revista sindgrafica - e evolução da gráfica em um mercado em transformação

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out/dez 2012 . Ano VI . n o 11 ISSN 1806-0145 X BIENAL DO LIVRO DO CEARÁ COMENDA PETER RÖHL TROFÉU PRENSA GUTENBERG

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A Revista Sindgrafica é uma publicação do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará. A publicação é produzida pela E2 Estratégias Empresariais.

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out/dez 2012 . Ano VI . no 11

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X Bienal dolivro do ceará

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Há cerca de 20 anos o israelense Benny Landa revolucionava a indústria gráfi-ca com a invenção da primeira impres-sora digital. Este ano, parece repetir o

feito com o lançamento de um novo produto, apresentado durante a Drupa – print media messe, em Düsseldorf, na Alemanha, quando expôs sua mais recente inovação – um siste-ma de impressão baseada em nanotecnologia, que promete fornecer impressão mais barata, com maior qualidade, mais eficiência e de for-ma ambientalmente correta.

Se a impressão digital já vinha mexendo com as estruturas do setor, sendo considerado um caminho sem volta por conta da agilidade e ampliação das possibilidades para pequenas tiragens, pelo menos a competitividade em preço para grandes tiragens, oferecida pela im-pressão offset e suas chapas metálicas, água e tinta, ainda lhe dava um fôlego razoável.

Com o novo sistema – que Landa chama de “nanography” – o custo por página de material impresso digital, promete derrubar por terra a barreira dos preços. Nas palavras do criador, “o novo processo irá tornar a impressão digital um mainstream, dando-lhe a competitividade que faltava em questões de tamanho do for-mato, velocidade, qualidade e custo, isto sem falar na capacidade de imprimir em pratica-mente qualquer tipo de papel.”.

O coração do processo é uma nova tinta inven-tada por Landa, composta por partículas de pig-mento de apenas dezenas de nanómetros (um ca-

belo humano tem cerca de 100.000 nanômetros de largura). Estes nano-pigmentos são absorven-tes extremamente poderosos de luz e permitem imprimir imagens de qualidade inigualável até então, e em qualquer superfície, sem necessida-de de nenhum tipo de pré-tratamento ou revesti-mento especial, sem a utilização de água.

Com a nanography as impressoras comerciais não terão mais que escolher entre a versatilida-de no curto prazo e a economia da impressão digital e a produtividade de baixo custo por pá-gina em alta de impressão offset. Agora eles po-dem ter ambos em um só equipamento.

Diante da revolução prometida pela nano-grafia digital, resta àqueles que fazem a indús-tria gráfica, repensar seus modelos de negó-cios, alocar os recursos necessários, construir competências essenciais e reposicionar suas empresas para enfrentar os desafios do admi-rável mundo novo que está por vir em um ho-rizonte próximo.

nanografiaUma revolUçãoem curso

resta repensar os modelos de negócios, e reposicionar as empresas.

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Inúmeros privilégios como redução de tarifas, poder de barganha em negociações com fornecedores, novas parcerias, maior possibilidade de crescimento.

O empreendedor tem acesso a todos os parceiros do Sindgrafica, reduzindo, dessa forma, o tempo gasto com burocracias e busca por contatos profissionais.

O Sindgrafica permite a troca de experiências entre os associados, que podem compartilhar vitórias e conquistas, em um ambiente direcionado ao interesse coletivo.

O associado conta com uma série de benefícios que lhe confere maior competitividade perante os não associados.

O Sindgrafica facilita a participação em cursos, palestras e eventos de interesse do setor, aprimorando conhecimentos técnicos e conhecendo as novidades do mercado.

Unindo competências individuais, os associados podem desenvolver diversas atividades inovadoras a fim de melhorar ainda mais a força do setor no mercado brasileiro.

F A Ç A PA R T E , F I L I E - S E !Ao aderir ao sindicato, o empreendedor terá a oportunidade de expandir seu mercado, firmar novas parcerias, realizar benchmarking, adquirir insumos e matéria-prima a baixos custos, dentre diversas outras vantagens em relação aos não associados.Contamos com toda uma estrutura de apoio às empresas do setor, visando sempre uma maior competitividade sustentável. Junte-se a esse time campeão!

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07 Palavra do Presidente

Novos cenários para a Indústria Gráfica

08 PrêmioAAroN - Top Ten em Flexografia

10 troféUTroféu Prensa Gutenberg 2012

12 ComendaComenda Peter röhl 2012

14 eventoFortaleza recebe Fórum Graphprint

18 matéria“Padaria Espiritual.

Literatura: o pão do espírito para o mundo”

19 eventoSIGNS Nordeste comprova a

eficiência de feiras regionais

26 artigoA evolução da gráfica em um mercado em

transformação

28 artigoComo as ferramentas de Web to Print po-

dem abrir novas frentes de negócios

31 ColUna abigraf

Um balanço de 2012

32 ColUna CCl

Stand da CCL é destaque na Bienal 2012

33 artigo téCniCo

o Photoshop em sua versão on-line

sUmÁrio

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Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará

Av. Barão de Studart, 1980, Sala 301 • Aldeota • 60.120-001Fortaleza-CE • Fones: + 55 85 3261.4825 • 3466.5478

DiretoriA 2012-2014

PrESIDENTEFrancisco Eulálio Santiago Costa

VICE-PrESIDENTEPedro Jorge Joffily Bezerra

VICE-PrESIDENTE DE EPPVicente de Paulo Vale Mota

VICE-PrESIDENTE GráFICAS ráPIDASFrancisco Humberto Lima e Silva

VICE-PrESIDENTE rEGIONAISFernando Hélio Martins Brito

VICE-PrESIDENTE FLExOGrAFIAGermano Antônio Bezerra da rocha

VICE-PrESIDENTE rEL. INTErSINDICALFernando Antônio de Assis Esteves

DIrETor ADMINISTrATIVorochelle Philomeno Pouchain ramos

DIrETor ADMINISTrATIVo ADjUNToFrancisco de Assis Almeida Filho

DIrETor FINANCEIroFábio Gomes Brasil

DIrETor FINANCEIro ADjUNToádamo Alves Gadelha

DIrETorES SULPENTESjosé Mozart da Silva • josé Sérgio Barros ramos • Francisco Alberto Bezerra

Felipe Cardoso Esteves • raul Eduardo Fontenelle Filho

CoNSELHo FISCAL

EFETIVoSLuciano Faria Bezerra • Vivian Nicolle Barbosa de Alcântara • josmário Nogueria Cordeiro

SUPLENTESIvan Alexandre de ALmeida • Eguiberto Gomes de Sousa • Tales Vinicius ximenes Carvalho

DELEGADoS rEPrESENTANTESLuis Francisco Juaçaba Esteves (Efetivo) • Frederico ricardo Costa Fernandes (Suplente)

rEALIzAção Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará PrOJETO GráFICO E EDITOrIAL E2 Estratégias Empresariais • [email protected] CoorDENAção EDITorIAL E rEDAção Francílio Dourado DIrEção DE ArTE Keyla Sousa Américo DIAGrAMAção E DESIGN Augusto oliveira TrATAMENTo DE IMAGENS: Tobias Gaede jorNALISTA rESPONSáVEL Gabriela Sampaio Dourado • MTB 2324/CE rEVISão Igor Alencar de Aguiar IMAGENS Arquivo SINDGrAFICA SECrETArIA ExECuTIVA SINDGrAFICA Cilda Santos IMPrESSão Tiprogresso TIrAGEM 2000 exemplares

A revista SINDGrAFICA é uma publicação do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará, que detém os direitos reservados. A publicação é produzida pela E2 Estratégias Empresariais, que se reserva ao direito de adequar os textos enviados por colaboradores. As matérias divulgadas não expressam necessariamente a opinião da revista. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra, no entanto podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual, em qualquer das hipotéses solicitamos que entrem em contato.

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eulálio Costa Presidente do SINDGRAFICA

novos cenários para aindústria grÁfiCa

final de ano, hora de conferirmos os er-ros e os acertos, de contabilizarmos lu-cros e dividendos. 2012 não será um pe-ríodo a ser lembrado com alegria para o

setor gráfico. O ano prometeu mas não cum-priu. Iniciamos com a esperança de amenizar-mos os reveses do desastroso 2011. Com um primeiro semestre desalentador, mantivemos as esperanças nas eleições municipais. Por ter sido provavelmente a mais fraca de todos os tempos, o setor não viveu grandes momentos. Somente algumas empresas afinadas com al-gum candidato majoritário puderam celebrar vitórias. Entristece-nos saber que empresas tradicionais amargam momentos difíceis.

A economia de nosso país passa por um mo-mento delicado em que nos deparamos com grande desenvolvimento do setor terciário, mas amargamos uma retração no setor indus-trial, salvo em alguns segmentos, a exemplo da construção civil. os tempos são verdadeira-mente outros. Talvez o tempo queira nos dizer alguma coisa. Ele pode estar nos dizendo que estamos vivendo uma mutação ainda não per-cebida pelo setor.

É sabido que o setor de embalagens, se não tem crescido como se deseja, tem conseguido manter sua lucratividade em bases aceitáveis. Já o setor promocional e editorial tem amargado retrações em seus pedidos e em suas margens de lucro, dei-xando muitas empresas em situação de risco.

Mas o tempo não é de desespero, é de refle-xão é de aprendizagem, de união. É chegado o momento de debatermos a nossa atividade, os caminhos a seguir, os rumos a tomar. o se-tor gráfico, assim como todos os demais, tem passado por grandes mudanças, por diferentes formas de comercialização, aperfeiçoamento de processos, avanços tecnológicos. o setor vem atravessando grandes transformações. Talvez esteja acontecendo de forma tão acele-rada que tem nos deixado um tanto atônitos.

Estamos sendo instigados a ficar mais uni-dos, a refletirmos, a discutirmos exaustiva-mente e, fundamentalmente, a buscarmos um novo tempo para indústria gráfica do estado do Ceará. Nosso sindicato é o fórum apropria-do. Esse é o nosso desafio. Esse é o meu dese-jo e, renovadamente, a minha esperança.

A todos, boas festas e um lucrativo e ines-quecível 2013!

