a manifestao de samuel a saul pela tica da bblia shedd-v50

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A manifestação de Samuel a Saul pela ótica da Bíblia Shedd Traduttore, Traditore”. (antigo ditado italiano) É bem interessante fazermos uma análise da interpretação de Russell Philip Shedd (1929- ), teólogo evangélico da Igreja Batista, tradutor da Bíblia Shedd, sobre o passo que narra a manifestação do espírito de Samuel a Saul, através da necromante de Endor (1Sm 28), pois é um bom exemplo de como isso é, muitas vezes, tratado pela ortodoxia. Esclarecemos que nossas citações terão como base a tradução de Shedd; quando indicarmos outra fonte, informaremos logo após. Na narrativa do episódio, no qual Saul, rei de Israel, entra em contato com o espírito Samuel, optamos por deixar a numeração dos versículos, para ficar mais fácil a identificação quando, oportunamente, citarmos alguns deles. 1Sm 28,3-20: “3. Já Samuel era morto, e todo o Israel o tinha chorado e o tinha sepultado em Ramá, que era a sua cidade; Saul havia desterrado os médiuns e os adivinhos. 4. Ajuntaram-se os filisteus e vieram acampar-se em Suném; ajuntou Saul a todo o Israel, e se acamparam em Gilboa. 5. Vendo Saul o acampamento dos filisteus, foi tomado de medo, e muito se estremeceu o seu coração. 6. Consultou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. 7. Então, disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que seja médium, para que me encontre com ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Há uma mulher em En-Dor que é médium. 8. Saul disfarçou-se, vestiu outras roupas e chegaram à mulher, e lhe disse: Peço-te que me adivinhes pela necromancia e me faças subir aquele que eu te disser. 9. Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes o que fez Saul, como eliminou da terra os médiuns e adivinhos; por que, pois, me armas cilada à minha vida, para me matares: 10. Então, Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Tão certo como vive o SENHOR, nenhum castigo te sobreviverá por isso. Então, lhe disse a mulher: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. 12. Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que me enganaste? Pois tu mesmo é Saul. 13. Respondeu-lhe o rei: Não temas; que vês? Então, a mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que sobe da terra. 14. Perguntou ele: Como é a sua figura? Respondeu ela: Vem subindo um ancião e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou. 15. Samuel disse a Saul: Por que me inquietastes, fazendo-me subir? Então, disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se desviou de mim e já não me responde, nem pelo ministério dos profetas, nem por sonhos; por isso, te chamei para que me reveles o que devo fazer. 16. Então, disse Samuel: Por que, pois, a mim perguntas, visto que o SENHOR te desamparou e se fez teu inimigo? 17. Porque o SENHOR fez para contigo como, por meu intermédio, ele te dissera; tirou o reino de tua mão e o deu ao teu companheiro Davi. 18. Como tu não deste ouvidos à voz do SENHOR e não executaste o que ele, no furor de sua ira, ordenou contra Amaleque, por isso, o SENHOR te fez, hoje, isto. 19. O SENHOR entregará também a Israel contigo nas mãos dos filisteus, e, amanhã, tu e teus filhos estareis comigo, e o acampamento de Israel o SENHOR entregará nas mãos dos filisteus. 20. De súbito, caiu Saul estendido por terra e foi tomado de grande medo por causa das palavras de Samuel; e faltavam-lhe as forças, porque não comera pão todo aquele dia e toda aquela noite”. De início, é bom deixar o nosso leitor bem informado de que a palavra médium não poderia constar de nenhuma tradução bíblica, pelo fato dela ter sido um neologismo criado por Kardec no ano de 1857, quando da publicação da primeira edição de O Livro dos Espíritos. Isso também vale para as palavras “Espiritismo”, “espiritista” e “espírita”, citadas, mais à frente, em outro passo bíblico. Por aqui, já podemos avaliar o “compromisso” do tradutor com a verdade.

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  • A manifestao de Samuel a Saulpela tica da Bblia Shedd

    Traduttore, Traditore. (antigo ditado italiano)

    bem interessante fazermos uma anlise da interpretao de Russell Philip Shedd(1929- ), telogo evanglico da Igreja Batista, tradutor da Bblia Shedd, sobre o passo quenarra a manifestao do esprito de Samuel a Saul, atravs da necromante de Endor (1Sm 28),pois um bom exemplo de como isso , muitas vezes, tratado pela ortodoxia.

    Esclarecemos que nossas citaes tero como base a traduo de Shedd; quandoindicarmos outra fonte, informaremos logo aps.

    Na narrativa do episdio, no qual Saul, rei de Israel, entra em contato com o espritoSamuel, optamos por deixar a numerao dos versculos, para ficar mais fcil a identificaoquando, oportunamente, citarmos alguns deles.

    1Sm 28,3-20: 3. J Samuel era morto, e todo o Israel o tinha chorado e o tinhasepultado em Ram, que era a sua cidade; Saul havia desterrado os mdiuns e osadivinhos. 4. Ajuntaram-se os filisteus e vieram acampar-se em Sunm; ajuntou Saula todo o Israel, e se acamparam em Gilboa. 5. Vendo Saul o acampamento dosfilisteus, foi tomado de medo, e muito se estremeceu o seu corao. 6. Consultou Saulao SENHOR, porm o SENHOR no lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nempor profetas. 7. Ento, disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que sejamdium, para que me encontre com ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Huma mulher em En-Dor que mdium. 8. Saul disfarou-se, vestiu outras roupas echegaram mulher, e lhe disse: Peo-te que me adivinhes pela necromancia e mefaas subir aquele que eu te disser. 9. Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes o quefez Saul, como eliminou da terra os mdiuns e adivinhos; por que, pois, me armascilada minha vida, para me matares: 10. Ento, Saul lhe jurou pelo SENHOR,dizendo: To certo como vive o SENHOR, nenhum castigo te sobreviver por isso.Ento, lhe disse a mulher: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subirSamuel. 12. Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul:Por que me enganaste? Pois tu mesmo Saul. 13. Respondeu-lhe o rei: No temas;que vs? Ento, a mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que sobe da terra. 14.Perguntou ele: Como a sua figura? Respondeu ela: Vem subindo um ancio e estenvolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terrae se prostrou. 15. Samuel disse a Saul: Por que me inquietastes, fazendo-me subir?Ento, disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, eDeus se desviou de mim e j no me responde, nem pelo ministrio dos profetas, nempor sonhos; por isso, te chamei para que me reveles o que devo fazer. 16. Ento, disseSamuel: Por que, pois, a mim perguntas, visto que o SENHOR te desamparou e se fezteu inimigo? 17. Porque o SENHOR fez para contigo como, por meu intermdio, ele tedissera; tirou o reino de tua mo e o deu ao teu companheiro Davi. 18. Como tu nodeste ouvidos voz do SENHOR e no executaste o que ele, no furor de sua ira,ordenou contra Amaleque, por isso, o SENHOR te fez, hoje, isto. 19. O SENHORentregar tambm a Israel contigo nas mos dos filisteus, e, amanh, tu e teus filhosestareis comigo, e o acampamento de Israel o SENHOR entregar nas mos dosfilisteus. 20. De sbito, caiu Saul estendido por terra e foi tomado de grande medo porcausa das palavras de Samuel; e faltavam-lhe as foras, porque no comera po todoaquele dia e toda aquela noite.

    De incio, bom deixar o nosso leitor bem informado de que a palavra mdium nopoderia constar de nenhuma traduo bblica, pelo fato dela ter sido um neologismo criado porKardec no ano de 1857, quando da publicao da primeira edio de O Livro dos Espritos. Issotambm vale para as palavras Espiritismo, espiritista e esprita, citadas, mais frente, emoutro passo bblico. Por aqui, j podemos avaliar o compromisso do tradutor com a verdade.

  • 2Quem se aventurar a fazer uma comparao entre o teor da traduo de Shedd, com oque consta em vrias outras Bblias, ter uma surpresa to grande que ficar perdido parasaber qual delas a verdadeira, tamanha a diversidade entre elas.

    Bblia 1Sm 28,3 1Sm 28,7 1Sm 28,8 1Sm 28,9

    Shedd Os mdiuns e os adivinhos Seja mdiumAdivinhes pela necromancia

    Os mdiuns e adivinhos

    TEB a necromancia necromante a necromancia a necromancia

    SBB Os adivinhos e os encantadoresTenha o esprito de feiticeira

    Adivinhes pelo esprito de feiticeira

    os adivinhos e os encantadores

    Santurio os feiticeiros e os adivinhos necromantePredize-me o futuro, evocando um morto

    Os magos e os adivinhos

    SBTB Adivinhos e encantadoresTenha o esprito de feiticeira

    Adivinhes pelo esprito de feiticeira

    Adivinhos e encantadores

    De Jerusalm Necromantes e adivinhosQue pratique adivinhao Adivinhao, evocando

    Necromantes e adivinhos

    Ave-Mariaos necromantes, os feiticeiros e os adivinhos

    necromante Predize-me o futuro, evocando um mortoos necromantes e os adivinhos

    Barsa Mgicos e adivinhos Tenha o esprito de PitonAdivinha-me pelo esprito de Piton

    Mgicos e adivinhos

    Do Peregrino Necromantes e adivinhos necromanteAdivinha o futuro, evocando os mortos

    Necromantes e adivinhos

    MundoCristo Mdiuns e adivinhos Seja mdium

    Adivinhes pela necromancia

    Mdiuns e adivinhos

    Novo Mundo

    Mdiuns espritas e prognosticadores profissionais de eventos

    Seja dona de mediunidade esprita

    Use a adivinhao, por meio da mediunidade esprita

    Mdiuns espritas eprognosticadores profissionais de eventos

    Pastoral Necromantes e adivinhos necromanteAdivinhe o futuro, evocando os mortos

    Necromantes e adivinhos

    Vozes Necromantes e adivinhosEntendida em evocar os mortos

    Adivinha por meio da necromancia

    Necromantes e adivinhos

    Paulinas 1957 Magos e adivinhos Tenha o esprito de PitonAdivinha-me pelo esprito de Piton Magos e adivinhos

    Paulinas 1977 Magos e adivinhos necromante Adivinha-me pelo esprito de necromante Magos e adivinhos

    Paulinas 1980 Magos e adivinhos necromante Adivinha-me pelo esprito de necromante Magos e adivinhos

    O que no entendemos como Shedd trata a mulher de mdium (v. 3, 7 e 9), quandoele diz que Saul pediu que me adivinhes pela necromancia, citando o nome de Samuel comosendo o esprito que queria entrar em contato (v. 8). Ora, isso a prova cabal, aceita porShedd, ainda que inconsciente disso, de o que se praticava era a necromancia: meio deadivinhao interrogando um morto (MONLOUBOU e DU BUIT, 1997, p. 556).

    Flvio Josefo (37-103 d.C.), historiador hebreu, nos confirma inteno de Saul, ao dizerque o rei mandou que se indagasse onde se poderia encontrar algum daqueles que fazemvoltar as almas dos mortos para interrog-las e saber coisas futuras (JOSEFO, 2003,p. 169, grifo nosso). Essa narrativa de Josefo corrobora a crena daquela poca nacomunicao com os mortos e mais ainda nos diz com que finalidade os consultavam, almdisso ela poder tambm tomada como Argumento histrico, que falaremos mais ao final.

    Assim, aceitar que as evocaes feitas pelos espritas necromancia algo que spodemos classificar de m-f, levando-se em conta que a possibilidade de conhecimento dasprticas Espritas est disponvel para quem quiser, em vrios sites espritas e, especialmente,

  • 3no da FEB Federao Esprita Brasileira, que disponibiliza todas as obras da Codificao.

