a credibilidade da informação na web (paulo serra)

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A credibilidade da informação na web (Paulo Serra)Universidade da Beira Interior

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  • A credibilidade da informao na web

    Paulo SerraUniversidade da Beira Interior

    ndice1 O problema da credibilidade 12 A retrica clssica e a credibilidade

    como ethos 23 A informao jornalstica e o disposi-

    tivo de credibilizao 34 A Web e a credibilidade 55 Bibliografia 10

    1 O problema da credibilidadeUm dos aspectos mais interessantes das cha-madas novas tecnologias da informao ecomunicao, nomeadamente da Internet ,sem dvida, o facto de obrigarem reactua-lizao de uma srie de problemas que pare-cem to velhos quanto a humanidade. No que pretendamos concluir, desta reactuali-zao, por uma qualquer verso mais ou me-nos popularizada do eterno retorno do se-melhante de Nietzsche. Pretendemos, an-tes, defender a ideia de que o homem de to-dos os tempos e de todos os lugares se ca-racteriza por um feixe de problemas que nopode deixar de colocar e resolver, sob penade pr em causa a sua prpria existncia quahomem. Mas se esses problemas so cons-tantes, e j que os tempos e o lugares habita-dos pelo homem so diversos, diversas tero

    de ser no s as solues desses problemascomo tambm a sua prpria formulao.

    Um dos problemas em que se revela, deforma ntida, essa dialctica entre a perma-nncia e a mudana, a antiguidade e a no-vidade ou, como diria talvez Cassirer, en-tre a forma e o fluxo - o da credibilidadedo discurso. Formulado enquanto problematerico-prtico pela retrica grega, mais es-pecificamente por Aristteles tambm aquio sistema retrico constitui uma das chavesda nossa cultura1 -, ele revela-se como umdos problemas cruciais que hoje se colocam pesquisa de informao na Web: como se-leccionar, de entre a quantidade quase ines-gotvel da informao disponvel, a informa-o credvel? Como avaliar a credibilidadeda informao e distinguir, assim, entre a que e a que no credvel? Para alm da suarelevncia terica, a resposta a estas ques-tes tem incidncias prticas que interessam,e muito, a todos aqueles que procuram pro-duzir uma informao credvel e coloc-la disposio de todos os potenciais utilizado-res num stio Web.

    1 Olivier Reboul, Introduo Retrica, S. Paulo,Martins Fontes, 1998, p. 69.

  • 2 Paulo Serra

    2 A retrica clssica e acredibilidade como ethos

    Como dissemos, o problema da credibili-dade, enquanto problema terico, foi postoem evidncia pela retrica clssica. Na defi-nio de Olivier Reboul, a Retrica a artede persuadir pelo discurso, entendendo-se por arte um saber-fazer, aquilo a queos gregos chamavam uma techn, por dis-curso toda a produo verbal, escrita ouoral, constituda por uma frase ou por umasequncia de frases, que tenha comeo e fime represente uma certa unidade de sentidoe, por persuadir, o levar algum a crer emalguma coisa.2 Ora, e este um dos gran-des postulados da retrica aristotlica, s sepode levar algum a crer em alguma coisaquando se pode levar esse algum a crer noalgum que o quer levar a crer. Compreende-se, assim, que Aristteles inclua, como pri-meiro meio de persuaso e primeiro noduplo sentido do termo 3 , o ethos, o ca-rcter moral do orador. A persuaso pelocarcter pode ser caracterizada numa tripladimenso: a dos fins, a dos meios e a docampo de aplicao. Em relao aos fins,estes residem, fundamentalmente, em o ora-dor dar ao auditrio a impresso aparenteou real, para o caso tanto importa - de que digno da sua confiana, de que , como Aris-tteles tambm diz, uma pessoa honesta.Quanto aos meios, eles referem-se formacomo se profere o discurso, e no a factorespr ou extra-discursivos que, enquanto pro-vas no tcnicas ou extrnsecas, no per-

    2 Reboul, op. cit., pp. xiv/xv.3 Deste modo, quase se poderia dizer que o ca-

    rcter o principal meio de persuaso. Aristteles,Retrica, I, 2, 1356 a, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1998, p. 49.

