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Projeções de inflação A experiência do Banco Central do Brasil Leonardo Pio Perez Banco Central do Brasil Depep III Fórum Baiano de Economia Aplicada Agosto de 2013

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Page 1: A experiência do Banco Central do Brasil...Modelos de vetores autoregressivos (VAR) Projeções incondicionais Modelos semiestruturais de pequeno porte Projeções e análises de

Projeções de inflação

A experiência do

Banco Central do Brasil

Leonardo Pio Perez

Banco Central do Brasil – Depep

III Fórum Baiano de Economia Aplicada

Agosto de 2013

Page 2: A experiência do Banco Central do Brasil...Modelos de vetores autoregressivos (VAR) Projeções incondicionais Modelos semiestruturais de pequeno porte Projeções e análises de

1) Introdução

Regime de Metas para Inflação no Brasil

O processo decisório do Copom

Principais modelos

Principais cenários

2) Modelos de projeção do Banco Central do Brasil (BCB)

Modelos VAR

Modelos de projeção de pequeno porte

Estrutura principal

Estruturas auxiliares

Modelo DSGE: Samba

Sumário

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Page 3: A experiência do Banco Central do Brasil...Modelos de vetores autoregressivos (VAR) Projeções incondicionais Modelos semiestruturais de pequeno porte Projeções e análises de

Meta de inflação (IPCA) definida pelo CMN:

2013: 4,50%, ± 2,00%

2014: 4,50%, ± 2,00%

2015: 4,50%, ± 2,00%

Inflação de 2012: 5,84%

Projeções de inflação (Relatório de Inflação de Junho):

2013 2014

Cenário de Referência 6,0% 5,4%

Cenário de Mercado 5,8% 5,2%

Expectativas de mercado (Gerin, 26-7-2013) 5,75% 5,88%

Regime de Metas para Inflação no Brasil

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Regime de Metas para Inflação no Brasil

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Série4Série3Série5IPCA (% a.a.)centro da metaExpectativas (12 meses antes)

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Ata do Copom de julho/2013, parágrafo 19:

“O Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação de

um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse

sentido, reitera que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de

acordo com os valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base

na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que

determinam a dinâmica dos preços.”

Regime de Metas para Inflação no Brasil

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Page 6: A experiência do Banco Central do Brasil...Modelos de vetores autoregressivos (VAR) Projeções incondicionais Modelos semiestruturais de pequeno porte Projeções e análises de

O processo decisório do Copom

Projeções de curto prazo

das variáveis econômicas

relevantes (Depec)

Previsões

dos modelos

de projeção

Reunião do Copom

e decisão

Comunicação:

Comunicado

Ata

Relatório de Inflação

Análise do desempenho

das projeções (Monitor);

Leque de inflação

Situação econômica atual

e cenário de curto prazo

Nowcasting de inflação;

expectativas; balanço de

riscos; julgamento

Mercado Aberto

Mantém liquidez em nível

consistente com meta

para taxa Selic

Conjuntura

da

economia

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Principais modelos:

Modelos de vetores autoregressivos (VAR)

Projeções incondicionais

Modelos semiestruturais de pequeno porte

Projeções e análises de política

Modelo DSGE

Projeções e análises de política

Modelos de Projeção no BCB

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Projeções de Inflação

RI de Junho/2013 - VAR

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Principais cenários:

Cenário de referência

Assume que a taxa de câmbio se mantém constante ao longo do

horizonte de projeção, e que a meta para a taxa Selic se mantém no

nível definido na última reunião do Copom;

Cenário de mercado

Considera as trajetórias para taxa de juros Selic e para taxa de câmbio

baseadas nas expectativas dos analistas de mercado, obtidas através

da pesquisa realizada pelo Gerin e divulgadas semanalmente no

relatório Focus.

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Projeções de Inflação

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Projeções de Inflação

RI de Junho/2013 - Referência

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Projeções de Inflação

RI de Junho/2013 - Mercado

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Modelos VAR

Page 13: A experiência do Banco Central do Brasil...Modelos de vetores autoregressivos (VAR) Projeções incondicionais Modelos semiestruturais de pequeno porte Projeções e análises de

Modelos VAR com fundamentação econômica:

Última revisão: Boxe no RI de setembro/2012

Baseados em modelos VARs, BVARs and VECMs;

Modelos VAR

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Modelos VAR estatísticos:

Última revisão: Boxe no RI de março/2013;

Componentes principais extraídos de seis grupos de variáveis.

Modelos VAR

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Modelos VAR

Processo de agregação:

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Modelos Semiestruturais

de Pequeno Porte

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Última revisão: Boxe no RI de Junho/2013

Estrutura principal:

Oferta Agregada: curva de Phillips

Demanda Agregada: curva IS

Estrutura a termo da taxa de juros

Estruturas auxiliares:

Preços Administrados

Expectativas de inflação: pesquisa com instituições do mercado (Focus)

Inflação externa: índice de commodities CRB (em R$)

Modelos pequenos

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Três classes de modelos:

Modelos agregados

Curva de Phillips para a inflação de preços livres.

Modelo de preços desagregados

Setores de serviços, alimentos e bebidas no domicílio e produtos industriais.

Modelo CNC

Setores de bens comercializáveis e de bens não comercializáveis.