    Curioso a expresso mediunidade esprita, como na Novo Mundo; ser que, comisso, podemos dizer que aceitam mediunidade evanglica ou catlica?

    Os quatro versculos (1Sm 28,3.7.8,9) deveriam falar do mesmo assunto necromancia, mas no o que vemos. Os tradutores, a seu bel prazer, mudam a palavra deDeus conforme sua convenincia, procurando ajust-la a seus dogmas. No caso de Shedd, eleainda tem a coragem de afirmar que interpreta com fidelidade os originais sagrados (Shedd).

    Vamos analisar as explicaes que Shedd d aos versculos que narram o fato:

    28.3 Samuel era morto (ver 25.1). A mediunidade pecado gravssimo,condenado pela Bblia de ponta a ponta, e castigada com a penamxima, pena de morte (Lv 20.27; Dt 18.10-12, At 16.18; Ap 21.8). Dizerque Deus permitiu o aparecimento de Samuel mediante a pitonisa (11), afirmar que Deus permitiu a Samuel pecar gravemente. Consultar os'mortos", ou os falsos mortos, pecado igual ao de feitiaria ao deidolatria (15.23a). pecado cuja prtica Deus no permitiu a ningum,absolutamente a ningum, e muito menos a Samuel, que era o segundo dosprofetas, quanto importncia, depois de Moiss no A. T. (Jr 15.1). (BbliaShedd, p. 430, grifo nosso).

    Essa explicao de Shedd, para ns, uma demonstrao de absoluta incongruncia;veja, caro leitor: se era proibido, por que, ento, Deus permitiu esse pecado gravssimo, eainda inspirou o escritor bblico a descrever o acontecimento do qual participou Samuel,conforme Shedd, o segundo dos profetas, quanto importncia, depois de Moiss no A. T..No interessante?...

    Alm disso, desde o incio percebemos que o nobre tradutor pouco conhece dosfenmenos medinicos, pois, caso contrrio, nunca falaria que a mediunidade pecadogravssimo. Ora, qualquer pessoa, que tenha estudado, ainda que minimamente, taisfenmenos, sabe muito bem que a mediunidade uma faculdade humana e, como tal, suafonte Deus, ou seja, foi Ele quem dotou o homem com a possibilidade dele contatar-se com omundo invisvel. Ento, o que Shedd deveria ter dito, levando-se em conta a tica com a qualele v isso, que a comunicao com os mortos pecado gravssimo em vez de ter amediunidade como tal.

    No raras vezes, topamos com assertivas, como a aqui usada, de que a comunicaocom os mortos (e no a mediunidade) algo condenado pela Bblia de ponta a ponta, ideiaque impressiona o crente, pois sugere que essa condenao est em toda a Bblia, comcentenas de passagens colocando-a como algo contrrio a vontade divina. Confiante de que ofiel no conferir, o que, de fato, acontece, prevalece a opinio dele, obviamente, emdetrimento da verdade, a qual, como devotado cumpridor da palavra de Deus, deveriasegui-la; especialmente, levando-se em conta esta recomendao de Jesus: Seja, porm, ovosso falar: Sim, sim; no, no; pois o que passa da, vem do Maligno. (Mt 5,37).

    Vejamos, agora, os passos citados por Shedd.

    Lv 20,6: Quando algum se virar para os necromantes e feiticeiros, para seprostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo.

    A relao direta da penalidade aqui imposta, certamente, est relacionada ao queconsta num passo anterior, nesse mesmo livro, qual seja:

    Lv 19,31: No vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; no osprocurareis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.

    Pela passagem, proibi-se a necromancia e a adivinhao, e aos que praticassem taiscoisas caber-lhes-ia a penalidade prevista em Lv 20,6. Observe, caro leitor, que no se falanada em comunicao com os mortos, ou mesmo algo com relao a mdium, como quer fazercrer o nobre tradutor, que estamos usando como exemplo. Em nota explicava, ele afirma:

    19.31 Necromantes. Pessoas que se comunicam com os mortos, ou

  • 4seja, mdium, 20.6. Aqui h uma forte condenao das prticas espritasexistentes no dia de hoje. A Bblia condena taxativamente a invocao dosmortos. (Shedd, p. 169, grifo nosso).

    No poderamos esperar outra coisa, seno o fato de que Shedd, insistentemente, vaiincutindo na cabea do seu leitor que as prticas espritas so condenadas, mesmo sem ter amenor noo do que, realmente, elas sejam. Infelizmente no teve o menor escrpulo emexplicar o termo necromante como sendo a prtica da evocao dos mortos para fins deadivinhao, conforme se v em MONLOUBOU e DU BUIT, autores do Dicionrio BblicoUniversal, preferindo relacionar a condenao comunicao com os mortos de formageneralizada, quando, de fato, algo bem especfico, ou seja, com a finalidade de adivinhao.

    certo que as pessoas que se comunicam com os mortos so, por esse motivo,mdiuns; porm, a caracterstica fundamental dos necromantes a evocao dos mortos parafins de adivinhao, o que, indubitavelmente, nada tem a ver com o Espiritismo, motivo peloqual fazemos questo absoluta de insistir nisso.

    Dt 18,9-12: No se achar entre ti quem faa passar pelo fogo o seu filho ou a suafilha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nemencantador, nem necromante, nem mgico, nem quem consulte os mortos; poistodo aquele que faz tal coisa abominao ao SENHOR; e por estas abominaes oSENHOR, teu Deus, os lana de diante de ti.

    Bom, aqui cita a consulta aos mortos; porm, cabe-nos descobrir em que circunstnciasela est sendo colocada. Voltemos a um assunto j falado, por ser importante falarnovamente: o que nunca vimos ningum citar a sequncia desse passo, pois nela estarclaramente identificado o motivo dessa proibio.

    Dt 18,14: Porque estas naes que hs de possuir ouvem os prognosticadores e osadivinhadores; porm, a ti o SENHOR, teu Deus, no permitiu tal coisa.

    Pelo que consta no incio desse versculo, vemos que, indubitavelmente, a proibio temcomo destinatrio certo o povo hebreu, ao qual se recomendava que no praticassem nadarelacionado a fazer prognsticos ou adivinhao; portanto, no h sentido, a no ser por m-f, em querer colocar no meio disso a comunicao com os mortos de forma indiscriminada,porquanto a recomendao atinge aquelas que, to somente, tivessem por objetivo asrevelaes sobre acontecimentos do futuro, que , exatamente, o caso da necromancia.

    Mas os defensores dessa proibio, como sendo de origem divina, no conseguiram athoje nos explicar com clareza por qual motivo Deus cria, por leis especficas, a possibilidade dointercmbio entre os dois planos da vida, mesmo sendo algo abominvel a Ele. Voc, caroleitor, criaria alguma coisa que te causasse um imenso aborrecimento? S um louco, para fazerisso. Como o fanatismo cega as pessoas!...

    Ns, os espritas, como cristos que somos, no temos nenhum compromisso com essalei mosaica, tomando como base esta fala de Jesus, j que a ele que, incondicionalmente,seguimos:

    Lc 16,16: A lei e os profetas vigoraram at Joo; desde ento anunciado oevangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele.

    H uma ntida separao entre o Antigo Testamento e a Boa Nova anunciada por Jesus;o primeiro vigorou at Joo, enquanto que a Boa Nova a partir dele, ou seja, Joo Batista oponto final do Antigo Testamento, e, ao mesmo tempo, o ponto inicial da Boa Nova. Tanto isso verdade que muitas coisas do Antigo Testamento j no se cumprem mais. Alis, , atmesmo, pura falta de coerncia, daqueles que buscam, na lei antiga, algo para cumprirmos,quando eles mesmos no a cumprem no todo. Trazemos como exemplos as seguintespassagens, inclusive, j citadas por ns milhares de vezes, mas nos obrigam a repeti-las:

    Dt 21,15-16: Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra aquem aborrece, e uma e outra lhe derem filhos, e o primognito for da aborrecida, nodia em que fizer herdar a seus filhos aquilo que possuir, no poder dar a

  • 5primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da aborrecida, que oprimognito.

    Dt 21,18-21: Se algum tiver um filho contumaz e rebelde, que no obedece voz de seu pai e de sua me, e, ainda castigado, no lhes d ouvidos, seu pai e suame o pegaro, e o levaro aos ancios da cidade, sua porta, e lhes diro: Este nossofilho rebelde e contumaz, no d ouvidos nossa voz, dissoluto e beberro. Ento,todos os homens da sua cidade o apedrejaro at que morra; assim, eliminars omal do meio de ti; todo o Israel ouvir e temer.

    Dt 22,23-24: Se houver moa virgem, desposada, e um homem a achar na cidade ese deitar com ela, ento trareis ambos porta daquela cidade, e os apedrejareisat que morram; a moa, porquanto no gritou na cidade, e o homem, porquehumilhou a mulher do seu prximo; assim, eliminars o mal do meio de ti.

    Dt 23,1: Aquele a quem forem trilhados os testculos ou cortado o membro virilno entrar na assembleia do SENHOR.

    Dt 23,2: Nenhum bastardo entrar na assembleia do SENHOR; nem ainda a suadcima gerao entrar nela.

    Dt 25,5: Se irmos morarem juntos, e um deles morrer, sem filhos, ento amulher do que morreu no se casar com outro estranho, fora da famlia; seucunhado a tomar e a receber por mulher, e exercer para com ela a obrigaode cunhado.

    Dt 25,11-12: Quando brigarem dois homens, um contra o outro, e a mulher deum chegar para livrar o marido da mo do que o fere, e ela estender a mo, e o pegarpelas suas vergonhas, cortar-lhe-s a mo: no a olhars com piedade.

    Se querem que cumpramos o Dt 18,9-14, deveriam cumprir todas essas acima. Alis, exatamente isso que determina o Dt 18,15, que, por ironia do destino, est logo aps:

    Dt 28,15: Ser, porm, que, se no deres ouvidos voz do SENHOR, teu Deus,no cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que,hoje, te ordeno, ento, viro todas estas maldies sobre ti e te alcanaro:.

    Ento, que esperem a longa lista de maldies divinas relacionadas nos versculosseguintes (Dt 28,16-69).

    Em nota sobre o passo Dt 18,9-14, Shedd explica como v a narrativa:

    18.9-14 Magia, feitiaria e consulta aos mortos (cf Is 8,19) foram proibidas.Os poderes sobrenaturais de origem satnica, muitas vezes, se manifestamnessas prticas. A seita religiosa do espiritismo incompatvel com ocristianismo bblico. (p. 278).

    A inteno deliberada de satanizar as comunicaes com os mortos tem comoobjetivo principal amedrontar os fiis, para que no faam isso; no porque imoral oumesmo antibblico, mas, simplesmente, porque ao entrar em contato com os espritos, aspessoas acabaro relacionando-se com os de ordens mais elevadas, o que, por falaremsomente a verdade, acabaro expondo os equvocos teolgicos disseminados pelos lderesreligiosos.

    Como as coisas so totalmente diferentes e, muitas vezes, contrrias ao que querempassar, eles apresentam a ideia de que o Espiritismo incompatvel com o cristianismobblico, uma vez que, precipuamente, o Espiritismo advoga os ensinamentos de Jesus comonorma de comportamento para a humanidade. Assim, o que podemos informar que oEspiritismo incompatvel com a teologia dogmtica, aquela que no quer que seus fiispensem pela prpria cabea, visando manter a explorao do dzimo, concomitantemente como uso do poder poltico, como est acontecendo ultimamente, em que vrios seguimentosreligiosos esto apresentando candidatos aos cargos eletivos nas trs esferas da administraopblica e nos seus respectivos poderes legislativos e executivos, indo at a criao de partidos

  • 6e de bancadas, como o caso das bancadas evanglicas.