    tencem retrica propriamente dita. Quantoao campo de aplicao, ele permite perceberporque que a f ou confiana essen-cial prtica retrica com efeito, tal camporefere-se a questes que no tm a ver com averdade mas com a verosimilhana, e acercados quais no pode haver certezas mas ape-nas dvidas e controvrsia.4 No que se referes condies mnimas de credibilidade5 Aristteles chama-lhes as causas que tor-nam persuasivos os oradores - elas so, se-gundo o estagirita, a prudncia, que permitedar opinies correctas, a virtude ou honesti-dade, que consiste em dizer o que se pensa,e a benevolncia, a atitude de respeito paracom o ouvinte.6

    Note-se que, aparentemente, Aristtelesincorre aqui num crculo vicioso: por umlado, a credibilidade do orador que torna oseu discurso credvel; mas, por outro lado, a credibilidade do discurso que revela o ora-dor como credvel. O crculo vicioso poderesolver-se dizendo que a relao entre a cre-dibilidade do orador e a credibilidade do dis-curso uma relao dialctica, no duplo sen-tido em que , por um lado, uma relao emque as qualidades de cada um dos elementosse vo repercutindo no outro o orador vai-se tornando credvel medida que o seu dis-curso se torna credvel, e reciprocamente e, por outro lado, uma relao dinmica, queprogride, pelo menos idealmente, do menospara o mais. Mas, para que esta relao dia-lctica se torne efectiva, exige-se que o ora-dor e o discurso sejam capazes de instaurar,com o auditrio e o seu discurso interior esilencioso as suas crenas, os seus valores

    4 Cf. Aristteles, ibidem.5 Reboul, op. cit., p. 48.6 Cf Aristteles, op. cit., II, 1, 1377b 1388a, p.

    106.

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  • A credibilidade da informao na web 3

    , um certo tipo de relao. Essa instaura-o possvel mediante o tipo de comuni-cao da experincia a que Adriano DuarteRodrigues chama simblica, entendendopor tal a comunicao em que o destinadorcomunica a um destinatrio uma experin-cia que j conhecida de ambos, e tendo,como objectivos principais, explicitar pre-missas destinadas a servir de suporte e/ou degarantia de um processo argumentativo e,de forma mais geral, servir de fundamentopara a intercompreenso, constituindo o qua-dro sobre o fundo do qual os interlocutoresrecortam o sentido que do aos enunciadosque trocam entre si.7 Em termos retricos, a comunicao simblica que permite es-tabelecer o acordo acerca dos topos e dosfactos a partir dos quais no s a argumen-tao do orador mas, mais elementarmente, oprprio entendimento entre o orador e o au-ditrio podem ter lugar.8

    3 A informao jornalstica e odispositivo de credibilizao

    Em relao comunicao simblica, a co-municao informativa introduz a novidadede o destinatrio comunicar, a outra pessoa,o relato de um facto ou acontecimento deque esta ltima no teve experincia.9 E se

    7 Adriano Duarte Rodrigues, Comunicao e ex-perincia, 1997, http://www.bocc.ubi.pt. O autor dis-tingue a comunicao simblica da comunicao in-formativa, incluindo nesta o testemunho e a transmis-so.

    8 Este acordo sobre os factos essencial, j que,como observa Perelman, uma mesma aco poderia,com efeito, ser descrita como o facto de apertar umacavilha, montar um veculo, ganhar a vida, favorecer acorrente de exportao. Cham Perelman, O ImprioRetrico, Lisboa, Asa, 1993, p. 61.

    9 Cf. Rodrigues, ibidem.

    verdade que a comunicao como teste-munho10 coloca, desde logo, problemas s-rios em relao questo da credibilidade dainformao comunicada relacionados, no-meadamente, com a mediao lingustica, ocarcter parcial das vivncias do que teste-munha, a incapacidade de distanciao dosfactos, os hbitos e as idiossincrasias pes-soais e sociais, o envolvimento afectivo, adefesa de certos interesses, etc. -11, essesproblemas multiplicam-se com a comunica-o como transmisso, que exige uma esp-cie de credibilidade diferida, escorrendodo que testemunhou - da fonte - para o des-tinatrio primeiro, deste para o destinatriosegundo, e assim sucessivamente, exigindomodalidades de validao como a da averi-guao dos factos e dos fenmenos que ocor-reram efectivamente, a acreditao do tes-temunho de quem teve a sua experincia pri-meira e a apreciao da fidelidade de cadaum dos elos da cadeia de transmisso da ex-perincia.12

