a evolução do mercado de medição

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 A Evolução do Mercado de Medição de Petróleo e Gás Natural no Brasil  José Jorge Teixeira Churro Consultor INTRODUÇÃO A Por tar ia Con jun ta No. 1 ANP-INMETRO de 19 /0 6/2000 es ta belece que os volumes medidos de petróleo e gás natural devem ser medidos de forma a “garantir resultados acurados e completos”. Ficam sujei tos ao Regulamen to Téc nico de Medição de Petróleo e Gás Natural, aprovado po r tal Portaria, o pr oj eto, a instal ão, a operação, o teste e a manutenção em per fei tas con diç ões de funcionamento dos seguintes sistemas de medição: I - sistemas de medição onde serão realizadas as medições volumétricas fiscais do petróleo ou do gás natural produzido nos campos, a que se refere o inciso IV do art. 3º, art. 4º e art. 5º do Decreto nº 2.705, de 3 de agosto de 1998; II - sistemas de medição onde serão realizadas as medições volumétricas do petróleo ou do s na tural pa ra controle op eracional do s volumes consumidos, injetados, transferidos e transportados; III - sistemas de medição onde serão realizadas as med ões volumétricas do petr óleo ou do gás na tu ral para controle operacional dos vo lumes importad os e exportados ; e IV - sistemas de medição onde serão realizadas as medições volumétricas de água para controle operacional dos volumes produzido s, captado s, injetados e descartados O não cumprimento das disposições contidas na citada Portaria su je ita o infrator às penalidades previstas na Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, e em legislação complementar. Ao longo dos 11 anos da aplicação da Portaria Conjunta No. 1 ANP-INMETRO de 19/06/2000 muito se desenvolveu no mercado nacional, onde se pode destacar: - Maior un if ormidade nos procedimentos operacionais de medição, em sintonia com os preceitos da ANP e INMETRO; - Consolidação de tecnologias de medição (ex.: medição ultrassônica de petróleo, computadores de vazão com cert if icação INMETRO, etc.), sendo alg umas ino vad oras (ex.: medição multifásica, medição em linha do teor de água no petróleo ou BS&W, etc.); - Desenvolvimento de novos fa bricantes nacionais de medidores de vazão e computadores de vazão; - Desenvolvimento de prestadores de serviço na área de medição de vazão e volume, bem como em propriedades dos fluidos; - Desenvolvimento de novos laboratórios de medição de vazão acreditados via RBC (Rede Brasileira de Calibração) do INMETRO; - Maior capacitação e treinamento de colaboradores da área de pe tróleo e s natural, assim como cur sos dis poníveis em diversas instituições (IBP, ISA, PUC-Rio, etc.), inclusive em nível de pós-graduação; - Institui çõe s com maior esp eciali zaç ão na área de medição de fluidos (ex.: IQM, CETEC, UFES, PUC-Rio, etc.); - Instituições com maior especialização na ár ea de gestão de sistemas de medição baseados na norma NBR ISO 10012 (ex.: ABS Group, Bureau Veritas, etc.). Este artigo tem o objetivo de apresentar os principais aspectos oriundos da aplicação da Port ar ia Conj un ta ANP-INMETRO No. 1 de 19/06/200 nas instalações de produção, bem como elencar possíveis desdobramentos para a pró xima década em fun ção da eminente revisão da mesma. LIÇÕES APRENDIDAS

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 A Evolução do Mercado de Medição dePetróleo e Gás Natural no Brasil  José Jorge Teixeira Churro

Consultor 

INTRODUÇÃO

A Portaria Conjunta No. 1 ANP-INMETRO de19/06/2000 estabelece que os volumes

medidos de petróleo e gás natural devem sermedidos de forma a “garantir resultadosacurados e completos”.

