a evolução do serviço de alimentação no estádio governador...
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Revista Pensar Gastronomia, v.3, n.2, Jul. 2017
A Evolução do Serviço de Alimentação no Estádio Governador Magalhães
Pinto
The Evolution of Food Service in the Governador Magalhães Pinto Stadium
Tainá Lorraine Silva Moura1
Karla Katia de Souza Silva2
Jackson Cruz Cabral3
RESUMO: Este artigo apresenta um estudosobre o feijão tropeiro servido no estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão). Busca-se identificar as principais mudanças, os benefícios e também o motivo pelo qual alguns consumidores ainda preferem o antigo tropeiro. Por meio de entrevistas, análise sensorial e pesquisas bibliográficas chegou-se à conclusão que o tropeiro atual é mais saudável e tem crescido na aceitação geral, necessitando apenas a formação de hábito e costume ao novo sabor.
Palavras-chave: Feijão tropeiro. Mineirão. Alimentação saudável. Manipulação de
alimentos.
ABSTRACT: This paper presents a study on tropeiro beans served at the Governador Magalhães Pinto Stadium (Mineirão). It seeks to identify the main changes, the benefits and also the reason why some consumers still prefer the old one. Through interviews, sensorial analysis and bibliographical research it was concluded that the current tropeiro is healthier and has grown in general acceptance, requiring only the formation of habit and custom to the new flavor. Keywords:Tropeiro beans. Mineirão. Healthy eating. Foodhandling.
1 Aluna do Curso Superior em Gastronomia da Faculdade Promove. Endereço eletrônico:
[email protected] 2 Aluna do Curso Superior em Gastronomia da Faculdade Promove. Endereço eletrônico: [email protected] 3 Professordo Curso Superior Tecnólogo em Gastronomia na Faculdade Promove. Endereço
eletrônico: [email protected]
Revista Pensar Gastronomia, v.3, n.2, Jul. 2017
1 INTRODUÇÃO
O Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) foi inaugurado em 5 de
setembro de 1965, projetado pelos arquitetos Eduardo Mendes Guimarães e Gaspar
Garreto, inspirado em estádios da Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e
Tóquio, objetivando entregar à cidade uma grande praça esportiva para 130 mil
pessoas (SANTOS, 2005).
Em fevereiro de 2009, o governo do Estado de Minas Gerais apresentou o
projeto de modernização do estádio atendendo aos requisitos e normas da
FédérationInternationale de Football Association (FIFA) e em 2010 a reforma iniciou
para que em 2014 a cidade de Belo Horizonte fosse uma das cidades-sede da Copa
do Mundo (SANTOS, 2014). A entidade pediu que fossem cumpridas uma série de
exigências englobando segurança, sustentabilidade, comunicação, dentre outros
(CAMPOS, 2016).
De acordo com o dossiê das violações da Copa (2014), o escopo da obra de
reforma envolveu desde pequenas alterações para modernização, reforço estrutural,
novas lanchonetes até intervenções na esplanada. Campos (2016) afirma que na
reforma do estádionão foram executadas somente alterações físicas para
atendimento aos requisitos da FIFA, mas também uma alteração de conceito e
atendimento.
Dentre as mudanças relatadas acima, alterações no preparo dos alimentos
servidos nas lanchonetes teve grande repercussão, sobretudo em relação à forma
de preparo e apresentação do tradicional feijão tropeiro.
Esse artigo aborda de forma narrativa e comparativa o serviço de alimentação
do estádio Governador Magalhães Pinto com enfoque ao feijão tropeiro, destacando
a renovação para uma versão mais padronizada.
A respeito desta nova formulação, o tropeirotem sido alvo de muitas
reclamações, mesmo seguindo todas as regras de manipulação e preparo que visam
maior qualidade, porém não se sabe ao certo o que tem causado o
descontentamento da população (MINEIRÃO, 2016b).
Busca-se investigar: Diante das alterações no serviço de alimentação do
estádioé possível ter um feijão tropeiro com sabor, textura e qualidade, e que seja
saudável e agrade aos diversos públicos? O objetivo desta pesquisa é comprovar ou
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não a indagação acima, partindo da hipótese que é possível preparar um tropeiro
saudável e saboroso, desde que haja uma combinação entre o que é procedimento
e escolha de ingredientes que visem a saúde e que, ao mesmo tempo, agradem ao
público.
