexapla de Orígenes; a Aldina (1518), que apresenta muitas variantes do Códice do Vaticano (B); a Romana ou Vaticana (1587) baseada no Códice do Vaticano (B); a Grabiana (1707 a 1720) que foi baseada principalmente no Códice Alexandrino (A) e a edição crítica de Cambridge (1887 – 1894).

• Antigas Versões Latinas :

1. Latina – Entre as mais antigas versões baseadas nas versões dos LXX, temos a Latina feita na África, e muitas vezes transcritas total ou parcialmente em várias províncias do Império Romano. Pelas diferenças que se encontram nas cópias, alguns acreditam que houveram diversas versões, porém a hipótese mais aceita é que se trata da revisões da mesma tradução original.

2. Ítala – A mais importante das revisões da Latina fez-se na Itália, com o fim de corrigir os provincianismos e outros pequenos defeitos da versão africana. Santo Agostinho refere-se a ela em seu escrito De Doctrina Cristiana II, chamando-a de Ítala. São Jerônimo22 a considera em geral muito boa. Em seu texto predomina traços do Códice Alexandrino (A) e baseando-se em citações

20 Quando se diz Primitiva Igreja Cristã ou Igreja Primitiva, entenda-se a única Igreja Cristã existente na época: Católica Apostólica (vide nota de rodapé nº 5). “As primeiras Igrejas surgiram como comunidades fundadas pelos apóstolos (54 d.C.). Do núcleo fundado por Pedro em Roma, originou-se todo o cristianismo no Ocidente, que posteriormente foi dividido em arquidioceses, dioceses e províncias eclesiásticas, em comunhão com a Sé Romana, a partir de 70 d.C.” (Revista: Superinteressante. Ed.181, pg.22-23). 21 Bispo Católico de Cesaréia na Palestina. Por volta do ano 300 d.C. escreveu a primeira História da Igreja. Nasceu na Palestina, em Cesaréia, foi discípulo de Orígenes (184-254). Escreveu sua Crônica, A História Eclesiástica, A preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi perseguido pelo imperador romano Dioclesiano. 22 Viveu de 347 a 420 d.C, é considerado “Doutor Bíblico”. Em 379 d.C. ordenou-se sacerdote pelo Bispo Paulino de Antioquia. De 382 a 385 d.C. foi secretário do Papa S. Damaso, por cuja ordem vez a revisão latina da Bíblia, conhecida como Vulgata, levando aproximadamente 34 anos para terminar. Em S. Jerônimo destaca-se a austeridade, o temperamento forte, a erudição e o amor à Igreja e a Sé de Pedro.

9

de Tertuliano,23 presume-se que a versão seja do final do segundo século (Séc. II d.C.).

3. Vulgata – Devido a diversidade de cópias e as suas imperfeições, a pedido do Papa (de 366 a 384 d.C.) S. Dâmaso, S. Jerônimo foi incumbido da tarefa de fazer a revisão dos textos das cópias latinas, como Orígenes havia feito a revisão da Septuagentina. Utilizou para isso a Hexapla de Orígenes, para corrigir todo o Velho Testamento. Quando estava prestes a terminar esta correção, S. Jerônimo decidiu fazer uma tradução em latim, feita diretamente do Hebraico. Consagrou o melhor do seu tempo a esta obra, completando-a em 404 d.C. aproximadamente.

“Entre os tradutores antigos da Bíblia, S. Jerônimo foi o último no tempo, embora o primeiro no mérito: não só por se ter podido valer do trabalho dos seus antecessores, mas sobretudo porque, pela prática constante, adquiriu domínio tal das línguas bíblicas (hebraico, aramaico e grego) que entre os antigos cristãos não se conhece igual. Acrescente-se um conhecimento igualmente único da literatura exegética tanto judaica, quanto cristã. Com bagagem de cultura literária incomum, com ótima preparação e excelentes critérios, pôs mãos ao árduo trabalho. Começou por corrigir (em Roma em 384 a convite do Papa S. Dâmaso) os Evangelhos Latinos, auxiliado para isso pelos melhores códices gregos. Transferindo-se depois para a Palestina (386)... estendeu o mesmo trabalho de paciente revisão... aos livros do Antigo Testamento; mas tendo terminado uma parte deles, sobretudo os Salmos, que passaram depois a Vulgata, compreendeu que prestaria um serviço muito melhor à Igreja, fazendo uma nova versão diretamente do texto hebraico. E sem esmorecer diante das ingentes dificuldades, e sem se cansar no longo e áspero caminho, a ela se dedicou com admirável constância pelo espaço de uns quinze anos, de 390 a 404, até o acabamento feliz da obra”. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.13)

Uma reverencia supersticiosa à versão dos LXX, fez com que muitos não aceitassem a obra de S. Jerônimo, mas a tradução foi conquistando espaço e ganhando destaque, e no tempo de Gregório (o Grande), Papa de 690 a 604, já tinha igual autoridade e foi dignificada com o nome de Vulgata (“versio Vulgata”; a versão corrente).

As traduções de S. Jerônimo não encontraram imediatamente no mundo latino a acolhida que mereciam. A propagação devida em parte às dificuldades da época, foi lenta, mas em constante progresso, de sorte que dois séculos depois S. Isidoro de Sevilha24 (636) pôde escrever que ela já estava em uso em toda a Igreja do Ocidente, e mais tarde o renascimento carolíngio consagrou-lhe definitivamente o triunfo sobre as antigas versões latinas. Formou-se assim entre o séc. V e IX, a versão que propriamente é chamada Vulgata. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.13-14)

23 Tertuliano (220d.C.) de Catargo, norte da África, era advogado em Roma quando em 195 d.C converteu-se ao Cristianismo passando a servir à Igreja de Catargo como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja. É autor da frase: “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos.” 24

Viveu de 560 a 636 d.C. foi Bispo e Doutor da Igreja. Nasceu em Sevilha, foi educado por seu irmão São Leandro, bispo de Sevilha. É chamado também o último Padre da Igreja do Ocidente. A sua obra Etimologias, composta de 20 volumes, é uma síntese de todo saber antigo e de seu tempo.

10

O texto da Vulgata foi composto em parte da antiga versão latina (Cinco deuterocanônicos do Antigo Testamento: I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc, com a carta de Jeremias), em parte na edição revista por S. Jerônimo (os Salmos, o Antigo e Novo Testamentos) e è também uma nova tradução feita diretamente do hebraico (todo o Antigo Testamento hebraico, exceto os Salmos, Tobias e Judite). S. Jerônimo estava familiarizado com os exegetas hebraicos incorporando muitas das suas interpretações na vulgata, mas geralmente seguia-se a versão dos LXX, mesmo quanto o texto diferia do hebraico. Com o passar do tempo, o texto da Vulgata perdeu um pouco de sua pureza, devido às cópias e introduções de antigas versões, porém nobres doutores revisaram o texto reconduzindo-o à primitiva integridade. Citamos a revisão efetuada pelo sábio Alcuíno (735 – 808 d.C.), ordenada por Carlos Magno e a de Lanfranc. Com o passar do tempo começaram a surgir novamente, textos de valor discutíveis, principalmente após a “reforma protestante”. Assim sendo, a Sessão IV de 08 de abril de 1546, do Concílio Ecumênico de Trento, após definir o Cânon das Sagradas Escrituras, decretou que a Vulgata seria versão autêntica, e que fosse impressa com a máxima correção. Os Papas desde Pio IV (1559 a 1565) até Clemente III (1592 a 1605) nomearam consecutivamente quatro comissões para este fim, culminando na edição publicada em 1590 por Sixto V, (Papa de 1585 a 1590), posteriormente substituída pela edição publicada em 1592 por Clemente VIII, (Papa de 1592 a 1605), edição conhecida como sixto –Clementina. Depois houve mais duas edições vaticanas em 1593 e 1598, as quais são a base de todas as versões posteriores até os dias atuais. O mais importante e célebre manuscrito da vulgata é o Codex Amiatinus, do final do sétimo século, que está em Florença, Itália, na biblioteca Laurentiana.

• Siríaca ou Versão Aramaica Ocidental:

1. A versão Peshita – Peshita significa “correta ou simples”, esta versão foi feita diretamente do hebraico e concorda com rigor ao texto massorético. Não se pode afirmar em que tempo e onde foi feita esta tradução, presume-se que os cristãos da Síria, obtiveram a Escritura em sua própria língua. Pelo exame da tradução acredita-se que os tradutores eram judeus – cristãos que traduziram o Velho Testamento do original hebraico. Esta versão continha todos os livros canônicos do Velho e Novo Testamentos, exceto II carta de S. Pedro, II e III carta de S. João, a carta de S. Judas e o Apocalipse de S. João. O texto difere de das principais classes de manuscritos.

• Diversas versões antigas:

1. A História Eclesiástica, de Eusébio de Cesaréia, coloca a versão da Etiópia no ano de 330 d.C. O texto baseia-se totalmente na versão dos LXX e segue as variantes do códice Alexandrino.

2. A maior parte o Velho Testamento, existe nos dialetos cópticos de Egito. A época mais provável em que essas versões foram feitas são os séculos III ou IV d.C. com algumas suposições que possam ser dos séculos I ou II d.C. São

11

baseados na versão dos LXX, seguindo as variantes do códice Alexandrino, os tradutores são desconhecidos.

3. A versão Gótica da Bíblia, foi feita por Ulfilas, bispo dos Ostrogodos, que esteve no Concílio de Constantinopla I (maio a junho de 381 d.C.). É uma tradução da versão dos LXX, de considerável valor crítico, embora se restem alguns fragmentos desta versão.

