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Trabalho elaborado por: Daniela Venâncio e Filipa Gaspar A cultura do Mosteiro Curso Técnico de Comunicação/Marketing, História da Cultura e das

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Trabalho elaborado por: Daniela Venâncio e Filipa Gaspar

A cultura do Mosteiro

Curso Técnico de Comunicação/Marketing, Relações

Públicas e Publicidade

História da Cultura e das Artes

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A Cultura do Mosteiro

ÍndiceIntrodução....................................................................................................................................3

Os espaços de Cristianismo..........................................................................................................4

Séculos IX-XII............................................................................................................................4

A Europa dos reinos cristãos........................................................................................................5

O mosteiro...................................................................................................................................6

O poder da escrita........................................................................................................................8

O cristão São Bernardo.................................................................................................................9

A coroação de Carlos Magno......................................................................................................10

A arquitectura............................................................................................................................11

Arquitectura Bizantina...........................................................................................................11

Arquitectura Cristã.................................................................................................................13

O renascimento carolíngio.....................................................................................................14

O renascimento otoniano.......................................................................................................15

Arquitectura românica...........................................................................................................16

A escultura românica.................................................................................................................17

Os poderes da imagem...........................................................................................................17

As artes da cor............................................................................................................................19

Pintura....................................................................................................................................19

Mosaico..................................................................................................................................20

Iluminura................................................................................................................................21

A Europa sob o signo de Alá.......................................................................................................22

Origem e Princípios Doutrinários da Religião Muçulmana.....................................................22

O Islão....................................................................................................................................23

A expansão militar..................................................................................................................24

Expansão Económica..............................................................................................................25

Intercâmbio de diferentes culturas........................................................................................26

A Arte Islâmica.......................................................................................................................27

A Arquitectura muçulmana....................................................................................................29

Conclusão...................................................................................................................................30

Bibliografia/Netgrafia.................................................................................................................31

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A Cultura do Mosteiro

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A Cultura do Mosteiro

Introdução

No âmbito da disciplina de História da Cultura e das Artes elaboramos

este trabalho com o intuito de apresentar o módulo três, “A cultura do

Mosteiro”.

Neste trabalho tratamos os vários temas que se englobam neste tempo,

eles são:

A Arquitectura;

A escultura românica;

As artes da cor;

A Europa sob o sigo de Alá

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A Cultura do Mosteiro

Os espaços de Cristianismo

Séculos IX-XII

Nascida do rescaldo das invasões

germânicas (séculos V e VI) e deu-se a

desagregação das estrutura clássicas. A

Idade Média foi um período conturbado para

a História da Europa, sobretudo no

Ocidente.

O combate entre o romano, em

decadência, e o bárbaro-germano, em

ascensão trouxe grandes mudanças

estruturais, como:

- Enfraqueceu a economia mercantil;

- Provocou o declínio e a redução

dos centros urbanos;

- Desorganizou a administração

pública;

- Causou uma profunda depressão demográfica.

Estas características acentuaram-se por novas invasões (muçulmanas, a

partir do século VII; normandas, escavas e magiares, após o século IX).

O feudalismo, com a formação de uma sociedade guerreira e rural, rude

e cavaleiresca foram o desenvolvimento das práticas agrícolas que

contribuíram para o crescimento demográfico e para o renascer do comércio.

A partir do Ano Mil deu-se a inversão com o cessar das vagas invasoras

e com o abrandamento das guerras privadas, de carácter feudal.

No século XXI, os burgos - as cidade medievais - eram símbolos do

renascer da Europa, abrigando as feiras e os mercados e, à sombra das suas

igrejas, as colegias e as universidades.

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A Cultura do Mosteiro

A Europa dos reinos cristãos

Na Europa de reinos feudais, enfraquecida, violenta e rural, uma única

força se manteve em crescimento: o cristianismo.

Os bispos cristãos do Baixo-Império aproveitaram as estruturas

administrativas centrais e locais, então em decadência, para congregarem as

comunidades de fiéis e tornaram-se as únicas autoridades presentes e

actuantes junto das populações.