Este estudo se justifica inicialmente por tornar compreensível o enlace
histórico entre o feijão tropeiro e o Estádio Governador Magalhães Pinto. É
importante também por contribuir com o entendimento dos benefícios alcançados
após as mudanças realizadas no preparo do tropeiro. Este artigo justifica-se,
inclusive por contribuir de forma técnica para a tomada de decisões gerencias da
equipe responsável pelo serviço de alimentação do estádio de forma que possam
utilizar os resultados aqui apresentados para possíveis mudanças que tornem o
novo cardápio tão atrativo aos consumidores quanto o preparo anterior.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Um breve relato sobre a gastronomia no contexto histórico da alimentação
Segundo Franco (2001) há 11 mil anos atrás, os habitantes se alimentavam
unicamente da caça e da pesca e comiam in natura. Com a descoberta do fogo o
homem percebeu que poderia transformar esse alimento de várias formas
(CARVALHO, 2010). Entenderam a possibilidade de, através da cocção, conservar
por mais tempo os alimentos, evitando assim a decomposição, mantendo o sabor e
odor dos alimentos (FRANCO, 2001).
A cocção dos alimentos os tornaria mais fáceis de mastigar. Assevera-se que o menor desenvolvimento dos músculos faciais e o maior crescimento da cavidade craniana e do cérebro decorreriam de menos esforço na mastigação (FRANCO, 2001, p.18)
Esse comportamento alimentar, fez o homem se diferenciar não só do
biológico como também pela função social das refeições, onde as interações sociais
foram favorecidas (MOREIRA, 2010). De acordo com Franco (2001) o começo da
arte culinária está associado à invenção de utensílios de pedra e de barro, que
permitiram diversidade na dieta humana, além de criação de fornos de argila,
fabricação de utensílios de cerâmica, descobertas de ferramentas cortantes e o
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cultivo de terra, exigindo a criação de um núcleo habitacional fixo, uma comunidade,
uma aldeia.
A história da alimentação envolve mais do que a história dos alimentos, de
sua distribuição, produção, consumo e preparo, o que se come é tão importante
quanto onde, como e com quem se come. Assim, o estudo da alimentação que
envolve enfoques como biológicos, social, econômico e o cultural (CASTROet al.,
2012).
Na Idade Antiga aconteceram os grandes banquetes, as comemorações de
guerra, comemorações em famílias e as festas nos palácios reais. Com a chegada
da Idade Média e a força da igreja, a gastronomia seguiu por essa mesma linha
baseando em vinhos e pães juntamente com a cozinha Romana (CARVALHO,
2010). Nesses grandes banquetes os cozinheiros eram pessoas reconhecidas e
importantes em Roma, tinham altos salários e eram sinal de ascensão social, daí
nasceu o Chef (LEAL, 1998).
Passando pela Idade Moderna aconteceram grandes novidades e inovações,
o uso de talheres se generalizou, nasceram os restaurantes, tavernas, estalagens e
até mesmo cozinhas de rua (LEAL, 1998). O mesmo autor acrescenta que o ponto
alto da história da época contemporânea foi o aperfeiçoamento da gastronomia
como um todo. Sabe-se que a França primava por uma comida de alto requinte e
justo nessa época aconteceu uma revolução nos palácios onde vários cozinheiros e
chefs perderam seus empregos na nobreza. Alguns desses chefs tiveram iniciativa
de abrirem seu próprio negócio.
Falando do Brasil pode-se afirmar que a gastronomia aconteceu quando os
portugueses aqui chegaram e tiveram o primeiro contato com os Índios, houve então
uma associação e uma mistura de diversos alimentos. Naquela época os índios não
tinham hora para comer e assim como o homem pré-histórico eles preferiam os
alimentos assados e tostados (LEAL, 1998).
2.2História do Mineirão
A trajetória do futebol em Belo Horizonte em muito se confunde com a própria
história da capital mineira, sendo introduzido em 1904, com a criação do Sport Club
Foot-Ball. Quanto mais crescia a importância do futebol em Belo Horizonte, mais se
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ampliava a capacidade de transformação. Bem organizados e reconhecidos pelas
autoridades políticas, os clubes se mostravam capazes, inclusive, de construir
estádios próprios (BELO HORIZONTE, 2014).
No ano de 1950 começaram a surgir projetos para a construção de um grande
estádio em Belo Horizonte. Foram sugeridos alguns locais para a construção do
mesmo, porém somente em 1960 que o Ministério da Educação e Cultura, a
Universidade de Minas Gerais (UFMG), o Conselho de Administração do Estádio de
Minas Gerais e a Diretoria de Esportes do Estado de Minas Gerais, acordaram a
construção do estádio no terreno atual, na região da Pampulha, em Belo Horizonte
(O TEMPO, 2015).
