a evolucão do ensino médio no brasil
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Descreve a evolução do ensino no Brasil, um norte para os escritores.TRANSCRIPT
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EVOLUODOENSINOMDIONOBRASIL
CintiaMarquesdeQueirozGraduandaemGeografiapelaUniversidadeFederaldeUberlndiacintia_kamatari@hotmail.com
LidianeAparecidaAlvesGraduandaemGeografiapelaUniversidadeFederaldeUberlndialidianeaa@yahoo.com.br
RenataRodriguesdaSilvaGraduandaemGeografiapelaUniversidadeFederaldeUberlndiarenatadageo@yahoo.com.br
KssiaNunesdaSilvaGraduandaemGeografiapelaUniversidadeFederaldeUberlndiakassianunesdageo@yahoo.com.br
RicardoVeigaModestoGraduandoemGeografiapelaUniversidadeFederaldeUberlndiaricardo_testa@yahoo.com.br
Introduo
Partindo da necessidade de se compreender a estrutura educacional brasileira, o
presente texto busca discorrer sobre a estrutura e funcionamento doEnsinoMdio e
Profissionalizante nacional visando desmistificar seu entendimento, colocando em
anliseasresolueslegaiseaspropostasdasLeisdeDiretrizesBsicasdaeducao
brasileira,confrontandoassemprequepossvelcomarealidade.
Podese dizer que, desde seus primrdios, o ensino brasileiro sempre esteve
pautado em bases histricas elitistas, cujo entendimento fundamental para a
compreenso das formas assumidas pela educao bsica brasileira contempornea.
Neste sentido, a realidade atual da educao bsica brasileira faz necessrio a
emergnciadeumanovavalorizao,nonecessariamentenoplanolegalvistoque,
comoser tratadomaisadiante,omaior impasseaodesenvolvimento socialbrasileiro
encontrase na aplicao das leis j existentes, e no na elaborao destas leis por
parte de toda sociedade, no sentido de pressionar e fomentar aes que permitam a
disponibilizaodeumensinodequalidadeemmbitonacional.
Comefeito,estetrabalhorealizarumaanlisedaconfiguraodosensinosmdio
e profissionalizante brasileiro, passando por um breve relato histrico de seus
estabelecimentos,suasestruturasatuaiseperspectivasparaofuturo,buscandosempre
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quepossvel,confrontarosdadostericoscomarealidadeenfrentadaemsaladeaula,
cotidianamente,poralunoseprofessores.
OEnsinoMdionoBrasil:UmaPerspectivaHistr ica
OEnsinoMdiofoi institudonoBrasilpelosjesutasaindanoperodocolonial,
estandosobaresponsabilidadedosmesmosdosculoXVIatosculoXVIII,umavez
queoreinoportugusnocusteavaoensinonacolnia.DessaformaoensinoMdio
neste perodo encontravase muito ligado aos preceitos religiosos, em especial do
catolicismo. Esta ligao com a religio, dava ao ensino um carter mnemnico e
repetitivo, bem como uma rigidez disciplinar e favorecia o ensino de disciplinas
voltadasticareligiosa.Esta ligaotambmdavaaomodelodeeducaobrasileiro
ummecanismoamplodereproduosocial,vistoqueapenasumaminoria,pertencente
elite,tinhaacessoaosistemaeducacionalsecundrio.
Oensinobrasileiroesteveligadoaosjesutasat1759,dataquemarcaaexpulso
destes da colnia pelo rei de Portugal, quando o modelo de ensino oferecido pelos
religiososjnoatendiaaosinteressesdametrpole.Emsuasubstituio,originaram
seasaulasrgias,ministradasporprofessoresindicados,comcompetnciaquestionada,
mas que atendiam aos interesses polticos do perodo. Esses professores possuam
cargosvitalciosereproduziamosantigosmtodosutilizadospelosjesutas,devidoao
fatodeteremsidoformadosnessesistemaeducacional.Onmerodeprofessores,que
substituramosjesutas,eralimitado,comoconseqnciadalimitadadisponibilidadede
recursosfinanceirosdestinadosaeducaonacolniaportuguesa.