A acção da Igreja, durante toda a Alta Idade Média ultrapassou as

obrigações religiosas, pastorais e doutrinais, exerceu as técnicas agrícolas, da

suavização dos costumes e da conservação e desenvolvimento das artes e das

letras que teve como focos difusores as igrejas e principalmente os mosteiros.

Foi esse papel civilizacional da Igreja que criou a Cristandade -

comunidade de povos e nações que, professando a fé cristã criaram entre si

vínculos sociais, políticos, jurídicos e culturais daí decorrentes - instalada no

Ocidente.

Foi também a Igreja quem mandou construir ou reconstruir igrejas e

mosteiros., incentivou as peregrinações aos lugares santos e organizou as

cruzadas.

O Cristianismo deu origem no Ocidente cristão a um movimento religioso

- o monaquismo.

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A Cultura do Mosteiro

O mosteiro

No Ocidente foi a partir dos

séculos VI e VII que surgiram os

primeiros legisladores da vida

religiosa comunitária, como São Bento

de Núrsia.

Os regulamentos - ou Regra -

que este escreveu para os seus

cenobitas (monges) em 529 serviram

de modelo para a organização da vida

religiosa comunitária na maior parte

dos mosteiros medievais europeus até

ao século XII, como Cluny, Dijon,

Fontevrault e para as ordens militares

dos séculos XI-XII, espelhando-se por toda a Europa.

Segundo São Bento definia na sua Regra, o mosteiro era "uma escola

ao serviço do Senhor", onde o abade era o pai e mestre dos irmãos e cuja

comunidade tinha por princípios básicos os da obediência, silêncio e

humildade, na ordem de Deus.

A primeira obrigação dos monges era a do ofício divino ao qual "nada se

deve antepor" mas os irmãos possuíam outros deveres onde a oração

ombreava com o trabalho no scriptorium, nas variadas oficinas, nos campos em

horários e ritmos rigorosamente estipulados e concebidos, desde o romper do

sol até à noite, por vezes hora a hora, mês por mês.

Eram concebidos como pequenos mundos autónomos e auto-

suficientes, virados para o seu interior e fechados ao exterior por muralhas e

portas, rigorosamente vigiadas e regulamentadas por cargos próprios (porteiro,

hospedeiro, esmoleiro...).

O próprio plano arquitectónico do mosteiro havia sido meticulosamente

pensado por São Bento e seguia o modelo por ele propostos para a Abadia de

Saint-Gall, na Suíça, cuja planta fora desenhada em perfeito equilíbrio

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A Cultura do Mosteiro

geométrico e em perfeita correspondência matemática: a métrica assenta num

módulo com a largura da nave central da igreja e que é a base de toda

composição.

Centros de oração, meditação e ascese beneficiados pelas condições

estruturais (económicas, políticas e culturais). Por isso, os mosteiros

transformaram-se em centros dinamizadores da economia em avançados

centros de produção cultural na teologia, nas letras e nas ciências, e em

escolas de nomeada, exercendo importante papel civilizacional.

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A Cultura do Mosteiro

O poder da escrita

Na Antiguidade Clássica era um mundo alfabetizado com escolas e

bibliotecas públicas em todas as cidades mais a partir do século V, com as

invasões bárbaras, desapareceu este cenário e as populações caíram no

analfabetismo e no uso de uma cultura popular, não escolarizada e de tradição

oral.

Sobreviveram alguns focos culturais activos, instalados principalmente nos

mosteiros.

A partir do século IX, a situação cultural modificou-se com o chamado

renascimento carolíngio. Carlos Magno, necessitando de melhorar a

preparação da classe eclesiástica e de organizar um grupo de funcionários na

administração da sua chancelaria e do seu império, empenhou-se em fazer

renascer as letras e as artes, criando na sua corte uma escola – a Aula

Palatina – e uma biblioteca, para o cultivo das letras.

A maioria dos letrados pertencia quase toda à classe eclesiástica e era

proveniente dos scriptoria. Era nesta espécie de oficinas de escrita que, alguns

monges especializados (escribas e copistas) escreviam os documentos e

registos do mosteiro e se copiaram à mão os livros religiosos e os grandes

clássicos muitas vezes ilustrados com iluminuras, outras formas de escrita.

Esta acção foi muito valiosa porque não havia outro processo de edição ou

reprodução de livros.