Em 1965 foi inaugurado o Estádio Governador Magalhães Pinto, em uma
partida que colocou frente a frente a seleção mineira e o tradicional River Plate (O
TEMPO, 2015). Neste mesmo ano, a seleção brasileira participou das festividades e,
na primeira partida da seleção no novo palco do futebol mineiro, o time local vence a
seleção uruguaia, por 3 a 0 (MINEIRÃO, 2016a).
Em 2010, após a partida entre Atlético e Ceará, o Mineirão fecha as portas
para a reforma visando melhorias para Copa do Mundo (MINEIRÃO, 2016a).Assim
como todos os estádios que sediaram a Copa do Mundo de 2014, o Estádio
Governador Magalhães Pinto passou por uma grande obra para atender as
exigências da FIFA (SANTOS, 2014). De acordo com Rocha (2012) a reforma para
adequar a arena aos critérios da FIFA para receber a Copa do Mundo de 2014
custou cerca de R$ 670 milhões e foram divididas em três etapas:
a) Primeira: (janeiro a junho de 2010) foram feitos reparos estruturais no estádio;
b) Segunda:(junho a dezembro de 2010) remoção das cadeiras, a demolição de
parte das arquibancadas inferior e geral, e o rebaixamento do campo em 3,4
m para melhorar a visibilidade;
c) Terceira: (janeiro de 2011) cobertura, novos assentos e outras adequações
internas do estádio, além da construção de uma esplanada.
Campos (2016, p. 27) afirma que o Estádio Governador Magalhães Pinto
“além de reformado, foi reformulado” não se tratando apenas das alterações físicas
e estruturais para atender às demandas da FIFA.
Com a reforma, o comércio ambulante deixando de existir, toda a alimentação
dos visitantes passou a ser feita nos bares do estádio, além disso a vigilância
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sanitária passou a atuar mais o novo modelo de estádio.Acabou a tradição de
chegar mais cedo e ficar do lado de fora nas barracas de ambulantes (LAURETTI,
2016, p. 11).
Contudo, estratégias alternativas à retirada dos barraqueiros e ambulantes
foram criadas, como o aumento de bares no entorno do estádio e a permissão dos
carros que comercializam alimentos permanecerem em seu entorno.A dúvidaentre a
continuação ou a supressão do preparo tradicional do feijão tropeiro no Estádio
Governador Magalhães Pinto após a reforma gerou reportagens e muitas críticas
negativas de torcedores frequentadores do estádio de longa data (CAMPOS, 2016).
A reforma do estádio Governador Magalhães Pinto, teve seus pontos
positivos e negativos, mas a alimentação não está tão desapontadora quanto
parece, há reclamações de maiores índices. Abaixo segue uma tabela inferida de
um gráfico da autora Campos (2016) que ilustra isso:
Tabela 1 –Valor em percentual dos aspectos negativos da reforma do Mineirão.
Aspectos % dos entrevistados
Estacionamento – valor e vagas 44,9
Valor do ingresso 29,3
Alimentação – valor, variedade e qualidade 23
Qualidade do tropeiro 11,5
Nenhum 9,1
Não vender cerveja em dia de jogo 8
Fonte: Adaptado de Campos (2016).
2.3 História do feijão tropeiro
Segundo Botelho e Reis (2008, p. 344) o conceito de tropeiro pode ser
definido como "denominação dos homens que conduziam tropa de muares, burros e
bestas e penetravam no interior do Brasil transportando todo tipo de cargas e
mercadorias".
Apesar de ter à disposição imensa variedade de alimentos, na natureza, nos
pousos e nas fazendas em que parava, o tropeiro alimentava-os diariamente com
uma comida que, embora simples e prática, dava a satisfação necessária para
prosseguir a viagem (RURAL, 2006).Era composto, em geral, de alimentos de
vagarosa deterioraçãocomo feijão, toucinho, fubá, farinha, café e carne salgada
(CASTRO et al, 2012).
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Rural (2006) afirma que o responsável pelo preparo do tropeiro era o
madrinheiro que, pela manhã, colocava o feijão para cozinhar, fritava o toucinho,
completando-o com farinha de milho, de forma a organizar um feijão-tropeiro bem
nutrido e gordo. O restante do feijão cozido não consumidonaquela refeição era
colocado num caldeirão para o almoço do caminho. O mesmo autor complementa
que, na parada do almoço fritava-se mais torresmo, tirando o excesso de gordura,
juntava o feijão já cozido aos temperos e à farinha de milho, fazendo novamente, o
feijão-tropeiro. Alguns acresciam carne-seca e linguiça defumada ao feijão.
Tradicionalmente o feijão tropeiro temingredientes básicos como: feijão, ovos,
farinha de milho ou de mandioca, carne seca (de boi ou de porco), ou linguiça,
porém sabe-se que, dependendo da região, o prato apresenta variantes em relação
aos tipos de carnes salgadas, ou mesmo, em relação às formas de preparo
(CASTRO et al, 2012).
