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Administração Participativa 1. INTROCUÇÃO Segundo Santos et al. (2008), o modelo da figura 1, dividiu-se o cenário histórico da evolução das abordagens da Administração em momentos. Inicialmente, as Grandes Ondas de Transformação, compreendendo três grandes períodos: a Revolução Agrícola (até 1750 D.C.), a Revolução Industrial (1750 a 1970) e a Revolução da Informação (após 1970). A Revolução Industrial foi dividida também em três períodos: 1ª Revolução Industrial (1820- 1870); 2ª Revolução Industrial (1870-1950); 3ª Revolução Industrial, a partir de 1950. Figura 1: O cenário ambiental da evolução dos modelos de gestão. Fonte: SANTOS et al. (2008). Dentro destes períodos, foram analisadas as abordagens da Administração, segundo o seguinte esquema: a) Durante a 2ª Revolução Industrial, inicia-se, em torno de 1920, a Era da Gestão Empresarial, a qual se divide em 4 períodos diferentes: Era da Produção em Massa (1920/49): ênfase na quantidade de produção e na padronização do processo (linha de montagem);

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  • Administração Participativa

    1. INTROCUÇÃO

    Segundo Santos et al. (2008), o modelo da figura 1, dividiu-se o cenário

    histórico da evolução das abordagens da Administração em momentos.

    Inicialmente, as Grandes Ondas de Transformação, compreendendo três

    grandes períodos: a Revolução Agrícola (até 1750 D.C.), a Revolução Industrial

    (1750 a 1970) e a Revolução da Informação (após 1970). A Revolução

    Industrial foi dividida também em três períodos: 1ª Revolução Industrial (1820-

    1870); 2ª Revolução Industrial (1870-1950); 3ª Revolução Industrial, a partir de

    1950.

    Figura 1: O cenário ambiental da evolução dos modelos de gestão.

    Fonte: SANTOS et al. (2008).

    Dentro destes períodos, foram analisadas as abordagens da

    Administração, segundo o seguinte esquema:

    a) Durante a 2ª Revolução Industrial, inicia-se, em torno de 1920, a Era

    da Gestão Empresarial, a qual se divide em 4 períodos diferentes:

    • Era da Produção em Massa (1920/49): ênfase na quantidade de

    produção e na padronização do processo (linha de montagem);

  • • Era da Eficiência (1950/69): ênfase no controle interno das

    operações (burocratização da gestão);

    • Era da Qualidade (1970/89): ênfase na satisfação do cliente;

    • Era da Competitividade (a partir de 1990): ênfase na busca da

    excelência empresarial (eficiência + eficácia), atendendo os

    interesses de clientes, colaboradores, comunidade e acionistas.

    b) As duas primeiras Eras, Produção em Massa e Eficiência,

    correspondem às abordagens tradicionais da Administração, da

    Escola Clássica à Teoria da Contingência.

    c) As duas últimas Eras (Qualidade e Competitividade) correspondem

    às Novas Abordagens da Administração, que são os seguintes:

    • Administração Japonesa

    • Administração Participativa

    • Administração Empreendedora

    • Administração Holística

    • Corporação Virtual

    Cada uma destas novas abordagens de Administração será analisada a

    partir dos seguintes aspectos:

    a) Origem e evolução histórica (exceto as duas últimas abordagens,

    tendo em vista que são abordagens futuristas da Administração)

    b) Filosofia central da abordagem.

    c) Principais práticas gerenciais: Processo decisório; postura gerencial;

    estrutura organizacional; controles; sistemas de incentivos; técnicas

    e instrumentos gerenciais.

    d) Aspectos críticos na aplicabilidade do modelo.

    A Administração Participativa, iniciada na “Toyota Motors Company”, é

    um importante instrumento para obtenção de resultados em todas as áreas das

    empresas, principalmente na produção na qual, na maioria dos casos, observa-

    se o grande desejo de participação na solução pelos colaboradores, além de

    ser um grande instrumento de aprendizagem para eles.

    Essa forma de administrar não é nova. Entretanto, o que se observa, em

    geral, é a dificuldade em aplicá-la no “chão de fábrica”, parte em função das

    dificuldades de motivação do time, parte em função de interesses em manter

  • os processos e da própria resistência à mudança, que acarreta maiores

    responsabilidades. O mais importante é como obter os resultados esperados

    com a implantação.

    Ao implantar a administração participativa, é importante saber que

    muitas vezes haverá interesses conflitantes, que estarão sendo explicitado

    abertamente, o que deixará claro o conflito entre as áreas, principalmente

    qualidade, processo e produção. O gestor deve entender que o jargão “falha

    operacional” ainda será utilizado muitas vezes, porém, como disse Ishikawa, “o

    operador não erra porque quer”, se há a possibilidade de falha é porque o

    processo não projetou um pokaioque ou a qualidade dos componentes não

    está atendendo à necessidade, e começa o conflito: de um lado a produção e

    de outro a áreas técnicas. Este conflito é benéfico para definir a causa raiz real

    e eliminá-la.

    Quando se pensa no termo gestão participativa, depara-se com uma

    dificuldade inicial, relativa ao conceito e significado do que seja a participação.

    Se procurarmos uma definição mais precisa na bibliografia de origem

    empresarial (consultores), encontraremos pouco conteúdo além do senso

    comum. Assim, em lugar de procurar um conceito geral, vamos nos referir

    àquelas situações nas quais os trabalhadores, direta ou indiretamente - por

    meio de seus representantes - interferem nos procedimentos administrativos,

    comerciais ou, embora mais raro, na condução geral da empresa.

    A implantação da gestão participativa pode ser resultado da iniciativa e

    de pressões dos trabalhadores, sendo desta forma uma conquista na medida

    em que amplia a intervenção na questão do poder, da autoridade e do controle

    sobre o processo produtivo. De outro lado, pode resultar de estratégias

    gerenciais na busca de contornar os conflitos e atingir maior desenvolvimento

    dos trabalhadores objetivando ganhos de produtividade.

    As iniciativas dos assalariados buscam, invariavelmente, ampliar seu

    espaço de atuação de maneira a resultar em maiores ganhos na distribuição

    dos frutos da riqueza gerada. Por seu lado, as empresas concebem a gestão

    participativa dentro de marcos estáveis e controláveis.

    O tema participação tem estado na ordem do dia na gestão

    organizacional há algum tempo, tendo se desenvolvido de maneira marcante

  • ao longo dos anos 80. A relevância do tema, entretanto, tem sido muito mais

    visível através da instrumentalização patronal.

    Segundo Katz e Kahn (citados por Moggi, 1991), o envolvimento do

    indivíduo em um sistema, de modo que este considere as metas

    organizacionais como seus próprios objetivos pessoais, resulta em uma

    variedade de condutas que apóiam a missão da organização visando obter

    maior produtividade em suas ações.

    A condição básica para ocasionar a internalização dos objetivos do

    sistema é a auto-realização do indivíduo ao participar na consecução de tais

    objetivos, pois o indivíduo vê a organização como sua própria criação,

    participando de suas decisões, de suas recompensas, de modo que a

    organização se torna parte dele e ele parte dela.

    O Instituto ETHOS de Responsabilidade Social define a gestão

    participativa como a capacidade da empresa de desenvolver técnicas voltadas

    a compartilhar poder na tomada de decisões, provocar e criar ambientes de

    motivação, desenvolver sistemas de sugestões eficientes e duradouras, formar

    e conduzir equipes para a eliminação de problemas (ETHOS, 2003).

    Em harmonia com esta definição, é interessante a contribuição de

    LOPES (2002) no que diz respeito a participação nos resultados e

    bonificações: a empresa, além de oferecer participação ou bônus relacionado a

    desempenho, deve possuir mecanismo que estimule e viabilize a participação

    dos empregados na sua composição acionária. Criar mecanismos de

    recompensas para os funcionários que contribuam com a melhoria dos

    processos internos e eleger representantes de empregados em comitês de

    gestão estratégica no conselho de administração buscando tornar a relação

    mais transparente e os vínculos mais sólidos.

    Grande parte dos especialistas afirmam não existir fórmulas prontas,

    cada caso é um caso e o que funciona para uma empresa pode não funcionar

    para outra. Além disso, é preciso haver vontade política, ou seja, o projeto

    precisa ser comprado pela alta gerência, e receber o envolvimento de toda

    organização, o que significa uma mudança cultural profunda.

    A ANPAR, Associação Nacional de Administração Participativa adota um

    conceito amplo de Administração Participativa, definindo-o em seu estatuto

    como “um modelo de gestão humanizado que emprega participativamente o

  • trabalho e os talentos humanos, baseando-se na eqüitativa convergência de

    interesses entre fornecedores, empregadores, empregados e clientes”

    (ALBUQUERQUE, 1996).