Ficam sujeitos ao Regulamento Técnico deMedição de Petróleo e Gás Natural, aprovadopor tal Portaria, o projeto, a instalação, aoperação, o teste e a manutenção emperfeitas condições de funcionamento dosseguintes sistemas de medição:

I - sistemas de medição onde serão realizadasas medições volumétricas fiscais do petróleoou do gás natural produzido nos campos, a

que se refere o inciso IV do art. 3º, art. 4º eart. 5º do Decreto nº 2.705, de 3 de agosto de1998;

II - sistemas de medição onde serão realizadasas medições volumétricas do petróleo ou dogás natural para controle operacional dosvolumes consumidos, injetados, transferidos etransportados;

III - sistemas de medição onde serãorealizadas as medições volumétricas dopetróleo ou do gás natural para controleoperacional dos volumes importados e

exportados; eIV - sistemas de medição onde serãorealizadas as medições volumétricas de águapara controle operacional dos volumesproduzidos, captados, injetados e descartados

O não cumprimento das disposições contidasna citada Portaria sujeita o infrator àspenalidades previstas na Lei nº 9.847, de 26de outubro de 1999, e em legislaçãocomplementar.

Ao longo dos 11 anos da aplicação da Portaria

Conjunta No. 1 ANP-INMETRO de 19/06/2000

muito se desenvolveu no mercado nacional,onde se pode destacar:

- Maior uniformidade nos procedimentosoperacionais de medição, em sintonia com os

preceitos da ANP e INMETRO;- Consolidação de tecnologias de medição (ex.:medição ultrassônica de petróleo,computadores de vazão com certificaçãoINMETRO, etc.), sendo algumas inovadoras(ex.: medição multifásica, medição em linhado teor de água no petróleo ou BS&W, etc.);

- Desenvolvimento de novos fabricantesnacionais de medidores de vazão ecomputadores de vazão;

- Desenvolvimento de prestadores de serviço

na área de medição de vazão e volume, bemcomo em propriedades dos fluidos;

- Desenvolvimento de novos laboratórios demedição de vazão acreditados via RBC (RedeBrasileira de Calibração) do INMETRO;

- Maior capacitação e treinamento decolaboradores da área de petróleo e gásnatural, assim como cursos disponíveis emdiversas instituições (IBP, ISA, PUC-Rio, etc.),inclusive em nível de pós-graduação;

- Instituições com maior especialização na

área de medição de fluidos (ex.: IQM, CETEC,UFES, PUC-Rio, etc.);

- Instituições com maior especialização naárea de gestão de sistemas de mediçãobaseados na norma NBR ISO 10012 (ex.: ABSGroup, Bureau Veritas, etc.).

Este artigo tem o objetivo de apresentar osprincipais aspectos oriundos da aplicação daPortaria Conjunta ANP-INMETRO No. 1 de19/06/200 nas instalações de produção, bemcomo elencar possíveis desdobramentos paraa próxima década em função da eminente

revisão da mesma.LIÇÕES APRENDIDAS

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Com o advento do RTM – Regulamento Técnicode Medição – veio a uniformização dosmétodos e procedimentos de medição defluidos produzidos, ou seja, do petróleo e dogás natural. Antes do RTM as medições já

eram realizadas de modo satisfatório, uma vezque as medições de transferência de custódianas saídas das plataformas e estações decoleta terrestres já seguiam as mesmasnormas e recomendações (ex.: API) que estãoespecificadas na Regulamentação. Ressalta-seque tais normas são as mesmas aplicadas nossistemas de transferência de custódia nassaídas das refinarias com algumaspeculiaridades, como por ex. a Resolução CNP6/1970 (correção de temperatura para 20 oC;extinto Conselho Nacional do Petróleo), entreoutras.

O RTM introduziu prazos de calibração fixospara os medidores de vazão, elementossecundários de pressão e temperatura, trenase medidores automáticos de nível, padrões decalibração, e prazos de inspeçõesdimensionais para as placas de orifício e seustrechos retos. Além disso, estabeleceu prazostambém para as amostragens e análises delaboratório para a determinação daspropriedades do petróleo (massa específica,BS&W ou teor de água no petróleo e fator deencolhimento) e do gás natural (composição,

massa específica e poder calorífico). Asoperações de arqueação de tanques demedição também tiveram prazosestabelecidos.