A despeitodestasmudanas no ensino brasileiro, a educao ainda apresentava
um carter seletivo e elitista, aja visto que seu principal objetivo sempre foi
preparaodaclassemaisabastadaparaoingressonoensinosuperiorforadopasou
noscursossuperioresqueestavamsendocriados,noinciodosculoXIX.Tambmno
sculoXIX,dividiusearesponsabilidadenaofertadoensino,sendoqueasprovncias,
atuaisEstados,eramresponsveispelooferecimentodoensinoprimrioesecundrio,e
oensinosuperiorficandosobresponsabilidadedaCorte.
At ento no havia no Brasil um rgo governamental responsvel
exclusivamente pela educao. Foi apenas com a Revoluo de 1930, liderada por
GetlioVargas, queocorreram transformaes aindamaiores no sistema educacional,
sendo que uma das principais mudanas foi criao do Ministrio da Educao,
comandada pelo ministro Francisco Campos. Em 1931 foi institudo o Decreto n
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19.890complementadopeloDecreto/Lein4.244deabrilde1942,apartirdoqualfoi
criadaaLeiOrgnicadoEnsinoSecundrio,quevigorouat1971.Deacordocomtal
decreto, havia uma diviso entre ensino primrio e ensino secundrio. O ensino
primrioeracompreendidoporquatroanos,joensinosecundriopossuaduraode
seteanos,divididoemginsio,comquatroanosdedurao,ecolegial,comtrsanos.
Paraoingressonoensinosecundrio,ginsio,eranecessrioaaprovaoemumexame
deadmisso.
Coma lei n5.692/71aestruturadoensino foi alterada,oginsioeoprimrio
foramunificados,dandoorigemaoprimeirograucomoitoanosdedurao,equeantes
era denominado colegial transformouse em segundo grau ainda com trs anos de
durao.Aindadeacordocomessa lei, asescolasde segundograudeveriamgarantir
uma qualificao profissional, fosse de nvel tcnico, quatro anos de durao, ou
auxiliartcnico,trsanos.DeacordocomPINTO(2002),noentanto:
Tudo indica que o objetivo por trs deste novo desenho do ensinomdio, dandolheum carter de terminalidade dos estudos, foi o dereduzir a demandapara o ensino superior e tentar aplacaro mpetodas manifestaes estudantis que exigiam mais vagas nasuniversidadespblicas.(pg55)
Esta resoluo durou at 1982 e teve implicaes que sero discutidas
posteriormente, mas que de muitas maneiras minou o ensino profissionalizante no
Brasil,multiplicandooscursostcnicossemamanutenodesuaqualidadeoriginal.A
redemocratizaobrasileiraeConstituioFederalde1988 redesenharama funoda
escolaedoensinomdiobrasileiro,e introduziramnovasdiretrizesqueresultaramna
consolidaodasLeisdeDiretrizesBsicasparaaEducao,de1996,transformaes
que ampliaram a oferta do ensino mdio pblico, mas que infelizmente no foi
acompanhadadaampliaodos recursosfinanceirosnecessriosparaesta extenso, e
queprovocouumagrandequedanaqualidadedoensinopblicobrasileiro.
OEnsinoMdio
CompreendesecomoEnsinoMdioaetapafinaldaeducaobsica,quealmdo
EnsinoMdioenglobaaEducaoInfantileoEnsinoFundamental,comoitoounove
anos de durao. papel da educao bsica a garantia da formao comum
indispensvelparaoexercciodacidadania,a todososbrasileiros,efornecimentodos
meios para a progresso no trabalho e nos estudos posteriores. Dessa forma, os
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principaisdocumentosquenorteiamaeducaobsicanoBrasil,so:LeideDiretrizes
eBasesdaEducaoNacional(LDB)ePlanoNacionaldeEducao(PNE).
A partir da dcadade1980, com a instituio da Constituio Federal de1988
passaaserdeverdoEstadogarantiadofornecimentodoensinoMdiogratuitoatoda
a populao,que atenda as exigncias necessrias para seudesenvolvimento,ou seja,
quejtenhaconcludoasetapasdaeducaobsicaanterioresaoEnsinoMdio.Consta
na redaooficial daConstituioFederal de1988 a seguintepassagem progressiva
extenso da obrigatoriedade e gratuidade ao EnsinoMdio, ou seja, o Estado, num
curto prazo de tempo, deveria garantir que todos os brasileiros cursassem o Ensino
Mdio. J com o surgimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional
LDB,Lein9.394/96,houveumaalteraonaredaooficialdaConstituiode1988,
assim,deacordocomaLDBoEstadodeveriagarantiraprogressivauniversalizao
doEnsinoMdiogratuito.Talalteraonessetextofoiresponsvelpelarestriodos
direitosasseguradospelaCF,reduzindoaofertadoEnsinoMdioporpartedoEstado.