    E bom frisar que Jesus no proibiu o intercmbio com os mortos que, para ele, estototalmente vivos, quando diz que Ele no Deus de mortos, e sim de vivos (Mt 22,32). Ecomo seguimos a Jesus e no a Moiss, comunicamos com os mortos, sim; exatamente,seguindo seu exemplo, pois os evangelhos do-nos a prova de que ele se comunicou com doisespritos:

    Mt 17,1-3: Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmos Tiago e Joo eos levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rostoresplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se bancas como a luz. E eis quelhes apareceram Moiss e Elias, falando com ele. (ver tb Mc 9,2-4 e Lc 9,28-31).

    Moiss e Elias j estavam mortos; portanto, manifestaram-se em espritos, quergostem ou no, os dogmticos negadores da comunicao com os mortos. Alm disso, oprprio Jesus, depois de morto, comunicou-se com os discpulos e tambm com Paulo,conforme narrativas do Novo Testamento.

    Para entender o que se passa em Atos 16 preciso que iniciemos a narrativa a partir doversculo 16:

    At 16,16-18: Aconteceu que, indo ns para o lugar de orao, nos saiu ao encontrouma jovem possessa de esprito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grandelucro aos seus senhores. Seguindo a Paulo e a ns, clamava, dizendo: Estes homensso servos de Deus Altssimo e vos anunciam o caminho da salvao. Isto se repetiapor muitos dias. Ento, Paulo, j indignado, voltando-se, disse ao esprito: Em nome deJesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu.

    Nem com todo o esforo exegtico, se consegue ver nesse passo alguma proibiorelacionada comunicao com os mortos. O que se v, e bem claro, que uma jovem estavapossessa de um esprito adivinhador, e, sob as ordens de Paulo, ele a deixou. Certamente, elaera uma mdium, e sem culpa disso, porquanto, como j dissemos, a mediunidade umafaculdade humana, que todos ns a temos, variando apenas quanto ao grau de percepo darealidade do mundo invisvel, que cada um de ns possui.

    Por outro lado, no podemos deixar de ressaltar que os senhores, dessa jovem escrava,lucravam com a mediunidade dela, obviamente, atendendo as pessoas que os procuravam epagavam pelas revelaes que ela, influenciada pelo esprito adivinhador, dava-lhes. E jadiantamos: confundir as comunicaes dos mortos, que acontecem nas Casas Espritas, comadivinhao, provar que No sabe da missa a metade, ou est agindo de m-f; das duas,uma.

    Ap 21,8: Quanto, porm, aos covardes, aos incrdulos, aos abominveis, aosassassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idlatras e a todos os mentirosos, aparte que lhes cabe ser no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segundamorte.

    mais um passo que nada tem a ver com a histria e que no foge ao estilo dos quequerem justificar seus dogmas teolgicos.

    Um feiticeiro at pode se comunicar com os mortos, caso seja um mdium; porm,dizer que todas as pessoas que se comunicam com os mortos so feiticeiros pura apelaode quem no tem argumento para uma defesa coerente de seus dogmas.

    Cita 1Sm 15,23, para igualar a comunicao com os mortos como pecado de feitiariaou de idolatria; por isso no podemos deixar de ler a passagem citada:

    1Sm 15,23a: Porque a rebelio como o pecado de feitiaria, e a obstinao como aidolatria e culto a dolos do lar.

    Mais uma vez o tradutor da Bblia Shedd quer fazer o leitor acreditar em algo que no verdade, pois o passo mencionado coloca a rebelio de Saul, e no a comunicao com osmortos, como pecado de feitiaria. Apelou feio, dizendo mentira. Ah, lembramo-nos que, em

  • 7Ap 21,8, citado por ele, se diz que os mentirosos iro para o lago que arde com fogo e enxofre.

    A tal de rebelio de Saul at curiosa. Quando os hebreus estavam para espoliartodos os habitantes da Terra Prometida, o primeiro obstculo que defrontaram foi o povoamalequita que no queria deix-los passar por seu territrio. Travando guerra contra osprotegidos do Senhor dos exrcitos, foram derrotados; porm, futuramente, ainda sofreriaa sua vingana: Ento, disse o SENHOR a Moiss: Escreve isto para memria num livro erepete-o a Josu: porque eu hei de riscar totalmente a memria de Amaleque dedebaixo do cu (Ex 17,14). Coube ao rei Saul exercer essa vingana divina (1Sm 15,2-3);entretanto, o exrcito de Saul no matou o gado gordo, alm de poupar a vida do rei Agage(1Sm 15,8-9), o que bastou para acender a ira divina por essa rebelio de Saul,prometendo Deus tirar-lhe a realeza e passar para outro mais competente, que, cegamente,lhe cumprisse as ordens (1Sm 15,11-31). H quem, piamente, acredita nessa absurda histria,da qual se tem que Deus seja capaz de vingar, o que significa dizer, que Ele tem dio em seucorao. Haja fanatismo!!

    Embora no tenha sido a inteno de Shedd, ele disse uma verdade: os espritos somesmos falsos mortos, porque, na verdade, todos eles esto totalmente vivos, ainda quealguns no acreditem nisso.

    Leiamos, agora, a segunda nota explicativa:

    28.7-25 A crnica de 7-25 fora escrita por uma testemunha ocular: logo, porum dos servos de Saul que o acompanhara necromante (7,8).Frequentemente, esses servos eram estrangeiros (21.7; 26.6; 2Sm 23.25-39) e quase sempre supersticiosos, crentes no erro (7) - razo por que oseu estilo to convincente. Esta crnica que parte da histria de Israel, peladeterminao divina, entrou no Cnon Sagrado. E deve estar l, como l estoos discursos dos amigos de J (42.7), as afirmaes do autor de debaixo dosol (Ec 3.19; 5.18; 9.7,9,10, etc.), a fala da mulher de Tecoa (2Sm 14.2-21),etc. - palavras e conceitos humanos. (Infelizmente, esta crnica interpretada por muitos sob o mesmo ponto de vista do servo de Saul).Analisando-se o caso, no negamos a sinceridade da mulher (11-14): tambm amoa de At 16.16-18 foi sincera. Nem to pouco recorremos interpretaoparapsicolgica (que possvel), mas diretamente Bblia que, em simesma, tem os argumentos necessrios, para desmentir as afirmaesdo servo de Saul. Antes, porm, vejamos a palavra mdium (6, heb ob), que traduzida em outras verses por esprito adivinhador, ou esprito familiar eno texto grego (LXX) por (engastrimuthos) ventrloquo (um de fala diferente),palavra que indica a espcie de pessoa usada por um desses espritos. 1)Argumento Gramatical (6) ...o Senhor ...no lhe respondeu. O verbohebraico completo e categrico. Na situao presente de Saul, Deus no lherespondeu, no lhe responde e no lhe responder nunca. O fato confirmadopela frase: ...Saul ...interrogara e consultara uma necromante e no aoSenhor... (1Cr 10.13-14). 2) Argumento Exegtico (6): Nem por Urim revelao sacerdotal (ver 14.18); nem por sonhos -revelao pessoal; nem porprofetas revelao inspiracional da parte de Deus. Fosse Samuel o veculotransmissor, seria o prprio Deus respondendo, pois Samuel no podia falarseno pela inspirao. E, se no foi o Senhor quem falou, no foi Samuel. 3)Argumento Ontolgico: Deus se identifica como Deus dos vivos: de Abrao,de Isaque, de Jaco, ele. (Ex 3.15; Mt22.32). Nenhum deles perdeu a suapersonalidade, integridade, ou superego. Seria Samuel o nico a poluir-se, indocontra a natureza do seu ser, contra Deus (6) e contra a doutrina que elemesmo pregara (15.23), quando em vida nunca o fez? Impossvel. 4)Argumento Escatolgico: O pecado de Samuel tornar-se-ia mais grave ainda,por ter ele estado no seio de Abrao e tendo recebido uma revelao superiore um conhecimento mais exato das coisas encobertas, e, por no t-lasconsiderado, nem obedecido s ordens de Deus (Lc 16.27-31). Mas Samuelnunca desobedeceu a Deus (12.3-4). 5) Argumento Doutrinrio: Consultar osespritos familiares condenado pela Bblia inteira (ver 28.3). Fossem osespritos de pessoas, e Deus teria regulamentado a matria, mas como no so,Deus o proibiu. Aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma novadoutrina, que a revelao divina mediante pessoas mpias e polutas. E nessecaso, para serem aceitas as afirmaes profticas, como verdades divinas necessrio que sejam de absoluta preciso; o que no acontece no caso

  • 8presente (Vejam como so precisas as profecias a respeito de Cristo: Zc 9.9 e Jo12.15; Sl 22.18 e Jo 19.24; Sl 69.21 e Jo 19.28-29; x 12.46; Nm 9.12; Sl34.20 e Jo 19.36; Zc 12.10; Jo 19.37, etc.). 6) Argumento proftico (Dt18.22): As profecias devem ser julgadas (1Co 14.29). E essas, do pseudo-Samuel, no resistem ao exame. So ambguas e imprecisas, justamente comoas dos orculos sibilinos e dlficos. Vejamos: a) Saul no foi entregue nas mosdos filisteus (28.19): A profecia de estilo sibilino e sugeria que Saul viria a sersupliciado pelos filisteus. Mas o fato que Saul se suicidou (31.4), e veio pararnas mos dos homens de Jabes-Gileade (31.11-13). Saul apenas passou pelasmos dos filisteus. Infelizmente, o pseudo-Samuel no podia prever essedetalhe. (Vejam como so precisos os detalhes acima a respeito da pessoa deCristo). b) No morreram todos os filhos de Saul (...tu e teus filhos, 28.19),como insinua essa outra profecia obscura: Ficaram vivos pelo menos trs filhosde Saul: Is-Bosete (2Sm 2.8- 10), Armoni e Mefibosete (2Sm 21.8). Apenas trsmorreram, como indicam clara e objetivamente as passagens seguintes: 1Sm31.2,6 e 1Cr 10.2, 6. c) Saul no morreu no dia seguinte (...amanh ...estareiscomigo, 28.19): Esta uma profecia do tipo dlfico, ambgua. Saul morreucerca de dezoito dias depois (ver notas de 30.1,10,13,17; 2 Sm 1.3). Citar emsua defesa Gn 30.33 e x 13.14 e afirmar que a palavra hebraica mahar,amanh, aqui, de sentido indefinido, torcer o hebraico e a sua exegese,pois todos vo morrer, mesmo, em algum dia no futuro; isto no novidade.d) Saul no foi para o mesmo lugar de Samuel (...estareis comigo, 28.19).Outra profecia dlfica. Interpretar o comigo por simples alm (sheol), tergiversar. Samuel estava no seio de Abrao, sentia isso e sabia da diferenaque existia entre um salvo e um perdido. Jesus tambm o sabia, e no disse aoladro na cruz: "...hoje estars comigo no "alm" (sheol), mas sim, no Paraso.Logo, Samuel no podia ter dito a Saul, que este estaria no mesmo lugar queele: no seio de Abrao. Se Samuel tivesse desobedecido a Deus (28.16-19),passaria para o inferno, para estar com Saul? Ou ento, Saul, ainda quetransgredindo a palavra de Deus e consultando necromante (1 Cr 10.13),passou para o Paraso, para estar com Samuel? Inacreditvel. Soluo: - Quemrespondeu a Saul? Sugerimos a seguinte possvel explicao. A Bblia fala decertos espritos, sua natureza e seu poder (x 7.11,22; 8.7; At 16.16- 18; 2Co 11.14-15; Ef 6.12). So os anjos maus. Do mesmo modo fala de anjos queacampam ao nosso redor e nos guardam (SI 34.7; Mt 18.10; Lc 15.10, etc.).So os anjos bons. So dois, os "secretrios" (seno mais) que nosacompanham durante a vida toda; um bom e outro mau. Anotam tudo esabem tudo a nosso respeito. Depois da morte, o anjo bom leva o nosso livro-relatrio, diante de Deus, pelo qual seremos julgados (Ap 20.12). Por sua vez,o anjo mau assume a nossa identidade e representa-nos no mundo,atravs dos mdiuns. Onde revela o nosso relatrio com acerto e autoridade por isso que Paulo fala da luta que temos contra as foras espirituais do mal(Ef 6.12). E pela mesma razo que Deus probe consultas aos mortos (ls8.19,20), porque estes so falsos (Dt 18.10-14). Caso fossem espritoshumanos, provavelmente, Deus no proibiria a sua consulta, apenasregulamentaria o assunto para evitar abusos. Deus, porm, probe o que dissimulao e falsidade. (Bblia Shedd, p. 430-431, grifo nosso).