4. A versão Armênia foi feita em meados do século V d.C., baseada na versão Siríaca, mais tarde foi revista segundo a versão dos LXX, sendo traduzida pelo patriarca Mesrob.

5. A versão Gregoriana foi feita no século VI d.C., através de cópias da versão Armênia.

6. A versão Eslava ou Eslavônica foi feita em meados do século IX d.C., pelos irmãos católicos, Cirilo e Metódio de Tessalônica, missionários da Bulgária e Moravia, que traduziram as Escrituras para a língua eslava (ou eslavônica). Considera-se como proveniente da versão dos LXX embora alguns testemunhos antigos indiquem que a tradução foi feita do latim.

7. As versões Árabes dos diversos livros das Escrituras, foram traduzidas da versão dos LXX entre os séculos VIII e XII d.C, segundo diversos escritores, porém os livros de Jó, Crônicas, Juízes, Rute, Samuel, e algumas partes de outros livros, foram traduzidas da versão Siríaca Peshita.

A DEFINIÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

“O Espírito Santo, dado a Igreja, despertou santos instintos, auxiliou o discernimento entre o puro e o espúrio, e assim foi possível chegar a uma gradual harmônica e por fim unânime conclusão. Havia na Igreja o que um teólogo designou com felicidade pela expressão “inspiração da seleção””. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.29)

A formação do Cânon do Novo Testamento deu-se de forma gradual, de modo que depois do ano 400 d.C. não existiam mais dúvidas a este respeito, graças a intervenção da Igreja Católica, que como já citamos anteriormente, foi quem através do Espírito Santo e agindo de acordo com sua autoridade apostólica definiu quais eram os livros canônicos.

A princípio os livros foram surgindo separadamente, em diferentes localidades, e eram

guardados cuidadosamente pelas diversas comunidades apostólicas (paróquias) e lidos nas reuniões cristãs. Depois começaram a ser classificados em grupos: os Evangelhos, as Cartas (Epístolas) de São Paulo, os Atos dos Apóstolos e as Cartas Católicas (Epístolas Gerais) a estes grupos, foi acrescentado o Apocalipse, estando por volta do final do século II d.C. praticamente completa a coleção. Porém a autenticidade de alguns livros ainda ficou em aberto por certo tempo.

Existiam na Igreja Primitiva (vide nota nº 5 e nº 20), muitos escritos que diziam tratar da vida de Jesus. Segundo nos relata S. Lucas (cf. Luc 1,1-2) muitos escritores buscavam reproduzir o primitivo Evangelho oral, visto que os primeiros Evangelhos só foram escritos de 20 a 30

12

anos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, estes se conservaram oralmente até serem escritos graças a assistência do Espírito Santo, atuando na Sagrada Tradição Apostólica da Igreja, que se desenvolvia cada vez mais, expandindo-se e convertendo os povos ao Cristianismo.

Não demorou para que os quatro Evangelhos, fossem constituídos pela Tradição Apostólica, sendo universalmente reconhecidos e pela Igreja. Os Evangelhos de S. Marcos e S. Lucas foram escritos respectivamente sob a influência de S. Pedro e S. Paulo.

“Os Evangelhos de Marcos e de Lucas foram escritos por companheiros dos apóstolos: Marcos, o convertido de Pedro (cf. I Ped 5,13), e Lucas o amigo íntimo de Paulo (cf. At 20,5-6, etc). Papias (130), Justino (falecido em 164), Irineu (180), e Orígenes, todos falam do Evangelho de Marcos, como geralmente aceito, dizendo que tinha sido ditado e sancionado por Pedro. Irineu, Tertuliano e Orígenes discorrem sobre o Evangelho de Lucas como sendo universalmente recebidos e sancionados por Paulo”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.72)

Os Pais da Igreja Católica (S. Clemente de Roma, S. Policarpo de Esmirna, S. Inácio de

Antioquia, Hermas) citam os Evangelhos de tal maneira que indicam ser a autoridade dos Evangelhos inteiramente reconhecida pela Igreja. Taciano (172 d.C.), discípulo de Justino Mártir25, fez a combinação dos Evangelhos numa Harmonia chamada de Diatessaron, uma outra Harmonia foi feita por Amônio de Alexandria, professor de Orígenes. S. Irineu que quando jovem, conheceu S. Policarpo que foi discípulo do apóstolo S. João (evangelista), reconheceu a santa quaternidade dos escritos, testificando a aceitação desses livros como inspirados por Deus. S. Tertuliano da África, Atanásio de Alexandria, e Cirilo de Jerusalém confirmam ser os quatro Evangelhos as verdadeiras narrativas evangélicas.

Aos Evangelhos foi acrescentado o Livro dos Atos dos Apóstolos por consenso geral, como o segundo livro escrito por de Lucas.

“As fontes dos primeiros séculos confirmam a autenticidade do Novo Testamento. Vejamos apenas uns poucos exemplos. Evangelho de Mateus - No ano 130 o Bispo Pápias, de Hierápolis na Frígia, região da Ásia Menor, que foi uma das primeiras a ser evangelizada pelos Apóstolos, fala do Evangelho de São Mateus dizendo: “Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pode” (Eusébio, História da Igreja III, 39,16). Quem escreveu essas palavras foi o bispo Eusébio de Cesaréia na Palestina, quando por volta do ano 300 escreveu a primeira história da Igreja. Ele dá o testemunho histórico de Pápias. Note que Pápias nasceu no primeiro século, isto é, no tempo dos próprios Apóstolos; S. João ainda era vivo. Portanto este testemunho é inequívoco. Outro testemunho importante sobre o Evangelho de Mateus é dado por Santo Irineu (†200), do segundo século. Ele foi discípulo do grande bispo S. Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de S. João evangelista. S. Irineu na sua obra contra os hereges gnósticos, fala do Evangelho de Mateus, dizendo: “Mateus compôs o Evangelho para os hebreus na sua língua, enquanto Pedro e Paulo em Roma pregavam o Evangelho e fundavam a Igreja.”(Adv. Haereses II, 1,1). Evangelho de São Marcos - É também o Bispo de Hierápolis, Pápias (†130) que dá o primeiro testemunho do Evangelho de Marcos, conforme escreve Eusébio: “Marcos, intérprete de Pedro, escreveu com exatidão, mas sem ordem, tudo aquilo que recordava das palavras e das ações do Senhor; não tinha ouvido nem seguido o Senhor, mas, mais tarde..., Pedro. Ora, como Pedro ensinava, adaptando-se às várias necessidades dos ouvintes, sem se preocupar em oferecer composição ordenada das sentenças do Senhor, Marcos não nos enganou escrevendo

25 Nasceu em Naplusa, antiga Siquém em Israel, achou nos evangelhos “a única filosofia proveitosa”, era filósofo e fundou uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologia ao imperador Romano Antonino Pio em 150 d.C. defendendo os cristãos. Foi martirizado em Roma em 164 d.C. aproximadamente.

13

conforme recordava; tinha somente esta preocupação, nada negligenciar do que tinha ouvido, e nada dizer de falso” (Eusébio, História da Igreja, III, 39,15). Evangelho de São Lucas - O Prólogo do Evangelho de S. Lucas, usado comumente no século II, dava testemunho deste Evangelho, ao dizer: “Lucas foi sírio de Antioquia, de profissão médica, discípulos dos apóstolos, mais tarde seguiu Paulo até a confissão (martírio) deste, servindo irrepreensivelmente o Senhor. Nunca teve esposa nem filhos; com oitenta e quatro anos morreu na Bitínia, cheio do Espírito Santo. Já tendo sido escritos os evangelhos de Mateus, na Bitínia, e de Marcos, na Itália, impelido pelo Espírito Santo, redigiu este Evangelho nas regiões da Acáia, dando a saber logo no início que os outros Evangelhos já haviam sido escritos.” Evangelho de São João – é Santo Ireneu (†202) que dá o seu testemunho: “Enfim, João, o discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também o Evangelho quando de sua estadia em Éfeso. Ora, todos esses homens legaram a seguinte doutrina: ... Quem não lhes dá assentimento despreza os que tiveram parte com o Senhor, despreza o próprio Senhor, despreza enfim o Pai; e assim se condena a si mesmo, pois resiste e se opõe à sua salvação – e é o que fazem todos os hereges”. (Contra as heresias)” (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.40-42)

As Cartas de S. Paulo gozam também, da mesma autoridade apostólica dos Evangelhos, treze delas tem o seu nome, geralmente eram escritas através de alguém que a copiava para o apóstolo, sendo uma testemunha legítima dos seus escritos, como no caso de Tércio, que redigiu a carta aos Romanos (cf. Rom 16,22), nestes casos ele acrescentava a sua assinatura e saudação (cf. I Cor 16,21; Col 4,18). Suas cartas eram enviadas por mensageiros particulares (cf. Rom 16,1; Ef 6,21; Fil 2,25; Col 4,7-8). Sabemos pelos escritos dos Católicos S. Inácio, S. Policarpo, e S. Clemente de Roma que as Cartas de S. Paulo eram consideradas como escrituras inspiradas e lidas com a Lei, os Profetas e os Evangelhos. Uma prova mais remota aparece na II Carta de S. Pedro (cf. II Ped 3,15-16) onde se da às Cartas de S. Paulo, o nome de Escrituras.