Num primeiro momento após a edição do RTMhouve a chamada “adequação” onde ossistemas de medição foram enquadrados umavez que:

- os tipos de medidores de vazão já instaladoseram os disponíveis no mercado ediversificados (o RTM padronizou os tiposdeslocamento positivo, turbina e mássico

Coriolis);- a compensação automática de temperatura epressão para as condições base ou dereferência passou a ser obrigatória – muitasvezes havia esta compensação, mas de modomanual ou por médias;

- os sistemas de medição instalados, em suamaioria, possuíam contornos (“by-pass”) que,pelo RTM, são proibidos – tratava-se de umafilosofia de projeto antiga visando a facilidadede manutenção;

- instalação de sistemas fixos de calibração(ex.: provadores, medidores padrão, etc.) –análises caso a caso definiram a viabilidade de

proceder ao envio de instrumentos paralaboratórios externos ou dispor de sistemaspróprios de calibração “in-loco” ou naspróprias regiões de produção;

- para os sistemas de medição de gás natural,em sua grande maioria, ficou evidente avantagem pelo uso das placas de orifício, jáque as mesmas não são sujeitas à calibração,mas somente às inspeções dimensionais (dasplacas e de seus trechos retos); embora o RTMtenha padronizado os tipos placa de orifício,turbina e ultrassônico, para estes dois últimostipos os usuários teriam de dispor delaboratórios externos para sua calibração,dependendo do caso, até mesmo em nívelinternacional, o que geraria gastos delogística;

- o RTM permite que haja falha de medição ou

mesmo a sua interrupção, desde que hajanotificações de falha oficiais com asrespectivas estimativas de volumes afetadosbaseadas em históricos e com previsões devolta à normalidade;

- estabelecimento de controle de lacres paraevitar operações não autorizadas em válvulas,computadores de vazão, etc.;

- estabelecimento de análises de incertezas demedição, sempre que houver novascalibrações ou carregamento de novos fatoresde medição ou variáveis de processo.

Num segundo momento deste processo deatendimento ao RTM, houve “melhorias” nosprocessos de medição, como por exemplo:

- adoção de computadores de vazão comAprovação Técnica de Modelo (ATM) doINMETRO – em alguns poucos sistemas eraadotado o cálculo das vazões e volumes emdispositivos do tipo PLC;

- adoção de medidores de vazão comAprovação Técnica de Modelo (ATM) doINMETRO – em alguns poucos sistemas havia

medidores sem tal aprovação embora com usoconsagrado pela indústria internacional; váriosfabricantes se prontificaram a obter asaprovações;

- padronização de procedimentos operacionais– procedeu-se à uniformização das práticas,registros, análises de certificados, controle dosfatores de calibração, geração de relatórios,métodos de amostragem de fluidos e análisesdos mesmos, etc.;

- melhoria nos sistemas de gestão –notoriamente a adoção dos procedimentos erequisitos da norma NBR ISO 10012 “Sistemasde gestão de medição - Requisitos para os

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processos de medição e equipamentos demedição”; tal norma estabelece itens degestão na organização como “funçãometrológica” (através de auditorias, registros,etc.), análise e melhorias (através de análisescríticas, indicadores ou índices de

conformidade, etc.), entre outros aspectos;- envio automático diário dos dados deprodução – a ANP já recebe desde novembrode 2010 dos concessionários os dados diáriosde produção e dados diários de configuraçãodos computadores de vazão (ou seja, em basediária), permitindo que haja uma supervisãodos campos e concessões de produção eotimizando a fiscalização com menos idas àsinstalações e com melhor qualidade econfiabilidade nas informações.

PRINCIPAIS ASPECTOS DA REVISÃO DA

PORTARIA CONJUNTAA revisão da Portaria Conjunta foi discutida aolongo dos últimos 5 anos, e teve o seguinteandamento:

• Consulta Pública em 2008

• Audiência Pública em Junho/2010

• Nova Consulta Pública em Julho/2010

• Emissão prevista em 2011

Haverá uma total nova estruturação dodocumento e novas definições foramestabelecidas, dentre elas:

• Campos de Pequenas Acumulações –Campos marginais de petróleo ou gás naturaloperados por empresas que não sejamclassificadas pela ANP como operadoras A ouB (Obs: esta classificação se refere aoperadoras que atuem em águas profundas eterra/águas rasas respectivamente).

• Campos Marginais de Gás Natural –Campos que produzem predominantementegás natural não associado, cuja produção de

gás natural não ultrapasse 70.000 (setentamil) metros cúbicos diários de gás não-associado e cuja última previsão de produção,aprovada pela ANP, não ultrapasse esse limite.

