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CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO MELISSA YUMI SAMPA HAMAGUTI A DOR COMO QUINTO SINAL VITAL: a atuação da equipe de enfermagem em um Hospital e uma Unidade de Pronto Atendimento do Município de Caraguatatuba - SP. CARAGUATATUBA - SP 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO

MELISSA YUMI SAMPA HAMAGUTI

A DOR COMO QUINTO SINAL VITAL:

a atuação da equipe de enfermagem em um Hospital e uma Unidade de

Pronto Atendimento do Município de Caraguatatuba - SP.

CARAGUATATUBA - SP

2013

MELISSA YUMI SAMPA HAMAGUTI

A DOR COMO QUINTO SINAL VITAL:

a atuação da equipe de enfermagem em um Hospital e uma Unidade de

Pronto Atendimento do Município de Caraguatatuba - SP.

Projeto de Iniciação Científica orientado

Pela Profa. Ms. Sheila M. M. Paiva do

Centro Universitário Módulo

CARAGUATATUBA - SP

2013

DEDICATÓRIA

Ao meu marido Arnaldo, pela compreensão, apoio e carinho com que me ajudou

a enfrentar este desafio. Obrigada pelo seu companheirismo e amor.

Aos meus amados filhos Victor Hugo e João Pedro, que tornam os meus dias mais

cheios de vida e são a minha verdadeira fonte de riqueza espiritual.

Ao meu pai Hugo, meus irmãos Bruna e Fábio que de alguma forma sempre

estiveram ao meu lado.

A minha mãe querida (in memoriam) pelo amor incondicional que sempre nos

uniu.

Amo muito vocês!

AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos:

À profª Ms. Sheila Mara Machado Paiva, por sua dedicada e competente

orientação, pela compreensão das minhas dificuldades e limitações, e por acreditar no meu

projeto. Uma pessoa maravilhosa que fez a diferença na minha formação.

À Equipe de Enfermagem da Casa de Saúde Stella Maris pela disponibilidade

oferecida durante a realização deste estudo.

À Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h, em especial à Divisão de

Enfermagem, as profissionais Yara Bezerra Gasparotto e Adriana Moreira pelo apoio na

condução desta pesquisa de aprimoramento profissional.

Ao professor Carlos Andrade e professora Terezinha Zangrande da Comissão

Própria de Avaliação (CPA) do Módulo que me ensinaram que sorrir é uma ferramenta

eficiente de trabalho.

Ao Centro Universitário Módulo e todos os professores de enfermagem que

auxiliaram nesta trajetória.

Aos meu colegas de turma, cada um com as suas peculiaridades, o meu carinho.

As minhas alunas queridas pela amizade e apoio durante toda minha graduação.

E um agradecimento especial a Maria Helena Sampa meu exemplo de

profissional, mulher e mãe.

"...Dor é inevitável mas sofrimento é opcional..."

(Carlos Drummond de Andrade)

"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."

(William Shakespeare)

RESUMO

A dor é uma das causas do sofrimento humano, compromete a qualidade de vida e constitui-se

numa das razões da busca por cuidados médicos e pelas internações hospitalares e que

repercute econômica e socialmente como um problema de saúde pública. Desde o ano de

2000 a dor é descrita como quinto sinal vital, e deve ser sempre avaliada e registrada ao

mesmo tempo em que são verificados os outros sinais vitais. A equipe de enfermagem é quem

organiza o gerenciamento da dor. Portanto, a adoção de um padrão de avaliação diária do

doente, especificamente sobre dor, contribui para o aperfeiçoamento da assistência de

enfermagem. Diante desta responsabilidade, o conhecimento de estratégias para o exercício da

assistência qualificada e humanizada para o controle e manejo da dor é indispensável.

Objetivou-se neste trabalho caracterizar o conhecimento e as ações das equipes de

enfermagem em relação a mensuração e avaliação da dor como quinto sinal vital. Para tanto,

propôs-se a realização de uma pesquisa de campo transversal, exploratória, descritiva, com

abordagem quantitativa, direcionada a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e

auxiliares de enfermagem) da Casa de Saúde Stella Maris, um Hospital Geral de atendimento

público e privado e uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h localizados no

Município de Caraguatatuba, Litoral Norte do Estado de São Paulo. Para a coleta de dados foi

utilizado um questionário estruturado, aplicado pela própria acadêmica, durante os meses de

setembro e outubro de 2013. Concluiu-se que dos 69 participantes , 31 (91%) dos

profissionais do Hospital e 35 (100%) da UPA 24h têm conhecimento sobre a dor como 5º

sinal vital, reconhecem as deficiências e dificuldades para a mensuração e avaliação da dor e

consideram importante a sensibilização institucional e o treinamento dos profissionais para a

implantação da dor como 5º sinal vital. A pesquisa resultou em um conteúdo teórico

informativo com potencial para novas discussões sobre a avaliação da dor como sinal vital, de

maneira mais ampla. Espera-se ainda que esta pesquisa possa contribuir para a enfermagem

empregar e difundir de forma sistematizada a avaliação da dor como quinto sinal vital nas

referidas instituições de saúde.

Palavras-chave: Dor. Medição da dor. Sinais vitais. Assistência de enfermagem. Avaliação

da dor.

ABSTRACT

Pain is one of the causes of human suffering, compromises the quality of life and constitutes

one of the reasons for seeking medical care and the hospital and that resonates socially and

economically as a public health problem. Since the year 2000 is described pain as the fifth

vital sign and should always be assessed and recorded at the same time they are checked other

vital signs. The nursing staff is the one who organizes the management of pain. Therefore, the

adoption of a standard daily assessment of the patient, specifically about pain, contributes to

the improvement of nursing care. Given this responsibility, knowledge of strategies for the

financial assistance to qualified and humanized control and pain management is essential.

This paper sets describe the knowledge and actions of nursing staff regarding the

measurement and evaluation of pain as the fifth vital sign. Therefore, it was proposed to a

sectional field research, exploratory, descriptive and quantitative approach, directed the

nursing staff (nurses, technicians and nursing assistants) House Health Stella Maris, a general

hospital care public and private and Emergency Unit - UPA 24h Caraguatatuba located in the

Municipality of North Coast of São Paulo. For data collection we used a structured

questionnaire applied by the very academic, during the month of September and October

2013. The research resulted in a theoretical content informative with potential for further

discussions on the evaluation of pain as vital sign, more broadly. It is hoped that this research

will create opportunities to employ nursing and spread in a systematic evaluation of pain as

the fifth vital sign in these health institutions. We conclude that the 69 participants, 31 (91%)

of professionals in the Hospital and 35 (100%) of the UPA 24h have knowledge about pain as

the 5th vital sign, recognize the shortcomings and difficulties in the measurement and

assessment of pain and consider important institutional awareness and training of

professionals for the implementation of pain as the 5th vital sign.

Keywords: Pain. Pain measurement. Vital signs. Nursing care. Pain assessment.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto ao conhecimento e

consideração da dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35).

Caraguatatuba, 2013. ................................................................................................................ 25

Gráfico 2 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como autoavaliam o seu

conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35).

Caraguatatuba, 2013. ................................................................................................................ 26

Gráfico 3 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como foi adquiro conhecimento

sobre a dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba,

2013. ......................................................................................................................................... 27

Gráfico 4 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre a assiduidade da verificação da

dor nos pacientes, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. .............. 30

Gráfico 5 - Frequência de conhecimento dos instrumentos de mensuração pelos profissionais

no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ............................................ 31

Gráfico 6 - Frequência dos métodos mais utilizados para mensuração da dor pelos

profissionais no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ....................... 32

Gráfico 7 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para avaliar a

dor, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ..................................... 34

Gráfico 8 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para a

implementação da dor como 5º sinal vital, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35).

Caraguatatuba, 2013. ................................................................................................................ 37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos profissionais de enfermagem do Hospital de Caraguatatuba,

segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba, 2013. ...................................... 23

Tabela 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento

UPA 24h de Caraguatatuba, segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba,

2013. ......................................................................................................................................... 24

LISTA DE SIGLAS

BPI Brain Pain Inventory - Inventário Breve de Dor

bpm Batimentos por minuto

BPS Behavioral Pain Scale - Escala Comportamental da Dor

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CONEP Conselho Nacional de Ética em Pesquisa

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

FC Frequência Cardíaca

IASP International Association for the Study of Pain - Sociedade

Internacional para o Estudo da Dor

JCAHO Joint Comission on Acreditation on Helthcare Organizations -

Comissão Conjunta de Acreditação de Organizações de Saúde

MS Ministério da Saúde

MB Muito Bom

MF Muito Fraco

ONA Organização Nacional de Acreditação

PSA Pronto Socorro Adulto

PSI Pronto Socorro Infantil

RPA Reposição Pós Anestésica

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem

SBED Sociedade Brasileira para Estudos da Dor

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TCLEI Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Institucional

TC Temperatura Corporal

UPA 24h Unidade de Pronto Atendimento 24 horas

UTI Unidade de Terapia Intensiva

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

1.1 Justificativa ..................................................................................................................... 12

2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 14

3 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 19

3.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 19

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 20

4.1 Amostragem ................................................................................................................... 20

4.2 Procedimentos para coleta de dados ............................................................................... 21

4.3 Instrumento de coleta de dados ...................................................................................... 21

4.4 Registro e análise dos dados ........................................................................................... 22

4.5 Aspectos éticos ............................................................................................................... 22

5 RESULTADOS / DISCUSSÃO .......................................................................................... 23

5.1 Características sociodemográficas .................................................................................. 23

5.2 O conhecimento da equipe de enfermagem em relação a dor ........................................ 25

5.3 Instrumentos utilizados para a mensuração da dor ......................................................... 32

5.4 Dificuldades dos profissionais em avaliar a dor e necessidades para a implantação da

dor como sinal vital .............................................................................................................. 34

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 41

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 44

APÊNDICE ............................................................................................................................. 49

ANEXO .................................................................................................................................. 54

12

1 INTRODUÇÃO

A dor é uma experiência que envolve as dimensões e repercussões

biopsicossociais de cada indivíduo, é um problema de Saúde Pública, pois causa o sofrimento

e o comprometimento na qualidade de vida do ser humano (SBED, 2013).

Os sinais vitais evidenciam as funções orgânicas básicas e as alterações corporais

que refletem das interações entre os sistemas do organismo e uma determinada doença. Os

sinais vitais são um meio rápido e eficiente para se monitorar as condições clínicas de um

paciente, a identificar os problemas e a instrumentalizar a conduta do enfermeiro (SILVA;

SIQUEIRA; SANTOS, 2008).