    Ora, se verdade que este conceito detransmisso traduz bem o tipo de comunica-o que caracteriza a tradio, no me-nos verdade que, com as devidas adaptaes,ele poder servir-nos, tambm, para carac-terizar a chamada informao jornalstica

    10 Adoptamos , no que se segue, a distino deAdriano Duarte Rodrigues a que j fizemos refern-cia, entre testemunho - a relao que existe entrealgum que teve a experincia directa e imediata deum acontecimento ou de um fenmeno e que a comu-nica a outra pessoa que no teve a mesma experinciadirecta e imediata e transmisso que compre-ende os casos em que algum transmite a outra pessoao relato de um acontecimento ou de um fenmeno quelhe foi comunicado, de que no teve, portanto, umaexperincia directa e imediata. Rodrigues, ibidem.

    11 Cf. Rodrigues, ibidem.12 Rodrigues, ibidem.

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  • 4 Paulo Serra

    dos jornais e no s. Com efeito, este tipo deinformao obriga a colocar o problema dacredibilidade em termos bastantes diferentesdo que acontece com a retrica uma dife-rena que poderia ser colocada em termosda dicotomia proximidade/distncia. Proxi-midade, no caso da retrica, na medida emque, por um lado, ela se exerce ao nvel dainterlocuo e da relao interpessoal e, poroutro lado, incide sobre factos ou aconte-cimentos de que orador e auditrio tm umconhecimento mnimo e que se trata, essen-cialmente, de interpretar e julgar. Distncia,no caso da informao, na medida em que,por um lado, os jornalistas/emissores e osleitores/receptores no partilham o mesmocontexto de interlocuo13 e, por outro lado,trata de factos ou acontecimentos que,em princpio, s os primeiros conhecem, deforma directa ou j indirecta, e intentam dara conhecer aos segundos. Deste modo, oproblema da credibilidade passa a colocar-se em cada um dos vrios nveis e etapas doprocesso de construo da notcia, do pro-cesso que medeia entre os factos ou acon-tecimentos brutos e os mesmos enquantoconhecidos pelo leitor.

    Assim, e em primeira anlise, a credibi-lidade da informao jornalstica dependerda credibilidade das fontes, primrias ou se-cundrias dos testemunhos ou j mesmo,das transmisses - a partir da qual cons-

    13 O que assim se perde de essencial, em relao prtica retrica e credibilidade como ethos, so osaspectos ligados aco (hypocrisis), proferioefectiva do discurso, com tudo o que ele pode impli-car em termos de efeitos de voz, mmicas e gestos.(Reboul, op. cit., p. 44).

    tri a sua iluso de realidade14. Por issomesmo no fonte quem quer, mas apenasaquele(a) identificvel - a quem se reco-nhece ter competncia e seriedade na infor-mao que presta.15 Mas como a com-petncia e a seriedade, mesmo das me-lhores das fontes, nunca podem ser dadascomo garantidas, impe-se que, antes de serpublicada, qualquer informao seja ava-liada, confirmada e, se possvel, contradi-tada, cruzada com, pelo menos, duas fon-tes diferentes e independentes entre si.16Estes mecanismos de validao das fontespermitiro tambm, pelo menos em parte, ul-trapassar os problemas relativos ao testemu-nho antes referidos.

    Mas no basta garantir a credibilidade dasfontes para garantir a credibilidade da in-formao jornalstica. Exige-se, para almdisso, que cada um dos jornalistas e a organi-zao jornalstica como um todo obedeam aprincpios deontolgicos e tcnicos que, pre-sentes de forma mais ou menos implcita naforma como os leitores avaliam os jornais, seencontram mais ou menos explicitados nosLivros de Estilo destes ltimos. Dessesprincpios destacam-se os seguintes: i) pro-duo de uma informao de qualidade -entendendo-se por tal uma informao isentade erros e imprecises, devidamente con-firmada, originada em fontes de absolutaconfiana, assente no princpio do contradi-trio, correspondendo verdade dos fac-

    14 Retomamos aqui uma expresso de Jos Re-belo, O Discurso do Jornal, Lisboa, Editorial Not-cias, 2000, p. 109.

    15 Livro de Estilo, Jornal Pblico, Lisboa, 1998,p. 64. Esta obra encontra-se disponvel online emhttp://www.publico.pt/nos/livro_estilo/. Sobre as nor-mas relativas s fontes, cf. pp. 64-73.