O domínio da arte da escrita e do saber conferiu-lhes até ao advento da

burguesia, o monopólio dos cargos públicos e das régias.

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A Cultura do Mosteiro

O cristão São Bernardo

São Bernardo marcou a história religiosa, cultural e artística da Europa

do seu tempo. Possuiu uma fé inabalável em Cristo, seu modelo, e um espírito

combativo e persistente nas causas em que acreditava.

Defendia o regresso a uma religião de autenticidade e ascese mística,

vivida no mais rígido voto de pobreza e desprendimento dos bens materiais e

na valorização do trabalho manual.

Num período de penitência e sacrifício começou a ser beneficiado por

visões e graças místicas extraordinárias.

A sua actividade editorial valeu-lhe o epíteto de doutos da Igreja. Se São

Bernardo foi essencialmente um místico e não um pensador.

É possível detectar-lhe certos temas-base presentes em todas as obras.

O Homem devia meditar contemplar e aprender a desprender-se de si mesmo.

A sua luta pelo regresso à pobreza e à humildade na vida religiosa

conduziu, na ordem artística, ao ascetismo estético da construção cisterciense

que baniu a decoração faustosa das igrejas propondo uma maior simplicidade.

Esta nova estética está relacionada com as origens da Arte Gótica pois a

construção da Claraval é contemporânea do início da edificação da Abadia de

Saint-Denis.

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A Cultura do Mosteiro

A coroação de Carlos Magno

Carlos Magno durante toda a sua vida teve várias qualidades e funções

como:

Expedições militares;

Administração dos territórios;

Restaurar as letras e as artes.

Mas o seu êxito ficou a dever-se à aliança com a Igreja: nas suas

campanhas faz-se sempre acompanhar por missionários e pregadores cuja

função era de converter e baptizar os povos conquistados.

A Igreja recompensou-o largamente quando, em Dezembro de 800, o Papa

Leão III cujo poder Carlos Magno havia ajudado a restabelecer, resolveu

conceder-lhe a coroa de imperados do Ocidente. Este acontecimento foi de

grande importância política: quebrou o laço de dependência legal que havia

entre o Papa e os reis ocidentais em relação ao Império Bizantino, visto atribuir

a Carlos Magno a qualidade de legítimo herdeiro dos imperadores romanos.

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A Cultura do Mosteiro

A arquitectura

Arquitectura Bizantina

O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos

primeiros séculos da nossa era. Por volta do século IV, começou a invasão dos povos

bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio,

cidade grega, depois baptizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe

de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos

Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina.

Graças a sua localização a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e

do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico

tanto na técnica como na cor.

A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas

funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores. O regime

era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o

representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola

sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a

esposa, acompanhando a Virgem Maria e o Menino Jesus.  

O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a

enfeitar as paredes e abóbadas, mas formar os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de

Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em

nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas

diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles as pessoas

são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a

perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido

à associação com o  maior bem existente na terra: o ouro.

A arquitectura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina,

elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada. Tinha imensas

cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos, totalmente decorados.  

Toda essa atracção por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham

contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto

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A Cultura do Mosteiro

pela forma e consequentemente a escultura não teve tanto destaque neste período. O

que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração

A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do

século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a

ortodoxia grega permaneceu dentro da arte bizantina. Essa arte extravasou em muito

os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.

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A Cultura do Mosteiro

Arquitectura Cristã

Muitas das igrejas, mosteiros,

conventos e santuários assinalam

sítios associados aos primeiros anos

do cristianismo e à vida e ministério de

Jesus e seus discípulos. Mesmo nos

séculos posteriores, o aspecto destes

edifícios era tão influenciado pelas

tradições religiosas de cada uma das

comunidades cristãs como pelos

métodos e estilos de construção

correntes na época. As diferenças de

tradição também afectaram o traçado

dos santuários. Basta verificar que as

igrejas ocidentais tendiam a apresentar um altar aberto e elevado, ao passo

que as igrejas orientais colocavam o altar por trás de um iconostasis, uma

parede que separa o santuário do corpo principal da igreja.