Desde Janeiro de 2000, a Joint Comission on Acreditation on Helthcare

Organizations (JCAHO) publicou a norma que descreve a dor como quinto sinal vital,

portanto, ela deve ser sempre avaliada e registrada ao mesmo tempo em que são verificados

os outros sinais vitais (BOOSS et al, 2000 apud PEDROSO; CELICH, 2006).

A equipe de enfermagem é quem organiza o gerenciamento da dor, através da

integração entre as equipes de trabalho. O enfermeiro torna-se capaz de identificar,

caracterizar, avaliar a dor e programar a terapêutica farmacológica prescrita, implantar outras

medidas não farmacológicas que proporcionam o manejo adequado e o alívio da dor. É

indispensável o desenvolvimento do conhecimento dos enfermeiros e equipe para a promoção

de estratégias para o alívio da dor e para a assistência qualificada (FONTES; JAQUES, 2007).

A adoção de um padrão de avaliação diária do doente, especificamente sobre dor, pode

contribuir para um diagnóstico situacional e para o direcionamento das condutas dos

profissionais, o monitoramento da dor como 5º sinal vital contribui o aperfeiçoamento da

assistência de enfermagem. e para o cuidado humanizado (MORAIS, et al, 2009).

1.1 Justificativa

No âmbito acadêmico, esta pesquisa poderá estimular uma reflexão sobre a

relação dos conhecimentos práticos e teóricos atualizados, para a eficácia do gerenciamento

da dor do paciente.

Profissionalmente, poderá contribuir para o desenvolvimento do conhecimento

científico, a sensibilização da equipe para a avaliação da dor como quinto sinal vital, e o

incentivo necessário para a implementação de um modelo assistencial sistematizado,

direcionado ao cuidado humanizado.

13

Sob essa perspectiva humanística, a abordagem da dor como quinto sinal vital

poderá contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, diminuir o sofrimento,

promover um atendimento digno e reabilitar o paciente para o trabalho e para a sociedade

como um todo. O controle eficaz da dor é um dever dos profissionais de saúde e um direito

dos pacientes.

14

2 REVISÃO DA LITERATURA

A mensuração dos sinais vitais é realizada pela aferição da pressão arterial,

temperatura, pulso, respiração e a dor como 5º sinal vital (SILVA; SIQUEIRA; SANTOS,

2008). O planejamento do controle dos sinais vitais é parte do processo de enfermagem

prestado em qualquer nível de atenção à saúde. Com exceção da temperatura corporal que

mantêm parâmetros constantes, os outros sinais variam de acordo com a idade e atividade

realizada (SOUZA, 2009).

A pressão arterial é determinada pela relação entre o débito cardíaco e a

resistência periférica. A pressão não é fixa e sofre variações dependendo do momento, da

posição e das situações e atividades que o indivíduo realize (PORTO, 2011). As

recomendações importantes à aferição são: verificar a calibração do aparelho, adequação do

tamanho do manguito à idade e as condições físicas do paciente, insuflação adequada por

meio da determinação da pressão sistólica palpatória (SILVA; SIQUEIRA; SANTOS, 2008).

A temperatura corporal (TC) consiste no equilíbrio fisiológico do indivíduo, entre

a produção e a perda de calor do organismo e, é controlada por neurônios localizados no

centro termo regulador do hipotálamo. O ser humano é homeotérmico, possui a capacidade de

manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado apesar das variações

térmicas do meio ambiente (SILVA, SIQUEIRA, SANTOS, 2008). A equipe de enfermagem

é responsável pela apurada mensuração da TC, esta verificação é um método que estima a

temperatura central e tem um valor semântico (VIANA, 2010). A termorregulação ineficaz

compreende a flutuação da temperatura entre hipotermia e hipertermia (NANDA, 2010). A

mensuração da temperatura deve ser realizada com termômetros específicos para cada área e

situação. As regiões de aferição são: axilar, oral, anal, auricular (SOUZA, 2009).

A verificação do pulso arterial pode caracterizar o primeiro contato físico entre a

enfermagem e o paciente. De acordo com Silva, Siqueira e Santos, (2008) o pulso surge a

partir da contração do ventrículo esquerdo, com a ejeção do volume de sangue para a artéria

aorta. É uma sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas, a

frequência de pulsação é o número de pulsações periféricas palpadas a cada minuto. A

frequência nos adultos está entre 60 a 80 batimentos (Bpm) por minuto, adultos jovens entre

60 a 100bpm (SILVA, SIQUEIRA, SANTOS, 2008). As características do pulso são descritas

pela frequência, ritmo ou arrítmico (regular ou irregular), quanto ao volume e intensidade o

pulso pode ser cheio ou filiforme, intenso ou fraco (BARROS &COLS, 2010). A terminologia

quando se refere ao pulso é: normocardia, taquicardia, taquisfigmia, bradicardia, bradisfigmia;

15

as artérias em que se pode verificar o pulso são: radial, carótidas, femoral, braquial, poplítea,

pedial entre outras (PORTO, 2011).

Respiração é o ato de inspirar e expirar promovendo a troca de gases entre o

organismo e o ambiente. Segundo Silva, Siqueira e Santos, (2008, p.20) “respiração pode ser

definida como a troca de gases nos alvéolos pulmonares, transformando o dióxido de carbono

contido no sangue venoso em sangue arterial, que é rico em oxigênio”. A frequência

respiratória (FR) é verificada pela contagem do número de ciclos respiratórios por minuto,

normal do adulto oscila entre 12 a 20 respirações por minuto (VIANA, 2010). As

terminologias utilizadas para avaliação do padrão respiratório são: eupneia, bradipneia,

dispneia, apneia, taquipneia, platipneia, ortopneia, trepopneia, hiperventilação,

hipoventilação, respiração de: Cheyne-Stokes, Kussmaul, Biot e Suspirosa (PORTO, 2011). A

respiração pode ser verificada através da inspeção da expansibilidade e contração torácica,

pela ausculta pulmonar com o auxílio de um estetoscópio e pela verificação dos movimentos

torácicos com as mãos sobre o tórax do paciente (BARROS & COLS, 2010).

A dor é definida pela Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (International

Association for the Study of Pain - IASP) como uma experiência sensitiva emocional

desagradável relacionada à lesão tecidual real ou potencial. Trata-se de uma manifestação

subjetiva, que envolve mecanismos físicos, psíquicos e culturais. (PEDROSO; CELICH,

2006).

Para a enfermagem o conceito, a classificação e a caracterização da dor são

essenciais para o planejamento dos cuidados. Segundo Nascimento, et al (2011) conhecer

esses conceitos é de fundamental importância para a compreensão da dor, para definir as

dimensões que a compõem, quais os métodos, estratégias e avaliações, que serão utilizados

garantir o controle álgico (GARCIA, 2006). A enfermagem necessita reconhecer a sua

responsabilidade frente ao cliente com dor, perceber o seu papel de cuidador, respeitar e

intervir de modo humanizado para a promoção da qualidade de vida (PEDROSO; CELICH,

2006).

A dor constitui-se em um sinal de alerta para o indivíduo buscar a assistência

médica. A dor pode ser classificada como dor aguda e dor crônica, segundo a Sociedade

Brasileira para Estudos da Dor (SBED, 2013)

[...] Dor aguda se manifesta transitoriamente durante um período

relativamente curto, de minutos a algumas semanas, associada a lesões em

tecidos ou órgãos, ocasionadas por inflamação, infecção, traumatismo ou

outras causas. Normalmente desaparece quando a causa é corretamente

16

diagnosticada e quando o tratamento recomendado pelo especialista é

seguido corretamente pelo paciente [...].

A dor aguda tem início súbito ou lento, leve ou moderado, com término previsível

e duração de até seis meses e passa a ser dor crônica quando dura mais de seis meses, é

constante ou recorrente e sem término previsível (NANDA, 2010). A dor crônica de acordo

com a SBED (2013)

[...] Tem duração prolongada, que pode se estender de vários meses a vários

anos e que está quase sempre associada a um processo de doença crônica. A

dor crônica pode também pode ser consequência de uma lesão já

previamente tratada. Exemplos: Dor ocasionada pela artrite reumatoide

(inflamação das articulações), dor do paciente com câncer, dor relacionada a

esforços repetitivos durante o trabalho, dor nas costas e outras [...]

A dor ainda é uma das principais causas do sofrimento humano, é uma das razões

da busca por cuidados médicos e pelas internações hospitalares. (NASCIMENTO;

KRELING, 2011). Suscita incapacidades, compromete a qualidade de vida e promove

imensas repercussões psicossociais e econômicas, o que torna um problema de saúde pública

(BOTTEGA; FONTANA, 2010).

A dor abrange as dimensões sensitiva-descritiva, comunicativa, afetiva-emocional

e avaliativa. As dores podem ser descritas como: dores fisiológicas (estímulo nociceptivo),

dores inflamatórias (lesão inflamante), dores neuropáticas (lesão nervosa), dores psicogênicas

e dores disfuncionais (fibromialgia, cefaleias) (GOOCH, 2007 apud ANDRADE, 2013).

As células nervosas especializadas chamadas de nociceptores são receptores

sensoriais localizados na pele, nos músculos, nas vísceras e no tecido conjuntivo; essas

células respondem ao estímulo doloroso e conduzem a informação ao sistema nervoso central

(KASANOWSKI; LACCETTI, 2005). Essa resposta reflexa é denominada dor nociceptiva,

também conhecida como visceral ou somática. A dor neuropática é decorrente de uma lesão

no sistema nervoso periférico, que altera os sinais nervosos interpretados pelo cérebro (FINK;

MONTGOMERY, 2003 apud LEÃO; CHAVES, 2007). A dor psicogênica ocorre quando

nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e há sintomas

suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos e psicológicos de diagnóstico

(ANDRADE, 2013).

O processo álgico compreende a percepção individualizada do organismo sobre a

dor. As queixas álgicas geralmente são subestimadas ou mesmo ignoradas pela equipe de

saúde. Ocorre uma negligência ao paciente quando o médico apenas subprescreve uma

medicação, e a equipe de enfermagem não avalia e nem administra a medicação ou qualquer

17

outra forma de controle álgico. Leão e Chaves (2007), afirmam que "A falta do

desenvolvimento do raciocínio clínico no enfermeiro, ato considerado de responsabilidade

médica, pode desencadear práticas profissionais que fiquem a mercê do acaso ou de caminhos

planejados por outros profissionais". Ao ignorar o impacto da dor sobre o paciente a equipe

contribui para o prejuízo físico e psicológico do paciente, e ainda pode onerar o sistema

público de saúde (RIBEIRO et al, 2011).