    2. HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA

    No início da década de 1980, o interesse pelo tema da participação no

    trabalho ou pela administração participativa foi enfatizado no mundo ocidental,

    principalmente a partir do declínio da hegemonia econômica dos Estados

    Unidos, caracterizado pela queda da produtividade das suas empresas e

    conseqüente perda de competitividade dos seus produtos em quase todos os

    mercados do mundo, inclusive em suas próprias fronteiras, verificado a partir

    do extraordinário avanço dos produtos produzidos em países orientais (Japão,

    Coréia, Cingapura e Taiwan), com melhor qualidade e preços.

    Associam-se a esse fato, também como justificativa pela atenção que a

    participação vem recebendo nos países de economia emergente como o Brasil,

    as experiências participativas ocorridas e consolidadas em outros centros

    irradiadores de padrões de eficiência e de tecnologia no mundo.

    Como exemplos dessas experiências podem ser citados a co-gestão nas

    empresas alemãs, o modelo escandinavo de participação dos empregados cuja

    experiência mais conhecida é da empresa sueca Volvo, na localidade de

    Kalmar, o modelo francês (Comité d’Enterprise), o inglês (Labor Management

    Joint Comittee) e, principalmente, o modelo participativo japonês, que é

    reconhecido como responsável pela recuperação da sua economia no pós-

    guerra e pela indiscutível posição de importância e de eficiência que a

    economia japonesa ocupa no cenário mundial. Poderiam ser mencionadas

    também as experiências das empresas auto-geridas na Iugoslávia e dos

    kibutzim em Israel.

    Nos Estados Unidos, com enorme e reconhecida influência no Brasil,

    nos modelos de gestão adotados a partir da década de 1970, foi também

    desenvolvido um movimento progressivo e crescente chamado Qualidade de

    Vida no Trabalho (Quality of Work Life), no âmbito das grandes empresas,

    cujos principais objetivos são os seguintes, nas palavras de Irving Bluestone,

    vice-presidente da UAW-Union Auto Workers, entidade sindical que congrega

    milhões de empregados ligados à indústria automobilística:

  • (…) os trabalhadores devem se sentir não como acessórios dos seus equipamentos de trabalho, mas sentir que sua criatividade tem significativa importância nos processos de produção como um todo; aos trabalhadores deve ser assegurado que sua participação nas decisões não afetará sua segurança no trabalho ou dos seus colegas; os cargos deverão ser ajustados ao trabalhador. O sistema atual obriga o trabalhador a se ajustar ao cargo segundo a teoria de que o mais eficiente sistema de produção é aquele em que a única razão do operário trabalhar seria pelos resultados econômicos a serem atingidos; aos trabalhadores devem ser asseguradas ampla possibilidade de auto-controle, responsabilidade de usar seus cérebros. Se nós nos sentirmos usados e manipulados por causa disso, nós nos rebelaremos contra isso; mudanças no conteúdo dos cargos, incremento de responsabilidade e envolvimento em decisões devem ser acompanhados de pagamentos adicionais; os trabalhadores devem vislumbrar oportunidades de crescimento e de promoção nos trabalhos que executam; o papel dos trabalhadores nos negócios deve capacitá-los a participar dos produtos e serviços produzidos e de uma maneira mais ampla, deve capacitá-los à participação construtiva do seu papel na sociedade.

    Lyn Willians, outro importante líder sindical americano, presidente do

    Sindicato dos Empregados nas Empresas Siderúrgicas (USW-Union Steel

    Workers of América), afirma: “(...) o nosso objetivo fundamental é dar expansão

    à engenhosidade, criatividade e senso de responsabilidade de cada

    empregado de um extremo a outro da escala hierárquica”.

    Peters, em paralelo a esse movimento e em duas obras oriundas de

    pesquisas específicas sobre produtividade das empresas americanas,

    propugna também sobre a necessidade de mudanças no modelo de gestão. O

    debacle da produtividade das empresas pode ser visualizado pelos seguintes

    indicadores: A produtividade média nos negócios cresceu 3% ao ano, de 1950 a 1956. De 1965 a 1973, a taxa foi de 2% e, de 1973 a 1992 não chegou a 1%. A produtividade da manufatura está ainda pior, ela cresceu 2,5% ao ano de 1950 a 1985, enquanto a do Japão cresceu 8,4%, a da Alemanha e Itália 5,5%, a da França 5,3%, a do Canadá 3,5% e da Inglaterra, 3,1%. O Produto Nacional Bruto (PNB) per capita ficou abaixo do Japão em 1986 e está atrás do de nações européias como Alemanha Ocidental, Suíça, Suécia e Dinamarca.

    O salário médio do homem branco de 25 a 34 anos caiu 26% de 1973 a 1983 em moeda constante e, para os de idade de 35 a 44 anos, caiu 14%. Estima-se que 30 milhões de pessoas foram deslocadas pela reestruturação da manufatura, durante a última década e as 500 da Revista Fortune eliminaram 2,8 milhões de empregos, fazendo com que gigantes inquestionáveis quanto ao modelo de administração do tipo IBM, General Motors, Du Pont e outros passassem por traumas.

    Ferguson, em outra pesquisa no início da década de 1980, procura

    levantar as grandes tendências da sociedade americana nesse final de século,

  • verifica uma orientação definida de descentralização do poder nas companhias

    americanas e constata que de forma crescente os teóricos da administração

    profissional estão optando pela adoção de estruturas flexíveis, de disposições

    que se adaptem às necessidades humanas e que dêem vazão à potencialidade

    latente. A autora, ao longo do seu trabalho, à semelhança de Peters, conclui

    que essa tendência decorre de um crescimento menor da produtividade

    americana em relação aos demais países concorrentes. A produtividade por

    homem/hora de trabalho nos Estados Unidos cresceu apenas 21% entre 1970

    e 1977, em comparação com 41% na Alemanha Ocidental, 42% na França,

    41% no Japão e 38% na Itália.

    Storch, ao pesquisar o fenômeno da participação nos Estados Unidos,

    considera como propulsores do interesse pelo tema da participação dos

    trabalhadores os seguintes aspectos: (…) os obstáculos erguidos ao aumento da produtividade pelo padrão adversarial de relações industriais, que se tornou típico naquele país e, em particular, pela rigidez e inflexibilidade das definições de cargos (que muitos de nossos empresários e executivos ainda admiram, a se julgar pela obsessão com descrições de cargos e manuais de procedimentos); a necessidade das empresas buscarem soluções para as manifestações de alienação dos trabalhadores, tais como absenteísmo, sabotagens, greves selvagens etc. Essa necessidade torna-se imperativa nos países em que a contratação coletiva do trabalho diminui a flexibilidade das empresas em demitir ou realocar os trabalhadores; a escalada nas exigências de trabalhadores dos setores industriais mais avançados, visando a tarefas mais significativas, à medida que suas necessidades básicas de subsistência passavam a ser atendidas; a velocidade das mudanças tecnológicas, que leva os administradores a atribuírem maior prioridade à capacidade de adaptação às mudanças do que à eficiência operacional. Nas empresas mais dinâmicas desenvolveu-se a compreensão de que as características organizacionais necessárias à adaptabilidade estavam muito mais no grau de interação entre os trabalhadores, do que nas estruturas hierárquicas rígidas, que se haviam mostrado adequadas para operar com eficiência os processos tecnologicamente estáveis.

    A partir dos aspectos notificados acima, fica evidente a emergência de

    modelos flexíveis de gestão em todos os países industrializados, sendo

    inquestionável a tendência do crescimento da ênfase participativa nos

    processos de produção e administração nas empresas desses países e, por

    conseqüência, nas suas subsidiárias situadas no exterior.

    Daí a relevância do estudo desse tema no contexto do atual estágio da

    administração brasileira, pois a participação já é uma realidade no Brasil, seja

    por modismo dos nossos empresários, em virtude das influências que o país

  • sofre como economia periférica e sociedade industrial emergente e, portanto,

    dependente dos grandes centros irradiadores de novas tecnologias, seja até

    por orientação das matrizes das empresas multinacionais para as filiais que

    aqui operam.

    Nesse sentido, o fato é que centenas de empresas, dos mais diferentes

    perfis, afirmam praticar a dita administração participativa, o que por si só, tendo

    em vista a realidade brasileira, evidencia a necessidade de investigações

    específicas sobre o tema.

    O termo participação no contexto da Sociologia e da Psicologia vem

    exercendo influência acentuada nos últimos anos e tudo indica tratar-se de um

    movimento persistente e de longo alcance. Esse termo vem sendo utilizado

    para referir-se a uma variedade de situações vivenciadas por diferentes

    autores.

    Cordova justifica a imposição do termo participação sobre outros (do tipo

    democracia industrial; controle operário; participação popular entre outros), por

    tratar-se de um vocábulo ideologicamente neutro, que pode ser utilizado

    independentemente do sistema econômico em vigor.

    Nesse sentido, diz ele: Efetivamente sempre haverá um governo que regule certos aspectos da problemática sócio-trabalhista, sempre haverá uma administração empresarial que se ocupe de coordenar o processo de produção de bens e serviços e sempre haverá uma margem para que empregados e empregadores, no primeiro caso, e os trabalhadores no segundo, participem dessas responsabilidades.