• Campos Marginais de Petróleo -Campos que produzem predominantementepetróleo, cuja produção de petróleo nãoultrapasse 80 (oitenta) metros cúbicos diáriose cuja última previsão de produção, aprovadapela ANP, não ultrapasse esse limite.

A questão da gestão dos sistemas de medição(SGM), baseada na norma NBR ISO 10012,

será assim abordada:

• Deverá ser aplicado um modelo desistema de gestão da medição de forma aassegurar a eficácia e adequação dos sistemasao uso pretendido, além de gerenciar o riscode resultados de medições incorretas.

Com relação à correção dos volumes depetróleo cru (20º C e 1 atm), vem:

• Cancelou a CNP 6/70 (tabelas do API de1950)

• Referenciou a ISO 91-2 (tabelas de1980)

• Não referenciou a API MPMS 11 de 2007

Entre os novos aspectos, destacam-se:

• Inclui a medição de Transferência deCustódia

• Inclui a medição de GNL• Não limita os tipos de medidores

• Amostragem manual ou automática

• Computador de Vazão obrigatório

• Flexibilizações para campos de“Pequenas Acumulações” (BS&W de 5%, etc.)

• Medição Operacional passa a ter“Controle Metrológico Legal”

• Comprovação de “Proficiência doPessoal envolvido nas análises químicas”

• Comprovação de “Proficiência doPessoal envolvido no processo de calibração”

• Padrões de Trabalho devem sercalibrados na RBC

• Declaração das incertezas de mediçãonos relatórios

Para a medição de petróleo em linha, aocontrário da Portaria anterior que estabeleciaos tipos de medidores de vazão(Deslocamento positivo, Turbina, Coriolis), nãohá mais tal limitação, mas sim a associação àscertificações do INMETRO (via Portarias deAprovação de Modelo ou Apreciação Técnicade Modelo):

• Os sistemas de medição de petróleo emlinha devem ser constituídos, pelo menos, dosseguintes equipamentos:

- Medidor de fluido compatível com osrequisitos deste Regulamento e que atenda osrequisitos técnicos e metrológicos exigidospelo INMETRO;

Idem para o gás natural (que era limitado a

Placas de Orifício, Turbinas e Ultrassônicos):

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• Os sistemas de medição de gás naturaldevem ser constituídos dos seguintesequipamentos:

- Medidor de fluidos compatível com osrequisitos deste Regulamento e que atenda osrequisitos técnicos e metrológicos exigidospelo INMETRO;

O envio de dados de produção para a ANP deforma automática (fato atualmente emadequação pela área de E&P) vem descrito daseguinte forma:

• O armazenamento dos dados deconfiguração, entrada e saída doscomputadores de vazão e demais dispositivosque impactem na medição deverá garantir arastreabilidade, de forma que todos oscálculos de volume possam ser comprovados,

excetuando-se as medições para controleoperacional.

• Deverão ser enviados à ANP dados einformações de produção e movimentação arespeito dos respectivos sistemas de medição,com conteúdo, freqüência e forma a seremdeterminadas conforme definido pela ANP.

Ressalta-se que tais dados são formados por:volumes produzidos diários e dados deconfiguração diários dos computadores devazão, além do cadastro “on-line” dos pontosde medição (sistema próprio da ANP).

Quanto às inspeções periódicas, antesrestritas à ANP, agora o INMETRO tambémparticipará, atuando de forma complementar:

• As verificações ou supervisõesmetrológicas realizadas pelo Inmetro serãoconforme a regulamentação metrológicavigente.

Com relação à calibração de instrumentos,sem dúvida é o aspecto de maior impacto narevisão da Portaria, pois:

• Os instrumentos de medição

associados devem atender aos requisitostécnicos e metrológicos estabelecidos nasregulamentações pertinentes e estaremcalibrados por laboratórios acreditados peloInmetro.