Uma carta de S. Clemente de Roma, do século I, dirigida a comunidade de Corinto, identifica-se com o conteúdo da Carta aos Hebreus, que era admitida pelos antigos escritores da escola Alexandrina entre os escritos inspirados do Novo Testamento, porém sobre o autor pairava dúvidas, Eusébio de Cesaréia acreditava que a mesma tinha sido concebida por S. Paulo, mas redigida por outro, ou escrita por S. Paulo em hebraico ou aramaico e traduzida por um especialista em grego. Orígenes concluiu que “os pensamentos são do apóstolo (S. Paulo), mas que a redigiu só Deus sabe”.

Quanto aos livros restantes referentes ao Novo Testamento, foram chamados de antilegúmenos, ou seja, não admitidos por todos, sendo classificados também como deuterocanônicos, visto que a sua canonicidade só foi atestada numa época posterior aos dos outros livros do Novo Testamento acima citados. Estes livros foram sendo introduzidos no Cânon pouco a pouco, de modo que no princípio do século IV, toda a Igreja Católica já os reconhecia como inspirados por Deus.

Houve dúvidas se os escritos de Tiago26, Pedro27 João e Judas28 teriam sido escritos por eles, visto que muitas composições falsas surgiam com os nomes dos apóstolos, como pode ser observado pelo ensino apostólico (cf. II Tess 2,1-2; I Joa 4,1). 26 Foi o primeiro Bispo de Jerusalém depois da dispersão dos Apóstolos, é o autor da Epístola Católica que leva o seu nome. Foi morto no Templo por instigação do Sumo Sacerdote Anás II, sendo lançado de uma galeria e espancado até a morte em 62 d.C. 27 Sobre a I Pedro: O autor da epístola é sem dúvida, S. Pedro, o príncipes dos Apóstolos, que então se encontrava em Roma e daí (cf. I Ped 5,13) escreveu aos longínquos fiéis da Ásia, embora não tenham sido convertidos por ele (cf. II Ped 3,2), servindo-se de Silvano (cf. I Ped 5,12), como escrivão, e talvez como redator da epístola, notável não só pela força do pensamento, como também por que exarada em excelente grego. Desde que se formou o cânon escriturístico do Novo Testamento, a presente epístola foi incluída nele. Sobre a II Pedro: Nos séculos II e III, a II Pedro era pouco conhecida, ao menos fora do Egito, e a sua canonicidade, ou caráter sagrado, era posto em dúvida, quando não negada. Mas no século IV passou a ser

14

“Ao lado do grande epistolário paulino, outras sete epístolas de apóstolos (uma de Tiago, duas de Pedro, três de João e uma de Judas) constituem grupo à parte no cânon do Novo testamento. Desde os primeiros séculos foram denominadas tanto em grupo como individualmente, católicas, isto é, “universais”... Entre os latinos, foram também chamadas epístolas “canônicas”, talvez como protesto da fé no seu caráter de livros sagrados, que a maior parte delas foi reconhecido em era muito tardia. De fato, somente a primeira de Pedro e a primeira de João foram, desde o princípio, consideradas sem contestações nas Igrejas, como inspirados e, portanto, canônicas. Todas as outras, umas mais outras menos, encontraram oposição em diversos tempos e lugares (Eusébio. Ecles., III, 25, 1-3). No Ocidente, o grupo encontra-se já constituído em sua integridade e autoridade canônica, no princípio do século IV (Concílio Plenário da África; Papa Inocêncio I, 405). Nas Igrejas orientais não antes dos séculos VI e VII”. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.1318)

OS PRIMEIROS CATÁLOGOS DO NOVO TESTAMENTO

Do ano 200 d.C. ao ano 400 d.C. graças aos Católicos, publicaram-se aproximadamente quinze ou dezesseis catálogos de livros do Novo Testamento, vejamos alguns:

O Fragmento Muratoriano ou Cânon de Muratori – É o mais antigo documento sobre o Cânon do Novo Testamento, escrito por volta do ano 150 d.C. Uma cópia do original, datada do século VIII, foi descoberta pelo padre Italiano Ludovico Antônio Muratori em 1740 na Livraria Ambrosiana, em Milão. Fala do Papa Pio I, (bispo de Roma de 143 a 155 d.C.) irmão de Hermas, como se fosse contemporâneo. O fragmento traduzido do grego principia por Lucas como “terceiro Evangelho”, subentendendo os outros dois e cita todos os livros do Novo Testamento, com exceção das cartas: Hebreus, Tiago, I e II Pedro e II e III de João. Pelo manuscrito pode-se distinguir os livros que eram lidos publicamente na Igreja, os que algumas pessoas queriam que fossem lidos, os desprezados e os que eram lidos particularmente. (cf. Anexo I ).

S. Clemente de Alexandria († 215 d.C.) – (segundo Eusébio de Cesaréia) No princípio do século III, faz a distinção entre “o Ecvangelho” e “o Apóstolo”, reconhece quatorze Cartas de S. Paulo, inclusive “Hebreus”, omite as Cartas de Tiago, II Pedro e III João.

bem mais conhecida no Ocidente e, simultaneamente, foram-se desvanecendo as dúvidas a respeito do seu valor de livro sagrado. Entre o IV e V século ocupou um lugar definitivo no cânon das Igrejas da Europa e da África, enquanto que na Síria continuou a ser ignorada por mais alguns séculos. O mesmo não se deu com o reconhecimento da sua autenticidade...S. Pedro é verdadeiramente o seu autor. S.Jerônimo não registrava senão os fatos quando afirmava, que no ano 392, que Pedro “escreveu duas epístolas denominadas católicas, a segunda das quais muitos afirmam não ser de sua autoria, por que (foi) lavrada em estilo diferente da primeira (De viris III.c.1). Partilhando da opinião de que ambas eram genuínas, ele (S.Jerônimo) explica as diversidades de linguagem e de estilo pelo fato de S. Pedro ter ditado a dois tradutores ou redatores gregos diversos (Carta 120, a Edibia,c.9) 28 Esta curta epístola encontrava-se já no século II, segundo o testemunho do cânon Mutratoriano, incluída no cânon escriturístico da Igreja de Roma. Não faltou já então, e mais ainda depois, quem pusesse em duvida ou negasse principalmente sua canonicidade como atesta S. Jerônimo (De Vir. Ill., IV), por causa da citação do livro apócrifo de Henoque (cf. v.14-15). Prevaleceu, porém o uso antigo e a autoridade da Igreja, segundo testemunho do mesmo S. Jerônimo, e bem cedo as oposições cessaram no Ocidente e mais tarde também no Oriente.

15

Orígenes († 254 d.C.) – (segundo Eusébio de Cesaréia), lista do todos os livros do Novo Testamento, exceto as Cartas de Tiago e Judas, aos quais se refere em outra parte.

Eusébio Panfílio – (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, relata porém que há contestação da parte de alguns a respeito das Cartas de Tiago, Judas, II Pedro, II e III João.

S. Atanássio († 337 d.C) - (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento. Fala da obra O Pastor de Hermas, como útil, mas não como canônico.

S. Cirilo de Jerusalém († 386 d.C) – (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, exceto o Apocalipse de S. João, os livros contestados de que fala Eusébio já são neste tempo geralmente aceitos.

Concílio de Laodicéia – (364 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, com exceção do Apocalipse.

Epifânio de Salamis – (370 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento.

Gregório Nazianzeno († 389 d.C.) – (375 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, menos o Apocalipse.

Anfilóquio de Icônio – (380 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, mas diz que a maioria exclui o Apocalipse.

Filástrio de Bréscia – (380 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, menciona treze Cartas de S. Paulo e a Carta aos Hebreus, dizendo sobre a mesma, que alguns duvidam que seja de autoria de S. Paulo, diz também que outros negam que sejam de S. João o Evangelho e o Apocalipse.

Concílio de Catargo II – (397 d.C.) Foi um Concílio regional da Igreja, ao qual S. Agostinho († 430 d.C.) assistiu, cita todos os livros do Novo Testamento, sendo as atas deste Concílio muito importantes pelo seu testemunho histórico.

S. Jerônimo († 420 d.C.) – (382 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, diz que a Carta aos Hebreus é colocada por muitos fora dos escritos de S. Paulo.

Rufino de Aquiléia – (390 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento.

S. Agostinho († 430 d.C.) – Lista do todos os livros do Novo Testamento, refere-se à Carta aos Hebreus como sendo de S. Paulo.

S. João Crisóstomo († 407 d.C.) – Numa sinopse que lhe atribuem, enumera quatorze Cartas de S. Paulo, os quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e três Epístolas Católicas, omitindo o restante dos livros.

16

OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

Os mais antigos manuscritos dos textos do Novo Testamento eram escritos em papiro, um material frágil, que se estragava com o manuseio e que somente se conservava em condições excepcionais de um clima seco como o do Egito.

Existem pedaços dos Evangelhos e Epístolas em papiro, encontrados na grande quantidade de manuscritos do Egito. Foram encontrados fragmentos de Evangelho S. Mateus (Mat 1,1-9.12.14-20), do Evangelho de S. João (Joa 1,23-31.33-41; 20,11-17.19-25) pelos exploradores Grenfell e Hunt em Oxyrhynehus, a 120 milhas ao sul do Cairo, no Egito. O fragmento de Mateus está na Biblioteca da Universidade da Pensilvânia, o de João esta no Museu Britânico. Pelos mesmos exploradores também foram encontrados a Logia ou Palavras de Nosso Senhor, que muito provavelmente foi copiada no ano 200 d.C.