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aarontoP ten em flexografia

primeiro lugar em impressão

fleXografica no Brasil.

associação Brasileira Técnica de Flexografia, organização que tem como missão promover o

crescimento, o desenvolvimento e o fortalecimento da flexografia em todo o território nacional, outorga, anualmen-te, o Prêmio Qualidade Flexo Prof. Sérgio Vay, considerado a mais importante pre-miação da indústria flexográfica brasileira.

O prêmio criado em 1993, homenageia o Prof. Sérgio Vay, inesquecível mestre do en-sino técnico das artes gráficas no país, que por 30 anos contribuiu para o fortalecimen-to da Escola Theobaldo De Nigris, do Senai.

Concedido aos melhores trabalhos impres-sos em flexografia (Banda Larga, Banda Estrei-ta e Papelão ondulado) de todas as regiões do Brasil, o prêmio é auditado por empresa independente e sua cerimônia de premiação é reconhecida como o maior evento anual da indústria flexográfica nacional.

Este ano, entre os agraciados com a 20ª edição do prêmio, destaca-se uma empresa genuinamente cearense, associada ao SIND-GrAFICA, e que repete o sucesso de anos an-

Fotos: Arquivo AARON

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teriores recebendo o Top Ten Convertedores 2012, como uma das dez melhores empresas de flexografia do Brasil e 1º lugar na categoria Impressão Flexografica Banda Estreita, Papel, Impressora Modular, Água/Solvente, com o trabalho do Café Santa Clara Solúvel 50g.

Trata-se da Aaron Rótulos & Etiquetas Adesi-vas, primeira indústria de flexografia modular do Norte e Nordeste do Brasil especializada na produção de rótulos e etiquetas autoadesivas em grandes e médias tiragens.

Localizada no 2º Distrito Industrial do Eusé-bio, região metropolitana de Fortaleza, a Aaron está instalada numa área de 6.000 m², tecno-

logicamente preparada para atender às mais exigentes demandas do mercado. Seu parque industrial contempla máquinas importadas e nacionais de última geração, que utilizam o sis-tema rotativo de impressão modular em até 8 cores, unidades para secagem de tinta uV, uni-dade para verniz UV, hot-stamping, cold-foil, laminação, impressão no verso, bem como, impressão na cola.

Segundo o empresário Luciano Faria Bezer-ra, diretor presidente da Aaron e conselheiro efetivo do SINDGrAFICA, o prêmio “vem reco-nhecer um árduo trabalho desenvolvido por uma equipe de profissionais que muito nos orgulha de conduzir, a Equipe a Aaron”. “rece-ber uma premiação como esta é muito grati-ficante, principalmente por termos concorrido com as maiores e mais renomadas empresas de flexografia do Brasil, levando nossa região, o Nordeste, a um lugar de destaque no cenário nacional”, complementa Luciano.

Equipada com um completo sistema de pro-cessamento de imagens, leitora de códigos de barras, escala pantones, réguas milimetradas, que aliados a um moderno laboratório de tin-tas, garante precisão absoluta nas dimensões e tonalidades de cores dos produtos que de-senvolve.

Entre seus clientes estão indústrias farma-cêuticas, cosméticas, químicas, de bebidas, ali-mentícias, têxteis, automotivas, de confecções e de calçados, dentre tantas outras. o Sistema de Qualidade Aaron tem como principal obje-tivo satisfazer plenamente as necessidades e expectativas dos clientes, mediante o cumpri-mento de seus requisitos e a melhoria contí-nua dos processos.

Luciano Bezerra e Luciano A. Bezerra

Fotos: Arquivo AARON

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troféuPrensa gUtenberg2012

Continuando com a história da empresa, ronald observa: “Eu ingressei na empresa 10 anos depois, em 1972, a convite de meu irmão Assis Bezerra, que tocava, e até hoje coman-da a parte financeira da ABC. Foi uma escolha difícil. Eu acabara de retornar de um ano de estudos nos Estados Unidos, e meus planos eram cursar Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Na-quela época, as perspectivas de crescimento para uma pequena ‘papelaria’ eram mínimas, uma vez que mesmo os grandes fabricantes de papel vendiam em pequenas quantidades e diretamente para todas as gráficas, ficando um reduzido mercado para as revendas. Com o passar do tempo este quadro foi mudando. Para atender os volumes negociados pelas fa-bricantes tínhamos que fazer pedidos cada vez maiores, dificuldade que veio a ser um benefí-cio, pois abrimos filiais, ou coligadas em toda a região Nordeste”.

Hoje, a ABC tem três unidades em Fortale-za, e está presente em Natal, Teresina, recife, Salvador, joão Pessoa e São Luis do Maranhão. Em todos estes estados a ABC Distribuidora possui estrutura própria de armazenamento, vendas, logística e entrega.

o Troféu Prensa Gutenberg foi cria-do com a finalidade de reconhe-cer, dentre as personalidades com as quais o segmento empresarial

gráfico tem relacionamento, aquelas que con-tribuíram, de forma direta, para o desenvolvi-mento da indústria gráfica do Ceará.

Este ano, numa prova da importância que dá aos relacionamentos entre integrantes da cadeia produtiva do setor, o SINDGrAFICA resolveu en-tregar o troféu à empresa que fosse reconhecida por seus associados, como a melhor fornecedora de insumos gráficos do estado.

Quando da eleição do Fornecedor do Ano, o empresário associado ao SINDGrAFICA deveria considerar fatores como; conduta ética, atendi-mento, compromisso com o sindicato, qualida-de dos produtos e responsabilidade social.

Das cinquenta indicações feitas, doze empre-sas fornecedoras se destacaram, recaindo a esco-lha pela ABC Distribuidora de Papéis e Produtos Gráficos, que recebeu acumulou 40% dos pontos válidos em todos os critérios de avaliação, contra 24% da segunda colocada e 10% da terceira.

A ABC Distribuidora completou 50 anos de atividades em agosto de 2012. Foi fundada, em 1962 por Juracyr Bezerra, empresário gráfico, à época, proprietário da Tipografia Estrela, e pai do atual gestor maior da organização, ronald Bezerra, que ao ser comunicado da homena-gem que iria receber, olhou para uma foto do pai e afirmou: “Foi dele a visão de abrir uma revenda de papéis para abastecer o já crescen-te mercado cearense”.

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Para ronald Bezerra, “os colaboradores e clien-tes são a empresa. o que sobra é o resultado deste relacionamento. Uma vez compreendido pelos colaboradores quais são os valores da em-presa, o que chega aos clientes é subproduto da relação entre gestores e colaboradores. Ética, lealdade, relacionamentos transparentes, são va-lores identificados por nossos colaboradores, daí o baixíssimo turnover em nossa empresa. Nossos clientes identificam em seus relacionamentos com a ABC, muito mais a nossa equipe de cola-boradores do que a diretoria propriamente dita. Um bom exemplo disso é nosso gerente da ma-triz em Fortaleza, Urubatan Ponte. Uruba, como carinhosamente é chamado, já tem quarenta e dois anos de empresa, e é hoje nosso associado”.

A propósito, a postura ética da ABC foi desta-que quando da escolha do Fornecdor do Ano. Não por acaso, ao ser questionado quanto aos seus principais diferenciais, ronald foi enfáti-co: “Não sei se chega a ser um diferencial, mas ética, é um valor dentro de nossa empresa pelo qual somos extremamente ciosos. Se há uma maneira de fazer alguma coisa, esta ma-neira deve ser a certa”.

No ano passado a ABC obteve certificação na FSC – Forestry Stewardship Council, entidade que atesta que determinada empresa ou co-munidade obtém produtos florestais, respei-tando os aspectos ambientais, sociais e eco-nômicos da região. o conceito da ABC levou a empresa a ser agraciada com o Prêmio Delmiro Gouveia, considera a mais alta premiação do empresariado cearense. Para orgulho de ro-nald e de todos que fazem aquela empresa, a ABC foi condecorada na categoria “Melhores empresas em desempenho econômico-finan-ceiro” – que premia as empresas com desta-cado desempenho sob os aspectos de liquidez, lucratividade e crescimento de vendas.

Atento às transformações por que passa o se-tor gráfico, ronald observa que “o mercado da indústria gráfica no contexto nacional continua-rá a crescer bastante nos anos vindouros. o con-sumo per capita de papel no Brasil é de 44 kg, enquanto na Finlândia, é de 339 kg. o Chile para melhor comparar é de 81 kg, quase o dobro. As novas mídias não são uma ameaça à indústria gráfica, elas vêm compor, e até criar um cres-cimento. É óbvio que existem migrações, como os livros didáticos de menores tiragens, as enci-clopédias etc., mas como um todo a tendência é um crescimento de mercado. Não é sem razão que a China tem investido maciçamente em no-vas fábricas de papel para impressão”.

Otimista, ronald Bezerra faz questão de re-forçar que “para a ABC, que hoje está em qua-se todo o Nordeste, nós acreditamos que tem valido a pena investir no setor gráfico. Os em-presários gráficos são em quase sua totalidade apaixonados pelas suas empresas. Quando vi-sitamos nossos clientes, todos mostram o cres-cimento de suas empresas com paixão, com um amor especial por esta atividade, com um brilho nos olhos. Não são visionários, sabem que há uma concorrência acirrada – em alguns períodos, predatória – mas, para a quase tota-lidade, tem valido a pena. Diga-se, de passa-gem, que o Ceará tem o maior parque gráfico do Nordeste, o qual não fica em nada a dever em termos de tecnologia a nenhum outro”.

Sobre a homenagem que está recebendo, ronald considera que “o Troféu Prensa Gutem-berg, tem um significado de muita relevância para quem o recebe, e para mim, tem um sig-nificado todo especial, pois todos os que o re-ceberam foram pessoas e empresas que deram sua colaboração ao setor gráfico. Mas na ver-dade, eu não recebo está homenagem como somente a mim. Primeiramente, é um ato de bondade de meus parceiros gráficos, com quem convivi, como gráfico que fui, por trinta anos, num relacionamento de muita amizade. Em segundo lugar este prêmio é o resultado do trabalho de uma equipe, da qual eu sou ape-nas uma peça na engrenagem. E por fim, e não menos importante, se alguma coisa eu posso dizer a respeito do resultado deste trabalho é que ‘até aqui nos ajudou o Senhor’”.