Comentário: tal requisito exigirá que osinstrumentos sejam calibrados externamenteem laboratórios da RBC ou o regulado passe aser da RBC, o que deverá gerar um grandeimpacto econômico; atualmente é suficienteque os padrões de trabalho do regulado sejamcalibrados em laboratórios da RBC;

• Os instrumentos de medição utilizadospara pressão e temperatura devem atender às

normas e regulamentos aplicáveis e possuíremcertificado de calibração emitido porlaboratório acreditado pelo Inmetro, devendoa exatidão das medições realizadas por estesassegurar que o sistema de medição atendaao especificado neste Regulamento em função

da aplicação do sistema de medição;Comentário: idem ao anterior;

• Os trechos retos e os condicionadoresde fluxo devem atender aos requisitostécnicos e metrológicos estabelecidos nasregulamentações pertinentes e sereminspecionados por laboratório acreditado peloInmetro ou por laboratório acreditado pororganismo membro do ILAC;

Comentário: tal requisito exigirá que osinstrumentos sejam calibrados por entidades

da RBC ou o regulado passe a ser da RBC, oque deverá gerar um grande impactoeconômico; atualmente é suficiente que osinstrumentos de trabalho sejam calibrados emlaboratórios da RBC;

• As placas de orifício e os porta-placasdevem atender aos requisitos técnicos emetrológicos estabelecidos nasregulamentações pertinentes e sereminspecionados dimensionalmente porlaboratório acreditado pelo Inmetro ou porlaboratório acreditado por organismo membrodo ILAC;

Comentário: idem ao anterior;

O INMETRO introduziu novos conceitos da áreade metrologia, como por exemplo:

• FISCALIZAÇÕES, VERIFICAÇÕES ESUPERVISÕES METROLÓGICAS

- O operador dará acesso livre à ANP e aoINMETRO, a qualquer tempo, às instalações depetróleo e gás natural para fiscalização dasoperações e para as atividades relativas aocontrole metrológico legal dos sistemas de

medição e seus instrumentos, inclusive osassociados;

- As verificações ou supervisões metrológicasrealizadas pelo Inmetro serão conforme aregulamentação metrológica vigente;

- As verificações e supervisões metrológicasrealizadas pelo INMETRO em sistemas demedição deverão ser precedidas decalibrações dos respectivos instrumentosrealizadas por laboratórios acreditados peloINMETRO ou por laboratório acreditado pororganismo membro do ILAC;

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- As fiscalizações, verificações e supervisõesmetrológicas podem incluir, mas não selimitam a:

a) Constatar se os sistemas de medição estãoinstalados conforme normas e regulamentosaplicáveis e conforme as recomendações dosfabricantes;

b) Constatar o cumprimento do plano demanutenção das instalações;

c) Constatar a parametrização, configuração,alarmes e eventos dos dispositivos deconversão (computadores de vazão);

d) Inspecionar o estado de conservação dossistemas e dos instrumentos de medição;

e) Constatar a existência dos lacres, senhas eas respectivas planilhas de controle;

f) Avaliar os procedimentos operacionais deinspeção metrológica de tanques e sistemasde medição;

g) Avaliar os procedimentos operacionais decalibração de sistemas e instrumentos demedição;

h) Avaliar os procedimentos de operações demedição;

i) Avaliar os procedimentos de teste de poços;

 j) Verificação dos cálculos dos volumes;

k) Avaliar os procedimentos de operação deamostragem e análise de laboratório;

l) Verificação dos relatórios de medição, testede poços e calibração;

m) Verificar os registros do processo decomprovação metrológica, incluindo relatóriosde não conformidade.

- Os instrumentos, equipamentos e pessoal deapoio, necessários para a realização dasfiscalizações, verificações ou supervisõesmetrológicas devem ser providos pelo

operador, sem ônus para a ANP e para oINMETRO.

- Quando a ANP ou o INMETRO solicitar,durante a fiscalização, verificação ousupervisão metrológica, acompanhamento deoperações, o agente regulado deveprovidenciar a realização das mesmas dentrode dois dias da data de solicitação.

- Quando a ANP ou o INMETRO solicitar oacompanhamento de operações programadas,a data de realização da fiscalização,verificação ou supervisão metrológica deverá

ser acordada entre o órgão fiscalizador e oagente regulado.

- A ANP e o INMETRO, no âmbito decompetência de cada órgão, poderão solicitar,a qualquer tempo, cópias de informações edocumentos necessários à fiscalização,verificações metrológicas e inspeçõesmetrológicas.