Desse modo, o que rege a educao no Brasil, embora comprometa a extenso da
gratuidadedaltimaetapadaeducaobsica aementaconstitucionalde1996,que
sustentaaLDB.
NoqueserefereaoPlanoNacionaldeEducao,Lein10.172/2001,observase
queomesmovisagarantiroacessoaoEnsinoMdio,daquelesquetenhamconcludoo
EnsinoFundamentalemidaderegular,apartirdoanodesuapromulgao(2001).
A CF de 1988 no se restringe apenas garantia do acesso educao, mas
tambmagarantiadaqualidadedoensino,dessemodo,deacordocomessedocumento
emseuArtigo205objetivodaeducaonopasgarantiroplenodesenvolvimentoda
pessoa,seupreparoparaoexercciodacidadaniaesuaqualificaoparaotrabalho.
OEnsinoMdio,desdesuaorigem,sempreapresentouumadivisoentreaquele
destinado a preparao para o ingresso no ensino superior, e aquele destinado ao
mercadodetrabalho,ouseja,oensinoconstituasecomoummeioparaalcanaruma
dessas finalidades, no sendo visto comoum fim,a formaobsica.Contudo, ainda
observase,principalmentenaredeprivada,aocorrnciadaprimeirafunodoEnsino
Mdio.
Emdecorrnciadasinmerastransformaespelasqueopasvematravessando,
no cenrio poltico, econmico e social, promovidas, dentre outros fatores, pelo
processo de globalizao, fezse necessrio que tambm ocorressem mudanas
relacionadaseducao.Mudaramseastcnicase tecnologias,bemcomoaestrutura
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econmica vigente no Brasil. Desse modo, a funo do Ensino Mdio teve que ser
revista, pois tornouse necessrio a formao geral, em detrimento a formao
especifica. Uma vez que, para a insero no processo produtivo e parao alcance do
desenvolvimentointelectual, naatualidade,fundamentaloconhecimentoeutilizao
dos recursos tecnolgicos, alm da conscincia crtica, a capacidade de criar, a
curiosidade, o hbito da pesquisa, dentre outros. Tornandose assim, invivel a
manutenodoensinotradicional,quepriorizaamemorizao.
Dessa forma, surgiu uma relaomaior entre educao e mercado de trabalho,
sendopapeldaeducaobsicaapreparaonosparaomundodo trabalhocomo
tambmpara aoperaodas novas tecnologias surgidas.Assim, a fimde prepararos
jovensparaomercadodetrabalho,oMinistriodaEducao(2007)consideraque:
a)osprocessosprodutivosdebens,servioseconhecimentoscomosquais oalunoserelacionanoseudia adia,bemcomoosprocessoscomosquaisse relacionarmaissistematicamentenasua formaoprofissionale b)arelaoentre teoriaeprtica,entendendocomoaprtica os processo produtivos, e como teoria, seus fundamentoscientficotecnolgicos.
Desse modo, estabelecemse como finalidades do Ensino Mdio no Brasil, de
acordocomArtigo35daLDB:
Iaconsolidaoeoaprofundamentodosconhecimentosadquiridosnoensinofundamental,possibilitandoprosseguimentodosestudosIIapreparaobsicaparao trabalho ea cidadaniado educando,para continuar aprendendo, demodo a ser capaz de se adaptar comflexibilidade a novas condies de ocupao e aperfeioamentoposterioresIIIoaprimoramentodoeducandocomopessoahumana,incluindoaformao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e dopensamentocriticoIV a compreenso dos fundamentos cientficotecnolgicos dosprocessosprodutivos, relacionandoateoriacomaprtica,noensinodecadadisciplina.
EstruturaodoEnsinoMdionoBrasil
OEnsinoMdioassimcomotodaaeducaobsicanopasdeveseguiracritrios
enormascomunsatodososestabelecimentosligadosaeducao.Dentreessescritrios
comunsdestacamseaorganizaoeestruturaocurricular.