A avaliação da dor consiste em caracterizar a experiência dolorosa em todos os

seus domínios, identificar os aspectos que possam determinar ou contribuir para a

manifestação dos sintomas e aferir as repercussões da dor no funcionamento biológico,

emocional e social do indivíduo. O enfermeiro é o responsável pela avaliação da dor e por

decidir a melhor conduta para o alívio da dor. O profissional deve refletir e agir sobre algumas

disposições como: conhecer, acolher e entender a pessoa que sente a dor, ouvir com atenção

as queixas do paciente e avaliar o contexto, os critérios e as atitudes no processo do cuidar da

pessoa que sente dor (MORAIS, et al 2009). O raciocínio clínico é uma ferramenta necessária

para aumentar a qualidade da atuação do enfermeiro (LEÃO; CHAVES, 2007). A avaliação

completa pode ser demorada e estratégica para a sistematização da assistência

(KASANOWSKI; LACCETTI, 2005).

Os termos mensuração e avaliação da dor são frequentes na literatura relacionada,

no entanto possuem diferenças de significado (FREITAS, et al, 2009). A mensuração refere-

se ao escalonamento de um número, valor, imagem que pode ser atribuído por intermédio de

instrumentos unidimensionais, que mensuram apenas a intensidade da dor verbalizada ou auto

identificada pelo paciente, exemplos: escala numérica, escala verbal, escala analógica visual e

escala de faces (SILVA; RIBEIRO FILHO; MATSUSHIMA, 2010), Já, a avaliação é um

processo mais complexo de caracterização da dor em suas dimensões, em que pode ser

utilizado instrumentos multidimensionais de análise de fatores associados ao paciente,

exemplos de instrumentos: o questionário McGill, Inventário Breve da Dor (BPI) e a Escala

EMADOR (SOUSA; SILVA, 2004 e SOUSA et al, 2010).

A mensuração da dor pode ser feita pelo auxiliar e técnico de enfermagem, porem

a avaliação, monitoramento, e manejo para o alívio da dor é de responsabilidade do

enfermeiro (NASCIMENTO et al, 2011). Conhecer, mensurar e registrar a experiência

dolorosa como um sinal vital é importante, pois sem uma medida para se basear é impossível

estabelecer o diagnóstico, determinar o tratamento, o complemento deste ou a interrupção.

(LIMA, 2009 e SOUSA, 2002). A avaliação da queixa álgica necessita ser efetuada de forma

regular e contínua com o propósito de melhorar a qualidade de vida do cliente (RIBEIRO et

18

al, 2011). Portanto neste vasto campo de informações, para determinar a extensão do

problema, são necessárias técnicas sistematizadas de avaliação para que o enfermeiro possa

fazer o diagnóstico de enfermagem e prescrever as intervenções adequadas para o alivio da

dor. De acordo com Ribeiro, et al (2011, p.148) "O controle eficaz da dor é, portanto, um

dever dos profissionais de saúde, um direito dos doentes que dela sofrem e um passo

fundamental para a efetiva humanização dos serviços de saúde" e que contribui para um

cuidado individualizado e humanizado e para a evolução clínica do paciente, (SAÇA, et al,

2010).

A enfermagem desempenha papel fundamental como integrante da equipe

multidisciplinar, frente ao monitoramento da dor como 5º sinal vital, sua atuação deve ser

independente, colaborativa o que compreende identificar as queixas álgicas e promover

estratégias para o seu controle. A necessidade de prover o alívio da dor, do estresse e do

desconforto dos pacientes deve ser uma constante na vida do enfermeiro. O preparo dos

profissionais, através da conscientização, treinamento, capacitação e educação continuada são

imprescindíveis para que se alcance o sucesso na administração da dor (FONTES; JAQUES,

2007 e SAÇA et al, 2010). A subjetividade da experiência dolosa é difícil de se quantificar e

qualificar, compreender essa experiência requer a agregação de conhecimentos e disciplinas

em diferentes níveis, não se restringindo a neurofisiologia e tratamento farmacológico

(SILVA; RIBEIRO FILHO; MATSUSHIMA, 2010)

A educação na graduação em enfermagem não está qualificando os profissionais

para o manejo adequado da dor (ALVES, et al, 2011), para compensar essa deficiência de

conhecimento e prática profissional, Magalhães, et al (2011) afirma que os hospitais devem

oferecer cursos e treinamentos constantes através da educação permanente (MAGALHÃES,

et al, 2011). Kurcgant (2011) afirma que os programas de treinamentos e desenvolvimento

devem ser fundamentados nas necessidades a serem alcançadas, na adequação dos métodos

disponíveis, e na estimulação dos profissionais para o autodesenvolvimento, através de uma

política de valorização do capital humano (KURCGANT, 2011). Educar e treinar são táticas

utilizadas para modificar a conduta profissional, além de prover informações necessárias e

consistentes para um novo cuidado (LEÃO; CHAVES, 2007).

O conceito da dor como 5º sinal vital já existe há mais de uma década. São poucas

as instituições hospitalares que o fazem rotineiramente (SILVA; KOCHLA, 2009 e LEÃO;

CHAVES, 2007). A implementação da monitorização sistematizada da dor como 5º sinal vital

é um requisito para a Acreditação Hospitalar, sendo o controle da dor um indicativo de

humanização da assistência e qualidade institucional (GARCIA, 2013 e SBED, 2013).

19

3 OBJETIVO GERAL

Caracterizar o conhecimento e as ações das equipes de enfermagem em relação à

avaliação e monitoramento da dor como quinto sinal vital.

3.1 Objetivos específicos

Descrever o conhecimento da equipe de enfermagem em relação à mensuração,

avaliação e monitoramento da dor como quinto sinal vital.

Identificar e quantificar os instrumentos utilizados para a mensuração da dor pela

equipe de enfermagem.

Descrever as dificuldades dos profissionais para avaliar a dor.

Identificar as necessidades para a implantação do monitoramento do 5º sinal vital.

20

4 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo, foi empregada uma pesquisa bibliográfica

como referencial teórico e uma pesquisa de campo transversal, exploratória, descritiva, com

abordagem quantitativa, direcionada a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos de

enfermagem e auxiliares de enfermagem) da Casa de Saúde Stella Maris, um hospital de

atendimento público e privado e da Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h, ambos do

Município de Caraguatatuba.

4.1 Amostragem

O estudo por amostragem do Hospital foi composto por 34 (31%) profissionais de

enfermagem do quadro funcional de 110 profissionais. Foram adotados os seguintes critérios

de inclusão: possuir graduação de enfermeiro, curso técnico ou auxiliar de enfermagem, ter

concordado em participar da pesquisa com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (Apêndice A), estar trabalhando na unidade hospitalar, nos setores:

Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Maternidade, Clínica Médica Convênio, Clínica Médica

do Sistema Único de Saúde (SUS), Clínica Cirúrgica (pré e pós-cirurgia), Centro Cirúrgico,

Recuperação Pós Anestesia (RPA), Ambulatório de Pronto Atendimento de Convênio,

Emergência do Pronto Socorro.

O estudo por amostragem da UPA 24h foi composto por 35 (44%) profissionais

de enfermagem do quadro funcional de 80 trabalhadores, adotando os seguintes critérios de

inclusão: possuir graduação de enfermeiro, curso técnico ou auxiliar de enfermagem, ter

concordado em participar da pesquisa com a assinatura do TCLE, estar trabalhando nos

setores: de Pronto Socorro Adulto (PSA), Observação Adulto e Emergência.

No Hospital os critérios de exclusão foram: profissionais de enfermagem das

áreas de UTI neonatal e internação pediátrica, por se tratar de uma pesquisa relacionada à dor

no paciente adulto; na UPA 24h, os critérios de exclusão adotados foram: profissionais de

enfermagem das áreas de Pronto Socorro Infantil (PSI) e a Observação Infantil. Os auxiliares

e técnicos de enfermagem de ambas as instituições que trabalham nos setores de exames,

como: radiologia, ultrassonografia, banco de sangue e laboratório de análises clínicas,

também foram excluídos os profissionais que se encontravam de licença ou de férias durante a

coleta de dados.

21

Foram distribuídos 100 (cem) questionários no Hospital e 60 (sessenta) na UPA

24h e excluíram-se desta pesquisa 2 (dois) questionários do Hospital e 5 (cinco) da UPA 24h

por não estarem devidamente preenchidos e sem o TCLE assinado, gerando a quantidade

amostral de 34 profissionais do Hospital e 35 profissionais da UPA 24h.

4.2 Procedimentos para coleta de dados

A coleta de dados no Hospital foi realizada no período de 15 a 27 de setembro de

2013, durante os quatro turnos: diurno par e ímpar; noturno par e ímpar. Na UPA 24h foi

realizada no período de 28 de setembro a 05 de outubro de 2013, também durante os quatro

turnos: manhã, tarde, noturno par e ímpar.

A coleta de dados foi realizada pela constituição de funcionários das respectivas

áreas de estudo com a utilização de um questionário (Apêndice 4) estruturado, construído

especificamente para caracterização sociodemográfica e com a finalidade de verificar o

conhecimento da equipe de enfermagem em relação à dor como sinal vital.

4.3 Instrumento de coleta de dados

A escolha do instrumento de coleta de dados e sua elaboração foram articuladas

aos objetivos, e aos componentes teóricos do estudo. O instrumento de coleta de dados

determinado foi um questionário estruturado elaborado pela acadêmica para ser respondido

pelos informantes; e o que determina a estrutura deste questionário é, justamente, o perfil do

público-alvo, a partir da problemática, objetivos e hipóteses relacionadas à pesquisa.

O questionário foi constituído de forma estruturada com perguntas fechadas,

semiabertas, dividida em duas partes:

Parte 1: Questões de identificação do respondente, delimitadas ao essencialmente necessário

para enquadramento no perfil sociodemográfico e plano amostral, como: sexo, idade,

categoria profissional, tempo de formação, tempo de atuação na área, setor e tempo de serviço

no setor.

Parte 2: Questões destinadas ao objetivo do estudo proposto.

Questão fechada dicotômica: 1- Você considera a dor como o 5º sinal vital?

Questão fechada escalar: 2- Qual o seu conhecimento relacionado à dor como 5º sinal vital?

Questões fechadas de múltipla escolha: 3- Onde foi adquirido o seu conhecimento sobre a dor

como 5º Sinal vital?

22

4- Você mensura (monitora ou avalia) a dor do paciente?

5- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você conhece? (nesta questão foi

permitido assinalar mais de uma alternativa)

6- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você mais utiliza?

Questões semiabertas ou mistas: 7- Qual é a sua dificuldade para avaliar a dor como 5º sinal

vital?

8- O que é necessário para a implantação sistematizada da dor como 5º sinal vital na sua

instituição?

Realizou-se um teste piloto na sala de aula (09/07/13) com os dez acadêmicos do

8ºA matutino, dentre estes quatro técnicos de enfermagem e uma professora enfermeira, para

avaliar a eficácia do instrumento e a necessidade de modificações para se alcançar os

objetivos. O teste estudo demonstrou a necessidade de adequação da linguagem e a

necessidade de prestar orientações para o preenchimento.

4.4 Registro e análise dos dados

Para a organização dos dados e representação gráfica foi utilizado o programa de

computador Microsoft Excel 2010. A análise das informações coletadas foi realizada por meio

de estatística descritiva, cálculo de médias, confecção de tabelas de frequências e

representações gráficas.

4.5 Aspectos éticos

O projeto encontra-se em consonância com a resolução nº 466/12 do Conselho

Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) que normatiza as questões éticas em pesquisas

envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) do Centro Universitário Módulo na data de 22 de agosto de 2013 (Anexo 1). As duas

instituições de saúde participantes consentiram na realização da pesquisa assinando o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido Institucional (TCLEI), conforme Apêndice B e C. Aos

profissionais de enfermagem participantes foram explicados os objetivos e o caráter

voluntário da pesquisa e solicitado à assinatura do TCLE como garantia de anonimato e

confidencialidade das informações.

23

5 RESULTADOS / DISCUSSÃO

Com o propósito de fornecer informações relevantes de análise dos resultados,

estes, serão apresentados na seguinte ordem:

5.1 Características sociodemográficas

5.2 O conhecimento da equipe de enfermagem em relação à dor

5.3 Instrumentos utilizados para a mensuração da dor

5.4 Dificuldades dos profissionais em avaliar a dor e necessidades para a implantação da dor

como sinal vital

5.1 Características sociodemográficas

Os dados a seguir se referem ao perfil dos participantes da pesquisa, sendo

caracterizados quanto, ao sexo, faixa etária, categoria profissional, experiência profissional

(tempo de formação), que são elementos fundamentais para a compreensão dos dados.

Tabela 1 - Distribuição dos profissionais de enfermagem do Hospital de Caraguatatuba,

segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba, 2013.

VARIÁVEIS CATEGORIAS (n) %

Sexo Feminino 32 94,1

Masculino 02 5,9

Idade 20-30 anos 19 55,9

31-40 anos 08 23,5

41-50 anos 05 14,7

51-70 anos 02 5,9

Categoria Profissional Enfermeiro 07 20,6

Técnico de Enfermagem 06 17,6

Auxiliar de Enfermagem 21 61,8

Experiência Profissional 01 a 11 meses 01 2,9

01 a 05 anos 13 38,2

06 a 10 anos 14 41,2

11 a 15 anos 03 8,8

16 a 25 anos 03 8,8

No Hospital, dos 34 profissionais de enfermagem participantes da pesquisa,

quanto ao sexo, 32 (94,1%) pertencem ao sexo feminino e 2 (5,9%) pertencem ao sexo

24

masculino. Os resultados obtidos caracterizam a enfermagem como uma profissão feminina.

De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2011) a força de trabalho

feminina corresponde a 87,2% dos profissionais do Brasil, já a masculina representa apenas

12,8% do total dos profissionais de enfermagem.

A faixa etária dos profissionais de enfermagem variou de 21 a 66 anos, a média de

idade foi de 33 anos e a faixa etária mais incidente foi a de 20 a 30 anos. Dos profissionais de

enfermagem envolvidos no estudo 7 (20,6%) são enfermeiros, 6 são técnicos de enfermagem

(17,6%) e 21 (61,8%) são auxiliares de enfermagem. A experiência profissional de 01 a 10

anos de atuação representou 79,4% do total da amostra.

Tabela 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento

UPA 24h de Caraguatatuba, segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba,

2013.

VARIÁVEIS CATEGORIAS (n) %

Sexo Feminino 27 77,1

Masculino 08 22,9

Idade 20-30 anos 17 48,6

31-40 anos 15 42,9

41-50 anos 03 8,6

Categoria Profissional Enfermeiro 10 28,6

Técnico de Enfermagem 23 65,7

Auxiliar de Enfermagem 02 5,7

Experiência Profissional 01 a 05 anos 19 54,3

06 a 10 anos 09 25,7

11 a 15 anos 05 14,3

16 a 20 anos 02 5,7

Na UPA 24h dos 35 participantes da pesquisa, 27 (77,1%) são do sexo feminino e

8 (22,9%) são do sexo masculino. A faixa etária dos profissionais variou de 21 a 50 anos, a

média foi de 33 anos e a faixa etária mais incidente foi entre 20 e 30 anos. Dos profissionais

de enfermagem envolvidos no estudo 10 (28,6%) são enfermeiros, 23 são técnicos de

enfermagem (65,7%) e 2 (5,7%) são auxiliares de enfermagem. A experiência profissional de

01 a 05 anos de atuação representou 54,3% e de 06 a 10 anos representou 25,7% do total da

amostra.

25

5.2 O conhecimento da equipe de enfermagem em relação à dor

Dos 34 profissionais entrevistados sobre o conhecimento do 5º sinal vital (Gráfico

1), 31 (91%) consideram a dor como 5º sinal vital, somente 3 (9%) auxiliares de enfermagem

não o consideram por falta de conhecimento. Na UPA 24h, 35 (100%) dos profissionais já

consideram a dor como 5º sinal vital.

Gráfico 1 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto ao conhecimento e consideração da dor como 5º

sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

Considerar a dor como 5º sinal vital é uma forma de sistematizar a análise da dor

compreendida pelo cliente (LUPPEN; SAMPAIO; STADNIK, 2011). A dor como sinal vital

foi citada pela primeira vez em 1996, por James Campbell então Presidente da Sociedade

Americana de Dor com o propósito de elevar a conscientização entre os profissionais de saúde

sobre o tratamento da dor (SBED, 2013). A Sociedade Brasileira de Estudos da dor

(CAMPBELL, 1996 apud SBED 2013) refere que “se a dor fosse aliviada com o mesmo zelo

como os outros sinais vitais haveria uma melhor chance de promover tratamento adequado”.

A passividade do profissional e a falta de sensibilização institucional comprometem o

desenvolvimento do conhecimento e das habilidades (MAGALHÃES, et al, 2011).

Quanto à autoavaliação do conhecimento e experiência com a dor (Gráfico 2),

constatou-se:

91%

9%

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim Não

Fre

qu

ênci

a re

lati

va

Respostas dos participantes

Conhecimento da dor como 5º sinal vital no Hospital e

na UPA 24h de Caraguatatuba.

HOSPITAL

UPA

26

Gráfico 2 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como autoavaliam o seu conhecimento sobre a dor

como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

No Hospital, 16 profissionais (47%) se autoavaliaram como sendo possuidores de

um bom conhecimento, 8 (24%) relataram muito bom (MB) conhecimento, 3 (9%) um

excelente domínio sobre o 5º sinal vital, 4 auxiliares (12%) assumiram uma fraca e muito

fraca (MB) ciência sobre o assunto e 3 auxiliares de enfermagem (9%) desconheciam que a

dor é considerada como 5º sinal vital, uma vez que não tinham como prática avaliá-la de

forma sistematizada.

Na UPA 24h 17 profissionais (49%) relataram possuir um bom conhecimento

sobre a dor, 6 participantes (17%) detém muito bom conhecimento, 3 (9%) excelente

conhecimento sobre o tema, 8 profissionais (23%), sendo 2 enfermeiros, expressaram uma

fraca ciência sobre dor, enquanto apenas 1 técnico de enfermagem (3%) registrou uma noção

muito fraca sobre o assunto.

A falta de conhecimento pode estar relacionada ao tempo de formação acadêmica,

a inconstância do ensino, a ausência de atualização profissional e a falta de capacitação

permanente institucional (NASCIMENTO, KRELING, 2011).

O tempo de formação acadêmica dos profissionais com o conhecimento deficiente

variou de 4 a 8 anos de formado. A temática da dor como sinal vital é ainda considerada

recente na literatura científica o que pode justificar um ensino reduzido e inconstante sobre a

dor (NASCIMENTO; KRELING, 2011). O processo de aprendizagem iniciado na graduação

16

8

3

2 2

3

17

6

3

8

1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Bom MB Excelente Fraco MF Desconhece

Pa

rtic

ipa

nte

s (n

)

Escalas de conhecimento

Como os profissionais do Hospital e da UPA 24h de Caraguatatuba

avaliam o seu conhecimento sobre o 5º sinal vital

HOSPITAL

UPA

27

e fortalecido no desempenho da prática profissional são fundamentais para o desenvolvimento

de habilidades e competências (BOTTEGA; FONTANA, 2010).

Para Pedroso e Celich, (2006, p.275) a "[...] falta de conhecimento constitui-se em

um desafio para o cuidar em enfermagem [...]". Os princípios básicos como fisiologia,

avaliação, aspectos e tratamento clínico devem ser conhecidos por todos os profissionais da

área da saúde (LEÃO; CHAVES, 2007).

A educação no trabalho pode ser considerada uma ferramenta de atualização

profissional, manter-se atualizado é um compromisso com a qualidade da assistência e com o

bem estar do cliente (PEDROSO; CELICH, 2006). A educação permanente pode impulsionar

a edificação e a reconstrução dos saberes e da prática assistencial, segundo Waterkemper e

Reibnitz, (2010) a educação no trabalho é uma das estratégias que possibilitam o

desenvolvimento, o aprendizado e a ciência de várias origens, incluindo-se a avaliação da dor.

A educação permanente desempenha sua função, quando está envolvida numa prática de

transformação do processo de trabalho (KURCGANT, 2011).

Em relação ao conhecimento adquirido sobre a dor, constatou-se de acordo com o

gráfico 3.