    A teoria da administração participativa e sua metodologia de aplicação

    tem sido motivo de preocupação para muitos teóricos organizacionais nos

    Estados Unidos durante as últimas décadas.

    Muito embora esses teóricos estejam de acordo com os conceitos

    básicos da necessidade de envolvimento das pessoas no processo de

    planejamento e decisório das empresas, existe por outro lado uma enorme

    discrepância entre as estratégias para implementação da participação e das

    mudanças necessárias no sistema tradicional de gestão das empresas para

    que a sua implementação tenha sucesso.

    Levitt identifica o movimento da administração participativa como uma

    antítese do aumento do trabalho programado e do controle hierárquico

    tradicional na história do desenvolvimento industrial da sociedade americana,

  • ressaltando que as organizações mais produtivas e eficientes são aquelas que

    simultaneamente tendem a buscar a satisfação geral dos empregados no

    trabalho que executam.

    Likert, umas das figuras mais proeminentes do movimento da

    administração participativa, desenvolveu uma exaustiva pesquisa que ficou

    conhecida na literatura acadêmica como o “O caso Weldon-Harwood”. Sua

    pesquisa comparava a evolução dos resultados e dos modelos de

    administração de duas empresas, uma com um sistema administrativo do tipo

    participativo e outra com um sistema do tipo autocrático-rígido.

    Esta última foi adquirida pela primeira. Ao longo desse estudo clássico,

    ele conclui que os objetivos de uma organização podem ser atingidos a partir

    do comprometimento das pessoas com esses objetivos e é possível mudar um

    sistema administrativo autocrático para um sistema participativo, com a

    introdução de variáveis nos processos de liderança, de decisão e de

    comunicação das empresas.

    Quanto à liderança, Tannembaum adota o ponto de vista de que a

    administração participativa só funciona com a presença da hierarquia e não

    sem ela. Em seu trabalho ele sugere que em um sistema participativo é

    essencial que a participação ocorra em todos os níveis hierárquicos da

    organização.

    As teorias X e Y de Mcgregor consideram que os aspectos de liderança,

    decisão e comunicação também são essencialmente compatíveis com as

    observações de Likert, sendo que sua teoria Y pode ser entendida como uma

    ampliação da Teoria de Maslow sobre a hierarquia das necessidades aplicadas

    aos objetivos organizacionais.

    Katz e Kahn também entendem que o envolvimento do indivíduo em um

    sistema, de modo que este considere as metas organizacionais como seus

    próprios objetivos pessoais, resulta em uma variedade de condutas que apóiam

    a missão da organização de obter maior produtividade. O indivíduo vê a

    organização como sua própria criação, ao participar das decisões e de suas

    recompensas, de modo que a organização se torna parte dele e ele parte dela.

    Storch afirma que: (…) há casos em que os trabalhadores participam em níveis superiores aos limites da própria empresa, em holdings que controlam várias empresas; isso ocorre no caso das companhias de

  • propriedade da Federação Sindical Israelense, a Histradrut, em cuja holding o Conselho de Administração é composto por trabalhadores. A participação a níveis tão altos da organização é, em geral, restrita a questões de política do complexo empresarial, podendo inexistir mecanismos para a participação soció-técnica em níveis inferiores. Não há, portanto, qualquer relação definitiva entre o nível organizacional em que se dá a participação e a amplitude do seu escopo.

    Essa taxionomia proposta por Storch serve também para mostrar as

    fases da evolução de um processo participativo. O próprio autor ressalta

    também que essas fases podem ser analisadas e/ou interpretadas como se

    fossem interdependentes entre si.

    3. ASPECTOS PSICOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

    O objetivo deste tópico consiste em estabelecer a importância das

    teorias sociológicas e psicológicas para a administração de empresas, na

    medida em que fornecem um modelo de motivação/satisfação de necessidades

    do ser humano na organização, bem como as relações de poder nas

    organizações.

    A finalidade de uma empresa capitalista, apesar de algumas teorias

    inovadoras afirmarem o contrário, é obter lucro. O lucro permite aumentar seu

    patrimônio e gerar riqueza para si, para seus acionistas, colaboradores e

    nação. Desta forma é que sempre houve, e continuará havendo, uma grande

    preocupação dos empresários em estarem constantemente buscando meios de

    alavancar lucros, por meio de maior eficiência nos sistemas internos, nos

    controles e processos organizacionais.

    As teorias financeiras, produtivas, tecnológicas, econômicas, jurídicas,

    mercadológicas etc. são as ferramentas dos administradores nesta busca

    constante, porém não são as únicas. Conforme mencionado na introdução, em

    anos recentes, com o aumento gradativo da competição estimulada pela

    globalização da economia mundial, novas ferramentas e filosofias estão

    surgindo. A empresa moderna, que sobrevive e se diferencia das demais, é

    aquela que sabidamente possui a vantagem competitiva perante as outras.

    O termo acima, apesar de soar como mais um dos muitos modismos

    existentes nas teorias administrativas, traduz uma necessidade almejada desde

    os tempos da Revolução Industrial.

  • Reportando-se ao surgimento do próprio estudo da administração,

    observa-se que a necessidade econômica teve grande parcela de

    responsabilidade. A Revolução Industrial trouxe um problema intrínseco que

    era o de estabelecer certa organização no “caos” industrial inerente aos

    processos produtivos da época. Iniciaram-se estudos e análises a fim de

    fornecer esquemas melhores de produção. Tentavam-se estabelecer os

    princípios que deveriam nortear as empresas emergentes daquela evolução.

    Este foi, sem dúvida alguma, o grande papel desempenhado pelos primeiros

    estudiosos da administração clássica.

    Com o decorrer do tempo e a evolução dos processos produtivos, as

    empresas não podiam parar nos níveis alcançados. A livre concorrência,

    principalmente dos mercados europeus e norte-americanos, era a “mola

    propulsora” da ciência. Como incrementar ainda mais o processo? De que

    forma ser mais eficiente e produzir mais?

    Novamente a necessidade produzia novas teorias e estudos acerca das

    empresas. A administração evoluiu com a própria concorrência mundial. Neste

    aspecto, diversos cientistas/estudiosos começaram a compreender as

    organizações como algo além de recursos produtivos e humanos agrupados

    com a finalidade de produzir bens.

    Existia na empresa o elemento humano, até então visto apenas no

    mesmo nível de outra engrenagem qualquer da cadeia produtiva. Com a

    evolução das ciências sociais, dentre elas especialmente a psicologia e a

    sociologia, novos conceitos administrativos relacionando o ser humano com

    produção passaram a ser debatidos. Em especial, as teorias que envolvem a

    motivação merecem uma análise mais detalhada, já que este estudo propõe

    focalizar o problema do efeito da administração participativa sobre o lucro –

    aspecto abordado no tópico anterior, através das experiências de Likert. Como

    poderá ser constatada mais adiante, a conceituação teórica do termo

    “administração participativa” carrega em si fatores que regem a motivação do

    ser humano. A motivação constitui, juntamente com aspectos do “poder”,

    talvez, uma das peças centrais de estudo dos autores humanistas.

    Segundo Chiavenato: É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo geral, motivo é tudo

  • aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento específico.

    Esse impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) e pode ser também gerado internamente, nos processos mentais do indivíduo.

    A palavra estímulo deriva-se do verbo estimular, que de acordo com o

    dicionário Aurélio tem o seguinte significado: “v.t. Incitar; instigar; excitar; ativar;

    encorajar; animar; aviar...”

    Aquilo ou aquele que é estimulado é aviado, instigado, encorajado

    (usando algumas das definições acima) a realizar algo, ou seja, é levado a

    abandonar um estado anterior, imóvel ou constante numa certa direção, e a

    realizar outra atividade, ou a mesma atividade, de outro modo.

    O estímulo não advém de geração espontânea, como se não possuísse

    uma origem. O estímulo é fruto de um agente, sobre um receptor (do estímulo)

    que reage, passando a ser o reagente. Neste sentido, o ser humano recebe um

    estímulo e reage a ele, provocando uma alteração de estado.

    O modelo participativo de administração na Mangels começou no início

    dos anos 70.

    Nessa época, os acionistas perceberam que o crescimento da empresa

    nos negócios atuais e a expansão em negócios correlatos somente seriam

    auto-sustentados se houvesse uma mudança no estilo da administração

    empresarial. Naquele período, os acionistas caracterizavam esse estilo como

    paternalista e centralizador.

    Até fins dos anos 60, o comando da empresa concentrava-se no

    fundador da empresa (o pai dos acionistas majoritários), que moldou a cultura

    da empresa com sua personalidade por mais de 40 anos e no início dos anos

    70 já tinha passado o comando das operações para os filhos mais envolvidos

    no negócio.

    Com a ajuda de um consultor externo, desencadeou-se um processo

    planejado de mudança da organização, tendo início com a definição do que foi

    chamado internamente de Missão e Filosofia da Empresa, incluindo todo o

    corpo gerencial da empresa na época (1973/1974).