    16 Cf. ibidem, pp. 65-66.

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    tos e, como tal, distinguindo claramenteentre factos e opinies -, rigorosa e pro-funda, independente nomeadamente deinteresses polticos e econmicos, nomeada-mente publicitrios - e to actual quanto pos-svel; ii) correco pronta e adequada das fa-lhas; iii) reconhecimento do direito de res-posta; iv) relao transparente com os ou-tros rgos de comunicao social, traduzidana recusa do plgio e na devida atribuiodas notcias aos seus autores; v) utilizaode um estilo rigoroso, implicando a obser-vncia das regras ortogrficas e gramaticaise a paridade de convenes e cdigos de es-crita.17 A estes princpios acrescenta-se umoutro que, no includo especificamente naseco sobre Seriedade e credibilidade doLivro de Estilo que temos estado a citar, nosparece ser condio essencial de todos os ou-tros: o da responsabilidade de cada jorna-lista, traduzindo-se, nomeadamente, na assi-natura dos textos que escreve e na garantia daveracidade de informaes por si publicadase no atribudas a fontes identificveis.18

    O problema da credibilidade da informa-o resolvido, portanto, pelo jornalismoatravs da instituio de um dispositivo decredibilizao que se caracteriza pelo factode que, ao propor o ideal de um discursoobjectivo, factual e verdico, se es-cora numa retrica que tem como caracte-rstica especial o seu apagamento como re-trica.19 Mas apagamento no significa eli-

    17 Cf. ibidem, pp. 59-63 (Seriedade e credibili-dade) e 159 (Credibilidade).

    18 Cf. ibidem, pp. 29 e 65.19 O jornalismo conflui, neste aspecto, com o

    discurso cientfico. Cf., sobre este ltimo, Boa-ventura Sousa Santos, Introduo a uma CinciaPs-Moderna, Porto, Afrontamento, 1989, p.114.Para uma comparao entre os discursos jornals-

    minao. Com efeito, a informao no a mera transmisso de um saber, visandotambm um persuadir ou levar a crer;ela representa, portanto, a juno entre umfazer saber e um fazer crer, que pro-cura persuadir o destinatrio acerca de queaquilo que se diz verdade.20 Neste mesmosentido aponta, alis, a ltima verso da pr-pria teoria do agenda-setting; com efeito,ao fazerem, em 1993, o balano de vinte ecinco anos de pesquisa no mbito daquelateoria, McCombs e Shaw concluam que asntese clssica apresentada por BernardCohen, em 1963 defendendo que os me-dia podero no nos dizer o que pensar, masso altamente eficazes em dizer-nos o quepensar -, tinha sido virada do avesso, namedida em que investigaes novas que ex-ploraram as consequncias do agendamentoe do enquadramento feito pelos media suge-rem que os media no s nos dizem sobreo que que devemos pensar, como tambmnos dizem como pensar sobre isso; portanto,consequentemente, o que pensar.21

    4 A Web e a credibilidadeA facilidade e a liberdade quase ilimitadas depublicao que caracterizam a Web, a ausn-

    tico e cientfico cf. Eduardo Meditsch, O Jor-nalismo uma Forma de Conhecimento?, 1997,http://www.bocc.ubi.pt; Journalism as a way of kno-wledge: a Brazilian pedagogical experience, 1999,http://www.bocc.ubi.pt.

    20 Rebelo, op. cit., p. 87. Cf., nesta mesma pers-pectiva, Amrico de Sousa, A retrica da verdade jor-nalstica, 2002, http://www.bocc.ubi.pt.

    21 Maxwell E. McCombs, Donald L. Shaw, A evo-luo da pesquisa sobre o agendamento: vinte e cincoanos no mercado das ideias, in Nelson Traquina, OPoder do Jornalismo. Anlise e Textos da Teoria doAgendamento, Coimbra, Minerva, 2000, p. 135.

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  • 6 Paulo Serra

    cia de gatekeeping, levam a que, ao mesmotempo que se rompe o monoplio de pro-duo da informao das organizaes me-diticas tradicionais, se esvaia, pelo menosem grande parte22 , o dispositivo de credibi-lizao que elas tinham posto em jogo. Noh agora, entre os factos ou acontecimen-tos utilizamos estes termos no seu sen-tido mais geral e o leitor, uma organizaoque, dotada de normas tcnicas e deontol-gicas mais ou menos precisas e codificadas,garanta a validade desta ltima; cabe a cadaum dos receptores decidir, por si prprio, queinformao ou no credvel, que informa-o mais ou menos credvel. Partindo doprincpio de que toda a deciso implica cri-trios, a que critrios recorre o utilizador daWeb para tomar tal deciso?