Em Minas Gerais os ingredientes básicos para o feijão tropeiro são: carne de
lombo de porco, farinha de mandioca torrada, alho, cebola, toucinho, cheiro-verde e
feijão de corda. Para um tropeiro gaúcho, os ingredientes básicos são: feijão
mulatinho, farinha de mandioca torrada, cebolinha, toucinho, linguiça de porco e
cebola ralada. Para o tropeiro baiano é necessário feijão, bacon,calabresa, charque,
pimentão, cebola, tomate e farinha de mandioca. Como os autores Castro et al.
(2012) informaram, os pratos apresentam variações de regiões, mas a mesma base.
2.4 O tropeiro e o Estádio Governador Magalhães Pinto
Torcedores de todos os times se unem por uma mesma paixão: o feijão
tropeiro do Estádio Governador Magalhães Pinto(GUIMARÃES, 2013). Há cinquenta
anos presente no estádio, o tropeiro faz parte da tradição dos torcedores mineiros
(MINEIRÃO, 2016b).
Campos (2016) afirma que após a reforma do estádio entregue em 2014
houve um descontentamento por parte dos torcedores em relação ao tropeiro
reformulado. Porém diversos fatores influenciaram nesta opinião: no projeto
arquitetônico da reforma não foi considerado que haveria cozinha em todos os
bares, portanto não houve alvará do corpo de bombeiros para cozinhar em grande
parte dos bares do estádio;a empresa ganhadora da licitação para prestação de
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serviços alimentares usava apenas duas cozinhas centrais, nas quais eram
executados os tropeiros e distribuíam entre os bares para a venda. Como
consequência houve desagrado dos torcedores, ocasionando baixa aceitação entre
o público. Estas situações foram amenizadas e contornadas quando a empresa
ganhadora decidiu alugar os bares individualmente e contratar alguns dos antigos
cozinheiros.
Outra mudança foi em relação ao modo de preparo, ingredientes e modo de
servir. Antes da reforma, o tropeiro era servido em prato de plástico, com arroz,
couve, bife de porco, torresmo, molho de tomate e ovo frito. O tropeiro é servido hoje
numa marmita de isopor com os mesmos ingredientes, porém o ovo só retornou no
ano de 2016 e para isso o estádio teve que passar por uma série de adequações
para atender as exigências de padrão de qualidade, consumo e principalmente de
segurança alimentar (MINEIRÃO, 2016b).
O cozinheiro Fernando Luiz da Silva que trabalha há 46 anos servindo no
Estádio Governador Magalhães Pinto afirmou que o tropeiro é tão importante para o
mineiro, que não se pode inovar, já é tradição e faz parte da história do futebol.
Contudo ele relata queos novos processos para o preparo do tropeiro evoluíram e as
atividades são realizadas de forma mais profissional (MINEIRÃO, 2016b).
Para os novos processos de produção do tropeiro inseridos no estádio a
norma da vigilância sanitária atuante é a Resolução da Diretoria Colegiada(RDC) de
número 216. Esta é voltada a regulamentação procedimental para serviços de
alimentação que realizam manipulação, preparação, fracionamento,
armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos
preparados ao consumo, garantindo condições higiênico-sanitárias do alimento
preparado (BRASIL, 2004).
Os serviços de alimentação do estádio também estão sujeitos à aplicação da
RDC nº 275 (BRASIL, 2002) que dispõe sobre procedimentos padronizados
aplicados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista
de verificação de boas práticas de fabricação em estabelecimentos produtores
eindustrializadores de alimentos.
O atendimento às RDCs resultou em aperfeiçoamento das ações sanitárias
protegendo a saúde da população, o desenvolvimento de um procedimento
operacional padrão (POP) para a padronização na execução dos alimentos, a
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facilidade em controlar, rastrear e manipular alimentos de forma correta, facilitando a
harmonização da ação de inspeção sanitária nos estabelecimentos (BRASIL,
2002).Uma exigência importante das RDCs estabelece que as empresas que
fornecem alimentos são obrigadas a encaminhar laudo contendo a rastreabilidade e
análise que comprovem a ausência de bactérias de todos alimentos (MINEIRÃO,
2016b).