Concluindo, ronald observa que, “se tivesse que deixar uma mensagem para quem preten-de ingressar no setor de distribuição de insu-mos gráficos, eu diria, trabalhe duro, e lembre-se que aquele sucesso do dia para noite leva em média de quinze a vinte anos”.

ronal Bezerra Diretor Geral

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eter röhl foi um dos maiores colaboradores que a indústria gráfica brasileira teve ao longo do século xx. No Ceará, foi um dos instituidores da

Câmara Cearense do Livro, tendo contribuído de forma marcante para o desenvolvimento do setor gráfico, quando atuou como consultor do unigrafica.

Com a outorga da Comenda Peter röhl, o SINDGrAFICA reconhece, dentre os empresários gráficos do estado, aquele que melhor se destacou dentre os seus pares, ao longo do último ano, por sua postura profissional, conduta ética e comportamento empreendedor.

Este ano, cinquenta e uma empresas foram indicadas como dirigidas por gestores qualificados para serem eleitos como Gráfico do Ano. Numa disputa das mais acirradas, o eleito foi o Sr. Marcos Silva Martins, diretor da Marcograf.

Procurado pela revista SINDGrAFICA para falar sobre a homenagem recebida de seus pares, Marcos Martins fez questão de destacar

um pouco da sua história, do seu jeito de administrar suas relações com colaboradores e com clientes, além de fazer uma análise sobre o mercado em que está inserido.

Iniciei em gráfica no ano de 1994, como funcionário, atuando na área administrativa e à partir daí tomei gosto pelo ramo. Em 1998 surgiu a oportunidade de montar a minha própria empresa. Iniciamos as atividades visando o mercado editorial didático e aos poucos fomos incluindo o mercado promocional. Em 2008 houve uma cisão dos sócios e resolvemos seguir por caminhos diferentes, mas sempre no ramo gráfico. A partir daí a empresa passou a adotar a razão social de Marcograf Gráfica Ltda., ou simplesmente Marcograf.

A gestão de pessoas sempre é difícil, pois temos sempre de encontrar motivações e metas para que os colaboradores busquem a melhoria com eficiência na produção sem afetar a qualidade do serviço prestado, pois no nosso mercado as empresas são muito próximas em termos de tecnologia, custos, prazos de entrega e qualidade. Hoje já não

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há tanta diferença como era a 10 ou 15 anos atrás, pois tudo isso já é esperado pelo cliente, o que faz com que tenhamos a necessidade de nos diferenciar é no atendimento, na busca de soluções individuais e no relacionamento com o cliente desde o setor comercial até o ponto final que é a logística.

Na Marcograf, entendemos o cliente como fonte maior de nossa existência. Por isto a nossa busca constante por oferecer um atendimento que nos diferencie das demais e fortaleça nosso relacionamento com os clientes. Foi exatamente para atender às necessidades de alguns clientes, que nos tornamos a primeira gráfica offset do Ceará a receber a certificação FSC. Fazemos um trabalho junto aos clientes sobre a importância desta certificação e os benefícios sociais e comerciais do uso do Selo FSC. Estamos trabalhando para obtermos mais uma Certificação Internacional inédita para o nosso ramo dentro do estado Ceará, mas por enquanto não podemos divulgá-la, só que está relacionada a Copa de 2014.

Vivemos em um mercado que experimenta momentos de incertezas. No nosso estado, tivemos nos últimos 5 anos um grande crescimento de equipamentos instalados e o mercado não cresceu da mesma proporção, no contexto nacional podemos observar que várias gráficas estão buscando novos mercados, temos vários exemplos de gráficas do Sul do país participando de concorrências no nosso estado, isso mostra que não é somente o mercado local que está com

problemas, a globalização está nos afetando mais do que percebemos e temos que buscar novas organizações e novos processos para continuarmos e criar novas culturas internas para sobreviver a possíveis crises de mercado.

Mas entendo que continua valendo a pena investir no setor gráfico. Apesar das dificuldades, acredito que até aqui tenha valido a pena. E acho que 2013 será um divisor de águas, temos grandes empresas nacionais passando por dificuldades e sendo colocadas a venda, espero ter surpresas positivas até 2014, que tem tudo para ser um ano promissor para o mercado gráfico.

Sobre a homenagem que ora recebo, a Comenda Peter röhl, nem sei exatamente o que dizer. Apenas posso afirmar que fiquei muito feliz com a indicação, por entender que isto me mostra que este é caminho certo a ser seguido pela nossa equipe, e faz com que tenhamos um maior compromisso em seguir na direção certa e na certeza que mais do que empresários do mesmo ramo, estamos conquistando amigos.

“Nosso ramo não é fácil como muitos imaginam, pois necessita de uma dedicação enorme, muitas vezes abrimos mão do lazer e da família para atender nossos clientes e não são raros os empresários do ramo que tem uma casa montada dentro da gráfica e passeiam em casa.

Por isto, aos amigos que me escolheram como Gráfico do Ano, deixo aqui o mais sincero muito obrigado!”

na marcograf, entendemos o cliente como fonte maior de nossa eXistência.

Marcos Silva Martins Diretor Geral

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graPHPrintfórUmreceBefortaleza

levar informação e conhecimento ao Brasil. Pensado com este objetivo, o Fó-rum Graphprint de Tecnologia e Gestão da Indústria Gráfica, uma iniciativa da

Agnelo Editora, vem ganhando força no coti-diano da indústria gráfica nacional, quando co-loca em discussão novos modos de promover um atendimento integral ao cliente, o que o torna um funcional provedor de informações.

realizado em Fortaleza no dia 6 de novem-bro, o evento contou com o patrocínio das empresas Adecol, Agfa, Cromos, Heliocolor, Kodak, MD Papéis e Müller Martini. De acor-do com Fábio Sabbag, editor chefe da revista

Graphprint, “a edição de Fortaleza alcançou todas as metas estabelecidas, tendo recebido reconhecimento dos participantes que expres-saram, quando questionados, que o nível das palestras foi excelente, e a qualidade da infor-mação, bem satisfatória”.

Em verdade o grande destaque ficou mesmo por conta dos palestrantes, cujas apresentações focaram em soluções e discussão de ideias re-ferentes ao momento vivenciado pela indústria gráfica. A partir desta edição, afirma Sabbag, “o Fórum Graphprint entra definitivamente no ca-lendário da indústria gráfica nacional”.

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apresentaçõesA palestra de abertura, apresentada pelo di-

retor da Anconsulting, Hamilton Terni Costa, que assina artigo na página 26 desta edição, explorou o tema “A evolução da gráfica em um mercado em transformação”, provocou os pre-sentes a refletir sobre os fortes impactos das opções digitais e do crescimento vertiginoso dos aparatos móveis. De acordo com Terni, “esses fatores aumentam consideravelmente a concorrência do material impresso. Ainda que a tecnologia de impressão também evolua, hoje, não há produto gráfico que não tenha um substituto eletrônico. Mas isto não implica que devamos entregar os pontos e sair do negócio agora, pois o setor gráfico, especialmente nos países emergentes, ainda é viável e rentável, É verdade que em mercados maduros, a indús-tria gráfica cresce a números abaixo do cres-cimento do PIB, porém, nos países em desen-volvimento o crescimento segue maior”. Costa argumenta ainda que, “há que se considerar o fato de que, em termos de processo, as solu-ções serão cada vez mais híbridas; o avanço do digital mesmo forte, não substituirá a impres-são offset”.

Na sequência, ronaldo Alves Dias, vendedor da Müller Martini, mostrou como a automação no setor de acabamento pode aumentar a pro-dutividade e, automaticamente, gerar novas condições de lucro às empresas. “O mercado conta com empresas fortes e que precisam de estrutura para fornecer equipamentos avança-dos e lucrativos [...] pautados em plataformas para integração total ao ambiente digital. A agilidade no setup hoje é fundamental para o sucesso de uma gráfica”, disse Dias.

Já Enio Zucchino, gerente de marketing para segmento de impressão comercial da Kodak, detalhou o tema “Impressão digital: deman-da vai crescer. Sua empresa está preparada?”. “Mídias eletrônicas têm crescido, e para com-petir, a indústria gráfica tem apontado para a impressão digital como uma forma a garantir seu espaço frente às demais mídias. O volume de impressão de páginas coloridas está cres-cendo e a impressão é um negócio que tem muitos anos saudáveis pela frente. A própria banalização dos meios eletrônicos gera ao anunciante insegurança. Eles se negam a aban-donar o meio impresso, pois a relevância é maior. No entanto, entrar na impressão digital não significa somente comprar uma máquina, é importante entender e definir a estratégia certa para atender a demanda do cliente atu-al”, orientou Enio.

Baseado no tema “Como as ferramentas de web to print podem abrir novas frentes de ne-gócios”, Marcelo Moraes, consultor de vendas da Agfa Norte e Nordeste, apontou novos ca-minhos para o setor. De acordo com Moraes, “a tecnologia da informação faz parte do co-tidiano dos profissionais e do consumidor. O desafio das empresas é compreender que o

Fotos: Yuri Zoubaref

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“Achei o Fórum interessante e surpreendente. No começo, achei que teríamos muita pro-paganda das empresas, mas vi que isso não aconteceu. Claro que há exceções e o palestran-te algumas vezes vai exempli-ficar com o equipamento da marca, mas isso é mais do que natural. o fórum passou mui-tas informações interessantes tanto em novas ideias como na parte técnica. Certamente engrandeceu o setor e conse-guiu dar fundamento àquilo que fazemos.”

“Para mim que estou no in-terior do estado do Ceará, o Fórum possibilitou entender a importância de capacitar a gráfica por meio de novas tecnologias. Precisamos estar atentos às tendências e tomar algumas decisões de investi-mento que sejam coerentes com o novo momento viven-ciado pelo setor. o Fórum su-perou as minhas expectativas e vou levar para nossa empre-sa um grande número de va-liosas informações.”

“Achei o Fórum muito interes-sante. Precisamos fazer mais vezes na região. A iniciativa da Agnelo Editora foi excelente, não me recordo da última vez que teve um evento desse por-te aqui em Fortaleza. As pales-tras mostraram novas ideias sem necessariamente falar exclusivamente de equipamen-tos. Espero o retorno do evento, agora com novos fornecedores. Somos carentes de informações qualificadas e normalmente te-mos de ir aos grandes centros para alcançá-las. É um bom mo-mento, o mercado do Nordeste está crescendo e o pessoal pro-cura as gráficas em busca de novos serviços. Nosso apoio é irrestrito ao evento.”