    H, logo partida, um critrio de selecoque resulta do efeito de halo: referimo-nos ao facto de que uma boa parte da in-formao presente na Internet tem a sua ori-gem em entidades e organizaes jornalsti-cas, universitrias, governamentais, etc. quej possuem, fora da Internet, um nome demarca, dotado de uma credibilidade - ou deuma ausncia de credibilidade, consoante asperspectivas - que transportam para a rede.O problema da credibilidade coloca-se, por-tanto, sobretudo em relao quelas entida-des e organizaes cujo nome mais ou me-nos desconhecido, nomeadamente pelo factode terem iniciado a sua existncia no online.

    Ainda em relao aos critrios de credibi-lidade dos stios Web, um outro aspecto quechama desde logo a ateno a disparidade

    22 Dizemos em grande parte porque, como sa-bido, muitas das organizaes mediticas, seja sob aforma shovelware seja sob a forma de produo es-pecfica para o online, procuraram transportar para aWeb a credibilidade que j tinham antes e fora dela.

    dos resultados que apresentam os estudosempricos citados neste trabalho ou apenasmencionados na sua bibliografia; essa dis-paridade ficar a dever-se, provavelmente, disparidade das amostras e das metodologiasutilizadas.23 Uma tal disparidade obriga, porum lado, a considerar os resultados de taisestudos apenas a ttulo indicativo, isto , ater uma grande parcimnia na sua interpre-tao e, por outro lado, a sublinhar a neces-sidade de mais investigao, emprica e nos, neste domnio.

    4.1 Critrios de credibilidadedos stios em geral

    Apesar de as investigaes empricas quetm sido levadas a efeito para averiguar oscritrios de crediblidade dos stios Web - sejapela diversidade das amostras, seja pela di-versidade das metodologias utilizadas - mos-trarem uma certa disparidade quanto aos re-sultados obtidos, parece ser possvel avanar,desde j, algumas concluses.

    Uma dessas concluses a de que a cre-dibilidade dos stios Web no uniforme,variando, nomeadamente, com o tipo de s-tio visitados pelos utilizadores. Assim, umapesquisa recente e largamente publicitada,abrangendo os utilizadores dos Estados Uni-dos da Amrica, indicava as seguintes per-centagens de confiana dos utilizadores que confiavam sempre ou confiavam amaior parte do tempo - nos diversos tiposde stios que visitavam: pequenos negcios

    23 Assim, parecem observar-se diferenas assina-lveis nos resultados quando se utilizam question-rios de perguntas fechadas, incluindo ou no escalascomo a de Lickert ou questionrios de perguntas aber-tas; quando o inqurito feito online ou por telefone;etc..

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  • A credibilidade da informao na web 7

    68; notcias de jornais e televiso 58;companhias financeiras, nomeadamente dabanca, dos seguros e da bolsa 55; orga-nizaes de caridade e outras organizaesno lucrativas - 54 ; governo federal - 47;aconselhamento de consumidores 33; co-mrcio electrnico 29.24 Como factoresdeterminantes na deciso de visitar um s-tio, os utilizadores inquiridos no mesmo es-tudo indicam, por ordem decrescente de im-portncia, os nove seguintes - os nmerosreferem-se s percentagens dos que consi-deraram tais factores como muito impor-tantes e importantes: facilidade de nave-gao e de encontrar o pretendido - 80+16;confiabilidade da informao - 80+14; f-cil identificao das fontes de informao -68+25; actualizao frequente com nova in-formao - 65+28; apresentao dos factosimportantes acerca do stio - 50+36; identi-ficao do proprietrio - 32+33; identifica-o dos negcios e organizaes que o su-portam financeiramente - 24+37; apresenta-o de comprovativos de aprovao por partede outros grupos - 19+41; apresentao deprmios e certificados atribudos por outrosgrupos - 9+30.25

    A enumerao feita por este estudo noinvalida, no entanto, outra das conclusesacerca da questo da credibilidade dos s-

    24 Cf. Princeton Survey Research Associa-tes, A Matter of Trust: What Users Want FromWeb Sites, Results of a National Survey of Inter-net Users for Consumer WebWatch, January 2002,http://www.consumerwebwatch.org/news/report1.pdf,pp. 4-5. De acordo com este estudo, os stios denotcias e informao encontram-se, juntamente comos stios de comrcio electrnico, no topo da listados stios visitados, havendo 73% de utilizadoresque dizem que, nos meses anteriores, visitaram stiosdesse tipo. (Ibidem, p 13).