    V-se que a primeira preocupao de Shedd desqualificar o relato bblico como deinspirao divina, para coloc-lo conta de uma histria contada pelos servos de Saul,pessoas, segundo ele, altamente supersticiosas. Com isso, fica evidente que os seus dogmasteolgicos sempre falam mais alto que a verdade que defendem quanto origem dos textosbblicos como sendo a palavra de Deus, que inspirou todos os seus autores, o que faz daBblia, ponta a ponta, um livro inerrante. Faz questo de demonstrar, como veremos nodecorrer dessas nossas consideraes, que usar a Bblia para desmentir as afirmaes dosservos de Saul.

    No passou pela cabea do nobre tradutor que a divulgao do fato pode muito bem tersido feita pela prpria necromante, que, pelos textos bblicos, presume-se seja uma hebreia esobre a qual ele prprio diz: Analisando-se o caso, no negamos a sinceridade da mulher(11-14). Isso nos leva concluso de que a crena na comunicao com os mortos era algocomum quela poca, at mesmo porque no se probe uma coisa que no pode acontecer, porser totalmente ilgico. Alm disso, temos o prprio rei de Israel indo procurar uma pessoa quepraticava a necromancia, para que ela evocasse o esprito Samuel. to flagrante o fato, queo autor bblico j coloca no incio de sua narrativa que J Samuel era morto (1Sm 28,3),

  • 9visando nortear o leitor de que quem iria se manifestar era o esprito dele.

    E mais; se a comunicao com os mortos no acontecesse, Saul, que proibiu tal prtica,no teria mandado seus servos procurar uma mulher que se comunicasse com os mortos efosse at a sua casa consult-la; no verdade?

    Alm disso, no podemos deixar de destacar que Shedd, ao narrar o episdio doencontro de Saul com o esprito Samuel, em vez de dizer que o rei pediu aos servos que lheapontasse uma necromante, preferiu alterar a palavra necromante substituindo-a pormdium: apontai-me uma mulher que seja mdium, para que me encontre com ela e aconsulte (1Sm 28,7).

    Vejamos este quadro comparativo, entre duas passagens que falam do assunto, paravermos at onde anda a honestidade dos tradutores bblicos:

    Bblia Dt 18,11 1Sm 28,7

    Shedd nem encantador, nem necromante, nem mgico, nem quemconsulte os mortos; Seja mdium

    TEB Enfeitiamentos, recorra adivinhao ou consulte os mortos necromante

    SBB Nem encantador de encantamentos, nem quem consulte umesprito adivinhante, nem quem consulte os mortosTenha o esprito defeiticeira

    Santurio Ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilgios ou evocao dosmortos necromante

    SBTB Nem encantador, nem quem consulte a um espritoadivinhador, nem mgico, nem quem consulte os mortosTenha o esprito defeiticeira

    De Jerusalm ou que pratique encantamentos, que interrogue espritos ouadivinhos, ou ainda que invoque os mortosQue pratiqueadivinhao

    Ave-Maria magia, ao espiritismo, adivinhao ou evocao dos mortos necromante

    Barsa ou encantador, nem quem consulte Pton ou adivinhos, nemquem indague dos mortos a verdadeTenha o esprito dePiton

    Do Peregrino nem feiticeiros, nem encantadores, nem espiritistas, nemadivinhos, nem necromantes necromante

    Mundo Cristo nem encantador, nem necromante, nem mgico, nem quemconsulte os mortos Seja mdium

    Novo Mundoou algum que prenda outros com encantamentos, ou algum quev consultar um mdium esprita, ou um prognosticadorprofissional de eventos, ou algum que consulte os mortos

    Seja dona demediunidadeesprita

    Pastoral nem que pratique encantamentos, consulte espritos ouadivinhos, ou tambm que invoque os mortos necromante

    Vozes nem quem se d magia, consulte mdiuns, interrogue espritosou evoque os mortos.Entendida emevocar os mortos

    Paulinas 1957 nem quem seja encantador, nem quem consulte os pites ouadivinhos, ou indague dos mortos a verdadeTenha o esprito dePiton

    Paulinas 1977 nem quem seja encantador, nem quem consulte aosnigromantes, ou adivinhos, ou indague dos mortos a verdade. necromante

    Paulinas 1980 nem quem seja encantador, nem quem consulte aosnigromantes, ou adivinhos, ou indague dos mortos a verdade necromante

    Essa lista de dezesseis bblias corresponde a quatorze tradues. Destacamos entre elasa traduo de Pe. Matos Soares, Paulinas, em que o texto bblico muda da publicao de 1957para as duas seguintes, fato que, julgamos como de responsabilidade dos que a publicaram.

    Conforme j o dissemos, as palavras Espiritismo, espiritista, esprita e mdiumnem existiam quela poca, tratam-se de neologismos criados por Kardec, no ano de 1857;ento, como aparecem em textos bblicos? Simples: ordinria adulterao objetivando atingircrena alheia.

  • 10

    E para impressionar mais o leitor, Shedd apresenta seis argumentos, com os quaispretende derrubar a realidade do fato de que o esprito Samuel se comunicou com Saul, porintermdio da necromante de Endor.

    O Argumento Gramatical to fraco, pois se pode ver que apesar de Deus ter ditoPois eu, o SENHOR, no mudo (Ml 3,6), por diversas vezes faz isso, conforme se v ao longodas narrativas do Antigo Testamento. E para no ir muito longe, Ele se arrependeu de ter feitoSaul rei de Israel (1Sm 15,11), portanto, fica evidente que nada h de categrico ou definitivonaquilo que Ele promete.

    Teria algum motivo oculto para que Shedd, em suas explicaes, no citasse todo o teordo passo 1Cr 10,13-14? Leiamos o texto completo, no qual negritamos o que Shedd cita dele:

    1Cr 10,13-14: Assim, morreu Saul por causa da sua transgresso cometida contra oSENHOR, por causa da palavra do SENHOR, que ele no guardara; e tambm porqueinterrogara e consultara uma necromante e no ao SENHOR, que, por isso, omatou e transferiu o reino a Davi, filho de Jess.

    Os que, cegamente, se apoiam nos textos bblicos, geralmente, no se do conta deque eles s vezes so contraditrios, como o caso dessa passagem, na qual vemos osseguintes problemas:

    1) a causa da morte de Saul foi suicdio: ento, Saul tomou da espada e se lanousobre ela (1Sm 31,4);

    2) Saul morreu porque se suicidou e no pelo motivo de que tambm interrogara econsultara uma necromante;

    3) afirma-se que Saul no consultou ao Senhor, quando, na verdade, Consultou Saulao Senhor (1Sm 28,6);

    4) ao dizer que, por isso, o Senhor o matou, no estaria colocando-O diante do faa oque digo, mas no faa o que fao, uma vez que recomendara No matars? (Ex 20,13; Dt5,17). E, por falar em no matar, vejamos, por oportuno, a ordem divina que Saul transgrediu:

    1Sm 15,2-3: Assim diz o SENHOR dos Exrcitos: Castigarei Amaleque pelo que fez aIsrael: ter-se oposto a Israel no caminho, quando ele subia do Egito. Vai, pois, agora, efere a Amaleque, e destri totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; pormmatars homem e mulher, meninos e crianas de peito, bois e ovelhas,camelos e jumentos.

    Se isso, porventura, acontecesse nos dias atuais, certamente, o autor dessabarbaridade seria levado Corte Penal Internacional, sediada em Haia, com mais de umacentena de pases-membros, e condenado por crime de guerra e de genocdio, amargando,pelo resto da vida, numa infecta priso, embora, pela massa popular, provavelmente, seriacondenado morte. Entretanto, a ortodoxia no v nenhum problema nessa ordem atribuda aDeus. Ns temos certeza absoluta que ela no partiu de Deus, mas de algum esprito bematrasado moralmente que sugestionou a Samuel, que passou a Saul, como se fosse inspiraodivina.

    Seria muito indelicado chamar o autor de Crnicas de mentiroso, por inventar e nocontar os fatos como acontecidos? Se for, no chamaremos!

    Fora isso, ainda podemos destacar a contradio do tradutor, pois, aqui, nesse passo,diz que Saul foi consultar uma necromante; porm, quando do relato da ocorrncia do fato elea trata de uma mdium, palavra para a qual no existe correspondente em hebraico, grego ouaramaico. Em Dt 18,11, Shedd tambm usa necromante, o que confirma que ele sabia o realsignificado na lngua de origem da palavra traduzida.

    E no bastasse isso, ainda quer que seu leitor pense outra coisa da referncia afeiticeira em Ex 22,18: A feiticeira no deixars viver, ao afirmar que A palavra se refere auma mdium (Shedd, p. 106).

    Explicando o passo 1Cr 10,13, diz:

  • 11

    10.13. Assim, morreu Saul. As principais causas da derrota de Saul e seufracasso, foram: 1) Transgresso contra Deus (1Sm 13.8-14; 15.1-23); 2)consulta a uma necromante (consultora de mortos) (1Sm 28.7-25); 3) Noconsultou o Senhor (3). N. Hom. Perigos do Espiritismo (necromancia): 1) Noprecisa de seus conselhos (Lc 16.29); 2) Seus conselhos no ajudam (Lc 16.30-31); 3) Seus conselhos prejudicam a vida e a alma (Dt 18,11-12). (Shedd, p.586).

    Sobre a causa da morte de Saul, j falamos, resta-nos comentar a sua N. Hom.(Ntula Homiltica). Sem o menor constrangimento, continua insinuando que Espiritismo enecromancia so a mesma coisa, quando, de fato, nunca foi e muito menos o . Vejamos o queconsta em Lucas, j que ele o cita.

    Lc 16,29: Respondeu Abrao: Eles tm Moiss e os Profetas, ouam-nos.

    Lc 16,30-31: Mas ele insistiu: No, pai Abrao; se algum dentre os mortos for tercom eles, arrepender-se-o. Abrao, porm, lhe respondeu: Se no ouvem a Moiss eaos Profetas, tampouco se deixaro persuadir, ainda que ressuscite algum dentre osmortos.

    Esses versculos isolados ficam sem sentido se no soubermos qual o contexto em quese encontram. Esto inseridos na parbola do rico e Lzaro (Lc 16,19-31), contada por Jesus,que resumimos:

    Lzaro, um pobre coberto de chagas, vivia porta do rico, que nada lhe dava paramatar sua fome. Ambos morreram. O rico, nos seus tormentos, v Lzaro junto de Abrao e,tomado de compaixo pelos seus irmos ainda vivos, pede ao patriarca que envie Lzaro paraadverti-los, para que eles tambm no fossem para o mesmo lugar que ele. A partir da,seguem-se esses trs versculos.