“Eu acho que aqui em Fortale-za, por ser uma área distante de grandes centros, faltam even-tos desse tipo. Em São Paulo a informação é constante e seria um grande benefício se tivés-semos outras oportunidades. Enviei diversos funcionários e fiz questão de comparecer pes-soalmente.”

“Não tenho dúvidas, foi ma-ravilhoso. Participei do I Fó-rum em recife e achei fan-tástico. Só perdeu quem não veio. Achei várias respostas e vou levá-las à Arte Visual certamente. Torço para que a ideia seja mantida e possa se expandir para todo o Brasil. Na próxima edição aqui em For-taleza, acreditamos que tere-mos um público muito maior.”

“Para nós é uma oportunidade importante, pois encontramos no Fórum gráficos de impres-são digital e convencional, além dos fornecedores. Buscar uma a uma as informações apresen-tadas no fórum seria inviável ou cansativo e ali conseguimos entrar em contato com um pou-co de cada assunto. Todos os empresários com que conversei elogiaram o evento. Lamento que outros concorrentes não participaram, pois sentimos que quando o evento acontece em São Paulo, por exemplo, a pessoa se permite ficar fora da empresa, mas quando aconte-ce em sua terra não é possível acompanhar.”

eulálio Costa Diretor da Expressão Gráfica e Editora

Marcio tavares Diretor da Centro Cópias

Mozart Júnior Diretor da Gráfica Cearense

Adão Gonçalves Gerente Industrial da Editora Celigráfica

Vicente Mata Diretor da Arte Visual

Fabio Gomes Brasil Diretor da Gráfica LCR

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poder da convergência e a mobilidade amplia o acesso aos clientes. redes sociais, por exem-plo, estimulam novos comportamentos e aspi-rações. E, definitivamente, a indústria gráfica tem o poder de oferecer produtos e serviços para diversas áreas”.

Diversas outras palestras ainda foram pro-feridas durante o evento. Flavio de Castro, gerente de marketing da Heliocolor, destacou a valorização da embalagem ou do impres-so a partir do uso vernizes diferenciados, que levem em conta questões ecológicas; Marcos Jesus, supervisor de assistência técnica da Cro-mos, abordou o tema “Conhecendo e enten-dendo a cor – uma introdução à colorimetria”, que trouxe à tona conhecimentos básicos de colorimetria, iluminantes, percepção de cores e os porquês do uso de sistemas de controle de cor; Georgia de Almeida Tavares, chefe de atendimento ao cliente da MD Papéis, explo-rou o tema “Embalagem: opções para eliminar etapas durante a produção. resistência mecâ-nica com redução de gramatura”; Fernando Cardoso, gerente comercial da Adecol, apre-sentou o tema “Da lombada ao fechamento: adesivos avançados dão segurança a todos os nichos da indústria gráfica”.

Ancerrando as apresentações, Silvio Nicolas, consultor gráfico, fez a palestra “Pensamento lean manufacture: aumentando os lucros por meio da produção enxuta”, ocasião em que foi destacada a importância das empresas re-duzirem os tempos improdutivos para conti-nuarem competitivas no mercado. De acordo com Nicolas, “a grande maioria das empresas gráficas concentra seus esforços em aumento da capacidade, que faz ganhar muito pouco no quesito de efetividade, deixando para uma ter-ceira ou quarta etapa os esforços em diminuir os desperdícios, que representa aproximada-mente mais de 65% da efetividade”.

a tecnologia da informação faz parte do cotidiano dos profissionais e do consumidor.

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"dirigirá a orquestra o habilitíssi-mo padeiro e conhecido maestro Moacir Jurema [Antônio Sales]. É convidada toda a sociedade cea-

rense, sobretudo as Exas. Sras. para abrilhan-tarem a festa comemorativa da solene distri-buição d’o Pão. Haverá em seguida a ‘matinée’, um meeting, no qual o padeiro Alcino Bando-lim [o músico Carlos Vítor] demonstrará a ne-cessidade da emigração chinesa para o Ceará, pede-se a maior simplicidade nas toilettes (...)”

Foi assim, há 120 anos, o anúncio no jornal “A república” do lançamento de algo novo por estas bandas: o Pão! Naqueles tempos, Antô-nio Sales descrevia entusiasmado o seu intento de se fazer uma “coisa nova, original e mesmo um tanto escandalosa” ao criar a sociedade de rapazes de Letras e Artes, a Padaria Espiritual.

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éria

por Raymundo Netto Escritor, editor, responsável pelo conceito e programação da 9ª e redator da 10ª Bienal Internacional do Livro do Ceará; Coordenador da 1ª Feira do Livro do Ceará em Cabo Verde.

"padaria espiritual. literatura: o pão do espÍrito para o mundo"

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Da esquerda para a direita, de cima para baixo.Antônio de Castro Vital Barbosa, Ulisses Bezerra, joão Lopes de Abreu Lage, rodolfo Teófilo, José Nava, Sabino Batista, Artur Teófilo, roberto de Alencar, josé Carlos da Costa ribeiro jr., António Sales, Valdemiro Cavalcante, Almeida Braga e josé Carvalho.

Sales não estava sozinho, embora, certamen-te, fora ele o grande mentor e incentivador do grupo, sendo, dentre os demais, o único na épo-ca com obra publicada: Versos Diversos (1890). Em 30 de maio de 1892, também seria ele o re-dator do “Programa de Instalação” — uma espé-cie de estatuto —, do movimento que duraria, aos trancos e barrancos (ou barracos) até 1898.

A Bienal Internacional do Livro do Ceará é destaque no cenário nacional desde seu nas-cimento, em 1994, ainda com a denominação de FEBrALIVro, por ter sido a primeira a ser realizada fora do eixo rio de janeiro – São Paulo, estados que mantêm, até hoje, a maior concentração editorial no Brasil. o Ministério da Cultura/MinC vê as feiras e bienais de livro como elementos importantes de difusão e de-mocratização do livro, da leitura e da literatura no país, não apenas no que diz respeito à eco-nomia do livro, um dos eixos de sustentação das cadeias, mas por oportunizar o encontro entre autores com leitores, de autores com au-tores, de leitores com leitores, e por, durante os dias do evento, fortalecer o aspecto simbóli-co e imagético e imaginético do livro, indepen-dentemente de seus suportes, na cidade ou estado que sedia a ação.

Enquanto gestores de cultura, entendemos a Bienal Internacional do Livro do Ceará como ação de política pública cultural para a (1) de-mocratização do acesso ao livro e à leitura, (2) fomento à leitura e à formação de mediadores, (3) valorização institucional da leitura e incre-mento de seu valor simbólico (Literatura) e (4) desenvolvimento da economia do livro.

Desde sua primeira edição até a 9ª, em 2010, o evento se deu no Centro de Convenções do Ceará. É sensível que a continuidade da ação tem garantido, cada vez mais, o sucesso do empreendimento, seja no número de visitan-tes, de editoras, de comercialização e de visi-bilidade pela imprensa local, nacional e, às ve-zes, internacional.

Há algum tempo, algumas fórmulas têm se repetido, como a oferta do CardLivro, que ga-rante que profissionais da educação da rede pública estadual dos ensinos médio e funda-mental possam adquirir livros, e a das Noti-nhas Legais, distribuídas a estudantes das re-des pública estadual e rede privada de ensino, participantes do projeto “Visitação Escolar à Bienal”, para o estímulo à compra de livros.

Uma das grandes novidades da 10ª edição, a que aconteceu entre 8 e 18 de novembro de 2012, promoção do Governo do Estado do Ce-ará por meio de sua Secretaria da Cultura, foi a mudança da sede da Bienal: do Centro de Con-venções para o Centro de Eventos do Ceará. A 9ª edição, cujo tema “o Livro e a Leitura dos Sentimentos do Mundo”, que dispôs de uma área de 8.000 m2 (do Centro de Convenções) e que alcançou um público recorde de 469.276

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Sânzio de Azevedo

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pessoas, movimentou r$ 7.757.170,00 e con-tou com 115 expositores, representando 593 editoras nacionais, já havia provado que não se era mais possível ali a realização de tamanho evento devido ao progressivo crescimento de público e de participantes, resultado de uma constância e permanência do evento desde a sua criação.

Na qualidade de assessor técnico da Coorde-nadoria de Políticas do Livro e da Leitura, fun-ção que assumi até março de 2012, tive a opor-tunidade de pensar a atual edição da Bienal Internacional do Livro e apresentar o projeto à Lei Federal de Incentivo à Cultura, a rouanet, praticamente como meu último ato em pouco mais de quatro anos de dedicação à SECuLT. Diante de outra proposta “alienígena”, defen-di, junto ao gabinete, a celebração de aniversá-rio da Padaria Espiritual (1892-1898) e, assim, denominei o tema eixo: “Literatura: o Pão de Espírito para o Mundo”, o que foi felizmente aceito pelo Secretário, Prof. Francisco Pinhei-ro. A ideia seria celebrar os 120 anos do “mais original movimento literário nascido em terras cearenses, com traço marcante do humor que rompia, em pleno final de século xIx, com tudo o quanto se fazia em termo de cultura”, como afirma o maior pesquisador sobre o grêmio, o prof. Sânzio de Azevedo, justamente homena-geado nesta edição: “a Padaria Espiritual, que acolheu alguns dos maiores e mais representa-tivos nomes da nossa literatura, como Antônio Sales, Adolfo Caminha, rodolfo Teófilo, álvaro Martins, Lívio Barreto, Lopes Filho, dentre ou-tros, por meio de seu ‘Programa de Instalação’, antecipa em 30 anos, o espírito que tremularia as bandeiras defendidas pela Semana da Arte Moderna”, que, aliás, seria também celebrada nesta edição pelos seus 90 anos.