    25 Cf. ibidem, p. 8.

    tios Web: a de que parece haver diferenasassinalveis quanto aos critrios utilizadospelos consumidores em geral e pelos espe-cialistas na apreciao da credibilidade dosdiversos tipos de stios. Assim, os dadosde dois estudos muito recentes, efectuadosde forma paralela e complementar a consu-midores e especialistas, visando comparar aforma como ambas as categorias avaliavamos mesmos stios no caso, stios de finan-as e de sade 26 mostram que, enquantoos consumidores online do primeiro estudose preocupavam mais com os aspectos visu-ais ligados ao design dos stios layout, ti-pografia, cores, etc. -, o painel de especi-alistas em finanas e sade do segundo es-tudo dava maior importncia qualidade dainformao propriamente dita. Assim, noque se refere aos stios de finanas, enquanto54,6% dos comentrios dos consumidores sereferiam ao aspecto do design, apenas 16,4% dos comentrios dos especialistas se refe-riam a tal aspecto, dando maior importncia reputao do nome do stio (43.9% dos co-

    26 Sobre os consumidores: B.J. Fogg, Ph.D.,Cathy Soohoo, David Danielsen, Leslie Marable,Julianne Stanford, Ellen R. Tauber, How Do Pe-ople Evaluate a Web Sites Credibility?Resultsfrom a Large Study, Persuasive Technology Lab,Stanford University, Consumer WebWatch, SlicedBread Design, LLC, Report Released: Octo-ber 29, 2002, Updated on November 11, 2002,Study term: June 15, 2002, to August 15, 2002,http://www.consumerwebwatch.org/news/report3_credibilityresearch/stanfordPTL.pdf; Sobre os es-pecialistas: Julianne Stanford, Ellen R. Tauber,B.J. Fogg, Leslie Marable, Experts vs. On-line Consumers: A Comparative CredibilityStudy of Health and Finance Web Sites, SlicedBread Design, LLC, Stanford Persuasive Tech-nology Lab, Consumer WebWatch, October, 2002,http://www.consumerwebwatch.org/news/report3_credibilityresearch/slicedbread.pdf

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    mentrios), s fontes de informao citadas(25.8%) e ao motivo da companhia respon-svel pelo stio(22.7%). Quanto aos stios desade, enquanto 41,8 % por cento dos co-mentrios dos consumidores se referiam aoaspecto do design, apenas 7,6% dos comen-trios dos especialistas se referiam a tal as-pecto, referindo-se mais ao foco na informa-o, tendo a ver com a quantidade de infor-mao fornecida (40.3%), ao motivo da com-panhia (35.8%) e tendncia da informao(29.9%).27

    Tendo em considerao as duas conclu-ses anteriores, estudar a credibilidade dosstios Web em geral parece uma tarefa nos interminvel como destinada ao fracasso.Por isso mesmo, e tambm porque o nossointeresse se concentra nos stios classifica-dos nos estudos como de notcias e infor-mao28 que incluem, mas no se limitamao chamado jornalismo online -, na secoque se segue cingimo-nos a esse tipo de s-tios.

    4.2 Critrios de credibilidadedos stios de notcias einformao

    Um dos estudos empricos j referidos nestetrabalho apurou, como factores prioritriosque levam os utilizadores a escolher um s-tio de notcias e informao, os seis seguin-tes - os nmeros indicados correspondem spercentagens dos utilizadores que conside-ram tais factores como muito importantese importantes: poltica de privacidade

    27 Cf. Julianne Stanford, Ellen R. Tauber, B.J.Fogg, Leslie Marable, Experts vs. Online Consumers:A Comparative Credibility Study of Health and Fi-nance Web Sites, p. 4.

