a fisiologia da paisagem do grotinho se insere na favela...

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A fisiologia da paisagem do Grotinho se insere na Favela Paraisópolis atrelada ao sitio urbano de São Paulo. Sua compreensão e dinâmica paisagística estabelecem uma relação de sociedade e natureza com olhar antropológico. A proposta de urbanização segue um conceito projetual de mudança de paradigma de espaço de risco ambiental para uma apropriação de caráter social criando áreas livres publicas com uso de circulação, de lazer e recreação e um edifício de composição arquitetônica de caracter agregador com funções múltiplas de serviço e moradia, como requer a vida contemporânea. Lugar das emoções, das sensações, dos sentidos; do olhar, do cheirar, do paladar, do escutar, do tato, enfim, lugar do acalanto, do vento, do sol e da lua. A organização do novo edifício em níveis e volumes faz uma clara referencia a morfologia das construções existentes com sua apropriação espacial e física. O processo projetual informal e o relevo criam uma parti- cularidade de formas geométricas brotada na paisagem, com uma composição e caracter de uma geometria irregular e altimetria variada. O resgate do caráter público do local norteou o desenvolvimento do projeto como ação desafiadora. Sua implantação na cota inferior da grota é a estratégia de integração física com áreas abertas de convívio cotidiano e promove a articulação para romper a fragmentação física e social. A paisagem cidadã é a essência do lugar público, nasce e continua viva se for apropriado pelo freqüentador que o transforma em lugar e passa a ser seu gestor.

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A fisiologia da paisagem do Grotinho se insere na Favela Paraisópolis atrelada ao sitio urbano de São Paulo. Sua compreensão e dinâmica paisagística estabelecem uma relação de sociedade e natureza com olhar antropológico.

A proposta de urbanização segue um conceito projetual de mudança de paradigma de espaço de risco ambiental para uma apropriação de caráter social criando áreas livres publicas com uso de circulação, de lazer e recreação e um edifício de composição arquitetônica de caracter agregador com funções múltiplas de serviço e moradia, como requer a vida contemporânea. Lugar das emoções, das sensações, dos sentidos; do olhar, do cheirar, do paladar, do escutar, do tato, enfim, lugar do acalanto, do vento, do sol e da lua.

A organização do novo edifício em níveis e volumes faz uma clara referencia a morfologia das construções existentes com sua apropriação espacial e física. O processo projetual informal e o relevo criam uma parti-cularidade de formas geométricas brotada na paisagem, com uma composição e caracter de uma geometria irregular e altimetria variada.

O resgate do caráter público do local norteou o desenvolvimento do projeto como ação desafiadora. Sua implantação na cota inferior da grota é a estratégia de integração física com áreas abertas de convívio cotidiano e promove a articulação para romper a fragmentação física e social.

A paisagem cidadã é a essência do lugar público, nasce e continua viva se for apropriado pelo freqüentador que o transforma em lugar e passa a ser seu gestor.