    Conforme j dissemos alhures, se entre os judeus no houvesse a crena de que osmortos pudessem se comunicar com os vivos esse pedido do rico no teria sentido algum. E,pela resposta de Abrao, diante da sua insistncia, v-se que ele est afirmando que completamente intil tal iniciativa, j que, se os irmos do rico nem mesmo ouviam aos vivos,no caso, os que transmitiam os ensinamentos de Moiss e dos profetas, muito menos ouviriamum esprito.

    Esse um fato que continua prevalecendo at nos dias de hoje, quando os espritosvm trazer as suas mensagens e a ortodoxia, se no os trata por demnios, diz que isso noexiste. Pobres coitados, iro se surpreender, quando do retorno ptria espiritual, poisprovaro na prpria pele o efeito de sua descrena. Como j temos o texto A parbola dorico e Lzaro na viso Esprita, disponvel no site www.paulosnetos.net, analisando essapassagem, vamos recomendar sua leitura e seguir em frente.

    Encontramos algo interessante no segundo argumento de Shedd ArgumentoExegtico , que os dogmticos no se do conta, por apegarem-se demais a seus dogmasestabelecidos. Trata-se do que consta no versculo 6; leiamos:

    1Sm 28,6: Consultou Saul ao SENHOR, porm o SENHOR no lhe respondeu, nem porsonhos, nem por Urim, nem por profetas.

    Temos aqui duas formas bem curiosas usadas para as consultas a Deus: por sonhos epor Urim.

    Vejamos primeiramente o caso dos sonhos; para tanto transcreveremos o teor de Dt18,10-11, na verso de Shedd (Bblia Shedd), na do Pe. Matos Soares (Paulinas) e na do Pe.Antnio Pereira de Figueiredo (Bblia Barsa):

    Shedd: No se achar entre ti quem faa passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nemencantador, nem necromante, nem mgico, nem quem consulte os mortos; pois todoaquele que faz tal cousa abominao ao Senhor; e por estas abominaes o Senhorteu Deus os lana de diante de ti. (Bblia Shedd)

  • 12

    Paulinas 1957: No se ache entre vs quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte adivinhos ou observe sonhos e agouros, nemquem use malefcios, nem quem seja encantador, nem quem consulte os pites ouadivinhos, ou indague dos mortos a verdade. (nas publicaes de 1977 e 1980 emlugar de pites, consta nigromantes)

    Barsa: Nem se ache entre vs quem pretenda purificar seu filho, ou filha, fazendo-ospassar pelo fogo: nem quem consulte adivinhos, ou observe sonhos e agouros, nemquem seja feiticeiro, ou encantador, nem quem consulte Pton ou adivinhos, nem quemindague dos mortos a verdade.

    O que Shedd traduziu como prognosticador os outros tradutores entenderam comoquem observe sonhos. Consultado o Aurlio, vimos que a definio de prognosticador :Fazer o prognstico de; predizer, pressagiar, profetizar; conjeturar. O profetizar era algocomum aos profetas hebreus; ento, podemos concluir que faziam prognsticos, incluindo ainterpretao de sonhos; da perguntamos: Ser que consultar a Deus por meio de sonhos nose enquadraria entre as proibies pela verso de Pe. Matos e do Pe. Figueiredo? Inclusive, bom lembrar, a interpretao de sonhos era tambm praticada, por exemplo, pelos magos doEgito, conforme se pode comprovar nesse passo:

    Gn 41,8: De manh, achando-se ele [o Fara] de esprito perturbado, mandou chamartodos os magos do Egito e todos os seus sbios e lhes contou os sonhos; mas ningumhavia que lhos interpretasse.

    De igual forma, como suspeitvamos, os profetas hebreus tambm faziam isso, o quese pode comprovar em:

    Dn 4,6-7: Por isso, expedi um decreto, pelo qual fossem introduzidos minhapresena todos os sbios da Babilnia, para que me fizessem saber a interpretao dosonho. Ento, entraram os magos, os encantadores, os caldeus, os feiticeiros, elhes contei o sonho; mas no me fizeram saber a sua interpretao. Por fim, se meapresentou Daniel, cujo nome Beltessazar, segundo nome do meu deus, e no qualh o esprito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo: Beltessazar, chefedos magos, eu sei que h em ti o esprito dos deuses santos, e nenhum mistrio te difcil; eis as vises do sonho que eu tive; dize-me a sua interpretao.

    Na sequncia o rei Nabucodonosor, conta o sonho para o profeta Daniel que ointerpreta, o que prova que essa atividade era comum aos profetas hebreus, como jhavamos dito.

    A outra forma curiosa, que inclusive j mencionamos, era a consulta por meio do Urim eTumim, Shedd recomenda vermos 1Sm 14,18, onde ele os explica:

    14.18. Arca de Deus. A melhor traduo a do texto grego (LXX) que diz:estola sacerdotal. Esta continha as duas pedras de nix com os nomesgravados das doze tribos e do peitoral de juzo com Urim e Tumim (x28.6-30),Pensa-se que Urim (luz, ou revelao) e Tumim (perfeio, ou verdade)respondessem ao sim ou ao no, respectivamente (v 41). As consultas porUrim e Tumim cessaram nos dias de Davi, com o advento dos profetas quedeclaravam diretamente a vontade de Deus. (Shedd, p. 406).

    Ora, Shedd foi muito cuidadoso em no estender sua explicao de forma a deixarbem s claras para que serviam o Urim e o Tumim, institudos pelo prprio Deus (Ex 28,30);por isso foi preciso ampliar a nossa pesquisa:

    a) Bblia Shedd:

    28.15 O peitoral do juzo. Um tipo de bolso feito de materiais preciosos, paraser pendurado no peito, preso aos ombros. Continha o Urim e o Tumim (30) epor isso se chama de juzo, porque estes objetos eram usados para consultara vontade divina. S eram usados pelos sacerdotes (cf. Ed 2.63) e vemos emvrios trechos da Bblia que serviam para dar uma srie de respostas: sim ou

  • 13

    no (1Sm 23.9-14, 30.7). Nota-se, especialmente, o processo eliminatriodescrito em 1Sm 14,40-45. Enfim, parece que era a maneira de se lanarsortes em orao. (Shedd, p. 115, grifo nosso).

    b) Bblia de Jerusalm:

    Ex 28,6: O hebraico bblico aplica o termo efod (etimologia incerta) a trsrealidades: 1) o efod instrumento de adivinhao, que servia paraconsultar a Iahweh (cf. 1Sm 2,28+); 2) o efod-bad, tanga de linho usadapelos ministros do culto (cf. 1Sm 2,18++; 3) o efod do sumo sacerdote,espcie de colete preso por cinto e suspensrios. A esse colete est preso opeitoral do julgamento (vv. 15s), o qual contm as, sortes sagradas, Urime Tumim (v. 30; Lv 8,7-8; 1Sm 14,41+). O efod do sumo sacerdote assimposto em relao com o efod da adivinhao, do mesmo modo que o seu nomelembra a antiga vestimenta dos sacerdotes. Mas essas aproximaes soartificiais: essa descrio da vestimenta do sumo sacerdote vale apenas para apoca ps-exlica, e o uso do efod divinatrio com as sortes sagradas, no mais documento depois de Davi. (cf. Ainda Jz 8,27+). (p. 142, grifo nosso).

    c) Bblia Mundo Cristo:

    Ex 28:30: Urim e Tumim. Eram, possivelmente, duas pedras preciosasque eram colocadas dentro do peitoral. Podem ter sido usadas, comosortes, para determinar a vontade de Deus. (Veja tambm Lv 8:8; Nm27:21; Dt 33,8; 1Sm 28:6; Ed 2:63, Ne 7:65. (p. 119, grifo nosso).

    d) Bblia Vozes:

    Ex 28,6: O efod aqui um elemento das vestes sacerdotais, ligado aopeitoral do juzo (28,15s) onde esto as sortes sagradas: urim e tumim.Originariamente era uma faixa de pano que cobria os flancos da divindade (cf. Is30,22; Jz 8,27; 17,5) ou os do ministro do culto. Era usado para consultar aDeus e dar respostas oraculares (1Sm 2,18.28; 13,18s.41; 23,9s; 2Sm6,14). (p. 110, grifo nosso).

    Ex 28,30: Urim e tumim era o nome de duas pedras, em forma dedados, cada uma de cor diferente, que serviam para dar a respostaconvencionada por um sim ou um no, de acordo com a pergunta feita (1Sm14,41; 23,10-12). Esses dados eram manejados pelos sacerdotes oulevitas (Nm 27,21; Dt 33,8) (p. 111, grifo nosso).

    1Sm 14,41: As antigas verses tm este texto: Por que no respondestehoje ao teu servo? Se a culpa est em mim ou no meu filho Jnatas, ento, Senhor Deus de Israel, faze aparecer urim (= sim?); mas se a culpa estiver noteu povo, faze aparecer tumim (=no?). Ns diramos cara ou coroa. (p.310, grifo nosso).

    e) Bblia Ave-Maria:

    Ex 28,30: Urim e Tumim: Estas palavras designam pequenos objetos(bastonetes, dedais) que serviam para consultar o orculo divino. Segundo ISam 14,41 (texto grego) sabe-se que se tratava de uma espcie de tiradade sorte que dava ou Urim ou Tumim. Considerava-se assim a sortecomo a expresso da deciso divina. (p. 130, grifo nosso).

    f) Dicionrio Bblico Universal:

    Urim e Tumim

    Palavras de sentido incerto: designam uma tcnica divinatria que consisteem tirar a sorte vrias vezes, usando duas pedrinhas ou bastezinhos oualgum objeto semelhante. Um dos objetos trazia a primeira letra do alfabeto, oalef, inicial de urim, e o outro, a ltima letra, o tau (cf. Ez 9,4), inicial de tumim?Pode-se imaginar isso. O modo como funcionava aparece em 1Sm 14,41-42,corrigido segundo o grego: Saul disse: 'Se a culpa esta em mim... o senhor...faa dar urim; se a culpa est em Israel, que d tumim!' Saul... foi designado.Saul disse: 'Lanai a sorte sobre mim e meu filho Jnatas!', e a sorte caiuem Jnatas. Trata-se portanto de uma resposta por sim ou no, que vaiprogredindo por precises sucessivas (cf. 1Sm 23,9-12). A operao poderiadurar muito tempo (1Sm 14,18-19, corrigido segundo o grego). Acontecia svezes que o orculo se recusava a responder (1Sm 14,37; 28,6). Sem dvida,quando no saa nada ou quando os dois resultados saam ao mesmo tempo. Amanipulao das sortes era confiada ao sacerdote Eleazar (Nm 27,21) ou

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    tribo de Levi (Dt 33,8). Depois do reinado de Davi s se encontra uma meno(Esd 2,63 = Ne 7,65). (p. 813-814, grifo nosso).

    V-se, portanto, porque Shedd no quis, nem de longe, que o leitor tomasseconhecimento do que se tratavam essas duas pedras. Certamente queria esconder que asutilizavam para se adivinhar a vontade de Deus, levando-se em conta a maneira comocaam, depois de lanadas pelo sacerdote, num autntico cara ou coroa. Condenar acomunicao com os mortos, diante disso que faziam, no tem o menor sentido.

    Quanto revelao inspiracional bom relembrar que o profeta Samuel, quando vivo,se prestava at a encontrar animais perdidos, como no caso, j mencionado, em que Saul oprocura para que lhe dissesse onde se encontravam as jumentas que seu pai, Cis, haviaperdido (ver 1Sm 9,1-27).