As periodicidades de calibração podem serreavaliadas conforme relatórios específicosgerados pelo regulado que comprovemsituações de estabilidade metrológica,conforme se segue:

• Os medidores e instrumentos demedição associados poderão ter suasperiodicidades de calibração estendidas, apósaprovação da ANP, seguindo os critériosespecificados pela mesma.

PORTARIA 64/2003 do INMETRO

Apesar da publicação do Regulamento Técnicode Medição de petróleo e gás natural atravésda Portaria Conjunta ANP-INMETRO n° 1 de2000 e de serem estabelecidas a exigência efiscalização da ANP, a atribuição legal deregulamentar as medições de produtos emtodo o país é do INMETRO.

A Portaria INMETRO n° 64 de 2003 possibilitoua continuidade do uso dos sistemas demedição já instalados, desde que os errosmáximos apresentados por esses sistemas demedição, quando em serviço, estivessem

situados dentro dos limites estabelecidos. Parainstalações novas, o modelo do medidor devazão a ser utilizado deve ter sua Aprovação  Técnica de Modelo específica emitida peloINMETRO e submetido às verificações inicial eperiódica.

Assim, o controle metrológico da OIML-117 eda Portaria 64/2003 se baseia na aprovação deum modelo de medidor de vazão e nasverificações metrológicas periódicas dossistemas de medição, seus acessórios e dodispositivo computador de vazão a ser

utilizado.Os principais pontos abordados pela Portaria64/2003:

- Introdução de uma nova terminologia queabrange a noção de sistemas de medição emcontraposição a abordagem linear dosmedidores utilizada por outras portarias.

- Concepção de sistemas de medição definindoseus constituintes e seus contornos.

- Requisitos metrológicos para os sistemas demedição e os seus constituintes, definindo

valores limites para erros mínimos e incerteza.

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- Requisitos técnicos e construtivos para ossistemas de medição e seus elementosconstituintes.

- Parâmetros para aprovação de modelo,verificação inicial e controle metrológico desistemas de medição.

Desta forma, a exatidão das medições assumeespecial importância para indústria depetróleo e gás natural face aos vários efeitosnegativos que resultados de menorconfiabilidade podem provocar à sociedade.

RECURSOS HUMANOS E TREINAMENTO

Com o propósito de tornar possível arealização de atividades que envolvam amedição de fluidos, um significativo esforçoem âmbito nacional foi empreendido com acolaboração de empresas, universidades e

laboratórios nacionais no sentido de fomentara capacitação tecnológica, visando oaperfeiçoamento profissional para atender àsdemandas metrológicas em todo país.

As instituições que são consideradas centrosde referência de ensino e pesquisametrológica que participaram deste processo,destacam-se:

- PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica doRio de Janeiro;

- IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas de

São Paulo;- IBP – Instituto Brasileiro do Petróleo;

- UFES – Universidade Federal do EspíritoSanto;

- IQM – Instituto de Qualidade e Metrologia (Riode Janeiro);

- UFSC – Universidade Federal de SantaCatarina;

- UFBA – Universidade Federal da Bahia;

- UFRN – Universidade Federal do Rio Grande

do Norte;

- CETEC – Centro Tecnológico de Minas Gerais;

- CT-GAS – Centro de Tecnologia do Gás;

- CT-PETRO – Fundo Setorial do Petróleo e GásNatural.

NOVOS LABORATÓRIOS DE VAZÃO

Na última década foi notório oestabelecimento de novas facilidades decalibração no país, inclusive com acreditaçãona RBC (Rede Brasileira de Calibração do

INMETRO):

- Laboratório de testes e ensaios de sistemasde medição de óleo e derivados líquidos depetróleo, operando com fluido óleo mineral;

- Rastreabilidade na medição de velocidade deescoamentos de fluidos – INMETRO, operandocom fluido ar no INMETRO;

- Rastreabilidade de Medidas Materializadas deVolume e de Provadores – INMETRO;

- Laboratório de Computador de Vazão –INMETRO;

- Laboratório de vazão de líquidos utilizandofluido óleo mineral, METROVAL (Nova Odessa,SP);

- Laboratório de vazão de líquidos utilizandofluido óleo mineral, CONAUT (Macaé, RJ)

- Torre de calibração (fluido água) para altas

vazões (43 m3/h), CONAUT (Embú, SP);- Outras inclusões na RBC para medição devazão – INCONTROL (São Paulo, SP),APPLITECH (São Paulo, SP), EMERSON(Sorocaba, SP), CEG (Rio de Janeiro, RJ), SENAI(Natal, RN), PS (Belo Horizonte, MG),SKILLTECH (São Paulo, SP), TEX (São Paulo,SP).