    Em entrevista com o gerente da área de recursos humanos, detectou-se

    que a empresa possui e/ou promove os seguintes programas de administração

    participativa:

  • a) Círculos de Controle de Qualidade (CCQ) – programa aplicado

    desde 1982 consiste na formação de grupos de operários ligados à

    produção que se reúnem durante o horário do expediente de

    trabalho, em local e horário predeterminado, tendo por objetivo a

    discussão de problemas operacionais ligados às respectivas áreas

    de atuação.

    b) Planejamento Estratégico Participativo – programa que visa o

    envolvimento de todos os ocupantes da estrutura organizacional nos

    objetivos e metas da empresa. O processo é iniciado com uma

    reunião anual da cúpula da empresa (primeiro e segundo níveis da

    estrutura organizacional básica) e tem seqüência através da

    realização de reuniões, incluindo os demais níveis da estrutura

    organizacional (até o quarto nível). O resultado esperado dessas

    reuniões é a definição de objetivos, metas e planos para os

    respectivos níveis organizacionais: por diretoria, por departamento,

    por seção. São realizadas reuniões trimestrais para avaliação e

    controle dos objetivos e metas concebidos em cada nível

    organizacional. O programa vem sendo desenvolvido desde 1976.

    c) Programa de Desenvolvimento Organizacional (DO) – refere-se ao

    programa de treinamento da empresa para os níveis operacionais,

    administrativos e executivos. O conteúdo básico desse programa

    compreende metodologia de trabalho em grupo, comunicação,

    planejamento estratégico, CCQ, delegação e reciclagem da missão

    e da filosofia da empresa. Segundo informações do gerente de RH,

    80% dos funcionários da empresa, independentemente do nível

    hierárquico, já passaram por esses programas de treinamento. A

    primeira aplicação desse programa foi feita em 1974.

    d) Sistema de Participação nos Lucros – a empresa proporciona aos

    seus colaboradores de todos os níveis, participação nos lucros,

    segundo os resultados da empresa, conforme segue:

    • Gratificação Coletiva – Programa “Somos todos Sócios”,

    recompensa todos os colaboradores, de acordo com os

    resultados atingidos por cada divisão;

  • • Gratificação Individual por Desempenho – valoriza o desempenho

    dos executivos da empresa; e

    • Prêmio Excelência Profissional – Reconhece projetos e

    comportamentos de excelência profissional.

    • A primeira aplicação desse programa foi concluída em 1994.

    4. OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO

    4.1. Administração Japonesa

    Certamente um dos países que mais tem suscitado curiosidade e

    provocado estudos sobre a sua situação nos últimos anos é o Japão. A força

    da sua economia, hoje a segunda do mundo; a sua cultura milenar que convive

    ao lado da sofisticação tecnológica, esta em grande parte desenvolvida pelo

    próprio esforço de pesquisa e inovação das empresas japonesas; e, também, o

    sucesso das indústrias japonesas, que se tornaram competitivas em vários

    setores de atividade, sobretudo nos segmentos de automóveis, produtos

    eletrônicos, material fotográfico, entre outros.

    No entanto, antes de estudar a administração japonesa, é importante

    compreender a base cultural milenar do povo japonês, que foi o principal fator

    que possibilitou o surgimento e sustentação das várias práticas da

    administração japonesa, bem como a evolução histórica e cultural que

    antecede a origem deste modelo. Ao longo desta evolução, três valores

    principais foram se consolidando na cultura japonesa.

    Assim, o conceito de "pátria" está ligado ao nacionalismo fervoroso do

    povo japonês: cada cidadão é parte de um povo, de uma nação. A sua vida só

    tem razão de ser quando está ligado aos destinos da pátria. Exemplos deste

    valor cultural são os guerreiros samurais, que defendiam os senhores feudais

    (portanto, era a defesa do clã a que se pertencia); os "kamikazes", jovens

    pilotos de aviões de combate, na II Guerra Mundial, cuja missão era atirar o

    avião contra o alvo inimigo.

    O conceito de "família" é decorrente do primeiro valor: a pátria só será

    permanente através da família.

    O conceito é milenar e atravessa toda a história do povo japonês através

    dos "clãs", que eram a base da pátria. Na família japonesa, cada pessoa tem

  • um papel determinado e há expectativa, por parte de outros familiares e da

    própria sociedade, que cada um cumpra seu papel.

    O terceiro valor cultural - o trabalho - é aquele que liga os dois primeiros

    valores - pátria e família - dando base ao modelo gerencial japonês. Se a

    família é que vai garantir a perenidade da pátria, o trabalho é o que sustentará

    economicamente a família. E na economia industrial, da qual o Japão sempre

    foi um dos países mais destacados (desde o início da Era Meiji), o trabalho

    passou a ser exercido predominantemente nas empresas. Daí, trabalho e

    empresa passam a fazer parte do mesmo valor cultural. Ao ter sua economia

    destruída ao final da II Guerra Mundial, com grande parte do seu parque

    industrial em ruínas e a sua produção industrial reduzida a um sétimo do nível

    obtido em 1941, o país enfrentava o seu maior desafio: reconstruir a nação.

    Assim, a partir dos três valores culturais analisados - pátria, família e

    trabalho/empresa - o Japão passa a reconstruir a sua economia, centralizando

    tais esforços junto às empresas. Após sete anos de intervenção norte-

    americana, o Japão volta a conduzir o seu próprio destino, com a assinatura do

    Tratado de Paz e o Tratado de Segurança Mútua, ambos com os Estados

    Unidos, em 1952.

    Como os produtos japoneses não tinham boa qualidade, os americanos

    decidem trazer um especialista em estatística do Departamento de

    Recenseamento dos Estados Unidos - E.Edwards DEMING - até então um

    desconhecido, pelos próprios americanos, no campo da gestão empresarial.

    A partir daquele momento, a gestão japonesa começava a dar seus

    primeiros passos - e a mudar a própria Teoria da Administração. O próprio

    DEMING (1990, p. 353) relata sua participação pessoal neste momento

    importante da história da gestão japonesa:

    O mundo inteiro conhece muito bem o milagre do Japão e sabe que este

    milagre começou com um choque em 1950. Antes disso, a qualidade dos bens

    de consumo japoneses tinha granjeado, no mundo todo, uma fama negativa, de

    produtos mal feitos e baratos. (...) Subitamente, a qualidade e a confiabilidade

    dos produtos japoneses deram um salto e, em 1954, tinham ganho mercados

    no mundo inteiro. Tinha começado a nova era econômica. O que ocorrera?

    A resposta é que a direção convenceu-se de que a qualidade era vital

    para a exportação e que eles poderiam empreender a mudança. Aprenderam,

  • em seguidas conferências, alguma coisa sobre suas responsabilidades pela

    consecução deste objetivo e que teriam que assumir a liderança para este fim.

    A administração e os operários das fábricas somaram seus esforços

    para conseguir qualidade e criar empregos.

    A partir de então, as empresas japonesas começam a praticar um

    conjunto de idéias inovadoras de gestão que passarão a revolucionar o modo

    de administrar uma empresa. As principais práticas são:

    a) Qualidade Total (Total Quality Control) sobre o processo de

    produção (ao invés de focar a qualidade no produto), visando

    satisfazer a expectativa do cliente;

    b) Círculos de Controle de Qualidade (CQC): grupos informais de

    trabalhadores que espontaneamente passam a buscar soluções

    criativas para os problemas da área ou da empresa;

    c) Método "Ringi" de Decisão: trata-se da decisão consensual, obtida

    através do comprometimento individual com o resultado ou meta

    decidida pelo grupo.

    d) Just-in-Time: integração da empresa com seus fornecedores,

    permitindo a eliminação de estoques com o suprimento atendido no

    momento da utilização dos componentes na produção;

    e) Kanban: sistema de programação e controle de produção que visa

    "enxugar" atividades-meio que não agregam valor ao cliente

    (supervisão, controles administrativos e outros). A produção é auto-

    gerenciada através de cartões ou painéis, permitindo o

    encadeamento de todas as atividades do processo, "puxando" a

    produção;

    f) Kaizen: filosofia da melhoria contínua, que objetiva sustentar e

    garantir a qualidade através de pequenas melhorias no processo;

    g) Manufatura Flexível: sistema de produção que permite a fabricação

    simultânea de vários modelos e especificações de produtos,

    atendendo demandas individualizadas dos nichos de mercado;

    h) Keiretsu: sistema empresarial caracterizado pela atuação em redes

    verticais e horizontais de parceria, integrando todos os fornecedores

    da cadeia produtiva através da subcontratação industrial;

  • A partir deste conjunto de práticas gerenciais, as empresas japonesas já

    desenvolviam características peculiares diferentes das empresas ocidentais.

    OUCHI (1985, p. 59), depois de estudar durante vários anos as

    empresas japonesas e as empresas americanas, estabelece uma comparação

    entre os dois tipos de empresa e percebe que as características gerenciais são

    quase sempre oponentes. É claro, alerta o autor, que tais características são

    genéricas, não estando necessariamente todas presentes simultaneamente na

    mesma empresa ou que todas as empresas se enquadram naquela tipologia,

    que está apresentada sinteticamente no Quadro 1.