Gráfico 3 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como foi adquiro conhecimento sobre a dor como 5º

sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

No Hospital, 12 profissionais (35%) o maior quantitativo, informou que o

conhecimento foi adquirido e ampliado ao longo do desempenho profissional, 7 participantes

(21%), sendo 4 enfermeiros, relataram ter aprendido sobre a dor durante a formação

acadêmica, 5 entrevistados (15%) alegaram ter adquirido o conhecimento através da

participação em palestras, simpósios e cursos; 4 profissionais (12%) através de leitura de

15

8

6

3

3

0

7

12

3

5

4

3

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Formação acadêmica

Desempenho profissional

Capacitação institucional

Palestras/simp./cursos

Livros/artigos e periódicos

Não tem conhecimento

Participantes (n)

Co

mo

ad

qu

iriu

o c

on

hec

imen

to

Onde foi adquirido o conhecimento sobre o 5º sinal vital no hospital e

na UPA 24h de Caraguatatuba.

HOSPITAL

UPA

28

livros, artigos e periódicos de enfermagem, 3 (9%) através de capacitações institucionais e

somente 3 auxiliares de enfermagem (9%) reiteraram o desconhecimento do assunto.

Na UPA 24h, 15 profissionais (43%) da amostra, dentre estes, 7 enfermeiros

informaram ter adquirido o conhecimento durante a graduação de enfermagem, 8 (23%)

profissionais relataram que o conhecimento foi desenvolvido no desempenho da prática

profissional, 6 (17%) participantes relataram o conhecimento através de capacitações

institucionais, 3 (9%) referiram que a aquisição do conhecimento foi obtida através de leituras

educativas de livros, artigos e periódicos de enfermagem e 3 (9%) profissionais através de

incentivos externos a instituição, como: cursos, simpósios, palestras.

O conhecimento adquirido através do desempenho profissional foi relatado por 12

(35%) dos 34 trabalhadores do Hospital e 8 (23%) dos 35 profissionais da UPA 24h. O

exercício da profissão de enfermagem proporciona o desenvolvimento dos saberes e da

prática, o enfermeiro responsável deve desenvolver o raciocínio clínico, exercer o seu papel

no manejo e controle da dor, prescrever as intervenções, orientar e incentivar a sua equipe

(RIGOTTI; FERREIRA, 2005). A percepção deficiente e a passividade do profissional de

saúde sobre o tema podem ocasionar a subidentificação e subnotificação da dor e prejudicar a

evolução do tratamento e a qualidade de vida do cliente (SOUSA, et al, 2010).

O raciocínio clínico insuficiente do enfermeiro suscita em uma prática clínica

planejada por outros profissionais, resumindo-se a medicação e prescrição médica (LEÃO;

CHAVES, 2007); despertar a capacidade crítico reflexiva é resgatar a consciência e

sensibilidade que englobam a assistência de enfermagem (WATERKEMPER; REIBNITZ,

2010). A prática educativa contínua dentro da instituição é essencial para a atualização e

aprimoramento das potencialidades do profissional (PEDROSO; CELICH, 2006).

A formação acadêmica foi descrita por 15 (43%) dos 35 profissionais da UPA 24h

e 7 (21%) dos 34 profissionais de enfermagem do Hospital. O aprendizado sobre a dor nas

instituições de ensino de enfermagem ainda é insipiente, com conteúdo reduzido, construído

de forma frágil para a compreensão do aluno, que necessitará de esforços para recuperar o

conhecimento deficiente (LEÃO; CHAVES, 2007). Nas grades curriculares de ensino não há

uma disciplina específica sobre a dor, e o que é ensinado a esses profissionais é fator relevante

na atualidade, saber trabalhar e prescrever os cuidados para a dor é prática necessária a

complexidade da profissão de enfermagem (BOTTEGA; FONTANA, 2010).

A herança do cuidado baseado nas relações humanas é o fundamento da

identidade profissional. Desde a década de 80 os cursos de graduação e pós-graduação em

Enfermagem oferecem a disciplina sobre o relacionamento enfermeiro paciente que ensina ao

29

profissional a decifrar, perceber o significado da mensagem enviada pelo cliente, mensurar e

avaliar é entender a pessoa que sente a dor (LEÃO; CHAVES, 2007). Sob uma perspectiva

humanística as instituições de ensino deveriam implementar em sua grade curricular

disciplinas ou cursos extensivos sobre o tema dor, seu manejo e controle (MAGALHÃES et

al, 2011).

O aprendizado através da capacitação institucional foi relatado por 3 (9%) dos 34

profissionais do Hospital e 6 (17%) do total de 35 trabalhadores da UPA 24h. O sistema

educacional estabelecido pelas instituições pode oportunizar mudanças de comportamento,

condutas qualificadas e a uma assistência resolutiva. O sucesso para assistência de qualidade

requer um gerenciamento educativo dinâmico e uma agenda de treinamentos contínua de

orientação inicial, capacitações e atualizações (LEÃO; CHAVES, 2007).

Os incentivos externos a instituição como: cursos, simpósios, palestras, leituras

educativas de livros, artigos e periódicos de enfermagem foram descritos como responsável

pelo conhecimento adquirido de 9 (27%) dos profissionais do Hospital e 18% da UPA 24h.

Em 2000 a Joint Commission qualifica a dor como 5º sinal vital, a partir de 2002 com a

publicação do artigo de Fátima Aparecida Emm Faleiros Sousa, "Dor: quinto sinal vital", na

Revista Latino Americana de Enfermagem e tem início uma série de outras publicações em

português sobre o assunto (NASCIMENTO; KRELING, 2011).

Leão e Chaves (2007) constataram que diversas instituições oferecem serviços

especializados no controle da dor, todavia o sistema de gerenciamento da dor fica restrito a

um setor e a esta equipe multidisciplinar, não contemplando outros profissionais e outros

setores da instituição hospitalar.

A Associação Internacional para o Estudo da Dor - IASP elaborou e

disponibilizou uma proposta currículo sobre a dor para cursos de graduação e pós graduação

em Enfermagem; outras organizações como Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED)

e as Ligas da Dor cadastradas a SBED, que realizam cursos, congressos, simpósios e palestras

sobre a dor. (LEÃO; CHAVES, 2007). A SBED elaborou diretrizes para implantação da dor

como 5º sinal vital e mantém um boletim regularmente publicado sobre as instituições que

implantaram a dor como 5º sinal vital com o objetivo de disseminar a prática e facilitar o

compartilhamento das informações (SBED, 2013).

Em São Paulo, desde 1994 o Hospital Sírio Libanês e o Hospital Israelita Albert

Einstein em 2004 implantaram a dor como 5º sinal vital, e mantém programas de educação

continuada sobre o tema dor (GARCIA, 2013 e GONÇALVES; PEREIRA; CEZAR, 2007,

p.92). O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA)

30

comemorou em 26/07/2013 um ano da implantação da dor como 5º sinal vital ministrando

uma palestra sobre o tema. O HUUFMA informa que a avaliação da dor é feita 100% dentro

da UTI geral (ASCOM HUUFMA, 2013).

A falta de conhecimento foi descrita por 3 (9%) auxiliares de enfermagem do

Hospital, esse desconhecimento é indicado como fator chave do monitoramento ineficaz da

dor (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011).

Em relação a verificação da dor constatou-se no Gráfico 4.

Gráfico 4 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre a assiduidade da verificação da dor nos pacientes,

no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

Na unidade hospitalar 12 profissionais (35%), sendo 4 enfermeiros, 3 técnicos de

enfermagem e 5 auxiliares relataram realizar sempre a mensuração da dor, 10 trabalhadores

(29%) informaram às vezes mensurar, 9 (26%) alegaram realizar a mensuração somente

quando o paciente se queixa e 3 (9%) auxiliares não mensuram a dor.

Na UPA 24h, 20 profissionais (57%) referiram mensurar sempre a dor, 8 (23%)

profissionais mensuram às vezes e 7 (20%) verificam a dor quando o paciente se queixa.

Para grande parte dos profissionais entrevistados, 34 profissionais do Hospital e

35 da UPA 24h, 31 (91%) dos trabalhadores e 35 (100%) profissionais da UPA 24h

reconhecem a dor como 5º sinal vital e a consideram, importante dentro de um ambiente

clínico hospitalar, embora não façam a avaliação habitualmente. A avaliação de dor requer a

integralidade da assistência prestada, tanto na unidade hospitalar, pronto socorro, atendimento

ambulatorial (OLIVEIRA JR, 2010). A mensuração, a avaliação e o registro regular com os

12

10 9

3

20

8 7

0

0

5

10

15

20

25

Sim/sempre Às vezes Quando o paciente

se queixa

Não

Pa

rtic

ipa

nte

s (n

)

Escalas de verificação

Profissionais de enfermagem do Hospital e da UPA 24h e a

verificação da dor.

HOSPITAL

UPA

31

outros parâmetros fisiológicos são essenciais para estabelecer condutas e promover o bem

estar do cliente (BOTTEGA; FONTANA, 2010).

A cultura dos profissionais reflete diretamente na avaliação dor, crenças ou

percepções interpessoais da equipe de enfermagem e não devem interferir na assistência

(LEÃO; CHAVES, 2007). A equipe de saúde precisa estar sempre atenta à resposta do

indivíduo e a condição psicoemocional e estabelecer um plano de cuidados humanizado, para

oferecer o alívio efetivo da dor (BUDÓ et al, 2007).

Segundo Oliveira Jr (2010, p.04) "Os profissionais de saúde precisam

compreender o significado da avaliação protocolar da dor, suas responsabilidades e

implicações". A implementação da verificação da dor como 5º sinal vital na rotina da

assistência, requer qualificação das equipes e supervisão do enfermeiro (NASCIMENTO, et

al, 2011).

Sobre o questionamento dos instrumentos de mensuração da dor conhecidos, os

profissionais emitiram mais de uma resposta dos itens do questionário (Gráfico 5).

Gráfico 5 - Frequência de conhecimento dos instrumentos de mensuração pelos profissionais no Hospital (n=34)

e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

Nota: mais de uma resposta foi emitida pelos profissionais.

No Hospital, dos 34 entrevistados, 18 (53%) dos profissionais conhecem a escala

verbal, 15 (44%) a escala numérica, 3 (9%) a escala visual analógica, 17 (50%) a escala de

faces, 3 (9%) não mensuram a dor e 2 (6%) caracterizaram-se como sem conhecimento dos

métodos porém, mencionam avaliar às vezes a dor sem o uso de instrumentos. Dos 34

53

44

9

50

0 0

9 6

89

60

17

66

0 0 0 0

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Escala verbal Escala

numérica

Escala visual

analógica

Escala de

faces

Questionário

de McGuill

Inventário

Breve de dor

Não mensura

a dor

Desconhece

os métodos

% d

os

pro

fiss

ion

ais

Escalas de mensuração unidimensionais e multidimensionais

Instrumentos de mensuração da dor conhecidos pelos profissionais

do Hospital e da UPA de Caraguatatuba

HOSPITAL

UPA

32

profissionais do Hospital, 8 (24%) conhecem apenas um instrumento de mensuração da dor,

15 (44%) conhecem dois instrumentos, 6 (18%) conhecem três instrumentos, 2 (6%)

desconhecem os métodos e 3 (9%) não mensuram a dor. Os sete enfermeiros da amostra

relataram conhecer de duas a três escalas de mensuração unidimensionais.