No século IV d.C. os papiros foram substituídos pelos pergaminhos, dando aos manuscritos uma maior durabilidade e permanência. A Conversão de Constantino ao Cristianismo, fez com que houvesse uma cuidadosa e brilhante produção de escritos cristãos. Os códice (“codex” palavra derivada de Caudex, é uma tabuinha geralmente coberta de cera, na qual se escrevia com um ponteiro de ferro, chamado stylus ) foram adotados no lugar dos rolos, e assim pela primeira vez, as escrituras do Novo Testamento, puderam ser convenientemente ajuntadas num único volume. Os códices eram reunidos por um cordel, que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares à esquerda, ficando desse modo com forma de livro, ao contrário das volumina ou rolos. Todos os manuscritos que tivessem esta forma eram chamados de “códice,”como as tabuinhas eram muito usadas para fins jurídicos, chama-se código a um sistema de leis.

Eusébio († 339 d.C.) afirma em seu livro Vida de Constantino que o Imperador mandou fazer cinqüenta exemplares das Escrituras em pergaminho, para as Igrejas de sua nova capital. Dois desses exemplares talvez existam no Códice Vaticano B e no manuscrito Sinaítico.

Quando o pergaminho se tornou muito caro para o copista, as palavras eram muitas vezes lavadas e raspadas, para se escrever outra coisa, esse tipo de manuscrito era chamado de “codex rescriptus” ou “Palimpsesto,”do grego, “raspado de novo”. Algumas vezes acontecia que a raspadura não era completa, ou que a tinta do original se tornava tão estável que o velho escrito reaparecia. Temos como exemplo o Códice Ephraemi (C), sobre o qual falaremos a seguir.

Os manuscritos do Novo Testamento acham-se divididos em duas classes, a Uncial (provém de “uncia”, polegada em latim), escritas em letras maiúsculas, e a Cursiva, escritas em letras minúsculas.

Nos primeiros séculos o Novo Testamento estava dividido em três partes: os Evangelhos, as Epístolas e os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse. No século III d.C. os evangelhos foram divididos em duas espécies de “capítulos”: os maiores eram os resumos e os menores capítulos, estas divisões foram introduzidas por primitivamente por Amônio e por isso chamadas de divisões amonianas. No século IV d.C. já eram usadas nos Evangelhos, sendo adaptadas por Eusébio em suas “tábuas de referência”, conhecidos de “cânones de Eusébio”.

No ano de 459 d.C. Eutálio, diácono de Alexandria, publicou uma edição das Cartas de S. Paulo, divididas em “capítulos”, segundo as divisões amonianas, do mesmo modo, dividiu ele em 490 d.C. as Epístolas Católicas e os Atos dos Apóstolos. Ele próprio afirma que pôs acentos nos manuscritos, copiados por ele, costume que não se generalizou até o século VIII d.C.

A moderna divisão em capítulos é atribuída aos católicos cardeal Estevão Langton († 1228), no início do século XIII d.C. na Universidade de Paris, mais tarde no século XVI d.C. os mesmos capítulos foram divididos em versículos numerados por Sante Pagnine, para o Antigo Testamento (1528) e por Roberto Estevão, para o Novo Testamento (1551).

17

São conhecidos aproximadamente 5.236 manuscritos29 do texto original em grego do Novo Testamento, sendo 266 códices unciais, 2.754 códices cursivos, 81 papiros e 2.135 lecionários, comprovadamente autênticos pelos mais renomados pesquisadores e especialistas do mundo.

OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS UNCIAIS

São os principais códices que se conservaram, servindo para que se possa conhecer os

nomes, as datas e o valor comparativo dos principais exemplares do texto sagrado. Segundo S. Agostinho em sua obra De doctrina Cristiana “O primeiro cuidado de quem quer entender a Divina Escritura deve ser o de corrigir os códices”.

(N) Alef – Sinaíticus (Aleph 01) – Foi descoberto no convento de Sta. Catarina, no monte Sinai em 1859, pertence ao século IV d.C. Contém o Antigo Testamento grego e todo Novo Testamento, além das Epístolas de Barnabé e uma parte do Pastor de Hermas. Está no Museu Britânico desde 1933.

(A) Alexandrinus (A02 Alexandrino) – Foi oferecido ao Rei Carlos I da Inglaterra,

por Cirilo Lucar, o Patriarca de Constantinopla em 1627. Pertence ao século V d.C. Contém o Velho Testamento grego, e o Novo Testamento desde Mateus 25,6 havendo algumas falhas (João 6,50 - 8,1-52; II Coríntios 4,13 – 12,1-6), contém também a Primeira Epístola de Clemente de Roma, com uma pequena parte da segunda (uma homilia). Está no Museu Britânico.

(B) Vaticanus (B03 Vaticano) – Foi colocado na Livraria do Vaticano em Roma,

pelo Papa Nicolau V (1447-1455). Pertence ao século IV d.C. Contém o Velho Testamento em Grego com omissões, e o Novo Testamento até Hebreus (Heb 9,14),contém as Epístolas Católicas mas faltam as Pastorais (I e II Timóteo e Tito), Filemon e o Apocalipse. Uma edição foi publicada em 1857 pelo cardeal Mai, por ordem do Papa Pio IX (1846-1878).

(C) Ephraemi (C04 Efrém rescrito) – É um palimpsesto (codex rescriptus), resultante de

terem sido diversas obras de Ephraem da Síria copiadas sobre o texto original no século XII d.C. Felizmente a tinta do último copista era de menor duração e qualidade que a do primeiro, foi escrito no século V d.C. muito provavelmente no Egito. Contém fragmentos do Velho Testamento e todos os livros do Novo Testamento com grandes omissões, à exceção da II Tessalonicences e da II João. Está na Biblioteca Nacional de Paris.

(D) Bezae (D05 Beza) – É um manuscrito em grego e latim, em colunas paralelas,

foi descoberto no mosteiro de S. Irineu em Lyão, e oferecido à universidade de Cambridge, em 1581 por Teodoro Beza. Foi escrito no princípio do século VI d.C. Contém com algumas omissões os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos. É notável pelos seus desvios do texto comum e pelas edições.

(D2) Cloromontanus (D06 Claromantano) – Foi descoberto em Clermont, próximo

de Beauvais, donde lhe deriva seu nome. Foi escrito no século VI d.C. Está escrito em grego e latim como o códice Bezae, sendo um suplemento deste,

29 Todos estes manuscritos, são fruto de copistas Católicos.

18

pois contém as Cartas de S. Paulo com omissões, e a Carta aos Hebreus, sendo estes os únicos livros do Novo Testamento que se encontram. Pode-se perceber no manuscrito, o trabalho de vários copistas posteriores. Está na Biblioteca Nacional de Paris.

Esses seis códices descritos acima formam a lista dos unciais de primeira classe.

Citaremos alguns que apesar de parciais e incompletos são de grande valor e oferecem sugestivas leituras e um bom estudo:

Codex Basiliensis (E) – Pertence ao século VII/VIII d.C. trazido provavelmente

de Constantinopla para Basiléia pelo Cardeal J.B. Ragúsio em 1431. Contém os Evangelhos quase completos.

Codex Regius (L) - Pertence ao século VIII d.C., está na Biblioteca Nacional de

Paris. Contém os Evangelhos com omissões, é valioso por se ver nele, a dupla conclusão do Evangelho de Marcos.

Codex Zacynthius – É um palimpsesto de Zanete, oferecido pelo general Macaulay à

Sociedade Bíblica de Londres em 1821, onde se encontra guardado em sua biblioteca. Contém a maior parte do Evangelho de Lucas, com comentários.

Codex Augiensis - Pertence ao século IX d.C, existente no Trinity College,

Cambridge (F), vindo do mosteiro de Augia Dives (Reichenau) no Lago de Constança. Contém a maior parte das Epístolas Paulinas, com a versão Latina.

Manuscrito da Biblioteca Bodleiana de Oxford (T ) - Digno de citação, por ser um

manuscritos muito antigo com data explicita ( 844 d.C.). Manuscrito Roma (S) – Existente na Biblioteca do Vaticano, também digno de

citação, por ser um manuscritos muito antigo com data explicita ( 949 d.C.).

OS MANUSCRITOS CURSIVOS

Com o aumento da procura por manuscritos dos textos do Novo Testamento ao longo

dos séculos, era necessário o emprego de uma forma de escrita com letra menor e mais fácil. Dessa forma foi introduzida a “letra corrente” ou cursiva que já era empregada nas correspondências sociais e comerciais. Durante quase dois séculos. Usou-se o uncial e o cursivo, mas pouco a pouco foi prevalecendo o cursivo. Foi com essa letra que nos chegaram a maioria dos manuscritos do Novo Testamento, que começaram a ser escritos de forma cursiva do século IX d.C. até a invenção da Imprensa no século XV d.C. Eram empregados, o papel e o pergaminho que variavam muito na duração e forma.

19

OS PAPIROS

São antiqüíssimos testemunhos do texto original do Novo Testamento, com alguns remontando ao ano 200 d.C. Segundo o teólogo Felipe Aquino alguns eles estão distribuídos da seguinte forma:

Nº30 CONTEÚDO LOCAL DATA (Século) P1 Evangelhos Filadélfia III P2 Evangelhos Florença VI P3 Evangelhos Viena VI-VII P4 Evangelhos Paris III P5 Evangelhos Londres III P6 Evangelhos Estrasburgo IV P7 Atos dos Apóstolos Berlim IV FONTE: Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.38

OS LECIONÁRIOS Os Lecionários são coleções dos Evangelhos e Epístolas, para a leitura nas celebrações da

Igreja Católica, desde os primórdios do cristianismo. São escritos com especial cuidado, com caracteres grandes e claros. Não existe testemunho mais valioso dos textos Sagrados para a mesma época em que foram escritos nos Lecionários. Dos chamados Evangelistaria, que são lições dos Evangelhos, existem mais de mil exemplares. Dos Praxapostoli que são lições dos Atos dos Apóstolos e Epístolas, conhecem-se aproximadamente três mil exemplares. Todos estes Lecionários são de grande importância para o estudo do texto original das Sagradas Escrituras.