    Quadro 1 - CARACTERÍSTICAS GERENCIAIS DAS EMPRESAS

    JAPONESAS E AMERICANAS Fonte: OUCHI,1985.

    Certamente outras características poderão ser comparadas entre as

    empresas japonesas e americanas, além destas analisadas por Ouchi. No

    entanto, estas já são suficientes para demonstrar as razões que levaram ao

    sucesso da empresa japonesa, sobretudo a partir dos anos 70, e às crescentes

    dificuldades da empresa americana para competir naquele mesmo período.

    Esta situação levou a empresa americana (e também as demais

    empresas ocidentais) a reagirem a partir do final da década de 70 e início da

    década de 80: tal reação se manifestava pela busca de novos mecanismos de

    gestão, constatado que aqueles até então praticados estavam exaurindo sua

    possibilidade de manter aquelas empresas competitivas. Começam a emergir a

    gestão participativa e a gestão empreendedora, que serão analisadas a seguir.

    4.2. Administração Participativa (Sociocracia)

    O termo sociocracia foi usado pela primeira vez pelo sociólogo-filósofo

    Auguste Comte, aperfeiçoado por Kees Boeke, por Gerard Endenburg e mais

    amplamente difundido com a criação do “Sociocratisch Centrum”, fundado no

    final da década de 70, com o objetivo de pesquisar, sistematizar, divulgar e

    implantar a Sociocracia.

  • Garante que o poder de decisão seja compartilhado com parceiros e

    colaboradores (diferente de ser entregue a eles), de forma que a influência do

    proprietário se mantém, enquanto para parceiros e colaboradores a

    participação não é apenas “concedida”, mas se torna uma verdadeira co-

    gestão.

    O modelo sociocrático é simples e resume a apenas 4 regras básicas. A

    primeira regra chamada estrutura em círculos define onde e sobre o que a

    tomada de decisões é participativa. Além da estrutura funcional existente se

    cria uma estrutura em círculos. A segunda regra é a dupla conexão entre os

    círculos, e assegura que as decisões nos círculos sejam tomadas de forma

    participativa com representantes do nível imediatamente inferior. A terceira

    regra diz respeito ao princípio do consentimento, e assegura que todos

    participem em igualdade numa decisão e que o critério básico seja o

    argumento. A quarta regra básica é uma aplicação da tomada de decisão

    participativa no caso de eleição de pessoas. Pessoas são eleitas com base em

    argumento, após discussão aberta e por consentimento.

    Diferente da administração japonesa, a administração participativa não

    tem uma origem histórica definida, seu arcabouço conceitual é disperso (no

    tempo e no espaço) e são raras as empresas que colocam em prática a

    filosofia participativa de gestão, daí a dificuldade de identificar e analisar tais

    práticas.

    Na realidade, ao se denominar "administração participativa" uma das

    linhas de pensamento que constituem os novos modelos de gestão, a intenção

    não era colocá-lo ao mesmo nível dos demais. Na realidade, a participação é

    muito mais um estilo de gestão do que um conjunto de práticas e mecanismos

    de gestão. Neste sentido, a sua análise se voltou mais para as formas como se

    operacionaliza o estilo participativo de gestão. Segundo MARANALDO (1989,

    p. 60), “Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas,

    condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e

    incentivam a participação de todos no processo de administrar os três recursos

    gerenciais (Capital, Informação e Recursos Humanos), obtendo, através dessa

    participação, o total comprometimento com os resultados, medidos como

    eficiência, eficácia e qualidade”.

  • Seguindo este conceito, antes de implantar um processo participativo

    numa empresa, é necessário harmonizar três aspectos:

    a) Seus sistemas (produção, comercialização, recursos humanos,

    administração e finanças, entre outros): se há conflitos de estilos

    diferentes de gestão entre estes sistemas, é difícil implantar a gestão

    participativa numa empresa;

    b) Condições organizacionais: é preciso flexibilizar a estrutura

    organizacional, com menor número de níveis hierárquicos e normas

    mais adaptáveis;

    c) Comportamentos gerenciais: certamente é o mais importante dos

    três, pois os gerentes serão os principais mobilizadores das pessoas

    para o processo participativo.

    A segunda parte do conceito aborda outro aspecto importante: indica os

    dois pilares que sustentam a gestão participativa, ou seja, a "participação de

    todos" e o "comprometimento total com os resultados".

    “Participação de todos” significa que, a princípio, nenhuma pessoa, em

    qualquer nível hierárquico, deve ser excluída do processo participativo. No

    entanto, isto implica num grande risco para a empresa; a gestão participativa

    pode transformar a empresa numa "assembléia geral permanente", ou seja,

    resvalar a participação para o "assembleísmo" ou "democratismo". Daí, a

    importância do segundo pilar que vai sustentar a gestão participativa, analisado

    a seguir. “Comprometimento total com os resultados” garante que cada pessoa

    está consciente da sua responsabilidade individual com os resultados a serem

    perseguidos pela equipe ou pela empresa. Este comprometimento é uma das

    características mais importantes da administração participativa, pois disciplina

    a atuação individual de cada pessoa, evitando o risco de pender para o

    "assembleísmo".

    Neste sentido, é imprescindível que a empresa, antes de implantar a

    gestão participativa, defina claramente os objetivos ou resultados a serem

    alcançados, entre os quais, melhoria da qualidade, maior produtividade,

    melhoria do clima de trabalho, enriquecimento das funções e flexibilidade na

    utilização de recursos.

    Os objetivos definidos para serem alcançados, através da administração

    participativa, vão definir o melhor formato organizacional para implantar o

  • processo. Por exemplo, se o objetivo é melhorar a qualidade dos produtos e/ou

    serviços, a forma organizacional será Círculos de Controle de Qualidade ou,

    mais modernamente, Times de Qualidade ou Grupos de Melhoria Contínua; se

    o objetivo é melhorar o clima de trabalho, certamente o melhor formato será de

    célula de produção ou grupo semi-autônomo.

    Para implantar a gestão participativa, algumas condições devem ser

    obedecidas:

    a) Quanto ao uso do poder:

    • deve-se ter consciência prévia de que haverá perda parcial do

    poder nos níveis superiores. Assim, os dirigentes delegam para

    os gerentes algumas atividades e decisões que antes se

    concentravam neles; idem dos gerentes para a equipe, de forma

    que há uma diluição do poder na empresa, envolvendo mais

    intensamente os colaboradores, o que viabiliza a redução de

    níveis hierárquicos e possibilita a maior horizontalização da

    empresa.

    • deve-se delegar efetivamente a autoridade à equipe para tomar

    decisões: a responsabilidade formal permanece com quem

    delegou.

    • deve-se negociar as decisões a serem delegadas por área de

    competência, ou seja, a equipe ou as pessoas que receberam

    delegação de autoridade devem agir dentro de uma área limitada

    de competência, para evitar "invasão" sobre outras áreas.

    • deve haver uma predisposição para autonomizar gradualmente os

    grupos: gestão participativa não se implanta com a delegação

    imediata de 100% de uma decisão: sempre é possível graduar.

    Por exemplo, se a delegação para a equipe é de gerenciamento

    dos recursos de treinamento, inicialmente deve-se estabelecer um

    percentual dos recursos a serem gerenciados; com a avaliação do

    processo, caso os resultados sejam atingidos, aquele percentual

    poderá gradualmente ir aumentando, até o limite máximo possível

    ou até o nível adequado ao tipo de decisão.

    b) antes de implantar a gestão participativa, os dirigentes, gerentes e

    colaboradores devem estar conscientes de que o processo é

  • irreversível, ou seja, não tem retorno; caso contrário, poderá provocar

    grandes frustrações aos empregados, que desacreditarão por muito

    tempo em qualquer esforço participativo.

    Uma vez implantada a gestão participativa, um dos resultados que

    provavelmente a empresa conseguirá será a mudança na sua relação com os

    empregados: de uma relação empregatícia, passará a ser uma relação de

    parceria.

    4.3. Administração Empreendedora

    A competitividade crescente das empresas japonesas, sobretudo a partir

    dos anos 70, obrigou as empresas americanas (e mais tarde as européias) a

    uma atitude de reação. A princípio, as empresas americanas não acreditavam

    que o sucesso das empresas japonesas se manteria por muito tempo: viam

    ainda as empresas japonesas apenas como copiadoras de idéias e de

    tecnologias, que seriam, no máximo, aprimoradas. Esta miopia das empresas

    americanas custou-lhes caro, mas trouxe também lições.