    Uma coisa que gostamos de ter visto, que Shedd admitiu que os mortos continuamvivos e que no perdem sua personalidade e nada do que por aqui aprenderam. Que seremosl (no disse onde) os mesmos que ramos aqui. De fato, a morte no nos transforma nem emanjos nem em demnios, continuaremos sendo os mesmos no mundo invisvel.

    Com essa forma de pensar, Shedd justifica que Samuel, por ser profeta de Deus, noiria se manifestar depois de vivo, pois estaria indo contra a natureza do seu ser, contra Deus.Em parte, tem razo; porm, o que ele no sabe (ou no quis dizer) que a viso deencarnado uma, a de esprito desencarnado bem outra; especialmente, levando-se emconta a evoluo de cada um.

    Na dimenso espiritual, podemos, por exemplo, ficar sabendo que certos dogmas nopassam de idiossincrasias dos telogos, os quais nada tm de vontade divina ou que no aexpressam. O caso da comunicao com os mortos um bom exemplo disso, pois , como jdito, completamente irracional Deus criar leis para que os vivos se comuniquem com os mortose depois dizer que isso abominvel a Ele.

    Por outro lado, veja-se o que, na Bblia de Jerusalm, se afirma de Samuel:

    Eclo 46,13-20: Samuel foi amado pelo seu Senhor; profeta do Senhor, ele estabeleceua realeza e ungiu os chefes estabelecidos sobre seu povo. Na lei do Senhor julgou aassembleia e o Senhor visitou Jac. Por sua fidelidade ele foi reconhecido como profeta,por seus discursos mostrou-se vidente verdico. [] Antes da hora de seu eternorepouso deu testemunho diante do Senhor e seu ungido: 'De meus bens nem mesmoum par de minhas sandlias tomei de quem quer que seja'. E ningum o acusou. Atdepois de morrer profetizou, anunciou ao rei seu fim; do seio da terra elevou avoz, profetizando para apagar a iniquidade do povo. (Bblia de Jerusalm)

    Ento, aqui temos a prpria palavra de Deus afirmando que Samuel, mesmo depoisde morto, profetizou; sinal que estava fazendo essas coisas que no eram contra a vontadedivina, como quer demonstrar em contrrio a ortodoxia. E apelar dizendo que esse livro noconsta das Bblias protestantes, como s vezes fazem alguns crentes, no os livra doproblema; para livrarem-se, seria necessrio que provassem que a sua que a verdadeira.

    Contrapondo a seu Argumento Escatolgico, alis, no qual admite que o espritoSamuel no seio de Abrao teria recebido uma revelao superior e um conhecimento maisexato das coisas encobertas, isso est consoante com o que acabamos de dizer a respeito danossa opinio de mudar aps a morte. Ora, exatamente isso que fez com que o espritoSamuel revelasse a Saul o seu fim, agindo, portanto, ainda em estrita obedincia a Deus, que,como j o dissemos, nunca proibiu se comunicasse com os mortos. Jesus a prova viva disso,quando ele se comunica com os espritos Moiss e Elias, episdio j mencionado por ns.

    Shedd, em Argumento Doutrinrio, volta carga querendo que seu leitor acrediteque o contato com os espritos familiares condenado pela Bblia inteira, quando, conformej vimos, isso no bem a verdade. Alis, cabe a pergunta: e o contato com os espritos nofamiliares, pode? Ademais s h uma passagem que condena o contato com espritosfamiliares, j mortos; somente quando se tratar de buscar conhecer-se o futuro; logo, no uma condenao indiscriminada, conforme j o falamos. Ns, ao contrrio de Shedd, podemosprovar que havia contato com os espritos familiares, como consta em Isaas:

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    Is 8,19: Quando vos disserem: 'Consultai os necromantes e os adivinhos, quechilreiam e murmuram, acaso no consultar o povo ao seu Deus? A favor dos vivosse consultaro os mortos?' lei e ao testemunho! Se eles no falarem destamaneira, jamais vero a alva. (Shedd)

    V-se, claramente, como a consulta aos mortos era coisa corriqueira, tanto que Isaasdiz que se no argumentassem que a favor dos vivos se consultaro os mortos no veriam aalva. E aqui, mais uma vez, Shedd se trai, colocando necromantes, seguramente, a traduocorreta, em vez de mdiuns, como fez em 1 Samuel.

    Em sua explicao desse termo constante do passo, diz:

    8.19: Necromantes. Por causa do seu grande medo da situao, algumaspessoas procuravam os necromantes para consultar os mortos. Taisadivinhos pagos estavam contrariando abertamente a Lei de Deus (cf. Lv19,31), rejeitando assim a Vida Eterna, a alva mencionada no v 20. (Shedd, p.990, grifo nosso).

    Est a a prova de que consultavam os mortos, o que nos leva a reforar a ideia que aproibio nunca foi mesmo uma coisa generalizada. Vejamos, agora, o versculo 19 dessemesmo passo, na verso de duas outras tradues:

    Ave-Maria

    Is 8,19: Se vos disserem: Consultai os espritos dos mortos, os adivinhos, os queconhecem segredos e dizem em voz baixa: Porventura um povo no deve consultar osseus deuses? Consultar os mortos a favor dos vivos?

    SBB

    Is 8,19: Quando, pois, vos disserem: Consultai os que tm espritos familiares eos adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; - no recorrer um povo ao seuDeus? a favor dos vivos interrogar-se-o os mortos?

    Quanto expresso seus deuses, na Bblia Ave-Maria, explicam-nos que equivale aos espritos dos antepassados (p. 950). Isso poderia ser uma boa justificativa para aproibio de Moiss, que, como sabemos, tentava incutir no povo hebreu a ideia de um Deusnico; portanto, era preciso no deix-los consultar seres aos quais tinham como deuses.

    Embora se apoie em Argumento Doutrinrio, finge no ver ou, talvez, no tenha feitoa menor questo de restringir-se ao que consta dos textos sobre a realidade da manifestaode Samuel, tratando-o como um pseudo-Samuel, ou seja, um falso Samuel.

    Logo no incio do captulo 28 o autor do primeiro livro de Samuel faz questo deinformar que J Samuel era morto (1Sm 28,3), para que o leitor tenha conscincia de que aoser mencionado o seu nome, est se referindo ao esprito Samuel. Tal iniciativa importante,pois somente em trs captulos anteriores que se relata a morte do profeta. (1Sm 25,1).

    Destacamos do texto, os versculos que por Argumento Doutrinrio, podemos afirmarque foi realmente o profeta Samuel quem se manifestou, a contragosto da ortodoxia:

    1Sm 28,11: O rei Saul exige da necromante a evocao de Samuel;

    1Sm 28,12: a necromante afirma, categoricamente, ter visto a Samuel;

    1Sm 28,14: aps descrio da necromante de quem ela estava vendo, o prprio reiSaul reconhece a manifestao como sendo de Samuel;

    1Sm 28,15-16: relata o dilogo de Samuel com Saul;

    1Sm 28,17: Samuel afirma a Saul que aconteceria a ele o que Deus, por intermdiodele, j lhe havia dito. De fato, em 1Sm 15,28, Samuel diz a Saul que Deus tiraria o reino desuas mos e entregar a outro. A afirmativa de por meu intermdio, implica em que naquelemomento Saul estava recebendo a informao por intermdio de outra pessoa, ou seja, pelanecromante. Algumas tradues trazem por minha boca;

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    1Sm 28,20: impactado pelas palavras de Samuel, Saul cai ao cho;

    Em todos esses versculos o nome de Samuel citado; portanto, atribuir a suamanifestao a um pseudo-Samuel trata-se de pura apelao, por meio de falcia, visandoenganar os leitores, para que continuem acreditando nos dogmas teolgicos. Quem confirmaessa histria Flvio Josefo (37-103 d.C.), que tambm afirma que a sombra de Samuelpredisse a morte de Saul, considerando, portanto, todo o episdio como sendo a sua realmanifestao.

    Vejamos algumas opinies de tradutores:

    1Sm 28,3. A necromancia era praticada em Israel, cfe. 2Rs 21,6; Is 8,19,embora fosse proibida pela lei, cf. Lv 19,31, Dt 18,11. Esta cena podeinterpretar-se como preparada, da mesma forma que todas as cenas do gnero,com a credulidade de Saul e a arte de enganar da mulher; mas Deus terpermitido que o esprito de Samuel se manifestasse realmente eanunciasse o futuro. (Santurio, p. 392, grifo nosso).

    1Sm 28,12: De acordo com a maioria dos exegetas, Samuel apareceurealmente, no, porm, por fora das palavras da necromante (a qual ficouaterrorizada), mas por obra de Deus, que quis anunciar por boca deSamuel o grande castigo. (Paulinas, 1980, p. 303, grifo nosso)

    Shedd deveria ter sido mais coerente com o que consta da Bblia, porque, certamente,ele a julga a palavra de Deus, e com esse entendimento no h sentido dele duvidar dealguma parte dela.

    Temos a impresso que Shedd classifica a necromante como pessoa mpia e poluta;muito estranho, pois Josefo faz justamente o contrrio, elogiando-a:

    [...] Eu no poderia a este propsito admirar assaz a bondade dessamulher, que nunca antes tendo visto o rei, em vez de se ressentir porque ele ahavia reduzido a to grande pobreza, proibindo-a de exercer a arte que eraseu meio de vida, teve tanta compaixo da sua infelicidade, que no scontentou de consol-lo, mas deu-lhe tudo o que possua, sem pretenderrecompensa alguma e sem nada esperar dele, sabendo que ele morreria nodia seguinte. Nisso ela tanto mais louvvel, quanto os homens sonaturalmente levados a fazer o bem somente queles dos quais podem tambmreceb-lo, e assim ela nos d um belo exemplo de como ajudar, seminteresse, aos que tm necessidade de nosso auxlio pois que umagenerosidade to agradvel a Deus, que nada mais do que ela podelev-lo a nos tratar favoravelmente. [...] (JOSEFO, 2003, p. 170, grifonosso).

    Diante do aqui dito, ficamos em srias dvidas se realmente a atividade dosnecromantes era to execrvel assim como a pintam.

    Shedd insinua que as revelaes do esprito Samuel no so verdadeiras, pois, paraaceit-las como verdades divinas necessrio que sejam de absoluta preciso. E paraexemplificar a preciso das profecias lista algumas a respeito de Jesus, que bem oportunoque as vejamos, pois quase tudo que tm como profecias, na verdade, no as so; tratam-sede fatos j ocorridos ou que ocorrero prximo deles e no de previso para o futurolongnquo. Mas, por que sempre as citam? porque isso causa uma impresso muito forte nocrente, que vendo tudo se cumprir, acaba por aceitar que tal ordem de coisas faz mesmo daBblia a palavra de Deus.

    Transcreveremos de nosso texto Ser que os profetas previram a vinda de Jesus?,disponvel em wwww.paulosnetos.net, os comentrios sobre essas supostas profecias,mencionadas por Shedd:

    Zc 9.9 e Jo 12.15:

    Zc 9,9: Alegra-te muito, filha de Sio; exulta, filha de Jerusalm: eis a te vem oteu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.

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    Jo 12,14-15: E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, segundo estescrito: 'No temas, filha de Sio, eis que o teu Rei a vem, montado em um filho de jumenta.

    Comentrios: A sequncia de Zc 9,9, a partir do versculo 10 nos dir a quem serefere esta passagem; vejamos: Ele destruir os carros de guerra de Efraim e os cavalos deJerusalm; quebrar o arco de guerra. Anunciar paz a todas as naes, e seu domnio ir demar a mar, do rio Eufrates at os confins da terra. Mas, quem seria esse guerreiro quedestruir os carros de guerra? A nossa resposta Alexandre Magno. Nesta poca, ele marchapela Sria, depois pela Fencia, e finalmente pela Filstia. Assim, pelos acontecimentos, no setrata de profecia a respeito de Jesus. Como j dissemos, e agora reafirmamos, qualquer textoque pegarmos, poderemos aplicar ao que quisermos.