EmtodopasoEnsinoMdiodeveseroferecidoemumperodomnimodetrs
anos,sendoque,emcadaanoacargahorriamnimadeveabrangercercade800horas,
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distribudasem200diasdeefetivotrabalhoescolar.Exigncias sofeitastambmem
relaofreqnciaescolar,assimparaaaprovaonecessriafreqnciamnimade
75%dototaldehorasletivas,considerandotodasasdisciplinasministradasduranteo
ano.Almdafreqnciaconsiderase,paraaaprovao,odesempenhoindividualdos
alunos,cujaavaliaodessedesempenhodevesercontnuaecumulativa.Emcasosde
rendimentoescolarabaixodamdia,aescoladeveofereceraulasderecuperaopara
estesalunos,deprefernciaparalelamenteaohorriodeaula.
OutrofatorquedeveserdestacadoemrelaoaorganizaodoEnsinoMdioa
relaoentreonmerodealunoseprofessor,essarelaodeterminadapelainstituio
deensino.
O contedo curricular determinado por umabase nacional comume por uma
parte diversificada que determinada pela escola. A base nacional comum dever
compreender75%dotempomnimodeduraodoEnsinoMdio,sendoorestantedo
contedo escolhido pela escola, de modo a contemplar as diversidades locais e
regionais, alm de caractersticas culturais de cada regio. Porm cabe ao
estabelecimentoeducacionaloptarpelooferecimentoounodapartediversificadado
currculo.DeacordocomosParmetrosCurricularesNacionaisEnsinoMdio(2000):
importante compreender que a Base Nacional Comum no podeconstituirumacamisadeforaque tolhaa capacidadedossistemas,dos estabelecimentos de ensino e do educando de usufrurem daflexibilidade que a lei no s permite, como estimula. Essaflexibilidadedeveserassegurada,tantonaorganizaodoscontedosmencionados em lei, quanto nametodologia a ser desenvolvida noprocessodeensinoaprendizagemenaavaliao.
De acordo com a base nacional comum devem ser oferecidas as seguintes
disciplinas:lnguaportuguesa,matemtica,biologia,qumica,fsica,geografia,histria,
sociologia,filosofia,arte,educaofsicaeumalnguaestrangeiramoderna.Emrelao
disciplina educao fsica, no perodo noturno, a mesma tornase uma disciplina
optativa,questionaseseoptativadeveseraoferta,porpartedaescola,ouamatricula,
emrelaoaoaluno.
Em relao os docentesdoEnsinoMdio,oArt.62daLDBestabelece queos
mesmos devem ser formados em nvel superior, mais especificamente em cursos de
licenciaturaplena.Porm,aindagrandeonmerodeprofessoresqueatuamnoEnsino
Mdioenopossuiformaosuperior,poisantesdosurgimentodaleiqueestabeleceu
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esse artigo no havia necessidade que os professores possussem o ensino superior,
bastavaaconclusodoMagistrio.
JnoquetangeaosalunosaLeipropeagarantiadaeducaodejovenseadultos
noEnsinoMdioparaaquelesquenotiveramacessoaosestudosoucontinuidadedos
mesmos. Cuja forma de ensino pode ocorrer sob duasmodalidades diferentes, sendo
elas os cursos presenciais ou os exames. Os cursos presenciais apresentam a menor
parceladasmatrculasnoEnsinoMdio,porsetratardepessoascommaiorfaixaetria
equejestoinseridosnomercadodetrabalhoequegeralmentenodisponibilizamde
tempo suficiente de dedicao aos estudos. Em relao aos exames, esses so
compreendidos, na maioria dos casos, pelos supletivos, que apresentam algumas
exigncias,comoingressodemaioresde18anoseopagamentodeumataxaparacada
disciplina a ser cursada. A lei prope a expanso do Ensino Mdio, porm atravs
dessescursos supletivos, emalgunscasos,nohapreocupaocomaeducaodos
alunos,devidoaofatodequeosmesmonotmacessoaocontedodisciplinarcomum
aosoutrosalunosdoensinoMdio,apreocupaodossupletivosrestringeseaapenasa
emissodediplomas.
TendocomobaseasdiversidadesencontradasnoEnsinoMdio,tantoemrelao
aosalunosquantoemrelaoaosestabelecimentosdeensino,oMinistriodaEducao
(2007)instituiuumplanodemetasaseremalcanadasnumcurtointervalode tempo.