2.5 Mudanças de hábitos na alimentação
De acordo com o Ministério da Saúde (2014) os padrões de alimentação
estão mudando em passo acelerado na grande maioria dos países. As principais
mudanças envolvem a substituição de alimentos in natura ou pouco processados de
origem vegetal por produtos industrializados prontos para consumo. A análise da
Pesquisa de Orçamentos Familiares indicou que os alimentos in natura ou
minimamente processados e as preparações culinárias feitas com esses alimentos,
ainda correspondem, no total de calorias consumidas, a quase dois terços da
alimentação dos brasileiros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
Mesmo com uma parte da população com tendências aos produtos
industrializados, existem ainda pessoas que se preocupam mais com a saúde, que
têm melhorado a capacidade de autocuidado e das escolhas mais saudáveis no
campo da alimentação. A mudança de hábitos depende da capacidade individual de
fazer escolhas mais saudáveis, de governar e produzir a própria vida, envolvendo
também fatores de natureza política, física, econômica, cultural ou
social(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
Melo (2016) afirma que a dificuldade em ter uma alimentação mais saudável
tem as seguintes causas principais: a vida moderna tem gerado falta de tempo, a
alimentação é feita em qualquer lugar e de preferência rápida; falta de acesso, por
dimensões físicas e financeiras; a cultura de que o saudável não é saboroso,
considerado um tabu a ser desvendado, pois uma alimentação saudável bem feita é
sim pragmaticamente saborosa e, por fim; a dieta é um sacrifício, pois muitos a
visualizam como um hábito de sacrifício.
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Confirmando o descrito acima, Gregório et al. (2012) afirma que é possível
comer de forma saudável e segura a baixo custo, mas exige treino, conhecimento,
tempo e paciência.
De fato, é possível comer de forma saudável e saborosa. É possível comer a baixo custo sem perder de vista a criatividade individual e o prazer de estar à mesa. É possível conciliar a defesa do ambiente e a produção nacional com a preparação de pratos saborosos (GREGÓRIO et al,. 2012, p. 12).
3 METODOLOGIA
Este artigo foi constituído por meio de uma pesquisa qualitativa, de natureza
exploratória, envolvendo etapas distintas as quais serão apresentadas a seguir. A
primeira etapa constou de pesquisa bibliográfica em bases de dados nacionais,
livros e artigos científicos. Por se tratar em parte de um relato histórico, algumas
fontes, sobretudo jornalísticas envolvem anos anteriores aos dez últimos. A princípio
buscou-se caracterizar brevemente desde os princípios da história da alimentação,
passando pelo surgimento do feijão tropeiro até os dias atuais com a nova receita e
forma de servir este prato no Estádio Governador Magalhães Pinto.
De forma a contextualizar e verificar a influência da mudança de preparações
gastronômicas, bem como seu impacto cultural, incialmente foi feita uma visita ao
estádio de forma a entender a conexão entre o tropeiro servido antigamente e o
novo tropeiro, que passou a ser servido pós reforma e adequação do estádio à Copa
do Mundo de 2014. Foi realizada entrevista com a chef de cozinha que produz o
tropeiro de forma a entender as condições e formas de preparo, bem como a
levantar os ingredientes aplicados em ambos os tropeiros, apresentados aqui neste
artigo por meio de fichas técnicas.A fim de resguardar sua identidade, neste artigo
será identificada como Entrevistada.
De posse dos ingredientes e quantitativos de ambos os preparos foram
relacionados em tabelas, buscando-se ainda avaliar a contribuição nutricional destes
ingredientes. Para tanto foi utilizado o softwareDietWin (versão de teste, 2017) para
geração de fichas nutricionais. Os resultados serviram para comparar se houve
melhoria na qualidade nutricional ao se adotar o tropeiro reformulado.
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Dando seguimento à investigação sobre os tropeiros foi realizada uma análise
sensorial. As duas receitas foram reproduzidas e executadas com precisão, sendo
distribuídas aos alunos na Faculdade Promove no horário do intervalo do turno
noturnono dia primeiro de junho de 2017, com 29 participantes.Estes, após a
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos Provadores
(Apêndice A), responderam a uma fichade avaliação padrão (Apêndice B) e os
resultados obtidos foram apresentados em forma de gráfico de pizza com
porcentagens referentes a cada opção assinalada para comparação. Importante
acrescentar que a escolha dos alunos para a análise foi aleatória e envolveram
todos os cursos da faculdade e com previsão de formatura indiferente.
De posse de todos estes resultados foi gerada a conclusão final. Além disso
os resultados desta pesquisa foram enviados à equipe responsável pelo serviço de
alimentação do estádio atuando como contribuição ao processo gerencial.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o levantamento literário, os primeiros resultados foram conseguidos a
partir da entrevista realizada com achef de cozinha responsável por elaborar e servir
o tropeiro fornecido atualmente. Foi constatado que os novos processos de cocção
são muito importantes e trazem segurança, porém trazem também grandes
responsabilidades. Atualmente há grande preocupação quanto a manipulação dos
alimentos. Devido ao grande número de cozinheiros há periodicamente treinamentos
operacionais sobre higiene e manipulação dos alimentos. A equipe trabalha com
fichas de procedimentos que determinam os protocolos de higienização, limpeza
final, bem como preparo e montagem dos tropeiros.