    Assim, a partir do início dos anos 80, as empresas americanas já haviam

    compreendido que o que as empresas japonesas tinham realizado, de fato, era

    uma "revolução gerencial". O livro de OUCHI (1985) ajudou a criar a nova visão

    de que as empresas americanas estavam fora da competitividade (e não

    sobreviveriam) devido ao seu modelo de administração tradicional. O esforço

    para mudar tal situação levou ao desenvolvimento do "modelo" de

    administração empreendedora, cujas origens e principais características são:

    a) Unidades Independentes de Negócios: trata-se de transformar

    departamentos e divisões em "pequenas empresas" internas à

    organização, com autonomia operacional e mercadológica (a gestão

    financeira continua centralizada para otimizar os recursos das várias

    unidades autônomas).

    b) Equipes Empreendedoras: grupo de pessoas, liderado por um

    gerente de estilo empreendedor com o objetivo de buscar

    oportunidades e desenvolver novos negócios para a empresa.

    c) "Intrapreneur": segundo PINCHOT III (1989, p. 9), é o "sonhador que

    faz"; é o funcionário que, a despeito da sua vinculação empregatícia,

  • se comporta como se fosse um "empresário", buscando inovação e

    resultados (visão do cliente).

    d) Alianças e parcerias: para atingir o nível de competitividade, as

    empresas de estilo empreendedor de gestão passam a compartilhar

    com outras empresas investimentos em lançamento de novos

    produtos e serviços; pesquisa e desenvolvimento tecnológico;

    abertura de novos mercados e formação de redes empresariais.

    e) Participação nos resultados ("gain sharing"): recompensa dos

    empregados ou das equipes em decorrência dos resultados globais

    (da empresa) ou da unidade de negócio.

    f) Alternativas de carreira: estímulo à carreira empreendedora, através

    de carreira em "Y" ou participação societária.

    O modelo empreendedor de gestão não é o único a desenvolver

    instrumentos e práticas que estimulam a criatividade e a inovação na empresa;

    ao mesmo tempo, ele não exige exclusividade quanto à abordagem ou estilo de

    gestão. Dada a sua flexibilidade, facilmente se acopla ou complementa a outras

    novas abordagens da administração (modelo participativo ou holístico, por

    exemplo).

    No entanto, o modelo empreendedor exige alguns cuidados na sua

    implantação. Por exemplo, a experiência em algumas grandes empresas

    americanas evidenciou que a abordagem do "intrapreneur" (PINCHOT III,

    1989), atuando isoladamente, não é a mais adequada; deve-se incentivar a

    inovação, assim, através de equipes empreendedoras. Para tanto, desenvolver

    lideranças e implantar políticas transparentes de Recursos Humanos, visando

    estimular a inovação e recompensá-la, são condições fundamentais para o

    êxito do modelo.

    De outro lado, a empresa que desenvolve esforços na direção deste

    modelo deve aprender a conviver com pessoas empreendedoras; estas

    procuram permanentemente sua auto-realização pessoal e profissional, o que

    nem sempre está ligado à motivação financeira, sendo pessoas que

    desenvolvem acentuadamente o espírito de independência e senso se

    propriedade (no sentido da responsabilidade individual pelos resultados).

    Neste sentido, as equipes e pessoas empreendedoras devem ser

    acomodadas em áreas ou unidades de negócio com certo nível de autonomia

  • funcional, sendo acompanhadas mais pelos resultados (eficácia) do que pelo

    controle dos recursos utilizados (eficiência). Portanto, a prática do

    "Empowerment" (energização de equipe) é fundamental para implementar este

    modelo, permitindo delegar para quem atende o cliente, nos níveis

    operacionais, a autoridade da decisão em relação às demandas do cliente.

    Assim, a empresa precisa aprender a conviver com o risco das

    inovações: a cultura empreendedora exige tolerância a eventuais fracassos de

    novas idéias, pois, segundo uma pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos,

    citada por DEGEN (1989), apenas duas de cada dez idéias inovadoras

    implantadas são bem sucedidas. Em outras palavras, a empresa precisaria

    aprender a lição durante oito vezes (fracasso) para colher os resultados

    positivos que compensam todos os erros.

    Outro aspecto é de que o modelo empreendedor, seja através de idéias

    pessoais ("intrapreneurs") ou de equipes empreendedoras, quebra a estrutura

    organizacional e "confunde" os conceitos de autoridade e de responsabilidade:

    é preciso desenvolver uma nova cultura organizacional que absorva estas

    novas práticas de gestão. A independência das equipes ou a ênfase sobre os

    resultados individuais podem destruir os valores organizacionais, se a empresa

    não estiver devidamente preparada para implantar e conviver com este modelo.

    4.4. Administração Holística

    Nas últimas décadas, ressurgiu dentro das ciências o chamado

    "movimento holístico". De origem grega, a palavra hólos = todo, vem

    crescentemente penetrando nas abordagens cada vez mais complexas de

    todos os ramos do conhecimento humano. A questão parece ser facilmente

    explicável; as ciências, de forma geral, foram construídas com base em

    paradigmas mecanicistas, suportados numa visão cartesiana-newtoniana do

    mundo: todos os fenômenos eram possíveis de serem divididos em partes e

    cada uma destas seria estudada profundamente, constituindo um ramo

    específico do saber humano; assim foi com a química e seus elementos

    individualizados; com a física e sua estrutura orientada para as partes do

    material; com a medicina, que "retalhou" o organismo humano, perdendo a

    visão do sistema biológico que comanda a vida humana; e, na administração, o

  • mesmo processo ocorreu, a partir da visão da "administração científica" de

    Taylor e Fayol, reduzindo o trabalho humano ao nível da visão da tarefa.

    CAPRA (1989) tem sido um dos maiores influenciadores da visão

    holística: ele mostra as grandes mutações pelas quais passa a sociedade - na

    tecnologia, na educação, na economia, na medicina, na psicologia, na ecologia,

    entre outras grandes áreas - e a mudança de valores que afetam aspectos

    como a individuação, a criatividade, a flexibilidade, a informação, a autonomia,

    entre outros valores, cuja mudança afeta tanto organizações como as pessoas.

    O autor procura explicar como o paradigma cartesiano-newtoniano afetou a

    prática econômica contemporânea: a fragmentação das especializações, a

    desvinculação dos valores superiores da humanidade, a abordagem

    competitiva na exploração da natureza, o esgotamento progressivo dos

    recursos naturais, o consenso de que a natureza existe para o homem, a visão

    do homem como um ente consumidor, o que levou a um consumo materialista

    desenfreado, a confusão entre riqueza material e felicidade, a tecnologia a

    serviço da destruição em massa e a venda de 70% de armamentos aos países

    do Terceiro Mundo, a divisão econômica norte-sul do mundo, a exploração

    indiscriminada das sociedades pela multinacionais, entre outras questões.

    A visão holística é uma das abordagens destes novos paradigmas das

    ciências, inclusive da Administração. Há um movimento emergente de

    pesquisadores e autores que têm desenvolvido uma "abordagem holística da

    administração" e já existem algumas experiências que procuram colocar em

    prática tal abordagem.

    As principais práticas da Administração Holística são as seguintes:

    a) Quanto aos objetivos: integração dos objetivos organizacionais com

    os objetivos individuais de auto-realização pessoal e profissional.

    b) Quanto à estrutura: a organização passa a não depender de uma

    estrutura formal, sendo baseada em diversas células autônomas de

    produção (ou de serviços), resultando numa estrutura poli-celular.

    c) Quanto ao comportamento individual e grupal: a equipe procura

    desenvolver a "visão do todo" do seu conjunto de processos e

    tarefas; assim, obtém-se o comprometimento individual (com a

    equipe e/ou organização) e a satisfação no trabalho (realização

    profissional).

  • d) Rodízio de funções: ("job rotation"): não há especialistas e nem

    cargos formais; os funcionários passam a ser polivalentes ou

    multifuncionais.

    Quanto à aplicabilidade da Administração Holística, sem dúvida a

    principal dificuldade é de natureza cultura, pois a mudança comportamental é

    radical em relação a outras formas organizacionais mais tradicionais. O alto

    comprometimento individual com a equipe exige mudança de características

    pessoais, enquanto a multifuncionalidade exige o desenvolvimento de novas

    habilidades técnicas e humanas (relacionamento e integração com a equipe).

    Por se tratar de um modelo de vanguarda na administração, os cuidados

    na adoção de suas práticas e instrumentos gerenciais deverão ser muito mais

    rigorosos.

    4.5. Corporação Virtual

    A adoção pelas organizações de novos modelos gerenciais, bem como

    de novas tecnologias de trabalho, está levando a um modelo organizacional

    visto atualmente como a "empresa do futuro". Tal visão é decorrente de três

    aspectos:

    a) praticamente todos os novos modelos gerenciais são baseados na

    filosofia de redução da estrutura formal das organizações, na busca

    de maior flexibilidade;

    b) as novas tecnologias de trabalho, sobretudo a informática, estão

    possibilitando a automação de diversos processos administrativos,

    fabris, operacionais e comerciais, reduzindo a necessidade de

    recursos físicos e tornando os processos organizacionais cada vez

    mais intangíveis e viabilizando o surgimento de "produtos virtuais"

    (por exemplo, o MP3, na área da música ou o "e-book", na área

    editorial);

    c) aumento das relações de parceria, seja na busca de foco no negócio

    essencial da empresa ("core business"), seja pela evolução das

    operações de logística integrada, através de tecnologia da

    informação, formando redes de valor ("networks") Estas três

    características combinadas sugerem então o conceito emergente de

    "empresa ou corporação virtual".