    Sl 22.18 e Jo 19.24:

    Sl 22,18: Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha tnica deitam sortes.

    Jo 19,24: Disseram, pois, uns aos outros: No a rasguemos, mas lancemos sortessobre ela para ver a quem caber para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhasvestes e sobre a minha tnica lanaram sortes. Assim, pois os soldados fizeram.

    Comentrios: Encontramos como explicao para o Salmo 22, cujo autor o profetaDavi, o seguinte:

    Este Salmo uma das expresses mais profundas do sofrimento, nas oraesbblicas. composto de duas partes: lamentao individual (2.22) e cntico deao de graas (23.32). O salmista, abandonado e solitrio em sua dor, privadoda presena divina, apela ao Deus da santidade, lembrando-lhe as promessasrelativas aos justos. Depois de relatar seus sofrimentos morais e espirituais,alude, em sucesso trgica, s dores fsicas, aos tormentos corporais e ao terrorda morte. Do extremo da dor passa certeza da esperana: a salvao estassegurada e j est prxima, tanto assim que j pode convidar a comunidadedos fiis a unir-se a ele no louvor a Deus, cujo desgnio de salvao se estendeao mundo inteiro e s geraes futuras. (Bblia Vozes, p. 679).

    Qual a concluso que podemos tirar disso? que todo o Salmo 22 se refere a Davi, quelamenta a sua prpria sorte, no sendo, portanto uma profecia. Veja que, at aqui, muitaspassagens que so tidas como profecias, na verdade no o so; so apenas fatos ouacontecimentos localizados, ou daquela poca; nada mais que isso.

    Sl 69.21 e Jo 19.28-29:

    Sl 69,21: Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre.

    Jo 19,28-29: Depois, vendo Jesus que tudo j estava consumado, para se cumprir aEscritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embebedaram de vinagreuma esponja e, fixando-a num canio de hissopo, lha chegaram boca.

    Comentrios: No Salmo 69, isso no diferente; seno vejamos: Este lamento podeser esboado da seguinte maneira: o desespero de Davi durante a perseguio (vv. 1-12), seudesejo de punio (para seus inimigos) (vv. 13-28), e sua declarao de louvor (vv. 29-36)(Bblia Anotada, p. 739). Portanto, essa citao no realmente profecia, j que se refere asituaes momentneas, no para o futuro. No encontraram nada para enquadrar o poralimento me dera fel.

    x 12.46; Nm 9.12; Sl 34.20 e Jo 19.36:

    Ex 12,46: O cordeiro h de ser comido numa s casa; da sua carne no levarei fora dacasa nem lhe quebrarei osso nenhum.

    Nm 9,12: Dela nada deixaro at manh e dela no quebraro osso algum; segundotodo o estatuto da Pscoa, a celebraro.

    Sl 34,20: Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer ser quebrado.

    Jo 19,36: E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Nenhum dos seus ossosser quebrado.

    Comentrios: incrvel, repetimos, como buscam relacionar determinadas passagens

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    como sendo profticas, quando a realidade bem outra, ou seja, so fatos do dia a dia e noprofecia relacionada a algum evento futuro. E mesmo quando relacionada ao futuro, ele estavaprximo, no longnquo. Vejamos, pela ensima vez, mais um exemplo, o passo Ex 12,46. Nsno podemos peg-lo isolado do seu contexto, pois, agindo assim, desvirtuaremos suainterpretao ou at mesmo querendo forar a barra, para que esse fato se amolde ao quequeremos. Portanto, vamos iniciar a partir do versculo 43: Jav disse a Moiss e Aaro:Assim ser o ritual da Pscoa: nenhum estrangeiro comer dela. Os escravos que voc tivercomprado por dinheiro, podero comer dela se forem circuncidados. Quem estiver depassagem e os mercenrios no comero dela. Agora, sim, que se segue o versculo 46, jcitado. Como se v, nesta passagem esto as determinaes de Jav a respeito de como osjudeus deveriam celebrar a Pscoa, com instrues bem especficas a respeito dos cordeiros,que deveriam ser mortos para serem comidos durante a celebrao. em relao a essescordeiros, que Deus determina que nenhum dos seus ossos deveriam ser quebrado. Fora disso,podemos concluir que so apenas conjecturas pessoais; dos telogos, dos autores bblicos, oudos tradutores.

    Quanto ao Sl 34, uma orao de agradecimento que Davi faz a Deus, por ter ficadolivre de Abimelec, que o perseguia, e para se livrar dele Davi fingiu-se de louco. A respeito dosvv. 12-23, explicam:

    Grande catequese, centrada no temor de Jav. Trata-se de reconhecer queDeus Deus, e que o homem no Deus. Em seguida, preciso empenhar aprpria vida na luta pela verdade e justia, para que todos possam viverdignamente. Essa a luta que constri a paz. Nessa luta Jav toma partido dosjustos, ouvindo o seu clamor, libertando-os e protegendo-os. Por outro lado,Jav se posiciona contra os injustos, que so destrudos pelo prprio mal queproduzem. (Bblia Pastoral, p. 704-705).

    O que demonstra se tratar de algo relacionado ao prprio salmista Davi.

    Zc 12.10; Jo 19.37:

    Zc 12,10: E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalm derramarei oesprito da graa e de splicas; olharo para aquele a quem traspassaram; prante-lo-ocomo quem pranteia por um unignito e choraro por ele como se chora amargamente peloprimognito.

    Jo 19,37: E outra vez diz a Escritura: Eles vero aquele a quem traspassaram

    Comentrios: E em relao a Zc 12,10, encontramos a seguinte explicao para osversculos de 12,9 a 13,1: O primeiro ato exigido para a reunificao reconhecer Jav comonico Absoluto (olharo para mim). Em seguida, reconhecer os pecados da idolatria cometidos.O transpassado, aqui, designa o prprio povo que, por seus pecados, sofreu a punio doexlio (Bblia Pastoral, p 1225). Ficando, portanto, claro que transpassado o prprio povo eno uma profecia a respeito de Jesus, fato que j conclumos anteriormente em anlise deoutra passagem.

    O que seque aludem, por lhes deixar em maus lenis, so as profecias inexistentes ouas que no se cumpriram, a exemplo destas:

    Mt 2,23: E foi habitar numa cidade chamada Nazar, para que se cumprisse o que fora dito por intermdio dos profetas: Ele ser chamado Nazareno.

    Observar que o termo profeta, no plural, indica vrios; vamos ser complacentes e pedirque nos apontem apenas um que tenha dito isso.

    Lc 18,31-33: Tomando consigo os doze, disse-lhes Jesus: Eis que subimos aJerusalm, e vai cumprir-se ali tudo que est escrito por intermdio dos profetas,no tocante ao Filho do Homem; pois ser ele entregue aos gentios, escarnecido,ultrajado e cuspido; e, depois de o aoitarem, tirar-lhe-o a vida; mas, aoterceiro dia, ressuscitar.

    Aqui tambm no existe nenhuma profecia a respeito de que, especificamente, algum

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    deveria ressuscitar no terceiro dia. Alis, Mateus (20,17-19) e Marcos (10,32-34), quandorelatam esse episdio no estabelecem relao a nenhuma profecia.

    Mt 16,27-28: Porque o Filho do Homem h de vir na glria de seu Pai, com os seusanjos, e, ento, retribuir a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo quealguns h, dos que aqui encontram, que de maneira nenhuma passaro pelamorte at que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.

    Mt 24,29-31.34: Logo em seguida tribulao daqueles dias, o sol escurecer, a luano dar a sua claridade, as estrelas cairo do firmamento, e os poderes dos cussero abalados. Ento, aparecer no cu o sinal do Filho do Homem: todos os povos daterra se lamentaro e vero o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do cu, compoder e muita glria. E ele enviar os seus anjos, com grande clangor de trombeta, osquais reuniro os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade doscus. Em verdade vos digo que no passar esta gerao sem que tudo istoacontea.

    Todos daquela poca morreram, portanto, esta gerao passou e, at os dias de hoje,nada do anunciado por Jesus aconteceu.

    Jo 13,38: Respondeu Jesus: Dars a vida por mim. Em verdade, em verdade te digoque jamais cantar o galo antes que me negues trs vezes.

    Jo 18,25-27: L estava Simo Pedro, aquentando-se. Perguntaram-lhe, pois: s tu,porventura, um dos discpulos dele. Ele negou e disse no sou. Um dos servos dosumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou:No te vi no jardim com ele? De novo, Pedro o negou, e, no mesmo instante,cantou o galo.

    Por pouco Jesus no acerta a quantidade de vezes que Pedro o negaria, antes de o galocantar: errou por um! Quase acertou, hein?!

    O que acabamos de expor j serve para deixar sem sentido a fala de Shedd emArgumento proftico, especificamente, ao tentar ridicularizar as profecias feitas pelo espritoSamuel a Saul. E devemos deixar bem claro que todas s profecias, ou melhor, as supostasprofecias a respeito de Jesus que no resistem ao exame, pois, ns as submetemos ao Asprofecias devem ser julgadas (1Co 14.29), proposto por Shedd, e literalmente no passaramno teste. Quem quiser conferir o resultado desse exame, leia o nosso texto mencionado: Serque os profetas previram a vinda de Jesus; basta visitar o site www.paulosnetos.net paraencontr-lo disponvel para quem quiser l-lo.

    Observamos que Shedd cita Dt 18,22, que oportuno vermos o que nele consta:

    Dt 18,22: Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra delese no cumprir, nem suceder, como profetizou, esta a palavra que o SENHOR nodisse; com soberba, a falou o tal profeta; no tenhas temor dele.

    Levando-se em conta o teor desse passo, e j que Shedd o cita, cabe ao nobre tradutorjustificar como devemos enquadrar Jesus, que cita profecias que no se cumpriram.

    Em relao a 1Cor 14,29, certamente, porque Paulo est coberto de razo, devemosmesmo julgar o que os profetas ou mdiuns falam. E aqui, nessa carta, Paulo nos ds prova deque mediunidade, chamada por ele de dons; era algo comum tambm quela poca (leia-se1Cor 12); inclusive, ele categrico dizendo que h o dom de discernimento dos espritos(1Cor 12,10), ou seja, pessoas dotadas de mediunidade especial que conseguiam distinguir osespritos, se eram bons ou maus. Ademais, isso prova que a crena de que o Esprito Santo que inspirava os cristos, trata-se de inveno posterior, pois no o que se v nessa carta dePaulo.

    Acusando as profecias do esprito Samuel como ambguas e imprecisas, justamentecomo as dos orculos sibilinos e dlficos, passa a justificar-se.

    Seu argumento de que Saul no foi entregue nas mos dos filisteus 28,19), conforme

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    profetizou Samuel, no aconteceu, pois Saul se suicidou (31,4) e por essa razo Saulapenas passou pelas MOS dos filisteus seria algo hilrio, no viesse de algum com o nvelde conhecimento de Shedd; pelo menos o que presumimos dele, por ser um tradutor e P.h.Dem Novo Testamento. Apegado letra (como bem faria um fantico de carteirinha) noconseguiu entender o sentido, que qualquer aluno do ensino fundamental conseguiria ver, pois bem simples: Significa que Saul, junto com o povo de Israel, seria derrotado pelo exrcitodos filisteus, o que, de fato, ocorreu (1Sm 31). Portanto, tendo sido derrotado Saul foientregue nas mos dos filisteus; entretanto, como temia cair vivo nas mos deles, resolvesuicidar-se, o que no muda nada, quanto ao fato de ter perdido a guerra.