    28 News and information sites.

    65+22; identificao clara da publicidade esua distino das notcias e da informao 59+25; endereo de correio electrnico doeditor ou da pessoa responsvel pelo con-tedo 36+39; pgina para correces e cla-rificaes 34+45; indicao do editor ou dapessoa responsvel pelo contedo 30+37;indicao das relaes financeiras com ou-tros stios ou outros negcios 22+42.29

    Outro dos estudos empricos tambm jreferidos neste trabalho avana dados quepermitem aceitar a hiptese de que as pes-soas avaliam a credibilidade dos stios de no-tcias de forma bastante diferente da de ou-tros tipos de stios, atribuindo mais impor-tncia aos aspectos relacionados com a infor-mao propriamente dita do que, por exem-plo, aos aspectos visuais do design.30 Maisespecificamente, os comentrios dos inquiri-dos incidem, positiva ou negativamente, so-bre os seguintes aspectos - indica-se, em pri-meiro lugar, por ordem decrescente do seuvalor, a percentagem referente aos stios denotcias e, entre parntesis, a mdia referenteaos stios em geral: aspecto do design - 39.6(46.1); foco na informao - 31.9 (25.1),aparecendo a categoria Notcias em 2o lu-gar em relao totalidade dos comentriossobre este tpico; design/estrutura da infor-mao - 30,2 (28.5), aparecendo a categoriaNotcias em 4o lugar; tendncia da infor-mao - 30.2 (11.6 ), aparecendo a categoriaNotcias em 1o lugar; exactido da infor-mao - 21.7 (14.3), aparecendo a categoria

    29 Cf. Princeton Survey Research Associates, AMatter of Trust: What Users Want From Web Sites,p. 14.

    30 Cf. B.J. Fogg, Ph.D., Cathy Soohoo, David Da-nielsen, Leslie Marable, Julianne Stanford, Ellen R.Tauber, How Do People Evaluate a Web Sites Credi-bility? Results from a Large Study, pp. 65-66.

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  • A credibilidade da informao na web 9

    Notcias em 2o lugar; reconhecimento donome e reputao - 19.1 (14.1), aparecendoa categoria Notcias em 3o lugar; estilo daescrita - 14.8 (9.0); utilidade da informao- 14.5 (14.8); experincia anterior com o s-tio - 9.0 (4.6), aparecendo a categoria No-tcias em 2o lugar; publicidade - 9.3 (13.8);motivo da companhia - 5.9 (15.5); funciona-lidade do stio - 5.1 (8.6); identidade do ope-rador do stio 4.7 (8.8); clareza da informa-o - 3.5 (3.7); legibilidade - 3.0 (3.6); de-sempenho em teste efectuado pelo utilizador- 2.2 (3.6); filiaes, ligaes do stio a de-terminadas organizaes - 1.7 (3.4); servioao cliente - 0.8 (6.4).31

    Especificamente sobre o chamado jorna-lismo online, h pelo menos dois estudosrecentes que merecem uma referncia. O pri-meiro, efectuado no mbito do jornalismoonline, e cujo trabalho de campo decorreuentre Julho e Agosto de 2001, indica queos stios Web so escolhidos, pelos utiliza-dores, com base nos seguintes atributos (empercentagem da totalidade do pblico onlineinquirido): actualizao constante da infor-mao do stio - 26,5; exactido da informa-o - 24,1; pertena do stio a uma organiza-

    31 Cf. ibidem, pp. 23. Como observam os autoresdo estudo, estes dados no deixam de ser contradit-rios, na medida em que mostram, por um lado, preo-cupao com o carcter eventualmente tendencioso dainformao mas, por outro lado, despreocupao emrelao s motivaes das organizaes que se encon-tram por detrs dos stios de notcias e informao.(Cf. ibidem, pp. 65-66). Pela nossa parte observa-remos que os dados apresentados que, como quais-quer dados de estudos empricos, h que ler com todaa parcimnia no significam que os aspectos menosfocados sejam, necessariamente, considerados menosimportantes pelos utilizadores; pode significar, to s,que eles os encontram j como dados adquiridos, peloque no notam tanto a sua importncia.