30 Sigla do Papiro (Exemplo: Papiro 1).

20

AS CITAÇÕES DOS PRIMEIROS CRISTÃOS

As citações dos primeiros cristãos referindo-se aos textos do Novo Testamento,(como

algumas vezes já foram utilizadas nesta pesquisa) são de suma importância, como testemunho a respeito do Cânon Bíblico. Encontram-se na História, diversas citações dos Católicos: Clemente de Roma († 102 d.C.), Taciano (†172 d.C.), Justino Mártir (†164 d.C.), Clemente de Alexandria († 215 d.C.), Orígenes († 254 d.C.), Tertuliano (†220 d.C.), Cipriano (†258 d.C.), Ambrósio (†397 d.C.) e Agostinho (†430 d.C.) entre outros.

QUADRO COMPARATIVO DE CITAÇÕES

Cristão Evangelho Atos dos Apóstolos

Epístolas Católicas

Epístolas Paulinas Apocalipse Total

Justino Mártir 268 10 63 43 3 387 Irineu 1.038 194 23 499 65 1.819 Clemente de Alexan. 1.017 44 207 1.127 11 2.406 Orígenes 9.231 349 399 7.778 165 17.922TOTAL GERAL 11.554 597 692 9.447 244 22.534Adaptado de: História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.47

O quadro31 que se segue (o quadro está na página seguinte, para melhor visualização), mostra os principais escritores eclesiásticos católicos dos primeiros quatro séculos do Cristianismo, entre outros, que direta ou indiretamente aceitavam o Cânon do Novo Testamento, em sua totalidade ou em suas diversas partes.

Legenda: (†) – Data da morte do escritor. (♦) – Tempo em que mais ou menos floresceu o escritor ou o escrito. (*) – Autor de um catálogo.

31 Adaptado de: História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.47

21

Novo Testamento citado como autêntico, uma coleção distinta

Citado, interpretado e comentado como tendo particular autoridade, ou como Divino

Seitas que apelaram para o Novo Testamento

SÉCULO I Epístola de Barnabé Barnabé Hermas, Pastor – † 160 Hermas Clemente de Roma – † 102 Clemente Inácio – † 110 Inácio Policarpo – † 156 Policarpo

-

SÉCULO II Quadratus – ♦ 130 - Basilides, Alex – ♦ 122 Papias – † 163 - Valentino, Roma – ♦ 140 Dionísio de Coríntio – † 163 Dionísio Setites, Egito – ♦ 140 Justino Mártir – † Justino Mártir Carpocracianos, Alex – ♦ 145 Melito – ♦ 180 - Marcião – ♦ 150 Hegesipo – † 175 - Montanistas – ♦ 157 Antenágoras – † 180 Taciano – † 172 Eucratistes – ♦ 165 Teófilo – † 180 Teófilo Celso – ♦ 178 * Muratoriáno – ♦ 150 Irineu Teodoto – ♦ 193 Irineu – † 202. - Artemon – ♦ 193

SÉCULO III Cipriano – † 258 Amônio de Alexandria – ♦200-35 Hernógenes, Catargo – † 203 * Orígenes – † 254 Cipriano Novaciano, Roma – † 251 * Clemente de Alexandria – † 215 Orígenes - Tertuliano – † 220 Clemente Sabelianos do Egito – ♦ 258 Minúcio Félix – ♦ 220 Tertuliano Paulo de Samosata – ♦ 265 Dionísio Alex – † 265 - Maniqueu, Pérsia – ♦ 274 Comodiano – ♦ 270 Dionísio - Vitórino de Petávio – ♦ 290 Hipólito – † 234 Porfírio, Roma – ♦ 305 Lactâncio – † 325 Vitorino Luciano – † 312 * Eusébio de Cesaréia – † 339 - -

SÉCULO IV Eusébio de Nicomédia – ♦ 335 - Arianos – ♦ 318 Apolinário, Laodicéia – ♦ 362 - Donatistas – ♦ 328 Concílio de Laodicéia – ♦ 363 - Imperador Julialo – ♦365 Damaso, Roma – † 367 - - Hilário de Pointers – † 367 - - Atanásio – † 373 Atanásio - * Anfilóquio de Icônio – † 380 Efraím, Sírio – † 378 Priscilianistas – ♦ 378 * Cirilo de Jerusalém – † 386 Basílio, Cesaréia – † 379 Apolinaristas – ♦378 * Filástrio – † 387 - - * Gregório Nazianzeno – † 389 Gregório Nazianzeno - Dídimo, Alexandria – † 396 - - Ambrósio de Milão – † 397 Ambrosio - * Sínodo de Catargo – † 397 - - * Epifânio, Chipre – †403 Epifânio - * João Crisóstomo – † 407 Paládio – ♦ 407 Pelagianos – ♦410 * Jerônimo – † 420 Jerônimo - * Agostinho – † 430 - - Rufino – † 410 - -

22

A LÍNGUA DO NOVO TESTAMENTO

“O Novo Testamento Inteiro foi escrito em grego; só o Evangelho de Mateus, conforme testemunho de antigos teve uma primeira redação em aramaico, a qual, porém se perdeu sem deixar vestígios; em lugar dela temos uma tradução, ou melhor, uma redação grega” (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.8)

O grego das escrituras foi escritos por helenistas, judeus que falavam grego, mas o seu pensamento era formado segundo o original Hebraico e suam mente estava voltada para a linguagem da Versão dos LXX das escrituras judaicas . A língua grega é uma mistura de dialetos, cujos principais são o dórico e o jônico.

O dialeto dórico foi o primeiro pela sua antiguidade e influência, é áspero e de som extenso. Já o dialeto jônico que foi o segundo quanto ao tempo, era notável pela doçura e suavidade, foi primeiramente utilizado na Ática e posteriormente na Ásia Menor.

Com a conquista da Grécia, por Felipe da Macedônia, foram-se confundindo os dialetos e formou-se o Helênico (“dialeto comum”) cuja base era o Ático. Com as conquistas de Alexandre Magno e a fusão de diferentes povos, acabaram por produzir mais modificações no dialeto, os idiomas macedônico e alexandrino tornaram-se comum na Grécia, no Egito e no Oriente.

Em Alexandria, residiam muitos judeus e lá foi onde se fez a Versão dos LXX, sendo judeus os escritores, o grego alexandrino que eles falavam foi modificado a ponto de compreender pensamentos e expressões idiomáticas hebraicas. É esta, a linguagem do Novo Testamento, helenística ou mais propriamente grego-hebraica. Uma mistura de dialetos, modificados por judeus de Alexandria e da Palestina. Por isso que se encontram palavras e frases, vindos de diversas fontes, como do aramaico, do latim, do persa e do egípcio. Existem também palavras que em sua ortografia, forma, flexão e gênero são particulares a antigos dialetos que não se usou no helênico. E por fim temos também palavras e expressões de sentido propriamente judaico e cristão.

Podem se ver expressões aramaicas em S. Marcos (cf. Mac 14,36; 3,17), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 1,19), em S. Mateus (cf. Mat 5,22), palavras latinas em S. Mateus (cf. 5,26; 10,29; 17,25; 18,28; 26,53; 27,27.65), S. Marcos (cf. Mac 15,39), S. Lucas (cf. Luc 19,20), S. João (cf. Joa 2,15), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 19,12), frases latinas em S. Mateus (cf. Mat 12,14), S. Marcos (cf. Mac 15,15), S. Lucas (cf. Luc 12,58), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 17,9), expressões pérsicas em S. Mateus (cf. Mat 2,1; 5,41; 27,32), S. Marcos (cf. Mac 15,21), S. Lucas (cf. Luc 23,43), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 8,27) e expressões egípcias em S. Mateus (cf. Mat 27,50) e S. Lucas (cf. Luc 16,19).

A INSPIRAÇÃO E A ORIGINALIDADE DO TEXTO

“As coisas reveladas por Deus, que se encontram e manifestam na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. De fato a Igreja, por fé apostólica, considera como sagrados e canônicos os livros inteiros tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, por que tendo sido escritos por inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 30,31; II Tim 3,16; II Ped 1,19-21; 3,15-16), tem a Deus por autor e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia para escrever os Livros sagrados, Deus escolheu homens, que utilizou na posse de faculdades e capacidades que tinham, para que agindo Deus neles e por meios deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e sé aquilo que Ele quisesse.” (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.9)

A Igreja Católica, sempre afirmou que a inspiração da Bíblia, partiu de Deus, através do Espírito Santo, agindo no autor bíblico (hagiógrafo) que utilizava de suas faculdades para

23

escrever. Por tanto, coexistem na escritura elementos divinos e humanos, é um livro que expressa a revelação de Deus, utilizando-se da maneira humana de se expressar.