Em relação às mudanças e a os quesitos de evolução do novo tropeiro, a
entrevistada afirmou que não houve alterações nos ingredientes, mas sim na forma
de preparação, como por exemplo a utilização de ovo pasteurizado, a mudança para
couve crispypara evitar a contaminação pelo tempo que o tropeiro fica no hotcar. É
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importante explicar que ohotcaré o equipamento utilizado para manter e transportar
o alimento aquecido.
Foi evidenciado durante a entrevista a preocupação em atender as RDCs e
demais orientações definidas pela vigilância sanitária, sobretudo em relação ao
rastreamento de todos os ingredientes utilizados. O ovo, a carne e demais
ingredientes são comprados de fornecedores regularizados. Há também o cuidado
em padronizar o tropeiro servido em todos os locais do estádio, diferente do que era
antes da reforma, onde cada lanchonete tinha seu próprio modo de preparo.
Os ingredientes e quantidades para o preparo do tropeiro anterior e atual são
apresentadas na tabela 2 abaixo,lado a lado, para proporcionar melhor visualização
das principais mudanças. As quantidades dos ingredientes abaixo sãopara execução
de dez porções de 150g cada:
Tabela 2 – Ingredientes para a preparação do tropeiro antigo e atual
Antigo Tropeiro
Atual Tropeiro
Quantid. Unid. Ingredientes
Quantid. Unid. Ingredientes
10 g Alho 10 g Alho
240 g Bacon 240 g Bacon
400 g Banha 200 g Óleo de soja
240 g Calabresa 240 g Calabresa
100 g Cebola 4 g Caldo de Carne
90 g Cheiro verde 90 g Cheiro verde
20 g Colorau 4 g Caldo bacon
240 g Farinha de
Mandioca crua 240
g Farinha de Mandioca crua
720 g Feijão
Carioquinha 720
g Feijão Carioquinha
30 g Sal 15g g Sal
8 g Pimenta do reino
Fonte: Entrevistada (2017).
A tabela 3 apresenta, respectivamente, os ingredientes para preparo do ovo,
couve, bife de pernil e torresmo, também paraexecutar dez porções de 150g cada.
Tabela 3 – Ingredientes para a preparação dos complementos servidos com o tropeiro
Preparo antigo
Preparo atual
Quantid. Unid. Ingredientes
Quantid. Unid. Ingredientes
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Ovo
Ovo
500 g ovo gema mole
500 g ovo gema dura
2000 ml óleo de soja
5 ml óleo de soja
Couve
Couve
300 g Couve
600 g Couve
50 ml óleo de soja
1000 ml óleo de soja
Pernil
Pernil
1500 g Bife de pernil
1500 g Bife de pernil
50 g alho
50 g alho
30 g sal
30 g sal
300 g tomates
280 ml molho pronto
20 g colorau
200 ml água
15 g cebola
15 g orégano
50 g alho
50 ml óleo de soja
200 ml água
50 g banha
Torresmo
Torresmo
400 g toucinho
300 g torresmopré
frito
500 ml óleo de soja
500 ml óleo de soja
Fonte: Entrevistada (2017).
A seguir são apresentadas as informações nutricionais (tabelas 4 e 5)de
ambos os preparos geradas com o uso do softwareDietWinconsiderando todos os
ingredientes para um tropeiro servido completo, inclusive ovo, couve, bife de pernil e
torresmo. Importante destacar que para ganhar objetividade nesta análise optou-se
por suprimir a apresentação neste artigo de alguns elementos da composição
nutricional advindados relatórios gerados pelo software. Contudo foram
apresentados aqueles preconizados como itens obrigatórios pela Anvisa (BRASÍLIA,
2005). Dessa forma entende-se que os resultados obtidos já dão margem a
interpretações comparativas quanto à contribuição para a saúde de ambos os
preparos.
Tabela4–Valores nutricionais para uma porção de 150g do tropeiro servido anteriormente.
COMPONENTES BÁSICOS
Energia 633,78 Kcal
Revista Pensar Gastronomia, v.3, n.2, Jul. 2017
Carboidratos (CHO) 10,17 g
Proteínas (PTN) 11,99 g
Gorduras Totais (GORD) 61,36 g
Colesterol (COL) 74,62 mg
Fibra alimentar (FA) 1,65 g
Sódio (Na) 583,84 mg
Água 62,85 ml
Fonte: DietWin (2017).