    o reconhecida pelo utilizador - 16,4; faci-lidade de navegao - 13,1; imparcialidadee equilbrio do contedo - 9,7; rapidez dodownload - 2,2; existncia de citaes nosartigos - 0,6; atribuio de um prmio ao s-tio - 0,3; outros - 7,1.32 Inquiridos especi-ficamente sobre a importncia do facto de ostio pertencer a uma organizao noticiosacom nome feito fora da Internet, 91,5% dosutilizadores dizem que importante e, des-tes, 23,3% dizem que mesmo muito impor-tante.33 Procurando comparar a forma comoo pblico em geral e os jornalistas avaliama credibilidade dos stios, os promotores doestudo solicitaram a cada uma das categoriasque classificasse, por grau de importncia,os critrios de credibilidade de uma histriaonline, tendo obtido os resultados seguintes(indicamos, em primeiro lugar, a classifica-o do pblico e, em segundo lugar, a dosjornalistas): exactido da informao na his-tria 1-1; carcter completo de uma his-tria (a histria relatada na totalidade) 2-4; imparcialidade da reportagem 3-2; afonte das notcias digna de confiana 4-3; a histria actual 5-5; as fontes da his-tria so especficas e detalhadas 6-6; aapresentao da histria profissional 7-8; no h erros no relato (no h erros deortografia ou gramtica) 8-7; h uma se-parao clara entre publicidade e notcias 9-9; a histria tem uma boa apresentao u-dio/visual 10-11; a histria agradvel edivertida 11-10.34 Utilizando um processo

    32 Cf. Howard Finberg, Martha L. Stone,Dyane Lynch, Digital Journalism Credibi-lity Study, Online News Association, 2002,http://www.journalists.org/Programs/credibility_study.pdf, p. 21.

    33 Cf. ibidem, p. 22.34 Cf. ibidem, p. 20.

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  • 10 Paulo Serra

    anlogo para comparar o grau de credibili-dade das notcias online com o das notciasem geral junto do pblico, o estudo obteveos seguintes resultados (indica-se primeiroa classificao das notcias online): actuali-dade 1-5; exactido da informao 2-1;pertena do stio a uma organizao reconhe-cida pelo utilizador 3-4; facilidade de na-vegao 4-no aplicvel; imparcialidade 5-3.35 Todo este conjunto de resultados re-sumido, pelos autores do estudo, na conclu-so de que o pblico online pretende infor-mao exacta, completa e imparcial de umafonte de confiana e querem-na j que-rendo significar que, no fundo, residir nestej a nica diferena essencial entre o ve-lho jornalismo e o jornalismo online.36 Umsegundo estudo, tendo como objectivo com-parar a percepo das similaridades e dife-renas que os utilizadores tm acerca da cre-dibilidade nos meios tradicionais, jornais eteleviso, e nos meios online, chega a con-cluses que apontam no mesmo sentido doanterior. Assim, em relao s similaridades,os inquiridos avaliaram mais positivamente,em todos os meios, o carcter corrente, ac-tualizado e oportuno da informao e, maisnegativamente, o carcter tendencioso e nocompleto da mesma. Quanto s diferenas, acredibilidade das notcias nos jornais assen-tava em dimenses como o equilbrio, a ho-nestidade e o crdito; das notcias na televi-

    35 Cf. ibidem, p. 22.36 Ibidem, p. 60. Como se confirma, alis, na enu-

    merao das Estratgias para Incrementar a Credi-bilidade das Notcias Online: Contratem jornalis-tas. Treinem-nos. Estabeleam polticas baseadas nosmais elevados ideais jornalsticos, e implementem-nos. Interajam com os vossos leitores. Abram os vos-sos processos editoriais e polticas ao seu escrutnio.E quando publicidade, digam que publicidade.(Ibidem, p. 69).

    so eram mais referidos a imparcialidade e ocrdito; das notcias online, a confiabilidade,a oportunidade e a tendncia.37

    5 BibliografiaAbdulla, Rasha A., Garrison, Bruce, Salwen,

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    37 Cf. Rasha A. Abdulla, Bruce Garrison, Mi-chael Salwen, Paul Driscoll, Denise Casey, The cre-dibility of newspapers, television news, and onlinenews, A paper presented to the Mass Communica-tion and Society Division, Association for Educa-tion in Journalism and Mass Communication, an-nual convention, Miami Beach, Fla., August 9, 2002,http://www.miami.edu/com/car/miamibeach1.htm (otrabalho de campo foi realizado em Fevereiro de2002).

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  • A credibilidade da informao na web 11

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  • 12 Paulo Serra

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    O problema da credibilidadeA retrica clssica e a credibilidade como ethosA informao jornalstica e o dispositivo de credibilizaoA Web e a credibilidadeBibliografia