“A inspiração Bíblica, segundo o conceito Católico, não é uma moção mecânica, nem um ditado como se o autor humano fosse passivo e nada de próprio assentasse no Livro inspirado...Antes de tudo, a inspiração é uma luz intelectual, que, ou descobre ao homem aquilo quer antes ignorava (e então tem-se a revelação) ou com novo esplendor lhe apresenta aquilo que já sabia...A ação inspiradora estende-se a todas as faculdades do homem, a todas as suas ações empregadas ao escrever, até à redação completa...Dai segue que a inspiração não suprime nem atenua a personalidade do escritor humano, e nos vários livros da Bíblia, pode-se ver refletida a índole e o estilo de cada autor”. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.10)

No que diz respeito à originalidade dos escritos Bíblicos, sabemos que nenhum

autógrafo, tal qual saíram das mãos do autor bíblico, chegou até nós. Porém a “substância do depósito da fé” foi magnificamente conservada por Deus, mantendo a revelação divina inalterada mesmo nas cópias que nos legaram o texto que hoje possuímos.

“Ainda que em geral possamos estar certos de que possuímos substancialmente os livros como eles foram escritos, não tendo sido obscurecida uma promessa, não tendo sido alterada uma verdade, e ainda pelo menos a contar do fim do primeiro século, a pureza da letra tenha sido miraculosamente preservada, temos de contentar-nos com a posse dum tesouro que não corresponde perfeitamente aos autógrafos sagrados. As imperfeições da letra podem levar-nos a considerar o espírito do texto, indo das palavras para a Palavra, que permanece inabalável e cresce em significado através dos tempos”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.28)

Segundo os mais exigentes críticos do século IXX, os eruditos ingleses de Cambridge, Brook Foss Westcott e Fenton Jhon Anthony Hort (Westcott e Hort), que em 1881, publicaram o livro The New Testament In The Orginal Greek – Vol I e II, contendo a teoria e o método da crítica textual, existem no Novo Testamento, mais de 150.000 (cento e cinqüenta mil) palavras, com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta mil) variantes, que são na maioria minúcias que não atingem absolutamente o sentido. Assim sendo “sete oitavas de todo o Novo Testamento são transmitidos sem variantes, quanto às variantes, somente a milésima parte atinge o sentido, e só umas vinte assumem verdadeira importância, nenhuma atinge alguma verdade de fé”. Desta forma, conclui-se categoricamente que o texto genuíno do Novo Testamento é assegurado na substância e em quase todas as minuciosas particularidades.

24

CONCLUSÃO

“Eu aprendi a venerar os livros da Escritura que chamamos canônicos. Quanto aos outros, quando os leio não penso que seja verdadeiro o que dizem, porque o dizem, mas por que me puderam convencer, ou pelos autores inspirados ou por alguma razão especial, de que não se desviaram da verdade”

Santo Agostinho († 430 d.C.) Sem dúvidas, a participação da Igreja Católica Apostólica Romana no processo de

formação, definição e conservação do Cânon Bíblico, foi essencial para hoje podermos dispor da Palavra de Deus – a Bíblia..

Sem a ação Divina através da Igreja, não teríamos como saber quais seriam os livros da Bíblia e nem o texto original teria resistido incorruptível ao longo dos séculos.

“Na Sagrada Escritura, salva sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável condescendência da eterna Sabedoria, para nos levar a conhecer a inefável benignidade de Deus e a grande acomodação que usou nas palavras, tomando antecipadamente cuidado da nossa natureza”

São João Crisóstomo († 407 d.C.) Deus quis e utilizou a Igreja, para conservar intacta e transmitir ao mundo sem erro, a

sua Revelação.

25

ANEXO I

TRADUÇÃO DO CANON DE MURATÓRI

...aos quais esteve presente e assim o fez. O terceiro livro do Evangelho é o de Lucas. Este Lucas, médico que depois da ascensão de Cristo foi levado por Paulo em suas viagens, escreveu sob seu nome as coisas que ouviu, uma vez que não chegou a conhecer o Senhor pessoalmente, e assim, à medida que tomava conhecimento, começou sua narrativa a partir do nascimento de João. O quarto Evangelho é o de João, um dos discípulos. Questionado por seus condiscípulos e bispos, disse: “Andai comigo durante três dias a partir de hoje e que cada um de nós conte aos demais aquilo que lhe for revelado”. Naquela mesma noite foi revelado a André, um dos apóstolos, que, de conformidade com todos, João escrevera em seu nome. Assim, ainda que pareça que ensinem coisas distintas nestes distintos Evangelhos, a fé dos fiéis não difere, já que o mesmo Espírito inspira para que todos se contentem sobre o nascimento, paixão e ressurreição [de Cristo], assim como sua permanência com os discípulos e sobre suas duas vindas depreciada e humilde na primeira (que já ocorreu) e gloriosa, com magnífico poder, na segunda (que ainda ocorrerá). Portanto, o que há de estranho que João freqüentemente afirme cada coisa em suas epístolas dizendo: “O que vimos com nossos olhos e ouvimos com nossos ouvidos e nossas mãos tocaram, isto o escrevemos?” Com isso, professa ser testemunha, não apenas do que viu e ouviu, mas também escritor de todas as maravilhas do Senhor. Os Atos foram escritos em um só livro. Lucas narra ao bom Teófilo aquilo que se sucedeu em sua presença, ainda que fale bem por alto da paixão de Pedro e da viagem que Paulo realizou de Roma até a Espanha. Quanto às epístolas de Paulo, por causa do lugar ou pela ocasião em que foram escritas elas mesmas o dizem àqueles que querem entender: em primeiro lugar, a dos Coríntios, proibindo a heresia do cisma; depois, a dos Gálatas, que trata da circuncisão; aos Romanos escreveu mais extensamente, demonstrando que as Escrituras têm como princípio o próprio Cristo. Não precisamos discutir sobre cada uma delas, já que o mesmo bem-aventurado apóstolo Paulo escreveu somente a sete igrejas, como fizera o seu predecessor João, nesta ordem: a primeira, aos Coríntios; a segunda, aos Efésios; a terceira, aos Filipenses; a quarta, aos Colossenses; a quinta, aos Gálatas; a sexta, aos Tessalonicenses; e a sétima, aos Romanos. E, ainda que escreva duas vezes aos Coríntios e aos Tessalonicenses, para sua correção, reconhecesse que existe apenas uma Igreja difundida por toda a terra, pois da mesma forma João, no Apocalipse, ainda que escreva a sete igrejas, está falando para todas. Além disso, são tidas como sagradas uma [epístola] a Filemon, uma a Tito e duas a Timóteo; ainda que sejam filhas de um afeto e amor pessoal, servem à honra da Igreja Católica e à ordenação da disciplina eclesiástica. Correm também uma carta aos Laodicenses e outra aos Alexandrinos, atribuídas [falsamente] a Paulo, mas que servem para favorecer a heresia de Marcião, e muitos outros escritos que não podem ser recebidos pela Igreja católica porque não convém misturar o fel com o mel. Entre os escritos católicos, se contam uma epístola de Judas e duas do referido João, além da Sabedoria escrita por amigos de Salomão em honra do mesmo. Quanto aos apocalipses, recebemos dois: o de João e o de Pedro; mas, quanto a este último, alguns dos nossos não querem que seja lido na Igreja. Recentemente, em nossos dias, Hermas escreveu em Roma “O Pastor”, sendo que o seu irmão, Pio, ocupa a Cátedra de Bispo da Igreja de Roma. É, então, conveniente que seja lido, ainda que não publicamente ao povo da Igreja, nem aos Profetas cujo número já está completo , nem aos Apóstolos por ter terminado o seu tempo. De Arsênio, Valentino e Melcíades não recebemos absolutamente nada; estes também escreveram um novo livro de Salmos para Marcião, juntamente com Basíledes da Ásia...

FONTE: www.cleofas.com.br. Acesso em 05/06/2002.

26

ANEXO II

AS CONTRIBUIÇÕES CATÓLICAS PARA A BÍBLIA

O próprio Lutero disse: "foi um efeito do poder de Deus que o Papado preservou, em primeiro lugar, o santo batismo; em segundo, o texto dos Santos Evangelhos, que era costume ler no púlpito na língua vernácula de cada nação...".

Muitos Católicos e protestantes não percebem quanto devem a Igreja católica por ter a Bíblia como nós temos hoje. Por exemplo, antes que Lutero fizesse sua tradução em alemão em setembro de 1522, já havia dezessete traduções alemãs (todas antes de 1518) já impressas, doze destas no dialeto do baixo-alemão.

50 - 55 d.C. - O PRIMEIRO EVANGELHO FOI ESCRITO:

S. Mateus, um dos doze apóstolos de Cristo, mártir da fé, escreve o primeiro evangelho da vida de Cristo em aramaico. Este evangelho seria seguido por três outros evangelhos escritos em grego. O Evangelho de S. Marcos (64 d.C.), o Evangelho de S. Lucas (63 ou 64 d.C.) e o Evangelho de S. João (97 d.C.).

52 d.C. - A PRIMEIRA EPÍSTOLA FOI ESCRITA:

S. Paulo, apóstolo de Cristo, mártir da fé, escreve a primeira Epístola a uma parte da Igreja. Esta é conhecida hoje como "Primeira aos Tessalonicenses". Este escrito seria seguido de 21 outras epístolas Apostólicas, sendo o último escrito pelo Apóstolo S. João, em 69 d.C.

64 d.C. - FOI ESCRITO OS ATOS DOS APÓSTOLOS:

S. Lucas, discípulo de S. Paulo, mártir da fé, escreve "Atos dos Apóstolos", uma história da igreja da Páscoa até a morte de S. Paulo. Atos e o Evangelho Segundo São Lucas, fez S. Lucas o autor da maior parte do NT, ou seja, 28%.