NOVAS TECNOLOGIAS DE MEDIÇÃO

Novas tecnologias de medição foram aplicadase consolidadas como, por exemplo:

- Medição ultrassônica de petróleo –curiosamente não foi incluída no RTM de 2000,mas graças às Portarias de Aprovação deModelo do INMETRO, foram aceitas pela ANP(a primeira Portaria foi editada em julho/2000);tal tipo tecnologia é fundamental quando docompromisso baixa perda de carga possível epouco espaço físico disponível;

- Medição multifásica – embora amplamenteaplicada em nível internacional, e mesmo noBrasil anteriormente à edição do RTM, houveum trabalho de adaptação e normalização por

meio da norma INMETRO NIT-DIFLU-002 de  jan/2010 onde foram estabelecidas “ascondições mínimas para a autorização deutilização de modelos dos medidoresmultifásicos de petróleo e gás, empregadosem sistemas de medição operacional e deapropriação”.

- Medição em linha do teor de água nopetróleo ou BS&W – embora amplamenteaplicada em nível internacional, e mesmo noBrasil anteriormente à edição do RTM, houveum trabalho de adaptação e mesmo aceitação;

- Medição ultrassônica de gás de tocha(“flare”) – embora amplamente aplicada em

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nível internacional, e mesmo no Brasilanteriormente à edição do RTM, houve umtrabalho de adaptação e entendimento dasdificuldades de medição neste tipo deprocesso, tendo sido estabelecido umprocedimento preliminar de qualificação pelo

INMETRO para tal tipo de tecnologia.ENVIO AUTOMÁTICO DE DADOS DEPRODUÇÃO PARA A ANP

Como dito anteriormente, o envio de dados deprodução para a ANP de forma automática já éum fato e se constitui de dados diários deconfiguração, entrada e saída doscomputadores de vazão e volumes deprodução (atualmente somente mediçãofiscal).

Aspectos em discussão com a ANP têm sido

discutidos, por exemplo:- Banco de Dados – é difícil garantir quenenhum dado será diretamente modificado noBanco de Dados. Para diminuir estapossibilidade seria necessária a implantaçãode uma série de procedimentos rígidos:

• Processo de criação e remoção deusuários.

• Revisão periódica de usuários inativos eprivilégios.

• Configuração adequada de logs.

• Revisão periódica de logs.

• Análise de risco no Banco de Dados.

• Análise de risco no SistemaOperacional.

• Todos estes procedimentos deverão serrealizados em cada estação de medição

• Os arquivos XML são apenascriptografados, este processo garante apenas

a confidencialidade dos arquivos, porém nãogarante a integridade nem a autenticidade dosmesmos.

CONCLUSÕES

Ao longo dos 11 anos da aplicação da Portaria

Conjunta No. 1 ANP-INMETRO de 19/06/2000,muito se desenvolveu no mercado nacional,notoriamente com novos fabricantes demedidores e sistemas e prestadores deserviço, novos laboratórios de medição devazão acreditados via RBC (Rede Brasileira deCalibração) do INMETRO, maior capacitação etreinamento de colaboradores da área depetróleo e gás natural.

A revisão da Portaria Conjunta e RTM, emborapreveja a flexibilização de alguns poucos itens,trará novos aspectos sob o ponto de vista do

rigor metrológico e exigirá uma novaadequação pelos agentes regulados no Brasil.

Questões específicas deverão ser tratadas  junto com o INMETRO e ANP de forma aotimizar o impacto econômico pelos agentesregulados.

Referências

[1] Portaria Conjunta No. 1 ANP-INMETRO de19/06/2000

[2] APRIMORAMENTOS DA MINUTA DACONSULTA PÚBLICA – Minuta Portaria Medição

ANP-INMETRO jun 2010

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Figura 1 – Ala de testes do Laboratório de Metrologia de Vazão de Óleo do IPT-SP

Figura 2 – Laboratório RBC de Calibração Volumétrica da METROVAL Nova Odessa

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