Modelos pequenos

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Page 19: A experiência do Banco Central do Brasil...Modelos de vetores autoregressivos (VAR) Projeções incondicionais Modelos semiestruturais de pequeno porte Projeções e análises de

Mecanismos de transmissão dos modelos pequenos

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Swap Nominal

Swap Real

Hiato Doméstico

IPCA livres

IPCA cheio

Fiscal

Inflação do CRB

IPCA Adm

Atividade Mundial

Câmbio

Selic Nominal

Expectativa IPCA

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Modelo Pequeno – Oferta (curva de Phillips)

onde:

L inflação de preços livres

inflação cheia

h hiato do produto

* inflação externa (CRB All Commodities) em reais

Z controles incluindo proxies para choques de oferta:

inovações no CRB e nos preços do petróleo, em reais;

diferença entre a inflação de atacado e varejo (IPA – IPC)

Restrição: 10

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Medidas de hiato do produto:

Função de produção com índice de utilização da capacidade instalada da FGV;

Função de produção com índice de utilização da capacidade instalada da CNI;

Filtro HP;

Tendência Linear;

Filtro de Kalman.

Modelo Pequeno – Demanda (curva IS)

onde:

h hiato do produto

r taxa de juros real (swap 360 dias descontado da expectativa de inflação)

Dsup variação do superavit primário

Dy* e Dh* variação do PIB mundial (potencial e hiato)

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Taxa de juros real:

Diferença entre a taxa de juros nominal de 12 meses (swap 360 dias) e a expectativa de inflação 12 meses a frente

Instrumento de política monetária:

Taxa Selic: taxa de juros nominal de 1 dia do mercado aberto

A relação entre a taxa Selic de 1 dia e a taxa swap de 360 dias é obtida através de uma equação para a inclinação da estrutura a termo de juros:

onde: Swp – S spread entre taxa swap 360 dias e taxa Selic

D 4 variação da expectativa de inflação para o período do swap D h variação do hiato do produto Z controles incluindo a variação do risco Brasil e dos requerimentos de

capital e compulsório dos bancos.

Modelo Pequeno – Taxa de juros

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Modelo de preços desagregados

Serviços:

Alimentos e bebidas:

Produtos industriais:

Modelo de bens comercializáveis e não comercializáveis

Comercializáveis:

Não comercializáveis:

Modelo Pequeno – variações

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Modelos Semiestruturais

de Pequeno Porte

Estrutura auxiliar: preços administrados

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Preços estabelecidos por contrato, por órgão público ou agência reguladora e, desta forma, menos sensíveis às condições de mercado.

23 itens, representando aproximadamente 25% do IPCA.

Possuem dinâmica diferenciada:

Menor sensibilidade à política monetária;

Maior sensibilidade a taxa de câmbio;

Maior dependência da inflação passada.

Preços Administrados

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Última revisão: Boxe no RI de Junho/2012 e WP n. 305.

Modelo auxiliar combina:

Projeção do especialista baseada em estudos detalhados das regras de determinação de preços;

Estimação baseada em modelos econométricos: considera componentes sazonais, variações na taxa de câmbio, inflação de preços livres, inflação do IGP, entre outros.

Preços Administrados - projeção

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Preços Administrados - projeção

A modelagem contábil considera a informação dos contratos de concessão, regras de reajustes e metodologias usadas pelo IBGE para a incorporação das variações dos preços no IPCA.

A modelagem econométrica projeta a variação do conjunto de preços administrados (24,5% do IPCA) ou do conjunto de preços administrados modelados contabilmente (13,1% do IPCA) com base em modelos estimados.

Preços Administrados (24,5 % do IPCA)

Curto prazoModelagem

contábil

Médio prazo

Modelagem Híbrida

Contábil (14,1% do IPCA)

Econométrica (10,4% do IPCA)

Modelagem Econométrica

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IPCA = 0,75 * inflação de preços livres + 0,25 * inflação de administrados

Preços Administrados

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(% in

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IPCA

Preços livres

Preços administrados

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Modelo Samba

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Modelo Samba

Stochastic Analytical Model with a Bayesian Approach

Modelo microfundamentado de equilíbrio geral desenvolvido e estimado para a economia brasileira.

Usado para análise de política e projeção.

Combina características de modelos DSGE padrão com particularidades da economia brasileira.

Maiores detalhes sobre o modelo Samba estão publicados em:

Trabalhos para Discussão do Banco Central, n. 239, 2011.

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Modelo Samba

Características de modelos DSGE padrão:

Rigidez nominal de preços e salários;

Fricções reais: hábito de consumo, custo de ajustamento de investimento, exportações e importações;

Política monetária baseada em uma Regra de Taylor.

Características da economia brasileira:

Regra de política fiscal: meta para superavit primário;

Preços administrados;

Importações como insumo para produção;

Parte das importações tem financiamento externo;

Parte das famílias com restrição a crédito.

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Modelo Samba – Mecanismos de Transmissão

C

Consumidorespobres

Consumidoresricos

Rendadisponível

Trabalho

Salário

ImpostoJuros real

Inflação

Selicnominal

I

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X

M

Produçãodoméstica

PIB

Meta de inflação

PIB potencial

Meta do superávit

Custo do capital K

Preçosrelativos

Renda mundial

Preços relativosinsumos

Câmbio

Preços externos

Custosdomésticos

Prémio de risco

Dívida externalíquida

Preços insumosdomésticos

Aversãoao risco

Jurosexterno

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Obrigado!

Leonardo Pio Perez [email protected]