70 a 140 d.C. - PÁPIAS ERA BISPO DE HIERÁPOLIS:

Segundo ele o Apóstolo Marcos foi o interprete de Pedro, escreveu fielmente, embora sem ordem, tudo o que lembrava sobre as palavras e as ações do Senhor. Ao passo que Mateus, reuniu ordenadamente, em língua hebraica, a vida de Jesus. O bispo Pápias afirma ter conhecido as filhas do Apóstolo Felipe.

98-99 d.C. - O ÚLTIMO LIVRO DIVINAMENTE INSPIRADO DOS APÓSTOLOS É FEITO:

S. João, Apóstolo de Cristo, escreve o último livro divinamente inspirado dos Apóstolos. Isto é conhecido hoje como Apocalipse.

153-170 d.C. - O PRIMEIRO TRATADO EM "A HARMONIA DOS EVANGELHOS":

A mais antiga tentativa de fazer uma harmonia foi por Taciano (morreu em 172) e seu título, Diatessaron, dá abundante evidência da primitiva aceitação na Igreja Católica de nossos quatro Evangelhos Canônicos. A próxima Harmonia foi feita por Amônio de Alexandria, professor de Orígenes, que apareceu em 220 d.C., mas se perdeu.

27

SÉCULO II/III - A PRIMEIRA ESCOLA DA BÍBLIA:

Os antigos Católicos começaram uma escola em Alexandria para a aprendizagem dos Evangelhos e outros escritos Católicos antigos.

250 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA EM IDIOMA PARALELA:

O Católico Orígenes cria a edição da Hexapla do VT, que continha o hebraico paralelo com versões gregas.

250 d.C. - A PRIMEIRA BIBLIOTECA CATÓLICA:

O Católico Orígenes cria uma bem equipada biblioteca em Cesaréia, com a finalidade de estudar os Evangelhos e outros escritos Católicos antigos.

250-300 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA EM FORMA DE LIVRO:

Os judeus usaram o rolo de papiro, os primitivos católicos foram os primeiros ao usar a forma de livro (códice) para Escrituras.

SÉCULO IV - O USO DA PALAVRA "BÍBLIA":

Veio da palavra grega "biblos", que significa o lado interno do papiro, papel-cana de onde eram feitos os primeiros papéis, no Egito. A forma latina "Bíblia", escrita com uma letra maiúscula, veio a significar "O Livro dos Livros", "O Livro" por excelência. As Santas Escrituras foram chamadas de Bíblia pela primeira vez por S. Crisóstomo, arcebispo Católico de Constantinopla, no séc. IV.

SÉCULO IV - AS MAIS ANTIGAS BÍBLIAS EXISTENTES:

As duas mais antigas Bíblias existentes, que contém o Velho e a maioria (mas não completo) do Novo Testamento, chamam-se hoje de Códice Vaticanus (325-350 d.C.), o Códice Sinaiticus (340-350 d.C.), o Códice Ephraemi (345 d.C.) e o Códice Alexandrinus (450), que foram copiados à mão por monges Católicos.

340 e 373 d.C. – CONFIRMAÇÃO DO APOCALÍPSE.

Coube aos pais da Igreja, desde os Católicos Eusébio de Cesaréia e Atanásio de Alexandria confirmarem definitivamente nos anos 340 e 373 dC. que o Apocalipse era obra inspirada.Os concílios de Hipona e de Cartago, já definiram os 27 livros do Novo Testamento ao concatenarem os códigos ocidentais e orientais".

367 d.C. - O USO DO PALAVRA "CÂNON":

S. Atanásio, bispo Católico de Alexandria, aplica o termo cânon para o conteúdo da Bíblia, introduzindo o verbo canonizar que significa "dar sanção oficial a um documento escrito"

367 d.C. - O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO:

A 39ª carta festal de S. Atanásio, bispo católico de Alexandria, enviada para as igrejas sob sua jurisdição em 367, terminou com toda a incerteza sobre os limites do cânon do NT. Nela, preservada em uma coleção de mensagens, listou como canônicos os 27 livros do NT, embora os organizasse em uma ordem diferente. Esses livros do NT, na ordem atual são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas, João), Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemôn, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.

28

388 d.C. - O PRIMEIRO GLOSSÁRIO DE NOMES DA BÍBLIA:

S. Jerônimo compilou o "Livro de Nomes Hebreus, ou Glossário de Nomes Formais do Velho Testamento". O Livro de Nomes Hebreus foi sem dúvida de muito uso na época em que as pessoas quase não conheciam o hebraico, embora o arranjo seja estranho com um glossário separado para cada livro da Bíblia.

388 d.C. - O LIVRO DOS NOMES DE LUGARES HEBREUS:

S. Jerônimo compilou o "O Livro dos Nomes de Lugares Hebreus" que foram feitos primeiro por Eusébio com adições de Jerônimo. Os nomes sob cada letra são colocados em grupos separados na ordem dos livros das Escrituras nas quais eles aparecem; por exemplo, na letra A temos os nomes de Gênesis, depois Êxodo, e assim por diante. Mas não há lugar para fantasia, e o testemunho de homens que viveram na Palestina nos séc. IV e V ainda são de grande valor ao estudante da topografia sagrada. Quando os lugares estão fora do conhecimento do escritor, ele usa de especulação, como quando o autor nos fala que a Arca pode ser encontrada nas proximidades do Ararat.

390 d.C. - A PRIMEIRA COMPILAÇÃO COMPLETA DO VELHO E NOVO TESTAMENTO:

No Concílio de Hipona, a Igreja Católica reuniu os vários livros que reivindicaram serem escrituras, revisou cada um e decidiu quais eram inspirados ou não. A Igreja Católica reuniu todos os livros e Epístolas inspirados em um volume chamado A Versão de Septuaginta do Velho Testamento (que foi traduzida por setenta estudiosos em Alexandria, Egito por volta de 227 a.C. e foi a versão que Cristo e os apóstolos usaram) e é a mesma Bíblia que temos hoje. A Igreja católica deu-nos então, a Bíblia.

400 d.C. - A MAIOR PARTE DAS ESCRITURAS SAGRADAS TRADUZIDAS:

Nas línguas siríaco, cóptico, etíope, georgiano. Na região do Reno e Danúbio (Império romano) Uma versão gótica foi traduzida pelo bispo gótico Ulfilas (318-388), quem, depois de inventar um alfabeto, produziu uma versão das Escrituras da septuaginta do VT e do grego.

406 d.C. - A TRADUÇÃO ARMÊNIA:

Em 406 o alfabeto Armênio foi inventado por Mesrob, que cinco anos depois completou uma tradução do VT e NT da versão Síria em Armênio.

405 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA COMPLETA NA LINGUAGEM COMUM:

A Vulgata latino, de latin editio vulgata: "versão comum", a Bíblia ainda usada pela Igreja Católica Romana, foi traduzida por S. Jerônimo (quem os tradutores da versão KJV de 1611 em seu prefácio o chamaram de "o pai mais instruído, e o melhor lingüista de sua época ou de qualquer antes dele". Em 382, o papa Dâmaso pediu a Jerônimo, o maior estudioso bíblico de sua época, que produzisse uma versão latina aceitável da Bíblia das várias traduções que eram então usadas. Sua tradução latina revisada dos Evangelhos apareceu em 383. Usou a versão da Septuaginta grega do VT do qual ele produziu uma nova tradução latina, um processo que ele completou em 405. É como tradutor das Escrituras que Jerônimo é mais conhecido. Sua Vulgata foi feita no momento certo e pelo homem certo. O latim ainda estava vivo, apesar do Império Romano estar desaparecendo. E Jerônimo era mestre em latim.

29

450-550 d.C. - O BEZAE CANTABRIGIENSIS (TAMBÉM CHAMADO CÓDICE BEZAE):

Este é o manuscrito bilíngüe mais antigo existente, com o grego na página esquerda, e latim à direita. O Bezae Cantabrigiensis era um texto ocidental copiado em 450-550 e que preservou a maior parte dos quatro Evangelhos e partes de Atos.

SÉCULO VII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O FRANCÊS:

As versões francesas dos Salmos e o Apocalipse, e um métrico do Livro de Reis, apareceu já no sétimo século. Em 1223 uma tradução completa foi feita sob o rei Católico Louis, o Piedoso. Isto foi 320 anos antes da primeira versão francesa protestante. Até o décimo quarto século, foram produzidas muitas histórias da Bíblia.

SÉCULO VII - A PRIMEIRA VERSÃO ALEMÃ:

A história da pesquisa Bíblica mostra que as numerosas versões parciais no vernáculo na Alemanha já aparecem nos séculos VII e VIII. Também há abundância dessas versões nos séculos XIII e XIV, e uma Bíblia completa no século XV, antes da invenção da imprensa.

SÉCULO VIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM INGLÊS:

Por Adelmo, bispo de Sherborne, e Bede. Uma tradução do século IX da Bíblia para o inglês (no dialeto anglo-saxão) foi feita por Alfred. Uma tradução do séc. X para inglês foi feita por Aelfric. Foi feita uma tradução em 1361 da maior parte das Escrituras no dialeto inglês (anglo-normando). Isto foi 20 anos antes da tradução de Wycliffe em 1381.