Com o objetivo de “realizar a 10ª Bienal In-ternacional do Livro do Ceará, com acesso gra-tuito e democrático, promovendo socialmente a Literatura, o Livro e a Leitura e as suas res-pectivas cadeias criativa, produtiva e mediado-ra da leitura, democratizando o acesso à frui-ção e aos bens culturais, além de reconhecer o livro como instrumento imprescindível de de-senvolvimento socioeconômico, de valorização da identidade cultural do Estado e de promo-ção e inclusão social”, conforme dita a Política Estadual do Livro (Lei nº 13.549, de 23.12.04), sugeri, dentre as efemérides celebradas em 2012 que deveriam orientar a programação

da Bienal por meio de seminários, debates, palestras, lançamentos e outros: 120 anos da criação da Padaria Espiritual, 90 anos da Se-mana de Arte Moderna, 170 anos de Franklin Távora, 150 anos de Francisca Clotilde, 130 anos de josé Albano, 120 anos de otacílio de Azevedo, 100 anos de Abelardo Montenegro, 100 anos de jorge Amado, 90 anos de Durval Aires e, obviamente, os 100 anos de Luiz Gon-zaga. Entretanto, além da temática da Padaria e da Semana, após a minha saída da SECULT, restaram apenas Francisca Clotilde e Luiz Gon-zaga, apesar do acréscimo, merecido, diga-se de passagem, de Nelson rodrigues.

Cheguei ainda a firmar no referido projeto, e que foi executado, a tematização belle époque da sede da ação, contextualizando o período da Padaria. Assim, no Centro de Eventos do Ceará, o público encontrou entre os stands de livros, “postes” com sinalização com nomes de ruas antigas de Fortaleza. A ideia de se colo-car combustores, réplicas de estátuas e placas azuis de requadros brancos, infelizmente não foi possível, mas criaram uma atraente simu-lação de Praça do Ferreira à frente do “Café java”, onde as pessoas tomavam café, lancha-vam e conferiam as horas numa “réplica”, diga-mos assim, da Coluna da Hora (mesmo cientes de que o Café java – demolido em 1920 — e tal Coluna – erigida em 1933 – nunca antes foram apresentadas). Nas paredes, trechos do jornal

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réplica Coluna da Hora

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Café java e do espaço do cordel, de Cariri Braú-na, ou seja, o josé Carvalho, padeiro responsá-vel, na época, em organizar “um Cancioneiro Popular, genuinamente cearense”. outro local interessante nesta edição era a “Biblioteca Pro-vincial”, uma leve alteração da proposta inicial de um “Memorial da Padaria Espiritual” que trouxe, dentre outras raridades, retratos dos padeiros e de juvenal Galeno (padeiro-mor honorário, por ocasião de seu aniversário, em 1895), pintados por otacílio de Azevedo, pai do Sânzio e do Nirez. Aliás, a maior parte do acer-vo apresentado no local era da querida Casa de juvenal Galeno.

Dentre os homenageados nesta edição, além do Prof. Sânzio de Azevedo, maior pesquisador e difusor de grande parte das informações que hoje temos da Padaria, o nigeriano Wole Soyinka, que ganhou o Nobel de Literatura há 26 anos, mas que é desconhecido no Brasil, tendo apenas um livro de dramaturgia — o Leão e a joia — publicado e pouco difundido no país, o editor potiguar José Cortez e a es-critora Francisca Clotilde. Joaquim Batista de Sena, que foi antes anunciado como um dos homenageados da Bienal, “declamou” apenas no Espaço do Cordel.

Como de costume, a Bienal abrigou alguns encontros estratégicos que reforçam a política da SECULT para a Literatura, Livro e Leitura: En-contro do Sistema Estadual de Bibliotecas Pú-blicas do Ceará, Encontro dos Agentes de Lei-tura do Ceará, o sempre dinâmico PAIC/Clubes de Leitura da Secretaria Estadual de Educação, o Congresso Nordestino de Poetas, Cordelistas, Editores e Folheteiros, o Fórum da rede Nor-deste do Livro, da Leitura e da Literatura, a par-

“o Pão”, banners distribuídos no saguão com curiosidades sobre a Padaria e seus padeiros, como seus “nomes de guerra” e biografias. Também textos sobre a Semana de Arte Mo-derna e Luiz Gonzaga. Mantidas as denomina-ções, com poucas exceções, que sinalizei para as salas e auditórios: Moacir jurema (Antônio Sales), Felix Guanabarino (Adolfo Caminha), Lucas Bizarro (Lívio Barreto), Policarpo Estou-ro (álvaro Martins); da Arena Multicultural, a “Arena jovem”, de Luís Sá (o único pintor e desenhista entre os padeiros, o “plenipotenci-ário da palheta e do pincel”, também avô do Luís Sá, o mais famoso cartunista cearense); do

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Grupo Palavra Cantada

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ticipação da biblioteca infantil e programação do SESC, o espaço Natércia Campos, além das demandas das instituições e agremiações lite-rárias, dentre outros etc.

A programação literária, finalizada apenas às vésperas do evento por diversos problemas administrativos amplamente difundidos pelo coordenador da Bienal, Eduardo Fideles, e sem a ação conceitual sensível de uma curadoria, resumiu-se a um panorama difuso local. Den-tre os convidados de outros estados (não-cea-renses): Inácio Loyola Brandão, Márcia Tiburi, Maitê Proença, Thalita rebouças, Luiz Tatit, Sônia rodrigues e Felipe Lindoso. Dos cea-renses, residentes em outros estados: ricardo Kelmer, ronaldo Correia de Brito e Lira Neto. A presença internacional foi marcada por odete Semedo, Conceição Lima, Filinto Elísio e Eduar-do Quive, representantes de países africanos, A programação musical foi de grande atração para o público que celebrou de monte a vin-da de Gal Costa, Humberto Gessinger, Teatro Mágico, Palavra Cantada e zeca Baleiro. o Tony Belloto, enquanto escritor, esteve presente.

De maneira que, a seguir, para abreviar essa nossa “fornada”, elencarei, e essa é apenas a mi-nha opinião e a que ouvi de outros habituais par-ticipantes do evento, o que denomino de os “Me-donhos” (pontos baixos) e as “Flores na Lapela” (pontos altos) da 10ª edição da Bienal do Livro.

os "medonHos" na X Bienal

A frieza, descuidos (principalmente por conta da cerimonialista) e equívocos da Cerimônia de Abertu-ra da Bienal; A ausência do Concurso de redação re-alizado nas edições anteriores e proposto no projeto original; a ausência de uma curadoria e/ou conselho curatorial democráticos que soubesse identificar fa-lhas conceituais e ampliar as possibilidades de dis-cussão sobre o tema eixo; a forma elencada de con-vite aos propositores de atividades; a reduzidíssima participação de convidados de outros estados; a não realização de evento proposto e incluído, até então, na página do evento (a “oca” de Ana Miranda); o site da 10ª Bienal; o excessivo número de atividades con-comitantes produzindo esvaziamento ou não realiza-ção de eventos programados; a constante troca de salas, confundindo o visitante; a falta do adequado acolhimento de alguns convidados; o atraso na di-vulgação da programação; o espaço destinado à ali-mentação; o não-uso do estacionamento interno do Centro de Eventos e a má sinalização de seu acesso; o atraso na solução para a questão do CardLivro, pre-judicando as vendas.

as "flores da lapela" da X Bienal

o resgate do Encontro dos Ilustradores (cuja 1ª edição foi em 2006); a participação criativa da Asso-ciação dos Proprietários Artistas, Escolas do Circo do Ceará/APAECE; as intervenções da turma do Templo da Poesia e do Teatro Lambe-Lambe; o stand privi-legiado da Câmara Cearense do Livro e a presença da Escola do Livro do Ceará; o stand da Associação Cearense de Escritores; a volta do Cine-Clube (sob a competente direção da Maria Inês Cardoso); o au-mento do valor referente à Notinha Legal; o espaço destinado ao grande número de lançamentos de títulos surpreendentes e bem elaborados por edi-toras cearense, comprovando a qualidade de nosso mercado editorial e gráfico (Edições Demócrito ro-cha, Conhecimento, Armazém da Cultura, PrEMIUS, IMEPH, DIz, Edições UFC, Smile, Tupynanquim, den-tre outros); aumento do espaço para apresentação de propostas locais (felizmente, muitas que confir-mam o talento de nossos cearenses); a participação

teatro Mágico

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X Bienal internacional do livro do ceará

A x Bienal Internacional do Livro do Ceará, registrou durante os dias de evento um público circulante de 610 mil pessoas. Do públi-co presente, 74% eram de Fortaleza, 16% da região Metropolitana de Fortaleza, 9% do interior do Estado e outros 1% de outros es-tados. O programa de Visitação Escolar levou à Bienal do Livro um público de mais de 80 mil alunos de escolas públicas municipais e estaduais de 153 municípios cearenses. A organização do evento contabilizou cerca de r$ 8,5 milhões em negócios diretos e indi-retos gerados pela comercialização de livros durante a Bienal. Ao todo, a Bienal contou com 165 stands representando 450 editoras de todo o país.

Para garantir o atendimento à população e o bom andamen-to das 463 atividades realizadas, a Bienal contou com cerca de 4.500 postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos. “É com muita satisfação que encerramos a décima edição da Bienal Internacional do Livro do Ceará com números tão positivos, com o público tendo aproveitado a programação diversificada e que consolidou a Bienal como um dos maiores eventos literários do ce-nário nacional. Isso nos dá ainda mais estímulo para fazermos uma Bienal ainda melhor em 2014, em pleno ano de Copa do Mundo no Brasil”, afirma o secretário de Cultura, Francisco Pinheiro. En-tre os momentos marcantes, destacam-se a primeira participação de um Nobel de Literatura no evento, o nigeriano Wole Soyinka, ganhador do prêmio em 1986; as homenagens a Sânzio de Aze-vedo, José Cortez e Francisca Clotilde (post mortem); a presença de renomados nomes da cena literária, como Márcia Tiburi, Luiz Tatit, Thalita rebouças, Ignácio de Loyola, Ana Miranda, Lira Neto, ronaldo Correia de Brito, ricardo Kelmer, Flávio Paiva, Cleudene Aragão, Conceição Lima (São Tomé e Príncipe), Eduardo Quive (Moçambique), odete Semedo (Guiné-Bissau), Felinto Elísio (Cabo Verde), dentre outros.

A música ganhou espaço com os shows com grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa, Humberto Gessinger, zeca Ba-leiro, Teatro Mágico e Palavra Cantada. Além do resgate da Padaria Espiritual e da Semana de Arte Moderna de 1922, marcos da arte e da literatura no Brasil, o stand da Estação Pinacoteca do Estado do Ceará recebeu um público de 4.717 visitantes, que descobriram ainda os espaços Café Java, espaço Infantil, Jovem.