Tabela 5 –Valores nutricionais para uma porção de 150g do tropeiro servido atualmente.
COMPONENTES BÁSICOS
Energia 557,53 Kcal
Carboidratos (CHO) 12,79 g
Proteínas (PTN) 17,21 g
Gorduras Totais (GORD) 47,84 g
Colesterol (COL) 72,13 mg
Fibra alimentar (FA) 1,96 g
Sódio (Na) 499,91 mg
Água 61,40 ml
Fonte: DietWin (2017).
As comparações de ambas as informações nutricionais demonstram que o
preparo antigo apresenta quantidades calóricas superiores (12% a mais) bem como
a quantidade de colesterol (3% a mais) e sódio (14% a mais). Ainda, apresenta
menor valor nutricional devido a menor quantidade de carboidratos, proteínas e
fibrasao se comparar com o tropeiro servido atualmente. A pequena variação na
quantidade de água (inferior no caso do tropeiro atual em 2%) deve-se à não
apresentação de água na ficha técnica do tropeiro atual, porém está inserida nos
alimentos que constituem a receita, bem como no molho pronto, que já possui água
em seu conteúdo. A quantidade de gorduras totais (22% a mais no tropeiro antigo)
deve-se, principalmente ao fato da troca do toucinho pelo uso do torresmo pré-frito
onde, em seu processamento, grande parte da gordura é drenada. Todos estes
resultados demonstram a vantagem nutricional obtida por meio da mudança para o
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preparo atual, sobretudo pelo aumento de carboidratos, proteínas es fibras,
compostos benéficos e indispensáveis à saúde como afirma Netto (2014), bem como
diminuição de gorduras, colesterol e sódio.
Após constatar que a adoção da nova forma de preparo do tropeiro trouxe
benefícios à saúde dos consumidores dá-se seguimento à investigação quanto aos
demais aspectos: apresentação, sabor e aceitação dos consumidores.Os resultados
referentes à impressão global da análise sensorialrealizadasão apresentados na
figura 1, abaixo. Visando maior objetividade serão apresentados nos gráficos apenas
os critérios que obtiveram votos dentro da escala hedônica de 7 conceitos (Apêndice
II).
Figura 1 – Resultados da análise sensorial após provar os dois preparos. N= 29 consumidores. Fonte: Autores (2017).
Percebe-se pelos gráficos acima, uma ligeira aceitação melhor do tropeiro
antigo, já que 69% dos 29 participantes gostaram extremamente contra 41% do
mesmo grupo que responderam gostar extremamente do tropeiro novo. Entende-se
que a porcentagem de 69% de aceitação do tropeiro antigo, foi pelo fato desta
refeição ter feito parte da história de muitos como Campos (2016) afirmou, a
especulação de que o tropeiro seria retirado do estádio já havia gerado grande
polêmica, então confirma-se que o tropeiro faz parte de uma tradição no estádio
mineiro (MINEIRÃO, 2016b).
Porém,o resultado atingido de 41% não pode ser avaliado como um resultado
ruim, já que o processo de aceitação do novo tropeiro está em andamento, teve uma
boa recepção em vista das notícias e reportagens de reclamações, conforme
3%
28%
0%
69%
0%
24%
41%34%
Não gostei nem desgostei
Gostei ligeiramente
Gostei muito Gostei extremamente
Tropeiro antigo Tropeiro novo
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apresentado por Gregório et al. (2012) a adaptação na alimentação exige tempo,
paciência e treino.
Pode-se inferir com as fichas nutricionais e a análise sensorial que o tropeiro
mais saudável também agradou ao público, mas de acordo com sugestões advindas
da análise sensorial, o molho antigo feito com tomates frescos ainda agrada mais ao
público e o sabor da banha que é usada no tropeiro antigo também faz diferença no
sabor final.
Os resultados advindos da análise sensorial foramapresentados à equipe
técnica do Estádio Governador Magalhães Pinto e já foram obtidas notícias de que
eles reestruturaram o cardápio atendendo às mudanças de execução do molho e a
volta da banha de porco no lugar do óleo.
5 CONCLUSÃO
Conclui-se que, os ingredientes utilizados para execução dos dois tropeiros
embora sejam parecidos, tem como diferença o modo de preparo atendendo agora
as normas da vigilância sanitária. De um lado percebe-se uma resistência por parte
dos torcedores que frequentavam o estádio antes das mudanças e do outro lado
tem-se a equipe de cozinha tentando manter ao máximo a receita tradicional sem
desrespeitar as normas para segurança da saúde dos consumidores.