Taismetasestoapresentadasaseguir:
Emdezembrode2006,aPEC53queinstituioFundebaprovadae regulamentada. Ela prev a universalizao do Ensino Mdiopresencial. Emjunhode2005, oMECencaminhaPECpara substituio doFundef Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do EnsinoFundamentale deValorizaodoMagistrio,quefinanciavaapenaso ensino fundamentalpelo Fundeb Fundo de Manuteno eDesenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dosProfissionais daEducao,que financia todaaEducaoBsica, dacrecheaotrminodoEnsinoMdio. Ematendimento a uma demanda da sociedade, oMEC sugeriu ediscutiu com professores uma proposta paraoEnsino MdioIntegrado ao Profissionalizante. Em 2004, esta proposta setransformou no Decreto 5154/2004 . Em 2007, 21 unidades daFederao jestavam oferecendoEnsino Mdio Integrado aoProfissionalizante. O MEC colabora contratando consultorespedaggicos para a elaborao dos cursos e o FNDE oferece apoiofinanceiro. Atendimento, a partir de2004, de todos os concluintes do ensinofundamental,comidadede14a16anos
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Melhoria curricular que contemple as diversas necessidades dosjovens consolidando a identidade do ensino Mdio centrada nossujeitos EnsinoMdiocomprometidocomadiversidadescioeconmicaeculturaldapopulaobrasileira Valorizaoeformaodeprofessores Melhoriadaqualidadedoensinoregularnoturnoedeeducaodejovenseadultos ImplantaodoPlanodeEducaoparaCincia ModernizaoedemocratizaodagestodesistemaseescolasdeEnsinoMdio Desenvolvimento de projetos juvenis, visando renovaopedaggicaeaoenfrentamentodoproblemadaviolncianasescolas Integrao e articulao entre Ensino Mdio e educaoprofissional.
Oquear ealidadetemparanosmostrar?
AEducaoBsicabrasileirapercorreuumlongopercursoparachegaraoque
hoje.Apesardisto,observasecotidianamentequemuitoaindaexisteparaserfeitoafim
dequeosnveiseducacionaisbrasileirosaomenosseaproximemdoqueestprevisto
nasleisjexistentes.IstoporqueoBrasilviveumasituaosingular:adespeitodeum
sistema de leis e diretrizes extremamente avanado, a inaplicabilidade destas leis e
diretrizes inviabiliza o estabelecimento de um sistema educacional que prime pela
qualidadeeabrangncia.Aocontrrio,observaseumaprogressivadesestruturaodo
ensino bsico paralelamente ao aumento do numero dematrculas, um incremento
quantitativo que traz a tonadiversas reflexes sobreo futuroda juventudebrasileira,
expostaaumsistemaalienanteequeobedecea lgicaempresarialdeapropriaodos
espaos.Esta discusso deordempoltica, e deve permear todas as prticas que se
dizemcidads.NaspalavrasdePINTO(1999)
No que se refere ao ensino Mdio, estes avanos se deram, comovimos, na determinao da progressiva universalizao de suaobrigatoriedade e gratuidade e na explicao de objetivos que, secumpridos,asseguramumaeducaorealmentebsicaparatodososestudantesqueoconclurem.(pg.69)
Visandoagradar suasbaseseleitorais,o legisladorpropeevota leisavanadas,
mas que no possuemmecanismos que garantam sua aplicabilidade. Isto associada
grandeextenso territorialdoBrasil, oquepor si s j torna o cumprimentodas leis
menos passvel de comprovao, so alguns elementos que compe esta salada de
(ir)responsabilidadesquevitimamoensinobrasileiro.
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Algunsindicadorespodemserelencadosparaamelhorcompreensodarealidade
brasileira.Comooriundosdeclculosmatemticos,cujosdadosbrutosmuitasvezesso
meras simplificaes da realidade estes indicadores nem sempre do conta da
verdadedocotidianoescolar.So filtrosatravs dosquaispodeseobservarpartedas
dificuldadesenfrentadasporalunoseprofessoresdoensinoMdio.Aindaassim,muito
representamparadesvendarasituaodoensinonoBrasil.
Neste sentido, a Figura 1 demonstra a evoluo do numero de matrculas no
ensinoMdiobrasileiro,de1971a2000.Nesteperodo,percebeuseumcrescimentode
7vezesonmerodematrculas,fatoexplicadonoapenaspelocrescimentoabsolutoda
populao (que quase dobrou no perodo) mas tambm pela ampliao da
disponibilidadedestamodalidadedeensino.