As construções em Jerusalém também costumavam fazer uso repetido

de pedras trabalhadas e elementos arquitectónicos antigos. Pedras cortadas do

tempo de Herodes - e até mesmo da época dos Hasmoneus - são encontradas

em prédios dos períodos bizantino, inicial islâmico ou cruzado; assim, uma

janela em forma de roseta, entalhada em pedra, de uma igreja cruzada foi

incorporada no chafariz otomano do século XVI, em frente à entrada Bab al-

Silsila (Portão da Corrente) do Haram esh-Sharif (o Monte do Templo).

Os primeiros edifícios usados pelos cristãos em Jerusalém como

residências e locais de culto eram construídos nos estilos herodiano e romano.

Embora nenhuma estrutura cristã identificável tenha sobrevivido destes

períodos, um aspecto do carácter arquitectónico do ambiente onde Jesus e

seus discípulos viveram pode ser observado nas ruínas de dois prédios de

Jerusalém destruídos pelos romanos em 70 E.C: a casa queimada, no

Quarteirão Judaico e as salas de abóbadas semi-cilíndricas encontradas

durante escavações arqueológicas na Igreja de São, no Monte Sion.

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A Cultura do Mosteiro

O renascimento carolíngio

A cultura e a arte da

Europa sofreram

modificações com a queda do

Império Romano do Ocidente

e a entrada e fixação dos

povos bárbaros (Visigodos,

Ostrogodos, Francos,

Saxões, entre outros).

De entre todos estes

povos foram os Francos os mais importantes para a Civilização europeia e os

mais conhecidos, principalmente a partir do séc. VIII, quando Carlos Magno,

primeiro como rei e depois como imperador, conseguiu unificar o seu poder e

formou o Sacro Império Romano-Germânico. Para isso promoveu uma reforma

litúrgica e o desenvolvimento da cultura e das artes - o Renascimento

Carolíngio, que se prolongou até ao final do séc. X.

Inspirada na tradição romana e nas influências bizantinas, a arte

carolíngia foi humana, realista, figurativa e monumental.

As construções possuíam exteriores maciços, pesados e severos e

interiores ricamente decorados com pinturas murais, mosaicos e baixos-

relevos.

Algumas igrejas apresentavam uma construção acoplada que abria em

tribuna para o interior e funcionava como um pórtico, ladeado por duas torres.

De todas as construções feitas neste período destacam-se: os palácios

de Ingelheim e de Nimègue, a capela palatina de Aix-la-Chapelle (actual

Aachen), a Igreja de Germigny-des-Près e o Mosteiro de São Gall, na Suíça,

cujo projecto total é conhecido pela descrição num pergaminho.

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A Cultura do Mosteiro

O renascimento otoniano

Em meados do séc. X, a Alemanha

era governada por Otão I, que aproveitou a

crise política que arrasava o Norte da Itália

e de pequenos reinos vizinhos, para os

conquistar. Assim nasceu o Império

Germânico que, embora mais pequeno e

frágil que o Sacro-Império de Carlos Magno,

pretendia cumprir a mesma função.

Tal como Carlos Magno, Otão

procurou desenvolver a cultura e a arte - o

Renascimento Otoniano, que se fez sentir

entre 936 e 1024;

Inspirou-se na tradição romana e na arte bizantina e carolíngia, mas

criou um novo modelo, que será adoptado mais tarde pela arquitectura

românica alemã: planta de dupla cabeceira e entradas laterais, com dois

transeptos contrapostos, com tribuna e com torres nos cruzeiros e nos

extremos dos transeptos;

De todas as construções feitas neste período destacam-se

principalmente: a Igreja de S. Miguel de Hildesheim, a de S. Ciríaco de

Genrode e a Abadia de S. Jorge de Oberzell.

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A Cultura do Mosteiro

Arquitectura românica

Um estilo transitório de

arquitectura - a românica -

desenvolveu-se durante o

século VI, incorporando o estilo

basílico anterior com alguns

elementos do estilo gótico,

posterior e mais complexo.

Desenvolvimento paralelo

ocorreu na Arménia.

Os mais belos exemplos

de arquitectura românica ainda encontrados em Jerusalém são a Igreja

Mosteiro Greco-Ortodoxo da Santa Cruz, situada perto do Museu Israel e

datando do século XI; e a Igreja de Santa Ana, do século XII, perto da Porta

dos Leões, na Cidade Velha, que foi restaurada.