SÉCULOS VIII e IX - O USO DA FORMA DE ESCRITA CHAMADA "MINÚSCULA":

Como o bloqueio do comércio oriental de papiro fez o mercado ocidental usar o pergaminho, o fator econômico ficou potente. Para caber mais letras na página, o copista teve de usar letras menores e apertadas. Alguns, para preservar suas formas, colocavam algumas acima e outras abaixo linha. O resultado foi uma forma de escrita chamada “Minúscula” pequenas letras, com iniciais maiúsculas para ênfase. Este sistema ainda é usado hoje. Foi uma mudança gramatical da "Maiúscula" que consistia de letras grandes usadas pelos gregos, romanos e judeus.

SÉCULO IX - A PRIMEIRA TRADUÇÃO ESLAVA DA BÍBLIA:

Os Católicos Cirilo e Metódio pregaram o Evangelho para os eslavos na segunda metade do nono século e S. Cirilo, tendo formado um alfabeto, fez para eles uma versão Velho Eclesiástico Eslavo, ou Búlgaro, uma tradução da Bíblia do grego. No fim do décimo século esta versão entrou na Rússia e depois do décimo segundo século sofreu muitas mudanças lingüísticas e textuais. Uma Bíblia eslava completa foi feita de um códice antigo no tempo de Waldimir (m. 1008) foi publicada em Ostrogodo em 1581.

1170 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA PARALELA EM INGLÊS:

O Psalterium Triplex de Eadwine, que continha a versão latina acompanhada por textos anglo-normandos e anglo-saxões, se tornou a base de versões anglo-normandas.

SÉC. XII - A PRIMEIRA DIVISÃO DE CAPÍTULOS:

Foi o arcebispo Católico britânico de Canterbury, St. Estêvão Langton (morreu em 1228), foi o primeiro a dividir as Escrituras em capítulos: 1.163 capítulos no VT e 260 no NT.

30

SÉC. XIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM ESPANHOL:

Sob o rei Alfonso V de Espanha.

1230 d.C. - A PRIMEIRA CONCORDÂNCIA:

Uma concordância da Bíblia da Vulgata latina foi compilada pelo frade dominicano Hugo de São Cher.

1300 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM NORUEGUÊS:

A mais antiga e celebrada é a tradução de Gênesis - Reis chamada Stjórn ("Direção"; i.e., de Deus) em norueguês antigo, em 1300. As versões suecas do Pentateuco e de Atos sobreviveram do décimo quarto século e um manuscrito de Josué - Juízes por Nicholaus Ragnvaldi de Vadstena de c. 1500. A versão dinamarquesa mais antiga de Gênesis - Reis deriva de 1470.

1454 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA:

Gutenberg causou grande excitação quando no outono daquele ano exibiu uma amostra na feira do comércio de Frankfurt. Gutenberg rapidamente vendeu todas as 180 cópias da Bíblia da Vulgata latina até mesmo antes da impressão estar acabada.

1466 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ALEMÃO:

Isto foi cinqüenta oito anos antes de Lutero fazer sua Bíblia alemã em 1524. Nestes cinqüenta e oito anos os Católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia.

1470 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESCANDINAVO: No décimo quarto século, foram feitas versões das Epístolas dominicas e dos Evangelhos para uso popular na Dinamarca. Grandes partes da Bíblia, se não uma versão inteira, foi publicada em 1470.

1471 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA ITALIANA:

Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 20 diferentes edições italianas da Bíblia.

1475 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM HOLANDÊS:

A primeira Bíblia em holandês foi impressa por católicos na Holanda em Delft em 1475. Algumas foram impressas por Jacob van Leisveldt em Antwerp.

1478 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESPANHOL:

Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 2 diferentes edições espanholas da Bíblia.

1466 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM FRANCÊS:

Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 26 diferentes edições francesas da Bíblia.

1516 d.C. - A PRIMEIRA IMPRESSÃO DO NOVO TESTAMENTO GREGO:

Um Católico chamado Erasmo fez a primeira impressão de seu NT grego. Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 22 diferentes edições gregas da Bíblia.

31

1534 d.C. - O PRIMEIRO USO DE ITÁLICOS PARA INDICAR PALAVRAS QUE NÃO ESTAVAM NO ORIGINAL:

Um Católico chamado Munster foi o primeiro em usar itálicos para indicar palavras que não estavam nos textos originais grego e hebraico, em sua versão da Vulgata latina.

1548 d.C. - AS PRIMEIRAS VERSÕES CHINESAS:

Entre as traduções mais antigas uma versão é a de S. Mateus por Anger, um Católico japonês (Goa, 1548). O jesuíta Padre de Mailla escreveu para uma explicação dos Evangelhos para domingos e festas em 1740.

1551 d.C. - A PRIMEIRA DIVISÃO DE VERSÍCULOS:

A primeira divisão da Bíblia em versículos é vista pela primeira vez em uma edição do NT grego publicada em Paris pelo Católico Robert Stephens.

1551 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA COMPLETA COM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS:

A primeira divisão da Bíblia em capítulos e versículos é vista pela primeira vez em uma edição da Vulgata publicada em Paris pelo Católico Roberto Estevão.

1561 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA COMPLETA EM POLONÊS:

Foi impressa em Cracóvia em 1561, 1574, e 1577. Jacob Wujek, S.J., fez uma nova tradução da Vulgata (Cracóvia, 1593) admirada por Clemente VIII e que foi muito reimpressa.

1579 d.C. - A PRIMEIRA VERSÃO MEXICANA:

A primeira Bíblia conhecida no México foi uma versão dos Evangelhos e Epístolas em 1579 por Dídaco de S. Maria, O.P., e o Livro de Provérbios por Louis Rodríguez, O.S.F. Uma versão do NT foi feita em 1829, mas só o Evangelho de S. Lucas foi impresso.

1836 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O JAPONÊS:

Uma versão do evangelho de S. João e dos Atos foi editada em katakana (tipo quadrado) em Cingapura (1836) por Charles Gutzlaff.

FONTE: http://geocities.yahoo.com.br/jf_m2001/contribuicoescatolicas.htm. Acesso em 07/07/2004 (Com Adaptações).

32

NOTAS DE RODAPÉ

1 – Nota do autor. 2 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.31. ; Orígenes e a Reencarnação. Disponível em: www.cleofas.com.br.Acesso em 14/08/2001. 3 – Nota do autor. 4 – Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina de 18/11/1965, nº 11. In:Bíblia Sagrada. 47º Ed. São Paulo: Ave Maria,1985. 5 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.29. ; SILVA.Rogério Amaral. A Fundação da Igreja Católica por Nosso Senhor Jesus Cristo.ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na América Latina Disponível em www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004. 6 – Nota do autor. 7 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.32. 8 – Ibid., p.33. 9 – Ibid., p.33. 10 – Ibid., p.38. 11 – Ibid., p.35. 12 – Ibid., p.36. 13 – Ibid., p.29. 14 – Ibid., p.29. 15 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.32 16 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé III – A Sagrado Magistério.2ª Ed. Lorena – SP: Cléofas, 2001,p.12-36. 17 – Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina de 18/11/1965, nº 7e 8. In:Bíblia Sagrada. 47º Ed. São Paulo: Ave Maria,1985. 18 – Nota do autor. (cf. Judas, versículo 9). 19 – SILVA, Severino Celestino. Pequena História das Traduções Bíblicas. Disponível em www.nossosaopaulo.com.br. Acesso em 01/07/2004. 20 – Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº181, outubro.2002,p.22-23. 21– AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.32 22 – Ibid., p.35. 23 – Ibid., p.31. 24 – Santo Isidoro de Sevilha. Disponível em

www.capeladelourdes.org.br/santos/vida. Acesso em 06/07/2004. 25 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.30 26 – SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Minidicionário Compacto Bíblico. 3º Ed. São Paulo: Ridiel,2001, p.312. 27 – Bíblia Sagrada. 38º Ed. São Paulo: Edições Paulinas,1982,p.1320. 28 – Ibid., p.1323. 29 – Nota do autor 30 – Nota do autor 31 – Nota do autor OBS: todas as notas foram adaptadas pelo autor, exceto nº 4 e 23.

33

BIBLIOGRAFIA

ANGUS, Joseph e GREEN Samuel G. História Doutrina e Interpretação da Bíblia. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista,1951. AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000. AQUINO, Felipe. Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena – SP: Cléofas, 2000. AQUINO, Felipe. Escola da Fé III – O Sagrado Magistério. Lorena – SP: Cléofas, 2001. BATTISTINI, Francisco. A Igreja do Deus Vivo – Curso Popular sobre a Verdadeira Igreja.29ªEd. Petrópolis – RJ:Vozes,1998.

Bíblia Sagrada. 47º Ed. São Paulo: Ave Maria,1985. Bíblia Sagrada. 38º Ed. São Paulo: Edições Paulinas,1982

SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Minidicionário Compacto Bíblico. 3º Ed.São Paulo: Ridiel,2001. SILVA, Rogério Amaral. A Fundação da Igreja Católica por Nosso Senhor Jesus Cristo.ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na América Latina.Disponível em: www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004. SILVA, Severino Celestino. Pequena História das Traduções Bíblicas. Disponível em www.nossosãopaulo.com.br. Acesso em 01/07/2004.

(Autor Desconhecido).Como a Bíblia foi escrita. ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na América Latina Disponível em www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004.

® Todos os Direitos Reservados. 1ª Edição: Setembro / 2004.

2ª Edição: corrigida e editada em Agosto/ 2005 É permitida a utilização total ou parcial desta obra, citando-se devidamente o autor.

Fale com o autor (comentários e críticas): [email protected] Obs: Texto disponível na seção “Novidades” do site: www.cleofas.com.br.

34