Outro espaço que também obteve resultado muito positivo foi “A Praça do Cordel”, onde aconteceram 35 lançamentos e 102 show e espetáculos durante os dez dias de Bienal. A praça também contou com 495 livros comercializados e 13.200 folhetos vendidos. Fizeram parte do espaço várias instituições entre elas a Academia dos Cor-delistas do Crato e a Associação dos Cantadores do Nordeste – ACN.

*Fonte: Informações disponibilizadas pela SECUL.

de números e ações das escolas na programa-ção; a realização dos programas Bazar das Le-tras (SESC), Diálogos (TVC) e Autores e ideias (FM Assembleia) na Bienal; o espaço destinado à participação de pesquisadores e divulgado-res da literatura cearense (em especial, àquela desenvolvida por mulheres); o espaço da Bi-blioteca Provincial; o incentivo à participação de representantes de países lusófonos; a cria-ção da Estação Pinacoteca do Estado do Cea-rá; a programação musical; a manutenção do Espaço do Cordel (na minha opinião, sempre é o mais acolhedor, colorido, o que atrai mais público, que une mais parceiros, enriquecen-do e orgulhando qualquer edição da Bienal, inclusive porque no Ceará temos o privilégio de contar com diversos nomes que encantam o país); o Espaço do SESC; o pioneirismo na ex-periência da nova sede (Centro de Eventos); a fidelidade a boa parte dos itens do projeto ori-ginal enviado ao MinC; o público (atual recor-de) de 610 mil pessoas, movimentando cerca de r$ 8,5 milhões, com a participação de um pouco mais de expositores (165) em relação à edição anterior, embora representando um menor número de editoras (450).

Enfim, participei assiduamente em todas as bienais desde 2006. Todas têm seus altos e bai-xos (umas carregam mais fracassos, é verda-de), além de suas características e identidades próprias. Mas acredito que devamos nós não abrir mão desse espaço, celebrá-lo sempre, estimulá-lo com inteligência sem as pavonices e discursos meramente políticos e de gênese umbilical. o Ceará, enquanto “Terra da Luz”, brilha e deve brilhar cada vez mais no cenário nacional, quiçá, internacional. Todos nós so-mos responsáveis por isso, por pensar juntos, por nos fazer presentes e reconhecer nossos talentos. Longa vida à Bienal Internacional do Livro do Ceará. Conquista nossa. Que venha a de 2014!

“Pão é vida; pão é gozo/ Pão é gérmen da alegria,/ É fruto misterioso/ Da árvore da sim-patia.” (álvaro Martins, seção “Bolachinhas” de o Pão)

Joaquim Batista

Francisco Pinheiro Secretário da Cultura do Estado do Ceará

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durante os quatro dias da Signs Nor-deste 2012 - Feira de Equipamentos e Serviços para a Indústria de Im-pressão Digital, Sinalização e Serigra-

fia, que aconteceu de 24 a 27 de outubro, um total de 5.400 profissionais foram até o Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza (CE). Em sua primeira edição, conforme dados que chegaram à organização da mostra, já durante a feira foram comercializados 60 equipamen-tos de impressão e serigrafia. “Os resultados demonstram a decisão acertada da FCEM na escolha do segmento e do local para a realiza-ção deste novo projeto”, destaca o diretor-pre-sidente do Grupo FCEM, Helvio Pompeo Ma-deira. De acordo com o executivo, a próxima edição, que também será em Fortaleza, já tem data marcada e irá se realizar de 29 de outu-bro a 01 de novembro de 2013. “Tenho certeza que a segmentação e a regionalização da Signs

even

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regionalizadas

signsnordestecomprova a

de feiraseficácia

Helvio Pompeo Presidente da FCem

Fonte: LK News – Imagem e Mídia

Nordeste garantiram o sucesso e a satisfação dos expositores”, ressaltou Pompeo. o públi-co seleto e com potencial de compra, além da facilidade logística que o evento proporciona, levando os fornecedores até os seus mercados potenciais, tiveram especial peso nos resulta-

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dos. “recebemos delegações de Pernambuco, Piauí, Maranhão, rio Grande do Norte, Bahia e da Paraíba, além de visitas do Acre, Amazo-nas, Sergipe, Alagoas e Brasília. Fora os negó-cios fechados e prospectados, os expositores ainda aumentaram a base de contato e futuros clientes com potencial a ser trabalhado”, disse Pompeo, lembrando que este é o principal ob-jetivo de um promotor de feiras e eventos. “Os resultados e a satisfação dos nossos clientes demonstraram que estamos no caminho certo. Já fizemos várias renovações e, para o próximo ano, estamos triplicando a área de exposição que contará com um total de cinco mil metros quadrados divididos em cerca de 80 stands”, adiantou, lembrando que a Signs Nordeste 2013 será realizada no novo Centro de Eventos do Ceará.

Para muitos dos expositores, a estratégia de regionalizar o evento teve grande importância para o sucesso do mesmo. “Foi incrível! Está-vamos com uma expectativa muito grande, mas a Signs Nordeste superou nossas expec-tativas. Vendemos para Manaus, Belém, Te-resina e Fortaleza. já reservamos espaço para a próxima edição”, disse a Coordenadora de Marketing da Serilon Brasil Ltda, Carolina De Sotti. Opinião com a qual concordou o Gerente Comercial da BM do Brasil Importação Expor-tação Ltda, Carlos Vargas. “Em matéria de ne-gócios a feira foi muito boa! Com eventos mais próximos, as pessoas começam a enxergar, a conhecer mais os produtos. Abrimos novos dis-tribuidores em Natal, Paraíba, Alagoas, Bahia, Maranhão e Piauí. Certamente estaremos pre-sentes na próxima edição”, concluiu.

Em sua primeira edição, a feira reuniu um total de 45 marcas expositoras distribuídas em 1300 metros quadrados. Quem visitou a Signs Nordeste pode encontrar o que há de melhor em equipamentos e serviços para a indústria digital, de sinalização e serigrafia, com equipa-mentos que variam de 60 mil reais a 1,5 milhão de dólares. Soluções completas para empresas dos mais diversos portes.

eventos paralelos

Nesta edição a feira ainda sediou a xI reunião das Abigraf’s do Nordeste, organizada pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGrAF) – regional Ceará, sob o comando de Tales Carvalho. Além do I Seminário Norte-Nordeste da Indústria Gráfica, cujo objetivo principal foi unir forças e interesses comuns aos diferentes segmentos da indústria gráfica para consolidar e desenvolver novos mercados. A palestra magna de abertura foi ministrada pelo Presidente do Conselho Diretivo da Associação Brasileira de Tecno-logia Gráfica (ABTG), Claudio Baronni, e teve como tema a “Indústria Gráfica – realidade e perspectivas”. “Hoje o gráfico não pode ser só um anotador de pedidos. É preciso ser pró-ativo e presente na vida dos clientes, para que se possa identificar e oferecer soluções diferenciadas”, destacou Baronni ao falar sobre as perspectivas e oportunidades que estão ao alcance do segmento. “Uma copa do mundo não é apenas uma copa do mundo, tamanho é o envolvi-mento que gera por parte dos diversos setores da economia”, complementou. Durante a sua apresen-tação, o dirigente apresentou ainda dados sobre o mercado brasileiro: hoje o Brasil é o primeiro da América Latina e o 12º no ranking mundial em fatu-ramento da indústria gráfica (15,5 bilhões de dólares ao ano, conforme dados do IBGE). o evento foi pro-movido pelo SINDGrAFICA – Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará em parceria com a FCEM.

Fotos: Marcelo Rolim

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recentemente em palestra que profe-rimos em Fortaleza, homônima a este artigo, chamamos a atenção dos pre-sentes para os desafios que o setor

gráfico enfrenta, em especial com a competi-ção das novas mídias digitais, por um lado, e pelas pressões ecológicas, de outro, quando se cria um senso comum, infundado, de que o pa-pel é um vilão da natureza por matar árvores.

Esses fatores vêm mudando, queiramos ou não, a forma das empresas e pessoas se comu-nicarem, além do “orgulho” em não se gastar papel, reforçados por propagandas enganosas que visam a diminuir custos outros como a postagem, por exemplo, mas que usam a dimi-nuição de gás carbônico por não se usar papel.

Com tudo isso também se cria um senso de que o setor gráfico está em decadência e tende a desaparecer em algum tempo. Ponderemos. Não há dúvida que o setor tem de ajustar-se às novas condições de comunicação e, para isso, dispõe de tecnologias que seguem evoluindo par a par com o processo evolutivo geral. A impressão digital é um forte exemplo, e suas variações como as impressões híbridas juntan-do-se o digital com impressoras e rotativas off-set. Sem contar o que vem por aí como a Nano-grafia, mostrada na última Drupa, reafirmando a tendência mundial da nova manufatura que

por Hamilton terni Costa

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Diretor Geral da ANconsulting, ex-presiden-te da ABTG e Abraform é também um dos criadores e coordenadores do curso de Pós Gra-duação Gestão Inovadora da Empresa Gráfica na Faculdade Senai Theobaldo De Nigris onde ministra a matéria de Gestão Estratégica.

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vem sendo chamada de terceira revolução in-dustrial. Nessa “revolução”, nanotecnologia, biotecnologia e equipamentos que se auto ajustam, se auto consertam e até se auto re-produzem, como as impressoras 3D - uma nova e irreversível tendência de se produzir peças e produtos inteiros sob demanda – são seus componentes principais a partir do que se cha-ma de digitalização da produção. Tudo isso nos impacta e vai impactar muito mais daqui para a frente. A questão é como nos adequamos a essa nova “ordem” universal.

Não é somente com a incorporação de no-vas máquinas e tecnologias. O gráfico nunca teve dificuldade em fazer isso. Olhe para a evolução tecnológica desde a tipografia e você vai ver que em pouco mais de 30 anos o se-tor se adequou e incorporou um sem número de novas técnicas e equipamentos que muda-ram sua maneira de produzir, sua qualidade e novos produtos. o que mais incomoda nessa

nova mudança é a necessidade de se mudar a mentalidade e a maneira de fazer negócios. É sair de dentro da fábrica e “instalar-se” dentro dos clientes para ajuda-los a criar soluções de comunicação, de redução de custos de seus processos, de logística e outros. Isso implica, entre outras coisas, em envolver-se e criar ofertas através das novas mídias digitais e em entender mais dos negócios dos outros, dos seus clientes.