    Ao explicar 1Sm 31.4, diz que Saul, apavorado e impressionado pelo vaticnio danecromante (28,19), de que devia morrer, suicida-se. [] (Shedd, p. 434), mais uma vezmuda a histria; vejamos o que diz o passo: Ento, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca atua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, no venham estes incircuncisos, eme traspassem, e escarneam de mim. Porm, o seu escudeiro no o quis, porque temiamuito; ento Saul tomou da espada e se lanou sobre ela. Fica claro que Saul se suicidouporque no queria que os filisteus escarnecessem dele aps o matar e no porque ficouapavorado e impressionado pelo vaticnio da necromante (uai, no a nominava de mdium?).Aqui, tambm, foi alm, pois o vaticnio, conforme o texto bblico, foi feito por Samuel.

    Aponta como profecia obscura a fala de Samuel dizendo a Saul que tu e teus filhos,entendendo que seriam todos os filhos que morreriam, e alega que no se cumpriu, poisficaram vivos pelo menos trs filhos de Saul. Se gosta tanto do ao p da letra, podemosdizer-lhe que na profecia Samuel no disse todos, mas os teus filhos; certamente, aquelesque estavam acompanhando Saul na guerra contra os filisteus; isso nos parece to bvio, quenem era preciso mencionar.

    Quanto aos filhos de Saul, a coisa mais complexa; seno vejamos:

    a) Filhos de Saul mortos na guerra: Jnatas, Abinadabe e Melquisua (1Sm 31,2)

    b) filhos de Saul com Aquino, sua esposa: Jnatas, Isvi (Isbaal ou Isboset) eMalquisua (1Sm 14,49-50); na BJ l-se: Jesui, em nota dizem: Isto , o homem de Iahweh. a mesma personagem que chamada de Isbaal, o homem do Senhor, em 1Cr 8,33, eIsboset, o homem de vergonha, no hebr. De 2Sm 2,8 etc., onde vergonha substitui Baal,nome do deus cananeu. (BJ, p. 409).

    c) filhos de Saul com Rispa, concubina: Armoni e Mefibosete (2Sm 21,8)

    d) filho de Saul me desconhecida: Isbosete (2Sm 2.8-10)

    e) filhos de Saul sem especificar a me: Jnatas, Malquisua, Abinadabe e Esbaal (1Cr 8,33; 9,39); porm, pelo que tudo indica, so da esposa.

    Em 1Cr 10,2 cita como filhos de Saul os mesmos relacionados em 1Sm 31,2;entretanto, no versculo 10, afirma: Assim, morreram Saul e seus trs filhos; e toda a suacasa pereceu juntamente com ele; por isso, pareceu-nos mais provvel que estava sereferindo aos filhos legtimos, ou seja, queles gerados por sua esposa. Mais coisas sobre issoleia o texto Dos filhos de Saul, quais morreram na batalha com os filisteus, disponvel emwww.paulosnetos.net.

    Continua contrapondo s profecias, agora dizendo que Saul no morreu no diaseguinte, como foi profetizado amanh estareis comigo, informando que Saul morreu cercade 18 dias depois. O grande problema de Shedd que considerou os captulos 28, 29, 30 e 31como sequenciais, quando, na verdade, o captulo 31 sequncia do 28 (Bblia de Jerusalm,p. 431), no meio, ou seja, cap. 29 e 30, registra algumas peripcias de Davi, que no temnada a ver com a guerra dos filisteus contra Saul. Inclusive, o prprio Shedd reconhece que Ocap. 29 a continuao da narrativa de 28.2 (Shedd, p. 432). Levando-se em conta esseimportante detalhe, que Shedd passou batido, a morte de Saul aconteceu no dia seguinte, ouseja, amanh, como dito na profecia de Samuel; portanto, no preciso torcer o hebraico esua exegese; para justificar, basta compreender a sequncia das narrativas.

    Alega Shedd que Saul no foi para o mesmo lugar de Samuel (... estareis comigo,28,19), justificando que Samuel estava no seio de Abrao, ou seja, Paraso. O quepercebemos que entre seus os argumentos faltou um imprescindvel, que o ArgumentoContexto histrico, quele que vai nos proporcionar entender as narrativas diante do

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    conceito da poca. Interessante que quem est tergiversando aqui o prprio Shedd, pois noprprio texto que narra a manifestao de Samuel podemos ver que o lugar onde ele seencontrava no outro seno o sheol (xeol). Vejamos esse trecho da narrativa:

    1Sm 28,8-13: Saul disfarou-se, vestiu outras roupas e chegaram mulher, e lhedisse: Peo-te que me adivinhes pela necromancia e me faas subir aquele que eu tedisser. [] Ento, lhe disse a mulher: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-mesubir Samuel. 12. Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse aSaul: Por que me enganaste? Pois tu mesmo s Saul. Respondeu-lhe o rei: No temas;que vs? Ento, a mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que sobe da terra.

    Saul pede a necromante me faas subir, ela, por sua vez, pergunta-lhe quem te fareisubir, e ao descrever Samuel chegando afirma: Vejo um deus que sobe da terra,exatamente, seguindo a crena da poca de que todos os mortos iam para o sheol, quesupunham-no localizado debaixo da terra, fato inclusive, atestado por outros tradutores emnotas explicativas; como, por exemplo, estas:

    1Sm 28,13: Ele sobe do Xeol, a morada subterrnea dos mortos (cf.Nm 16,33). (Bblia de Jerusalm, p. 428, grifo nosso).

    1Sm 28,13: Um deus que sobe da terra: a palavra hebraica para significarDeus, tambm designa os seres supra-humanos e, como neste caso, o espritodos mortos. Havia a convico de que os espritos dos mortos estavamencerrados no sheol, e este se situaria algures por baixo da terra.(Santurio, p. 392, grifo nosso).

    1Sm 28,19: No Xeol, morada comum de todos os mortos, bons oumaus (cf. Nm 16,33+). (Bblia de Jerusalm, p. 429, grifo nosso).

    E aqui, mais uma vez, estamos vendo a ortodoxia fazendo vistas grossas para os fatos,para impor seus dogmas.

    Quanto ao fato de apresentar o que supostamente Jesus disse ao ladro na cruz, seriabem interessante que se buscasse ver que somente Lucas conta essa histria. Mateus eMarcos afirmam que os dois ladres insultavam a Jesus e no um s como Lucas. Joo, que,segundo se entende dos textos, estava ao p da cruz, nada fala de insulto de nenhum dosdois. Estamos utilizando da crena comum de que eles Mateus, Marcos, Lucas e Joo - foramos autores dos evangelhos, porm, hoje se sabe que no foram eles, desconhece-se os seusverdadeiros autores. Afinal, qual das narrativas podemos ter como a verdadeira? (poisconcordamos plenamente com S. Jernimo quando disse: A verdade no pode existir emcoisas que divergem) Dessa histria, por sinal muito mal contada, ainda podemos questionarum fato bem interessante: considerando que Jesus levou trs dias para ressuscitar e ir para oparaso podemos concluir que o bom ladro chegou l primeiro que Jesus? Mais sobre otema, leia-se A questo do bom ladro, cujo acesso pode ser feito pelo sitewww.paulosnetos.net.

    E Shedd continua viajando na maionese ao dizer que o anjo mau assume a nossaidentidade e representa-nos no mundo atravs dos mdiuns; pena que no foi capaz de citaros versculos bblicos onde consta isso, o que nos faz crer que se trata apenas imaginaofrtil do nobre tradutor.

    Num golpe final, diz sobre a manifestao de Samuel: caso fossem espritos humanos,provavelmente, Deus no proibiria a sua consulta; por nossa vez colocamos: caso fosseproibida a consulta aos mortos, provavelmente Deus a teria colocado junto com os DezMandamentos.

    Certamente, que Deus probe o que dissimulao e falsidade; porm, muito mais doque isso, probe a falta de respeito crena alheia, e com rigor maior penalizar os quemodificam os textos bblicos para os usarem contra as pessoas que no pensam como eles,como vimos acontecer no decorrer de nossos comentrios. Fora isso, perguntamos: Quem teconstituiu autoridade e juiz sobre ns? (At 7,27).

    Bom, o que geralmente vemos entre os contestadores da real manifestao de Samuela Saul que sempre usam de negativas que, em vez de se apoiarem em dados concretos,

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    sustentam-se em seus dogmas j estabelecidos. Ora, todo mundo sabe que um dogma algoimposto, justamente por no terem explicao convincente sobre algo.

    Sobre a questo de mdium, pura ironia do destino que o prprio profeta de Deus,Samuel, quando vivo era um; o povo buscava para suas consultas a Deus, conforme se podeconfirmar em: 1Sm 9,9: Antigamente, em Israel, indo algum consultar a Deus, dizia: Vinde,vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente, se chamava vidente. Umvidente, certamente, um mdium, por mais que isso doa aos contrrios.

    Da lista de argumento de Shedd, notamos a falta de um outro, tambm importante:Argumento Uso de Traduo Confivel, pois, ao que se v, no d para se confiar emnenhuma das tradues porquanto, todas elas, muitas vezes, quando no refletem os dogmasda corrente religiosa em que se abriga o tradutor ou tradutores, refletem opinio pessoaldeles.

    Paulo da Silva Neto SobrinhoJun/2012(reviso jan/2013).

    Referncias bibliogrficas:A Bblia Anotada, 8 edio, So Paulo: Mundo Cristo, 1994.A Bblia Traduo Ecumnica TEB, 1 edio, So Paulo: Loyola; So Paulo: Paulinas, 1996.Bblia de Jerusalm, nova edio, revista e ampliada, So Paulo: Paulus, 2002.Bblia do Peregrino, edio brasileira, So Paulo: Paulus, 2002.Bblia Sagrada, 37 edio, So Paulo: Paulinas, 1980.Bblia Sagrada, 3 edio, So Paulo: Paulinas, 1977.Bblia Sagrada, 5 edio, Aparecida-SP: Santurio, 1984.Bblia Sagrada, 68 edio, So Paulo: Ave-Maria, 1989.Bblia Sagrada, 8 edio, Petrpolis, RJ: Vozes, 1989.Bblia Sagrada, 9 edio, So Paulo: Paulinas, 1957.Bblia Sagrada, Edio Barsa, s/ed. Rio de Janeiro: Catholic Press, 1965.Bblia Sagrada, Edio Pastoral. 43 impresso. So Paulo: Paulus, 2001.Bblia Sagrada, Edio Revista e corrigida, Braslia, DF: SBB, 1969.Bblia Sagrada, s/ed. So Paulo: SBTB, 1994.Bblia Shedd, 2 Edio rev. e atual. no Brasil. So Paulo: Vida Nova; Braslia: SBB, 2005.Escrituras Sagradas, Traduo do Novo Mundo das. Cesrio Lange, SP: STVBT, 1986.MONLOUBOU L. e DU BUIT, F. M., Dicionrio Bblico Universal, Petrpolis RJ: Vozes;Aparecida SP: Santurio, 1996.JOSEFO, F. Histria dos hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

    Textos disponveis no site www.paulosnetos.net que sugeridos: A morte de Saul; A parbolado rico e Lzaro na viso esprita; Deus proibiu a comunicao com os mortos?; Deusproibiu evocar-se os mortos?; Dos filhos de Saul, quais morreram na batalha com osfilisteus?; Mas os mortos no esto proibidos de evocar os vivos; Saul no consultoufeiticeira nem bruxa coisa alguma; Ser que Saul conversou com Samuel-esprito?; Serque os profetas previram a vinda de Jesus?.