  • Segundo DAVIDOW & MALLONE (1993, p. 4), “a corporação virtual

    começou com uma visão de futurólogos, chegou a possibilidade para os

    teóricos de administração e hoje tornou-se uma necessidade econômica para

    os executivos das empresas. tudo em pouco mais de dez anos. Este fato não

    só salienta a inevitabilidade deste novo modelo empresarial, mas também

    sugere o senso acelerado de tempo que irá caracterizá-lo.”

    Tratando-se de um modelo emergente de gestão empresarial, as

    práticas e instrumentos aplicados por uma corporação virtual ainda não estão

    consolidados, pesar da rápida evolução propiciada pela tecnologia de

    informação nos últimos anos. No entanto, já é possível descrever algumas das

    principais características que esta práticas estão assumindo, tanto a partir das

    poucas experiências já existentes, como da evolução prevista para tais

    organizações:

    a) capacidade para entregar, rápida e globalmente, uma grande

    variedade de produtos sob medida;

    b) serviços "incluídos" nos produtos como valor agregado ao cliente;

    c) envolvimento dos clientes e fornecedores no desenvolvimento dos

    produtos (engenharia simultânea);

    d) bancos de dados atualizados sobre os clientes, produtos,

    fornecedores, metodologia de projeto e produção, visando atender o

    cliente em tempo real;

    e) sistemas de informações integradas à rede de clientes e

    fornecedores, levando as empresas a operarem em "networkings";

    f) cargos desvinculados do poder: funções gerenciais e operacionais

    serão intercambiáveis;

    g) empresa em contínua transmutação, permitindo ambientes virtuais

    de trabalho (tele-trabalho);

    h) acumulação de práticas gerenciais desenvolvidas em outras

    abordagens inovadoras de gestão, como fornecimento Just-in-Time,

    equipes de trabalho, fabricação flexível, simplificação organizacional,

    CAD, qualidade total, entre outros;

    i) acordos de cooperação possíveis com concorrentes, visando

    compartilhar investimentos em tecnologia ou de custos operacionais

  • (compras conjuntas, infra-estrutura de transporte, armazenagem e

    comunicação, entre outros).

    Assim, não basta fazer investimentos em tecnologia da informação,

    integrar a empresa em rede com outras empresas, se os outros aspectos, de

    natureza comportamental, não forem atendidos. A transição para o modelo

    virtual é um processo evolutivo, baseado na interface "pessoas x tecnologia". A

    corporação virtual será a típica organização da Sociedade do Conhecimento:

    portanto, a maioria das organizações não pratica ainda o modelo virtual de

    administração e sua aplicabilidade exigirá uma profunda mudança cultural das

    organizações, para viabilizar os relacionamentos de parcerias.

    4.6. Características comuns dos Novos Modelos de Gestão

    Os novos modelos de administração têm algumas características

    comuns, destacando-se dois aspectos: uma forte orientação para o cliente e

    um estilo mais participativo de gestão. Assim, as características e os

    instrumentos gerenciais desenvolvidos por estes modelos procuram, de um

    lado, substituir a visão da estrutura funcional, orientada para controles, para

    estrutura orientada para resultados; de outro, de uma estrutura verticalizada

    para uma estrutura horizontalizada.

    Em termos do desenho organizacional, os modelos estão evoluindo em

    três estágios: num primeiro momento, a estrutura é hierarquizada no sentido

    vertical (modelos tradicionais); num segundo momento, a estrutura continua

    hierarquizada, porém em menor número de níveis hierárquicos e passa a ter

    um desenho mais horizontalizado, através de estilos mais participativos e

    empreendedores de gestão (Administração Japonesa, Participativa e

    Empreendedora). Finalmente, percebe-se que as organizações caminham no

    futuro para serem parte de uma rede de pequenas organizações, interligadas

    por interesses comuns (Administração Holística e Corporação Virtual).

    Analisando a evolução cronológica dos modelos de gestão, observa-se

    que, nos extremos (entre os modelos tradicionais e a corporação virtual),

    surgiram os modelos de Administração Japonesa, Administração Participativa e

    Administração Empreendedora, cujo principal papel parece ser de transição

    dos modelos tradicionais para a corporação virtual no futuro. Assim, as

    empresas que adotam, por exemplo, práticas empreendedoras de gestão, não

  • estão utilizando seus instrumentos como um modelo definitivo e sim como

    ferramentas de transição na busca de um modelo que permita sua

    sobrevivência e competitividade. Isto não significa que a corporação virtual será

    o modelo definitivo de administração: assim como os novos modelos surgiram

    em função das mudanças ambientais, não é possível ainda vislumbrar o

    cenário futuro e suas implicações sobre os modelos gerenciais "pós-virtuais".

    Finalmente, um aspecto comum aos novos modelos de gestão é que

    cada um deles foi importante na introdução e disseminação de algumas

    práticas administrativas que, de alguma forma, já representavam esforços das

    empresas em gerenciar um recurso até então não reconhecido como um dos

    principais ativos: o conhecimento organizacional. Ao longo dos anos 90, este

    conjunto de práticas veio a se consolidar como a Gestão do Conhecimento.

    4.7. Participação nos modelos convencionais da administração

    A gestão participativa é um dos campos mais complexos da moderna

    teoria geral da administração, envolvendo diversos conceitos, técnicas,

    experiências práticas e um profundo conteúdo filosófico-doutrinário.

    De maneira abrangente, administração participativa é uma filosofia ou

    doutrina que valoriza a participação das pessoas no processo de tomar

    decisões sobre diversos aspectos da administração das organizações.

    Essa definição tem diversas implicações. Uma delas se dá pelo fato de

    que participar não é natural nos modelos convencionais de administração.

    Muitos paradigmas mantêm a maioria dos trabalhadores alienados em relação

    ao controle de seu próprio trabalho e à gestão da organização.

    A alienação desperdiça o potencial de contribuição das pessoas. A

    participação das pessoas envolvidas nos diversos níveis de decisão contribui

    para aumentar a qualidade das decisões e da administração, em como a

    satisfação e a motivação das pessoas.

    Aprimorando a decisão e o clima organizacional, a administração

    participativa contribui para aumentar a competitividade das organizações.

    Administrar participativamente consiste em compartilhar as decisões que

    afetam a empresa, não apenas com funcionários, mas também com clientes ou

    usuários, fornecedores, e eventualmente distribuidores ou concessionários da

    organização.

  • No Brasil, pode-se citar o caso da Brasilata, que teve sucesso por adotar

    a participação como opção estratégica, criando um clima de confiança e um

    espaço informal para discussão. Em 2005, Brasilata ganhou todos os prêmios

    do setor de tintas.

    A empresa pratica a gestão participativa, com a comunicação fluente

    entre todos os níveis da organização. Os 900 funcionários são tratados como

    inventores e registraram, em 2005, mais de 45 mil idéias de aperfeiçoamento

    de processos dentro do Projeto Simplificação, programa interno de sugestões.

    Esse resultado impressionante de 45 idéias por funcionário/ano é raro,

    mesmo entre as empresas do Japão. A empresa se considera um time que

    joga um jogo coletivo, e não individual. “Jogamos futebol e não tênis”, afirma

    Antonio Carlos Teixeira Álvares, Diretor-Superintendente.

    4.8. Categorias

    4.8.1. Envolvimento no processo decisório

    O envolvimento no processo decisório vai além da simples comunicação.

    Envolver significa consultar as pessoas, individualmente ou em grupo, sobre a

    solução de problemas, no nível do local de trabalho. As pessoas passam a

    auxiliar a tomar decisões. Existem três tipos (níveis) de decisões devendo-se

    esclarecer as responsabilidades de cada pessoa em cada um deles.

    4.8.2. Equipes auto-gerenciadas

    Essa equipe é formada por um grupo de pessoas com um objetivo, e

    que decidem como fazer para alcançá-lo, trabalhando dentro de uma área de

    autonomia definida de comum acordo com a administração. Suas principais

    características são possuir objetivos claros, conhecimento por parte de todos

    os integrantes das tarefas necessárias para realizar os objetivos, intercâmbio

    de papéis - grande parte dos integrantes pode realizar grande parte das tarefas

    - os integrantes são multifuncionais e polivalentes, os papéis de liderança

    podem ser desempenhados por diferentes pessoas e também são

    intercambiáveis. Quem é líder num momento pode ser liderado em outro, as

    funções de apoio à operação ou objetivo principal estão embutidas no próprio

    grupo (controle de qualidade, manutenção, suprimentos). Em alguns casos, o

    grupo assume funções de apoio administrativo, como seleção e treinamento de

  • pessoal, a equipe dispõe de todas as informações necessárias para lastrear o

    processo decisório, a equipe tem autonomia para tomar as decisões que

    afetam mais de perto a realização das tarefas, compensação de faltas,

    planejamento de férias, requisição de materiais e serviços, seleção,

    treinamento e transferências de pessoal.