E isso é complicado para quem sempre foi demandado e agora tem que gerar demandas, novas demandas: específicas, customizadas, adequadas aos seus clientes. Porém nisso resi-dem as oportunidades e o maior fator de trans-formação individual das empresas e do setor. A tecnologia gráfica segue evoluindo, mas a transformação da empresa gráfica virá da mu-dança de seu negócio estratégico: mais do que imprimir, solucionar problemas.

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como as ferramentasde Web to Print podem aBrirnovas frentes de negócio

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por Marcelo Moraes

como ser mais competitivo? Como produzir mais e melhor? Como ter mais lucro? Sem dúvida estas per-guntas estão sempre presentes

na cabeça do empresário gráfico. O mercado cresceu menos que se esperava, e as gráficas aumentaram o número de máquinas, causan-do um verdadeiro desequilíbrio entre oferta e procura. Nesta situação, o gráfico geralmente segue a cartilha: Baixa o preço. . . Daí a situa-ção se repete, se agrava, pois com o preço bai-xo as margens de lucro diminuem ainda mais.

Qual é a solução para uma situação de mer-cado como esta? os manuais de gestão indi-cam uma série de soluções. Eu sugiro que o

Consultor de Negócios da Agfa Graphics para o Norte e Nordeste do Brasil; Especialista em Gestão Empresarial, graduado em Marketing pela ESPM e técnico em Artes Gráficas pela Escola SENAI Theobaldo De Nigris.

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Após esta introdução, acho que já é o mo-mento de tratarmos do título do artigo: Como as ferramentas de web to print podem abrir novas frentes de negócios no setor gráfico. Prezados leitores, este tema é mais atual e está mais presente na nossa realidade que pode-mos imaginar. Digo isto porque independente do tamanho da gráfica, ela está ligada no mun-do digital, no mundo da internet. Tratando de web to print, nada mais é do que receber os trabalhos através da internet e imprimi-los em algum meio. Pode ser offset, impressão digital, impressão de grandes formatos, não importa. o que importa é de que forma estes trabalhos chegarão até a gráfica, e como isso será útil ao gráfico.

Existem diversas soluções web to print. Algu-mas bem fáceis, como simplesmente um site, onde o cliente escolhe o modelo, indica o que quer fazer, fornece os dados de faturamento e entrega e aperta o botão. Na gráfica, o opera-dor recebe a informação, realiza as alterações, envia à sua pré-impressão e o produto entra na linha de produção. Percebe-se que este pro-cesso depende muito do operador, e apresen-ta limitações tanto para o cliente, ao escolher o modelo, quanto para a gráfica, que precisa ajustar o trabalho para colocá-lo no fluxo de produção, correndo o risco de alterações erra-das e retrabalhos.

Este processo, convenhamos, não oferece nada de novo. Não apresenta um diferencial percebido pelo cliente como valor, algo que o convença a pagar um pouco mais para ter um produto a princípio igual aos outros.

Como ser diferente operando neste ambien-te web to print? Vou analisar esta questão de dois ângulos: pelo lado do cliente, o gráfico têm de ser mais rápido e melhor, não necessa-riamente o mais barato. Normalmente, o clien-te internauta, digamos assim, está mais preo-cupado com o prazo e qualidade. Não adianta ter um preço muito baixo se não atende o pra-zo. Pergunto: adianta vender barato uma árvo-re de natal no dia 25 de dezembro? Pelo lado do empresário gráfico, ele precisa ser rápido e eficiente para atender às expectativas do seu cliente, porém mantendo os seus custos sob controle. Como qualquer outro negócio, após fazer o seu planejamento, o empresário gráfico, na implementação do seu plano, deverá esco-lher as ferramentas que lhe permitirão atingir os seus objetivos. No mundo web to print, as

gráfico pense de outra maneira. Sem planeja-mento, nós não conseguimos nem sair de casa pela manhã. Se não planejarmos o horário, o trajeto, o meio de locomoção, a possibilidade de algo dar errado é muito grande, enfim, o planejamento adequado é uma resposta à si-tuação de lucratividade, produtividade e com-petitividade abaixo do esperado.

Estamos praticamente no final do ano. Quem já fez o seu planejamento de 2013, muito bom. Quem está fazendo agora, muita atenção. Para quem não fez, corra que já está atrasado. Qual-quer planejamento estratégico passa obrigato-riamente por 3 tópicos, que são: onde estou, aonde quero chegar e de que forma. Em outras palavras: estudo da situação atual; definição de objetivos e metas; e definição de estraté-gias. E um outro pequeno, porém importante detalhe: Temos que olhar para a frente. Se olharmos somente no retrovisor, teremos no máximo um ano igual. olhando para a frente, teremos muitas oportunidades até então inex-ploradas. o que normalmente as empresas de qualquer segmento buscam: crescimento, aumento da fatia de mercado e diferenciação. Vale um pano rápido: o que todo mundo faz o preço cai. Temos que obrigatoriamente fazer algo diferente, algo que nos diferencie da con-corrência. E fazer algo diferente pode abranger o produto, o prazo, o preço ou o atendimento.

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melhores ferramentas cumprem os seguintes objetivos: expandem a base de clientes, pois permite que se atendam clientes fora da área geográfica; aumentam o faturamento, devido ao aumento das ordens de serviço; agilizam o fluxo de trabalho, pois automatizam processos e diminuem erros, repetições e perdas.

E de que forma isto se opera? Inicialmente, com o software atuando como serviço. A gráfi-ca não precisa comprar um software e um har-dware para utilizar a ferramenta web to print. A gráfica simplesmente compra uma licença de uso, que permita a operação na nuvem atra-vés da internet; ainda, uma ferramenta fácil de usar, amigável ao usuário; que seja fácil de ge-renciar dentro da gráfica; que permita diversos negócios, ou seja, não se venda somente papel impresso, pode-se vender o produto que julgar interessante e conveniente para o negócio – bo-nés, chaveiros, banners, calendários, posters, agendas, etc.; que opere em português, para ser mais fácil ao comprador; que permita edição on-line, para o cliente fazer a sua própria alte-ração; e por fim, e muito importante, que seja integrado à pré-impressão. E por que isso é im-portante? Para o processo funcionar de forma automática, reduzindo erros e sendo otimizado.

Assim, imaginemos que o cliente queira fazer um cartão de visita: através da internet ele aces-sa o site da gráfica. Neste site o cliente escolhe o modelo do trabalho que quer realizar, e ele mesmo o edita, realizando as alterações neces-sárias - nome, cargo, endereço, telefone, e-mail -, e escolhendo a fonte, o corpo, a cor, etc.; en-via o trabalho para a gráfica e pronto. Neste mo-

mento vale lembrar que o cliente pode carregar um trabalho próprio, sem usar o modelo da grá-fica. Assim, o funcionário da gráfica já enxerga o trabalho na sua fila, e após inspeção, encami-nha diretamente para a pré-impressão, que irá automaticamente checar, montar, rasterizar e gravar a chapa, seguindo depois para impres-são, acabamento e expedição.

Em resumo, uma solução web to print que opere desta maneira é a extensão do serviço gráfico, melhorando a retenção e promovendo a lealdade do cliente por facilitar o processo de compra, e é um canal de vendas operando 24 horas, 7 dias na semana.

Entendo, por fim, que isto é diferenciação. É algo novo, que dentro da empresa irá otimizar os processos, reduzir os custos, aumentar o lucro, e entregará ao cliente mais do que ele está esperando receber, tornando-o um cliente fiel, disposto a pagar mais por um atendimento premium.

Voltando ao início do texto, para ser mais produtivo, lucrativo e competitivo, não é ne-cessário somente comprar mais impressoras, mas sim ter as ferramentas adequadas às ne-cessidades de atendimento do mercado.

A chave está na descoberta e dimensiona-mento de novos nichos, na frieza de encarar a atividade como um negócio que têm de ser lucrativo, na ousadia de fazer diferente. E para isso as ferramentas web to print poderão aju-dar e muito o segmento gráfico a crescer. E por fim, como disse Peter Drucker, um dos pais da administração de marketing, “A única maneira de prever o futuro é construindo-o”.

para ser mais produtivo,

lucrativo e competitivo, é preciso ter

as ferramentas adequadas.

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um Balanço de 2012c e a r á

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ao realizar meu discurso de posse, me com-prometi que temos por obrigação entender os sinais do mercado, mantendo a entidade conectada com as necessidades do setor e

com as novas tendências.Neste sentido é que, em parceria com a Abigraf

Nacional, a Abigraf Ceará passou a informar aos nossos associados tudo que acontece de relevante em nosso setor Começamos a enviar semanalmente por meio eletrônico os “Clippings da Abigraf Nacio-nal” e o informativo ”Abigraf em Ação”, pelo qual ficamos informados em tempo real sobre todas as notícias de interesse de nosso segmento e de toda cadeia produtiva, nos órgãos e nos agentes federais, nos Tribunais a partir do momento em que saem novas jurisprudências, facilitando, desta forma, o entendimento dos sinais de mercado, bem como suas necessidades.

Acompanhando as novas tendências, fomos (a Abigraf e o Sindicato) pioneiros no Brasil a utilizar-mos em nosso material impresso, a campanha de valorização do papel, com a chamada de que 100% da celulose produzida para a fabricação do papel no Brasil são oriundas de Florestas plantadas e certifi-cadas por órgãos reconhecidos internacionalmente, como o FSC. Desta forma, obtivemos o reconhecido de nosso trabalho, fomos parabenizado por diver-sos setores, por vários Presidentes de Abigraf´s re-gionais e pela própria Nacional, em que, inclusive, fomos convidados para escrevermos um artigo pu-blicado na revista da Abigraf Nacional, com circula-ção em todo país, deixando o Ceará em evidência.

Participamos de todas as Assembleias Ordinárias, inclusive sendo reconhecidos pelos que fazem a entidade nacional. Colaboramos na elaboração do Planejamento Estratégico da Abigraf Nacional, onde foram traçadas as metas que serão executadas du-rante o próximo triênio. realizamos em Fortaleza duas reuniões das Abigraf´s Nordeste em que foram alavancados diversos pleitos de interesse de nossa região, levados e às reuniões da Abigraf Nacional através da “Carta de Fortaleza”. Comparecemos à entrega do prêmio Nordeste de Excelência Gráfica, realizada no Estado de Pernambuco e que irá se tor-nar itinerante. Logo o Estado do Ceará irá ser anfi-trião da entrega deste prêmio, o que levará nossas empresas a se tornarem ainda mais competitivas. Participamos também da noite de entrega do Prê-mio Fernando Pini, Prêmio máximo da Excelência Gráfica nacional. Gostaria de ressaltar que o Estado do Ceará esteve representado por algumas empre-sas nos prêmios acima citados, saindo-se ganhado-ras em algumas categorias. realizamos em parceria com o Sindgrafica e com a FCEM, durante a feira SIGNS, o 1º Seminário Norte – Nordeste da Indús-tria Gráfica, com palestrantes renomados, inclusive com a vinda do Presidente do Conselho Adminis-trativo da ABTG (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), o Sr. Cláudio Baroni.