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2000
4000
6000
8000
10000
1971 1980 1991 2000
EvoluodaMatrculadoEnsinoMdioNoBrasil(19712000)
Figura1Fonte:MEC/Inep/Seec
Neste contexto, a rede estadual foi o quemais ampliou sua importncia ante o
nmero de matrculas, passando de 49,9% do nmero de matrculas em 1971 para
81,3%em2000,umincrementode12vezes.Aredeparticular,porsuavez,sofreuum
decrssimorelativo,emdecorrnciadadiminuiodopoderaquisitivodaclassemdia,
de1980a1990,quandocaiude46,5%dototaldematrculaspara14,1%doisdecnios
depois(2000).
Em2006,amaiorpartedasmatrculasnoensinoMdiorealizadasnoBrasileram
da rede estadual de ensino (Figura 2), fato explicado pela diviso de competncias
realizadaparafacilitaraadministraodossistemasdeensinoedividirosrecursosde
financiamentonombitogovernamental.
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MatrculasporDependenciaAdminis trativanoBrasil(2006)
1%
2%
12%
85%
Federal Estadual Municipal Particular
Figura2Fonte:MEC/Inep
Da mesma forma, quando se analisa a participao das dependncias
administrativas nas regies brasileiras, a rede estadual amais significativa. A rede
particulardeensino,porsuavez,apresentaboaparticipaoemregiesondeoensino
pbliconoestefetivamentepresente(quantitativaequalitativamente),comonocaso
donordeste.
No ano de 2000, de acordo com os dados do INEP, organizados por PINTO
(1999), o Brasil atingia cerca de metade da demanda potencial de matrculas para o
ensinoMdio, ou seja, apenas metade dos jovens brasileiros em idade para cursar o
ensino Mdio (de 15 a 19 anos) estavam matriculados nesta modalidade de ensino.
Assim como em quase todos os outros indicadores, o Sudeste apresentava o maior
atendimentoaestademandapotencial,eoNorteeNordesteospioresresultados(Figura
3).Estesdados,noentanto,demonstraolongocaminhoqueaeducaobrasileiraainda
temquepercorrer.
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Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste
Brasil
NmerodeMatr cu lasemrelaoao nmerodeindiv duoscomfaixae tr iaentre15e19anos
Figura3Fonte:MEC/Inep/SeeceIBGE
Aoseanalisarmaisdetalhadamenteosdadosdo Inepacercada faixaetriados
estudantes matriculados no ensino Mdio, percebese que mais da metade dos
estudantesbrasileirosencontraseforadafaixaetriaideal(de15a17anos,anosideais
de ingressonassriesdoEnsinoMdiodeumestudantesemnenhumatrasoescolar).
Isto decorre sobretudo do alto nmerode reprovaes noEnsino Fundamental e no
Ensino Mdio e do retorno ao Ensino Mdio de alunos que haviam abandonado a
escola,agorapressionadospelomercadodetrabalho.
Muitas so as implicaes deste fenmeno, desde a proliferao dos cursos
noturnos,debaixaqualidade,comalunostrabalhadorescansados,alunosdeprofessores
muitasvezesdespreparados,emseuterceiroturnodetrabalhoequeutilizammateriais
didticos voltados para alunos de faixas etrias mais jovens. Isto resulta em faltas,
abandono escolar, reprovaes e conseqentemente, o no cumprimento da funo
socialdaescola,quelevaroaprendizadoaosseusestudantes.(PINTO,1999,pg73)
AindasegundoPINTO(1999):
Se queremos cumprir a lei, a perspectiva deve ser o ensino Mdiodiurno, assegurandose bolsaescola aos alunos que necessitarem.Enquanto no chegamos a esta situao, que se introduzam noperodo noturno contedos e metodologias adequadas ao aluno,atendendoaoquemandao incisoVIdoArt.208daCF:ofertadoensino noturno regular, adequado s condies do educando. (pg.73)
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Aindaassim,aoseolharaevoluohistricadoEnsinoMdiobrasileiropercebe
seque,mesmolentamente,onmerodeestudantesemidadecorretavemaumentando
gradativamentenosltimos20anos.
Outro dado interessante tambm fornecido pelo MEC a porcentagem de
estudantes matriculados em cada srie do Ensino Mdio. Assim, na 1 Srie esto
matriculados40,3%do total, na2 srie,30,9%,na3Srie,25,4%ena4Srie (no
mbito dos cursos Mdios profissionalizantes) esto matriculados apenas 1,3% dos
estudantesbrasileiros.Omaiornmerodematrculasobservadonoprimeiroanodo
EnsinoMdio, porque a partir de ento os alunos so submetidos a uma peneira de
desistncias, e reprovaes que diminuem o nmero de alunos nas sries seguintes.