Na UPA 24h, dos 35 participantes da pesquisa, 31 (89%) dos profissionais

conhecem a escala verbal, 21 (60%) a escala numérica, 6 (17%) a escala visual analógica, 23

(66%) a escala de faces. Dentre os 35 profissionais, 7 (20%) conhecem somente um

instrumento de mensuração, 13 (37%) conhecem dois instrumentos, 13 (37%) conhecem três

escalas e 2 (6%) profissionais conhecem quatro tipos de escalas unidimensionais para a

mensuração da dor. Em ambas as instituições a percepção dos instrumentos

multidimensionais foi nulo.

A escala de categoria verbal que utiliza descritores (nenhuma dor, dor fraca, dor

moderada, dor forte e dor insuportável) (LEÃO; CHAVES, 2007), foi a mais conhecida e

citada em ambas as instituições, seguidas pela escala de faces e escala numérica.

5.3 Instrumentos utilizados para a mensuração da dor

Em relação aos instrumentos mais utilizados para mensuração e avaliação da dor,

constatou-se no gráfico 6.

Gráfico 6 - Frequência dos métodos mais utilizados para mensuração da dor pelos profissionais no Hospital

(n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

32

24

9

21

0 0

9 6

57

31

6 6

0 0 0 0

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Escala verbal Escala

numérica

Escala visual

analógica

Escala de

faces

Questionário

de McGuill

Inventário

Breve de Dor

Não mensura

a dor

Desconhece

os métodos

Fre

qu

ênci

a r

ela

tiv

a

Escalas de mensuração unidimensionais e multidimensionais

Instrumento mais utilizado para a avaliação da dor pelos

profissionais do Hospital de da UPA 24h de Caraguatatuba.

HOSPITAL

UPA

33

No Hospital, 11 profissionais (32%) utilizam a escala verbal, 8 (24%) a escala

numérica, 3 (9%) a escala visual analógica, 7 (21%) a escala de faces, 3 (9%) não mensuram a

dor e 2 (6%) desconhecem os métodos, embora tenham relatado mensurar a dor as vezes.

Na UPA 24h 20 profissionais (57%) utilizam a escala verbal, 11 (31%) a escala

numérica, 2 (6%) a escala visual analógica, 2 (6%) a escala de faces.

Os instrumentos unidimensionais são utilizados com frequência por serem de

rápida e fácil aplicação, onde o cliente escolhe o descritor ou número que representa a

subjetividade da sua dor (BOTTEGA; FONTANA, 2010 e LEÃO; CHAVES, 2007). As

escalas unidimensionais citadas pelos profissionais de ambas as instituições descrevem ou

quantificam somente a intensidade da dor no momento, sem observar os outros aspectos

(MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011). Sabe-se que a utilização de escalas apresenta

limitações principalmente em: crianças, idosos, pacientes portadores de déficits visuais,

cognitivos, neurológicos (SBED, 2013) e sedados conforme socializados por alguns

profissionais da UTI, Emergência e RPA.

A escala verbal embora tenha baixo custo, seja de fácil e rápida aplicação

apresenta alguns problemas metodológicos que podem afetar sua precisão como a habilidade

do cliente para diferenciar os descritores verbais, a sensibilidade para perceber a mudança da

dor fraca para moderada (LEÃO; CHAVES, 2007).

A escala numérica pode ser graduada de 0 a 10, e ser aplicada visualmente e

verbalmente, sendo previamente consideradas as noções de aritmética do cliente (VIANA,

2010). A escala de faces da dor de Wong e Baker foi desenvolvida para ser utilizada em

crianças não alfabetizadas, pode ser aplicada em adultos jovens e até em idosos. A escala

visual analógica tem uma fácil compreensão do paciente, e como as outras escalas

unidimensionais só estima a intensidade da dor aguda presente, todavia essas escalas podem

não ser adequadas a pacientes com déficit visual (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011 e

SOUSA; SILVA, 2010).

Os instrumentos multidimensionais desconhecidos pelos profissionais fornecem

informações mais amplas sobre a experiência dolosa como um todo, contudo apresenta

limitações como questionários longos de difícil aplicação em pacientes graves e nos

ambientes em que prevaleça a dor aguda (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011).

A utilização de instrumentos de mensuração tem se mostrado eficaz ao se avaliar

as características da dor, contudo o desconhecimento dos métodos e a não utilização desses

instrumentos não impedem que a dor seja registrada e avaliada (RIGOTTI; FERREIRA,

2005). Anotações de enfermagem insuficientes sobre a mensuração e avaliação da dor,

34

contribuem para que o médico realize uma subprescrição analgésica e ainda dificultam a ação

do enfermeiro na detecção de possíveis complicações (FRANÇOLIN et al, 2012 e

NASCIMENTO et al, 2011).

5.4 Dificuldades dos profissionais em avaliar a dor e necessidades para a implantação da

dor como sinal vital

Em relação às dificuldades descritas em avaliar a dor (Gráfico 7)

Gráfico 7 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para avaliar a dor, no Hospital

(n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

No Hospital, 13 profissionais (38%) referem que não é institucionalizado, 9 (26%)

relatam que o paciente superestima a dor, 2 (6%) expõem a falta de instrumento, 2 (6%) por

falta de tempo, 3 (9%) que a dor não pode ser mensurada, 3 (9%) não consideram a dor como

quinto sinal vital, 2 (6%) indicam outros fatores como a sedação do paciente na UTI e falta de

conhecimento.

Na UPA 24h, 12 profissionais (34%) referem que o paciente superestima a dor, 9

(26%) não é institucionalizado, 8 (23%) por falta de tempo, 2 (6%) por falta de instrumento, 2

(6%) a dor não pode ser mensurada e 2 (6%) informam outros fatores como: a dor não pode

ser só mensurada pela intensidade e, sim caracterizada por outras dimensões e 1 (um)

profissional enfermeiro relata não possuir nenhuma dificuldade para mensurar e avaliar a dor

do cliente.

9

2

8

12

2

0

2

13

2

2

9

3

3

2

0 2 4 6 8 10 12 14

Não é institucionalizado

Falta de instrumento

Falta de tempo

O paciente superestima a dor

A dor não pode ser mensurada

Não considero a dor como 5ºssvv

Outro

Participantes (n)

Dif

icu

lda

des

rel

ata

da

s

Dificuldades relatadas pelos profissionais de enfermagem do

Hospital e da UPA 24h para avaliação da dor como 5º sinal vital.

HOSPITAL

UPA

35

A não institucionalização é indicada por 13 (38%) dos profissionais do Hospital e

9 (26%) da UPA 24h. A inclusão da avaliação da dor como 5º sinal vital nas instituições de

saúde tem como objetivo implantar o direito igualitário dos pacientes de receberem

intervenções para o controle álgico. Para Leão e Chaves (2007, p.625) "A instituição da

monitorização sistemática da dor como processo assistencial é fator determinante para que ela

seja vista e valorizada como quinto sinal vital". A institucionalização requer mudanças em

toda equipe multidisciplinar, exige a elaboração de protocolos, avaliações, monitoramento dos

indicadores de qualidade da assistência e treinamentos para a mensuração, comunicação

verbal e escrita e integração da equipe de saúde (FRANÇOLIN et al, 2012).

A superestimação da dor pelo paciente foi descrita por 9 (26%) profissionais do

Hospital e 12 (34%) da UPA 24h. Ouvir a queixa álgica simboliza o início do cuidar em dor.

Segundo a SBED (2013 apud MCCAFFERY E BEEBE, 1989) a dor “é o que o indivíduo que

a sente, diz ser e existe quando a pessoa que a sente diz existir”, a capacidade de julgar é

inerente a prática profissional de enfermagem, o julgamento clínico é relevante quando

apresenta como objetivo qualificar a origem e o significado da dor, não o indivíduo (LEÃO;

CHAVES, 2007).

A avaliação inadequada, subestimada e mal interpretada prejudica a qualidade de

vida do paciente (SOUSA et al, 2010). Um julgamento pertinente com abordagens de

avaliação avançadas e acessíveis, livres de preconceitos e tabus humanizam a assistência, e a

humanização dos cuidados deve estar presente em todos os níveis de atenção à saúde

(BOTTEGA; FONTANA, 2010 e SAÇA et al, 2010).

A falta de tempo para mensurar e avaliar a dor ocorreu em relatos de 2 (6%) dos

profissionais do Hospital e 8 (23%) da UPA 24h, e foi justificada pelos participantes pelo

grande fluxo de pacientes a atender e diferentes tarefas a executar, nos diversos setores. O

aumento e a complexidade dos atendimentos tem favorecido a sobrecarga de trabalho das

equipes e dificultando a implementação de medidas para qualificar a assistência

(KURCGANT, 2011).

Maya e Simões (2011) reiteram que o quantitativo e qualitativo do pessoal de

enfermagem deve ser compatível com as necessidades institucionais, e que cada profissional

deva exercer adequadamente suas funções. O dimensionamento inadequado de pessoal gera

implicações diretas no desempenho da equipe, ocasionando prejuízos na qualidade da

assistência (KURCGANT, 2011). A adequação dos recursos humanos é primordial para a

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), consequentemente, a implementação de

medidas voltadas ao manejo da dor (MONTEIRO; SCHREIBER; SADE, 2011).

36

A dor não pode ser mensurada conforme relato de 3 (9%) de participantes do

Hospital e 2 (6%) da UPA 24h. Segundo relatos dos participantes da pesquisa a dor não pode

ser só intensificada, seria necessário caracterizá-la. Sendo a dor uma experiência subjetiva e

individual ela não pode ser estipulada objetivamente com instrumentos únicos como

termômetro e balança de peso corporal, existem instrumentos uni e multidimensionais capazes

de observar e caracterizar a dor aguda ou crônica em seus domínios e características:

cognitivas, motivacionais, sensoriais e emocionais (SOUSA; SILVA, 2004). A ação da equipe

de enfermagem de modo colaborativo compreende a identificação da dor, mensuração da

intensidade e caracterização, fatores associados à melhora ou piora do quadro álgico, e

realizar as intervenções de enfermagem necessárias à evolução do paciente (SILVA;

VASCONCELOS; NÓBREGA, 2011).