Uma igreja cruzada bem preservada foi descoberta há apenas alguns

anos, próximo do Suq al-Qattanin. Presume-se que seja a Igreja de S. Julião,

mas não se sabe ao certo. É uma basílica de três naves laterais, com três

absides, e seu projecto é semelhante ao de Santa Maria dos Alemães, igreja e

albergue do século XII dos Cavaleiros de S. João, de fala alemã, cujas ruínas

preservadas podem ser vistas no Quarteirão Judaico.

Nem toda a arquitectura dos cruzados tinha finalidade religiosa. O Triplo

Suq - os três bazares paralelos cobertos no centro da Cidade Velha - é

predominantemente do período cruzado.

Outra estrutura digna de menção é o Grande Mosteiro Greco-Ortodoxo,

contíguo à Basílica do Santo Sepulcro pelo lado ocidental. Trata-se de um

labirinto de salas, pátios, capelas, degraus e passagens de vários períodos.

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A Cultura do Mosteiro

A escultura românica

Os poderes da imagem

A escultura romana revela características realistas, centradas na

personalidade do indivíduo, com influências da arte etrusca e da arte grega do

período clássico e helenístico, porque os Romanos preferiram o realismo

emocional da representação à perfeição idealizada e quase "sagrada", pois

aquele estava mais de acordo com o seu espírito prático e pragmático.

Mais realista que idealista, a estatuária romana teve o seu maior êxito

nos retratos, normalmente em forma de busto. Reproduziam exactamente o

modelo, acentuando até os “defeitos”, as “disformidades” e as características

fisionómicas dos olhos, das sobrancelhas, da boca, barba e cabelo, bem como

marcas do tempo e do sofrimento humanos. Deste modo a escultura romana

conseguiu atingir o seu propósito: eternizar a memória dos homens através de

imagens reais que evidenciavam o carácter, a honra, a glória e a psicologia do

retratado, com um carácter quase fotográfico.

No séc. I a.C o retrato começa a sofrer mudanças e a mostrar nítidas

influências do ideal grego, sobretudo no retrato oficial: visto que os

imperadores se tornavam deuses após a morte, os seus retratos e estátuas

apresentavam-no de um modo mais classizante, mais idealizado e mais divino,

mas por outro lado também mais grave, para ser admirado, respeitado e

honrado; as figuras adquiriram uma pose mais triunfal, majestosa e bela,

embora, algumas partes do corpo continuassem plenas de verismo, mostrando

as feições naturais do representado. Feitos em materiais como a pedra e o

bronze e cunhados em moedas, os retratos foram o espelho do poder imperial

e um elemento de unificação do território, pois os retratos do imperador

chegavam a todas as partes do império.

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A Cultura do Mosteiro

A decadência do império (sécs. IV e V d.C.) correspondeu a uma fase de

simplificação na escultura: as figuras começaram a apresentar uma grande

influência da estética oriental, com o seu frontalismo e hieratismo e feições

mais abstractas e simplificadas, principalmente no retrato; houve também uma

perda progressiva da noção de perspectiva e profundidade. O Cristianismo

também marcou esta fase com o seu esquematismo e simbolismo da figuração,

pois os seus conceitos de imortal e espiritual converteram a representação

humana em símbolos; deste modo o retrato oficial perdeu a sua carga de

individualidade.

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A Cultura do Mosteiro

As artes da cor

Pintura

A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Os

principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A

pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da

arquitetura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didática. Em

um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era

uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.

A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das

cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do

Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam

a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.

Primeiro estilo: Cobrir as paredes de uma sala com uma camada

de gesso pintado, que dava impressão de placas de mármore;

Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que

criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas

paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande

mural;

Terceiro estilo: Representações fiéis da realidade e valorizou a

delicadeza dos pequenos detalhes;

Quarto estilo: Um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma

pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário

teatral.

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A Cultura do Mosteiro

Mosaico

O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da

arquitectura em geral.

Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitectónico,

adotando soluções de clara matriz decorativa, os mosaístas chegaram a

resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores

vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos

materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecer sobre a pintura.

Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das

primeiras igrejas cristãs.

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A Cultura do Mosteiro

Iluminura

Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a

gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica

China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos livros

ilustrados património quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural

que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por

particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os

grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos

iluministas góticos em formatos manejáveis .

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A Cultura do Mosteiro

A Europa sob o signo de Alá

Origem e Princípios Doutrinários da Religião Muçulmana

570 – Nasce Maomé na cidade de Meca.

Ficou órfão muito novo e aprendeu com um parente a arte de mercador.

Devido à sua actividade, contactou com comerciantes, cristãos e judeus,

e com as suas religiões monoteístas.

Segundo a tradição, terá sido num desses retiros espirituais que o

arcanjo Gabriel lhe terá revelado a nova fé (a crença em Alá e ele, Maomé, seu

profeta).

Ao divulgar esta nova fé, monoteísta, foi perseguido pelos governantes

da cidade de Meca.

Em 622 foi obrigado a fugir para a cidade de Medina.

Esta fuga, marca o início da era muçulmana.

A partir de Medina, Maomé e os seus seguidores começaram uma

guerra contra Meca, conquistando-a no ano de 630 e consagrando o santuário

da Caaba a Alá, deus único.

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A Cultura do Mosteiro

O Islão

Segundo esta nova doutrina, Maomé foi escolhido como o último profeta de

Deus, no seguimento de outros como Abraão, Moisés e Jesus Cristo;

Todos os seus crentes teriam que cumprir com os cinco princípios

doutrinais da fé islâmica, transmitidos através do livro sagrado, o Corão, sendo

eles:

A fé em Alá, deus único, e em Maomé, seu profeta;

A oração, cinco vezes por dia (voltados para Meca) que poderia ser feita

individualmente, contudo, uma vez por semana devia ser feita em

comunidade; A esmola aos mais carenciados;

O jejum durante o mês do Ramadão;

A peregrinação à cidade “santa” de Meca, pelo menos uma vez na vida.

Foi a religião que deu união às tribos da Península Arábica e que

conduziu a partir de 632 a uma grande e rápida expansão territorial, feita sob a

designação de guerra santa.

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A Cultura do Mosteiro

A expansão militar

Iniciada após a morte de Maomé (632), levadas a cabo pelos sucessores de

Maomé, os califas;

Os povos conquistados dirigiam-se ao Islão e passavam a fazer parte dos

seus exércitos;

Em meados do século VIII, o Império Muçulmano atingiu uma extensão

superior ao do antigo Império Romano;

Inicialmente, o Império Muçulmano foi governado pelos quatro califas

sucessores de Maomé (Abu Bakr; Omar, Osman e Ali), todos eleitos

legalmente pelas tribos muçulmanas. Contudo, Moávia, governador da Síria,

humilhou Ali, acusando-o de ter assassinado o seu antecessor;

750– Revolta em Cufa, encabeçada por Abu-el-Albas, que se faz califa,

alegando o seu parentesco com Maomé; procurou restabelecer a pureza

doutrinal do islamismo; dá início à dinastia Abássida (de 750 a 1258), cujo

período governativo é considerado o da universalização do Islão.

A partir do século X os califas desta dinastia começaram a demonstrar

sinais de fraqueza e a governar mal, o que poderá explicar o aparecimento de

numerosos califados e emirados independentes.

No Oriente predominaram, nessa altura, as dinastias turcas;

No Ocidente predominaram as dinastias berberes (povos do deserto

convertidos ao islamismo).

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A Cultura do Mosteiro

Expansão Económica

As motivações da expansão muçulmana, além de religiosas, foram

também económicas:

Procura de territórios mais férteis;

Controlo de rotas comerciais.

A conquista territorial permitiu um intercâmbio comercial do Ocidente

com o Oriente. Para facilitarem as trocas comerciais, os Árabes cunharam

moedas de ouro, os dinares. Os mercadores usavam cartas de crédito e

pagavam através daquilo que seriam os primórdios do cheque actual.

26

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A Cultura do Mosteiro

Intercâmbio de diferentes culturas

A riqueza cultural islâmica resultou do cruzamento de muitas civilizações e

é sobretudo resultado do interesse dos Árabes pelo saber.