Outrofatorqueexplicaoaumentodonmerodeestudantesmatriculadosna1Sriedo
EnsinoMdioafacilitaodaaprovaonoEnsinoFundamental,atravsdeexames
supletivosesistemasdeaprovaocontinuada.
Na tabela 1, de outra forma, podese observar uma curiosa relao: na segunda
linha encontrase registradoo nmeromdio dealunosmatriculados para cada cargo
docente,ouseja,paracadadesignaoexistentenasesferasadministrativas.
Tabela1
Note que o valor mdio brasileiro, 19 alunos por cargo docente um nmero
razovel,queseria idealpara trabalhosdesenvolvidosemqualquerestabelecimentode
ensino,senoestivesseconfrontadocomalinhaabaixo.Nelaestregistradoonmero
dealunosmatriculadosporturma,cujamdianacionalde38alunos.Amaiormdia
de alunos por turma se encontra na rede estadual, com 40 alunos por turma e no
nordesteestamdiachegaa43alunosporturmanaredeestadual(Figura4).
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Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste
EnsinoMdio:NmeroMdiodeAlunosporTurma(2000)
Figura4Fonte:MEC/Inep/Seec
Nestesvaloresestimplcitoofatodequeboapartedosprofessoresnecessitade
dobrar seus turnos para conseguir melhores salrios, acarretando uma queda em sua
qualidadeprofissional.Naredeprivada,existeumasituaoparticular:ousoabusivo,
pelas empresas de ensino, de contratos por pequenas jornadas, destinando cada
professoraumcontedodamatriaemespecfico. Istofazcomqueprofessores,para
aumentar sua renda, cumpram jornadas exaustivas e com que no existam vnculos
maioresentrealunoseprofessoreseaescolanotenhatantosproblemascomquestes
trabalhistas.
Estesdadossoapenasalgunsexemplosdasituaoenfrentadapelosestudantese
professores do Ensino Mdio brasileiro. Muitos desafios ainda existem para o
cumprimento da legislao existente, e boa parte deles implica na ampliao dos
investimentos na rea educacional, na reestruturao da infraestrutura escolar, na
melhoria dos salrios e condies de trabalho dos professores, ou seja, despesas que
nem sempre os governos esto dispostos a pagar. Mas estes desafios devem ser
enfrentados para que as prticas e contedos do ensino Mdio sejam renovados e
finalmente,suaofertasejaestendidaeuniversalizadaatodapopulaobrasileira.
ConsideraesFinais: Umadiscussoquenoseencerra
Ao longo da histria, o ensino brasileiro sofreu uma srie de transformaes,
como a desvinculao do ensino com os preceitos religiosos e hermenuticos dos
jesutas,seguidodavinculaoaoEstadoedapresenaconstantedasredesparticulares
de ensino. Porm, apesar dessas transformaes, o Ensino Mdio ainda mantm
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algumascaractersticasdoprincpiodesuainstitucionalizaonoBrasilcolnia,como
afunopropedutica,modalidadedeensinoqueposteriormentepassouaservoltada,
noapenasparaauniversidade,masaomercadodetrabalhofatoquetambmpode
serpercebidonahistriadoensinoprofissionalnoBrasil.
Contudo, diante das transformaes socioeconmicas presentes nas sociedades
contemporneas,podese inferirqueapesardas transformaes jocorridasainda so
necessriasmaismodificaesnaestrutura,noscontedoscurricularesdoensinomdio,
a fim de adaptarse o contedo ensinado na sala de aula s realidades vividas pelos
alunos,depreparlosparaexerceracidadania,bemcomoparaomercadodetrabalho,
que se torna cada vez mais competitivo e exigente de profissionais qualificados que
saibam,principalmente,trabalharemequipeesejamcriativos.
Portanto, a expanso da escolarizao bsica deve ser efetivada, devendo ser
garantida pelo Estado, j que esta etapa da educao entendida como a formao
mnimaqueocidadodevepossuirparaexercerseupapelnasociedade.
Referncias:
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BRASIL,LeideDiretr izeseBasesdaEducaoNacional.N.5692de11deAgostode1971.
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