A falta de instrumento foi mencionada por 2 (6%) dos profissionais de ambas as

instituições, no Hospital, o setor de internação pediátrica utiliza a escala de faces para

mensuração e avaliação da dor, na UTI alguns profissionais referem já estar implantando a

dor como 5º sinal vital, embora não haja instrumento de mensuração protocolado e impressos

próprios na SAE; na UPA 24h o setor de triagem do PSA, utiliza escala numérica que pode

ser aplicada de forma verbal ou visual, na emergência (semi-intensiva) é utilizada a escala de

faces adaptada, composta por 10 faces numeradas de 0 a 10.

Existem diferentes instrumentos disponíveis para estimar a dor, desde

instrumentos complexos multidimensionais a escalas simples unidimensionais que podem ser

aplicadas verbalmente sem que o paciente necessite visualizar para autoavaliar a sua dor

(FREITAS et al, 2009). A ausência de impressos próprios e instrumentos padronizados não

impedem que a dor seja identificada, documentada e avaliada (RIGOTTI; FERREIRA, 2005).

A adesão à avaliação periódica da dor contribui para o aperfeiçoamento da assistência de

enfermagem (FREITAS et al, 2009).

A dificuldade de mensurar a dor no paciente sedado internado na UTI foi descrita

por 2 (6%) profissionais do Hospital. Para Sakata (2010) os pacientes internados na UTI

vivenciam a ansiedade, o medo e a dor. A avaliação da dor é dificultada pela incapacidade e

impossibilidade destes de se comunicarem verbalmente com os profissionais. Isto decorre por

várias razões como: efeito de medicações, sedação, intubação traqueal e alterações da

consciência. Para os pacientes que se comunicam verbalmente as escalas unidimensionais

podem ser facilmente aplicadas, já o paciente incapaz de se comunicar, podem ser utilizadas

as escalas baseadas no comportamento como a Behavioral Pain Scale (BPS). A BPS é

utilizada para avaliar a dor do paciente sedado ou em ventilação mecânica, esta escala

37

comportamental é de fácil aplicação com escores variáveis de 3 a 12, onde se observa a

expressão facial, os movimentos do corpo, tensão muscular em sincronia com o ventilador. A

expressão facial é o item que mais contribui para a avaliação da dor, se o escore for ≥ 6, é

considerado inaceitável. O alívio da dor é essencial para a adequada recuperação do paciente

(SAKATA, 2010).

Sobre as necessidades sugeridas descritas pelos profissionais (Gráfico 8).

Gráfico 8 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para a implementação da dor como

5º sinal vital, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013.

Nota: mais de uma resposta foi emitida pelos profissionais.

No Hospital dos 34 participantes, 24 (71%) dos profissionais relatam a

necessidade de treinamento dos profissionais e equipes de trabalho, 10 (29%) profissionais

indicaram uma necessidade de sensibilização institucional, 5 (15%) referem impressos

próprios, 3 (9%) monitoramento dos indicadores, e 1 (3%) profissional informa que no setor

em que trabalha já está sistematizado a dor como 5º sinal vital.

Na UPA 24h dos 35 entrevistados, 19 (54%) indicam a necessidade de

treinamento dos profissionais e equipes, 10 (29%) sistematização da assistência de

enfermagem, 7 (20%) sensibilidade institucional, 5 (14%) referem que no setor já está

implantado a dor como 5º sinal vital, 2 (6%) impressos próprios, e 2 (6%) monitoramento dos

indicadores.

20

54

6

6

29

14

0

29

71

9

15

0

3

0

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Sensibilidade institucional

Treinamento dos prof. e equipes

Monitoramento dos indicadores

Impressos próprios

Sistematização da Assistência de

Enfermagem

No meu setor já está implantado

Outro

% de profissionais

Nec

essi

da

des

su

ger

ida

s

Necessidades para implementação da dor como 5º sinal vital

HOSPITAL

UPA

38

No Hospital, 28 (82%) profissionais referem só um item de necessidade para a

implantação da dor como sinal vital, 4 (12%) relatam ser necessárias uma sensibilidade

institucional e treinamento dos profissionais, 2 profissionais (6%) informam que a

implantação envolve o desenvolvimento de um processo assistencial composto por fatores

como: sensibilidade institucional, treinamento e capacitação, impressos próprios, SAE e o

monitoramento dos indicadores e da performance dos profissionais. Na UPA 24h, 7 (20%)

profissionais referem ser necessário vencer mais de um item de dificuldade para implantar o

monitoramento da dor.

As necessidades para implementação da dor como sinal vital, destacadas na

pesquisa fazem parte de um modelo norteador para que os enfermeiros o utilizem como apoio

para a construção dos processos de implantação direcionados a realidade de cada setor e

instituição de saúde (LEÃO; CHAVES, 2007). A implantação do processo demanda a

participação ativa e persistente do enfermeiro para: incentivar, supervisionar e orientar a

equipe em uma nova rotina assistencial (NASCIMENTO; KRELING, 2011).

A implementação da dor como 5º sinal vital é um processo de gerenciamento da

assistência que se desenvolve através da execução de fases: o desencadeamento do processo,

revisão da literatura para buscar evidência científica e aplicação da prática assistencial nos

diversos setores que compõem a estrutura de saúde, definição e elaboração de instrumentos

direcionados a cada setor da organização de saúde, inserção destes na SAE, sensibilização

institucional, treinamento das equipes, a implantação do processo e o monitoramento dos

indicadores estabelecidos para desempenho dos profissionais e qualidade assistencial (LEÃO;

CHAVES, 2007).

O desencadeamento do processo para instituir a dor como 5º sinal vital requer

motivação, aquisição de conhecimento, cuidado humanizado e o despertar para que os

profissionais tornem-se pró-ativos e comprometidos com essa problemática (FONTES;

JAQUES, 2007).

A revisão literária da última década, com o objetivo de buscar evidências para a

prática da SAE, o tema dor foi englobado em todas as suas dimensões, conhecimento dos

fármacos, analgesia, o planejamento das ações como identificação e mensuração da dor,

registros sistematizados, avaliação da dor, diagnóstico, intervenções e evolução de

enfermagem, avaliação da terapêutica e manejo da dor (LEÃO; CHAVES, 2007).

A definição dos instrumentos de mensuração validados, a elaboração dos

impressos a serem utilizados na SAE; e o gerenciamento da dor requer uma avaliação

contínua, registro adequado, supervisão e evolução dos resultados (ALVES, et al, 2011).

39

Segundo Waterkemper e Reibinitz (2010) a incorporação de condutas

sistematizadas sobre a dor na SAE promovem ações direcionadas e efetivas para o controle da

dor. A SAE baseada no processo de enfermagem de Wanda Horta (2011) é caracterizado

como a dinâmica das ações inter-relacionadas que visam a assistência ao ser humano

(HORTA, 2011). A SAE favorece a visibilidade desejada do evento doloroso (LEÃO;

CHAVES, 2007).

A Sensibilização institucional compreende uma mobilização para que o 5º sinal

vital se torne visível aos profissionais de enfermagem e gestores, alguns profissionais ainda

não se sensibilizaram sobre a importância de olhar a dor como um sinal vital (BOTTEGA;

FONTANA, 2010).

Leão e Chaves (2007, p.63) lembram "que toda mudança provoca resistência e

conviver com a dor nas instituições hospitalares é um hábito arraigado". A sensibilização dos

gestores implica na apresentação de um projeto liderado por um enfermeiro que contenha um

objetivo claro, justificativa, metodologia, planejamento das etapas, orçamento, cronograma e

resultados esperados, com o intuito de demonstrar as vantagens da implantação da dor como

5º sinal vital (LEÃO; CHAVES, 2007).

O treinamento dos profissionais e equipes é visto por 24 (71%) dos profissionais

do Hospital e 19 (54%) da UPA 24h como uma necessidade para implantação da avaliação da

dor como 5º sinal vital. O aumento do conhecimento teórico e prático, a adequação e preparo

dos profissionais são indispensáveis ao sucesso da implementação do controle álgico (SAÇA,

et al, 2010).

O treinamento constitui-se em um ato planejado e sistematizado para qualificar,

adaptar e aperfeiçoar o profissional para uma situação específica e consequentemente o seu

crescimento pessoal e profissional (CARVALHO, 1999 apud KURCGANT, 2011). O alcance

do cuidar abrangente e holístico em dor, requer uma educação continuada direcionada a

equipe de enfermagem, o êxito para o gerenciamento da dor é estabelecer uma agenda de

treinamentos contínua de aperfeiçoamento e atualização à prática profissional e um

treinamento de orientação inicial para os novos profissionais (PAULA, et al, 2011 e LEÃO;

CHAVES, 2007).

O monitoramento dos indicadores pouco citado pelos profissionais das

instituições é uma ferramenta essencial a implementação do 5º sinal vital. O monitoramento

inclui a avaliação das performances dos profissionais através dos indicadores de qualidade

assistencial (LEÃO; CHAVES, 2007). Os indicadores de desempenho contemplam

40

importantes itens relacionados ao desempenho dos profissionais que executam a assistência ao

paciente (EMÍDIO, et al, 2013).

Indicadores são medidas quantitativas de resultados, usados com o objetivo de

monitorar e avaliar a qualidade assistencial e a gerencia de um serviço (KURCGANT, 2011

apud JCAHO, 1989). Para se definir os indicadores são necessários alguns pré requisitos

como: disponibilidade de dados de fácil interpretação, conhecer o perfil dos pacientes, da

equipe multidisciplinar, conhecer o perfil da dor, formas de manejo, terapêutica

farmacológica ou não; esses dados precisam ser agrupados em sistemas informatizados que

permitam em sua análise, identificar a performance dos profissionais e do processo

assistencial, a tecnologia da informação é essencial para a veiculação desses resultados, seja

por equipe, setores e na instituição como um todo (LEÃO; CHAVES, 2007).

A implementação da dor como 5º sinal vital qualifica o gerenciamento da dor, este

abrange as características do cuidado como a identificação, investigação, avaliação,

intervenção, tratamento, reavaliação e a verificação da satisfação do paciente; estes

indicadores do monitoramento da dor, e aspectos referentes a estrutura, liderança, segurança

entre outros, são requisitos para a Acreditação Hospitalar pela JCAHO (GARCIA, 2013).