Os eruditos árabes traduziram as obras gregas e desenvolveram o ensino

nas suas escolas e universidades, atraindo sábios de todo o mundo.

Realizações culturais ao nível da: poesia; filosofia; astronomia; matemática;

geografia; medicina; química; arquitectura.

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A Cultura do Mosteiro

A Arte Islâmica

Arte islâmica (designação que define as manifestações artísticas de todos

os povos convertidos ao islamismo).

Características de unidade na arte islâmica:

Fidelidade temática e formal aos preceitos do Corão, aos quais se

subordinam a estética e todas as formas artísticas e decorativas;

Valorização da arquitectura (considerada a arte maior à qual se

subordinam todas as outras);

Aniconismo (recusa da representação figurativa afim de evitar a

idolatria), sobretudo na arte religiosa;

Tendência para a geometria, visível na arquitectura pelo traçado das

plantas e pela organização das volumetrias (tensão linha recta/linha

curva); mas também nas restantes artes, sobretudo na decorativa;

Atenção dedicada às artes aplicadas (relevo para a cerâmica e

azulejaria, para os estuques decorativos e para os tapetes), com

relevância na arquitectura, sendo muitas vezes uma forma de

ultrapassar a pobreza dos materiais construtivos;

Gosto pela exuberância e pelo luxo, visível na multiplicidade de

materiais, na ornamentação dos frisos e na policromia dos interiores.

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Page 29: a cultura do mosteiro.docx

A Cultura do Mosteiro

A arte muçulmana estendeu-se do século VII ate à actualidade.

Os períodos de governação dos principais califas são aqueles que mais

marcas deixaram na arte islâmica.

Os principais centros de produção artística foram as cidades de Damasco,

Badgad e Samatra, Cairo, Samarcanda, Istambul e a Índia mongol.

Na Europa, foram a Península Ibérica e a Sicília as regiões registaram

maior influência da arte muçulmana.

Na Península Ibérica, onde a presença muçulmana ocorreu até finais do

século XV, foram Córdova e Granada. Contudo, também o território português

registou a presença muçulmana, sobretudo no Alentejo e Algarve.

A presença prolongada dos muçulmanos na Península Ibérica deu origem a

um estilo de arte particular em que se conjugam elementos artísticos do mundo

cristão com elementos da arte muçulmana, a chamada arte moçárabe.

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Page 30: a cultura do mosteiro.docx

A Cultura do Mosteiro

A Arquitectura muçulmana

Manifesta-se nas cidades, algumas das quais foram brilhantes.

As cidades árabes eram fechadas com portões e o interior era controlado

por guardas.

Os edifícios, públicos ou privados eram virados para dentro.

O espaço urbano dividia-se em partes distintas:

Medina – era o núcleo principal que albergava a mesquita, a madrasa

(escola religiosa), o palácio, o mercado, etc;

Alcaçaria – onde se encontra a administração da cidade;

A construção muçulmana é geralmente chã e horizontal e usou

indistintamente diferentes materiais (pedra, tijolo cru, gesso, estuque,

associados a mármore, brecha, madeiras, azulejos, e mosaicos).

Elementos técnico-estruturantes usados:

Arcos em formas muito variadas e criativas, permitindo estéticas

sobreposições e entrelaçamentos sendo os mais comuns os arcos em

ferradura e os arcos aperaltados;

Abóbadas (simples e de pendentes) e as Cúpulas sobre tambor ou

pendentes, tendo sido os sistemas de cobertura mais aplicados, embora

existam também tectos planos em madeira, muitas vezes com

artesoados. Nuns e noutros foram aplicadas complicados sistemas

decorativos;

Colunas de sustentação, com fuste liso e capitéis de tradição tardo-

romana lavrados com rendilhados florais estilizados.

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Page 31: a cultura do mosteiro.docx

A Cultura do Mosteiro

Conclusão

Como podemos observar, a cultura do mosteiro era muito variada. Tratava a

arquitectura, a pintura de vários géneros.

Podemos concluir que este trabalho foi bastante enriquecedor para a nossa cultura e

para conclusão do módulo três.

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Page 32: a cultura do mosteiro.docx

A Cultura do Mosteiro

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