a fidelidade partidária

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FACULDADE INTEGRADO DE CAMPO MOURÃO DISCIPLINA : PROJETO INTEGRADOR VI ACADÊMICO: MARCO ANTONIO P. DEZAN TURMA: 6º A CURSO: DIREITO As vantagens e desvantagens da Fidelidade Partidária para o Sistema Eleitoral Brasileiro. A fidelidade partidária consiste na obrigação que o candidato eleito tem de votar as leis seguindo as diretrizes oferecidas pelo seu partido de origem. Paralelamente, a questão da fidelidade também se manifesta no momento em que o candidato se mantém ligado ao partido de origem até o total cumprimento de seu mandato. Apesar de coerente, sabemos que esse tipo de comportamento não é uma regra. O Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução-TSE nº 22.610, de 25.10.2007, alterada pela Resolução-TSE nº 22.733, de 11.3.2008, que disciplina o processo de perda de cargo eletivo e de justificação de desfiliação partidária. De acordo com a resolução, o partido político interessado pode pedir, na Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa. Conforme o §1º do art. 1º da Resolução-TSE nº 22.610/2007, considera-se justa causa à incorporação ou fusão do partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação pessoal. Podem formular o pedido de decretação de perda do cargo eletivo o partido político interessado, o Ministério Público Eleitoral e aqueles que tiverem interesse jurídico, de acordo com a norma. O TSE é competente para processar e julgar pedido relativo a mandato federal. Nos demais casos, a competência é do Tribunal Eleitoral do respectivo estado. O princípio da fidelidade partidária é expressamente previsto na constituição Federal, artigo 17, parágrafo 1º, que estabelece que incumbe, ao estatuto do partido

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Page 1: A Fidelidade Partidária

FACULDADE INTEGRADO DE CAMPO MOURÃODISCIPLINA : PROJETO INTEGRADOR VI

ACADÊMICO: MARCO ANTONIO P. DEZANTURMA: 6º A CURSO: DIREITO

As vantagens e desvantagens da Fidelidade Partidária para o Sistema Eleitoral Brasileiro.

A fidelidade partidária consiste na obrigação que o candidato eleito tem de votar as leis seguindo as diretrizes oferecidas pelo seu partido de origem. Paralelamente, a questão da fidelidade também se manifesta no momento em que o candidato se mantém ligado ao partido de origem até o total cumprimento de seu mandato. Apesar de coerente, sabemos que esse tipo de comportamento não é uma regra.

O Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução-TSE nº 22.610, de 25.10.2007, alterada pela Resolução-TSE nº 22.733, de 11.3.2008, que disciplina o processo de perda de cargo eletivo e de justificação de desfiliação partidária.

De acordo com a resolução, o partido político interessado pode pedir, na Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.

Conforme o §1º do art. 1º da Resolução-TSE nº 22.610/2007, considera-se justa causa à incorporação ou fusão do partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação pessoal.

Podem formular o pedido de decretação de perda do cargo eletivo o partido político interessado, o Ministério Público Eleitoral e aqueles que tiverem interesse jurídico, de acordo com a norma.

O TSE é competente para processar e julgar pedido relativo a mandato federal. Nos demais casos, a competência é do Tribunal Eleitoral do respectivo estado.

O princípio da fidelidade partidária é expressamente previsto na constituição Federal, artigo 17, parágrafo 1º, que estabelece que incumbe, ao estatuto do partido político, estabelecer normas e disciplinar sanções para aqueles que atuarem em desacordo com os idéias partidários.

Para candidatar-se ao exercício de um mandato eletivo, o candidato deverá estar devidamente filiado a uma agremiação partidária, no prazo de pelo menos um ano antes das eleições, segundo disposto no artigo 18 da Lei 9096/95, sendo vedado, inclusive, que o candidato esteja filiado a mais de um partido político simultaneamente. A este se denomina o princípio da unicidade de filiação partidária, vigente no Direito Eleitoral Brasileiro.

O princípio da fidelidade partidária ficou restrito ao âmbito interno e administrativo dos partidos políticos, não havendo qualquer dispositivo legal que traga a previsão de que, ao filiado infiel, possa gerar a perda do mandato eletivo. Isso porque, o artigo 55 da Constituição Federal que prevê as causas de perda do mandato parlamentar para Deputados e Senadores, não disciplina no seu rol que a mudança de partido político, conduta considerada infiel, possa gerar a perda do mandato.