Entendeu-se com a análise sensorial uma maior aceitabilidade do público que
provou o tropeiro atual se comparado aos relatos advindos da literatura em anos
anteriores. Foi confirmada a hipótese de que um tropeiro saudável e saboroso é
possível, pois pelas fichas nutricionais percebeu se que o tropeiro atual é mais
saudável e pelos resultados da análise sensorial ele também agrada pelo sabor,
apenas precisa de um pouco de tempo para que seja formado o hábito de consumo
do novo tropeiro e assim, uma aprovação completa do público, que só tem a ganhar
com as mudanças.
Por fim, conclui-se que o trabalho trouxe bons resultados como a contribuição
para a mudança no preparo acolhida e adotada pela equipe responsável pelo
preparo no estádio, contribuindo para uma melhoria ao serviço de alimentação do
Estádio Governador Magalhães Pinto. As sugestões foram bem aceitas pela equipe
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do estádio bem como as alterações sugeridas pelos resultados da análise. Porém as
aprovações dessas alterações aconteceram tardiamente e não há tempo hábil para
uma nova análise sensorial para novos resultados, sendo uma proposta para
trabalhos futuros.
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REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos Provadores Você está convidado a participar de um teste sensorial de feijão tropeiro. Podem participar pessoas que apreciem estes produtos e que não apresentem nenhuma restrição à ingestão de nenhum dos ingredientes de sua composição. O objetivo deste trabalho é conhecer a opinião do consumidor sobre duas amostras de feijão tropeiro. Você será solicitado a responder a uma ficha e a avaliar amostras em uma sessão de análise sensorial, que consiste em avaliar um produto e em seguida expressar a sua opinião em relação ao mesmo. Você poderá desistir de participar a qualquer momento, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo ou penalização, sem necessidade de justificativa. Esta pesquisa não oferece qualquer risco ao participante, uma vez que consiste apenas no preenchimento de um questionário e na avaliação de produtos comumente utilizados pela população. Esta pesquisa não apresenta nenhum benefício individual direto aos provadores, mas as informações fornecidas pelos participantes nos auxiliarão na formação de profissionais ligados à Análise Sensorial. Todos os dados fornecidos são considerados confidenciais, sendo totalmente garantidos o sigilo das informações e sua privacidade. A SUA PARTICIPAÇÃO NO PROJETO TEM CARÁTER VOLUNTÁRIO E NÃO LHE TRARÁ NENHUM TIPO DE ÔNUS OU REMUNERAÇÃO. Desde já agradecemos sua colaboração.
Compreendi e concordo com as informações que me foram transmitidas e, portanto, aceito participar como voluntário neste projeto de pesquisa. Declaro, ainda, que recebi cópia do presente termo de compromisso. Belo Horizonte, __ de __________ de ____ Nome: __________________________________________________________________
Idade___________________________________________________________________
Curso/período: ___________________________________________________________
Telefone de contato: _________________
E-mail:_____________________________________
Assinatura: _______________________________________________________________
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APÊNDICE B
FICHA DE AVALIAÇÃO
Prato:
Nome:
Você está recebendo uma amostra de feijão tropeiro. Por favor, observe o produto e avalie-
o quanto à aparência e apresentação e marque na escala um “X” no ponto que melhor
representa a sua resposta. Em seguida cheire a amostra e repita o mesmo procedimento
anterior para avaliar o aroma do produto. Prove a amostra e repita o mesmo procedimento
para avaliar o seu sabor e a sua textura. Por fim, marque com um X qual foi a sua
impressão global a respeito do produto.
APARÊNCIA
APRESENTAÇÃO
� � � � � � �
Desgostei
extremamente
Desgostei
muito
Desgostei
ligeiramente
Não gostei
nem
desgostei
Gostei
ligeiramente
Gostei
muito
Gostei
extremamente
AROMA
� � � � � � �
Desgostei
extremamente
Desgostei
muito
Desgostei
ligeiramente
Não gostei
nem
desgostei
Gostei
ligeiramente
Gostei
muito
Gostei
extremamente
SABOR
� � � � � � �
Desgostei
extremamente
Desgostei
muito
Desgostei
ligeiramente
Não gostei
nem
desgostei
Gostei
ligeiramente
Gostei
muito
Gostei
extremamente
TEXTURA
� � � � � � �
Desgostei
extremamente
Desgostei
muito
Desgostei
ligeiramente
Não gostei
nem
desgostei
Gostei
ligeiramente
Gostei
muito
Gostei
extremamente
IMPRESSÃO
GLOBAL
� � � � � � �
Desgostei
extremamente
Desgostei
muito
Desgostei
ligeiramente
Não gostei
nem
desgostei
Gostei
ligeiramente
Gostei
muito
Gostei
extremamente