A Abigraf Ceará teve papel importantíssimo para que o projeto de Lei Complementar 116 de 31 de junho de 2003 fosse encaminhado ao Congresso

Nacional, através da parceria com a Abrasf (Associa-ção Brasileira dos Secretários de Finanças) presidida pelo ilustre cearense Alexandre Cialdini, e com a re-latoria do Senador cearense josé Pimentel (PT-CE). o projeto propõe onde propõe a alteração do subi-tem 13.05, que é a lista de serviços anexa a Lei Com-plementar, que irá conferir maior segurança jurídica aos contribuintes prestadores dos referidos servi-ços. Com a nova redação do subitem, só estariam sujeitos ao ISS os serviços aplicados em objetos não destinados a comercialização ou industrialização, o que tem gerado a autuação, dos respectivos Fiscos, no sentido de se cobrar não só o ISS, mas também o ICMS, ocasionando a bitributação, vedada em nos-so ordenamento. Vale ressaltar que, como está, a tributação tem ocasionado problemas não só para os contribuintes e consumidores finais envolvidos, mas também para o Estado, devido à grande de-manda ao poder judiciário para ver resolvidas as contendas que surgem a respeito.

Foram outras muitas ações realizadas pela Abi-graf Ceará neste primeiro ano. Como também não poderia deixar de relatar, houve interferência de nossa regional junto à Abigraf Nacional para que o setor gráfico, aderisse ao Plano Brasil Maior, e as empresas não optantes do Simples Nacional come-cem a pagar 1% sobre seu faturamento, e não mais com alíquota atual. Também estamos a frente para que se revogue o aumento sobre a importação de alguns papeis, principalmente o papel cartão e o couchê.

Tudo isso foi possível graças ao grande e imensu-rável apoio e parceria fundamental com o Sindgrafi-ca , e com a colaboração de toda minha diretoria, a quem quero agradecer a confiança depositada.

Para finalizar, convoco a todos para trabalharmos ainda mais em conjunto. Não medirei esforços em busca do desenvolvimento ainda mais acentuado da indústria gráfica cearense de forma estratégica e sustentada.

Quero desejar a todos em nome da Diretoria da ABIGrAF CEArá, um natal iluminado e que vocês possam sentir a presença de Deus, da paz, do amor, da compreensão e do perdão. Tenham um ano novo repleto de muita saúde, trabalho, associativismo e realizações!

por tales Carvalho Presidente da Abigraf/CE a

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ColunaCClCÂMaRa

CEaREnSE Do lIVRo

stand da ccl é destaque na

bienal 2012

foram 11 dias de muitas atividades, intercâmbio, encontros, lançamentos e eventos. De 8 a 18 de novembro último, a Câmara Cearense do Livro (CCL) contemplou o público que compareceu

ao Centro de Eventos com uma variada programação e exposição de títulos no stand da entidade.

Foram mais de 20 lançamentos das editoras parcei-ras, entre elas o Imeph, Caminhar, Diz, Littere e uni-versidade Federal do Ceará (UFC). Um dos momen-tos mais importantes foi o lançamento da coleção da editora Imeph com as obras produzidas por alunos da rede de ensino pública. É o projeto ondas da Leitura.

No dia 13 de novembro, no auditório do Centro de Eventos, estiveram presentes cerca de 800 alunos de vários municípios para participar da solenidade de apresentação das obras. A programação contou com apresentação de peças teatrais, musicais e recitais de poema. O momento foi prestigiado pela TV Verdes Mares, que realizou matéria destacando a importân-cia da incentivar a leitura nas escolas.

Segundo Lucinda Azevedo, coordenadora do pro-jeto ‘Nas ondas da Leitura’ e diretora da editora Imeph, o projeto tem alcançado um resultado muito satisfatório e repercutido muito positivamente entre alunos, pais e professores. “Em todos os municípios participantes do projeto, o trabalho de integrar o alu-no à realidade histórica e cultural de onde vive tem trazido surpresas incríveis. O livro é o produto final, mas o processo de conhecimento e intercâmbio entre os alunos, professores e comunidade é muito impor-tante”, explica Lucinda.

Pela editora Caminhar, o destaque foi o lançamento do livro ‘o Grilo feliz’, da escritora Carol de Holanda Pavão, que é pedagoga, especialista em arte e educa-ção, acadêmica da Academia Quixadaense de Letras.

o stand da CCL ficou localizado vizinho a uma grande maquete que representava o Café Java, onde, no final do século xIx, encontraram-se os escritores que faziam parte do movimento literário ‘Padaria Espiritual’. o stand contou com uma visitação diária muito grande e no sábado, dia 17, o lançamento dos livros ‘Lagarta é borboleta’ e ‘Trem das cores’, da editora Littere, foi um sucesso. Mais de 100 pessoas compareceram ao even-to de lançamento que contou, ainda, com contação de histórias e sessão de autógrafos.

o escritor e compositor Didi Moraes lançou seu livro ‘Cego, eu?’ pela editora Diz. o evento contou com apre-sentação musical e participação de convidados. A edito-ra da universidade Federal do Ceará (uFC) participou da

programação do stand da CCL com vários lançamentos, incluindo ‘Cabo Verde – análise socioambiental e pes-quisa para o desenvolvimento sustentável em áreas do semiárido’, dos autores Vládia Pinto Vidal de oliveira, Isildo Gonçalves Gomes, Isaurinda Baptista, Laudemira Silva rabelo. os lançamentos da UFC contaram com a coordenação do professor Cláudio Guimarães e Casemi-ro Campos, enquanto o stand da CCL teve coordenação da empresária Sandra rohl e da produtora Soma.

CClDurante a x Bienal, a CCL encerrou a realização do

projeto Escola do Livro do Ceará com o Seminário – Planejamento Estratégico para Editores, ministrado pelo professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Cláudio Araújo, especialista em Varejo pela USP (Universidade de São Paulo) e sócio diretor da Êxito Consultoria.

Para Flávio Martins, presidente da CCL, a participa-ção na x Bienal foi fundamental marcar o papel da instituição enquanto propulsora do negócio do livro no mercado cearense. “A Escola do Livro obteve um resultado muito satisfatório. Num sentido positivo penso que provocamos o setor para se planejar mais, trabalhar com mais profissionalismo e, consequente-mente, alcançar resultados mais sólidos”, destacou Flávio, que agora deve se reunir com as editoras asso-ciadas e trazer novidades para 2013.

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Flávio Martins Presidente da CCL

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Tobias Gaede Designer Gráfico e Mestre em Comunicaçã[email protected]

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o pHotosHop

on lineem sUa versão

As opções de edição das imagens, entretan-to, se restringem, em sua maioria, a efeitos pré-determinados, não sendo possível que se tenha grande controle sobre as alteração que se pretende praticar, nem que se possa obser-var os dados numéricos que guiam as aplica-ções dos efeitos. Se o Photoshop Express Edi-tor peca em tais fatores, ele se notabiliza, por outra lado, pela facilidade de seu manuseio. De operação bastante instintiva, a ferramen-ta simplifica a prática da edição de imagens, o que pode ser considerado um atrativo para os leigos no assunto.

a Adobe disponibiliza gratuitamente o acesso a uma versão on-line de um de seus softwares mais populares, o Photoshop. Visitando o endereço

www.photoshop.com e, em seguida, indo até a aba “ferramentas on-line”, podemos usar, sem a necessidade de qualquer cadastro, o Photoshop Express Editor. Por meio dessa fer-ramenta, é possível realizar uma série modifi-cações em imagens que se desejar. Basta fazer o upload de um arquivo e logo será possível a aplicação de variados efeitos.

Express Editor Editor, aversão on-line de um softwares da Adobe.

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34 Por fim, deve-se dizer que não há comparação em relação às possibilidades de edição e qua-lidade do resultado final quando contrapomos tais ferramentas online com o software em sua versão padrão. o recurso desse “simulador de photoshop” pode ser interessante para ocasiões em

exposiçãoPasso 1Clique na ferramenta “Exposi-ção” e escolha uma da seis op-ções pré-definidas de exposição à luz.Passo 2Depois de definir o coeficien-te de exposição (varia de -64 a +64), clique em “Concluído”.

Corrigir olhos vermelhosPasso 1Clique na ferramenta “olhos Vermelhos”. o cursor do mouse irá se transformar em uma cruz. Clique no centro de cada olho vermelho.Passo 2Se olho permanecer um pouco vermelho, clique sobre ela até que desapareça totalmente.

retocarPasso 1Clique em cima da área que você deseja retocar. Aparecerão dois círculos: um verde, que in-dica a área a ser retocada, e um vermelho, que indica a parte “limpa” da foto, ou seja, a que você deseja que seja copiada para a área verde.Passo 2Arraste o círculo vermelho até a parte mais “limpa” da foto.Passo 3Dê mais um clique para o reto-que ser concluído.

Vamos agora a algumas das possibilidades que Photoshop Express Editor nos apresenta:

que não se dispõe de um compu-tador bem provido de programas de edição de imagens e se tenha a necessidade de executar urgente-mente alterações simples em cer-ta imagem. Porém, o Photoshop devidamente instalado continua sendo indispensável à boa prática do design.

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É promovendo a qualidade de vida e prevenindo doenças que a indústria cearense cresce cada vez mais. As unidades do SESI no Ceará oferecem serviços de Saúde e Segurança do Trabalho - SST, que visam garantir saúde, evitar riscos de doenças e acidentes e proporcionar ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

É promovendo saúde e qualidade de vida para o trabalhador que o SESI gera mais produtividade para a indústria.

www.sesi-ce.org.br

DO TRABALHADOR DA INDÚSTRIAO SESI CUIDA DA SAÚDE

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