    4.8.3. Participação na direção

    Participar da direção (co-gestão) significa participar institucionalmente da

    estrutura de poder da organização, mais que simplesmente do processo de

    decisões de um dirigente ou de um departamento da empresa. A co-gestão

    compreende a representação institucional dos funcionários ou representantes

    de outras instituições na administração da empresa.

    4.8.4. Participação nos resultados

    A participação nos resultados pode ser implantada em qualquer estágio

    da vida da empresa. Existem várias modalidades de participação nos

    resultados. Os empregados podem participar do faturamento, dos incrementos

    nas receitas, das economias ou ganhos de produtividade, dos lucros e da

    propriedade da empresa. Comissões sobre vendas, abonos ou salários

    adicionais por resultados ou atendimento de metas, prêmios por sugestões que

    resultem em economias ou ganhos e distribuição de ações – eis algumas

    formas de propiciar a participação nos resultados.

    A participação nos resultados fecha o círculo do mecanismo da

    recompensa: se as pessoas participaram dos problemas e decisões, também

    deve de alguma forma beneficiar-se dos resultados de seu esforço.

    A participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa

    está regulamentada pela Lei 10 101/2000 de 19/12/2000.

    4.8.5. Autogestão

    A autogestão consiste na autonomia completa, de uma pessoa ou grupo,

    para administrar um empreendimento. Diversas modalidades de administração

    participativa são consideradas formas de autogestão, mas nem sempre a

    denominação é correta. Na realidade, autogestão apenas existe quando os

    participantes de um empreendimento são também seus proprietários, como é o

  • caso das cooperativas, repúblicas de estudantes, condomínios, associações,

    grupos de teatro, conjuntos musicais e clubes. A implantação da administração

    participativa envolve mudanças em três dimensões da organização:

    comportamental, estrutural e interfaces.

    4.8.6. O lado comportamental da participação

    A administração participativa, em primeiro lugar, é a substituição dos

    estilos tradicionais de administrar pessoas – autoritário, impositivo, indiferente,

    paternalista – por cooperação mútua, liderança, autonomia e responsabilidade.

    Informar, envolver, delegar, consultar e perguntar, em vez de mandar, são as

    palavras-chaves da administração participativa no que diz respeito ao

    comportamento dos administradores.

    4.8.7. O lado estrutural da participação

    Além dos aspectos comportamentais, a administração participativa

    também implica o redesenho das estruturas. Cargos, grupos de trabalho e a

    estrutura como um todo são organizados de modo que a participação dependa

    não apenas das atitudes e disposições favoráveis das pessoas, mas também e

    principalmente do sistema de normas e procedimentos. A estrutura deve

    estimular as pessoas à participação. Nas organizações tradicionais ou não

    participativas, acontece o inverso: os regulamentos, as carreiras, a divisão do

    trabalho e o próprio organograma são estruturados de maneira que o poder

    fique concentrado no topo da pirâmide.

    4.8.8. Administração participativa de interface

    Na organização participativa, a administração é compartilhada em

    diferentes interfaces e não apenas nas relações com os funcionários. Clientes

    são consultados em determinadas decisões sobre produtos e serviços

    enquanto fornecedores, distribuidores e o pessoal de assistência técnica

    participam de projetos de engenharia simultaneamente. A organização procura

    ser um sistema participativo interno, do ponto de vista comportamental e

    estrutural, e também aberto para o ambiente externo, recebendo todas as

    informações que possam ajudar no aprimoramento de sua administração.

    4.9. Principais bases da Administração Participativa.

  • Visão do negócio: é o requisito que proporciona a direção para a frente. Trata-se de uma clara definição do negócio da empresa, do que se quer para o

    futuro em termos de objetivos e metas a serem alcançadas. Todas as pessoas

    envolvidas devem ter essa visão do negócio bem como dos objetivos sem

    dissonâncias e sem distorções. É imprescindível que todas as pessoas tenham

    exatamente a mesma idéia do que a empresa pretende e qual é a sua missão.

    Trabalho em equipe: é o requisito que proporciona a participação grupal e portanto, o núcleo da administração participativa. Os objetivos

    individuais devem estar alinhados com os objetivos e resultados do grupo, e os

    objetivos deste alinhados com os objetivos organizacionais. As decisões devem

    ser do grupo, mediante consenso e o máximo envolvimento e

    comprometimento das pessoas. Não se trata de uma equipe de vencedores

    individuais, mas a equipe vencedora, na qual prevalece o sentimento de

    pertencer ao grupo.

    Desenho de cargos: os cargos devem ser desenhados de maneira ampla para permitir a contribuição pessoal e grupal mais abrangente possível.

    A responsabilidade pela participação de todas as pessoas de forma ampla é

    tanto pessoal como de toda a equipe. As pessoas deixam de falar: isso é meu,

    isso é seu, isso não é de minha responsabilidade e passam a falar: isso é

    nosso, isso é de nossa responsabilidade.

    Informação operacional: o grupo deve ter acesso a todas as informações operacionais do negócio, para saber claramente como as coisas

    estão indo e qual o grau de contribuição para melhoria do negócio. Toda

    informação operacional deve ser compartilhada pela equipe para proporcionar

    sentimento de propriedade e de integral responsabilidade pela tarefa.

    Sistema de recompensas: se todos os requisitos anteriores forem atendidos, nada mais óbvio que as pessoas sejam recompensadas pelos

    resultados alcançados. Se as pessoas se comportam como donas do negócio

    ou parceiras do negócio, elas passam a ter a oportunidade de participar dos

    ganhos que a nova forma de negócios vai proporcionar. Para que a

    participação seja realmente válida para as pessoas, elas devem ter um sistema

    de remuneração pelo aumento de resultados. Esse sistema deve ser a última

    etapa para evitar o aviltamento e a relação mercenária entre pessoas e

    organização.

  • 4.10. Principais causas do insucesso da implantação da administração

    participativa.

    A cultura da empresa não é levada em conta. Cada empresa tem sua cultura organizacional, a implantação deve levar em conta as pessoas que

    habitam a empresa, suas características, suas motivações, suas limitações, o

    método deve ser compatível com a realidade vivida pela empresa.

    A implantação é feita apressadamente. O processo de implantação deve ser aplicado em determinado ritmo e velocidade para educar todos os

    envolvidos, pressupõe acima de tudo maturação para o processo. O

    treinamento e a habilidade de trabalhar em equipe deverá ser conquistado

    passo a passo.

    A participação é feita pela metade. Aumentar a responsabilidade dos colaboradores sem lhes dar a devida autoridade para liberdade de ação pode

    fazer com que eles se sintam coagidos e angustiados.

    A participação não é assumida definitivamente pela direção da empresa. O processo de trabalho em equipe e delegação de autoridade pode fazer com que alguns gerentes sintam o desejo de voltar atrás no processo,

    pelo fato de sentir que o poder que tinham anteriormente possa estar

    ameaçado.

    5. CONCLUSÃO

    De maneira geral, a administração participativa necessita de uma

    mudança mental, tanto dos administradores como dos funcionários. Para

    Semler o maior obstáculo para a implantação de uma gestão participativa é a

    alta administração, que na maioria das vezes não trata seus funcionários como

    adultos pensantes. A SEMCO, através de Ricardo Semler é considerada um

    caso de sucesso na implantação da administração participativa. A seguir,

    destacamos algumas idéias de Semler referentes à administração participativa:

    a) As pessoas só trabalham a vontade quanto têm liberdade;

    b) Quanto menos controladas mais responsáveis as pessoas se tornam;

    c) A administração participativa é complexa na prática, assim como o

    exercício da democracia é mais trabalhoso do que a ditadura.

  • d) A verdade da empresa está com os seus funcionários e não nos

    corredores executivos ou na discussão sobre o futuro de

    commodities.

    As mudanças ocorridas nas últimas décadas levaram as organizações a

    repensarem suas formas de gestão. A maneira tradicional de administração,

    baseada na centralização das decisões, na hierarquia, na autoridade, com foco

    apenas no interesse de um pequeno grupo, entre outros, já não responde às

    demandas de um mercado globalizado e competitivo.

    Outros paradigmas passam a nortear as organizações: gestão

    participativa, descentralização, trabalhos em equipe, valorização do capital

    humano, redução e/ou eliminação de hierarquia, transparência, canais de

    comunicação livres, preocupação com os Stakeholders, etc.

    O Ser Humano, no contexto atual, deixa de ser um mero executor como

    na Revolução Industrial e passa a fazer parte do Processo de trabalho em si. O

    conhecimento passa a ser o novo capital da Sociedade pós-capitalista. E o

    conhecimento está presente nas organizações através das pessoas que dela

    participam. Desta forma, as pessoas precisam de lugar adequado, onde sejam

    valorizadas, possam participar, para que o conhecimento seja utilizado em

    favor de ambos os lados: empresa e o próprio trabalhador.

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