O monitoramento da dor não se trata, apenas de mais um indicativo do processo

de gestão da qualidade, mas sim do compromisso com a segurança, com a ética profissional,

com os procedimentos e com a garantia de um atendimento humanizado e qualificado à

população (EMÍDIO, et al, 2013). O conceito de qualidade necessita estar incorporado na

missão das instituições e a aspiração política dos profissionais que nelas atuam

(KURCGANT, 2011).

41

6 CONCLUSÃO

O estudo se propôs a caracterizar o conhecimento e as ações das equipes de

enfermagem das duas instituições sobre a dor como 5º sinal vital.

Os resultados obtidos mostraram:

- Dos 34 participantes do Hospital, 31 (91%) têm conhecimento sobre a dor e a consideram

como um sinal vital, apenas 3 (9%) auxiliares de enfermagem apresentaram conhecimento

insuficiente quanto as formas de mensuração da dor e ainda desconheciam que esta é

considerada como 5º sinal vital;

- Constatou-se ainda que 12 (35%) profissionais realizam sempre a mensuração da dor e 22

(65%) dos profissionais ainda não realizam a mensuração ou a avaliação da dor habitualmente

com os sinais vitais;

- Sobre o conhecimento adquirido destes profissionais, 12 (35%) participantes informaram ter

obtido através do desempenho profissional e 7 (21%) pela formação acadêmica;

- Dos profissionais do Hospital, 27 (80%) autoavaliam seu conhecimento de bom a excelente,

4 (11%) como fraco e muito fraco e 3 (9%) não tem conhecimento sobre a dor. Identificou-se

no Hospital o conhecimento e utilização restrita as escalas unidimensionais, 29 (85%) dos

profissionais conhecem e utilizam as escalas unidimensionais, 3 (9%) auxiliares de

enfermagem não mensuram a dor e 2 (6%) profissionais mensuram a dor embora não utilizem

as escalas validadas;

- Dentre as dificuldades sugeridas para se mensurar e avaliar a dor, no Hospital dos 34

profissionais, 13 (38%) relataram como dificuldade a não institucionalização da dor como 5º

sinal vital, 2 (6%) falta de instrumento, 2 (6%) falta de tempo, 9 (26%) a superestimação da

dor pelo paciente, 3 (9%) inferiram que a dor não pode ser mensurada e 3 (9%) não

consideram a dor como 5º sinal vital;

- Para a implementação da dor como 5º sinal vital, 24 (71%) profissionais relataram ser

essencial o treinamento dos profissionais e equipes, 10 (29%) profissionais indicaram a

necessidade de sensibilização institucional;

- Na UPA 24h, os 35 (100%) profissionais de enfermagem, foram unânimes ao responder que

conhecem e consideram a dor como 5º sinal vital, 20 (57%) destes profissionais mensuram ou

avaliam sempre a dor do paciente e 15 (43%) profissionais ainda não se sensibilizaram sobre a

importância de mensurar sistematicamente a dor junto com os sinais vitais;

- Sobre o conhecimento adquirido 15 (43%) profissionais relataram ter adquirido o

conhecimento através da formação acadêmica, 8 (23%) através do desempenho profissional e

42

12 (34%) referem a aquisição do conhecimento através de capacitações institucionais, cursos,

palestras e leitura; destes profissionais, 26 (75%) referiram um conhecimento bom a excelente

sobre o tema, 8 (23%) relataram um fraco conhecimento e somente 1 (2%) profissional

assumiu muito fraco conhecimento;

- Identificou-se somente a utilização das escalas unidimensionais descrita por 35 (100%) dos

profissionais da UPA 24h.

- Na UPA 24h dentre as dificuldades descritas para a mensuração e avaliação da dor, dos 35

profissionais 9 (26%) caracterizaram que a não institucionalização como uma dificuldade, 2

(6%) referiram falta de instrumento, 8 (23%) falta de tempo, 12 (34%) relataram que o

paciente superestima a dor, e 2 (6%) entendem que a dor não pode ser mensurada;

- Para a implantação da dor como 5º sinal vital identificamos em 19 (54%) profissionais a

necessidade de treinamento dos profissionais e equipes, 10 (29%) a necessidade da

implementação da nova rotina na SAE, 7 (20%) referem a necessidade de sensibilidade

institucional.

Conclui-se com o estudo que os profissionais de ambas as instituições tem

conhecimento sobre a do como 5º sinal vital, reconhecem as deficiências e dificuldades para a

mensuração e avaliação e consideram importante a sensibilização institucional e o

treinamento dos profissionais para a implantação da dor como 5º sinal vital.

43

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os profissionais pesquisados percebem a subjetividade e individualidade da dor e

a caracterizam como um fenômeno difícil de ser analisado. Para a enfermagem a mensuração

e a avaliação da dor são indispensáveis no processo de enfermagem e para a produção de

conhecimento que determina as diferentes formas de controle álgico. Os pacientes que tem a

dor avaliada e registrada adequadamente apresentam redução do quadro doloso, os registros

insuficientes e comunicação verbal interprofissionais inadequados comprometem a qualidade

da assistência e a segurança do paciente.

Os profissionais de ambas as instituições compreendem e sugerem ser necessário

um melhor preparo dos profissionais para o cuidado a ser prestado aos clientes com dor. O

nivelamento do conhecimento através da implementação de treinamentos contínuos

institucionais sobre a temática da dor; cursos, leituras de atualização ou aperfeiçoamento

devem ser incentivados pelos supervisores. É indispensável viabilizar a construção do saber e

da prática, atrelar o conhecimento a ação, resgatar a capacidade crítica reflexiva dos

profissionais e despertar as potencialidades do profissional.

A implantação da dor como 5º sinal vital demanda persistência, estímulo,

incentivo institucional, participação ativa do enfermeiro da unidade no acompanhamento da

nova rotina. Todos os itens sugeridos na pesquisa para a implementação da dor são essenciais.

Destes, notou-se que a SAE não foi sugerida pelo Hospital, e sabe-se que a SAE é um

indicador de qualificação institucional e que proporciona o reconhecimento, a valorização do

profissional e a otimização do processo de enfermagem. O gerenciamento da enfermagem

possibilita o estabelecimento de condutas, protocolos de assistência em dor, treinamentos das

equipes, o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e análise situacional que favoreçam

a qualidade da assistência. Pode ser necessário rever as atribuições dos profissionais a fim de

direcioná-los a assistência direta e possibilitar que esses profissionais realizem as atividades

que são inerentes à categoria, específicas de suas competências e valorizadas perante a equipe

de trabalho.

Acredita-se que a pesquisa foi importante para a área da saúde acadêmica e

profissional e que resultará em um conteúdo teórico e informativo que suscitará novas

discussões sobre a avaliação da dor como sinal vital. De maneira mais ampla, como já

mencionado na justificativa, espera-se que a pesquisa venha contribuir para a enfermagem

empregar e difundir, de forma sistematizada, a avaliação da dor como quinto sinal vital nas

referidas instituições de saúde.

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6 BOTTEGA, F. H.; FONTANA, R. T. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de

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51 SOUSA, F.A.E.F; PEREIRA, L.V; CARDOSO, R; HORTENSE, P. Escala

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52 SOUZA, A.B.G (Org). Exame físico no adulto. 1. ed. São Paulo: Martinari, 2009 p.49

53 SOUZA, V. H. S e MOZACHI, N. O Hospital - Manual do Ambiente Hospitalar. 11.

ed. Curitiba: Editora Manual Real, 2008, p.28

54 VIANA, D.L (Org). Boas práticas de enfermagem. 1. ed. São Caetano do Sul/SP: Yendis

Editora, 2010 p.66

55 WATERKEMPER, R; REIBNITZ, K.S. Cuidados paliativos: a avaliação da dor na

percepção de enfermeiras. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre-RS, v.31, n.1, p.

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10000100012&script=sci_arttext> Acesso em: 08 out. 2013.

49

APÊNDICE

APÊNDICE A - TCLE

50

APÊNDICE B - TCLEI Casa de Saúde Stella Maris

51

APÊNDICE C - TCLEI UPA 24h

52

APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS

Sexo: Fem. Masc. idade:___________

Categoria Profissional:

Enfermeiro(a) Auxiliar de enfermagem Técnico(a) de enfermagem

Tempo de formado (anos):_________ Tempo de atuação na área:___________

Setor:_________________________ Tempo de serviço no setor:___________

QUESTIONÁRIO

1- Você considera a dor como o 5º sinal vital? sim não

2- Qual o seu conhecimento relacionado à dor como 5º sinal vital?

bom muito bom excelente fraco muito fraco desconhece

3- Onde foi adquirido o seu conhecimento sobre a dor como 5º Sinal vital?

formação acadêmica desempenho profissional

capacitação institucional (educação continuada)

palestras/simpósios/cursos leitura de livros, artigos e periódicos de enfermagem

não tem conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital

4- Você mensura (monitora ou avalia) a dor do paciente?

às vezes quando o paciente se queixa sim não

5- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você conhece?

(nesta questão você pode assinalar mais de uma alternativa se desejar)

escala verbal escala numérica escala visual

analógica

escala de faces questionário McGill Inventário Breve de

Dor

não mensura a dor desconhece os métodos

6- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você mais utiliza?

53

escala verbal escala numérica escala visual

analógica

escala de faces questionário McGill Breve Inventário da

Dor

não mensura a dor nenhum método

7- Qual é a sua dificuldade para avaliar a dor como 5º sinal vital?

não é institucionalizado falta de instrumento falta de tempo

o paciente superestima a dor a dor não pode ser mensurada

não considero a dor como 5º sinal vital

outra Qual:________________________________________________________

8- O que é necessário para a implantação sistematizada da dor como 5º sinal vital na sua

instituição?

sensibilização institucional treinamento dos profissionais e das equipes

monitoramento dos indicadores impressos próprios

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)

no meu setor já está implantado a dor como 5º sinal vital.

outro O que:_______________________________________________________

Obrigada pela colaboração.

54

ANEXO

ANEXO 1 - Aprovação do CEP

55

PARECER DO ORIENTADOR

Aceito a aluna Melissa Yumi Sampa Hamaguti como orientada, pois demonstrou

capacidade e interesse na procura e leitura de artigos científicos para a realização do projeto.

Acredito que a aluna possa desempenhar esta atividade científica sem maiores dificuldades.

Além disso, a parceria com a Casa de Saúde Stella Maris e UPA 24h, ambas no

Município de Caraguatatuba nos permitirá contribuir para o desenvolvimento do

conhecimento e da prática na Sistematização da Assistência de Enfermagem.

Sem mais para o momento

Subscrevo-me

Profª. Ms. Sheila M. M. Paiva